Especialista em ortodontia Introdução a cefalometria clínica Histórico Uma abordagem cientifica dos padrões craniofaciais humanos, foi primeiramente realizada através de medições no crânio seco por antropologistas e anatomistas. •Ortodontistas inicialmente usaram medidas antropometria para correlacionar medidas de crânio, dente e face. Em 1915 foi criado por Van Loon um modelo realista,um sistema tridimensional para determinar a relação da dentição com o rosto. O método utilizado por Van Loon consistia na utilização de máscara facial no paciente, que continha anexado o modelo dentário em relação exata à face, e a cabeça sendo orientada na posição natural, utilizando o dispositivo “Cubus Craniophorus”. Método Em Gnatostático 1922, Simon eliminou o uso do “Cubus craniophorus”, simplificando a técnica de articularem os modelos de gesso às máscaras faciais. Desenvolveu um dispositivo semelhante a um arco facial com hastes calibradas para registrar o plano horizontal de Frankfurt. A dentição era registrada em modelos tridimensionais em relação aos planos: horizontal de Frankfurt, sagital mediano e orbital perpendicular ao plano horizontal. Em 1786, Camper foi pioneiro em utilizar ângulos para medir a face, estabeleceu o plano que transpassa a base do nariz até o conduto auditivo externo, e em sua união com a linha que passa da glabela à borda alveolar da maxila à formação de ângulo – Plano de Camper e Ângulo de Camper Em 1882 aconteceu o XIII Congresso Geral da Sociedade de Antropologia Alemã, realizado em Frankfurt. O plano de Von Ihering, foi escolhido como plano standard, para a observação de crânios secos, logo após recebeu o nome de Plano de Frankfurt. Plano padrão de orientação da cabeça, o plano é traçado da porção superior do conduto auditivo externo à borda inferior da cavidade orbitária. Em 1931, Holly B. Broadbent nos Estados Unidos e Hofrath H., na Alemanha apresentaram simultaneamente técnicas cefalometricas padronizadas similares utilizando o craniostato, e introduziram modificações e análises cefalométricas utilizando o plano de Frankfurt. Conceit o: A cafelometria radiográfica é a mensuração de grandezas, angulares e lineares, em radiografia da cabeça. A radiografia traz a vantagem de projetar toda morfologia da cabeça em um só plano,facilitando a sua mensuração. Cefalograma : É o desenho que conduz ao estudo que se deseja fazer na telerradiografia da cabeça. São analisadas as anomalias no sentido ântero- posterior e vertical. Restringi-se a necessidade da análise proposta, que compreende: - Desenho das estruturas anatômicas - Demarcação de planos cefalométricos - Traçados de linhas de orientação Materia l - Papel ultraphan - Lapiseira 0.5mm - Borracha - Régua - Esquadro - Transferidor - Fita adesiva Utilização da Telerradiografia 1- Avaliação do padrão dento-esquelético facial 2-Para o estudo do crescimento do crânio e da face (as sobreposições de traçados cefalométricos permitem observar e definir os tipos de crescimentos faciais). 3-Planificação do tratamento ortodôntico. 4-Avaliação dos casos tratados. 5- Observação das modificações morfológicas que ocorreram na face, pela influência do tratamento ortodôntico ou ortopédicos. Pontos cefalométricos Pontos - cefalométricos Ponto Sela (S): Centro da sela túrcica. - Ponto Násio (Na): Ponto mais anterior da sutura naso-frontal visto lateralmente. - Ponto Pório (Pr): O pódio anatômico é o mais alto do conduto auditivo externo, ou meato acústico anatômico. - Ptegorideo (Pt): ascensão entre o plano mandibular e o ramo ascendente. - Subespinhal (Ponto A): ponto médio mais profundo, na cavidade maxilar anterior, entre a espinha nasal anterior (ENA) e o rebordo alveolar. - Supra mentoniano (Ponto B): ponto mais profundo do processo alveolar. Teoricamente delimita a junção do osso basal e alveolar. •ENA: na extremidade da espinha nasal anterior. •ENP: na extremidade da espinha nasal posterior do palato. • Orbitario (Or): ponto mais inferior da órbita esquerda. - Gônio(Go): ponto médio entre o mais anterior e inferior do ângulo mandibular. Bissetriz de tangente à borda posterior e inferior da mandíbula. - Pogônio(Pog) encontrado na literatura com variadas abreviações (PG, POG, Pg, Po, P): é ponto mais anterior da sínfise mandibular. • Gnatio(Gn): metade da distância entre o pogônio e o mento. Também pode ser determinado pela bissetriz do angulo entre o plano mandibular e uma perpendicular a sínfise. - Mentoniano (Me): ponto mais inferior do contorno da sínfise. - Básio(Ba): ponto mais inferior e anterior do forame magno, no plano sagital. - Ponto D: é o ponto mais central da sínfise mentoniana. Steiner determinou para estudar o crescimento da mandíbula na sua parte mais anterior. - Ponto E: é o ponto mais anterior da mandíbula em relação ao plano mandibular Dentes: por intermédio da telerradiografia conseguimos avaliar a posição anteroposterior (sagital) e vertical dos dentes anteriores, representados pelo traçado dos incisivos centrais superiores e inferiores, e posteriores, representados pelo traçado dos primeiros molares superiores e inferiores, com relação ao restante do maciço craniofacial. Incisivos Centrais Superiores e Inferiores: consiste em delinear o contorno anatômico da coroa e raiz desses dentes. Preconiza-se o uso do "Template" para o traçado dos