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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF

SAÚDE BUCAL

KEYLA MÍZIA DE BARROS MORAIS

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO COM BASE NO CPO-D


EM CRIANÇAS DA ESCOLA CAIC-AL

MACEIÓ, 26 DE OUTUBRO DE 2022


KEYLA MÍZIA DE BARROS MORAIS

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO COM BASE NO CPO-D


EM CRIANÇAS DA ESCOLA CAIC-AL

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado


para obtenção de certificado no Curso de
Especialização – Latu Sensu em Saúde Bucal da
União Brasileira de Faculdades, UNIBF.

MACEIÓ, 26 DE OUTUBRO DE 2022


RESUMO

A Epidemiologia é a ciência que estuda os padrões da ocorrência de doenças em


populações humanas e os fatores determinantes destes padrões (Lilienfeld, 1980).

Enquanto a clínica aborda a doença em nível individual, a epidemiologia aborda o


processo saúde-doença em grupos de pessoas que podem variar de pequenos grupos
até populações inteiras. O fato de a epidemiologia, por muitas vezes, estudar
morbidade, mortalidade ou agravos à saúde, deve-se, simplesmente, às limitações
metodológicas da definição de saúde.

O índice CPOD vem sendo largamente utilizado em levantamentos


epidemiológicos de saúde bucal. É um índice recomendado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) para medir e comparar a experiência de cárie dentária em
populações, seu valor expressa a média de dentes cariados, perdidos e obturados em
um grupo de indivíduos.

Esta pesquisa de campo teve como objetivo, realizar o levantamento


epidemiológico de CPO-D em crianças do sexo feminino e masculino, com faixa
etária de 6 a 12 anos, estudantes do CAIC (Centro de Atendimento Integrado à
Criança - Jorge de Lima), localizado na Universidade Federal de Alagoas, Cidade
Universitária fornecendo assim informações para a elaboração de um plano de
atividades, sejam elas, educativas ou curativas, voltadas para resolver os problemas
diagnosticados neste levantamento ou procurar encaminhar essas crianças ao
atendimento odontológico.

Palavras-chave: Epidemiologia. Índice CPOD. Cárie.


1. INTRODUÇÃO

O conceito de cárie é embasado na interação de fatores como dente suscetível,


microrganismo e dieta determinando a doença cárie, que foi ilustrada pelo Diagrama
de Keyes. Como, para Newbrum, a cárie é resultado de um processo crônico, que
aparece após algum tempo da presença e da interação desses três fatores, julgou-se
conveniente incluir o tempo como outro fator etiológico.

A suscetibilidade do dente à cárie é determinada pelo grau de mineralização


do esmalte, proporcionando maior ou menor resistência à dissolução ácida, cuja
mineralização também é regida por fatores intrínsecos que ocorrem durante a
formação do dente e os extrínsecos, que são fatores ambientais e locais. Por muito
tempo pensou-se existir dentes resistentes à cárie e muitas tentativas foram feitas
para identificar fatores de importância químico-estruturais que explicassem essa
suposta resistência. Também a resistência do esmalte ao ataque ácido não existe,
como concluído por Weatherell, Robinson e Hallsworth60, em 1983.

Vários são os métodos de diagnóstico relatados hoje em dia, cada um com


suas características particulares e, praticamente nenhum deles é imprescindível e
definitivo para ser utilizado em todas as áreas da boca. Cabe então ao cirurgião
dentista avaliar e selecionar o que melhor se adapta as suas necessidades.

Os levantamentos epidemiológicos são importantes para o conhecimento da


prevalência e tipologia das doenças bucais, podendo-se a partir dos dados coletados,
planejar, executar e avaliar ações de saúde. É necessário, no entanto, que haja rigor
metodológico que garanta reprodutibilidade, validade e confiabilidade, e que haja
uniformidade de procedimentos para permitir comparações.

Levantamentos epidemiológicos são necessários tanto para o conhecimento


da prevalência das doenças bucais como para estimar necessidades de tratamento. A
partir dos dados coletados podem-se planejar, executar e avaliar ações de saúde,
inferir sobre a eficácia geral dos serviços, além de permitir comparações de
prevalências em diferentes períodos de tempo e áreas geográficas (CASTELLANOS,
1993).

Para a realização destes levantamentos o estabelecimento de uniformidade


metodológica de critérios e de procedimentos facilita a viabilização de sua
reprodutibilidade, validade e confiabilidade nas mesmas condições, em qualquer
situação ou lugar, por profissionais da área de Saúde Bucal ou Saúde Coletiva.

