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Cárie dentária:

Conceito e Terminologia

Professora: Juliana Tietbohl de Almeida Reis


Objetivos de Aprendizagem

¨ Estudar a doença cárie dentária, suas causas,


sinais e controle
¨ Conhecer os tipos de lesões de cárie
X
Direto ao tratamento....

***Antes saber como prevenir ou


retirar nosso paciente da zona de
risco da doença
Para realizar um tratamento dentário da lesão de
cárie precisamos conhecer a fundo a doença antes
de simplesmente “tapar um buraco”.
O tratamento da lesão cavitada pode envolver
Precisamos estudar o
¨ a restauração, mas o tratamento da
somente
doença cárie vai muito mais além disso.
processo Cariogênico....
¨ Tratar a doença é entender da sua progressão,
manifestação, causa, fatores de risco e muito
mais, além de apenas o restaurador, precisamos
tratar o aparecimento de novas lesões de cárie.

¨ A cárie é onipresente em toda população do


mundo e é a principal causa responsável pela dor
e perda dos dentes
¨ Século 20, a Odontologia estabeleceu-se como uma
profissão da área da saúde e, até metade deste mesmo
século, teve papel integral no alívio da dor e no tratamento
restaurador.

¨ À medida que, aos poucos se foi considerando que os


principais esforços deveriam estar voltados ao controle e
prevenção da doença, a segunda metade do século 20
testemunhou os maiores declínios na prevalência e
incidência da cárie dentária em crianças.
A CÁRIE DENTÁRIA é uma doença
complexa, causada pelo desequilíbrio
entre o mineral do dente e o fluido do
biofilme.
Há três achados principais que
tiveram enorme impacto na forma
pela qual a cariologia e a dentística
restauradora se desenvolveram:
1. Estudos realizados nos anos de 30 e 40
enfocaram o papel da NUTRIÇÃO
considerando que esta poderia tornar o dente
mais ou menos suscetível ao ataque carioso.
2. Em seguida, nos anos 40, forte apoio
científico foi dado ao papel central dos
MICRORGANISMOS no desenvolvimento da
cárie dentária.

Prevenida com
Antimicrobiano= Penicilina
3.
Ç ÃO
OLU
EV
DE OS
C EIT
N
CO

“A cárie é uma doença infectocontagiosa, de


caráter crônico, causada pelo processo de
Vilão Streptococcos
desmineralização mutans
da superfície dental por .
ácidos orgânicos provenientes da fermentação
dos carboidratos da dieta, pelas bactérias e
pelo fator tempo.”
Ela não atende os princípios necessários para ser
classificada como infecciosa e transmissível, pois é
provocada por bactérias naturalmente presentes na
boca de todos. E, para seu desenvolvimento, a dieta é
o fator determinante.
A CÁRIE DENTÁRIA é uma doença que progride
de forma muito lenta na maioria dos indivíduos,
raramente é autolimitante e, na ausência de
tratamento, progride até destruir totalmente a
estrutura dentária (FEJERSKOV; KIDD, 2005).
Prof. Jaime Cury
CONCEITO

¨ A cárie é uma doença complexa causada


pelo desequilíbrio no balanço entre o
mineral do dente e o fluído do biofilme.
Importante
DISBIOSE

Compreendermos que a cárie


dentária é uma doença
resultante do desequilíbrio do
binômio saúde-doença,
podendo apresentar lesões-
sinais na população.
u Esses sinais são erroneamente conhecidos pela
população como “cáries”, mas, na verdade, são as
lesões da doença propriamente dita.
Eu tenho 5 cataporas?
Ou tenho catapora e 5
vesículas de catapora?
Essas lesões podem se apresentar em estágios iniciais visíveis
clinicamente (lesões de mancha branca ativa em esmalte) ou em
estágios mais avançados, como as cavitações dentárias, que são mais
uma vez compreendidas pela população como “cáries”.
Fatores Etilógicos

u Para que possamos instituir MEDIDAS EFETIVAS para o


CONTROLE da doença cárie, se faz necessária a
compreensão dos seus FATORES ETIOLÓGICOS.

