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FACULDADE SETE LAGOAS

NÚCLEO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO ODONTOLÓGICO -


NEAO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA

JARBAS COSTA GOMES JUNIOR

PARÂMETROS ESTÉTICOS EM PRÓTESE TOTAL

João Pessoa-PB
2016

0
JARBAS COSTA GOMES JUNIOR

PARÂMETROS ESTÉTICOS EM PRÓTESE TOTAL

Trabalho de Conclusão de Curso entregue à


Coordenação da Faculdade Sete Lagoas –
FACSETE como parte dos requisitos para
conclusão do Curso de Especialização em
Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Túlio Pessoa de
Araújo

João Pessoa-PB
Brasil
2016
1
¨ Nunca deixe ninguém, te dizer que não pode fazer
alguma coisa. Se você tem um sonho tem que correr
atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e dizem
que você também não vai vencer. Se você quer uma
coisa corre atrás. ¨
(A procura da Felicidade)

2
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pela oportunidade de vida e a toda minha


família, principalmente minha mãe pelo exemplo de força, determinação e
caráter!
A todos os professores que transmitiram seu conhecimento, em especial
Patrícia, Ester, Flávio, Mukai e Túlio, educadores dedicados.
A Giza pela marcação de pacientes, companheirismo e amizade!
Aos pacientes pela paciência e credibilidade no nosso trabalho.

3
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................... 07

2. REVISÃO DE LITERATURA. ...................................... 08

3. DISCURSÃO .................................................................. 17

4. CONCLUSÃO ................................................................ 20

5. REFERÊNCIAS.............................................................. 21

4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01.............................................................. 09

Figura 02............................................................... 10

Figura 03............................................................... 11

Figura 04............................................................... 11

Figura 05............................................................... 12

Figura 06............................................................... 12

Figura 07............................................................... 13

Figura 08............................................................... 15

Figura 09............................................................... 15

Figura 10............................................................... 16

Figura 11............................................................... 16

5
RESUMO

A crescente valorização de um sorriso esteticamente agradável vem


despertando tanto os cirurgiões-dentistas quanto os pacientes a buscarem
alternativas para reabilitar de uma forma mais criteriosa e detalhada os
aspecto faciais e dentários. O objetivo deste trabalho de revisão literária é
mostrar os principais parâmetros estéticos em prótese total.

Descritores: Estética dentária; Prótese total; Expressão facial.

ABSTRACT

The growing appreciation of an aesthetically pleasing smile has attracted


both dentists and patients to seek alternatives to rehabilitate a more careful
and detailed facial and dental appearance. The objective of this literature
review work is to show the main parameters on aesthetic dentures.

Key words: dental aesthetics; Dentures; Facial expression

6
1. INTRODUÇÃO

A possibilidade de perder todos os dentes da boca, perder a função


mastigatória, comprometer o envolvimento estético pela ausência dos
dentes, assim como o fator psicológico são conseqüências diretas do
edentulismo total e acometem grande parcela da população brasileira. ¹
Nesse sentido, as próteses totais constituem tratamento reabilitador
realizado há bastante tempo na odontologia, e tem como principal objetivo
devolver: função mastigatória, fonética, estabilidade muscular, articular e
estética aos pacientes.²

¨Estética é o conhecimento metodológico que, baseado em certos


princípios, trata da imitação da natureza, estudando a essência, as
propriedades, as causas e os efeitos das coisas naturais e que correspondem
a um conjunto de regras e preceitos para se fazer bem alguma coisa. ¨³ Já o
dicionário enciclopédico ilustrado Larousse define estética como um estudo
fisiológico sobre o belo e sobre as obras de arte ou conjunto de princípios
fundamentais de uma expressão artística em conformidade com
determinado ideal de beleza.

