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PREPAROS PROTÉTICOS

DOS DENTES PILARES


DE UMA PRÓTESE
PARCIAL REMOVÍVEL
Pedro César Garcia Oliveira
Gerson Bonfante
Karin Hermana Neppelenbroek
Fábio César Lorenzoni

INTRODUÇÃO
À medida que ocorre a destruição e perda dos dentes, funções como mastigação, deglu-
tição, fonética e estética encontram-se de tal forma prejudicadas que o paciente passa a
necessitar de um tratamento protético reabilitador. Para o sucesso desse tratamento, deve-se
levar em consideração o número, a disposição, a posição e a inserção periodontal que os
dentes apresentam. Quando esses dentes estão dispostos de forma a permitir a confecção de
uma prótese parcial fixa (PPF), o tratamento protético reabilitador passa a ser o tratamento
de eleição, visto as enormes vantagens que pode oferecer, como, por exemplo, estética e
conforto.

Dependendo do número, da disposição e do suporte ósseo disponível dos dentes


pilares, além do custo, a prótese parcial removível (PPR) passa a ser, em alguns
casos, o único tratamento possível de ser realizado.

OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, espera-se que o leitor possa:
 identificar o preparo da boca para receber uma PPR e dos dentes para receber apoios
e grampos;
 reconhecer a relação entre as raízes residuais e a PPR;

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 9


 identificar os meios de obtenção da contenção cêntrica;
 reconhecer a necessidade de realizar a esplintagem de dentes com mobilidade.

ESQUEMA CONCEITUAL

10 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


PRÓTESE DENTÁRIA
Uma prótese dentária, seja PPF, prótese total (PT) ou PPR, deve funcionar biomecanicamente
de uma forma bastante adequada, permitindo um eficiente sistema de suporte, retenção
e estabilidade. As PPRs cujo apoio se dará apenas nos elementos dentários (classes III e IV
de Kennedy) são as próteses dentossuportadas (Figuras 1 e 2).

Figura 1 – Classe III de Kennedy. Figura 2 – Classe IV de Kennedy.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Quando as PPRs apresentam apoio anterior sobre dentes e posterior sobre rebordo (classes I
e II de Kennedy), são chamadas próteses dentomucossuportadas (Figuras 3 e 4).

Figura 3 – Classe I de Kennedy. Figura 4 – Classe II de Kennedy.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Independentemente do tipo de suporte em que a prótese será apoiada, as condições
dos dentes pilares são de fundamental importância no planejamento da PPR, visto
que a longevidade desta será proporcional às condições em que foi confeccionada,
assim como a manutenção por parte do profissional e do paciente.

Quando indica uma PPR, por ser o seu campo de aplicação muito extenso, o profissional se
depara com diversas situações que dificilmente se repetem de paciente para paciente, variando
em função dos espaços protéticos presentes e dos dentes remanescentes que servirão como
elementos de suporte.1,2 Portanto, cada caso deverá ser minuciosamente analisado,
embora, para todos, o objetivo seja o conforto e o bem-estar dos pacientes.

Assim, as famosas próteses removíveis pela técnica MATL (moldeira, alginato, telefone
e laboratório) não deverão fazer parte de um correto planejamento, pois cabe ao cirurgião
dentista elaborar e realizar o plano reabilitador, o desenho da prótese, o local e a forma de
confecção dos nichos ou encaixes, assim como o tipo de grampos de retenção para os dentes
suportes. Portanto, nunca deve deixar a critério do técnico a elaboração desse planejamento,
pois é condição sine qua non o conhecimento das condições bucais do paciente, o
que é responsabilidade do cirurgião dentista.

O dentista deverá ser, ao mesmo tempo, o idealizador, o construtor e o orientador


do trabalho protético.

Quando o dentista não se responsabiliza por todo o processo que envolve a colocação de
uma prótese, tem-se a ideia de que, para se fazer uma PPR, basta olhar a boca do paciente,
preparar ou não os descansos oclusais, moldá-los, obter um registro com uma “mordida” em
cera e enviar ao laboratório para que, simplesmente sob o ponto de vista mecanicista, este
possa realizar o planejamento e a confecção da armação metálica da PPR, ficando a cargo do
profissional apenas a sua instalação.3 Em tais casos, a proporção dos fracassos para esse
tipo de tratamento é bastante alta.

Alguns autores3,4 identificaram, após levantamento realizado em diversos laboratórios


de prótese, as diferenças entre planejamentos e afirmaram que a prática de dar ao
técnico o direito de desenhar os planejamentos deveria ser condenada, pois, em
muitos casos, tais planejamentos inadequados poderiam levar à mobilidade ou
mesmo à perda do elemento dentário.

Por isso, há uma enorme “rejeição”, por parte dos profissionais e pacientes, da prótese por
meio da técnica MATL, sempre procurando justificar seus erros para o fracasso do tratamento.

12 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Para os profissionais despreparados, a justificativa é a de que o grampo “amolece”
os dentes, enquanto que, para os pacientes negligentes com a própria higiene, os
grampos vão “cariar” os dentes.

Portanto, as condições em que os dentes suporte se encontram deverão ser minuciosa-


mente avaliadas previamente ao tratamento reabilitador, incluindo desde a relação com o
plano oclusal, a relação com elementos vizinhos, as condições das restaurações presentes e a
presença de raízes residuais.

1. Sobre os preparos protéticos dos dentes pilares de uma PPR, é correto afirmar que
A) uma prótese dentária, seja PPF, PT ou PPR, deve funcionar biomecanicamente de
uma forma bastante adequada, permitindo um eficiente sistema de suporte, reten-
ção e estabilidade.
B) quando as PPRs apresentam apoio apenas nos elementos dentários (classes I e II de
Kennedy), são chamadas próteses dentossuportadas.
C) quando as PPRs apresentam apoio anterior sobre dentes e posterior sobre o rebordo
(classes III e IV de Kennedy), são chamadas próteses dentomucossuportadas.
D) dependendo do tipo de suporte em que a prótese será apoiada, as condições dos
dentes pilares são de fundamental importância no planejamento da PPR.
Resposta no final do artigo

2. Analise as afirmativas sobre os preparos protéticos dos dentes pilares de uma PPR.
I – Quando indica uma PPR, por ser o seu campo de aplicação muito extenso, o profis-
sional depara-se com diversas situações que dificilmente se repetem de paciente
para paciente, variando em função dos espaços protéticos presentes e dos dentes
remanescentes que servirão como elementos de suporte.
II – As famosas próteses removíveis pela técnica MATL não deverão fazer parte de um
correto planejamento, pois cabe ao cirurgião dentista elaborar e realizar o plano
reabilitador, o desenho da prótese, o local e a forma de confecção dos nichos ou
encaixes, assim como o tipo de grampos de retenção para os dentes suporte.
III – O dentista deverá ser, ao mesmo tempo, o idealizador, o construtor e o orientador
do trabalho protético.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 13


Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo

3. Explique a seguinte afirmação: “as condições em que os dentes suporte se encontram


deverão ser minuciosamente avaliadas previamente ao tratamento reabilitador.”

PREPARO PRÉVIO
O preparo da boca para receber uma PPR talvez seja um dos aspectos mais importantes e
negligenciados dentro da especialidade. Assim, adota-se a filosofia de que “a PPR deve ter
não só a função de repor os dentes ausentes, mas principalmente conservar os que estão
presentes”.

A preparação da boca deve seguir um plano de tratamento pré-estabelecido, que,


todavia, pode ser modificado frente a circunstâncias anteriormente não previstas.

Primeiramente, um minucioso exame clínico juntamente com o auxílio de radiografias


panorâmicas e periapicais e modelos de estudos montados em articulador
semiajustável (ASA) constituem os primeiros passos a serem adotados a fim de que seja
obtido o maior número de informações que possam direcionar a um correto diagnóstico,
reduzindo drasticamente a possibilidade de fracassos.

Uma vez obtidas as informações necessárias para o planejamento, como forma, tipo e posi-
ção dos dentes pilares e rebordo residual, inicia-se o emprego de certos procedimentos que
visam a trazer melhorias no desenho e função da PPR (Figuras 5-11). Ou seja, devem-se
preparar os dentes suporte da melhor maneira possível para que a prótese tenha um eixo
de inserção com um mínimo de interferência.

14 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Figura 5 – Vista oclusal inferior. Figura 6 – Vista oclusal superior. Figura 7 – Vista lateral mostran-
Fonte: Arquivo de imagens dos auto- Fonte: Arquivo de imagens dos auto- do uma relação intermaxilar desfa-
res. res. vorável pela ausência e mau posi-
cionamento dos dentes.
Fonte: Arquivo de imagens dos auto-
res.

Figura 8 – Modelos de estudo montados em ASA Figura 9 – Modelos de estudo montados em ASA
(vista frontal). (vista lateral).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

a b c

Figura 10 – Radiografia panorâmica.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores. d e f

Figura 11 – Radiografias periapicais.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

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Os procedimentos de alteração dentária visam a restituir à boca uma saúde oral adequa-
da e eliminar qualquer condição que possa ser danosa para o sucesso do tratamento.5 O
preparo da boca para uma PPR poder ser dividido em duas etapas:
 tratamento clínico geral;
 tratamento protético.

TRATAMENTO CLÍNICO GERAL


Durante o tratamento clínico geral, busca-se eliminar as condições patológicas, realizan-
do a remoção de placa bacteriana, cálculos, dentes condenados e tecido cariado, bem como
verificar a necessidade de tratamento ou retratamento endodôntico e de substituição de
restaurações, devolvendo ao meio oral uma condição de homeostasia.

Após o tratamento clínico inicial, o ideal é a confecção de um novo modelo, já que


o modelo inicialmente obtido poderá não corresponder às condições atuais, pois
dentes podem ter sido extraídos durante o preparo inicial.

Com os modelos de estudo montados em ASA, primeiramente, devem ser analisa-


das as relações oclusais.

Uma situação comum em pacientes que se encontram em situação de edentulismo parcial


por um período relativamente longo é a inclinação dos dentes vizinhos ao espaço edêntulo,
assim como a extrusão dos dentes antagonistas. Em tais casos, o desgaste desses dentes
torna-se necessário para que um plano oclusal satisfatório seja restabelecido ao mesmo tempo
em que se cria um espaço adequado para a colocação dos dentes da futura prótese.

O ideal é que essas interferências sejam eliminadas antes que se iniciem os procedimentos
restauradores, exatamente para que as restaurações possam ser executadas dentro de um
padrão oclusal adequado. Caso contrário, a prótese irá perpetuar as relações oclusais
prejudiciais ao periodonto de inserção (Figura 12).

