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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Faculdade de Odontologia
Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

CÁRIE SEVERA DA INFÂNCIA: ANÁLISE DOS FATORES


COMPORTAMENTAIS DE RISCO

Relatório Final

Apresentado à Faculdade de Odontologia


da Universidade de Passo Fundo, como
requisito da disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso e para graduação no
curso de Odontologia da Universidade de
Passo Fundo.

Aluno – Bruna Fernandes de Camargo

Orientador – Prof. Ma. Daniela Jorge Corralo


Passo Fundo, abril de 2015.

Sumário
COLAK,H. ; DÜLGERGIL,C. T. ; MEHMER,M. D. ; HAMIDI,M. M. . Early
childhood caries update: A review of causes, diagnoses, and treatments. Journal of
natural Science, Biology and Medicine, v.4, n.1, p.29-38, 2013. ..................................29
COSTA, L.R.; DAHER A.; QUEIROZ, M.G. Early childhood caries and body mass
index in young children from low income families. Int J Environ Res Public Health, v.
10, n. 3, p. 867-878, 2013. .............................................................................................29
RELATÓRIO FINAL

1. TÍTULO
Cárie severa da infância: análise dos fatores comportamentais de risco.

2. EQUIPE EXECUTORA
2.1. Aluno
Nome: Bruna Fernandes de Camargo
Matrícula: 110324

2.2. Orientador
Nome: Prof. Ma. Daniela Jorge Corralo
Matrícula: 5263

3. RESUMO
A pesquisa da doença cárie severa da infância com relação ao conhecimento sobre sua
etiologia, diagnóstico, planejamento e tratamento é de suma importância. A cárie severa
da infância é um tipo de cárie mais avançada que acomete a dentadura decídua nos
primeiros anos de vida das crianças, em decorrência de maus hábitos alimentares,
aleitamento materno ou ao uso de mamadeiras e à ausência de uma adequada higiene
bucal. Na literatura, poucas referências literárias relatam e explicam a correlação entre a
cárie severa na infância e os fatores comportamentais de risco. Esse estudo teve por
objetivo verificar a correlação dos fatores comportamentais na ocorrência de cárie
severa. Foram submetidos à pesquisa 30 crianças de 6 a 71 meses, que foram atendidas
na Clínica Materno Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo
Fundo (FO-UPF) entre os meses de março a junho de 2014. O estudo foi realizado em
duas etapas: entrevista e exame clínico. A entrevista buscou avaliar os hábitos
alimentares; de higiene bucal, variáveis demográficas e acesso ao flúor. O exame clínico
avaliou a presença de cárie severa, sendo as manchas brancas também consideradas
cárie. Foram incluídas no estudo 26 crianças. Foram descritas as variáveis quantitativas
pela média e o desvio padrão e feita a comparação entre duas categorias dos fatores em
estudo pelo teste t de Student para amostras independentes e entre três ou mais
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categorias pelo teste de Análise de Variância (ANOVA). Foi considerado um nível de
significância de 5%. Não foi encontrado correlação entre as variáveis dieta e higiene
com a cárie severa da infância.

Palavras-chave: cárie severa, crianças, pré-escolar, fatores de risco.


4. PROBLEMA DE PESQUISA
A Cárie Severa da Infância é uma das doenças mais complexas da
Odontopediatria por envolver a perda dental extensa da dentadura decídua e pelos
problemas decorrentes destas lesões. Dessa forma, sendo de difícil diagnóstico e
tratamento, não só devido ocorrer numa idade na quais os pais não costumam levar seus
filhos ao dentista, mas pelo manejo de comportamento da criança. Sendo assim, ainda
são necessárias pesquisas que possibilitem maior conhecimento da etiologia da cárie
severa da infância, diagnóstico, planejamento e tratamento.

5. JUSTIFICATIVA
A cárie dentária ainda é uma das doenças mais prevalentes entre todas as
agressões à saúde humana, podendo trazer sequelas e consequências traumáticas para a
qualidade de vida do indivíduo portador. A cárie severa da infância é um tipo de cárie
mais avançada que acomete a dentadura decídua nos primeiros anos de vida das
crianças em decorrência de maus hábitos alimentares em relação ao aleitamento
materno ou ao uso de mamadeiras e à ausência de uma adequada higiene bucal. A maior
parte da literatura odontológica está focada para a cárie precoce da infância, não
enfatizando sua forma mais avançada, a cárie severa da infância. A literatura, entretanto,
é escassa com referência à correlação de fatores comportamentais de risco (hábitos de
higiene bucal, hábitos alimentares e uso do flúor) e ao desenvolvimento da doença cárie
em crianças pré-escolares.

6. REVISÃO DE LITERATURA

CÁRIE SEVERA NA INFÂNCIA

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A American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) classifica cárie precoce na
infância como a presença de um ou mais dentes decíduos cariados (lesões cavitadas ou
não), perdidos (devido à cárie) ou restaurados antes dos 71 meses de idade. Para
crianças de até 3 anos qualquer sinal de cárie em superfície lisa é considerado severe
early childhood caries - cárie severa na infância (CSI) (DRURY et. al., 1999;
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRIC DENTISTRY, 2003). Também é
considerada CSI se, dos 3 aos 5 anos de idade, a criança apresenta mais de quatro, cinco
e seis superfícies afetadas em dentes anteriores decíduos aos 3, 4 e 5 anos de idade,
respectivamente (FRAIZ et al., 2013).
Pode-se classificar, segundo Assed (2005), a severidade da cárie, antigamente
chamada de cárie de mamadeira, em leve, moderada e intensa. A leve descreve-se por
desmineralizações ou lesões cavitadas atingindo os incisivos superiores. Lesões
cavitadas atingindo os incisivos superiores e os primeiros molares (superiores e/ou
inferiores), ou apenas os incisivos superiores, com extensa destruição coronária é
considerada de severidade moderada. As lesões cavitadas atingindo os incisivos
superiores primeiros e segundos molares (superiores e inferiores) e, às vezes, caninos
são designadas de severidade intensa. E as lesões cavitadas atingindo os incisivos
superiores, primeiro e segundos molares (superiores e inferiores), caninos e, inclusive,
incisivos inferiores recebem a designação de severa.
As lesões de cárie também podem ser diferenciadas pela causa através da sua
forma. As lesões desenvolvidas em casos de aleitamento materno têm como
características lesões iniciais no terço médio das superfícies palatina e vestibular, em
forma de meia-lua, com rápida perda de estrutura e envolvimento pulpar. Já a cárie
desenvolvida pelo uso de mamadeira apresenta uma desmineralização branco-opaco no
terço cervical como aspecto inicial, próximo à gengiva, pois é o local onde o acúmulo
de biofilme é maior (ASSED, 2005).
Em geral, os incisivos superiores são os primeiros dentes afetados, pois estão
entre os primeiros a irromper. A face vestibular dos incisivos é a mais atingida, isto é
decorrente da ausência parcial do selamento labial, pois a musculatura labial da criança
não está totalmente desenvolvida, o que impossibilita a presença de saliva nesta região,
e aumenta a possibilidade do desenvolvimento da cárie severa (ASSED, 2005).