Atualmente, as reabilitações com próteses totais sofreram profundas


modificações, tanto no aspecto técnico - científico quanto no que tange ao
surgimento de novos materiais dentários e filosofia clínica. 4 Dentro da
cultura moderna, a reabilitação com prótese total transcende restaurar a
função (mastigação), oclusão e fonética necessitando uma maior destreza
do dentista para criação de parâmetros estéticos naturais, devolvendo ao
paciente valor próprio, dignidade e auto-estima.5,6

Uma reabilitação através de próteses totais, para ser estética, deve primar
pela naturalidade. O profissional deve ter conhecimento dos parâmetros
que podem influenciar a estética protética com a finalidade de obter
resultados satisfatórios que se mantenham ao longo do tempo. Pacientes
com edentulismo maxilar freqüentemente apresentam perdas dos tecidos
duros e moles que podem comprometer a harmonia. 7,8

Diante da necessidade de se elucidar dúvidas, este trabalho de revisão de


literatura tem o objetivo de mostrar os parâmetros estéticos para elaboração
da prótese total, bem como discutí-lo pertinente.

7
2. REVISÃO DE LITERATURA

A beleza e jovialidade são desejos dominantes em nossa civilização. Dessa


forma, um belo sorriso, com dentes saudáveis, é fundamental para a auto-
estima e o convívio social. 9 A alta incidência de perdas dentária é uma
realidade que a população brasileira enfrenta há muitos anos e que se
estende até os dias atuais, constituindo um problema de saúde pública.10

O plano de tratamento adequado está diretamente relacionado ao sucesso


das reabilitações protéticas. Para se obter o sucesso em prótese total são
necessários anamnese, exame clínico criterioso, radiográficos, avaliação
tomográfica, análise dos modelos montados em semi-ajustável, e se
precisar cirurgia pré-protética com o objetivo de alcançar um melhor
prognóstico para próteses totais e aperfeiçoar seu resultado estético. 7 No
exame pré-operatório e durante a confecção da prótese, o cirurgião deve
avaliar principais parâmetros como: oclusão (dimensão vertical e plano
oclusal), linhas verticais e horizontais de orientação, localização linha
sorriso, dentes artificiais e caracterização da base de prova.11

A) OCLUSÃO

Em 1989, a Academy of Denture Prosthetics define: Dimensão vertical: a


altura do perfil facial do paciente medida através de dois pontos
selecionados um na maxila e outro na mandíbula. Dimensão vertical de
repouso: a altura do perfil facial do paciente medida através de dois pontos,
quando a mandíbula estiver em posição fisiológica de repouso em relação à
maxila. Dimensão vertical de oclusão: altura do perfil facial do paciente,
quando medida através de dois pontos e os dentes estiverem em oclusão. 12

Diversos são os trabalhos sobre a determinação da dimensão vertical de


oclusão, no entanto, nenhuma técnica é precisa o suficiente para ser aceita
universalmente. Normalmente, quando os pacientes apresentam DV
diminuída ocorrem às principais características: queilite angular, projeção
do mento, diminuição do 1\3 inferior da face, excessivo contato labial,
intrusão dos lábios, queda do nariz e o aprofundamento dos sulcos
nasogenianos.13,14Já quando os pacientes apresentam DV aumentada

8
ocorrem às seguintes características: aumento do 1\3 inferior da face,
crescimento vertical, ausência de selamento labial passivo, grande
exposição dos incisivos superiores e o nariz é longo.15

A orientação correta do plano oclusal é paralela ao plano de Camper( linha


imaginária que vai da borda inferior da asa do nariz ao trágus). Planos de
orientação é o conjunto formado pelas bases de prova e roletes de cera, que
irão receber os registros prévios à confecção da prótese. Em pacientes
jovens o plano oclusal deve ficar 2 mm abaixo da linha do lábio de
repouso. O mesmo pode variar com a idade, em pacientes mais idosos o
plano oclusal deve ficar acima do lábio superior, reproduzindo os desgastes
naturais dos dentes com a idade. O plano horizontal orientam-se pelo plano
de Camper, a altura do arco, na região anterior, deve exceder o tubérculo
do lábio em 2 mm. Por posterior, dá-se uma inclinação arbitrária orientando
a curva Antero-posterior em direção ao conduto auditivo do paciente.
Obteremos uma curva totalmente arbitrária cuja única função será facilitar
os desgastes posteriores. 16

