Você está na página 1de 45

Impacto Femoroacetabular

Alberto Ferreira de Souza


Médico residente

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia


INTO – MS / Rio de Janeiro
19/07/2011
Objetivos :

• Definir a Patologia.
• Etiologia e epidemiologia
• Diagnóstico
• Tratamento
O que é impacto femoro
acetabular ?
• Caracterizado por contato anormal entre o
acetábulo e o fêmur

• Teoria do impacto – 2003

Ganz R, . Femoroacetabular impingement: a cause for osteoarthritis of


the hip. Clin Orthop Relat Res.2003;417:112-20

.
• Atualmente, considerado como o principal responsável
pelos casos de coxartrose em adultos jovens antes
considerados como portadores de coxartrose idiopática

• 2 Tipos de impacto:

CAM X PINCER

• No entanto o mais comum é a associação dos


tipos
CAM
CAM
• O termo CAM provém da mecânica e está relacionado à transformação de
um movimento circular em um linear.

• As lesões ocorrem pela entrada forçada de uma porção não esférica da


cabeça femoral no acetábulo, especialmente durante a flexão.

• A abrasão ocorre de fora para dentro na porção ântero-superior da


cartilagem acetabular, podendo resultar na avulsão do labrum e do osso
subcondral .

• Isso promoverá a propulsão da cabeça femoral posterior e inferiormente.

• Homens jovens ativos

http://www.youtube.com/watch?v=iZOFm39dbJU&NR=1&feature=fvwp
CAM
Alterações morfológicas
femorais
Relacionadas à assimetria cervicocefálica, mais comumente
ânterosuperior e promovem um impacto metafisário
femoroacetabular incluem :

• Epifisiólise proximal
• Fraturas de colo com consolidação em retroversão.
• Deformidades residuais da doença de Legg-Calvé-Perthes
• Osteotomias femorais.
Pincer
Pincer
• Contato linear entre a margem acetabular e a junção cervicocefálica .

• A repetição leva à degeneração do labrum, formação de ganglion intra-


substância, ossificação da margem acetabular e aprofundamento do acetábulo.

• O impacto deve-se basicamente a anormalidades acetabulares, como na


protrusão ou na retroversão.

• As lesões condrais são circunferenciais

• São mais comuns em mulheres após a terceira ou quarta décadas.

http://www.youtube.com/watch?v=M6-
PEqMGKD4
Pincer
Alterações morfológicas
acetabulares
Estão relacionadas à continência e à cobertura da
cabeça femoral e incluem:
• Retroversão acetabular
• Protrusão acetabular
• Coxa profunda
• Deformidades residuais pós-traumáticas.
• Osteotomias periacetabulares
Tipos de Impacto
Articulação normal

PINCER : Excesso
de cobertura acetabular,
lavando ao contato entre
o Colo femoral e a borda
acetabular

CAM: Porção não esferica


da junção colo cabeça
choca-se com a borda
acetabular.
Quadro clínico.
• Adultos ativos na 2 e 3 décadas da vida.

• Dor no quadril e região inguinal, sem história de trauma precipitante.

• Sinal em "C": o paciente demonstra a localização da dor em torno do


quadril

• Dor é exacerbada com atividade física e quando os pacientes


permanecem sentados por longos períodos.

• Restrição da mobilidade do quadril, principalmente em flexão, rotação


interna e adução.
Exame físico

te para impacto antero superior (flexão, rotação interna e adução.)