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Ainda segundo Assed (2005), a cárie severa da infância além de afetar a
estrutura dental pode influenciar negativamente no crescimento da criança, colaborando
no retardo do crescimento e desenvolvimento. A explicação estaria no fato de que a dor
gerada pela doença aumenta a produção de glicocorticóides e em decorrência do sono
perturbado ocorre a diminuição da secreção do hormônio do crescimento.
No Brasil, dados do levantamento de saúde bucal realizado em 2010 (SB
BRASIL, 2011) revelaram que 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentam no
mínimo um dente com experiência de cárie e a proporção chega a 45% em crianças de
cinco anos de idade. Dessa forma, a cárie severa da infância é considerada um problema
de saúde pública, pois atinge um grande número de crianças, gerando impacto negativo
na qualidade de vida devido a problemas no desenvolvimento e bem-estar destas
crianças, pois a cárie pode gerar dor, abscesso e infecção, o que pode impedir a
realização de uma alimentação adequada e afetar a autoestima, a sociabilidade e bem
estar da criança (LOSSO et. al. 2009).

RELAÇÃO ENTRE CÁRIE SEVERA E FATORES DE RISCO NA INFÂNCIA


Para o desenvolvimento da cárie severa da infância existem diversos fatores, tais
como: hospedeiro susceptível, microbiota e dieta cariogênica. Esses fatores são
influenciados por fatores secundários, tais como: hábitos de higiene bucal, acesso ao
flúor, hábitos alimentares, fatores socioculturais e econômicos (BUSATO, 2002).
Segundo Feldens e Kramer (2013), dentre os fatores de risco para o
desenvolvimento da doença pode-se citar: fatores demográficos, familiares,
socioeconômicos e comportamentais. Dentro dos fatores comportamentais inclui-se:
dieta, nutrição, placa visível, hábitos de higiene e presença de micro-organismos
cariogênicos. Como o intuito da presente pesquisa é correlacionar os fatores
comportamentais dieta e higiene com a doença cárie severa da infância, a revisão
literária será direcionada a apenas estes fatores.

Dieta
Com relação à dieta, pode-se citar importantes práticas como a introdução
precoce de sacarose antes da criança completar 1 ano de vida, alta frequência de

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ingestão de carboidratos fermentáveis, aleitamento materno prolongado e em alta
frequência e o uso de mamadeira, com ênfase para o uso durante o sono (LOSSO et al.,
2009).
Os hábitos alimentares influenciam na formação da placa bacteriana, a qual é
essencial para o desenvolvimento da cárie. Crianças com uma dieta rica em sacarose
mostram um índice de cárie superior ao de crianças com uma dieta balanceada. A dieta
interfere também na composição da saliva, que atua na limpeza da cavidade oral,
ajudando na remoção de restos alimentares e micro-organismos não aderidos à
superfície dentária, assim o acúmulo de placa se torna mais lento, mas isso não torna a
higiene bucal desnecessária, pois não há a remoção completa da placa bacteriana pela
saliva (FELDENS, 2008).
Segundo Pinto (2009), uma mudança significativa na dieta ocorreu nas últimas
décadas, onde verduras, leguminosas, frutas e sucos naturais perderam espaço para
açúcar e refrigerantes. Essas mudanças podem estar vinculadas aos padrões culturais e
socioeconômicos, representado principalmente pela figura materna no ambiente
familiar, pois normalmente é a pessoa que escolhe os alimentos a ser oferecido aos
filhos. Mães com baixo nível econômico e menor grau de escolaridade tendem a
oferecer com mais frequência aos filhos produtos açucarados.
Estudos apresentam que obesidade e cárie estão ligadas diretamente, pois os dois
tem em comum o consumo excessivo e frequente de alimentos açucarados. Este
consumo pode estar relacionado com a facilidade de encontrar alimentos
manufaturados, os quais em sua maioria contêm açúcar, e com isso consolida-se um
habito de alimentação inadequada e favorável à cárie e à obesidade (DIAS, 2011).
Para evitar este desequilíbrio na saúde e desenvolvimento das crianças deve ser
explicado aos pais conceitos básicos diferenciando dieta e nutrição e posteriormente
seus efeitos sistêmicos ou locais, na cavidade oral. Após isso, buscar encontrar
alternativas nutricionais adequadas à idade da criança (GUEDES-PINTO, 1998).
A dieta caracteriza-se pelo costume de ingerir diariamente certos tipos de
alimentos e bebidas, já a nutrição refere se ao equilíbrio entre a alimentação, o gasto
fisiológico de energia e os nutrientes do organismo. Como efeitos sistêmicos da
desnutrição durante a gestação pode-se observar retardo da erupção dos dentes decíduos

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e à erupção precoce dos permanentes, também pode ocorrer limitações no
desenvolvimento das glândulas salivares o que leva a diminuição do fluxo salivar e
gerando menor capacidade tampão, pode também afetar o crescimento de órgãos e
tecidos por limitar à nutrição e energia fornecida. Os açúcares, amidos, flúor, alimentos
protetores dos dentes e alimentos que estimulam o fluxo salivar, são os itens que
apresentam maior efeito local pós-eruptivo (GUEDES-PINTO, 1998).
A literatura defende ainda que alimentos como queijo, nozes, amendoim, pipoca
salgada e cacau servem como alimentos protetores, pois têm a capacidade de elevar o
pH da placa, bem como os alimentos duros e fibrosos que estimulam o efeito tampão e o
aumento do fluxo salivar (GUADES-PINTO, 1998).
A sacarose é o mais cariogênico de todos os carboidratos, devido rápida difusão
e pronta metabolização em ácidos. Dessa forma, quando é precocemente introduzida na
dieta da criança, antes de 1 ano de vida, propicia a colonização sucessiva de sítios
dentários por uma microbiota cariogênica (FELDENS, 2008).
O risco do açúcar como causa de cárie também aumenta se for consumido entre
as refeições e sob uma forma física que a retenha na cavidade bucal por um longo
período de tempo. Segundo Feldens (2008), isso ocorre pela constante produção de
ácido e queda do pH bucal, impedindo a reposição fisiológica de minerais como cálcio e
fosfato nos ciclos de des-remineralização. Assim, sugere-se que se o açúcar for
consumido, que seja oferecido como sobremesa, evitando-se produtos açucarados e
ácidos (goma de mascar, bombons, chocolates, caramelos, sorvete, mel) e alimentos
contendo açúcar e farinha refinada como bicoitos recheados e bolos, pois permanecem
muito tempo retidos na cavidade bucal.

