Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Resumo:
3
1. INTRODUÇÃO
A doença cárie é considerada um dos principais desafios de saúde pública,
sendo a condição patológica mais prevalente na cavidade oral causando prejuízos
consideráveis como perdas dentárias (MOURA, CAVALCANTI, BEZERRA, 2008).
Uma das fases em que ocorrem mais alterações no comportamento
relacionado à saúde bucal é a adolescência, podendo apresentar riscos e o agravo da
doença, envolvendo hábitos e higiene oral, nos adolescentes, uma dieta rica em
carboidratos e açúcares aumentam a probabilidade do surgimento de lesões cariosas,
visto que a doença é desenvolvida a partir do tempo em que o dente está exposto a
estes fatores etiológicos, onde o consumo dos mesmos está diretamente relacionado
a fatores socioculturais e econômicos (AFONSO et al., 2015).
Para promover a educação é necessário um amplo conhecimento em saúde,
através da implementação de práticas comportamentais saudáveis, com objetivo de
mudanças na atitude da população. Uma ferramenta importante na promoção e
manutenção da saúde é a educação em saúde bucal direcionada a um público
específico, podendo assim, contribuir para uma menor prevalência de cárie
(BONOTTO et al,. 2015).
Outros fatores que auxiliam na queda e no controle da doença é a incorporação
de flúor nas águas de abastecimento – obrigatória no Brasil de acordo com a Lei
Federal n° 6050, de 27 de maio de 1974 -, e nos dentifrícios; o acesso a serviços de
saúde pública e melhoria das condições de vida da população (FERREIRA et al,.
2015).
A existência de metodologias como ICDAS e CPO-D utilizadas como
contribuição para levantamentos epidemiológicos permitem a análise e expectativa de
cárie na população e estimam a necessidade de tratamento, avaliam a eficácia e
efetividade de serviços e políticas de saúde, possibilitando possíveis mudanças nos
planejamentos de atividades (ALMEIDA et al., 2012).
Através destes levantamentos epidemiológicos podem ser coletadas
informações sobre renda familiar, número de pessoas na residência, escolaridade, cor
da pele, sexo e situação conjugal do responsável. Estes fatores são indicadores
determinantes de cárie dentária, visto que, quanto pior a condição socioeconômica,
maior a prevalência da doença (MENEGHIM et al., 2007).
4
Algumas variáveis como: o uso do fio dental, a escovação diária, a percepção
de saúde bucal pelo responsável, o acesso e utilização de serviços odontológicos,
dentre outros fatores, podem influenciar a incidência da doença (BARROS et al.,
2015).
O Ministério da Saúde realizou levantamentos epidemiológicos nacionais em
saúde bucal nos anos de 1986, 1996, 2003 e 2010, em crianças de 12 anos. Em 2003,
aproximadamente 69% da população, era atingida pela doença que acomete os
dentes, cárie dentária, em 2010 essa porcentagem diminuiu para aproximadamente
56%. Nas crianças, o número de dentes cariados decaiu em 2,8 no ano de 2003, para
2,1 no ano de 2010, uma redução de 26% considerada estatisticamente de grande
avanço para uma visão geral de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
5
2. OBJETIVO
2.1. OBJETIVO GERAL
6
3. METODOLOGIA
As atividades foram desenvolvidas a partir de palestras sobre Educação em
Saúde Bucal, essas desenvolvidas pelos acadêmicos do curso de contologgia do
centro Universitário de Pato Branco (UNIDEP) na disciplina de saúde coletiva, através
de pesquisas em inúmeras fontes, foram ministradas para alunos de 6°, 7°, 8° e 9°
ano do Colégio Estadual Cívico-Militar Rui Barbosa, localizado na Rua da República,
580, Bairro São Cristóvão, Pato Branco, Paraná.
As palestras realizadas abrangeram temas específicos de saúde bucal, os
quais foram:
Tema 1: Aspectos de dentes e gengivas saudáveis e doentes e Técnicas de
escovação e uso do fio dental, higiene da língua e halitose;
Tema 2: Cuidados quando se usa aparelho ortodôntico e piercings na mucosa
oral;
Tema 3: Efeitos do uso do cigarro eletrônico e Efeitos do uso do narguilé; Tema
4: Efeitos do álcool na mucosa oral;
Tema 5: Manifestações bucais da sífilis e do HPV;
turma de 6° ano, uma turma de 7° ano e uma turma de 9° ano, realizadas em sala de
aula pela turma B. Já no dia 09/10/2023, segunda-feira, as palestras foram realizadas
para as turmas faltantes, uma turma de 6° ano e uma turma de 8° ano.