dentes, porém, deve se respeitar o contorno incisal e vestibular, bem como a correta inclinação axial dos Padrão de perfil- Tecido mole Perfil Mole: inicia-se na altura do osso frontal, ao nível superior da glabela, e se prolonga inferiormente até a mandíbula, completando o contorno do mento. Por questão de estética, o perfil deve ser retratado por uma linha contínua e única, evitando-se a quebra ou a sobreposição da mesma. Quando impraticável, pelo menos levá-las para áreas dissimuláveis como: base do nariz com lábio superior e linha média de união dos lábios. Padrão de perfil- Tecido mole - Ponto lábio superior (Ls): ponto mais anterior na protuberância do lábio superior. - Ponto Nariz (Pn): ponto mais anterior do nariz. - Ponto pogônio tegumentar (Pog’): ponto mais anterior do queixo (tecido mole). Planos e linhas cefalométricas
1- Plano: Determinado pela união de três
ou mais pontos. 2- Linhas: União de dois pontos cefalométricos. - 1) Plano de Frankfurt: Os limites de seu traçado são a margem esquerda e a direita do cefalograma, passando pelos pontos: Pório e Orbital. - 2) Plano Oclusal: Os pontos de referência são: a borda incisai dos incisivos inferiores e o ponto médio da oclusal entre os primeiros molares superiores e inferiores. - 3) Plano Mandibular: Os limites de seu traçado são a margem esquerda e a direita do cefalograma, passando pelos pontos: Gônio e Mentoniano. • Linha SN: Linha sela- násio Linha H: linha do perfil mole, cujo os pontos de referência são: (Pg’)pogônio tegumentar e (LS) proeminência do lábio superior. Análise de Steiner
Criou na década de 50, uma cefalometria que
pode ser considerada a primeira análise cefalométrica moderna. A análise de Steneir usa como referecia da base do crânio, a linha SN (Sela - Násio). Segundo ele por serem pontos únicos e estarem situais na base do crânio não poderiam sofrer influência das alterações faciais. Relação maxila e mandíbula
•Relação da MAXILA com a linha SN= ÂNGULO
SNA •Relação da MANDÍBULA com a linha SN= ÂNGULO SNB
•Discrepância anteroposterior dos maxilares= ANB, ou
seja, SNA - SNB •SNA, indica a posição da maxila, no sentido póstero- anterior, em relação à base anterior do crânio. O valor aumentado além de 82° sugere que a maxila está para frente. O valor menor que 82° sugere que a maxila está para trás. •SNB: ângulo SNB, indica a posição da mandíbula, no sentido póstero-anterior, em relação à base anterior do crânio. O valor aumentado além de 80° sugere que a mandíbula está para frente. O valor menor que 80° sugere que a mandíbula está para trás. •ANB: O ângulo ANB indica a relação maxila- mandíbula no sentido ântero-posterior. O valor ideal de 2° não é uma composição estética. Quando ANB está entre 0° a 4,5°, há um padrão esquelético de classe I. Quando situa-se acima de 4,5°, o padrão esquelético é de classe II. Abaixo de 0° (ANB negativo), o padrão esquelético é de classe III. Relação incisivos superiores e inferiores X Face •Ângulo interincisivo: ângulo formado pela intercessão dos longos eixos dos incisivos superiores com os inferiores. Steiner atribui para este ângulo o valor de 131°. Este ângulo apresenta variações para os diferentes grupos raciais. O ângulo de 131º é encontrado nos caucasianos. E é menor do que 130º nos grupos raciais negro e amarelo, mostrando biprotrusão dentária. Longo eixo do 1 com a linha Go-Gn (1.GoGn) é a medida do longo eixo dos incisivos inferiores com o plano Go-Gn, valor de normalidade 93°. •Ângulo 1.NA: mede a inclinação dos incisivos superiores através do ângulo medido pelo longo eixo do incisivo superior e násio, sendo considerado normal 22°. •Ângulo 1.NB: mede a inclinação dos incisivos inferiores através do ângulo medido pelo longo eixo do incisivo inferior e nasio, sendo considerado normal 25°. •Distância 1-NA (mm): Distância da parte mais anterior dos incisivos superiores até a linha NA, sendo considerado normal a medida de 4mm.
•Distância 1-NB (mm): Distância da parte mais anterior
dos incisivos inferiores até a linha NB, sendo considerado normal a medida de 4mm. Distância pogônio (Pg) - NB: Paralelamente ao plano de Frankfurt, mede-se a distância do pogônio a NB (Pg- NB). Esta medida aumenta significativamente com o crescimento até os 15 anos, aproximadamente. Depois dos 11 anos, se espera um aumento em média, de 2 mm. O ideal seria quando, a distância pogônio - NB fosse igual a 1-NB. Ângulo S-N /Plano oclusal:Steiner recomenda a medida do ângulo formado pela linha SN - Plano oclusal, cujo valor médio ele atribui 14,5° Ângulo S-N /Go-Gn: As variações do valor médio do ângulo SN . GoGn (32°) indicam rotação da mandíbula, ou seja, suas displasias esqueléticas verticais, podem ocorrer por diversos fatores: • Variações no ângulo goníaco propriamente dito; • Altura do ramo da mandíbula; • Posição da cavidade glenóide, mais alta ou mais baixa; • Dimensão vertical (DV) do terço ântero-inferior da face. Linha "S": medida do Pogônio mole até o ângulo da base do nariz. Quando os lábios estão ligeiramente para trás desta linha o perfil é normal. Quando estão muito para trás o perfil é retrusivo e se os lábios estão para frente desta linha o perfil e biprotrusivo. Ângulo S-N. Go-Gn: ângulo do plano mandibular (Go- Gn) com a linha SN. As variações do valor médio do ângulo SN . Go-Gn (32°) indicam rotação da mandíbula.