Aleitamento Materno
Na formação de dentes sadios e fortes o aleitamento materno é um alimento
essencial, pois é nutritivo e contém elementos essenciais para um bom crescimento do
bebê, como vitaminas D, cálcio, flúor e fósforo. A ausência desses nutrientes na infância
causada por má nutrição esta descrita na literatura como responsável pelo
comprometimento do crescimento linear, emagrecimento extremo da criança, e também
esta associado à atrofia das glândulas salivares e hipoplasia do esmalte, retardo na

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erupção dos dentes, estes por sua vez estão ligados com a maior suscetibilidade à cárie
dentária. A inclusão de proteínas, gorduras, legumes, verduras na dieta das crianças
também interfere no desenvolvimento ou não da cárie, bem como o leite materno esses
alimentos são essenciais no bom desenvolvimento dos dentes (BATISTA, 2007).
Entretanto, o aleitamento materno prolongado e em alta frequência,
principalmente durante à noite após 1 ano de idade, também é considerado um dos
fatores comportamentais de risco ligados à dieta da criança. Isto deve-se a estagnação
do leite materno principalmente sobre os incisivos superiores, assim, a lactose é
metabolizada muito rapidamente pelas bactérias presentes, ocorrendo a produção de
ácidos e o aparecimento de manchas brancas e mais tarde cavidades (BERKOWITZ,
2003).
Quando comparamos a composição dos diferentes tipos de leite observamos que
o leite humano apresenta maior potencial cariogênico do que o leite em pó e bovino. No
entanto o leite em pó ou bovino são utilizados em sua maioria com a adição de açúcares
ou achocolatados, o que aumenta a cariogenicidade desse alimento (ASSED, 2005).
É notório o incentivo para que ocorra a amamentação no mínimo até os seis
meses, pois esse processo influencia diretamente no desenvolvimento da criança. Na
cavidade oral o ato da sucção ao peito auxilia na formação adequada da musculatura e
estrutura orofacial, bem como do palato duro, no alinhamento correto dos dentes e
conduz a uma boa oclusão (BRASIL, 2009). No entanto, o aleitamento livre demanda e
principalmente durante o sono, após a erupção dos dentes, pode tornar-se uma
contribuição significativa para o desenvolvimento da doença cárie severa da infância.
Assim, se o hábito for interrompido durante o sono, há uma grande chance de que os
dentes não-irrompidos sejam poupados da doença (GUEDES-PINTO, 2012).
Em muitos casos a mãe não tem condições de oferecer a amamentação no peito e
esta é substituída por mamadeiras e chupetas, que interferem no desenvolvimento
motor-oral, empurrando o palato para cima, diminuindo o espaço da passagem do ar,
podendo desencadear respiração bucal, má-oclusão dentária, dificuldades na deglutição
e mastigação, bem como na articulação dos sons da fala (BRASIL, 2009).
A cariogenicidade com relação ao uso da mamadeira é proveniente, geralmente,
pelo fato de ser utilizada para acalmar, fazer dormir ou recompensar a criança, por ser

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veículo de líquidos adocicados e com pH baixo e também por favorecer o consumo em
alta frequência, livre demanda, facilitar a oferta durante o sono ou imediatamente antes
e pelo padrão muscular de sucção envolvido, permitindo o acúmulo ao conteúdo ao
redor dos dentes anteriores superiores (SILVA et al., 2010).
O uso de mamadeiras não se restringe ao leite, outros líquidos tais como
refrigerantes, sucos e chás também são oferecidos por meio da mamadeira. Muitas
vezes não é feita a adição de açúcar, no entanto, o pH destes líquidos é baixo variando
entre 3 e 4, tornando o meio bucal acido o que propicia o efeito erosivo do esmalte dos
dentes, essa erosão facilita a instalação ou progressão das lesões de cárie (ASSED,
2005).
Assim, dependendo da frequência, conteúdo da mamadeira e o momento do
consumo, em poucos meses os dentes anteriores superiores podem passar da higidez à
destruição coronária completa, necrose pulpar e perda dentária (SILVA et al., 2010).

Higiene bucal
As primeiras preocupações com a higienização oral ocorrem principalmente
após a erupção do primeiro dente, mais ou menos aos seis meses de idade do bebê. O
acesso irrestrito ao aleitamento materno, a mamadeiras ou substâncias açucaradas
durante o sono sem posteriormente ocorrer uma higienização adequada é observado
com frequência, sendo este um agravante quando se diz respeito à cárie severa na
infância (CSI) (LOSSO et. al. 2009).
Segundo Assed (2005), a higienização oral deve ser inserida mesmo na ausência
de dentes irrompidos, após o uso de mamadeiras ou leite materno. A limpeza não deve
ocorrer após cada amamentação, pois as imunoglobulinas presentes no leite humano são
importantes para a defesa imunológica da mucosa bucal. Com a realização dessa
limpeza o bebê se acostuma com a manipulação na cavidade oral e a sensação de boca
limpa e principalmente a mãe ou responsável pela criança cria o hábito da higienização.
A orientação correta dos cuidadores sobre a aplicação do flúor e higienização é
de grande importância para que eles tenham consciência da importância de se manter
uma boa higiene oral desde o primeiro ano de vida. Pode ser feito com auxilio de

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dedeira, fralda umedecida ou uma gaze embebida em soro fisiológico, água filtrada ou
água destilada, de preferência à noite (DIAS, 2011).
A higienização antes da erupção dos dentes tem início normalmente aos seis
meses, sendo realizada apenas uma vez ao dia de preferência após a última mamada
com gaze estéril ou fralda envolvida ao dedo indicador do responsável buscando a
remoção de resíduos de leite ou alimento nos rodetes gengivais, língua, parte interna das
bochechas e do vestíbulo. Após o irrompimento dental a limpeza da cavidade oral torna-
se ainda mais importante na busca de evitar a organização do biofilme sobre os dentes,
para isso pode se utilizar, no primeiro ano de vida, fralda, gaze umedecida em soro ou
dedeira com o mínimo de creme dental sem flúor para adaptação, ou em crianças com
alto risco de cárie, creme dental com flúor. Em torno dos dezesseis meses ocorre o
irrompimento dos primeiros molares decíduos, a partir deste momento a gaze já não é a
opção mais adequada para higienização. Deve-se então introduzir a escova de dente que
tenha cerdas macias, cabeça pequena e estreita, extremidades arredondadas e que
possibilite uma boa empunhadura. Não há idade adequada para a criança realizar a
própria higienização bucal, assim que ela apresentar interesse os pais devem
proporcionar essa experiência, mas sempre presentes orientando e estimulando, após a
criança realizar sua escovação o responsável deve revisar para que a limpeza fique
adequada. A frequência de escovação muda conforme a dentição for se completando,
aproximadamente aos vinte e quatro meses pode se estabelecer três escovações (no
desjejum, após o almoço, e antes de dormir) inserindo uma quantidade equivalente a um
grão de arroz de creme dental com flúor em pelo menos uma das escovações. O fio
dental é um complemento na higiene bucal que deve ser inserido assim que houver
dentes com ponto de contato (STUANI, 2007).
Com relação ao uso do flúor, há vários sistemas de liberação de fluoretos
utilizados para prevenção e remineralização de lesões cariosas iniciais. Os dentifrícios
fluoretados têm apresentado melhores resultados quando usados regularmente
(GUEDES-PINTO, 2009). O flúor não impede o surgimento de cárie, mas ele tem uma
importante atuação na resistência do esmalte, pois interfere no processo de
desmineralização reduzindo a quantidade de minerais eliminados e ativa a resposta de