As palestras ocorreram em uma sala de aula, onde foram projetados slides
contendo todas as informações necessárias sobre os temas que foram escolhidos. O
método de escolha foi eficiente, visto que, se caso fosse utilizado apenas a fala como
método de realização das palestras, os alunos não poderiam ter a mesma percepção
quanto a imagens e técnicas específicas que foram mostradas e demonstradas nos
slides. Foram utilizados macro modelos para demonstração de técnicas de higiene
oral (figura 9).
Alguns grupos utilizaram de dinâmicas, como por exemplo, o tema sobre
transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) tiveram 25 participantes,
distribuído 1 copo com conteúdo líquido para cada participante, sendo 22 copos
descartáveis contendo apenas água simulando pessoas saudáveis e 3 copos
contendo
7
contendo água com bicarbonato de sódio simulando pessoas contaminadas, após a
distribuição, foi solicitado para os participantes compartilhassem o conteúdo líquido
de seu copo com o colega de confiança, que consequentemente aumentou o número
de copos com bicarbonato de sódio. Por fim, foi utilizado o chá de repolho roxo como
solução reveladora pois é uma substância que altera sua cor de acordo com o ph,
complementando todos os copos, assim quando adicionado aos copos com água, a
cor era alterada para roxo por se tratar de uma substância neutra, simulando pessoas
saudáveis, já quando adicionado aos copos com água e bicarbonato de sódio, a cor
era alterada para verde, por se tratar de uma substância básica simulando pessoas
contaminadas. Com esse experimento foi possível demonstrar, por meio dessa
simulação, o poder de transmissão das ISTs. (figuras 12,13 e 14).
8
Figuras 1 e 2: Tema 1: Características saudáveis e não saudáveis e técnicas de escovação.
Figura 3: Tema 2: Cuidados quando se usa aparelho ortodôntico e piercings na mucosa oral.
9
Figura 5: Tema 4: Efeitos do álcool na mucosa oral.
10
Figura 8: dinâmica eu já eu nunca.
11
4. RESULTADOS
Na realização do exame epidemiológico, junto com o questionário (anexo), foi
possível coletar dados de 22 crianças, com 88 dentes examinados, porém houve a
necessidade de exclusão de 3 crianças por excederem a idade máxima de 12 anos,
formando um total de 19 crianças e 76 dentes contabilizados que estavam dentro da
faixa etária estabelecida para o levantamento epidemiológico. As informações obtidas
foram idade (12 anos completos e 12 anos incompletos), sexo (masculino, feminino e
não informado), grupo étnico (amarelo, branco, negro, pardo e não identificados) e
bairro.
Amostragem: N %
Grupo étnico
Amarelo - -
Branco 3 15,7
Negro - -
12
Pardo 10 52,6
TOTAL: 19 100
Alvorada 3 15,7
BR - 280 1 5,2
TOTAL: 19 100
13
Gráfico 1 – Resultado do exame epidemiológico das coroas dos primeiros molares
permanentes, (n) 76 coroas examinadas.
N (%) N (%)
14
Na dinâmica “Eu já, Eu nunca” participaram 62 crianças que estavam presentes no
momento das palestras, foram abordadas seguintes questões: eu dormi sem escovar
os dentes?; eu fiquei sem passar o fio dental por três dias?; eu comi doces após
escovar os dentes?; eu fiquei mais de um ano sem ir ao dentista?; eu deixei de escovar
a língua durante a higiene bucal?; eu me sinto confortável durante o atendimento
odontológico. Os participantes deveriam assinalar as opções que se encaixavam com
a sua realidade, sendo essas, eu já e eu nunca.
15
Imagens 10 e 11: Acadêmicos aplicando palestra para alunos.
.
Fonte: Autoria própria, 2023.
16
5. RELATO DE EXPERIÊNCIA
Foram realizadas palestras para os alunos de escolas públicas do município de
Pato Branco e exames de primeiros molares em crianças de 12 anos.
Nas palestras foram abordados diversos temas importantes para o
desenvolvimento dessas crianças, tais como, o uso do álcool, cigarros eletrônicos,
cuidados com a higiene bucal, doenças sexualmente transmissíveis, uso de aparelhos
e piercing, e a relação de todos esses temas com a saúde geral e oral.
