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DOENÇA PERIODONTAL

Professora Katlin Darlen Maia

OBJETIVO(S) DE APRENDIZAGEM:

Apresentar o periodonto e como se dá o processo saúde/doença perio-


dontal.

INTRODUÇÃO

Apresenta-se o processo saúde/doença periodontal.

CONTEÚDO

A expressão doença periodontal representa um grupo de patologias que


afeta os tecidos periodontais. Os tecidos periodontais tem a função de inserir o
dente no tecido ósseo dos maxilares, manter a integridade da superfície da
mucosa mastigatória da cavidade bucal, suportar e transformar as forças gera-
das pela mastigação, fonação e deglutição, e defesa contra as influências am-
bientais externas nocivas, presentes na cavidade bucal. É composto pela gen-
giva, ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar.

A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que recobre o processo alve-


olar e circunda a porção cervical dos dentes. A gengiva assume sua forma e
textura definitivas em associação com a irrupção dos dentes. A gengiva tem
três partes: a marginal, papilar e inserida. O ligamento periodontal é um tecido
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e celular, que circunda as raízes
dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura ou ao osso alveolar propri-

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amente dito, através de diversas fibras. Apresenta a função de tornar possível
a distribuição de forças produzidas durante a função mastigatória, no processo
alveolar, através do osso alveolar propriamente dito, e também é essencial pa-
ra a mobilidade dos dentes. O cemento radicular é um tecido calcificado espe-
cializado que recobre as superfícies radiculares dos dentes e, ocasionalmente,
pequenas porções das coroas dos dentes. Possui muitas características em
comum com o tecido ósseo, porém não é vascularizado, não é inervado, não
sofre remodelação e reabsorção fisiológicas e apresenta deposição contínua
ao longo da vida. O processo alveolar é definido como as partes da maxila e da
mandíbula que formam e dão suporte aos alvéolos dos dentes. Desenvolve-se
em associação com o desenvolvimento e a irrupção dos dentes e é gradativa-
mente reabsorvido quando os dentes são perdidos com a função de distribuir e
absorver as forças geradas, por exemplo, pela mastigação e outros contatos
dentários.

Em estado de equilíbrio do biofilme, apresentando-se pouco espesso


mantém o estado de saúde periodontal. Porém em condições de desequilíbrios
na microbiota dos biofilmes a gengivite e a periodontite são as formas de doen-
ças inflamatórias que afetam o periodonto. O fator etiológico é o acúmulo de
biofilme bacteriano, o qual pode iniciar o processo de destruição do tecido gen-
gival e do periodonto de inserção.

A gengivite é a inflamação do tecido gengival que não resulta em perda


de inserção clínica, é reversível e apresenta-se com edema, vermelhidão do
tecido e sangramento. A microbiota predominante é composta por bactérias
gram-positivas, microbiota pioneira (Estreptococo e Actinomyces), poucos baci-
los e pouquíssimas espiroquetas. Já a periodontite é a inflamação do tecido
gengival e do aparato de inserção adjacente, caracterizada pela perda de in-
serção do tecido conjuntivo e do osso alveolar. Nem toda gengivite progride
para um quadro de periodontite, mas toda periodontite inicia-se com um quadro
de gengivite, destacando-se a importância do diagnóstico precoce da doença.
A microbiota predominante é de bactérias gram-negativas, anaeróbios estritos

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e espiroquetas. A agressão bacteriana aos tecidos periodontais ocorre pela
ação das enzimas e de endotoxinas liberadas como produtos do metabolismo
bacteriano ou pela morte das células, que desencadeiam a resposta imunoin-
flamatória do hospedeiro. As doenças periodontais também são consideradas
como fatores de risco para outras doenças ou alterações sistêmicas, que po-
dem, inclusive, levar ao óbito, como doenças cardiovasculares, respiratórias e
ao nascimento de bebês prematuros e de baixo peso.

O tratamento da gengivite que pode ser realizado retirando-se o agente


causal por meio do controle mecânico (escovação e raspagem supragengival)
e/ou químico e dos fatores retentores de biofilme, como por exemplo, restaura-
ções com sobrecontorno. A terapia para a periodontite é mais demorada e ba-
seia-se na “eliminação” do biofilme subgengival e das toxinas bacterianas por
meio do controle mecânico (raspagens supra e subgengivais) e/ou químico. As
avaliações periódicas devem ser realizadas em intervalos nunca superiores a
três ou quatro meses. O sucesso da terapia periodontal depende e muito da
parceria profissional/cliente.

SÍNTESE INTEGRADORA

Os cuidados com a higiene através de agentes mecânicos ou químicos


compõem instrumentos valiosos no controle das doenças mediadas por
biofilmes, como por exemplo, as doenças periodontais.

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REFERÊNCIAS

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BARATIERI, L. N. et al. Odontologia restauradora: fundamentos e possibilidades.


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BATHLA, S. Periodontics Revisited. New Delhi: Jaypee Brothers Medical Publish-


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BUISCHI, Y. P. Promoção de Saúde Bucal na Clínica Odontológica. São Paulo: Ar-


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MEDEIROS, U. V. Guia de estudo: Ciências da Conduta. Campinas: Mundi Brasil,


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MEDEIROS, U. V. MAIA, K. D. e JORGE, R. R. O desafio da prática educativa em


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PEREIRA, A. C. Odontologia em saúde coletiva – planejando ações e promovendo


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WEYNE, S. C. Informação pessoal.

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