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FACULDADE

CURSO DE

ALUNA:

MATRÍCULA:

RESUMO 01 – ARTIGO 1 E 2

MARACANAÚ – CEARÁ

2022
MICROBIOTA ORAL1

O trabalho de Santos Júnior; Izabel (2019) trata-se de uma revisão de


literatura realizada através de bancos de dados em saúde nacionais e
internacionais: Lilacs, BBO, Scientific Electronic Library On-line (SciELO) e
Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Teve como objetivo demonstrar que a microbiota
oral tem capacidade de influenciar o processo saúde-doença, tanto no sistema
estomatognático quanto nos outros sistemas que compõem o complexo organismo
humano.
Com relação ao estudo de Germano et al. (2018) o mesmo trata de uma
revisão de literatura foram selecionados artigos científicos em inglês e português
publicados entre 2004 e 2017, obtidos através das bases de dados ScienceDirect e
PubMed. Do qual o objetivo foi relatar o papel da flora endógena normal da cavidade
oral, enfatizando a ação de bactérias e fungos como patógenos oportunistas
causadores de doenças locais ou sistêmicas.
Através da leitura, foi possível compreender que a cavidade oral expõe
níveis físico-químicos propícios à colonização e crescimento de um grande número
de microrganismos. Em situações saudáveis, a microbiota bucal associa-se
harmoniosamente com o hospedeiro, semelhante ao que acontece em diversos
micro-habitats do corpo humano. A microbiota oral passa a se constituir
posteriormente ao nascimento e passa por mudanças na multiplicidade e variedade
microbiana ao longo da vida, momento em que são percebidas interferências
epigenéticas no ambiente. Dentre as condições que contribuem para sua relação
com o organismo, enfatiza-se a temperatura, o pH, a presença de oxigênio, os
nutrientes e as defesas do organismo.
Deste modo, a constituição da microbiota bucal difere da de outras partes do
corpo humano por particularidades especiais que favorecem a colonização por
deliberadas categorias, compondo deste modo uma microbiota única. Essa
distinção de micro-habitats acontece inclusive dentro da própria cavidade bucal.

1
GERMANO, Victória Escóssia; XAVIER, Cindhi Mayra Rodrigues; JALES, Mariana de Morais Silva;
ALBUQUERQUE, Tereza Vitória de Góis; LIMA, Emanuelle Louyde Ferreira de; RIBEIRO, Louise
Helena. Microrganismos habitantes da cavidade oral e sua relação com patologias orais e sistêmicas:
revisão de literatura. Rev. Nova Esperança. 2018; 16(2): 91-99.