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remineralização. Desta forma a presença de flúor na cavidade oral torna-se eficaz em
reduzir ou estabilizar o progresso da cárie (DIAS, 2011).
Há comprovações de que o flúor tem efeitos benéficos quanto à diminuição da
incidência de cárie, e que há uma maior influência quando utilizado diretamente sobre o
dente, por via tópica. Mesmo não apresentando resultados de erradicação total da cárie,
estudos demonstram uma diminuição significativa de casos de cárie dental em regiões
onde as pessoas têm acesso ao flúor, desta forma o acesso mais barato, eficaz e
democrático ocorre através da fluoretação da água, pois atinge a maior parte da
população. Outra forma de fácil acesso atualmente é nos dentifrícios fluoretados, este
mostrou um bom resultado, pois juntamente com ação química também há a ação
mecânica durante a escovação (BUSATO et. al., 2002).
Segundo FRAIZ et al. (2013) a utilização de dentifrícios fluoretados por crianças
menores de 6 anos requer atenção dos responsáveis durante a escovação para evitar a
ingestão do mesmo. Ao contrário do que a maioria das propagandas do produto
apresentam a melhor forma de aplicar o creme dental sobre a escova é apresentada pela
técnica transversal, para realiza-la deve se posicionar perpendicularmente ao longo eixo
da escova utilizando em média 0,35gramas/escovação, quantidade comparada com o
tamanho de um grão de ervilha (peã-sized).
Há inúmeras técnicas de escovação, todas buscam eliminar ou evitar o biofilme
dental, sem lesar os tecidos moles para assim prevenir as doenças bucais. A escolha da
técnica mais adequada depende da adaptação de cada pessoa. A Técnica de Fones é de
fácil execução, realizada com movimentos circulares nas superfícies vestibulares,
palatinas ou linguais dos dentes, e movimentos anteroposteriores nas superfícies
oclusais e incisivas. Para executar os movimentos circulares nas faces vestibulares a
criança pode manter a boca fechada, já para realizar os movimentos circulares na
palatina ou lingual o paciente deve manter a boca aberta, a exceção se encontra nas
palatinas dos dentes anteriores onde a escova deve ser posicionada verticalmente, ao
longo eixo do dente, com movimentos de gengival para incisal. Nas oclusais a escova se
encontra paralela ao plano oclusal, realizando movimentos anteroposteriores. Em busca
da eliminação do biofilme deve-se realizar os movimentos a cima citados 15 vezes por
área.

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Os estudos atuais sobre cariologia demonstram que a aplicação racional de flúor,
o controle do biofilme e a orientação da dieta não são medidas apenas preventivas, pois
quando aplicado em casos com lesões de cárie em estágio inicial consegue impedir a
evolução e o desenvolvimento de cavidades, evitando a necessidade de tratamento
restaurador (GUEDES-PINTO,2009).
Sabe-se que muitas mães acreditam que o principal fator responsável pelo
desenvolvimento de cárie severa na infância são os medicamentos, principalmente os
antibióticos, pelo ao fato de que as medicações infantis em sua maioria contêm elevadas
quantidades de sacarose, para agradar o paladar infantil e facilitar o consumo da
medicação (ASSED, 2005). Entretanto, a doença não se instalaria com adequada
higienização dos dentes e dieta adequada. Dessa forma, inclui-se o item abaixo com
relação à orientação para prevenção da ocorrência da doença.

ORIENTAÇÃO PARA PREVENÇÃO À DOENÇA CÁRIE SEVERA DA


INFÃNCIA
A percepção de saúde vem se modificando em busca de não mais tratar doenças,
mas sim prevenir as doenças, pois sabemos das dificuldades de encontrar um
atendimento adequado e acessível, e isso também aparece na odontologia. Com isso,
orientação e prevenção são as melhores formas de evitar que a doença cárie se instale
(GUEDES-PINTO, 2009).
A detecção e prevenção da cárie severa da infância são necessárias para que
assim possa se estabelecer um estado de baixo risco de cárie. O período pré-escolar é o
momento em que são estabelecidos os hábitos bucais deletérios, fatores de risco de
cárie, tornando assim este o momento mais adequado para intervir e estabelecer hábitos
saudáveis que irão prevenir a experiência de cárie e influenciar na saúde em geral ao
longo da vida (SARUMATHI, 2013).
A orientação precoce aos responsáveis a respeito dos fatores etiológicos que
levam a instalação da cárie de mamadeira é a melhor forma de prevenir a ocorrência de
cáries. Já o diagnóstico, muitas vezes não acontece em seus estágios iniciais, pois
erroneamente, nesta faixa etária os pais não têm o habito de levar regularmente seus
filhos ao consultório odontológico (ASSED, 2005).

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O momento ideal para orientação é durante a gestação, para isso devemos
conhecer os hábitos alimentares já estabelecidos na família, para que assim possa
estabelecer medidas preventivas de saúde e plano de tratamento mais adequado a cada
caso. Caso necessário neste momento deve se orientar também quanto aos hábitos
alimentares, mostrando como os alimentos podem atuar no processo de formação e
progressão da cárie (GUEDES-PINTO, 1998).
Como já citado, a prevenção primária deve iniciar no pré-natal, através de
aconselhamento à gestante. Mostrando a importância de prevenir a contaminação
precoce da cavidade bucal do futuro bebê por micro-organismos cariogênicos; ressaltar
os benefícios da amamentação natural, salientando os riscos do uso de mamadeiras
noturnas e o papel da ingestão da sacarose em alta frequência; orientando como e
porque efetuar a limpeza da cavidade oral de bebês ainda sem dentes, explicar porque
realizar o controle mecânico de placa após a erupção dental, entre outras orientações
como, procurar precocemente o dentista, antes mesmo dos seis meses de idade, para que
o profissional estruture um plano de tratamento preventivo especifico para o bebê
(ASSED, 2005).
Quando já instalada a doença cárie o cirurgião-dentista deve avaliar aos hábitos
alimentares com o objetivo de melhorar a saúde bucal e não realizar um diagnóstico
nutricional, mas para isso é necessário à realização de um registro das refeições
realizadas pela criança por alguns dias, recordatório alimentar, este deve ocorrer antes
de qualquer instrução para que não haja interferência ou omissão de informações. Estas
informações possibilitaram conhecer melhor os fatores relacionados à saúde da criança
e criará a oportunidade para dividir com os pais a responsabilidade sobre a influencia da
alimentação sob saúde bucal de seus filhos (GUEDES-PINTO,2009).
Para conquistar bons resultados na higiene bucal a criança deve ser motivada
realizar a higienização diariamente, estudos mostram que para alcançar esta conquista é
necessário realizar reforço constante e instrução durante a higienização (GUEDES-
PINTO,2009).
Muitos fatores têm sido associados à doença cárie, no entanto, um achado
surpreendente foi a associação do aumento do risco de crianças apresentarem CSI(cárie
severa da infância) com gestantes fumantes. Esta associação pode estar ligada a

