Você está na página 1de 63

Planos de Orientação

Dimensão Vertical
Relação Central

Carlos Renato Valim


Etapas da confecção da
prótese total
⦿ Moldagem anatômica
⦿ Modelo anatômico
⦿ Delimitação da área chapeável
⦿ Confecção da moldeira individual
⦿ Moldagem funcional
⦿ Modelo de trabalho
⦿ Base de prova e Plano de cera (planos de
orientação)
Fase laboratorial
Confecção de:
✓Base de Prova
✓Planos de cera
Base de Prova:

Conceito:
A base de prova (chapa de prova) é a base
provisória de uma dentadura, preparada sobre o
modelo de trabalho, com material adequado e
que permite a realização de todas as operações
prévias para a confecção de uma prótese total,
sem se deformar ou romper.
Base de Prova:
Tipos de Base de Prova
Material Vantagens Desvantagens

PLACABASE: ✓Facilidade de trabalho ✓Instabilidade dimensional


•Grossa ✓rapidez ✓Fragilidade
•fina ✓Dificuldade no ajustamento
ao modelo

RESINA ACRÍLICA ✓Maior estabilidade ✓Dificuldade de trabalho


•Quimicamente ativada dimensional ✓mufla
•Termicamente ativada ✓Resistência maior aos choques
e variações de temperatura
✓Alto grau de ajuste

MATERIAIS TERMOPLÁSTICOS ✓Facilidade de trabalho ✓Instabilidade dimensional


(placas de acetato) ✓rapidez ✓Dificuldade no ajustamento
ao modelo
✓Necessita aparelho
(plastificadora)
Objetivos:
✓ Permitir a determinação da dimensão vertical
✓ Permitir a determinação e o registro da relação central
✓ Possibilitar a transferência com o arco facial e a
montagem dos modelos em articulador
✓ Possibilitar a montagem dos dentes artificiais
✓ Possibilitar as provas clínicas
✓ Desempenhar a função de matriz das futuras próteses
Técnica:
⦿ Isolante
⦿ Alívio das zonas retentivas no modelo
funcional.
⦿ Resina acrílica sobre o modelo com
espessura uniforme de + 1,5mm.
⦿ Recorte de excessos.
⦿ Acabamento e polimento - superfície lisa e
arestas arredondadas.
Diferenças
BASE DE PROVA MOLDEIRA INDIVIDUAL

✓ Espessura de 1,5 mm ✓ Espessura de 2 mm


✓ Sem cabo ✓ Com cabo
✓ Limite: Fundo de sulco ✓ Limite: cerca de 2mm
do Fundo de sulco
Plano de Cera:

⦿ É um protótipo tridimensional, geométrico e individual


do que virá a ser o arco dentário do paciente.
PRISCO & MARCHINI, 2002
⦿ É uma muralha de cera adaptada à base de prova,
onde são registradas as relações intermaxilares de
interesse protético a fim de orientar os passos de
confecção da prótese.
⦿ Permite a seleção e fixação dos dentes,
determinando o alinhamento, a posição e a oclusão
com antagonistas.

DOMITTI, 2001
Plano de Cera:
⦿ A conformação da sua plataforma oclusal
determinará as curvas de Spee e de Wilson,
importantes na estabilidade e eficiência
mastigatória da prótese.
Material e instrumental necessários
para confecção do Plano de Cera
⦿ Compasso de Willis
⦿ Três lâminas de cera No 7
⦿ Espátula No 31
⦿ Espátula Le Cron
⦿ Lamparina
⦿ Vaselina
⦿ Placa de vidro
Técnica:
⦿ Dobrar lâmina de cera 7 ou 9 em sanfona numa largura
de 10 mm, sob aquecimento de chama de lamparina,
formando um rolete.
⦿ Fixar rolete à base de prova com espátula aquecida com
formato de ferradura.
⦿ Preencher com cera fundida espaço entre base e rolete
tanto por vestibular quanto por palatino.
⦿ Flambar o rolete com lamparina de Hanau para
homogeneizar a superfície.
Plano de Cera:
MAXILA:

20 mm
75º
5 mm
MANDÍBULA:

0 mm

18 mm
Fase clínica
Determinação da Dimensão Vertical
Planos de Orientação
Relação Central
Montagem em ASA
Dimensão Vertical:
⦿É o espaço inter-maxilar, em um indivíduo,
para determinada posição da mandíbula,
segundo o plano vertical.
Dimensão Vertical:
⦿ Alturado terço inferior da face ou a relação
espacial da mandíbula em relação à maxila
no plano vertical.
TELLES, 2003.

