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1/28/22, 6:58 PM AVA UNINOVE

Bioquímica da Cárie
ENTENDER O SIGNIFICADO DE CÁRIE E APRENDER SOBRE OS FATORES RELACIONADOS AO
DESENVOLVIMENTO DESSA DOENÇA DENTAL

Cárie é uma doença detectada em todos os povos, em todas as raças e em todas as épocas. É
infectocontagiosa e se caracteriza pela destruição dos tecidos do dente, podendo causar dor, sensibilidade e
a perda total do mesmo.

Vários conceitos sobre a cárie dentária surgiram ao longo do tempo. Primeiro acreditava-se que para a cárie
existir era necessário a combinação de dente, microorganismo e açúcar simultaneamente, hoje sabemos que

a cárie é casual mesmo com essa combinação e depende de diversos fatores, sendo assim uma doença

multifatorial.
A partir de agora estudaremos em detalhes as causas e os meios de prevenção da cárie.

Etiologia da Cárie
A cárie é causada por fatores locais, aqueles diretamente relacionados, e sistêmicos, aqueles que

predispõem e facilitam a sua instalação.

Fatores locais
A cárie envolve obrigatoriamente a superfície dentária rica em nutriente e microorganismos. A partir dessa

combinação a placa dental é formada e caso não seja removida o ambiente perfeito para o crescimento
bacteriano, produção de ácidos e desmineralização do dente.
Há teorias que tentam explicar os fatores locais que causam a cárie:

   1. Teoria Acidogênica: Miller e Fosdick


Nessa teoria a cárie é provocada por bactérias acidogênicas que metabolizam açúcares, resultando em
ácidos que começam a desmineralizar o esmalte dentário provocando uma lesão. Nessa lesão se instalam
microorganismos proteolíticos que geram aminoácidos. Tais aminoácidos sofrem processos de

desaminação, descarboxilação, oxidação e redução, elevando os ácidos que pioram a desmineralização.


Microorganismos do meio bucal invadem a lesão e toda a estrutura dental.
   2. Teoria Proteolítica: Bodecker e Gottieb

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Nessa o processo é semelhante ao da teoria acidogênica, porém em ordem contrária. Primeiro

microorganismos proteolíticos transformam proteínas das lamelas e fendas em ácidos, gerando uma lesão.
Na lesão bactérias acidogênicas produzem ácidos que desmineralizam ainda mais o esmalte, deixando o
local propicio para a invasão de microorganismos do meio bucal.
   3. Teoria da proteólise com quelação: Evan, Prophet e Schatz

Nessa teoria o pH ácido desencadeia a proteólise e a desmineralização. O cálcio dos dentes é removido na
forma dos solúveis quelatos de cálcio.

Fatores sistêmicos
   A. Fatores hereditários
A herança genética pode determinar descendentes mais ou menos resistentes à cárie dental.
   B. Nutricionais ou dietéticos
Alguns nutrientes são importantes durante a odontogênese, influenciando em maior ou menor resistência

das estruturas dentárias à cárie e outros ao longo da vida.

Proteínas: fundamentais na odontogênese, são constituintes orgânicos fundamentais das matrizes do


esmalte e da dentina.
Minerais: cálcio, fósforo e flúor são os minerais indispensáveis. O cálcio e fósforo participam na formação
dos cristais de hidroxiapatita [Ca10(PO4)6(OH)2] e consequentemente formam o esmalte e a dentina
perfeitamente calcificados e endurecidos, lamelas formadas no dente predispõe a cárie. 

O flúor contribui na rigidez dental, quando adsorvido, formando a fluoroapatita [Ca10(PO4)6F2] que é mais
resistente e menos solúvel que a hidroxiapatita, e também contribui inibindo a enzima enolase da via
glicolítica, quando na saliva, diminuindo a produção de ácidos e o crescimento bacteriano.
Carboidratos: favorecem a cárie quando na forma de metabólitos quanto na forma de dieta. Como
metabólito promovem modificações na composição química do dente ao aumentarem as taxas absolutas
de cálcio e fósforo, com diminuição da relação Ca: P no esmalte e dentina.

Como componente da dieta, os carboidratos sofrem fermentação facilmente, principalmente os mais


simples, classificados como monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e oligossacarídeos (lactose e
sacarose). 