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prioridade de pessoas fumantes, pois estes apresentam dar menor valor aos cuidados
para uma vida saudável, como dieta e higiene bucal, o que reflete no cuidado com a
higiene de seus filhos também. Fumar durante a gravidez também pode afetar o
desenvolvimento da dentição decídua no útero, como hipoplasia do esmalte, que é
considerado um fator para o aumento de casos de CSI (SCHROTH, 2013).
Novos estudos apresentam que além da baixa renda, o hábito de fumar gera
descaso materno com a amamentação e higiene oral dos bebês sendo estes aliados ao
desenvolvimento da doença cárie. Neste estudo observou-se que grande parte de filhos
de fumantes não receberam o aleitamento materno (MAJORANA et. al.,2014).

PRINCIPAIS PESQUISAS ENCONTRADAS RELACIONANDO CÁRIE


SEVERA E FATORES DE RISCO NA INFÂNCIA
Dini et. al. (2000) buscaram a relação entre a prevalência e padrões de cárie no
Brasil em crianças de 3 a 4 anos com hábitos alimentares, higiene bucal e fatores sócio-
demográficos. Foi adquirida uma amostra aleatória nas creches municipais de
Araraquara,Brasil, baseado nos critérios da OMS foram analisados CPOD e CPOS,
alem do questionário aplicado as mães referente aos hábitos alimentares, fatores sócio-
demográfico, limpeza oral. Com isso observou-se associação estatisticamente
significante com a idade de encerramento da amamentação e escolaridade materna.
Nelson-Filho et. al. (2001), avaliaram os hábitos alimentares de crianças com
cárie de mamadeira que buscaram a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-USP,
nos anos de 1989-1994. Esta avaliação realizou se em duas etapas:questionário sobre
alimentação aplicado aos pais, e exame clínico. Os resultados obtidos foram de que
88,23% recebiam amamentação noturna e 97,05% não realizavam a limpeza da
cavidade oral após essa amamentação. E apenas 17% das mães consideravam o uso da
mamadeira influente no desenvolvimento da cárie.
Berkowitz (2003) verificou a associação entre cárie precoce na infância e o
consumo prolongado de sacarose, onde o uso de mamadeira ou “copinho” torna mais
frequente a exposição por ser uma forma cômoda de consumir, agravando ainda mais no
período noturno com o vedamento bucal incompleto e a diminuição do fluxo salivar.

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Após o levantamento de dados foi passado instruções sobre a alimentação e observou-se
insucesso quanto a este método.
Brandão et al. (2006) verificaram a relação entre cárie precoce e variáveis
sócio-comportamentais em um grupo de crianças matriculadas em sete centros
municipais do município de Araraquara, São Paulo, Brasil. No total foram avaliadas 110
crianças de ambos os sexos, as quais foram avaliadas conforme os critérios definidos
pela Organização Mundial da Saúde (1999) por um examinador calibrado e treinado
previamente. Um questionário foi respondido pelas mães, neste está incluso perguntas
referentes a atitudes e comportamentos relacionados à saúde bucal da criança. Nesta
pesquisa não obteve-se associação significativa entre fatores comportamentais e cárie
precoce.
Declerck et. al. (2008) apresentam uma pesquisa que busca avaliar a prevalência
e a gravidade da doença cárie e correlacionar está com fatores sócio-demográficos,
comportamentais e de higiene bucal em crianças de 3 e 5 anos de idade. As estatísticas
mostram que o consumo de bebidas açucaradas a noite e o acúmulo de placa visível
como os fatores significativos para o desenvolvimento da cárie na infância.
Slabsinskiené et. al. (2010) buscaram avaliar a prevalência e gravidade da cárie
severa e precoce nas crianças lituanas de 3 anos de idade na procura da correlação com
os fatores comportamentais. Foram 950 crianças examinadas através dos critérios da
OMS e um questionário respondido pelas mães em relação a higiene, hábitos
alimentares, uso de creme dental com flúor e comportamento. Uma porcentagem
grande de crianças que desenvolveram cárie severa da infância teve a amamentação
prolongada por mais de um ano, onde adormeciam com a mamadeira ou faziam o uso
durante a noite.
Naidu et. al. (2013), realizaram um estudo transversal no centro de Trinidad,
com 251 crianças de 3 a 5 anos, com o objetivo de descrever a prevalência da cárie na
primeira infância e correlacionar esta com fatores comportamentais e sociais. Com
consentimento dos pais foi realizado exame clínico utilizando os critérios da OMS, e
aplicou-se um questionário de auto-relato para os responsáveis a fim de avaliar
conhecimento em saúde oral, comportamento e atitude, experiência de cárie visível,
necessidade de tratamento, sócio-demográfico. Os resultados mostraram que a

!17
prevalência de cárie precoce foi de 29,1%, e 17,5% de cárie severa na infância, isto foi
associado ao consumo de sacarose mais de duas vezes ao dia, e a dificuldade de acesso
ao atendimento odontológico na região.
Schroth et. al. (2013) realizaram um estudo transversal incluindo entrevista com
os responsáveis, buscando determinar a prevalência de cárie severa na infância e os
fatores correlacionados em crianças de até 72 meses de idade, de Manitoba. No geral, as
crianças amamentadas naturalmente apresentavam menor índice de cárie, o oposto
ocorre com as que recebem amamentação artificial com adição de sacarose. Outra
observação estatisticamente significante apresentada por esta pesquisa foi a influência
da situação de emprego dos pais, bem como, tabagismo materno.
Nunes et. al.(2014) realizaram um estudo na procura de especificar outros
fatores além da baixa renda, pois estudos anteriores apresentaram que mesmo dentro da
população de baixa renda há diferença na prevalência de cárie precoce na infância. Este
estudo foi transversal utilizando uma coorte de 244 crianças de idade variável entre
48-72 meses, subdividido em três grupos (baixo,médio e alto índice de cárie), 11,5%
das crianças apresentaram alto índice de cárie o que foi associado neste trabalho com o
alto consumo de sacarose entre as refeições, sendo considerado o principal fator
encontrado pois as 244 crianças eram de baixa renda e apenas a frequência do consumo
de sacarose diferenciava os grupos expressivamente.
Nakayama e Mori (2015) realizaram um estudo no Japão com 1.675 crianças de
18-23 meses buscaram associar a ocorrência de cárie com hábitos de amamentação
noturna, lanches entre refeições e os tipos de bebidas consumidas com a cárie precoce
na infância. O resultado encontrado mostra que existe correlação entre a amamentação
noturna com cárie precoce na infância assim como o consumo de doces e bebidas
isotônicas mais de quatro vezes por semana.