Sinal de Drehmann e postero inferior ( extensão rotação externa )
Avaliação Radiográfica

• AP verdadeira da bacia.com 15 graus de rotoção


interna
• Ponta do coccix a 2 cm da sínfise púbica
• ( crítica para versão acetabular )

• Perfil
• Cross table
• Incidencia de Dunn
• (neutro com flexão de 45 graus e 20 graus de abdução )
Avaliação radiográfica

Correct setting for anteroposterior and strong lateral (left) pelvic radiography.
Cross-table axial radiograph of hip (right) is needed to visualize anatomy of
anterior femoral head–neck junction, which is not visible on anteroposterior
pelvic radiograph.
O que procurar ?
• AP – procurar impacto Pincer

• Coxa profunda (gota de lagrima medial a linha de Kohler)


• Acetabulo protuso (cabeça femoral medial a linha de Kohler).
• Sinal do cruzamento (sinal em 8, cruzamento entre o rebordo
anterior e posterior).
• Angulo lateral centro borda >39°. ( normal de 25 e 39 graus )
• Índice acetabular zero ou negativo.
• Extrusão lateral da cabeça menor que 25%. Normal > 25%
• Rebordo posterior cruza lateral ao centro da cabeça (sinal da
parede posterior)
• Perfil – CAM
• Diminuição do Off set - < que 8-10 mm
• Aumento do ângulo alfa > 50 graus
Avaliação radiografica

Sinal do cruzamento (sinal em 8,


AP da bacia .
cruzamento entre o rebordo anterior e posterior). Retroversão
acetabular.
•Quadril normal AP de pelve .
• Fossa Acetabular (F) lateral a linha ilio isquiatica (IIL).
• Indice Acetabular (AI) é positivo, e a cabeça femoral ( H ) não é totalmente
coberta pelo acetabulo (E).
• Projeção da parede anterior (AW) é medial a parede posterior (PW), que coincide
com o centro da cabeça femoral .
• indice de extrusão (E / [A + E]) ´e aproximadamente 25%.
• Angulo centro borda (LCE) normal varia de 25–39º.
•A = porção coberta da cabeça da femur ,E = porção descoberta da cabeça do
femur.
Indice acetabular
( Tonnis )

Center Edge Angle (CEA) of Wiberg


no RX AP 
Ângulo formado por duas linhas que
partem do centro da cabeça e se
dirigem proximalmente: uma mais
interna, vertical,  e outra mais
externa, obliqua,  que passa por um
ponto externo ao tecto acetabular. 
Este ângulo dá-nos a cobertura
externa do tecto acetabular.
( normal 25 a 39 graus )
• Coxa profunda
• Fossa Acetabular (F) esta tocando ou ultrapassando a linha ilio isquiatica (IIL).
• A cabeça Femoral (H) mais coberta , resultando na diminuição do indice de
extrusão da cabeça (E / [A + E]),
• Indice acetabular neutro (AI'), and aumento da angulo centro borda lateral (LCE')
angle.

• Acetabulo protruso ( AP de pelve RX) mulher de 42 anos
• Linha da cabeça femoral ( H ) cruza a linha ilio isquiatica (IIL).
• ,O indice de extrusão da cabeça femoral ( AI ) é zero ou negativo
(E / [A + E]) and lateral center edge (LCE") angle increases. F =
acetabular fossa
• A = porção coberta da cabeça da femur ,E = porção descoberta da
cabeça do femur
Avaliação radiográfica

Influencia da direção do centro do RX na avaliação . Paciente com 22 anos.

Setas brancas mostram herniation pit causada por impacto tipo Cam
IIL = linha ilioisquiatica , AW = anterior parede , PW = parede posterior , F = fossa.
A, Na radiografia AP da pelve mostra uma configuração regular acetabular com a linha ilio
isquiatica medial a fossa acetabular.
B, Uma radiografia centrada no quadril mostrando uma aparente coxa profunda. Alem de um
aumento da versão acetabular
Ângulo α

Cam .
.
B,Angulo alfa normal < 50 graus Off set normal > 10 mm
C, Diminuição do offset femoral (OS') com consequente aumento do angulo (α') i.
Ressonância magnética
Ressonância magnética e artroressonância magnética
São consideradas padrão ouro com maior acuracia :
  
Permitir a avaliação da cartilagem articular e lesões labrais ,
além de anormalidades morfológicas da parte proximal do
fêmur e acetábulo.

• Imaging of Femoroacetabular Impingement J Bone Joint Surg Am.