u O primeiro modelo proposto por Keyes (1960) para explicar


a doença era um modelo essencialmente ecológico, no qual
a cárie seria o produto da interação entre os fatores
determinantes: hospedeiro, substrato (dieta cariogênica) e
microrganismos (BRAGA et al., 2008).
Modelo proposto por Keyes (1960).
(BRAGA et al., 2008)
• Newbrun (1978) acrescentou o fator
TEMPO

nessa interação.
Newbrun (1978)
Keys e Newbrun

v Não foram capazes de explicar a ocorrência da doença na


população humana.

v A doença cárie é muito mais complexa e com um caráter


comportamental, podendo ser influenciada por FATORES
MODIFICADORES (1990).
AT
UA
LM
E NT
E

Diagrama adaptado de Manji & Fejerskov (1990) para explicar os fatores etiológicos
determinantes (círculo inerno) e modificadores (círculo externo) da doença cárie.
Fatores Determinantes:
u Hospedeiro
O dente é o local onde a doença se manifesta. Algumas
condições dos elementos dentários os tornam mais
suscetíveis à doença cárie, tais como:
ü morfologia dental, que compreende anomalias na forma
(fusão, geminação)

ü macromorfologia (dentes posteriores que possuem


saliências e reentrâncias que dificultam o controle do biofilme).

ü Dentes em erupção
Dente

Os dentes que tem maior prevalência de


lesões cariosas são:

¨ Primeiros molares permanentes entre os 5 e os


8 anos;

¨ Segundos molares permanentes entre os 11 e


os 14 anos.
A saliva possui CAPACIDADE TAMPÃO pela
presença de íons de bicarbonato e fosfato que
neutralizam os ácidos produzidos pelos microrganismos
cariogênicos. (BRAGA, et al., 2008).
SALIVA

¨ Ela também tem a função de:

ü autolavagem

ü limpeza das superfícies dentárias


“Ação Antibacteriana”
O ???
COM

PRIMEIRA LINHA DE DEFESA

¨ Por conter:

PROTEÍNAS E IMUNOGLOBULINAS

Que atuam contra os microrganismos


cariogênicos.
FLUXO SALIVAR
¨ Durante o dia está compreendido entre 0,03ml/min à
700/800ml, mas durante a NOITE praticamente
cessa.
¨ Alguns fatores podem influenciar tanto na sua
diminuição de produção quanto na viscosidade tais
como:
ü Uso de medicamentos
ü Síndrome de Sjõgren
ü Diabetes
Lúpus
ü

ü Dísturbio do Pâncreas ou fígado


ü Problemas psíquicos
Microrganismos

A cavidade bucal possui inúmeras espécies de


microrganismos.

Apesar da diversidade microbiana, poucas espécies estão


relacionadas à doença cárie, como Streptococcus
mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus, pois
possuem as características específicas para participar do
processo da doença.
As BACTÉRIAS CARIOGÊNICAS são capazes de
PRODUZIR ÁCIDOS a partir da FERMENTAÇÃO DOS
CARBOIDRATOS DA DIETA (ACIDOGÊNICAS) e de
sobreviver em meio ácido (ACÍDÚRICAS). Outra
característica seria a capacidade de adesão às
estruturas dentárias.
Dieta

A dieta exerce, principalmente, um efeito tópico na


etiologia da doença, ou seja, sem a sua presença, não
há desenvolvimento da doença, pois os
microrganismos cariogênicos necessitam da energia
proveniente da sua fermentação para sobreviver.
A frequência (constante ingestão) e a consistência dos
carboidratos também interferem no desenvolvimento da
doença: o açúcar consumido entre as refeições e a sua
textura favorecem a retenção na cavidade bucal.