7. OBJETIVOS
7.1. Objetivos gerais
Este estudo tem como objetivo geral avaliar os fatores comportamentais de risco
ao desenvolvimento da doença cárie severa da infância.

!18
7.2. Objetivos específicos
• Verificar a correlação entre a dieta e a ocorrência de carie severa da
infância.
• Verificar a correlação entre a instrução de higiene e a ocorrência de carie
severa na infância.

8. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo é definido como observacional analítico transversal. A
amostra de conveniência foi composta por crianças de ambos os gêneros, na faixa etária
de 6 a 71 meses, atendidas na Clínica Materno Infantil da Faculdade de Odontologia da
Universidade de Passo Fundo (FO-UPF) no período de março a junho de 2014. Os
critérios de inclusão envolveram a assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido (Apendice 1) pelos pais ou responsáveis, a presença de um responsável que
apresente condições de responder a entrevista do estudo e a criança ser portadora de
cárie severa da infância. Este estudo foi previamente submetido e aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade de Passo Fundo 1.010.233, 03/04/2015.A coleta de
dados foi realizada por uma equipe composta por uma entrevistadora e uma
examinadora devidamente treinadas e foi dividida em duas etapas: entrevista e exame
clínico.
Uma entrevista foi realizada com os pais ou responsáveis, com questões
referentes a variáveis demográficas (idade e gênero), hábitos de higiene bucal (idade de
início do hábito e frequência de higienização), hábitos alimentares (presença de
amamentação natural, idade do desmame, amamentação natural noturna, limpeza após
amamentação natural noturna, uso da mamadeira, uso da mamadeira noturna,
mamadeira contendo sacarose, limpeza após o uso de mamadeira noturna, frequência de
consumo de sacarose na dieta e idade de introdução do açúcar na dieta) e acesso ao
flúor (água fluoretada, dentifrício fluoretado).
O exame clínico para identificar a presença de cárie severa nas crianças foi
realizado em equipo odontológico. Para a verificação da condição de cárie severa da
infância as lesões de manchas brancas também foram consideradas como cárie.

!19
A análise dos dados foi feita com o pacote estatístico SPSS versão 18.0 e com a
planilha eletrônica Microsoft Excel 2010. Foram digitados os dados no programa Excel
e posteriormente exportados para o programa SPSS v. 18.0 para análise estatística.
Foram descritas as variáveis quantitativas pela média e o desvio padrão e feita a
comparação entre duas categorias dos fatores em estudo pelo teste t de Student para
amostras independentes e entre três ou mais categorias pelo teste de Análise de
Variância (ANOVA). Foi considerado um nível de significância de 5%.

9. RESULTADOS PARCIAIS
Foram coletados dados de 26 crianças, 11(42,3%) do sexo masculino e 15
(57,7%) do sexo feminino.
A média de idade foi de 4,2 anos e o desvio padrão de 1,0 anos.
A tabela 1 apresenta a frequência e percentual das crianças examinadas que
apresentaram CSI (variável dependente). A tabela 2 apresenta as frequências e
percentuais das variáveis independentes analisadas no estudo.

TABELA 1: Frequência simples e percentuais das variáveis dependentes


VARIÁVEIS DEPENDENTES TOTAL
(n-26)
______________
n %
Presença de cárie severa da infância 25 96,2
Ausência de cárie severa da infância 1 3,8

TABELA 2: Frequência simples e percentuais das variáveis independentes


VARIÁVEIS INDEPENDENTES TOTAL
________________
n %
Frequência de higiene bucal
Uma vez ao dia 1 3,8
Mais de uma vez ao dia 25 96,2
Comportamento
Sim 21 80,8 

Não 5 19,2
Amamentação Natural

!20
Sim 20 76,9
Não 1 3,8
Não se aplica 5 19,2
Até que idade
Menos de 6 meses 3 11,5
Entre 6 e 11 meses 2 7,7
Entre 1 e 2 anos 4 15,4
Mais de 2 anos 11 42,3
Não se aplica 6 23,1
Aleitamento Noturno
Sim 15 57,7
Não 6 23,1
Não se aplica 5 19,2
Limpeza
Sim 3 11,5
Não 17 65,4
Não se aplica 6 23,1
Mamadeira
Fez uso 7 26,9
Ainda faz 11 42,3
Nunca fez 8 30,8

TABELA 2: Frequência simples e percentuais das variáveis independentes


(continuação)
VARIÁVEIS INDEPENDENTES TOTAL
________________
n %
Mamadeira Noturno
Sim 11 42,3
Não 7 26,9
Não aplica 8 30,8
Mamadeira com Sacarose
Sim 16 61,5
Não 2 7,7
Não se aplica 8 30,8
Chupeta

!21
Não 26 100
Medicamento
Sim 5 19,2
Não 21 80,8
Limpeza da Mamadeira
Sim 13 50,0
Não 5 19,2
Não se aplica 8 30,8
Frequência de Sacarose
1 vez ou menos por semana 3 11,5
2 a 3 vezes por semana 10 38,5
Até 3 vezes por dia 9 34,6
Mais de 3 vezes por dia 4 15,4
Introdução de Sacarose
Antes dos 6 meses 5 19,2
Entre 6 e 11 meses 9 34,6
Entre 1 e 2 anos 10 38,5
Após 2 anos 2 7,7

TABELA 2: Frequência simples e percentuais das variáveis independentes


VARIÁVEIS INDEPENDENTES TOTAL
_______________
n %
Uso do flúor
Sim 25 96,2
Não 1 3,8
Gênero
Masculino 11 42,3
Feminino 15 57,7
Idade
1-2 anos 3 11,5
3-4 anos 19 73,1
5 anos 4 15,4
Experiência
Sim 22 84,6
Não 4 15,4
Família Nuclear
Nuclear 24 92,3
Não Nuclear 2 7,7
Filho Único
Sim 9 34,6
Não 17 65,5
Escolaridade Materna
1º grau incompleto 6 23,1
1º grau completo 6 23,1
2º grau incompleto 3 11,5

!22
2º grau completo 7 26,9
Ensino Superior incompleto 1 3,8
Ensino Superior completo 1 3,8
Não se aplica 2 7,7

TABELA 2: Frequência simples e percentuais das variáveis independentes


VARIÁVEIS INDEPENDENTES TOTAL
________________
n %
Renda
600,00-1.000 5 19,2
>1.000-2.500 15 57,7
>2.500-3.600 4 15,4
Não se aplica 2 7,7
CEOD
Livre de cárie 1 3,8
1-5 10 38,5
6-10 12 46,2
11-14 3 11,5
Início da Higiene Bucal
1-5 meses 9 34,6
6-10 meses 12 46,2
11-14 meses 5 19,2

TABELA 3: Tabela comparativa da variável CEOD entre as categorias dos fatores.