O plano oclusal é ajustado através da régua de Fox, que é composta de duas


partes, sendo uma intra-oral e outra extra-oral. A parte extra-oral da régua é
posicionada sobre referências extra-orais (linha bipupilar e plano de
Camper) para guiar o paralelismo a ser obtido. A parte intra-oral deve ser
posicionada sobre a superfície oclusal do plano de orientação, observando-
se através da sua porção extra-oral o paralelismo com a linha bipupilar, na
região anterior e com o plano de Camper, na região posterior. 17

Figura 01- Método de determinação DVO, planos de orientação e registro da relação


maxilomandbular. Fonte: http://www.academia.edu/9676706

9
Figura 02- Ajuste do plano superior, sendo paralelo o plano oclusal com a linha
bipupilar e o plano de Camper. Fonte: http://www.academia.edu/9676706

B) LINHAS VERTICAIS E HORIZONTAIS

A primeira avaliação é a análise facial. As linhas referênciais horizontais e


verticais são usadas para se obter o paralelismo entre as estruturas.
Visualmente, uma relação agradável é obtida quando se alcança este
paralelismo. Dentro dos parâmetros, as principais linhas horizontais e
verticais são:

- Linha interpupilar
- Linha da comissura labial
- Linha ofríaca (passa pelas duas sobrancelhas)
- Linha média

Essas linhas são importantes para analisar, traçar e definir o plano oclusal e
o contorno gengival. As linhas horizontais devem ter paralelismo entre
sobrancelhas, olhos, asa do nariz, comissura labial e plano oclusal.19

10
Os ajustes no plano de orientação superior obedecem, em sua maioria, aos
parâmetros estéticos. O objetivo principal é o de recuperar, com o contorno
do plano de orientação, a sustentação dos tecidos do terço inferior da face,
perdida com a remoção dos dentes naturais. O suporte labial adequado
depende da posição e inclinação do lábio sobre o plano de orientação. Um
suporte excessivo proporcionará a aparência de “boca cheia” ou caricata,
enquanto que um suporte labial reduzido levará uma redução da
vermelhidão do lábio e o aprofundamento do sulco nasolabial, resultando
em um aspecto labial envelhecido. 16

As linhas de referências devem ser marcadas no plano de orientação


superior, que são linha média, linha alta de sorriso (sorriso forçado) e
linhas dos caninos (comissuras labiais). A linha mediana permite uma
montagem centralizada dos incisivos centrais superiores e deverá ser
marcada pelo centro da face do paciente. As linhas dos caninos ou
comissurais deverão ser marcadas tendo como referência a localização das
comissuras labiais em repouso. A linha alta de sorriso é demarcada
perpendicular à linha mediana, a medida entre a linha do plano oclusal e a
linha alta oferece a altura do incisivo central superior. A linha média deve
coincidir com a linha média dos dentes, sendo perpendicular às linhas
horizontais. 18

Figura 03 e 04- Linha média, linha bipupilar e terços faciais.

Fonte: http://www.dentalpress.com.br/artigos/pdf/118.pdf

11
Figura 05 e 06- Linhas horizontais e verticais faciais.

Fonte: http://www.dentalpress.com.br/artigos/pdf/118.pdf

C) LOCALIZAÇÃO DA LINHA DE SORRISO

A linha do sorriso pode ser definida pelo traçado de uma linha imaginária
que acompanha a borda inferior do lábio superior distendida pelo sorriso. 19

A posição de repouso e o padrão de atividade normal do lábio superior


terão efeito significativo no plano de tratamento em relação à estética
requerida no resultado final. 20

Vai depender da linha de sorriso do paciente se é alta, média ou baixa.