X
?
X

As balas possuem uma consistência pegajosa e um tipo de


carboidrato mais facilmente fermentável, ou seja, são mais
cariogênicas.
q O QUEIJO é considerado anticariogênico,
devido a presença de caseína, que se liga a
hidroxiapatita diminuindo a solubilidade e
reduzindo a aderência microbiana.
MEL

NÃO TEM EVIDÊNCIAS de ser MENOS


cariogênico que o açúcar.

ü Contém 85% da sua composição de açúcares,


sendo predominantemente glicose e frutose.
Tempo

A dieta exerce, principalmente, um efeito tópico


na etiologia da doença, ou seja, sem a sua
presença, não há desenvolvimento da doença,
pois os microrganismos cariogênicos necessitam
da energia proveniente da sua FERMENTAÇÃO
para sobreviver.
Tempo
DIETA

DENTE
MICRORGANISMOS

¨ Com atuação associada dos três fatores, anteriormente


citados, por um período de tempo prolongado, o processo
de desmineralização do dente ocorre e favorece o
desenvolvimento da Doença Cárie.
ASSOCIAÇÃO DOS FATORES

Dieta rica em açúcares


Chance aumentada
Higienização bucal deficiente de desenvolver a
doença
*Baixo fluxo salivar
Fatores modificadores
Além dos fatores determinantes para a doença (interação
entre hospedeiro, dieta, biofilme e tempo), é sabido que
fatores sociais, econômicos e comportamentais
podem influenciar no desenvolvimento da doença cárie.

Diversos estudos já demonstraram que as diferenças nos


níveis de saúde podem ser explicadas pelas diferenças
socioeconômicas (ANTUNES et al., 2004; KEYES, 1960).
FISIOPATOLOGIA DA CÁRIE DENTÁRIA

¨ O processo de desenvolvimento da doença inicia-


se com a formação da PELÍCULA ADQUIRIDA.

O QUE É A PELÍCULA ADQUIRIDA???


Película Adquirida

qÉ uma fina camada glicoproteica, oriunda da saliva,


formada sobre a superfície dentária que serve de base
para adesão dos microrganismos e posteriormente o
desenvolvimento da placa bacteriana.
DESENVOLVIMENTO DA LESÃO DE CÁRIE

• Acúmulo de bactérias
sobre os dentes
FATORES responsáveis pelo
desenvolvimento da cárie

• Ingestão frequente
de açúcar
Acúmulo de
BIOFILME
"O MICROECOSSISTEMA BACTERIANO do
biofilme dental apresenta uma série de
características FISIOLÓGICAS".
Produção de ÁCIDO por meio da metabolização

de nutrientes pelas bactérias do biofilme

Baixa do PH

Fator RESPONSÁVEL pela Resulta na formação


de LESÃO DE CÁRIE
DESMINERALIZAÇÃO do
tecido dentário
Importante Ressaltar…

“O processo de DESMINERALIZAÇÃO que


ocorre na superfície dentária na presença de
carboidratos fermentáveis é um proceso
FİSİOLÓGİCO”.
Atividade metábolica das bactérias do
biofilme, decorrentes da
DISPONIBILIDADE de nutrientes

CAUSA

Flutuação do PH
Como consequência a
superficie dentária “coberta
E os eventos de
por biofilme” vai ter ganho e desmineralização não
são compensados pelos
perda de mineral de remineralização

Processo de A produçcão de
desmineralização dos ácido se
tecidos dentários é intensifica
Forma a LESÃO
onipresente
de CÁRIE
“resultado
cumulativo de
processos des-re
Frente ao aumento do
consumo de carboidratos
acarreta perda
fermentáveis mineral"
Thylstrup e Birkeland em 1986

¨ Descreveram que os sinais da doença cárie


podem ser distribuídos em uma escala que
inicia com a perda de mineral em nível
ultraestrutural até a total destruição do
dente.
¨ Esta afirmativa deste artigo de 1986 (Thylstrup e Birkeland), acrescida do
FATO de que o processo de DES-REMINERALIZAÇÃO é um FENÔMENO
NATURAL que não pode ser prevenido devido ao METABOLISMO
constante do biofilme dental, dá origem à pergunta:

Quando podemos

O que é a cárie considerar que um paciente


dentária? apresenta a doença cárie?
No nosso entendimento….