Figura 12 – Vista lateral com dentes extruídos.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

16 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Idealmente, faz-se o restabelecimento do plano oclusal nos modelos montados em
ASA previamente ao ajuste na boca, demarcando, com lápis, os dentes a serem
desgastados a fim de se ter uma ideia de sua quantidade. Já na boca, o ideal é um
desgaste progressivo, às vezes realizado em duas ou mais sessões, dependendo do
grau de sensibilidade relatado pelo paciente. Ao final de cada sessão, um procedimen-
to de remineralização dos tecidos desgastados faz-se necessário.

Caso a quantidade a ser desgastada seja de proporção tal que possa atingir o órgão pulpar,
uma endodontia prévia faz-se necessária. Deve-se lembrar sempre que os desgastes devem
ser realizados sem o uso de anestesia, exatamente para que se possa ter sob controle o
nível de tolerância à dor do paciente (Figuras 13 e 14).

Figura 13 – Modelos montados em ASA com dentes Figura 14 – Plano oclusal regularizado por desgaste.
extruídos invadindo o plano oclusal. Fonte: Atlas de prótese parcial. Prof. Dr. George Graber.
Fonte: Atlas de prótese parcial. Prof. Dr. George Graber.

Analisa-se a possibilidade de interferência dos dentes desgastados nos movimentos


estáticos (ROC ou MIH) e dinâmicos (lateralidade e protrusão) da mandíbula. Caso
apareça uma interferência oclusal, promove-se um ajuste oclusal utilizando-se pontas
diamantadas de corte fino até que se alcance a estabilidade da oclusão.

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4. Como se denominam as correções feitas na boca (dentes e rebordos) e qual é a importância
desse procedimento no planejamento e execução de uma PPR?

Resposta no final do artigo

5. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) quanto ao preparo prévio.


( ) A preparação da boca deve seguir um plano de tratamento pré-estabelecido, que
não pode ser modificado.
( ) Um minucioso exame clínico constitui o primeiro passo a ser adotado.
( ) Uma vez obtidas as informações necessárias para o planejamento, inicia-se o empre-
go de certos procedimentos que visam a trazer melhorias no desenho e na função
da PPR.
( ) Os procedimentos de alteração dentária visam a restituir à boca uma saúde oral
adequada e eliminar qualquer condição que possa ser danosa para o sucesso do
tratamento.
Resposta no final do artigo

6. Em quantas etapas pode ser dividido o preparo da boca para uma PPR? Quais são elas?

18 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


7. Sobre o tratamento clínico geral dos preparos protéticos dos dentes pilares de uma PPR,
é INCORRETO afirmar que
A) após o tratamento clínico inicial, o ideal é a confecção de um novo modelo, já que o
modelo inicialmente obtido poderá não corresponder às condições atuais, pois dentes
podem ter sido extraídos durante o preparo inicial.
B) com os modelos de estudo montados em ASA, primeiramente devem ser analisadas
as relações oclusais.
C) idealmente, faz-se o restabelecimento do plano oclusal nos modelos montados em
ASA previamente ao ajuste na boca, demarcando, com lápis, os dentes a serem
desgastados a fim de se ter uma ideia de sua quantidade.
D) na boca, o ideal é um desgaste progressivo, às vezes realizado em duas ou mais
sessões, dependendo do grau de sensibilidade relatado pelo paciente, sem a neces-
sidade de um procedimento de remineralização dos tecidos desgastados.
Resposta no final do artigo

8. No tratamento clínico geral dos preparos protéticos, caso a quantidade a ser desgastada
seja de proporção tal que possa atingir o órgão pulpar, uma endodontia prévia faz-se
necessária. Por que os desgastes devem ser realizados sem o uso de anestesia?

PREPAROS ESPECÍFICOS DOS DENTES SUPORTE


PARA PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL
O preparo dos dentes suporte visa essencialmente a um correto assentamento da prótese,
objetivando estabilidade, retenção, suporte e estética. Esses preparos são, na verdade, alte-
rações na anatomia dentária, sejam por desgaste ou acréscimo de material, que visam a
um melhor posicionamento dos grampos e apoios. Podem ser divididos da seguinte forma:
 preparo dos dentes para receber apoios (nichos ou descansos);
 preparo dos dentes para receber os grampos;
 preparo de raízes residuais;
 obtenção da contenção cêntrica;
 esplintagem dos dentes com mobilidade.

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PREPARO DOS DENTES PARA RECEBER OS APOIOS
Os apoios, em PPR, são responsáveis pelo suporte do aparelho, alojando-se em cavidades
especialmente preparadas, denominadas nichos ou descanso.6 Os nichos, assim como os
apoios, recebem a mesma denominação, de acordo com a sua localização.

TIPOS DE APOIOS
A seguir, são apresentados três tipos de apoios:
 apoio oclusal (simples, duplo ou geminado – Figuras 15-17).

Figura 15 – Apoio oclusal simples. Figura 16 – Apoio oclusal duplo. Figura 17 – Apoio oclusal gemi-
Fonte: Arquivo de imagens dos auto- Fonte: Arquivo de imagens dos auto- nado.
res. res. Fonte: Arquivo de imagens dos auto-
res.

 apoio lingual (cíngulo) (Figura 18).

Figura 18 – Apoio lingual.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

20 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


 apoio incisal (Figura 19).

Figura 19 – Apoio incisal.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

FUNÇÕES DO APOIO
São funções do apoio em uma PPR:
 transmitir as forças paralelas ao longo eixo dos dentes;
 limitar o assentamento (ou intrusão) do aparelho, fornecendo suporte à prótese;
 distribuir as forças para mais de um dente suporte (apoios geminados);
 manter ou restabelecer as relações oclusais entre os dentes antagonistas.

Segundo alguns autores,4,6,7,8 a importância de a transmissão da força por meio dos


apoios ser paralela ao longo eixo do dente reside no fato de existir uma fisiologia do ligamen-
to periodontal que deve ser preservada. Essa fisiologia está relacionada com a existência de
um sistema de sustentação denominado “sistema hidráulico de sustentação”.

Para que o sistema hidráulico de sustentação atue de maneira fisiológica, é necessário que
as forças incidam na direção do longo eixo, visto que 80% das fibras do ligamento
periodontal são oblíquas, fato que contribui para a manutenção do turn-over periodontal.

Para que o objetivo de transmissão da força seja alcançado de forma plena, torna-
se necessário o preparo da estrutura dental na qual o apoio vai se alojar.9

A primeira referência quanto à necessidade do apoio data de 1817, quando se


observou uma irritação ao redor dos dentes suporte onde os grampos traumatizavam
a margem gengival, o que levou à sugestão da confecção de uma pequena estrutura
metálica para impedir a intrusão da prótese.10 Posteriormente, em outro estudo, foi
apresentada uma técnica de confecção de grampos em que o apoio foi soldado à
estrutura do retentor e sugeriu-se que, nos dentes anteriores, fosse realizado também
um pequeno entalhe na região palatina para alojá-lo.11

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 21


A localização dos apoios deve sempre permitir uma direção de força axial,7 procurando
transformar as forças de pressão recebidas pelo dente em forças de tração, pois estas são
mais bem toleradas. No preparo dos nichos que vão receber os apoios, são consideradas de
grande importância a inclinação e a extensão, pois o nicho deve estar o mais perpendicular
possível em relação à parede pulpar do dente (Figura 20).

Figura 20 – Direcionamento da força por meio do


apoio.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

Assim, a localização dos apoios para dentes inclinados deve receber atenção especial
em virtude do próprio posicionamento do dente, pois a inclinação tende a direcionar a força
fora do longo eixo (Figura 21).

Figura 21 – Esquema da força aplicada fora do longo


eixo de um dente inclinado.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

22 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Para molares inferiores com inclinação disto-mesial, preconiza-se a colocação de um
apoio oclusal que se estende da face mesial até a crista marginal distal. Dessa forma, a força
mastigatória será transmitida para uma área mais extensa da superfície oclusal, englobando
o ponto de aplicação da força de resistência do dente e atuando axialmente ao seu longo
eixo12 (Figura 22).

Figura 22 – Extensão M-D do apoio em dentes inclina-


dos.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

Para molares inferiores com inclinação disto-mesial, outra opção é a confecção de


um apoio duplo, com o grampo circunferencial atingindo a área retentiva de distal
para mesial (Figuras 23-24).

Figura 24 – Foto oclusal de um apoio duplo e braço


de retenção D-M.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira e (24) Arquivo de
imagens dos autores.
Figura 23 – Esquema de apoio duplo e a inversão da
direção do grampo de retenção (D-M).
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira e (24) Arquivo de
imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 23


É preciso lembrar que os preparos podem ser realizados em esmalte, restaurações metálicas
fundidas ou resinas compostas, devendo ser a sua confecção evitada sobre cimentos iono-
méricos ou mesmo em exposições dentinárias. Também não é indicado o uso de anestesia
nesse tipo de preparo, pois a sensibilidade do paciente serve de guia para evitar desgastes
exagerados.

9. Analise as afirmativas sobre os preparos específicos dos dentes suporte para PPR.
I – O preparo dos dentes suporte visa essencialmente a um correto assentamento da
prótese, objetivando estabilidade, retenção, suporte e estética.
II – Os preparos são, na verdade, alterações na anatomia dentária, sejam por desgaste
ou acréscimo de material, visando a um melhor posicionamento dos grampos e
apoios.
III – Os preparos podem ser divididos em preparo dos dentes para receber apoios, preparo
dos dentes para receber os grampos e preparo de raízes residuais.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a III.
Resposta no final do artigo

10. Sobre os apoios em PPR, é correto afirmar que


A) são responsáveis pelo suporte do aparelho, alojando-se em cavidades naturais
dentinárias denominadas nichos ou descanso.
B) existem apenas dois tipos de apoio: oclusal (simples, duplo ou geminado) e lingual
(cíngulo).
C) entre as funções dos apoios, estão: transmitir as forças paralelas ao longo eixo dos
dentes, propiciar o assentamento (ou intrusão) do aparelho, fornecendo suporte à
prótese, e limitar as forças no dente suporte.
D) para que o objetivo de transmissão da força seja alcançado de forma plena, nem
sempre é necessário o preparo da estrutura dental na qual o apoio vai se alojar.
Resposta no final do artigo

24 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


11. Explique o “sistema hidráulico de sustentação”.

12. A localização dos apoios deve sempre permitir uma direção de força axial, procurando
transformar as forças de pressão recebidas pelo dente em forças de tração, pois estas
são mais bem toleradas. Nesse sentido, o que é considerado de grande importância no
preparo dos nichos que vão receber os apoios?