Sorriso alto que tem como característica a exposição total do comprimento
cervico incisal dos dentes ântero superiores e uma continuação com uma
porção da gengiva; Sorriso médio definido quando há uma exposição de
75% a 100% dos dentes ântero superiores e, apenas o aparecimento da
gengiva interproximal; Sorriso baixo quando há exposição apenas de 75%
dos dentes ântero superiores, sem ser observado o tecido gengival. 19

Observou no sexo feminino uma maior prevalência de sorriso alto e


conseqüentemente uma maior exposição dos dentes anteriores, sendo,
portanto uma maior preocupação para estabelecer a estética nesses
pacientes. Já no sexo masculino a prevalência é de sorriso médio e baixo. 19

12
Figura 07- Tipos de sorriso

Fonte: http://denisvalente.com.br/br/cirurgia-de-alongamento-de-labios-sorriso-gengival/

D) DENTES ARTIFICIAIS

NICÁCIO I. M. (1976) apontou três fatores na seleção dos dentes


artificiais: forma, tamanho e cor. Segundo o autor, a forma dos dentes e sua
disposição é um fator fundamental para se construir uma prótese mais
estética tornando-a mais natural. 21

Com relação ao sexo, os contornos arredondados dos ângulos incisais, que


produzem um efeito esférico dos incisivos centrais e laterais superiores, são
mais harmoniosos ao sexo feminino, ao passo que ângulos retos (efeitos
cubóides) são mais característicos do sexo masculino. A idade propõe que a
montagem do incisivo central, lateral e canino seja feita com desníveis
entre as bordas para indivíduos jovens e que simule desgastes fisiológicos
como erosão, abrasão ou que apresente diastemas para indivíduos senis.22,23

RUFENACHT (1990) apontou o aspecto da morfopsicologia, ou seja,


como uma pessoa vê a outra. Desse ponto de vista, os incisivos centrais
focalizam as características de personalidade, força, energia, autoritarismo,
magnetismo, apatia ou retração. Os incisivos laterais concentram o
abstrato: elementos artístico, emocional ou intelectual da personalidade.

13
Assim, o profissional, ao confeccionar uma prótese total pode alterar
totalmente a imagem do paciente, positiva ou negativamente. 24

Em 1990 HEARTWELL; RAHN acrescentaram que fatores cosméticos e a


reflexão artística devem ser considerados no arranjo dos dentes de uma
prótese total. 25

BRIGAGÃO, V.C. et al (2005) avaliaram a resistência ao desgaste de


dentes artificiais de resina por meio de ensaios mecânicos realizados em
máquina de escovação. Oito grupos (G I – Postar is, G I I – Gnatostar, G I I
I – Vitapan, G IV– Triostat , G V – Trilux, G VI – VipiDent , G VI I –
Artiplus e GVI I I – Biotone) foram pesados em balança analítica
eletrônicas e medidas em sua altura por micrômetro antes e após o ciclo.
Foram realizados 372 ciclos por minuto num total de 200.000 vezes em
uma distância de deslize de 20 mm por ciclo de direção lingual. Os dentes
foram irrigados com água destilada em ambiente com temperatura
controlada de 25°. O antagonista foi porcelana feldspática de esmalte. Não
foram encontradas diferenças significantes entre os grupos para as
avaliações de perda de peso e altura. 26

REIS, K.R. (2005) em sua dissertação de mestrado avaliou a dureza Knoop


de três marcas comerciais de dentes artificiais de resina acrílica
convencional (Trubyte Bioteone, Vipi Dent Plus , e Ivostar ) e quatro
marcas de resina acrílica melhorada (Biotone IPN, Trilux, Biolux e
Vivodent ) . Para a avaliação da associação entre dureza e o índice de
desgaste, foram selecionadas três marcas comerciais com diferentes
características: resina acrílica convencional (Biotone), resina IPN ( trilux) ,
resina com dupla ligação cruzada (Vivodent ) . A máquina de desgaste
gerou atrito contra a porcelana glazeada e jateada durante 100.000 ciclos à
velocidade de 4,5 ciclos por minuto sob lubrif icação à água. Os valores do
desgaste foram medidos através de um microscópio comparador. O desafio
ácido reduziu de maneira significativa a dureza superficial dos dentes. As
diferenças estatísticas dos resultados de dureza foram consideradas
irrelevantes do ponto de vista clínico. O desgaste no substrato jateado foi
consideravelmente superior ao desgaste no substrato glazeado. Não houve
associação entre dureza superficial e resistência ao desgaste das marcas
avaliadas no substrato jateado. 27

