Você está na página 1de 6

Registros em prótese total

A terceira consulta clínica é a consulta de registros intra orais.


1- Selamento palatino posterior
2- Ajustes no plano de cera superior
3- Registro do arco facial
4- Registro intermaxilar
5- Seleção dos dentes artificiais (forma, tamanho e cor)

• Selamento palatino posterior:


Se percorremos com o brunidor em T, caímos em um espaço profundo: o hámulo pterigoideo. É ali que a
prótese total precisa terminar. O brunidor serve para sentir e localizar essa região mais profunda. Alguns
pacientes não têm a região tão visível assim devido a reabsorções.
Definir com o brunidor e marcar com lápis cópia dos dois lados primeiro, e para marcar o centro pedimos ao
paciente para falar ‘’ah’’. Marcar na linha vibratória. Em direção ao palato duro não vibra, em direção ao palato
mole vibrátil vibra.
A frente da linha vibratória temos o palato imóvel, e após a linha (em roxo) em direção a orofaringe temos o
palato mole vibrátil
Essa linha é a nossa primeira marcação. A placa base da
consulta anterior deve ser levada a boca, para marcar a linha
(o contato marca) e conseguimos ver onde a placa base deve
terminar:

Ao colocar a superfície recortada na boca, o paciente vai falar


‘’ah’’, o palato mole vai vibrar mas a placa não deve soltar do
palato.

- criação de um filete palatino posterior:


Fazer um desgaste no modelo para que tenhamos uma espessura de resina a mais na parte interna da prótese
garante um selamento posterior, impedindo a entrada de ar nessa parte posterior da prótese e compensando a
alteração dimensional de polimerização da resina.

• Ajustes no plano de cera superior


Os ajustes são feitos por estética e fonética. São feitos em sequência:
- suporte labial - linha média
- altura incisal - linha do sorriso
- plano anterior paralelo ao plano bipupilar - linha dos caninos
- plano posterior paralelo ao plano de camper - corredor bucal

 Suporte labial – é feito primeiro porque o plano de cera sai com uma inclinação padrão do laboratório. O suporte
labial é o que dá sustentação ao lábio. Precisamos definir o quanto de suporte colocar, o quanto de resina, a
posição dos dentes anteriores...
Colocamos a placa base e o plano de cera:
foto 1 – a paciente não consegue nem selar os lábios, o
que indica a remoção da cera.
Para remover cera utiliza-se uma espátula de massa
corrida estéril e aquecida na lamparina, para que ela
reduza no mesmo formato.
Foto 2: paciente após o ajuste

Uma paciente que já perdeu os dentes há muito tempo: perfil côncavo, os lábios não aparecem, não há suporte
para o lábio.
Após colocar a placa base com o plano de cera, conseguimos dar sustentação ao lábio. Conseguimos observar no
perfil um suporte labial, preenchimento do lábio e rugas, além do contorno da superfície vestibular do rolete de
oclusão:

 Altura incisal – vai dar a informação da altura dos de s ou v (‘’faz favor de não fazer fofoca’’) com o
incisivos, do quanto de dente aparece em repouso. plano de cera na boca.
Obtemos essa informação pedindo para o paciente Altura incisal do plano de cera coincide com a borda
abrir levemente a boca e relaxar os lábios. incisal do incisivo central superior.
Observamos o quanto de cera aparece. Também é Linha labial (repouso) – quantidade de dente visível
interessante pedir ao paciente para pronunciar sons A forma de desgastar a altura incisal é também com
a placa de metal aquecida.

 Plano anterior paralelo ao plano bipupilar:


Checa-se o paralelismo do plano anterior do plano de cera ao plano bipupilar, porque isso é uma referência
estética positiva.
A régua de fox é o dispositivo que mede
isso. O segmento solto da régua fica sobre
as pupilas do paciente olhando para a frente
e a parte interna fica apoiada no plano de
cera, e aí checamos se o segmento anterior
está paralelo ao plano pupilar. Se não
estiver, precisaria de ajuste: acréscimo ou
redução de cera.
 Plano posterior paralelo ao plano de camper:
Com a mesma régua de fox, agora tira-se o segmento do plano pupilar e leva para o plano de Camper (tragus –
asa do nariz). Precisam estar paralelas, se não estiverem é preciso ajustar (adicionar ou remover cera)

Após tudo isso, é a hora de fazer a marcação das linhas: linha média, linha dos caninos e linha do sorriso.

 Linha média:
A linha média dá na montagem dos dentes aonde os incisivos centrais em suas porções mesiais vão se encontrar.
Para encontrar a linha média, é possível posicionar um fio dental longo no meio da face do paciente e marcar com
uma lecron.

 Linha do sorriso:  Linha dos caninos:


No sorriso máximo, marcar com uma lecron aonde Marcar com o paciente em repouso e estender
toca o lábio superior. Isso vai dar a dimensão de verticalmente por todo plano de cera.
altura do incisivo que devemos escolher para a
montagem no plano de cera.

 Corredor bucal: observar se há necessidade de ajuste:


Também é necessário verificar o corredor bucal (espaço vazio entre a face interna da bochecha e a face
externa do plano de cera). O mais estético é ficar um espaço vazio percorrendo as vestibulares dos dentes
posteriores e a face interna da bochecha. Se não tiver esse corredor, pode tirar cera dessa região vestibular
posterior com uma espátula quente.