Quando o processo de DESMINERALIZAÇÃO fica


restrito ao NÍVEL SUBCLÍNICO e não causa uma lesão
visível clinicamente, o paciente não pode ser
classificado como portador da DOENÇA CÁRIE e não
necessita de TRATAMENTO.

uA perda mineral que se conserva em nível subclínico durante a


vida do indivíduo não se enquadra no conceito clássico de doença,
a qual se caracteriza como um distúrbio das funções de um órgão
(DENTE).
Importante…

A CÁRIE DENTÁRIA é uma doença multifatorial na qual


várias características genéticas, ambientais e
comportamentais interagem.

Fejerskov e Manji em 1990 elucidaram os diversos fatores


determinantes do processo de doença cárie em um diagrama.
O controle da doença cárie,
assim como o da maioria das
doenças crônicas como câncer,
doenças cardiovasculares e
diabetes, deve incluir estratégias
múltiplas direcionadas aos
determinantes no nível do
indivíduo, da família e da
população.
Deve-se sempre abordar fatores de risco
comuns a doença cárie, por exemplo, o
consumo RACIONAL DE AÇÚCAR.
Não esquecendo…
Imprescindível para o controle da doença o estudo dos
fatores biológicos e o monitoramento de seus sinais
clínicos.
Lembrete

¨ O biofilme se desenvolve
em superfícies onde pode
amadurecer e permanecer
por longos períodos.
¨ Se o biofilme não é
removido e as bactérias tem
acesso a substrato que
induz a produção de ácido, a
doença cárie se estabelece.
u Biofilme dental é o fator biológico indispensável para
a formação da lesão de cárie.
u As lesões de cárie só ocorrem em áreas nas quais o
biofilme encontra-se estagnado.

Figura: As lesões de cárie (B e D) ocorrem somente em áreas de


estagnação do biofilme (A e C)
Tendo como localização preferencial:
uMargem gengival;
uSuperfícies proximais logo abaixo do ponto de contato;
uFóssulas e fissuras das superfícies oclusais.

Dificilmente formam-se lesões de cárie em áreas


submetidads constantemente à autolimpeza decorrente da
mastigação e dos movimentos das bochechas e da língua.
Importante salientar
¨ Embora a presença de biofilme seja considerada um fator
casual necessário para o desenvolvimento da lesão, ela NÃO
é um FATOR SUFICIENTE para que esse tipo de lesão
ocorra.
Como falado anteriormente…

O Tipo de nutrientes (determinado pela dieta) a que as


bactérias do biofilme estão expostas pode resultar em
flutuações de PH que irão determinar ou não a formação de
lesão de cárie.
COMO SEU BIOFILME É FORMADO?
Figura: Ilustração sistemática dos microeventos que ocorrem na superfície
dentária ao longo do tempo.

A- Esta curva indica flutuações do ph do biofilme em relação ao tempo e indica


indivíduo que durante a sua vida não apresenta lesões clinicamente visíveis,
não podendo, portanto, ser considerado doente.
B-D: Estas três curvas indicam diferentes exemplos de perda ou ganho
mineral do esmalte ao longo do tempo como resultado das inumeras
flutuações do ph.
*A linha horizontal pontilhada representa onde a perda mineral pode ser
observada clinicamente como uma lesão de mancha branca.
BIOFILME DENTAL

Um ecossistema microbiano
aderido as superfícies dentárias

Formado por BACTÉRIAS que matêm


uma estabilidade dinâmica com a
superfície do dente

ESTÁGIO DE ESTABILIDADE
DINÂMICA
Presença frequente de
carboidratos fermentáveis

Consequente produção de ESTÁGIO DE


ácidos. DESMINERALIZAÇÃO

Resultante perda mineral do


Observa-se uma
DENTE
adaptação microbiana

Leva a seleção de Predomínio de eventos de


microorganismos DESMINERALIZAÇÃO
acidogênicos

Ocorre o rompimento da
Resulta no desequilíbrio do
homeostase microbiana do
balanço dos processos de
biofilme e a proliferação de
DES-REMINERALIZAÇÃO
microorganismos cariogênicos
Uma vez que o ambiente
acidúrico fica estabelecido