Nos exames epidemiológicos, foram avaliados os primeiros molares de
crianças de 12 anos, tendo em vista, que nós acadêmicos, observamos
cuidadosamente a dentição e registramos se o dente em questão era hígido, cariado,
restaurado, restaurado com cárie, selante com cárie, selante ou perdido.
Através dessas atividades, foi possível como acadêmicos, aprendermos ainda
mais sobre temas que ajudem no desenvolvimento das crianças, pois tivemos que
aprofundar nosso conhecimento para poder repassar aos demais, através dos exames
epidemiológicos foi possível entender melhor e diferenciar a dentição decídua da
dentição permanente, além de identificar como o elemento se apresentava e as
características, contribuindo ainda mais para nossa formação acadêmica, e o ensino-
aprendizagem esteve presente durante a realização das atividades.
Tanto os objetivos gerais, como específicos foram alcançados, trazendo melhor
qualidade de vida para as crianças das escolas abordadas. Tivemos empasses quanto
ao silêncio durante as palestras, e a linguagem que deveríamos utilizar com as
crianças, tendo em vista que a forma como utilizamos para nos comunicar é de difícil
entendimento para os leigos.
A atividade teve impacto positivo tanto para nós acadêmicos, como para as
crianças. Foi possível fazer com que as crianças desenvolvessem um olhar mais
atento e entendessem a importância desses temas na vida delas, sabendo diferenciar
o que prejudica ou não o dia a dia e o desenvolvimento. Para nós acadêmicos, foi
importante porque nos ajudou com nossa formação acadêmica, além de ajudar
também a população em questão, por se tratar de um trabalho com grande relevância
social.
O colégio estadual cívico militar Rui Barbosa, segundo a opinião dos colegas
17
que estavam nas palestras e nos exames epidemiológicos, foi a escola mais difícil de
lidar. Os alunos não prestavam atenção nas palestras, riram várias vezes dos
acadêmicos que estavam apresentando, e faziam piadas em relação aos temas que
estavam sendo abordados, além dos professores não ajudarem a manter o controle
da sala durante as apresentações. Nos exames epidemiológicos, algumas crianças
respondiam de forma grosseira os acadêmicos, mas outras eram tranquilas de lidar.
Em comparação com as outras escolas, as experiências que vivenciamos no colégio
Rui Barbosa foi a mais difícil, nas outras escolas foi mais tranquilo em relação ao
silêncio da sala e ao respeito.
18
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Com esse trabalho foi possível melhorar a qualidade de vida das crianças
atendidas, enriquecendo a formação dos acadêmicos envolvidos.
• O aprofundamento do conhecimento acadêmico, evidenciando nos exames
epidemiológicos reflete não apenas a compreensão da saúde bucal, mas
também a capacidade de transmitir essas informações de maneira acessível
às crianças.
• A experiência proporcionou o enriquecimento acadêmico e aprimorou as
habilidades de comunicação entre os estudantes, adaptando a linguagem para
tornar as informações complexas mais compreensivas para o público alvo. A
diferenciação entre dentição decídua e permanente durante os exames
epidemiológicos demonstram uma compreensão profunda na odontologia.
• Uma sugestão para as próximas palestras, seria colocar mais interação com as
crianças, pois percebemos que elas dispersam bastante e não focam no
conteúdo que estamos passando, sugerimos também incluir as turmas
do ensino médio, para abranger o maior público possível.
19
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFONSO, Andreia Castro; SILVA, Isabel. Qualidade de vida relacionada com saúde
oral e variáveis associadas: revisão integrativa. Psicologia, saúde e doenças, v. 16,
n. 3, p. 311-330, 2015.
Ministério da Saúde. Conheça a política que faz muitos brasileiros voltarem a sorrir.
Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica. Brasília (DF), 2015.
Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/ [2017 jun 6]. Acesso em 10 de
novembro de 2023.
20
Ministério da Saúde. Projeto SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal –
Resultados Principais. Brasília, 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/pesquisa_nacional_saude_bucal.pdf [2017 jun 4]. Acesso em 10 de
novembro de 2023.
21
8. ANEXOS
ANEXO 1. Termo de consentimento livre e esclarecido -TCLE:
22
ANEXO 2. Questionário do exame epidemiológico.
23