E) CARACTERIZAÇÃO DA BASE DE PROVA

Os tecidos adjacentes ao dente também são muito importantes no intuito de


alcançar uma estética desejável, para DIRKSEN (1955) a aparência da

14
prótese total poderia ser minimizada desde que cuidados com a reprodução
do natural observassem não só a medida natural, o arranjo e a cor dos
dentes artificiais, como também o correto contorno, a estrutura e a cor dos
tecidos vizinhos. 28

Para ESPÓSITO (1980), a base da dentadura, além de apresentar contorno


correto para fornecerem suporte adequado aos lábios e à musculatura facial,
também deveriam apresentar uma cor harmoniosa com os tecidos bucais. 29

A partir dessa necessidade foram desenvolvidas várias técnicas de


pigmentação para caracterização das bases das próteses totais. RICH
(1946) preconizou técnicas de pigmentação extrínseca, utilizando óxido
ferroso, sulfato de mercúrio, óxido de titânio e vermelho cádmio
misturados a resina rosa ou incolor. 30

O técnico em prótese dental Thomaz Gomes, lançou um sistema de


caracterização das bases protéticas (Sistema Thomaz Gomes - S.T.G.). O
sistema consiste em seis cores de resinas pigmentadas, que combinadas
entre si, de acordo com o diagrama do manual, reproduzem as mais
variadas cores de mucosas gengivais. Com a necessidade de uma
metodização para que o protesista ou o cirurgião-dentista informassem a
cor da mucosa do paciente ao técnico em prótese dental (TPD), foram
desenvolvidas escalas policromáticas de gengiva. A escala de cor sugere
dezesseis tipos de caracterização, e traz consigo uma matriz metálica para o
TPD fazer a caracterização antes da aplicação na mufla (GOMEZ, F.L. et
al.). A preocupação com a caracterização da gengiva artificial é maior
quando o paciente possui linha do sorriso muito alta e paciente de raça
negra (figuras 08 a 11). 31

Figura 08 - Gengiva sem caracterização Figura 09 - Gengiva caracterizada S.T.G.


Fonte: Gomes, F. L.

15
Figura 10 - Gengiva sem caracterização Figura 11 - Gengiva caracterizada S .T .G.

16
3. DISCUSSÃO

A busca por resultados estéticos de excelência na odontologia tem sido um


desafio ao longo dos anos, tendo em vista a obtenção de critérios objetivos
de avaliação dos resultados dos tratamentos realizados, bem como a grande
massificação da informação fazendo com que nossos pacientes se
tornassem cada vez mais exigentes. 32

A dimensão vertical de oclusão (DVO) é o espaço correspondente ao


afastamento intermaxilar obtido com o contato dos dentes naturais
superiores e inferiores durante a oclusão. A partir daí, em um paciente
edentado total procura-se restabelecer a posição da relação cêntrica. A
determinação da DVO é a etapa da confecção da prótese total que merece
mais atenção, porque pode influenciar na qualidade final da prótese
total,visto ser justamente à medida que ditará o restabelecimento
satisfatório do sistema estomatognático e conseqüentemente das funções de
fonação, deglutição e mastigação, além de conferir ao paciente uma
aparência estética agradável. 33

De acordo com Talgreen et al (1991), essa tarefa é facilitada, uma vez que
as reabilitações de pacientes portadores de próteses totais, podem ser
construídas em várias DVOs sem causar danos ao sistema estomatognático.
Em alguns casos, no entanto, o espaço funcional livre e pequeno, então a
diferença entre a DVO e a DVR é pequena, tornando a tarefa de restituição
da normalidade mais difícil. 34