Os examinadores devem estar bem familiarizados com os critérios de


diagnóstico utilizados, além de devidamente calibrados e treinados. A calibração tem
por objetivo minimizar os erros e diferenças porventura existentes quanto à
habilidade na obtenção dos dados e julgamento dos mesmos, reduzindo as variações
intra e inter-examinadores.
A padronização de procedimentos para obtenção de dados de saúde bucal nas
populações, mediante levantamentos epidemiológicos, é de fundamental importância
para a garantia da confiabilidade e comparabilidade dos dados. Neste sentido,
iniciativas tomadas a partir de instituições como a Organização Mundial da Saúde,
são imprescindíveis e necessárias. Entretanto, devido ao caráter dinâmico do
conhecimento científico e, levando-se em consideração as diferenças regionais com
relação ao padrão de desenvolvimento das doenças bucais, estas propostas devem ser
periodicamente, revisadas e possivelmente adaptadas às condições regionais.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A maneira como se conceitua a cárie dentária e seus fatores etiológicos


determina a escolha para estabelecer a estratégia preventiva de diagnóstico e
tratamento. É aceito e estabelecido universalmente que a cárie dentária é uma doença
multifatorial, infecciosa, transmissível e dieta dependente, que produz uma
desmineralização das estruturas dentárias. Com essa definição, por sua
complexidade, torna-se muito difícil compreendê-la completamente.

Apesar da definição clássica de cárie associar-se à dissolução dos tecidos


mineralizados do dente, isto é apenas uma face do processo carioso. Na verdade o
processo carioso apresenta uma dinâmica que, se desmineraliza o dente, também
pode remineralizá-lo frente a condições específicas. Portanto, o processo carioso
apresenta naturalmente momentos de desmineralização e remineralização
(Oppermann, 1984).

Destruição progressiva e localizada dos dentes, principalmente das coroas


dentárias; doença infectocontagiosa que resulta em uma perda localizada de
miligramas de minerais dos dentes afetados, causada por ácidos orgânicos
provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta, seriam outras
definições de cárie. Qualquer que seja a definição de cárie, quando não tratada pode
haver progressão culminando com a destruição quase total do dente e levando à
infecção da polpa e tecidos de suporte, com seqüelas às vezes graves (Burnett et al.,
1978; Weyne, 1989).

A respeito da etiologia da cárie, a teoria químico-parasitária ou da placa


inespecífica, proposta por Miller em 1890, admite que todas as espécies bacterianas
localizadas nas superfícies dentárias são capazes de contribuir para o ataque ácido
sobre as superfícies do esmalte. Como estas bactérias compõem a microbiota dos
dentes e, portanto, são encontradas em todos os indivíduos, não há necessidade de se
aplicar algum recurso de diagnóstico bacteriológico que possa identificar os
pacientes de acordo com risco. Sendo assim, não precisa ser empregado qualquer
critério de seleção para o tratamento, desde que a bactéria encontrada em paciente
com quadro de cárie aguda seja similar àquela encontrada em paciente sem lesão de
cárie. A principal diferença entre saúde e doença seria a magnitude dos depósitos de
placa. Como há formação de placa continuamente nas superfícies dentárias, o
tratamento deve ser diário, e como todas as pessoas devem ser tratadas mais ou
menos continuamente, é difícil a adoção de uma conduta antimicrobiana (Loesche,
1993).

Já a teoria da placa específica considera que certos tipos de placa são


odontopatogênicos, porque são colonizados e/ou dominados por um ou mais tipos
bacterianos, capazes de determinar uma quantidade mensurável de cárie dentária.
Estas espécies odontopatogênicas incluem S. mutans e lactobacilos na cárie de
superfície coronária, além do A. viscosus na cárie de superfície radicular. Isto não
quer dizer que estas espécies bacterianas seriam responsáveis por todas as lesões de
cárie, mas deixa claro que sejam responsáveis por boa quantidade de lesões de cárie,
quantidade esta que será significativa do ponto de vista biológico. Neste conceito
está implícita a possibilidade de ocorrência de placa sem que haja doença,
significando a presença de placa não dominada pelos organismos odontopatógenos
(Loesche, 1993; Mount e Hume, 1997).