SANTOS JÚNIOR, José Carlos Costa dos; IZABEL, Tasciano dos Santos Santa. Microbiota Oral e
Sua Implicação no Binômio Saúde-Doença. Editora Unijuí – Revista Contexto & Saúde – vol. 19, n.
36, jan./jun. 2019 – ISSN 2176-7114.
Avalia-se que mais de 750 espécies de bactérias vivam na boca, embora o número
exato de microrganismos seja muito maior.
Existem dois tipos de superfícies que podem colonizar a cavidade oral:
superfícies descamativas e tecidos duros. Nas áreas descamativas, como, por
exemplo, a mucosa, acontece uma ação fisiológica de descamação celular
consecutiva, impedindo a acumulação e a organização de microrganismos em
biofilmes. Por outro lado, áreas de tecidos duros, ou seja, dentes e superfícies de
retenção, como dentaduras, aparelhos ortodônticos, cálculos e restaurações,
favorecem a colonização microbiana porque não ocorre descamação.
Compreende-se então que a microbiota bucal é influenciada por fatores
extrínsecos (tabagismo, abuso de álcool, tratamento com antibióticos, ambiente
hospitalar, estado nutricional e higiene bucal) e fatores intrínsecos do paciente
como (por exemplo, idade e estado imunológico).
Os estudos também apresentaram uma temperatura ideal, do qual essa gira
em torno de 35-36°C, propocionando qualidades para o desenvolvimento e
metabolismo de espécies que constituem a microbiota normal. Modificações
imprevistas nesse âmbito acabam por favorecer a proliferação microbiana ao alterar
o pH, a atividade iônica, a agregação de biomoléculas e a solubilidade de gases, o
que interfere de modo bidirecional nos outros fatores.
Eles destacam que os fungos exercem uma função relevante na regulação
da microbiota oral. Os resultados mostraram uma pesquisa de fungos na
microbiota oral de 20 pessoas saudáveis. Deste modo, as espécies mais
consideráveis registradas foram as seguintes: Candida, Cladosporium,
Brevibacterium pullulans, Aspergillus, Fusarium e Cryptococcus, mas a relevância
clínica da presença de múltiplas espécies fúngicas na cavidade oral não é clara. A
presença de isolados fúngicos pode facilitar o hospedeiro a infecções oportunistas.
Porém, compreende-se que a colonização bucal por Candida constitui um fator de
risco para contaminações como a candidíase em indivíduos imunocomprometidos.
Os autores afirmam que as práticas habituais de prevenção de infecções
bucais propendem o controle automático (ou inespecífico) da placa bacteriana.
Antibióticos sistêmicos de curto prazo, antimicrobianos orais tópicos ou uso de
enxaguantes bucais específicos são utilizados como adjuvantes das abordagens
mecânicas do tratamento periodontal. Sua utilização, porém, precisa ser restrita
visto que a dispersão de espécies resistentes a essa categoria de fármaco significa
um grave problema de saúde pública.
É sabido que as cáries graves causam grandes impactos na saúde geral,
como nutrição, desenvolvimento e peso, principalmente em crianças, levando a
desconfortos, como dor e insônia. Dessa forma a microbiota periodontal tem a
habilidade de produzir bacteremias e deslocar-se para outros tecidos onde começa
a ação de necrose tecidual. As pesquisas sobre microbiológicos possibilitaram a
constatação dos mesmos microrganismos em mostras subgengivais e
cardiovasculares.
Com relação à saliva, está desempenha um papel relevante na organização
dos biofilmes, pois contém substâncias antibacterianas, além de nutrientes
necessários para a formação de microrganismos na cavidade oral. A má higiene
bucal, afetada pela presença de fatores de retenção de biofilme, por sua vez afeta
a composição da microbiota bucal, favorecendo a formação e manutenção de
biofilmes, levando a concepção de doenças como cárie dentária e periodontite.
A pesquisa mostrou que a periodontite também pode afetar o curso de
infecções respiratórias, especialmente pneumonia. A pneumonia significa uma
infecção debilitante, especialmente em idosos e pacientes imunocomprometidos.
No hospital, a pneumonia nosocomial requer cuidado especial porque a doença
ocorre principalmente em pacientes com alteração da consciência ou que precisam
de ventilação mecânica.
Deste modo, a microbiota bucal tem implicações no binômio saúde-doença,
principalmente na saúde oral, por meio da manutenção da homeostase e origem de
várias doenças bucais. Porém, estudos mais compreensivos são imprescindíveis
para elucidar os mecanismos associados a essa questão. Problemas de gravidez,
nascimento prematuro, pré-eclâmpsia, aborto espontâneo, recém-nascidos com
baixo peso e sepse neonatal também podem estar ligados a micróbios orais e às
toxinas que eles produzem. A pesquisa demostrou uma associação em meio ao
acontecimento de problemas gestacionais e a presença de espécies exclusivas da
microbiota oral no líquido amniótico, como Streptococcus spp. e Fusobacterium
nucleatum, constituindo essa última a de maior prevalência nos tecidos placentários
e fetais. Contudo, sob deliberadas condições de disbiose ou imunossupressão, eles
conseguem se tornar agentes etiológicos de doenças orais e sistêmicas.

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