A correta posição do plano oclusal irá favorecer a função normal dos


músculos da língua e bochecha, possibilitando a estabilidade das próteses.
O plano oclusal, comumente, é utilizado como orientação para a montagem
dos dentes que devem localizar-se em uma zona de equilíbrio muscular,
restituindo também a dimensão vertical de oclusão. Portanto uma
orientação incorreta do plano oclusal colocará em risco a interação entre os
músculos envolvidos e a prótese total inferior, podendo resultar durante a
mastigação, em uma coleção de alimentos no sulco, mordedura constante
da língua, bochecha e desestabilização da prótese. 35

CONCEIÇÃO (2005), apud CARRILHO, E.V.P. et al(2007) apontou que


para a determinação das linhas de referência existem pontos chave que
ajudam a traçá-las. Na linha mediana da face, temos como pontos
determinantes a glabela, a ponta do nariz, o filtro do lábio superior e a
ponta do mento. A linha interincisiva deve coincidir com a linha mediana
da face. Uma alteração desta linha deve ser observada com atenção, pois

17
representa uma ruptura no equilíbrio das estruturas faciais, diminuindo a
estética facial. A linha horizontal entre as comissuras labiais , quando em
sorriso, deve ser paralela à linha interpupilar e plano incisal. 36

Joly, Mesquita e da Silva (2010) relata em seus estudos que a análise da


face é fundamental para determinarmos simetria, harmonia e proporções
faciais, e é feita através de linhas horizontais e verticais, e com essas
referências determinamos posição e tamanho do nariz, olhos, boca na
face.Na análise do sorriso na face encontramos o ¨T¨ da estética onde que
no ato do sorriso existe uma coincidência da linha mediana facial e da linha
média dental.Essas linhas de referência horizontal devem ser paralelas à
linha bipupilar e elas são comumente designadas como: linha da borda ou
plano incisal, linha do plano ou margem gengival e linha da comissura
labial. Também é considerado importante que essas referências sejam
paralelas a linha bipupilar para que um equilíbrio estético do sorriso seja
obtido. Portanto, a linha da borda incisal dos incisivos centrais superiores
devem ser paralelos à linha bipupilar, assim como a linha do plano gengival
dos incisivos centrais superiores e também deve ser paralelas à linha
bipupilar. 37

O ideal é que a altura da linha do sorriso seja classificada usando-se como


referência o relacionamento entre a borda inferior do lábio superior e a
margem gengival do incisivo central superior. A altura do sorriso é
influenciada pela idade e pelo gênero. Quanto mais velho o indivíduo,
maior a tendência para que apresente tipo baixo. O gênero também parece
influenciar na altura do sorriso. Embora não existam muitos estudos a
respeito do assunto, o trabalho de Puppin mostra que existe uma maior
tendência para as mulheres apresentarem a linha do sorriso média (55,9%)
e alta (37,7%), e os homens a média (54%) e baixa (23,8%). Esses achados
são semelhantes aos valores encontrados no trabalho de Peck, Peck e
Kataja, que também observaram que os sorrisos médios (52,2%) e altos
(32,5%) são mais comuns nas mulheres, e os sorrisos médios (48%) e
baixos (33%) nos homens. A linha do sorriso pode ser considerada como
fator determinante na avaliação da estética bucal. 38

Para um sorriso perfeito, os dentes anteriores superiores devem,


acompanhar a curvatura do lábio inferior, os cantos dos lábios devem
possuir uma suave elevação simétrica (simetria do sorriso) e o espaço
negativo bilateral deve separar dentes e canto do lábio. 39

Quanto à seleção dos dentes artificiais, os fatores gênero, personalidade e


idade são os primeiros a serem levados em consideração. O esteriótipo
relaciona-se com o gênero masculino ou apresenta uma aparência forte