Quanto ao fator suscetibilidade à cárie, deve-se diferenciar, o que é muito


importante, a suscetibilidade do indivíduo como um todo e a do próprio dente. A
suscetibilidade do indivíduo pode ser determinada por fatores extrínsecos e
intrínsecos. Os fatores extrínsecos estão relacionados à estrutura sociocultural na
qual o indivíduo está inserido como, por exemplo, as diferenças que existem entre as
pessoas que vivem em Nova Iorque e aquelas do Tibete. Sabe-se que a
suscetibilidade está subjugada a essas diferenças culturais, interferindo no
comportamento do indivíduo com influência no controle e na incidência de cárie
dentária dessa população. Os fatores intrínsecos (como fluxo, composição e
capacidade tampão da saliva, aspectos hereditários e imunológicos), apesar de
importantes, são difíceis de serem controlados, não justificando maiores
considerações no âmbito das estratégias a serem propostas.

A importância dada à presença do microrganismo na cavidade bucal,


principalmente do estreptococosmutans, como uma medida da suscetibilidade do
indivíduo à cárie, merece reconsiderações. Sabe-se que esse microrganismo, apesar
de ser importante, não é o único que pode participar no desenvolvimento da lesão e
que somente a sua presença na placa dentária, num dado momento, não explica a
variação na experiência de cárie, podendo ser facilmente neutralizado com os
métodos de controle da placa dentária. Além disso, um dramático declínio da cárie
dentária tem sido documentado, sem uma aparente mudança no nível de
estreptococos mutans na saliva.

Um método de diagnóstico ideal deve ser confiável, capaz de detectar lesões


de cárie em estágio inicial, diferenciar lesões reversíveis das irreversíveis e permitir
sua documentação. Além disso, custo acessível, conforto para o paciente, rapidez e
facilidade de execução, aplicabilidade a todos os sítios dos dentes com a mesma
eficiência são características essenciais para um método diagnóstico ser considerado
adequado (Filestoneet al., 1998; Magid, 1996; Pitts, 1992a).

A Dentística Restauradora moderna envolve o tratamento das seqüelas da


cárie dentária em seu sentido mais amplo, incluindo desde a prevenção de cárie ou
remineralização de lesões incipientes, até restaurações mais complexas. Em função
disso é importante que o clínico compreenda todas as fases da cárie dentária, para
que possa manter e preservar uma ótima saúde dental para o paciente (Elderton e
Mjör, 1990; Limeback, 1996).

Quando a saúde bucal está comprometida, o sofrimento ocasionado pelas


doenças bucais ocorre em diversos setores da vida. Dor, desconforto, noites mal
dormidas causadas por diversas patologias bucais, tais como a cárie dentária, a
doença periodontal, as erosões dentárias, a fluorose dentária ou o câncer bucal,
comprometem a saúde e afetam inclusive a freqüência às atividades escolares e
laborativas, ou seja, a qualidade de vida fica comprometida ocasionando muitas
despesas para a sociedade e para o indivíduo isoladamente. Por isso, realizar um
levantamento epidemiológico em saúde bucal é de grande importância, já que
conhecendo a estatística envolvida nele, é possível fazer um melhor planejamento
das necessidades odontológicas de um bairro, uma cidade, um estado e até mesmo de
um país.

2.2 METODOLOGIA

Usando a metodologia preconizada pela OMS (Organização Mundial da


Saúde), foi realizado o índice CPO-D, examinado com luz natural, com uso de luvas,
gorros, máscaras e uma espátula de madeira descartável, comumente utilizada para
diagnóstico de orofaringe. Não realizamos o exame com a sonda exploradora, pois
essa sondagem não é confiável para diagnosticar lesões de superfícies oclusais de
esmalte. (PENNING, 1992) A não utilização da sonda convencional evita ainda a
transferência de microorganismos de uma superfície para a outra assim como a
possibilidade de danificar a integridade da superfície desmineralizada do esmalte,
favorecendo desse modo o aparecimento de lesões. (MALTZ, 1994)

Os critérios empregados na realização do diagnóstico do CPO-D encontram-


se em concordância com o recomendado pelo Ministério da Saúde, que são eles:

 0 (A) — coroa hígida. Não há evidência de cárie;


 1 (B) — coroa cariada;
 2 (C) — coroa restaurada mas cariada;
 3 (D) —coroa restaurada e sem cárie;
 4 (E) — dente perdido devido a cárie;
 5 ( -) — dente permanente perdido por outra razão;
 6 (F) — selante;
 7 (G) — apoio de ponte ou coroa;
 8 ( - ) — coroa não erupcionada;
 T(T)— trauma (fratura);
 9 ( - ) — dente excluído.

Onde os números são usados para os dentes permanentes e as letras para os


dentes decíduos.