Variável n* CEOD P
Inicio higiene oral
1-5 9 7,1±3,6 0,613
6-10 12 6,2±4,3
11-14 5 5,0±2,8
Frequência -
Uma vez ao dia 1 7,0
Mais de uma vez ao dia 25 6,2±3,8
Amamentação Natural -
Sim 20 7,1±3,7
Não 1 2,0
Até que idade 0,490
Menos de 6 meses 3 7,7±6,0

!23
De seis a once meses 2 3,5±5,0
Entre um ano e dois anos 4 8,5±5,3
Mais de dois anos 11 7,0±2,0
Aleitamento noturno 0,441
Sim 15 6,4±3,0
Não 6 7,8±5,4
Limpeza 0,252
Sim 3 9,3±2,5
Não 17 6,6±3,7
Mamadeira 0,073
Fez uso 7 3,7±2,5
Ainda faz 11 6,6±3,8
Nunca fez 8 8,0±3,7
Mamadeira noturna 0,163
Sim 11 4,5±3,2
Não 7 7,0±3,9
Açúcar mamadeira 0,419
Sim 16 5,8±3,5
Não 2 3,5±4,9
Limpeza mamadeira 0,356
Sim 13 5,0±3,2
Não 5 6,8±4,6
Frequência de açúcar 0,438
Uma vez ou menos por semana 3 8,7±2,9
Duas a três vezes por semana 10 5,1±4,1
Até três vezes ao dia 9 7,1±3,9
Mais de três vezes por dia 4 5,5±2,6
Introdução 0,548
Antes dos seis meses 5 7,8±4,3
Entre seis e onze meses 9 6,3±2,8

!24
Entre um ano e dois anos 10 5,1±3,4
Após dois anos 2 8,0±8,5
Flúor -
Sim 25 6,2±3,8
Não 1 9,0
Variável CEOD apresentada pela média±desvio padrão e comparada entre duas categorias pelo teste t
de Student para amostras independentes e entre tres categorias ou mais pelo teste de Análise de
Variância (ANOVA). *quando o n não soma 26 no total é porque tem alguns sujeitos em que não se
aplica a pergunta.
Acima apresentamos a tabela de comparação de médias de CEOD entre as
diferentes categorias dos fatores em estudo. Não houve diferença estatisticamente
significativa na média de CEOD para nenhum dos fatores em estudo. Não foi
realizada a comparação mediante um teste estatístico quando tinha só um individuo na
categoria.

10. DISCUSSÃO

A cárie severa na infância substitui a nomenclatura anterior “cárie de


mamadeira”. Definida pela American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) (2008)
qualquer sinal de superfície lisa cariada, sem ou com cavidade em crianças menores de
3 anos de idade é classificada CSI. Também pode ser considerada cárie severa na
infância criança de 3 anos que possui quatro ou mais lesões de cáries, de quatro anos de
idade com cinco ou mais lesões e aos cinco anos com seis lesões cariosas ou mais.
Segundo Assed (2005), a cárie severa da infância além de afetar a estrutura
dental pode influenciar negativamente no crescimento da criança, decorrente da dor o
sono da criança se torna perturbado, e consequentemente diminui a secreção do
hormônio de crescimento.
Muitas vezes a mãe ao provar alimentos, limpar a chupeta com a própria boca,
beijar a boca da criança, pode transmitir inúmeros micro-organismos através da saliva.
Estudos mostram que a transmissão precoce pode estar relacionada com a saúde oral,
nível educacional e socioeconômico materno, sendo assim, é necessário o
acompanhamento e a orientação das mães para com os cuidados com os bebês (SIEGA,
2009).

!25
O número da amostra adquirida nesta pesquisa foi pouco expressivo e deste a
maioria apresentou cárie severa na infância o que já era esperado, pois a maioria da
população que busca atendimento na FO-UPF já necessita de tratamento. Podemos
verificar que 25 crianças (96,2%) da amostra apresentaram cárie severa da infância e
apenas 1 criança (3,8%) não era portadora da doença. Dessa forma, não foi realizada a
comparação mediante um teste estatístico quando tinha só um individuo na categoria.
Também, provavelmente devido ao tamanho amostral não observamos diferença
estatisticamente significativa na média de CEOD para nenhum dos fatores em estudo.
Com base nas tabelas apresentadas anteriormente pode se observar que a cárie
ainda ocorre de maneira significativa em crianças de idade pré-escolar. Assim como a
pesquisa realizada por Nelson-Filho et. al. (2001), que apresenta valores significativos
onde 88,23% das crianças com cárie recebiam amamentação noturna e dessas 97,05%
dos pais não realizavam higienização o que sugere a amamentação noturna seguida da
ausência de higiene oral como fatores de risco no desenvolvimento de cárie.
Declerck et al. (2008), verificou que crianças principalmente do gênero feminino
tem associação significativa com o baixo nível escolar das mães, pois as mesmas
fornecem em livre demanda líquidos açucarados, inclusive durante a noite e não
oferecem auxilio ou incentivo a higienização bucal após a ingestão dos mesmos. Este
levantamento também apresenta dados que defendem a posição de Declerck et. al.,
quando quase 60% dos pacientes que possuem a doença cárie são do sexo feminino.
Brandão et. al. (2006) mostram uma associação significativa quanto à
escolaridade materna e a cárie precoce. No levantamento de dados aproximadamente
60% das mães não tem o segundo grau completo, sendo considerado um número
expressivo atualmente pelo fato das inúmeras facilidades oferecidas para a população
progredir no ensino.
Segundo Declerck et al.(2008), os pais tendem a avançar seus estudos mais que
as mães, em torno de 14% dos pais alcançaram o ensino superior enquanto apenas 10 %
das mães atingem o mesmo. Estes dados são relevantes quando se observa que famílias
onde há maior escolaridade também apresentam melhores cuidados com a alimentação,
higiene bucal e buscam mais informações para prevenir as doenças, como a cárie do que
pais de baixa escolaridade. Isso pode ser observado neste levantamento de dados a partir