⦿ Posição da Mandíbula em que os músculos


elevadores e abaixadores estão em equilíbrio
(dimensão vertical de repouso).
TAMAKI, 1983.
Dimensão Vertical
de Oclusão (DVO):
⦿É o espaço que corresponde ao afastamento
intermaxilar, quando do contato dos dentes
naturais superiores e inferiores.
⦿ é o espaço intermaxilar que procuramos
estabelecer num indivíduo desdentado total.
Espaço Funcional Livre (2- 4 mm):
EFL=DVR- DVO

⦿ Corresponde à diferença entre a dimensão vertical de


repouso e a dimensão vertical de oclusão.
ACADEMY OF PROSTHODONTICS -
Glossary of Prosthodontic Terms (6th ed.), 1994.

⦿Espaço insuficiente, os dentes se tocam


durante a fala prejudicando pronúncia e
provocando cansaço muscular, acelera
reabsorção.
⦿ Espaço maior, prejudica estética e a pronúncia
fica sibilante, lesões comissurais.
Técnicas para determinação da DV:
Determinação da DVO diretamente Determinação da DVR e DVO

⦿ Método de BOOS ou da ⦿ Método do compasso de


potência muscular WILLIS ou da harmonia
⦿ Método de MONSON ou da facial (métrico e estético)
deglutição ⦿ Método fotográfico de
⦿ Método da máscara facial WRIGHT
(ainda com dentes) ⦿ Método do paralelismo dos
rebordos de SEARS
⦿ Método da aparência facial ou
de FOX
⦿ Método do repouso muscular
de GERSON MARTINS
(fisiológico)
⦿ Método proporcional de
BRODIE THOMPSON
⦿ Método fonético de
SILVERMAN
Determinação da DVO:
⦿ Associar mais de um método para
confirmar.
1. Método Métrico
2. Método Fisiológico
3. Método Estético
4. Método Fonético
5. Método da Deglutição
6. Método das Proporções Faciais
Determinação da DVO
Método Métrico:
⦿ Willis (1930).
⦿ Distância do canto externo do
olho até comissura labial é
igual à distância do ponto
A
subnasal ao gnátio. Inclui
EFL.
B
⦿ Leitura do Compasso de A=B
Willis – 3mm = DVO.
Ajustes:
Determinação da DVO
Método Fisiológico:

⦿ Posição fisiológica de repouso da


mandíbula, registra-se o terço inferior da face
e com compasso diminuído de 3 mm ajusta-
se o plano de orientação inferior.
Determinação da DVO
Método Estético:

⦿ Harmonia da aparência externa da face.


Determinação da DVO
Método Fonético:
⦿ Silverman, 1953. Afere a funcionalidade
da DVO previamente estabelecida.
⦿ Solicitar ao paciente para pronunciar sons
sibilantes e observar espaçamento
interoclusal (Espaço Funcional de
Pronúncia).
⦿ Utilizar somente na conferência final
quando dentes já estiverem montados.
Determinação da DVO
Método da Deglutição:

⦿ Durante a deglutição o paciente leva a


mandíbula na DVO.
Determinação da DVO
Proporções Faciais:
⦿ Existe uma proporção entre a largura da
boca e a distância que vai do tubérculo do
lábio ao mento.
Curvas de Compensação
Servem para diminuir o esforço
muscular exigido para executar
movimentos mandibulares

Curva de Spee
Curva de Wilson
Curva de Monson
Curva de Spee
⦿ Linha imaginária que tangencia as pontas de
cúspides vestibulares dos dentes inferiores
desde o canino passando pelos molares indo
até o centro de rotação do côndilo.
Curva de Wilson
⦿ Linha imaginária, no plano frontal, que toca os
vértices das cúspides vestibulares e linguais dos
dentes posteriores inferiores e superiores de
um lado até os vértices das cúspides linguais e
vestibulares do lado oposto.
Curva Individual de Compensação

⦿ Está em intimamente relacionada com as


inclinações das paredes internas da
cavidade glenóide, forma dos côndilos e
amplitude do “movimento de BENNET”.
Métodos para obtenção da curva
individual de compensação
Método mecânico Método fisiológico
⦿ Usa ASA, com ⦿ Roletes de cera com
inclinações das guias pasta abrasiva
condilares pré-fixadas interposta são
em 33º (inclinação da personalizadas com
trajetória sagital), e 15º movimentos de
para o ângulo de lateralidade e
Bennet. propulsão realizados
⦿ Desenvolvido por GYSI pelo paciente.
⦿ Técnica introduzida por
e preconizado por
WALKER e HANNAU. PATERSON (1923).
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.

› Delimitar as curvas ântero-posterior e lateral,


observando sempre a anatomia e fisiologia do
sistema mastigatório.

› Balanceio oclusal eficiência mastigatória

› Importância para oclusão balanceada bilateral


(Durante a MIH, a protrusão e os movimentos de
lateralidade, todos os dentes se contatam
simultaneamente).
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.