CARACTERÍSTICAS DOS NICHOS

Nichos oclusais
O preparo dos nichos oclusais é realizado em fóssulas próximo-oclusais de dentes posteriores
(Figura 25).

Figura 25 – Esquema de nichos oclusais nas fóssulas


proximais.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 25


Brocas utilizadas
Apesar de não haver um consenso quanto à forma e o tamanho das brocas utilizadas para a
confecção de nichos, utilizam-se as brocas diamantadas preconizadas por Bonfante, espe-
cialmente para preparo de nichos oclusais. A forma é tronco-cônica, com uma ponta ativa
reta de 2,4mm, de modo que ela, por si só, já fornece uma parede pulpar plana e a
expulsividade das paredes laterais (Figura 26).

Figura 26 – Brocas utilizadas na confecção de nichos.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Nichos preparados em esmalte


O local mais apropriado para a realização dos apoios oclusais é sobre esmalte, apesar
de a técnica ser um tanto “invasiva”, já que nichos realizados sobre restaurações pouco
profundas correm o risco de expor o material forrador, o que invariavelmente levaria à subs-
tituição da restauração.

Os nichos localizados em esmalte hígidos não são susceptíveis a cáries, como se


costuma comentar, desde que o paciente mantenha uma boa higienização (Figuras
27-28).

Figura 27 – Nicho oclusal (vista oclusal). Figura 28 – Forma de utilização da broca para pre-
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. paro do nicho oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

26 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Visto pelo ângulo oclusal, o nicho localiza-se na face mesial ou distal, tendo a forma de um
triângulo de vértices arredondados, com base voltada para a crista marginal e um dos vértices
para o centro da coroa dental. Ocupa a região da fóssula oclusal proximal, tendo como
extensão média 1/3 da distância mesiodistal e 1/3 entre as cúspides vestibular e lingual (Figura
29).

Figura 29 – Local apropriado para a realização do nicho oclusal.


Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

Espessura dos apoios oclusais


Dependendo do arco antagonista, um nicho oclusal deverá ter pelo menos de 1 a 1,5mm de
profundidade quando não houver antagonista e 1,5 a 2mm na presença de antagonista,
sendo que, na crista marginal, a profundidade deverá ser um pouco mas pronunciada
do que no centro do dente, evitando-se, assim, quaisquer ângulos que se formem durante
o procedimento.

A parede pulpar deverá ser plana e perpendicular ao longo eixo do dente para que toda a
força oclusal seja distribuída uniformemente sobre o periodonto. Já as paredes circundantes
devem apresentar-se com ligeira expulsividade para a face oclusal.

Durante a confecção do nicho oclusal, devem-se evitar paredes paralelas ou conver-


gentes (Figura 30).

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 27


Figura 30 – Confecção do nicho oclusal.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A espessura ideal do apoio é determinada pela profundidade do preparo e pela


oclusão. Assim, deverá ser checada nos modelos diagnósticos montados em articu-
lador.13

Ângulos
Os ângulos axio-pulpares não devem ser agudos e sim arredondados, pois o metal não
copia esses ângulos. O ângulo estabelecido entre o conector maior e o apoio deverá ser de
aproximadamente 90º. Ângulos maiores poderão deixar a prótese e o dente como dois planos
inclinados justapostos, e ângulos exageradamente menores do que 90º poderão causar um
desequilíbrio na decomposição das forças.

Apoios geminados
Nos casos em que houver a necessidade de confeccionar nichos em dentes adjacentes (apoios
oclusais geminados) e, a partir destes, houver braços de grampos que cruzem a superfície
oclusal para atingir as faces vestibular e lingual (grampos geminados), sua anatomia deve ser
alterada, abrindo-se uma “passagem” para os grampos e evitando-se, assim, que o metal
fique sobre a cúspide, interferindo na oclusão (Figura 31).

Figura 31 – Esquema ilustrativo de nicho oclusal


geminado.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

28 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Após a confecção dos nichos, recomenda-se a aplicação de um verniz fluoretado
para a remineralização do tecido removido, minimizando uma possível sensibilidade
pós-operatória, e um acabamento com brocas de granulação média e fina. Também
um polimento com taça de borracha e pasta de polimento deverá ser realizado a
fim de diminuir os riscos de instalação de um processo carioso.

Preparo de nichos oclusais em padrão de cera


O técnico que irá confeccionar a coroa protética deverá ser informado quando houver a
necessidade de esta ser um pilar de prótese removível (coroa fresada). Assim, os nichos para
apoios oclusais que serão incorporados às restaurações deverão ser preparados nos modelos,
removendo-se a cera na região correspondente ao apoio e evitando-se o desgaste nas coroas
já prontas, o que poderia levar à fratura da cerâmica ou mesmo causar perfurações nela.

A localização do apoio oclusal deverá ser conhecida antes de se iniciar a preparação


da coroa a fim de que haja espaço suficiente para o preparo do nicho, ou seja, deve-
se aumentar a quantidade de preparo no lado em que for ficar o nicho para que
haja espaço suficiente para ele.

Geralmente, os apoios oclusais feitos em coroas ou restaurações são mais extensos e


profundos do que aqueles preparados em esmalte, tendo, no mínimo, 2mm de profundida-
de, independentemente do arco antagonista (Figuras 32 e 33)

Figura 32 – Nicho oclusal geminado confeccionado Figura 33 – Coroa fresada em cera.


sobre restauração de amálgama. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 29


Macroapoios
Para os casos em que os molares inferiores encontram-se semierupcionados, com anomalias
congênitas, inclinados ou com a superfície oclusal desgastada (seja esse desgaste fisiológico
ou não) e, com isso, sem contato com dente antagonista, recomendam-se apoios oclusais
que não exijam desgaste. Confecciona-se “quase” uma coroa total metálica inserida na estru-
tura da PPR, restabelecendo a oclusão com o dente antagonista e, muitas vezes, devolvendo
uma contenção cêntrica.14 Esse procedimento é conhecido como “macroapoio” (Figuras
34-36).

Figura 34 – Coroa fresada fundi- Figura 35 – Dentes inferiores em Figura 36 – Coroa total na arma-
da. infraoclusão. ção da PPR servindo como macro-
Fonte: Prof. José Fernando S. Lopes. Fonte: Prof. José Fernando S. Lopes. apoio.
Fonte: Prof. José Fernando S. Lopes.

Nichos linguais
Nos dentes anteriores, preparos para apoios podem ser realizados nas faces incisais e linguais
(cíngulo). Ao se considerar que o dente no alvéolo funciona como uma alavanca interfixa,
com seu ponto de fulcro aproximadamente no limite entre o terço médio e o terço apical da
raiz, o preparo sobre o cíngulo leva uma grande vantagem biomecânica em relação ao apoio
incisal, que apresenta o pior prognóstico quanto a tal característica, pois, nele, a força sem-
pre estará dirigida para fora do longo eixo. Assim, esse descanso deve ser preparado na face
lingual, região do cíngulo, com formato aconcavado e profundidade suficiente para garantir
o correto direcionamento das forças para o longo eixo dos dentes suporte.15

Preparo de nichos linguais


O preparo de nichos linguais deve ser feito na região do cíngulo, alongado no sentido mesio-
distal e dirigido para o centro do dente, sempre buscando a distribuição de cargas no
sentido do longo eixo. O desgaste deve ser feito com pontas cilíndricas ou tronco-cônicas
diamantadas, em alta rotação, tomando-se o cuidado para não tornar o esmalte tão irregular
que chegue a interferir no assentamento da prótese.

30 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


O nicho deve ser preparado como se a inserção da PPR fosse descrita em uma
trajetória paralela à vertente lingual.20,21,22,23

De acordo com a literatura, o assoalho do preparo deve descrever um ângulo agudo em


relação ao longo eixo do dente, condição que garantiria a efetividade do apoio. Quanto à
profundidade do nicho lingual, a literatura não mostra um consenso. Alguns autores3,24 afirmam
que a profundidade decorre da necessidade de se prover uma espessura suficiente para que
o apoio resista mecanicamente enquanto sua morfologia possa garantir uma fixação eficiente.
No entanto, não indicam valores específicos. Outros autores recomendam um desgaste com
profundidade entre 1,0 a 1,5mm22,25,26 (Figuras 37-39A-B).

Figura 37 – Broca posicionada para confecção do Figura 38 – Nicho lingual.


nicho lingual. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 39 – A) Superfície lingual


antes e B)após a confecção do ni-
cho.
A B Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 31


A tentativa de se aproveitar a face lingual nos suportes anteriores sem o devido
preparo inevitavelmente redunda no seu comprometimento de forma iatrogênica.16

Porém, se, por um lado, a localização dos apoios no cíngulo representa indiscutivelmente
vantagens biomecânicas e estéticas, essa área poucas vezes apresenta uma morfologia
favorável, principalmente nos caninos e incisivos inferiores. Assim, restaurações indiretas17
ou diretas (resina composta) fazem-se necessárias para que o apoio da PPR alcance um “descan-
so” de forma satisfatória.18 Além disso, a profundidade de um nicho lingual não deve ser
inferior a 0,5mm para que sua forma e resistência sejam apropriadas, já que a espessura
média do esmalte nessa região é de 0,46mm.19

Aumento do cíngulo com restauração direta


Algumas vezes, há dentes anteriores que não apresentam uma morfologia favorável
para um preparo direto na região do cíngulo, como ocorre em caninos e incisivos inferiores
ou dentes anteriores que apresentam um severo desgaste da região palatina por degradação
do esmalte resultante de soluções químicas (erosão). Sem essa forma conveniente, um dos
recursos seria uma restauração direta com resina composta nessa região, aumentando a
área e possibilitando, assim, um preparo que fosse conveniente do ponto de vista biomecânico.

Acentuando-se o cíngulo na escultura, o assoalho do nicho poderá ser inclinado para o


centro do dente (perpendicular ao longo eixo). Forma-se, dessa maneira, um nicho que propor-
ciona um apoio efetivo quanto à biomecânica, além de estético. Assim, a armação da PPR é
construída a fim de preencher a continuidade da superfície lingual de tal forma que a língua
esteja em contato com uma superfície lisa sem que o paciente sinta porções volumosas ou
irregulares (Figuras 40-43A-B).