2009;91 Suppl 1:138-43 By Dalia A. Fadul, MD, and John A. Carrino,
MD, MPH
RM com contraste ( gadolinio )
Ângulo Alfa na RM
Tratamento

• Conservador X cirúrgico
Tratamento Conservador

• Modificação das atividades físicas e anti-


inflamatórios. Geralmente falha pois são
pacientes jovens e ativos.

• Nos casos de falha do tratamento conservador


ou presença de lesões labrais ou condrais o
tratamento cirúrgico é indicado
Tratamento cirúrgico

• Osteocondroplastia femoral e/ou acetabular


• Ressecção de “bump “ no colo femoral
(até 30% ou até permitir 120° de flexão e 40° de rotação)

• Ressecção de proeminências ósseas do acetábulo


• (até 1 cm sem instabilidade) e refixação do labrum.

• Pode ser realizado por via aberta (luxação controlada de


Ganz) ou artroscópica.
Tratamento cirúrgico

• Osteotomia femoral – deformidades,


principalmente, em varo e aumento da
anteversão femoral.

• Osteotomia periacetabular – utilizada nos


casos impacto tipo Pincer com retroversão
acetabular aumentada ou falha da parede
posterior do acetábulo
A) Labrum com lesões
degenerativas que vão de
11 a 3 horas

B) Flap da cartilagem de 12 a
2 horas

C) Correlação com a
marcação de um relogio
Tratamento Artroscópico
d iag n o stico .
utilizados: anterior, antero-lateral e postero-lateral
nervo pudendo na tração

Tratamento artroscópico do impacto femoroacetabular


Rev. bras. ortop. vol.44 no.3 São Paulo May/June 2009
• Giancarlo C. Polesello ; Marcelo C. QueirozII; Nelson K. OnoIII; Emerson K. HondaIV; Rodrigo P. GuimarãesV;
I

Walter Ricioli Junior VI


• 28 quadris media de idade de 34 anos.
• O Harris Hip Score médio pré-op foi de 54,2 e o pós-op, de 94,8. O aumento médio do HHS foi de
37,5 pontos.
• Houve quatro resultados bons (15%) e 24 excelentes (85%).
• Pré-op os pacientes apresentavam rotação interna do quadril média de 17º e pós-op de 36º. O aumento
médio de rotação interna foi de 19º
Referências bibliográficas:
1. Dalia A. Fadul, MD, and John A. Carrino, MD, MPH; Imaging of Femoroacetabular Impingement; J
Bone Joint Surg Am. 2009;91 Suppl 1:138-43

2. Moritz Tannast,Klaus A. Siebenrock, Suzanne E. Anderson ,Femoroacetabular


Impingement:Radiographic Diagnosis—What the Radiologist Should Know, AJR:188, June 2007

3. Javad Parvizi, MD, FRCS,Michael Leunig, MD,Reinhold Ganz, MD. Femoroacetabular Impingement ; J
Am Acad Orthop Surg 2007;15:561-570.

4. Lucas Rylander, MD; John M. Froelich, MD; Wendy Novicoff, PhD; Khaled Saleh, BSc, MD, MSc,
FRCS(C), MHCM Femoroacetabular Impingement and Acetabular Labral Tears ORTHOPEDICS May
2010;33(5):342

5. MARCUS VINÍCIUS CRESTANI, MARCO AURÉLIO TELÖKEN, PAULO DAVID FORTIS GUSMÃO;
Impacto femoroacetabular: uma das condições precursoras da osteoartrose do quadril* ;
RBO.: Agosto - 2006

6. Giancarlo C. PoleselloI; Marcelo C. QueirozII; Nelson K. OnoIII; Emerson K. HondaIV; Rodrigo P.


GuimarãesV; Walter Ricioli Junior Tratamento artroscópico do impacto femoroacetabular  ; Rev.
bras. ortop. vol.44 no.3 São Paulo May/June 2009
Obrigado !
R1

Isso vai
R2

Essa moleza vai


R3

Rumo ao
TEOT !!!

Você também pode gostar