Os dados foram obtidos através de estudo realizado na escola CAIC - Jorge


de Lima, a partir de uma amostra de 269 crianças, sendo 144 do gênero masculino e
125 do gênero feminino, com idades de 6 a 12 anos no mês de outubro de 2015.

A equipe de trabalho foi composta por 25 alunos, divididos em 12 duplas e 1


trio com um examinador e um anotador que ficaram alternando de funções, os quais
participaram do treinamento e do exercício de calibração, além do professor, que
atuou como o supervisor.

Calibração da equipe

Os objetivos da calibração são:


 Assegurar a uniformidade de interpretação, compreensão e aplicação dos
critérios para as várias doenças e condições a serem observadas e registradas;
 Assegurar que cada profissional possa examinar de maneira uniformemente
padronizada;
 Minimizar variações entre os diferentes examinadores.

É a padronização de critérios para o exame da população da amostra, com o


objetivo de obter o mesmo padrão de julgamento em todos os casos ou na maioria
deles.

A equipe composta por 25 componentes foi dividida em dois grupos que


examinaram 4 crianças, revezando durante o exame com todos os componentes de
seus grupos afim de que todos examinassem todas as crianças no intuito de calibrar a
equipe.

Levantamento epidemiológico do CPO-D

Todas as 269 crianças presentes na escola foram examinadas, avaliando a


prevalência e severidade da cárie dentária por meio dos índices CPO-D. Esses
índices medem e comparam a ocorrência de cárie dentária em populações
expressando a média de dentes cariados, perdidos e obturados (que são entendidos
como restaurados) em um grupo de indivíduos, é um instrumento largamente
utilizado em pesquisas epidemiológicas de cárie dentária sendo por esta razão
recomendado pela OMS.

A prática do exame foi executada com espátulas de madeira e luvas de


procedimentos, com o examinador e anotador acadêmicos de odontologia do 8º
período e com o auxílio do orientador, calibrados e capacitados para identificação e
registro dos dados obtidos, durante o exame clínico e preenchimento das fichas
individuais.

O exame clínico então foi realizado utilizando espátulas de madeira, sob luz
natural. Bráquetes, em qualquer número, não inviabilizam. E todas as lesões
questionáveis foram codificadas como dente hígido e as que foram consideradas
como cárie como as manchas brancas ativas.

Tabulação dos dados

Ao final do exame clínico e coleta dos dados a equipe organizou a amostra,


dividindo-a em grupo por idade e sexo. Calcularam-se assim o índice CPO-D para
cada grupo da amostra.

2.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O total de crianças examinadas foi 269, sendo 144 do sexo masculino e 125 do sexo
feminino.
Os resultados do levantamento apontam que o número de crianças do sexo
feminino e masculino com elementos cariados ainda é bastante alto, com pode ser
observado nas tabelas 1 e 2, o que demonstra a importância da intervenção
odontológica em crianças mais jovens.

Tabela 1 - Índice CPO, dos escolares do gênero masculino, segundo faixa etária (6
a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 14 46 5 10 61
7 25 84 5 7 96
8 25 81 22 1 104
9 26 92 16 17 125
10 23 60 1 1 62
11 14 29 1 4 34
12 17 68 1 0 69
Total 144 460 51 40 551
Tabela 2 - Índice CPO, dos escolares do gênero feminino, segundo faixa etária (6
a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 10 37 2 2 41
7 21 90 7 0 97
8 25 120 7 1 128
9 20 77 4 13 94
10 25 77 4 10 91
11 13 18 0 1 19
12 11 38 6 4 48
Total 125 457 30 31 518

Tabela 3 - Índice CPO, dos escolares do gênero masculino e feminino, segundo


faixa etária (6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió
(AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 24 83 7 12 102
7 46 174 12 7 193
8 50 201 29 2 232
9 46 169 20 30 219
10 48 137 5 11 153
11 27 47 1 5 53
12 28 106 7 4 117
Total 269 917 81 71 1.069

As tabelas nos mostram, em números, uma análise do CPO-D em diferentes


situações. Na tabela 1, observamos os dados colhidos, através do levantamento
epidemiológico em crianças do gênero masculino, em idades entre 6 e 12 anos,
analisando seus dentes decíduos e permanentes. E na tabela 2 observamos os dados
colhidos através do levantamento epidemiológico em crianças do gênero feminino,
em idades entre 6 e 12 anos, analisando seus dentes decíduos e permanentes. Já na
tabela 3, podemos ter uma estimativa do CPO-D de toda a escola CAIC, que nos
mostra um índice elevado de cárie quase que em todas as idades dos dois gêneros,
reduzindo os valores quando analisamos os números de dentes perdidos e obturados.