A sacarose é o açúcar mais cariogênico, formado por uma frutose e uma glicose unidos por ligação
glicosídica. Está presente no açúcar de mesa, é de originado da cana-de-açúcar.
Vitaminas:

1. Vitamina A – age nas células produtores de esmalte, se formam bem estruturados e resistente à carie.
2. Vitamina D – a deficiência leva ao raquitismo dental, ou seja, a dentina não mineraliza.
3. Vitamina C – a deficiência desencadeia uma baixa produção de colágeno na dentina, impedindo a
calcificação ou levando a uma mal formação.
4. Vitamina B6 – a deficiência predispõe a uma matriz proteica do esmalte e dentina escassa.

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   C. Hormonais

Alguns hormônios estão relacionados a matriz dentária, são eles:

1. Hormônios tireoidianos: nos pacientes que apresentam hipotireoidismo, os dentes são mal formados, mal
calcificados e muito susceptível à cárie.
2. Hormônios paratireoidianos: o paratormônio, juntamente com a vitamina D, intensifica a calcificação dos
tecidos duros.
3. Hormônios hipofisários: importante na formação do esmalte.
4. Insulina: sem a insulina que regula o metabolismo da glicose, os níveis de glicose aumentam diminuindo a
relação cálcio-fósforo do esmalte e da dentina, tornando os dentes mais susceptíveis.
 

ATIVIDADE

A cárie, doença infectocontagiosa, acomete a maioria da população


mundial e se forma por um conjunto de fatores. Um desses fatores é o

crescimento de bactérias acidógênicas e proteolíticas na placa dental.

Encontre a alternativa correta: 

A. Bactérias acidogênicas metabolizam açúcares, resultando em ácidos que começam a desmineralizar o


esmalte dentário.
B. Bactérias proteolíticas geram ácido lático que promovem a desmineralização do esmalte.
C. Bactérias acidogênicas degradam proteínas e geram produtos que promovem a quelação do cálcio e

consequente desmineralização do esmalte.


D. Bactérias acidogênicas ou proteolítica com seus produtos promovem a mineralização do esmalte.

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Legenda: FIGURA 01: IMAGEM DO PROCESSO CARIOGêNICO

Profilaxia da Cárie
Prevenir a instalação da cárie é fundamental para manter a integridade da cavidade bucal e mais ainda da

saúde geral.
Tornar os dentes mais resistentes e menos susceptível é o interesse desde o momento de formação dos

dentes até o final da vida.


A prevenção da cárie dental se dá por diferentes métodos:

Proteção direta do dente através da ingestão ou aplicação tópica do flúor e aplicação de selantes (são
polímeros adesivos que protegem sulcos e fissuras).
Mudanças na dieta diminuindo a frequência de ingestão de carboidratos, diminuindo a ingestão de
sacarose e evitando doces sólidos que grudam nos dentes.

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Boa higiene bucal, com uso de fio dental, escovação rigorosa e frequente (mínimo três vezes ao dia).
Visitas regulares ao dentista.

ATIVIDADE

Identifique nas alternativas abaixo o nome e a classificação do açúcar

da dieta que é fonte energética para microorganismos e considerado o

mais cariogênico:

A. Amido, polissacarídeo.

B. Glicose, oligossacarídeo.

C. Sacarose, oligossacarídeo.

D. Lactose, monossacarídeo.

ATIVIDADE

Como prevenção da cárie todas as afirmações abaixo estão corretas,

exceto:

A. Uso do fio dental e escovação rigorosa e frequente.

B. Evitar a ingestão de flúor.

C. Diminuir a ingestão diária de açúcar.


D. Aplicar selantes em sulcos e fissuras dentais.

REFERÊNCIA
ARANHA, F. L. Bioquímica odontológica. 2ª. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.

NICOLAU, J. Fundamentos de bioquímica oral. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MENAKER, L. Cáries dentárias - Bases biológicas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.

FERREIRA, C. P. Bioquímica para cirurgiões-dentistas. 1ª ed. São Paulo: Editora Apoio Ltda., 1989.
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica básica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.

CAMPBELL, M.K. Bioquímica 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.


CHAMPE, P.C.; HARVEY, R.A. Bioquímica ilustrada. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2ª ed. São Paulo: Sarvier, 2000.

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