!26
do momento em que o percentual de criança que não possui cárie é semelhante ao de
responsáveis que alcançaram nível superior nos estudos.
Estudos apresentam que assim como o grau de escolaridade, o tipo de ocupação
exercida pelos pais também influencia. Isso pode ser observado quando avaliado filhos
de cirurgiões-dentistas que ingerem pequenas quantidades de açúcares e
consequentemente têm menor atividade de cárie do que filhos de confeiteiros
(GUEDES-PINTO,2009).
A literatura estudada (Assed, Losso, Guedes-Pinto, Dias, Brandão, Nelson-Filho,
Feldens, Dini) enfatiza a forte associação entre os fatores relacionados à dieta e higiene
da criança com a doença cárie precoce da infância. Entretanto poucos estudos existem
com relação à cárie severa da infância. Como pôde-se constatar na presente pesquisa,
um número bastante expressivo de crianças é portadora da doença cárie severa da
infâcia, já que 96,2% da amostra apresentava CSI, ou seja, qualquer sinal de superfície
lisa cariada, sem ou com cavidade em crianças menores de 3 anos de idade ou quando a
criança de 3 anos que possui quatro ou mais lesões de cáries, de quatro anos de idade
com cinco ou mais lesões e aos cinco anos com seis lesões cariosas ou mais.
Provavelmente este fato tenha ocorrido devido 61,5% da amostra (tabela 2) ter o hábito
de utilizar mamadeira contendo sacarose e 42,3% (tabela 2) mamadeira noturna. Devido
a este fato, o objetivo da pesquisa foi correlacionar os fatores dieta e higiene com a
doença CSI, entretanto, uma associação significativa não foi encontrada. O que o pode
talvez ser explicado devido tamanho amostral ou devido a forma em que as variáveis
foram categorizadas.
11. CONCLUSÃO

Podem ser considerados fatores de riscos para o desenvolvimento da cárie severa


na infância de crianças na idade pré-escolar fatores como: a frequência de higiene oral
e a amamentação noturna que baseado nas tabelas apresentaram números significativos.
Não foi encontrada correlação entre as variáveis dieta e higiene com a cárie severa da
infância.

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

!27
Diante disso, nossos resultados sugerem o desenvolvimento de mais pesquisas
com maior amostra e maior poder de gerar evidência científica, que possam oferecer
mais conhecimento sobre a etiologia desta doença, tratamento e prevenção.
Conclui-se que há a necessidade de formar profissionais voltados não apenas ao
tratamento, mas também a prevenção das doenças na cavidade oral, como a cárie. Além
de desenvolver a conscientização dos pais quanto aos cuidados desde o primeiro ano de
vida da criança, referente à higienização, aleitamento e dieta.

!28
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO


Tive pouca oportunidade de acompanhar o trabalho da acadêmica Bruna, uma vez que
somente pude estar presente no final do desenvolvimento do seu trabalho de conclusão
de curso. Considero que a Bruna fez um trabalho muito relevante na área da
Odontopediatria e demonstrou dedicação para a realização do presente estudo, o que

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reflete a aluna responsável e com grande potencial para o desempenho da sua profissão
de Cirurgiã-Dentista.
Nota: 9,0

_________ _______________________________
Prof. Ma. Daniela Jorge Corralo

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15 APENDICE 1- TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezada Senhora estamos convidando-a para participar do estudo “Cárie Severa na Infância e
Fatores Comportamentais de Risco para seu Desenvolvimento”, desenvolvido pela
pesquisadora responsável Larissa Corrêa Brusco Pavinato, professora do curso de Odontologia
da UPF.
O objetivo desta pesquisa é verificar associação entre cárie severa na infância e os fatores
comportamentais de risco envolvidos no desenvolvimento da doença.
A necessidade da realização da presente pesquisa baseia-se no fato de que cárie severa da
infância é um tipo de cárie mais avançada que acomete a dentadura decídua nos primeiros anos
de vida das crianças, em decorrência de maus hábitos alimentares e à ausência de uma adequada
higiene bucal. No entanto, as evidências científicas são escassas com referência à correlação de
fatores comportamentais de risco (hábitos de higiene bucal, hábitos alimentares e uso do flúor) e
ao desenvolvimento da doença cárie em crianças pré-escolares.
No momento que a Vossa Senhoria for chamada para participar da pesquisa será realizado um
questionário adaptado com questões abertas e fechadas relativas à promoção de saúde bucal, tais
como: uso de fluoreto, consumo de alimentos cariogênicos, controle de dieta, uso de chupeta e
mamadeira, início da higiene bucal e época da primeira visita ao cirurgião-dentista. Em seguida,
será realizado exame clínico intrabucal para a verificação do número de dentes cariados que seu
filho (a) possui.
A sua participação nesta pesquisa não envolverá nenhum tipo de desconforto, sendo apenas
necessário o preenchimento do questionário que será apresentado e o exame clínico da cavidade
bucal de seu filho. Seu benefício em participar do estudo será receber as informações
necessárias para cuidar adequadamente da saúde bucal de seu filho (a). Sua participação
permitirá a maior difusão dos conhecimentos científicos sobre o tema para a população em
geral.
Cabe ressaltar que Vossa Senhoria terá total liberdade de desistir de participar da presente
pesquisa.
As informações registradas não permitirão identificar os indivíduos participantes, ficando
certificado que sua identidade não será revelada em nenhum formulário, relatório ou publicação.
Declaração do Responsável pelo Voluntário
Eu, ________________________________________________, responsável pelo menor,
_____________________________________________,fui informada do estudo e de forma
livre e voluntária, expresso minha permissão de meu filho (a) em participar do estudo. Li e
compreendi este termo de consentimento livre esclarecido, bem como tive oportunidade de
realizar questionamentos e esclarecer dúvidas concernentes. Estou ciente e fui informada da
confidencialidade de minha identidade e de meus dados pessoais, assim declaro ter sido
informada que poderei retirar meu consentimento de participação nesta pesquisa se assim eu
desejar.

Autorizo a publicação dos dados obtidos por meio deste estudo, bem como declaro ter recebido
uma cópia datada e assinada deste termo de consentimento.
Assinatura do responsável:___________________________________________
Nome do pesquisador (letra de forma ):__________________________________
Assinatura do pesquisador:___________________________________________
Em caso de dúvida sobre esta pesquisa, entrar em contato com o pesquisadora Prof.ª Larissa
Corrêa Brusco (fone: 54 – 9991-9378). Se você se sentir prejudicado em relação a sua

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participação neste estudo, contacte o pesquisador responsável ou o CEP – UPF (54 33168370).
Passo Fundo,____ de ___________ de 2014.

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APÊNDICE 2 – EXAME FÍSICO

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AÊNDICE 3 – ENTREVISTA

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16 ANEXO 1 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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