Ao final disso teremos: a linha média, a linha dos caninos nas laterais e a linha do sorriso na horizontal. Ou seja,
teremos toda a referência do tamanho de dente para o incisivo
central: a altura, o posicionamento.
• Registro do arco facial
Ao terminar de personalizar o plano de cera superior, já podemos ter a
referência para montar o modelo superior no articulador semi-ajustavel (sempre
ASA).
Podemos montar próteses totais em articuladores charneiras? Por quê?
 não. Porque precisamos simular no articulador todos os movimentos
possíveis do paciente. Assim, durante a montagem dos dentes, conseguiremos
definir uma oclusão adequada que permita o funcionamento adequado do
sistema estomatognático e definir uma oclusão específica para a prótese
dentaria.
- oclusão:
A oclusão mutuamente protegida é a que nós temos na oclusão natural. Em
prótese total não construímos o mesmo tipo de oclusão, porque se a prótese
total tiver guia anterior, ela vai soltar. O tipo de oclusão indicada em prótese
total é a oclusão balanceada bilateral.
Para esses dois tipos de oclusão, precisaremos de um ASA.

Para a montagem do modelo superior:


1- Criação de edentações (canaletas) na superfície oclusal nas regiões posteriores
do plano de cera superior.

2- Isolamento com vaselina pastosa nos dois segmentos posteriores e também no


segmento anterior

3- Plastificação da godiva em bastão e colocar em 3 pontos do garfo (igual em


oclusão), e impressão das edentações, centralizando a linha média com a haste
do garfo. Após isso, tudo isso vai para a boca.

• Registro intermaxilar:
para montagem do modelo inferior:
1- Determinação do DVR (Dimensão Vertical de Repouso) – é a altura do terço inferior da face quando
estamos em repouso (os dentes não se tocam – espaço funcional livre), após encontrar essa DVR, diminuir
da EFL e encontramos a DVO.
2- Determinação da DVO (Dimensão Vertical de Oclusão)
3- Determinação da Relação Cêntrica – relação de referência (já que não há dentes para a MIH), que é uma
relação intermaxilar.

Obs: DVR = relação vertical. RC = relação horizontal. Para descobrir a RC, precisa-se antes descobrir a DVR e
DVO.

 Determinação da DVR:
- importância –
- obtenção (apenas base de registro superior) –
 Posição vertical:

 Relaxamento dos músculos faciais:

 Determinação da DVO:
- importância – importante para a montagem dos dentes
- obtenção (com ambas as bases de registro na boca) – paciente vai abrir e fechar a boca apenas até selar os
lábios.

 Redução da altura do plano de cera mandibular

 DVO = DVR – EFL (3 mm)

 Contato dos planos de cera superior e inferior (referencias na face)

 Ajustes no plano de cera inferior:


O plano de cera inferior vem com uma altura padrão do laboratório, de cerca de 18 mm. Alguns ajudes são
necessários, de acordo com:
 Dimensão vertical de repouso
 Dimensão vertical de oclusão
Utilização do compasso de Willis:
pedimos para o paciente abrir e fechar a boca várias
vezes só até selar os lábios, e medimos da base do
nariz a base do mento e medimos a dimensão vertical.
Se só pedimos para o paciente selar os lábios e não
há placa base nenhuma na boca ou somente a
superior, ou seja, não há toque entre as placas bases
na boca, teremos uma DVR.
Após isso, fechamos a régua em 3 mm, tirando a EFL, para chegar a DVO. Agora, é necessário ajudar o plano de
cera de acordo com essa DVO. Removemos o superior e degastamos ou acrescentamos cera no inferior.

 Determinação da relação cêntrica:


1- Recorte das regiões posteriores do plano de cera inferior

Na DVO temos o plano de cera superior tocando no plano de cera inferior.


Agora, abriremos um espaço atrás para fazer um registro em relação
cêntrica. Só abre-se esse espaço para colocar algum material de registro ali,
para registrar as canaletas que foram criadas no plano de cera superior.

Então, ganhamos um espaço e colocaremos nesse espaço algum material de


registro. Os mais fiéis são os materiais rígidos, ou seja, pasta zincoenolica,
godiva.. são materiais anelásticos.
Colocar esse material no plano de cera inferior, o plano superior está na
boca, colocamos o inferior na boca e manipulamos a mandíbula para
fechamento em relação Centrica.

 Registro da relação cêntrica:

Com a utilização de pasta zincoenólica: Com a utilização de godiva:


• Seleção dos dentes artificiais (forma, tamanho e cor):

Cor não dá para definir de imediato. Tamanho encontraremos pelas definições do próprio registro, e a forma
também define-se depois.

Agora, poderemos montar o modelo em ASA. O registro com arco facial já foi feito na montagem dos modelos em
ASA, isso servirá para montar o modelo superior, e o registro em RC vai permitir a montagem do modelo inferior
no braço inferior do ASA.

1- Confecção de sulcos de orientação na base do modelo: os modelos têm


que ser altos (cerca de 12, 13 mm de espessura) para preservar e
evitar que ele frature.
As canaletas são para evitar que o modelo frature, o gesso do
articulador entrará nessas canaletas feitas com fresa.
No final, ao terminar a prótese, é possível separar o modelo do gesso,
que ficara preso no articulador. O modelo levaremos para prensagem.
A parte de gesso tipo 3 será levada para dentro da mufla para uma
prensagem. A prótese virá pronta, mas precisaremos remontar no ASA.
Isso chama-se remontagem laboratorial.

2- Vaselina nos sulcos de orientação:

3- Montagem do modelo superior (arco facial):

4- Montagem do modelo inferior (registro da RC):

Você também pode gostar