Figura 40 – Ausência de cíngulo para confecção de


nicho lingual.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

32 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


A B

Figura 41 – A) Modelo mostrando ausência de cíngulo e B) após enceramento.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

C D

Figura 42 – Aumento dos cíngulos em resina com-


posta.
E Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 33


A B

Figura 43 – A) Conformação da infraestrutura copiando a conformação do cíngulo e B) a mesma sobre o


modelo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Aumento do cíngulo com restauração indireta


Outra maneira de obter-se uma conformação favorável da superfície lingual de um dente
anterior para a confecção do nicho lingual é por meio de restaurações indiretas. Nesse
caso, faz-se um pequeno desgaste na superfície dentária e reconstitui-se o cíngulo com
resina acrílica do tipo Duralay, verificando sua espessura. Posteriormente, essa estrutura será
fundida e cimentada com cimento resinoso à superfície dentária (Figuras 44A-C).

A B C

Figura 44 – A-C) Aumento do cíngulo com restauração indireta.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Nicho incisal
Embora bastante divulgado na literatura, o apoio incisal vem sendo cada vez menos
utilizado, pois, do ponto de vista biomecânico, é o que acarreta piores resultados aos dentes
pilares em função da localização em que fica sobre a superfície dentária (ângulo próximo-
incisal). Dessa forma, a força incidente jamais é transmitida em direção ao fulcro do dente,
mas sim longe dele (Figura 45).

34 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Figura 45 – Esquema ilustrativo da força incidente
no nicho incisal (seta azul) fora do longo eixo.
Fonte: Atlas de Prótese Parcial Removível. Prof. Dr. Reynaldo
Todescan.

Por razões estéticas, os nichos incisais deveriam ser indicados somente para o arco
inferior (ver Figura 45 e Figuras 46-48).

Figura 46 – Nichos incisais. Figura 47 – Modelo com nichos Figura 48 – Apoios incisais em
Fonte: Arquivo de imagens dos auto- incisais. dentes inferiores.
res. Fonte: Arquivo de imagens dos auto- Fonte: Arquivo de imagens dos auto-
res. res.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 35


13. Sobre as características dos nichos, é INCORRETO afirmar que
A) o nicho oclusal é um preparo realizado em fóssulas próximo-oclusais de dentes poste-
riores.
B) apesar de não haver um consenso quanto à forma e tamanho das brocas utilizadas
para a confecção de nichos, utilizam-se as brocas diamantadas preconizadas por
Bonfante especialmente para preparo de nichos oclusais.
C) o local mais apropriado para a realização dos apoios oclusais é sobre esmalte, já que
a técnica não é invasiva.
D) os nichos localizados em esmalte hígidos não são susceptíveis a cáries, como se
costuma comentar, desde que o paciente mantenha uma boa higienização.
Resposta no final do artigo

14. Quais são o formato e as dimensões ideais para um apoio oclusal?


A) Forma arredondada com 1/4 das distâncias MD e VL.
B) Forma triangular com 1/4 das distâncias MD e VL.
C) Forma arredondada com 1/3 das distâncias MD e VL.
D) Forma triangular com 1/3 das distâncias MD e VL.
Resposta no final do artigo

15. Qual deve ser a espessura dos apoios oclusais? Justifique sua resposta.

16. Em relação aos preparos protéticos dos dentes pilares de uma PPR, o que são os macroa-
poios?

36 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


17. Analise as afirmativas sobre o preparo dos nichos linguais.
I – O preparo deve ser feito na região do cíngulo, alongado no sentido mesiodistal e
dirigido para o centro do dente, evitando a distribuição de cargas no sentido do
longo eixo.
II – O desgaste deve ser feito com pontas cilíndricas ou tronco-cônicas diamantadas, em
baixa rotação, tomando-se o cuidado para não tornar o esmalte tão irregular que
chegue a interferir no assentamento da prótese.
III – O nicho deve ser preparado como se a inserção da PPR fosse descrita em uma trajetória
perpendicular à vertente lingual.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo

18. Algumas vezes, os dentes anteriores não apresentam uma morfologia favorável a um
preparo direto na região do cíngulo. Como proceder nessas situações?

19. Em uma PPR, do ponto de vista biomecânico, qual é o apoio mais e o menos efetivo,
respectivamente?
A) Incisal e oclusal.
B) Oclusal e incisal.
C) Incisal e lingual.
D) Lingual e oclusal.
Resposta no final do artigo

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 37


PREPARO DOS DENTES PARA RECEBER GRAMPOS
Os grampos ou retentores são os elementos da PPR responsáveis pela sua retenção, asseguran-
do uma posição de estabilidade da peça protética e impedindo o seu deslocamento
durante os atos habituais do paciente, como mastigação, deglutição e fonação. Podem ser
classificados de acordo com a Figura 49.

Intra-coronário Encaixes de precisão


e de semi-precisão
Sistemas de
retenção
Encaixes de precisão
e de semi-precisão
Extra-coronário Circunferenciais

Sistemas
de grampos
Ação de ponta

Figura 49 – Esquema dos sistemas de retenção de uma PPR.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Nos casos dos retentores extracoronários, para que um grampo seja efetivo, é necessário
que a sua ponta ativa esteja localizada em uma área retentiva. Portanto, para a PPR, a retenção
é uma propriedade dada pela ponta ativa do braço de retenção, a qual deve se alojar em uma
área mais cervical em relação ao equador protético. Isso torna possível ao grampo resistir às
forças que tendem a deslocá-lo em direção contrária ao eixo de inserção gengivo-oclusal
(Figura 50).

Figura 50 – Ponta ativa do grampo de retenção em


uma área mais cervical ao equador protético.
Rígido Semi-rígido Flexível Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

38 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Os grampos podem atingir as áreas retentivas dos dentes suporte, agindo de duas
maneiras distintas: por abraçamento e por tropeçamento.

AÇÃO DOS GRAMPOS

Ação de abraçamento

Os grampos com ação de abraçamento são constituídos de braço de retenção,


braço de oposição, apoio oclusal e conector menor. Têm esse nome por abraçar o
dente em quase toda a sua circunferência, envolvendo uma área maior do que
180°. São os grampos semicircunferenciais (dentes posteriores) e os chamados gram-
pos Y (dentes anteriores), cujos braços partem do apoio oclusal em direção cervical
(Figuras 51-53).

Braço de Braço de
retenção oposição

Figura 51 – Retentor com ação de


abraçamento.
Fonte: (51) Prof. José Luiz Góes de Oli-
veira e (52-53) Arquivo de imagens dos
autores.

Figura 52 – Grampo cirunferen- Figura 53 – Grampo Y.


cial. Fonte: (51) Prof. José Luiz Góes de Oli-
Fonte: (51) Prof. José Luiz Góes de Oli- veira e (52-53) Arquivo de imagens dos
veira e (52-53) Arquivo de imagens dos autores.
autores.

Ação de tropeçamento

Os grampos com ação de tropeçamento são de torção ou ação de ponta (grampos


de Roach), e seus braços partem diretamente da sela até alcançar a área retentiva,
agindo no sentido contrário ao dos circunferenciais. Os tipos mais comuns são os
grampos T e I (Figuras 54-55).

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 39


Figura 54 – Grampo de ação de ponta T. Figura 55 – Grampo de ação de ponta I.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

AVALIAÇÃO DAS ÁREAS RETENTIVAS


Independentemente da ação do grampo, os dentes suporte devem apresentar uma área
retentiva adequada. Isso pode ser verificado com o modelo posicionado na platina do
delineador (Figura 56).

Figura 56 – Modelo posicionado na platina do de-


lineador.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Posteriormente, a ponta analisadora é posicionada, sendo que uma retenção adequada é


verificada quando a ponta ativa toca sua haste na área de maior convexidade (equador do
dente) e a ponta toca a região cervical (Figura 57).

40 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Figura 57 – Haste posicionada mostrando retenção
adequada no dente pilar.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Quando somente a haste toca o dente, este apresenta muita retenção (Figura 58),
ao passo que, se somente a ponta da haste tocar a cervical do dente, este não
apresenta retenção alguma (Figura 59).

Figura 58 – Dente inclinado mostrando excesso de Figura 59 – Dente inclinado mostrando falta de re-
retenção. tenção.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Para os casos em que somente a haste toca o dente e em que somente a ponta da haste toca
a cervical do dente, existe a necessidade de alterações dentárias para que a PPR apresente
um eixo de inserção com um mínimo de interferência e, ao mesmo tempo, uma retenção
satisfatória a fim de que não se desloque frente aos esforços funcionais.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 41


ÁREAS DE MUITA RETENÇÃO
Quando existem áreas de muita retenção, deve-se “diminuir” as áreas retentivas para
que a PPR tenha um eixo de inserção com um mínimo de interferência. Isso pode ser feito de
duas maneiras:
 desgaste dos dentes;
 alteração no posicionamento do braço de retenção.

Desgaste dos dentes


Como citado anteriormente, é normal a inclinação de dentes em pacientes parcialmente
edentados. Porém, essa inclinação pode ser tão grande a ponto de formar áreas de retenção
exagerada que, mesmo nas tentativas de modificação do plano de inserção feitas no
delineador, não se consegue eliminar.

Como resultado, pode-se ter os grampos muito próximos da superfície oclusal, o


que é prejudicial em virtude do braço de alavanca que provocam. Nesse caso, é
aconselhável a confecção de slices ou pequenos desgastes realizados no esmalte
superficial para que superfícies paralelas sejam criadas, facilitando a entrada e a
remoção da peça protética.

Os desgastes realizados no esmalte superficial têm como função criar planos de orientação
(planos-guias) que podem ser definidos como superfícies dentais paralelas entre si, propiciando
uma única direção de inserção para a prótese removível, proporcionando maior estabilidade
e tornando a retenção do grampo mais efetiva (Figuras 60 e 61).

Figura 60 – Ilustração de molar inclinado e a área a Figura 61 – Após o desgaste, confecciona-se um pla-
ser desgastada. no-guia que irá facilitar a entrada e a saída da prótese.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

As alterações da anatomia dental por desgaste podem também ser utilizadas para tornar
o contorno dental mais favorável em determinadas situações, como:
 áreas retentivas proximais muito pronunciadas em que o “espaço morto” se torne um
problema estético ou proporcione impacção alimentar;

42 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


 equador protético muito próximo da superfície oclusal, fazendo com que o grampo
fique em área expulsiva ou interferindo nas funções oclusais;
 dentes ligeiramente mal posicionados ou com pequenas anomalias de contorno, que
podem ser “realinhados” com pequenos desgastes (Figuras 62-66).

Figura 62 – Dentes molares inclinados. Figura 63 – Desgaste da porção inclinada com broca
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. diamantada cilíndrica.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 64 – Plano-guia (desgaste) realizado. Figura 65 – Confecção do nicho oclusal após a realiza-
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. ção do plano-guia.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 66 – Plano-guia e nicho oclusal.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 43


Os desgastes realizados para “realinhar” dentes ligeiramente mal posicionados ou
com pequenas anomalias de contorno diminuirão as situações desfavoráveis e, depen-
dendo do tipo exigido, deverão ser realizados paralelamente ao eixo de inserção
pré-selecionado.