18
quando os incisivos laterais forem tão amplos quanto os incisivos centrais.
Quando os laterais apresentam-se menores que o normal, o esteriótipo
passa a ser feminino ou delicado. O alinhamento dos dentes artificiais pode
ser reproduzido, por Krajicek, por meio de inclinações e rotações
harmoniosas que os dentes naturais possuem. Além de selecionar os dentes
com base no perfil e no contorno dos dentes de acordo com a idade do
paciente. 5

A caracterização da disposição dos dentes anteriores é indispensável para a


construção de um belo sorriso. Os incisivos centrais devem predominar no
sorriso. Os incisivos laterais, por sua vez, podem ser mais evidentes ou
menos evidentes e devem estar um pouco mais curtos que os incisivos
centrais. O canino verticalizado dá um aspecto de maior seriedade ao
sorriso, enquanto que levemente inclinado para mesial e palatal mostra-se
mais delicado. Por último, o plano oclusal superior deve acompanhar a
curvatura do lábio inferior. Durante a prova de dentes incluindo os dentes
posteriores observe a formação do corredor bucal, deixando um espaço
triangular escuro entre a face vestibular dos dentes posteriores e a
bochecha. 40

Além das escolhas dos dentes e a caracterização da base, é fundamental


para o sucesso da prótese: a tomada correta da dimensão vertical, plano
oclusal protético, linha mediana, linha dos caninos e linha alta do sorriso. 41

Há várias técnicas de caracterização das bases protéticas relatadas na


literatura, e as que adotam o processo intrínseco de caracterização
apresentam resultados mais satisfatórios que o processo extrínseco. Mesmo
com a existência de tantas técnicas diferentes, a confecção de próteses com
base caracterizada quanto à cor, não é um procedimento comum e
corriqueiro nos laboratórios de prótese. A dificuldade de execução das
técnicas relatadas, o aumento do custo, o desconhecimento da existência de
pigmentos no mercado e a desinformação quanto ao correto modo de
utilizar esses pigmentos, são as principais causas da pouca caracterização
das bases protéticas. Uma maneira de popularizar a caracterização das
bases protéticas seria, além de baixar os custos dessa caracterização, lançar
mão de uma escala de cor obtida com esses materiais para facilitar a
comunicação dentista/ técnico em prótese dentária. 27

19
4. CONCLUSÃO

A reabilitação oral executada segundo os parâmetros estéticos traz como


conseqüência, um resultado bastante satisfatório. A instalação das próteses
totais deve ser realizada de uma maneira criteriosa pelo profissional,
observando a sua retenção, sua estabilidade e seu suporte, assim como a
oclusão, áreas de compressão e estética.

O paciente deve ser estimulado a utilizar as novas próteses e educado


quanto às limitações. Portanto, o prazer e a satisfação observados nos
pacientes reabilitados com próteses totais é um grande incentivo para os
profissionais possam se aperfeiçoar na busca por melhores resultados
funcionais e também estéticos nos seus tratamentos.

20
5. REFERÊNCIAS

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ANEXOS

PARÂMETROS ESTÉTICOS EM PRÓTESE TOTAL

Jarbas Costa Gomes Junior*; Túlio Pessoa de Araújo**

*Cirurgião-Dentista, Aluno do Curso de Especialização em Prótese


Dentária.
**Professor Orientador e Coordenador do Curso de Especialização em
Prótese Dentária do Núcleo de Estudos e Aperfeiçoamento Odontológico-
NEAO, FACSETE.

Endereço Eletrônico:
*jarbascosta17@hotmail.com

Endereço para correspondência:


Jarbas Costa Gomes Junior
Rua Gomes Pacheco,465, apt 504, Epinheiro.
CEP: 52021-060- Recife-PE.

Total de palavras do texto: 4813; total de palavras do resumo: 50

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA

PARÂMETROS ESTÉTICOS EM PRÓTESE TOTAL

Orientador: Prof. Dr. Túlio Pessoa de Araújo

Coordenador: Prof. Dr. Márcio Mukai

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