⦿ São feitas canaletas, 6mm de largura e


5mm de profundidade, nos roletes de cera
para serem preenchidas por material
abrasivo.
⦿ Faz-se uma curva antero-posterior
arbitrária nos planos oclusais, e pede-se
ao paciente que execute os movimentos
até se chegar a DVO.
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.

⦿ Utiliza no terço oclusal dos planos de


cera, cera de baixa fusão a qual vai
facilitar a individualização das curvas de
compensação.

(MEEYER, 1935)
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.

Lateralidade
esquerda

Lateralidade
direita
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.

Protrusiva
Curvas individuais de Compensação
Desgaste de Paterson.
Relação Cêntrica:
Posição mais posterior da mandíbula em relação a
maxila, no plano horizontal, determinada pelos
músculos e ligamentos que atuam sobre o complexo
côndilo/disco da ATM, independentemente de
contatos dentários, estando os côndilos na posição
mais anterior da cavidade glenóide, contra a vertente
posterior da eminência articular.
TELLES, 2003.
Requisitos prévios:

⦿ Bases de prova estáveis


⦿ Dimensão vertical já estabelecida
⦿ Paciente calmo e muscularmente relaxado
Métodos de Obtenção da RC.
⦿ Posição deve ser guiada com o
consentimento do paciente evitando a
ação muscular e dores.
⦿ Associar métodos.

1. Método de Manipulação
2. Métodos Fisiológicos
3. Métodos Mecânicos
4. Métodos Gráficos
Métodos de Obtenção da RC
Métodos de Manipulação

⦿ Auxílio das mãos do operador.


⦿ Imobilizar base de prova com as mãos.
Métodos de Obtenção da RC
Métodos Fisiológicos:
⦿ Levantamento da ponta da língua contra o
palato direcionando o fechamento
mandibular durante a manipulação.
⦿ Orientar o paciente a deglutir direcionando
mandíbula para registro.
Métodos de Obtenção da RC
Métodos Mecânicos:
⦿ Uso de dispositivos: JIG, Leaf Gauge.

⦿ Servem como ponto de apoio na região


anterior impedindo contato posterior e
levando a mandíbula para posição mais
retruída.
Métodos de Obtenção da RC
Métodos Gráficos:

⦿ Maiorcomplexidade com dispositivos


especiais (intra ou extra orais).

⦿ Arco gótico.
⦿ http://www.vipi.com.br/portal/index.php/
clonagem-em-protese-total-capitulo-5/
http://paginas.fmd.up.pt/newsletter/index.php?option=com_content&view=
article&id=97&showall=1&Itemid=74
Ajustes do plano de cera após
determinação da DVO:
⦿ Maxila: parâmetros estéticos.
1. Suporte Labial
2. Altura incisal (exposição de 1 a 2 mm lábio)
3. Linha de sorriso (curva ascendente acompanhando
a borda superior do lábio inferior)
4. Formato do rebordo (arranjo dental)
5. Corredor bucal (espaço entre vestibular dos d.
posteriores e a mucosa interna da bochecha.
6. Linha média
7. Distal de caninos
Plano de Cera:

Régua de Fox

Plano de Câmper Linha interpupilar


Plano de Cera:

1-2 mm
Corredor Bucal:
Ajustes:
⦿Mandíbula: restabelecer posição em relação
a maxila no plano horizontal e vertical.
⦿ Buscar parâmetros funcionais nas demais
estruturas para nortear as reconstruções
(RC e DVR).
⦿ Associação de técnicas para atingir os
objetivos. Resultado de uma sirva de
compensação para o erro inerente de outra.
Registro:
Montagem em ASA:
Resumo:

Condutas Clínicas Padrões Estéticos Parâmetros Fisiológicos

Ângulo nasolabial pouco maior de


Suporte labial
90º

1 a 2 mm abaixo do lábio em
Altura incisal
repouso

Plano oclusal paralelo ao plano de


Linha do sorriso
Camper
Ajustes no plano superior
Formato do rebordo Quadrado, triangular ou ovóide

Espaço existente entre superfície


Corredor bucal
vestibular dos d. post. e bochecha

Linha imaginária que divide o


Linha Média
filtrum.

TELLES, 2003.
Resumo:

Condutas Clínicas Padrões Estéticos Parâmetros Fisiológicos

DIMENSÃO VERTICAL DE Diminuir 3 a 4 mm da altura do


OCLUSÃO terço inferior da face em repouso
Ajustes no plano inferior
Manipulação com o paciente
RELAÇÃO CÊNTRICA levando a língua ao “céu da boca”.
Manter a posição com deglutição

TELLES, 2003.

Você também pode gostar