Evidentemente que o desgaste em alta rotação sem nenhuma orientação não assegura
o paralelismo desejado. Quando a inclinação do dente é mínima e, consequentemente, o
desgaste a ser realizado também, pode-se fazê-lo tomando-se o cuidado de manter a ponta
diamantada com a mesma inclinação da haste vertical do delineador em relação ao modelo.
Porém, quando a inclinação do dente é tamanha que seja preciso desgastar sobremaneira o
elemento dentário, a utilização de um guia faz-se necessária. O guia pode ser confecciona-
do em resina acrílica, no modelo montado sobre a platina do delineador, já com o plano de
inserção definido.

Isola-se o dente com vaselina ou isolante de gesso e coloca-se a resina acrílica,


deixando ocorrer a polimerização. Com uma fresa montada paralela à haste vertical
do delineador, desgasta-se a resina e a porção do dente inclinado no modelo até a
faca analisadora ficar paralela à superfície dentária. Em seguida, leva-se esse guia à
boca, encaixando-o no dente a ser desgastado e, com uma ponta diamantada cilíndri-
ca, vai-se desgastando o dente até atingir o guia. Assim, tem-se um desgaste da
superfície dentária para que ela fique o mais paralela possível ao eixo de inserção da
prótese.

Cabe, ainda, salientar que os planos-guias determinam adequadamente um único eixo de


inserção nas próteses removíveis dentossuportadas (classes III e IV de Kennedy). Já nas próteses
dentomucossuportadas, além de favorecer o eixo de inserção, os planos guias servem para
alojar a placa distal (grampos API ou APT), que tem a função de estabilizar o dente pilar
próximo ao extremo livre. Ou seja, o plano-guia oferece vantagens, como:
 aumento da estabilidade – a superfície guia resiste ao deslocamento da prótese em
direção a outro plano durante a inserção e remoção da mesma;
 reciprocidade – a superfície guia mantém um contato contínuo com o dente natural e
o dente da prótese;
 prevenção da deformação do grampo – um único plano de inserção facilita a utilização
por parte do paciente, além de aumentar a sobrevida da prótese, pois evita a flexão
do grampo cada vez que esta é deslocada.8,27

Alteração no posicionamento do braço de retenção


Não é incomum encontrarem-se molares inferiores isolados com inclinação tanto no sentido
disto-mesial como vestibulolingual. Principalmente nesse último caso (inclinação V-L), os dentes
apresentam-se com área retentiva pelo lado lingual e nenhuma retenção pela face vestibular
(Figura 59). Nessa situação, haveria a necessidade de um desgaste do elemento dental

44 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


extremamente invasivo a ponto de recolocar o dente em uma posição mais favorável do
ponto de vista biomecânico.

Uma solução bastante simples é a inversão no posicionamento do grampo de reten-


ção, ou seja, colocar o braço de retenção na área retentiva (lingual) e o braço de
oposição na área expulsiva (vestibular) (Figura 67).

Figura 67 – Confecção de plano-guia com um cas-


quete de resina sobre um modelo acoplado no deli-
neador.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

20. Sobre o preparo dos dentes para receber grampos, é correto afirmar que
A) os grampos ou retentores são os elementos da PPR responsáveis pela sua retenção,
assegurando uma posição de estabilidade da peça protética e impedindo o seu deslo-
camento durante os atos habituais do paciente, como mastigação, deglutição e fo-
nação.
B) nos casos dos retentores extracoronários, para que um grampo seja efetivo, é necessá-
rio que a sua ponta ativa não esteja localizada em uma área retentiva.
C) para a PPR, a retenção é uma propriedade dada pela ponta ativa do braço de retenção,
a qual deve se alojar em uma área menos cervical em relação ao equador protético.
D) os grampos podem atingir as áreas retentivas dos dentes suportes, agindo de uma
única maneira.
Resposta no final do artigo

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 45


21. Explique a ação de abraçamento dos grampos.

22. Quais são os grampos de retenção indicados para os dentes pilares próximos ao extremo
livre (classes I e II de Kennedy)?
A) Circunferenciais.
B) T e I.
C) Ottolengui.
D) Y.
Resposta no final do artigo

23. Analise as afirmativas sobre a avaliação das áreas retentivas.


I – Independentemente da ação do grampo, os dentes suporte devem apresentar uma
área retentiva adequada. Isso pode ser verificado com o modelo posicionado na
platina do delineador.
II – Uma retenção adequada é verificada quando a ponta ativa toca sua haste na área de
maior convexidade (equador do dente) e a ponta toca a região cervical.
III – Quando somente a haste toca o dente, este não apresenta retenção alguma, ao
passo que, se somente a ponta da haste tocar a cervical do dente, este apresenta
muita retenção.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I e a III.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a II.
D) Apenas a III.
Resposta no final do artigo

24. Que procedimentos podem ser utilizados para diminuir as áreas retentivas a fim de que
a PPR tenha um eixo de inserção com um mínimo de interferência?

46 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


25. As alterações da anatomia dental por desgaste podem também ser utilizadas para tornar
o contorno dental mais favorável em determinadas situações. Quais são elas?

26. Sobre o desgaste dos dentes, é INCORRETO afirmar que


A) o desgaste em alta rotação e sem nenhuma orientação não assegura o paralelismo
desejado.
B) quando a inclinação do dente é mínima e, consequentemente, o desgaste a ser
realizado também, pode-se fazê-lo tomando o cuidado de manter a ponta diamantada
com a mesma inclinação da haste vertical do delineador em relação ao modelo.
C) quando a inclinação do dente é tamanha que é preciso desgastar sobremaneira o
elemento dentário, a utilização de um guia é desnecessária.
D) o guia pode ser confeccionado em resina acrílica, no modelo montado sobre a platina
do delineador, já com o plano de inserção definido.
Resposta no final do artigo

ÁREAS DE POUCA RETENÇÃO


É comum ocorrer ausências de áreas retentivas, seja pelo mau posicionamento do dente
ou por perda da estrutura dentária (Ex: erosão, abrasão, atrição, abfração). Em algumas
situações, é possível obter-se áreas retentivas nos dentes suportes modificando o eixo de
inserção. Porém, nem sempre essa possibilidade é viável. Assim, pode-se conseguir uma área
retentiva por quatro maneiras:
 gengivectomia/gengivoplastia;
 confecção de pequenos desgastes (dimples);
 alteração da anatomia dentária com restaurações diretas;
 confecção de coroas protéticas.

Gengivectomia/gengivoplastia
Uma situação bastante frequente é a presença de dentes pilares estratégicos para a colocação
de grampos que se encontram em uma posição desfavorável. Terceiros molares semierupciona-
dos inferiores são os maiores exemplos. Nesses casos, há a necessidade de remoção cirúrgi-
ca da gengiva, com ou sem osteotomia, para que haja o aumento da coroa clínica e, assim,
tenha-se uma área retentiva adequada para a acomodação da ponta do grampo de retenção,
sem que este venha a interferir no periodonto de proteção (gengiva) (Figuras 68 e 69).

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 47


Figura 68 – Grampo de retenção alojado na superfície Figura 69 – Cirurgia periodontal para aumento de
lingual e braço de oposição na vestibular do molar. coroa clínica.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Confecção de pequenos desgastes (dimples)

Outra técnica para aumentar a retenção em dentes com pouca área retentiva é a
confecção de dimples. Nesse caso, não é a adição de material, mas sim um desgaste
em forma de concavidade ou canaleta que é realizado próximo à superfície cervical
da coroa, preparado com uma ponta esférica (número 1014 ou 1015 da Sorensen)
e apresentando profundidade de, aproximadamente, 1/3 do seu diâmetro ou 0,4mm.

A superfície interna do grampo, por sua vez, apresenta uma pequena saliência correspon-
dente ao preparo, no qual se aloja quando a estrutura metálica estiver adaptada, promovendo
a retenção da prótese (Figura 70).

Figura 70 – Ilustração do desgaste na superfície ves-


tibular.
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

48 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


A utilização do dimple não traz maiores comprometimentos estéticos, além da própria
presença do grampo, o que permite sua utilização em dentes anteriores. Como inconveniente,
além do desgaste dental, pode-se citar a dificuldade, muitas vezes, de reproduzir, de maneira
fiel, esse desgaste, tanto no molde como no modelo mestre (Figuras 71-72).

Figura 71 – Desgaste (dimple) indicado com a seta. Figura 72 – Dimple reproduzido no modelo (seta).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Alteração da anatomia com restaurações diretas


Em algumas situações, pode-se alterar a anatomia dental por meio de restaurações
diretas. É o caso, por exemplo, de dentes íntegros, com coroas de tamanho normal, mas
com deficiência de área retentiva. Esta poderá ser obtida por meio de uma restauração de
resina composta classe V, pois, além de proporcionar estética favorável, é uma técnica não
invasiva, uma vez que a união dente/resina é obtida mediante ataque ácido e uso de adesivos
dentinários. Essa alternativa permite também selecionar o local onde se deseja criar reten-
ção adicional, pois permite alojar o grampo em uma região que favoreça tanto a biomecânica
quanto a estética (Figuras 73-76).

Figura 73 – Haste do delineador posicionada mos- Figura 74 – Área demarcada mostrando o aumento
trando dente com falta de área retentiva. da convexidade do dente.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 49


Figura 75 – Grampos de retenção posicionados cor- Figura 76 – Ilustração do aumento da área retentiva
retamente em área retentiva. por acréscimo de material.
Fonte: (75) Arquivo de imagens dos autores e (76) Prof. José Fonte: (75) Arquivo de imagens dos autores e (76) Prof. José
Luiz Góes de Oliveira. Luiz Góes de Oliveira.

Confecção de coroas protéticas


Muitas vezes, o paciente apresenta-se nas clínicas odontológicas para a realização de tratamen-
to reabilitador, e o mais indicado é uma PPR. Porém, como já mencionado, as condições dos
dentes suporte são de primordial importância no planejamento e elaboração da prótese.

Não raro, observam-se casos de dentes com extensas restaurações ou mesmo raízes remanes-
centes com suporte periodontal satisfatório que necessitam de coroas protéticas antes da
confecção da PPR. São as chamadas coroas fresadas, ou seja, coroas totais metálicas ou
metalocerâmicas projetadas para receber uma PPR posteriormente (Figura 77).