Na tabela 4, podemos observar que os números médios de CPO-D nas


crianças do gênero feminino variam muito nas idades enquanto o masculino
apresenta uma variável mais discreta, mostrando uma discrepância entre os sexos.
Tabela 4 - Média do CPO dos escolares do gênero masculino, segundo faixa etária
(6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 14 3,28 0,35 0,71 4,35
7 25 3,36 0,2 0,28 3,84
8 25 3,24 0,88 0,04 4,16
9 26 3,53 0,61 0,65 4,80
10 23 2,60 0,04 0,04 2,69
11 14 2,07 0,07 0,28 2,42
12 17 4 0,05 0 4,05
Total 144 3,19 0,35 0,27 3,82

Analisando o gráfico 1, observamos que o número de dentes cariados possui


uma variação oscilante, apresentando seu pico aos 9 anos e um declínio acentuado
aos 11. Os valores de perdidos e obturados estão em uma mesma linha, sendo 10 e 12
anos as idades menos afetadas.

Gráfico 1 - Média do CPO dos escolares do gênero masculino, segundo faixa etária
(6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
6

4
Média do CPO

3 C
P
O
2 CPO

0
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos
Idade
Tabela 5 - Média do CPO dos escolares do gênero feminino, segundo faixa etária
(6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 10 3,7 0,2 0,2 4,1
7 21 4,28 0,33 0 4,61
8 25 4,8 0,28 0,04 5,12
9 20 3,85 0,2 0,65 4,7
10 25 3,08 0,16 0,4 3,64
11 13 1,38 0 0,07 1,46
12 11 3,45 0,54 0,36 4,36
Total 125 3,65 0,24 0,24 4,14

Analisando o gráfico 2, podemos observar uma configuração geral similar ao


gênero masculino, onde o valores dos elementos cariados é muito superior aos
perdidos e obturados. Para os cariados, a idade de pico passa para 8 anos e o declínio
acontece agora aos 10 anos. Já nos dentes perdidos, 11 anos possui índice 0 enquanto
que aos 12, o índice aumenta consideravelmente. E nos obturados, o valor atinge o 0
aos 7 anos e tema sua maior expressão aos 9.

Gráfico 2 - Média do CPO dos escolares do gênero feminino, segundo faixa etária (6
a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió (AL).
6

4
Média CPO

3 C
P
O
2 CPO

0
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos
Idade

Conforme observamos na tabela 6, o número médio do CPO de ambos os


gêneros varia entre 1,96 e 4,76, sendo o maior índice presente aos 9 anos e o menor,
aos 11. Tais índices refletem os valores médios individuais de cada gênero.
Tabela 6 - Média do CPO dos escolares do gênero masculino e feminino, segundo
faixa etária (6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió
(AL).
Idade Número de C P O CPO
(anos) indivíduos
6 24 3,45 0,29 0,5 4,25
7 46 3,78 0,26 0,15 4,19
8 50 4,02 0,58 0,04 4,64
9 46 3,67 0,43 0,65 4,76
10 48 2,85 0,10 0,22 3,18
11 27 1,74 0,03 0,18 1,96
12 28 3,78 0,25 0,14 4,17
Total 269 3,40 0,30 0,26 3,97

Analisando o gráfico 3, podemos observar que o índice de cárie oscila


bastante, refletindo os índices de ambos os gêneros. É possível notar também que as
crianças perdem mais dentes do que restauram, configurando uma necessidade
intervencionista nesses casos. Por fim, o valor de dentes cariados foi mais alto aos 8
anos e mais baixo aos 11.

Gráfico 3 - Média do CPO dos escolares do gênero masculino e feminino, segundo


faixa etária (6 a 12 anos), na Escola Profª Mª Carmelita Cardoso Gama, Maceió
(AL).
5

4.5

3.5

3
Média CPO

2.5 C
P
2 O
1.5 CPO

0.5

0
6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos
Idade

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este levantamento teve como objetivo apontar a prevalência e severidade da doença
cárie presente das crianças de 6 a 12 anos de idade confirmando o fato de que a cárie
dental ainda persiste como um grande problema de saúde infantil.
Os dados obtidos demonstram que não só existe uma necessidade de políticas
públicas que visem uma assistência mais constante e melhorada da criança, mas
também um acompanhamento pessoal por diversos profissionais, através de uma rede
multiprofissional de especialistas na área da saúde.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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790X1998000200008.

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