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Bioquímica da Cárie
ENTENDER O SIGNIFICADO DE CÁRIE E APRENDER SOBRE OS FATORES RELACIONADOS AO
DESENVOLVIMENTO DESSA DOENÇA DENTAL
Cárie é uma doença detectada em todos os povos, em todas as raças e em todas as épocas. É
infectocontagiosa e se caracteriza pela destruição dos tecidos do dente, podendo causar dor, sensibilidade e
a perda total do mesmo.
Vários conceitos sobre a cárie dentária surgiram ao longo do tempo. Primeiro acreditava-se que para a cárie
existir era necessário a combinação de dente, microorganismo e açúcar simultaneamente, hoje sabemos que
a cárie é casual mesmo com essa combinação e depende de diversos fatores, sendo assim uma doença
multifatorial.
A partir de agora estudaremos em detalhes as causas e os meios de prevenção da cárie.
Etiologia da Cárie
A cárie é causada por fatores locais, aqueles diretamente relacionados, e sistêmicos, aqueles que
Fatores locais
A cárie envolve obrigatoriamente a superfície dentária rica em nutriente e microorganismos. A partir dessa
combinação a placa dental é formada e caso não seja removida o ambiente perfeito para o crescimento
bacteriano, produção de ácidos e desmineralização do dente.
Há teorias que tentam explicar os fatores locais que causam a cárie:
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microorganismos proteolíticos transformam proteínas das lamelas e fendas em ácidos, gerando uma lesão.
Na lesão bactérias acidogênicas produzem ácidos que desmineralizam ainda mais o esmalte, deixando o
local propicio para a invasão de microorganismos do meio bucal.
3. Teoria da proteólise com quelação: Evan, Prophet e Schatz
Nessa teoria o pH ácido desencadeia a proteólise e a desmineralização. O cálcio dos dentes é removido na
forma dos solúveis quelatos de cálcio.
Fatores sistêmicos
A. Fatores hereditários
A herança genética pode determinar descendentes mais ou menos resistentes à cárie dental.
B. Nutricionais ou dietéticos
Alguns nutrientes são importantes durante a odontogênese, influenciando em maior ou menor resistência
O flúor contribui na rigidez dental, quando adsorvido, formando a fluoroapatita [Ca10(PO4)6F2] que é mais
resistente e menos solúvel que a hidroxiapatita, e também contribui inibindo a enzima enolase da via
glicolítica, quando na saliva, diminuindo a produção de ácidos e o crescimento bacteriano.
Carboidratos: favorecem a cárie quando na forma de metabólitos quanto na forma de dieta. Como
metabólito promovem modificações na composição química do dente ao aumentarem as taxas absolutas
de cálcio e fósforo, com diminuição da relação Ca: P no esmalte e dentina.
A sacarose é o açúcar mais cariogênico, formado por uma frutose e uma glicose unidos por ligação
glicosídica. Está presente no açúcar de mesa, é de originado da cana-de-açúcar.
Vitaminas:
1. Vitamina A – age nas células produtores de esmalte, se formam bem estruturados e resistente à carie.
2. Vitamina D – a deficiência leva ao raquitismo dental, ou seja, a dentina não mineraliza.
3. Vitamina C – a deficiência desencadeia uma baixa produção de colágeno na dentina, impedindo a
calcificação ou levando a uma mal formação.
4. Vitamina B6 – a deficiência predispõe a uma matriz proteica do esmalte e dentina escassa.
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C. Hormonais
1. Hormônios tireoidianos: nos pacientes que apresentam hipotireoidismo, os dentes são mal formados, mal
calcificados e muito susceptível à cárie.
2. Hormônios paratireoidianos: o paratormônio, juntamente com a vitamina D, intensifica a calcificação dos
tecidos duros.
3. Hormônios hipofisários: importante na formação do esmalte.
4. Insulina: sem a insulina que regula o metabolismo da glicose, os níveis de glicose aumentam diminuindo a
relação cálcio-fósforo do esmalte e da dentina, tornando os dentes mais susceptíveis.
ATIVIDADE
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Profilaxia da Cárie
Prevenir a instalação da cárie é fundamental para manter a integridade da cavidade bucal e mais ainda da
saúde geral.
Tornar os dentes mais resistentes e menos susceptível é o interesse desde o momento de formação dos
Proteção direta do dente através da ingestão ou aplicação tópica do flúor e aplicação de selantes (são
polímeros adesivos que protegem sulcos e fissuras).
Mudanças na dieta diminuindo a frequência de ingestão de carboidratos, diminuindo a ingestão de
sacarose e evitando doces sólidos que grudam nos dentes.
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Boa higiene bucal, com uso de fio dental, escovação rigorosa e frequente (mínimo três vezes ao dia).
Visitas regulares ao dentista.
ATIVIDADE
mais cariogênico:
A. Amido, polissacarídeo.
B. Glicose, oligossacarídeo.
C. Sacarose, oligossacarídeo.
D. Lactose, monossacarídeo.
ATIVIDADE
exceto:
REFERÊNCIA
ARANHA, F. L. Bioquímica odontológica. 2ª. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.
NICOLAU, J. Fundamentos de bioquímica oral. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MENAKER, L. Cáries dentárias - Bases biológicas. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.
FERREIRA, C. P. Bioquímica para cirurgiões-dentistas. 1ª ed. São Paulo: Editora Apoio Ltda., 1989.
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica básica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2ª ed. São Paulo: Sarvier, 2000.
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