Figura 77 – Coroa metalocerâmica fresada no dente


pré-molar.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Grampos de oposição
Considerando que, na maioria das vezes, os grampos de retenção estão alojados na face
vestibular do dente e exercem uma força no sentido V-L todas as vezes em que a PPR é
ativada, é fundamental a presença de um grampo de oposição, alojado na face lingual.

50 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Diferentemente do braço de retenção, que apresenta uma extremidade flexível, o
braço de oposição é um componente rígido e, por isso, deve estar localizado em
uma área do dente não convexa, ou seja, não retentiva.

Outro aspecto importante quanto às alterações bucais necessárias para um perfeito relaciona-
mento da estrutura da PPR com os dentes é o preparo de planos-guias, ou seja, um desgaste
ou nivelamento dessas superfícies convexas, fazendo com que a prótese tenha capacidade
de deslizar suavemente para o seu lugar sem exercer força lateral ao dente suporte (Figura
78). Uma prótese assim confeccionada terá uma inserção e remoção suave, transmitindo
uma tensão mínima aos dentes, enquanto estes se acomodam no alvéolo por meio da elasti-
cidade das fibras do ligamento periodontal.28,29,30

Figura 78 – Ilustração da ação do grampo de oposição


sobre uma área plana (indicada pela seta).
Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

A confecção de planos-guias para o braço de oposição traz algumas vantagens, como:


 aumento da estabilidade, já que a superfície guia resiste ao deslocamento da prótese
em direção a outro plano durante a inserção e remoção da peça;
 reciprocidade, pois a superfície guia mantém um contato contínuo com o dente, desde
o primeiro toque até o total assentamento da prótese;
 prevenção da deformação do grampo, que, por ser rígido, não poderia se fletir durante
a inserção e remoção da prótese.

[lembrar] Os preparos podem ser realizados diretamente no dente.

O desgaste deverá estender-se verticalmente por, aproximadamente, 3mm e estar afasta-


do da margem gengival tanto quanto possível. Para tal, utiliza-se uma broca diamantada
cilíndrica em alta rotação, devendo-se remover não mais do que 0,5mm de esmalte, o que
não pode ser feito em um plano inclinado (Figura 79).

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 51


Figura 79 – Desgaste em dente de uma convexidade
criando uma área plana para o braço de oposição.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Os desgastes na superfície lingual também poderão ser realizados durante a confec-


ção de coroas metalocerâmicas fresadas (Figuras 80A-D).

A B

C D

Figura 80 – Coroa fresada com plano-guia na superfície lingual favorecendo a ação do braço de oposição.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

52 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


27. Sabendo que é comum ocorrer ausências de áreas retentivas, seja pelo mau posiciona-
mento do dente ou por perda da estrutura dentária, como é possível obtê-las nos dentes
suporte?

28. O que são dimples?


A) Tipos de apoio.
B) Grampos de retenção.
C) Desgastes realizados nos dentes pilares.
D) Coroas protéticas.
Resposta no final do artigo

29. O que é coroa fresada e qual é sua relação com os preparos protéticos dos dentes pilares
de uma PPR?

30. Analise as afirmativas sobre os grampos de oposição.


I – Considerando que, na maioria das vezes, os grampos de retenção estão alojados na
face vestibular do dente e exercem uma força no sentido V-L todas as vezes que a
PPR é ativada, é fundamental a presença de um grampo de oposição, alojado na
face lingual.
II – Como no braço de retenção, o braço de oposição é um componente rígido e, por
isso, deve estar localizado em uma área do dente não convexa, ou seja, não retentiva.
III – Outro aspecto importante quanto às alterações bucais necessárias para um perfeito
relacionamento da estrutura da PPR com os dentes é o preparo de planos guias, ou
seja, o nivelamento das superfícies lisas.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 53


Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo

31. Quais são as vantagens da confecção de planos guias para o braço de oposição?

RAÍZES RESIDUAIS
Algumas vezes, pacientes chegam aos consultórios ou clínicas de instituições de ensino com
raízes residuais que, a princípio, seriam extraídas. É lógico supor que dentes ou mesmo raízes
que não se apresentam em condições de aproveitamento deverão ser removidos o quanto
antes, como descrito anteriormente nos preparos prévios.

Quando existe a possibilidade da confecção de um núcleo metálico fundido ou


mesmo um núcleo de preenchimento e da construção de uma coroa protética (coroa
fresada) e posteriormente de uma PPR, este é, sem dúvida, o melhor tratamento
para raízes residuais.

Porém, em algumas situações, isso não é possível, principalmente por razões econômicas,
pois fatalmente acarretará um custo maior no tratamento, tornando-o inviável para o paciente.
Também quando as raízes apresentam reduzido suporte periodontal, está contraindicada
uma restauração protética sobre elas, principalmente utilizando-se núcleo metálico fundido
(Figuras de 81A-B a 84). Todavia, isso não seria motivo para a extração das raízes, já que
o seu aproveitamento traria inúmeros benefícios ao tratamento.

54 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Figura 81 – Ilustração de um dente com periodonto reduzido e com a raiz remanescente após seccionamento
coronário.
Fonte: Atlas de Prótese Parcial Removível. Prof. Dr. Reynaldo Todescan.

Figura 82 – Dente 21 com perda óssea e cárie. Figura 83 – Núcleo estojado cobrindo a raiz do dente
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. 21.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 84 – PPR sobre a raiz do dente 21.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 55


O aproveitamento das raízes traria inúmeros benefícios ao tratamento, principalmente quanto
à biomecânica da PPR, como aumento na retenção da peça, com consequente melhoria
na mastigação, retardamento na reabsorção óssea e manutenção da propriocepção perio-
dontal, visto que, preservando a raiz, mantêm-se o ligamento periodontal e o osso
alveolar.

Outra vantagem do aproveitamento de raízes sob próteses removíveis (totais ou


parciais) está na reversibilidade do tratamento, visto que, caso uma raiz se perca por
cárie ou fratura após o tratamento, poderá ser extraída, e a prótese reembasada,
sem que haja necessidade de substituir a peça e não onerando ainda mais o tratamen-
to.31,32,33

PREPARO DAS RAÍZES


Após tratamento endodôntico, prepara-se a raiz como se fosse receber um núcleo metálico
fundido. Porém, será construído um “núcleo estojado”, que nada mais é do que um núcleo
sem a parte coronária. Ele poderá ser construído diretamente na boca com a utilização de
resina acrílica ativada quimicamente (ex: resina Duralay) e posteriormente enviado ao técnico
para fundição.

Após os ajustes na boca, o núcleo será cimentado definitivamente com cimento de


fosfato de zinco ou ionômero de vidro.

Também com o intuito de reduzir custos, podem-se preparar as raízes e somente


vedar o orifício de entrada do conduto radicular com material restaurador (amálgama,
resina composta ou ionômero de vidro), deixando a superfície dentinária bem polida
e orientando o paciente quanto à higienização (Figuras 85 e 86).

Figura 85 – Incisivos inferiores com periodonto reduzido. Figura 86 – Raízes restauradas com resina composta.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

56 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


32. Justifique a seguinte afirmação: “quando existe a possibilidade da confecção de um
núcleo metálico fundido ou mesmo um núcleo de preenchimento e da construção de
uma coroa protética e posteriormente de uma PPR, este é, sem dúvida, o melhor tratamen-
to para essas raízes.”

33. Qual é a vantagem do aproveitamento de raízes sob uma PPR?


A) Não apresenta vantagens.
B) Somente estética.
C) Só é vantajoso caso seja confeccionado um núcleo e uma coroa protética sobre a
raiz.
D) Biomecânica.
Resposta no final do artigo

34. Sobre o preparo das raízes, é INCORRETO afirmar que


A) após tratamento endodôntico, prepara-se a raiz como se fosse receber um núcleo
metálico fundido. Porém, será construído um núcleo estojado, que nada mais é do
que um núcleo com a parte coronária.
B) o núcleo estojado poderá ser construído diretamente na boca com a utilização de
resina acrílica ativada quimicamente e posteriormente enviado ao técnico para fundi-
ção.
C) após os ajustes na boca, o núcleo estojado será cimentado definitivamente com
cimento de fosfato de zinco ou ionômero de vidro.
D) com o intuito de reduzir custos, podem-se preparar as raízes e somente vedar o
orifício de entrada do conduto radicular com material restaurador, deixando a superfí-
cie dentinária bem polida e orientando o paciente quanto à higienização.
Resposta no final do artigo

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 57


OBTENÇÃO DA CONTENÇÃO CÊNTRICA
Sabe-se que uma oclusão fisiológica é caracterizada por contatos entre os dentes posteriores
quando o paciente oclui (máxima intercuspidação habitual – MIH – ou relação de oclusão
cêntrica – ROC) e contatos entre os anteriores durante os movimentos excursivos da madíbula
(lateralidade e protrusão). É o princípio da oclusão mutuamente protegida.

A perda dos dentes posteriores (classe I) ou mesmo sua presença sem antagonistas fazem
com que se tenha uma situação em que o paciente apresenta perda da dimensão vertical
de oclusão (DVO), tendo um comprometimento de todo o sistema mastigatório no que diz
respeito à mastigação, deglutição, fonética e estética, além de uma sobrecarga muscular e
articular. Nessas condições, os dentes anteriores passam a oferecer um suporte mediante
contatos em uma oclusão habitual.

Não sendo adequados para a função de manutenção da DVO, os dentes anteriores podem
sofrer migração em direção à face vestibular (abertura em “leque”) e apresentar mobilida-
de, pois o tecido ósseo, nessa região, mostra-se extremamente delgado.

Os dentes anteriores, por serem unirradiculares, possuírem raízes curtas e cônicas e


uma posição oblíqua em relação ao plano oclusal, não são capazes, na maioria das
vezes, de resistir às forças oclusais.

Em algumas situações, observa-se um desgaste acentuado na região palatina dos dentes


anteriores superiores e na face incisal dos inferiores, sem grandes migrações. São os casos
em que existe maior condensação óssea na região vestibular.34 Nessas situações, uma das
maneiras de restabelecer uma DVO aceitável é por meio da modificação da forma dos
caninos (região do cíngulo) a fim de permitir que forças oclusais sejam transmitidas axialmente,
evitando contatos entre os demais dentes anteriores. Esse procedimento é conhecido como
“pré-molarização” do canino.