O número de
microrganismos
acidogênicos aumenta ESTÁGIO ACIDÚRICO

Promovendo o
desenvolvimento da lesão
Classificação Lesões Ativas
Inicialmente, a
superfície do
FIGURA 5
esmalte mostra-se
rugosa e opaca, e
clinicamente é
visível como uma
mancha branca

Lesão de cárie não cavitada ativa


Esta lesão tem sido denominada de mancha branca devido ao seu aspecto clínico.
Entretanto, várias outras lesões não cariosas podem também causar manchas brancas
no esmalte, como fluorose dentária.

Figura: A- Lesão de cárie não cavitada e B e D aspecto clínico de fluorose. Enquanto a lesão
de cárie ocorre em zonas de estagnaçãode biofilme (margem gengival, abaixo do ponto de
contato e superfícies oclusais), a fluorose dentária se estende em toda superfície dentária e,
nos seus estágios iniciais, acompanha as periquemáceas.
Se o processo de DESMINERALIZAÇÃO persistir, a lesão
progride

Ocasionando a quebra da camada


superficial da lesão com formação
de uma cavidade

LESÃO DE CÁRIE COM CAVIDADE


Cavidade???

Nicho ecológico
protetor onde as
bactérias adaptam-
se ao PH reduzido.
¨ A lesão com cavidade que está
sofrendo perda mineral, ou
seja, em processo de
progressão, é denominada
LESÃO CAVITADA ATIVA.
¨ Em um primeiro estágio, ela
pode se limitar ao esmalte,
apresentando aspecto
RUGOSO e OPACO.
Lesão de cárie cavitada ativa em esmalte
Pode progredir atingindo a DENTINA, que se mostra amolecida,
com aspécto úmido e geralmente de coloração amarelada

Figura: Lesão de cárie cavitada ativa em dentina (seta branca). No mesmo dente
pode-se observar a presença de lesão de cárie inativa (seta preta).
u O mesmo processo de desequilíbrio entre os
eventos de des-remineralização que ocorrem
na interface entre o BIOFILME e o ESMALTE/
DENTINA CORONÁRIA pode também ocorrer
na raiz do dente, na interface entre o BIOFILME
e o CEMENTO/ DENTINA RADICULAR,
formando uma LESÃO DE CÁRIE RADICULAR
Para que a lesão radicular ocorra é necessário que a
raiz dentária esteja exposta ao ambiente bucal

Recessão Gengival

Lesão de cárie cavitada ativa em superfície radicular


As lesões que se estabelecem

Esmalte/cemento/dentina

“Hígidos”

São denominados Lesões de Cárie Primárias e as


lesões de cárie que se desenvolvem adjacentes a
restaurações são denominadas de Cárie Secundária.
¨ As lesões de cárie secundárias são simplismente
lesões que se desenvolvem adjacentes às margens
de restaurações.

Lesão de Cárie Secundária


É importante ressaltar que a etiologia
da lesão de cárie secundária é a
mesma da lesão de cárie primária.
Cárie Residual
¨ É o tecido desmineralizado deixado embaixo da
restauração e seu efeito na longevidade da restauração é
discutido em Maltz e colaboradores, em 2014.

Radiografia periapical indicando lesão de cárie residual.