É obvio supor o porquê de o canino ser o dente escolhido para a função de manuten-
ção ou de restabelecimento da DVO: possui raiz longa (boa inserção periodontal) e
posição favorável no arco.35

MÉTODOS PARA OBTENÇÃO DA CONTENÇÃO CÊNTRICA

Coroas totais metalocerâmicas


Caso o paciente necessite de uma coroa fresada em um canino, nada mais satisfatório, bio-
mecanicamente, do que fazê-lo em forma de um pré-molar, o que traria as seguintes vantagens:
 estética inalterada;

58 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


 possibilidade de confecção de nichos oclusais, que transmitem de forma mais efetiva
a força axialmente ao periodonto;
 manutenção e/ou restabelecimento da contenção cêntrica e da DVO por meio de
dentes posteriores.

Estruturas adesivas
Pode haver dentes caninos hígidos, que devem ser preservados em vez de desgastados de
forma altamente invasiva, como acontece em um preparo para coroa total. Nesse caso, indica-
se uma modificação da face palatina a fim de receber uma estrutura semelhante a um
retentor de prótese adesiva. Essas estruturas podem ser obtidas diretamente nos dentes
caninos preparados, com resina quimicamente ativada (ex.: Duralay), e fundidas em uma liga
metálica (Ex: Ni-Cr, Cu-Al, Co-Cr).36

Assim como nos casos de uma coroa total, a estrutura adesiva deve permitir a possi-
bilidade da confecção de um nicho para o descanso do apoio da PPR. Sua fixação
deverá ser feita mediante uma cimentação adesiva, utilizando-se um cimento resinoso
(ex.: Panávia, Rely X) (Figuras 87-91).

Figura 87 – Oclusão mostrando DVO reduzida. Figura 88 – Desgaste na superfície do canino.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 59


Figura 89 – Confecção de estrutura em resina acrílica. Figura 90 – Estrutura fundida fixada com cimento
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. adesivo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 91 – Restabelecimento da DVO por meio da


pré-molarização do canino com uma estrutura adesi-
va.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Armação da prótese parcial removível


Quando os caninos são íntegros, pode-se conseguir uma estabilidade oclusal por intermédio
da própria estrutura da PPR. Nesse caso, há necessidade de enviar-se o modelo antagonista e
um registro intermaxilar juntamente com o modelo de trabalho a fim de possibilitar ao técnico
confeccionar a estrutura do canino pré-molarizada de uma forma correta para que não haja
interferências na oclusão. A desvantagem dessa técnica é que, quando o paciente retira a
PPR, remove também o componente de manutenção da DVO (Figuras 92 e 93).

60 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Figura 92 – Contenção confeccionada na própria Figura 93 – Contenção cêntrica restabelecida pela
armação da PPR (seta vermelha). armação da PPR.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Pré-molarização dos caninos com resina composta


Uma das técnicas de pré-molarização de canino mais simples e de baixo custo para o paciente
é a técnica direta com resina composta. O procedimento segue os mesmos passos de
uma restauração de dentes com resina composta, com isolamento absoluto, ataque ácido e
adesivo dentinário.

Utiliza-se uma resina composta aplicada de maneira incremental na região do cíngulo,


perfazendo a conformação de uma cúspide palatina, como um pré-molar. Em segui-
da, fazem-se o acabamento e o polimento da resina e confecciona-se o nicho (Figuras
de 94 a 98A-B).

Figura 94 – Falta de contenção cêntrica. Figura 95 – Preparo do dente canino para restauração
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. com resina composta.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 61


Figura 96 – Dente canino pré-molarizado com resina Figura 97 – Armação da PPR apoiada sobre canino
composta. pré-molarizado (seta branca).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A B

Figura 98 – A) Ilustração de um canino normal e B) após pré-molarização.


Fonte: Prof. José Luiz Góes de Oliveira.

62 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


35. Explique o princípio da oclusão mutuamente protegida.

36. Sobre a obtenção da contenção cêntrica, é correto afirmar que


A) a perda dos dentes posteriores (classe II) ou mesmo sua presença sem antagonistas
fazem com que se tenha uma situação em que o paciente apresenta perda da DVO.
B) não sendo adequados para a função de manutenção da DVO, os dentes anteriores
podem sofrer migração em direção contrária à face vestibular e apresentar mobilidade,
pois o tecido ósseo, nessa região, apresenta-se extremamente delgado.
C) dentes anteriores, por serem unirradiculares, possuírem raízes curtas e cônicas e
uma posição oblíqua em relação ao plano oclusal, são capazes, na maioria das vezes,
de resistir às forças oclusais.
D) em algumas situações, observa-se um desgaste acentuado na região palatina dos
dentes anteriores superiores e na face incisal dos inferiores, sem grandes migrações.
São os casos em que existe maior condensação óssea na região vestibular.
Resposta no final do artigo

37. O que é a “pré-molarização” do canino e qual é sua relação com os preparos protéticos
dos dentes pilares de uma PPR?

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 63


38. Caso o paciente necessite de uma coroa fresada em um canino, nada mais satisfatório,
biomecanicamente, do que fazê-lo em forma de um pré-molar, o que traria como vanta-
gem(ns):
A) estética inalterada.
B) possibilidade de confecção de nichos oclusais, que transmitem de forma mais efetiva
a força axialmente ao periodonto.
C) manutenção e/ou restabelecimento da contenção cêntrica e da DVO por meio de
dentes posteriores.
D) todas as alternativas anteriores.
Resposta no final do artigo

39. Sabendo que uma das técnicas de pré-molarização de canino mais simples e de baixo
custo para o paciente é a técnica direta com resina composta, explique seu procedimento.

ESPLINTAGEM DOS DENTES COM MOBILIDADE


[importante] A conservação dos dentes remanescentes por intermédio do tratamento inte-
grado e a otimização das funções do aparelho mastigatório são dois dos principais objetivos
no tratamento de pacientes com PPR.

Em pacientes parcialmente edêntulos, as PPRs podem alcançar padrões estéticos aceitá-


veis e funcionar adequadamente, desde que apropriadas para o periodonto.37 Assim, clinica-
mente, é importante a quantidade e a qualidade do tecido ósseo do rebordo alveolar, bem
como o número, a localização e a condição periodontal dos dentes remanescentes.38

[importante] Se, após o tratamento periodontal inicial, alguns dentes ainda apresentarem
uma mobilidade de primeiro e segundo grau, será necessário estabilizar ou imobilizar esses
dentes a fim de mantê-los em posição, evitando uma migração patológica. A imobilização
dos dentes abalados torna-se mais efetiva quando um maior número de dentes com periodonto
sadio é englobado.

64 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


A imobilização dos dentes entre si tem como objetivo aumentar o número de raízes que,
juntas, receberão o mesmo esforço. Muitas vezes, a esplintagem é indicada quando o dente
suporte apresenta raízes curtas ou arredondadas e cônicas. Essas raízes sofrem facilmente
um movimento de rotação quando forças oclusais são direcionadas sobre elas.39,40 São indi-
cações da esplintagem:
 mobilidade de primeiro e segundo grau;
 raízes curtas, arredondadas e cônicas;
 relação coroa/raízes invertida (perda óssea) (Figura 99).

Figura 99 – Fotografia e radiografia da perda óssea


nos incisivos inferiores antes e após esplintagem com
resina composta.
Fonte: Arquivo pessoal dos autores.

TIPOS DE ESPLINTAGEM

Esplintagem parcial ou total


Na esplintagem parcial ou total, um grupo ou todos os dentes de um arco (superior ou
inferior) são esplintados, formando um polígono. Quando essa esplintagem é por um período
pré-determinado (esplintagem temporária), a indicação está baseada no fato de que os dentes
serão avaliados dentro desse período para assegurar que eles poderão permanecer e ser
englobados no planejamento da futura PPR. São os casos de dentes abalados periodon-
talmente, mas que ainda apresentam condições de permanecerem.

Assim, do ponto de vista periodontal, é importante entender a PPR de modo que


ela beneficie o periodonto em vez de causar ou acelerar a destruição periodontal e
a mobilidade do dente.

No desenho das PPRs para pacientes com dentes periodontalmente enfraquecidos, os


conectores maiores são de vital importância. Um conector maior bem desenhado fornecerá
suporte maior, estabilidade e retenção, o que, por sua vez, reduzirá a força dirigida aos
dentes enfraquecidos. Isso se torna mais evidente quando os dentes anteriores inferiores
encontram-se nessa situação. Para promover uma estabilização mais uniforme desses dentes,
deve-se utilizar um conector maior, com um desenho especial.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 65


A placa lingual ou chapeado lingual. Além disso, a placa lingual deverá ser indicada quando
a distância entre a gengiva marginal e o fundo do assoalho bucal for inferior a 10mm, já que,
para esse caso, seria contraindicada a utilização da barra lingual (Figuras 100A-B).

A B

Figura 100 – A) Espaço reduzido para colocação de conector maior em forma de barra. B) Colocação da placa
lingual servindo como conector maior.
Fonte: (A) Atlas de Prótese Parcial Removível. Prof. Dr. Reynaldo Todescan e (B) Arquivo de imagens dos autores.

A placa lingual é indicada:


 quando o sulco alveolar lingual aproximar-se da crista marginal não permitindo a
utilização de uma barra lingual;
 em classes I, em que o rebordo alveolar sofreu reabsorção vertical muito acentuada e,
portanto, não tem condições de oferecer resistência mínima aos movimentos de rotação
horizontal da base da PPR;
 para possibilitar a utilização de dentes periodontalmente enfraquecidos como se fossem
um grupo a fim de proporcionarem suporte para a prótese com extremidade livre;
 quando a substituição de um ou mais dentes incisivos for facilitada pela adição de um
dispositivo de retenção dentária já acoplado à placa.

São características da placa lingual:


 perfil em forma de meia pera com porção mais volumosa localizada inferiormente;
 extensão metálica delgada dirigindo-se superiormente até entrar em contato com os
cíngulos dos dentes anteriores inferiores, previamente aumentados com resina compos-
ta;
 borda inferior na altura do sulco alveolar lingual, sem interferir no freio lingual e nos
movimentos da face lingual.

Esplintagem fixa
Também se pode lançar mão de uma esplintagem fixa e definitiva para os dentes abalados
periodontalmente, semelhante às próteses fixas adesivas, conjugada ao tratamento final com
PPR. Julga-se esse tipo de tratamento mais eficaz na esplintagem dos dentes abalados

66 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


periodontalmente quando comparado com o uso da placa lingual, já que esta apenas oferece
contenção do dente no sentido horizontal (V-L); no sentido vertical, os dentes continuariam
a apresentar movimentação (Figuras 101A-B e 102A-B).

Figura 101 – A) Radiografia. B) Fotografia de perda óssea.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Figura 102 – A) Radiografia. B) Fotografia de esplintagem adesiva definitiva.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 67


40. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) quanto à esplintagem dos dentes com mobilidade.
( ) A conservação dos dentes remanescentes por intermédio do tratamento integrado é
um objetivo secundário no tratamento de pacientes com PPR.
( ) Em pacientes parcialmente edêntulos, as PPRs podem alcançar padrões estéticos
aceitáveis e funcionar adequadamente, desde que apropriadas para o periodonto.
( ) Se, após o tratamento periodontal inicial, alguns dentes ainda apresentarem mobilida-
de somente de primeiro grau, será necessário imobilizá-los a fim de mantê-los em
posição, evitando uma migração patológica.
( ) A imobilização dos dentes abalados se torna mais efetiva quando um maior número
de dentes com periodonto sadio é englobado.
Resposta no final do artigo

41. Por que se deve esplintar dentes abalados periodontalmente?


A) Por razões estéticas.
B) Para melhorar a distribuição de forças.
C) Para facilitar o eixo de inserção da PPR.
D) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Resposta no final do artigo

42. Justifique a seguinte afirmação: “no desenho das PPRs para pacientes com dentes perio-
dontalmente enfraquecidos, os conectores maiores são de vital importância.”

68 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


43. A placa lingual está indicada nas seguintes situações, EXCETO
A) quando o sulco alveolar lingual se aproximar da crista marginal permitindo a utilização
de uma barra lingual.
B) em classes I, em que o rebordo alveolar sofreu reabsorção vertical muito acentuada
e, portanto, não tem condições de oferecer resistência mínima aos movimentos de
rotação horizontal da base da PPR.
C) para possibilitar a utilização de dentes periodontalmente enfraquecidos como se
fossem um grupo a fim de proporcionarem suporte para a prótese com extremidade
livre.
D) quando a substituição de um ou mais dentes incisivos for facilitada pela adição de
um dispositivo de retenção dentária já acoplado à placa.
Resposta no final do artigo

44. Cite as características da placa lingual.

45. Por que a esplintagem fixa é mais eficiente do que o uso da placa lingual para os dentes
abalados periodontalmente?

CONCLUSÃO
O correto planejamento de qualquer peça protética leva, na maioria das vezes, a um
sucesso no tratamento reabilitador. Esse planejamento passa por um criterioso exame clínico
e radiográfico, além da confecção de modelos montados em articulador (ASA). Depois, são
feitas a elaboração e a realização de um preparo prévio, que consiste na adequação do meio
oral para poder receber a PPR. Essa adequação passa pela análise do modelo em delineador
a fim de que sejam observadas inclinações dos dentes, além da presença ou ausência de
áreas retentivas.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 69


Somente um preparo adequado dos dentes para receber os elementos da PPR fará
com que esta possa perpetuar as condições fisiológicas encontradas, visto que uma
prótese tem a principal função de preservar os dentes remanescentes.

RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: A
Comentário: As PPRs cujo apoio se dará apenas nos elementos dentários (classes III e IV de
Kennedy) são as próteses dentossuportadas. As PPRs cujo apoio anterior se dará em dentes e
o posterior sobre o rebordo (classes I e II de Kennedy) são as chamadas próteses dentomucos-
suportadas. Independentemente do tipo de suporte em que a prótese será apoiada, as condi-
ções dos dentes pilares são de fundamental importância no planejamento da PPR.

Atividade 2
Resposta: D

Atividade 4
Resposta: As correções feitas na boca são chamadas de preparo prévio. Ele é de fundamental
importância, pois é durante essa etapa que se prepara a boca para receber uma PPR. Ao
eliminar todos os fatores desfavoráveis, como dentes condenados, realizando raspagem,
restaurações de dentes cariados e regularização do plano oclusal mediante desgaste de dentes
extruídos, estar-se-á proporcionando uma condição favorável, tanto para o planejamento e
execução, como para a manutenção da PPR por parte do paciente.

Atividade 5
Resposta: F; F; V; V.
Comentário: A preparação da boca deve seguir um plano de tratamento preestabelecido,
que pode, todavia, ser modificado frente a circunstâncias anteriormente não previstas. Um
minucioso exame clínico juntamente com o auxílio de radiografias panorâmicas e periapicais
e modelos de estudos montados em articulador semiajustável constituem os primeiros passos
a serem adotados.

Atividade 7
Resposta: D
Comentário: Quanto ao tratamento clínico geral dos preparos protéticos dos dentes pilares
de uma PPR, na boca, o ideal é um desgaste progressivo, às vezes realizado em duas ou mais
sessões, dependendo do grau de sensibilidade relatado pelo paciente. Ao final de cada sessão,
um procedimento de remineralização dos tecidos desgastados faz-se necessário.

70 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Atividade 9
Resposta: C
Comentário: Os preparos podem ser divididos em preparo dos dentes para receber apoios,
preparo dos dentes para receber os grampos, preparo de raízes residuais, obtenção da conten-
ção cêntrica e esplintagem dos dentes com mobilidade.

Atividade 10
Resposta: D
Comentário: Os apoios em PPR são responsáveis pelo suporte do aparelho, alojando-se em
cavidades especialmente preparadas, denominadas nichos ou descanso. Os três tipos de
apoio são oclusal (simples, duplo ou geminado), lingual (cíngulo) ou apoio incisal. Entre as
funções dos apoios, estão transmitir as forças paralelas ao longo eixo dos dentes, limitar o
assentamento (ou intrusão) do aparelho, fornecendo suporte à prótese, e distribuir as forças
para mais de um dente suporte (apoios geminados).

Atividade 13
Resposta: C
Comentário: O local mais apropriado para a realização dos apoios oclusais é sobre esmalte,
apesar da técnica um tanto “invasiva”.

Atividade 14
Resposta: D
Comentário: Um apoio oclusal deve ter a forma triangular, com o vértice voltado para o
centro do dente e a base para a crista marginal. A parede pulpar plana e os ângulos internos
arredondados devem ser divergentes e direcionados para a face oclusal. Suas dimensões
devem estar, aproximadamente, a 1/3 da distância mesiodistal e 1/3 da distância vestibulolin-
gual.

Atividade 17
Resposta: A
Comentário: O desgaste deve ser feito com pontas cilíndricas ou tronco-cônicas diamantadas,
em alta rotação, tomando-se o cuidado para não tornar o esmalte tão irregular que chegue
a interferir no assentamento da prótese. O nicho deve ser preparado como se a inserção da
PPR fosse descrita em uma trajetória paralela à vertente lingual.

Atividade 19
Resposta: B
Comentário: Os apoios mais efetivos são os oclusais, pois são os que melhor transmitem a
força ao periodonto. Já os menos efetivos são os incisais, um vez que são os que pior transmi-
tem a força ao longo eixo do dente.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 71


Atividade 20
Resposta: A
Comentário: No caso dos retentores extracoronários, para que um grampo seja efetivo, é
necessário que a sua ponta ativa esteja localizada em uma área retentiva. Para a PPR, a
retenção é uma propriedade dada pela ponta ativa do braço de retenção, a qual deve se
alojar em uma área mais cervical em relação ao equador protético. Os grampos podem atingir
as áreas retentivas dos dentes suportes, agindo de duas maneiras distintas.

Atividade 22
Resposta: B
Comentário: Os grampos de retenção indicados para os dentes pilares próximos ao extremo
livre são os de ação de ponta (T e I), que atuam por ação de tropeçamento.

Atividade 23
Resposta: C
Comentário: Quando somente a haste toca o dente, este apresenta muita retenção, ao passo
que, se somente a ponta da haste toca a cervical do dente, este não apresenta retenção
alguma.

Atividade 26
Resposta: C
Comentário: Quando a inclinação do dente é tamanha que se deva desgastar sobremaneira
o elemento dentário, a utilização de um guia faz-se necessário.

Atividade 28
Resposta: C
Comentário: Dimples são pequenos desgastes realizados nos dentes pilares que apresentam
deficiência de área retentiva. Servem para alojar a ponta ativa do grampo, aumentando,
assim, a retenção da PPR.

Atividade 30
Resposta: A
Comentário: Diferentemente do braço de retenção, que apresenta uma extremidade flexível,
o braço de oposição é um componente rígido e, por isso, deve estar localizado em uma área
do dente não convexa, ou seja, não retentiva. Outro aspecto relevante quanto às alterações
bucais necessárias para um perfeito relacionamento da estrutura da PPR com os dentes é o
preparo de planos guias, ou seja, um desgaste ou nivelamento dessas superfícies convexas,
fazendo com que a prótese tenha capacidade de deslizar suavemente para o seu lugar sem
exercer força lateral ao dente suporte.

72 PREPAROS PROTÉTICOS DOS DENTES PILARES DE UMA PRÓTESE PARCIAL REMOMÍVEL


Atividade 33
Resposta: D
Comentário: A simples manutenção de uma raiz traz inúmeros benefícios, como a otimização
do suporte da PPR, a manutenção da propriocepção pelo ligamento periodontal, a manutenção
do osso alveolar, além de poder servir como meio adicional de retenção da PPR caso seja
utilizado algum sistema de retenção (ex.: sistema O’ring).

Atividade 34
Resposta: A
Comentário: Após tratamento endodôntico, prepara-se a raiz como se fosse receber um
núcleo metálico fundido. Porém, será construído um núcleo estojado, que nada mais é do
que um núcleo sem a parte coronária.

Atividade 36
Resposta: D
Comentário: A perda dos dentes posteriores (classe I) ou mesmo sua presença sem antagonistas
fazem com que se tenha uma situação em que o paciente apresenta perda da DVO. Não
sendo adequados para a função de manutenção da DVO, os dentes anteriores podem sofrer
migração em direção à face vestibular (abertura em “leque”) e apresentar mobilidade, pois o
tecido ósseo, nessa região, apresenta-se extremamente delgado. Dentes anteriores, por serem
unirradiculares, possuírem raízes curtas e cônicas e uma posição oblíqua em relação ao plano
oclusal, não são capazes, na maioria das vezes, de resistir às forças oclusais.

Atividade 38
Resposta: D

Atividade 40
Resposta: F; V; F; V.
Comentário: A conservação dos dentes remanescentes por intermédio do tratamento integrado
e a otimização das funções do aparelho mastigatório são dois dos principais objetivos no
tratamento de pacientes com PPR.

Atividade 41
Resposta: B
Comentário: A função principal de se esplintar dentes abalados periodontalmente é distribuir
a força entre mais dentes, tirando a sobrecarga oclusal dos dentes com mobilidade.

PRO-ODONTO | PRÓTESE | SESCAD 73


Atividade 43
Resposta: A
Comentário: A placa lingual está indicada quando o sulco alveolar lingual aproximar-se da
crista marginal não permitindo a utilização de uma barra lingual.

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