Uma vez que… CONTROLE

Adequado controle do
biofilme seja estabelecido
Ou A progressão das lesões
Modificação dos hábitos de cárie é paralisada e
alimentares (dieta com moderado suas características
consumo de carboidratos) clínica são modificadas,
assumindo características
Se REESTABELECE o equilíbrio de INATIVIDADE.
entre os processos de DES-
REMINERALIZAÇÃO e a PERDA
DE MINERAL é CONTROLADA.
Lesões em Esmalte INATIVAS

Quando paralisadas
Apresentam superfície Coloração

Lisa Brilhante Escura Branca

Lesão de cárie não cavitada inativa em esmalte


Lesão de Cárie cavitada inativa em esmalte
As lesões CAVITADAS
INATIVAS em dentina
coronária tem aspecto
endurecido e frequentemente
escurecido.

Lesão de cárie cavitada inativa em dentina


LEMBRETE

"A cárie é uma doença totalmente


controlável se interferirmos com os
fatores causais necessários e
determinantes do seu
desenvolvimento."
FORMA SIMPLES DE CONTROLE DA DOENÇA
As lesões paralisadas radiculares

Superfície mais Frequentemente


Escurecida consistência Endurecida

Lesão de Cárie Cavitada inativa em superfície radicular


As lesões que apresentam
dentina coriácea são
consideradas lesões que
estão em processo de
paralização.

Lesão de cárie radicular com dentina coriácea


Figura: Lesão de cárie cavitada ativa em dentina (seta branca). No mesmo dente
pode-se observar a presença de lesão de cárie inativa (seta preta).
Atenção

Toda lesão de cárie, independente do seu grau de


progressão ou tecido dentário envolvido, é passível de
paralização desde que se restabeleça o reequilíbrio
entre os processos de DESREMINERALIZAÇÃO.
Classificação das lesões de cárie
Quanto à Localização
QUANTO AO SÍTIO ANATÔMICO
QUANTO À PRESENÇA DE CAVIDADE
QUANTO AO TECIDO ENVOLVIDO
QUANTO A ATIVIDADE
QUANTO A PRESENÇA OU NÃO DE
RESTAURAÇÃO PRÉVIA NA SUPERFÍCIE
DENTÁRIA
Nesta aula…

¨ Entender o processo da doença cárie


¨ Consequências desta doença nos tecidos duros do
dente
¨ Diferentes tipos de manifestações clínicas
¨ Classificação das lesões
Artigo Leitura Complementar

¨ LEITES, Antonio Cesar Bortowiski Rosa; PINTO,


Marcia Bueno; SOUSA, Ezilmara Rolim de Sousa.
Aspectos microbiológicos da cárie dental. Salusvita ,
Bauru, v. 25, n. 2, p. 239-252, 2006.
A cárie é uma doença INFECTO-CONTAGIOSA, de caráter crônico e
multifatorial. Sabe-se da indispensabilidade de microrganismos na
superfície dental para que tenhamos o desenvolvimento da doença cárie,
porém só a presença deles não é o bastante. Fatores como higiene,
hábitos alimentares, colonização bacteriana, composição da saliva, entre
outros, influenciam o metabolismo das bactérias sobre os dentes,
modulando a atividade da cárie. Até a década de 60, os Lactobacilos eram
tidos como os principais agentes etiológicos. Entretanto, quando mais
informações sobre a composição microbiana do biofilme foram obtidas,
observou-se que os Lactobacilos constituem apenas uma pequena fração
de sua composição.
Atualmente sabe-se que esses microrganismos são mais uma conseqüencia
do que causa do processo de iniciação da doença. O S. mutans, após sua
redescoberta em 1960 por Fitzgerald e Keyes, tem sido, conforme relata a
literatura, apontado como a principal bactéria em relação à etiologia da cárie.
Entre as espécies incluídas nos Estreptococos do Grupo Mutans (EGM), o S.
mutans e S. Sobrinus apresentam potencial cariogênico em humanos. Os
trabalhos indicam a diversidade de microrganismos que habitam a superfície
dentária, existindo no mínimo quatro diferentes tipos de cáries. Este artigo tem
por objetivo, fazer uma revisão sobre os principais aspectos microbiológicos
envolvidos com a cárie dental.
Leiam o restante do artigo!

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