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Aspectos

microbiológicos,
imunológicos e
bioquímicos da
doença cárie.
Amanda Borges, Emanuelle Santos,
Karina Brasil, Mikaely Silveira e Sophia
Franco.
CÁRIE DENTAL
Do Latim "Carious" = destruição

Conceito: doença infecciosa,


multifatorial, transmissível
que acomete a destruição,
localizada de tecidos
mineralizados no dente.

➢ Segunda doença mais


comum no mundo,
perdendo espaço apenas
para o resfriado.
CÁRIE DENTAL

A CÁRIE REQUER:

a) Hospedeiro

b) Flora oral cariogênica

c) Substrato adequado

d) Tempo
PROGRESSÃO DA CÁRIE
1. ESMALTE

2. ESMALTE E DENTINA

3. ESMALTE, DENTINA E POLPA


ASPECTOS
MICROBIOLÓGICOS DA
DOENÇA CÁRIE
 De acordo com diversos autores, um
grande número de evidências, tanto
in vivo quanto in vitro, demonstra
que as cáries só ocorrem se houver
microrganismos.
 Estreptococos do Grupo Mutans é
o principal fator etiológico da cárie,
sendo o S. mutans e S. sobrinus os
potenciais cariogênicos em humanos.
 Os estudos sobre cárie indicam que
diferentes microrganismos
desempenham alguma seletividade
na superfície dentária a ser atacada
e sugerem que existem no mínimo
quatro tipos de processos envolvidos,
são elas: Cárie de sulco e fissura,
cárie de superfície lisa, cárie de
dentina e cárie de superfície
radicular.
MICRORGANISMOS
ENVOLVIDOS NOS DIFERENTES
TIPOS DE CÁRIE
 CÁRIE DE SULCO E FISSURA

 As cáries de sulco e fissura são os tipos


de lesão mais comuns nos humanos;

 Tem sido observado que cocos são as


formas predominantes nestas lesões;

 Inicialmente o S. sanguis predomina;

 S. mutans e lactobacilos são os


principais agentes;
MICRORGANISMOS
ENVOLVIDOS NOS DIFERENTES
TIPOS DE CÁRIE
 CÁRIE DE SUPERFÍCIE LISA

 Este tipo de lesão tem uma microbiota bem


caracterizada

 Maior frequência são o Streptococcus


mutans e S. salivarius

 Apesar do S. mutans ser um constituinte


minoritário no biofilme (2 a 7%), ele é
considerado o principal agente etiológico
pelo seu grande potencial cariogênico
(NEWBRUM, 1988).

 O S. salivarius foi capaz de produzir lesão


cariosa em animais, entretanto seu papel na
formação de cáries em humanos não está
totalmente esclarecido
MICRORGANISMOS
ENVOLVIDOS NOS DIFERENTES
TIPOS DE CÁRIE
 CÁRIE DE DENTINA
 Ao exame da lesão cariosa que atinge a dentina
observa-se material necrótico e colonização de
bactérias acidogênica e acidúricas Gram
positivas.

 As bactérias na dentina habitam


preferencialmente a área necrótica mole e
áreas mais profundas

 Maior predominância Lactobacillus,


Eubacterium, Propionibacterium

 Menor predominância: S. mutans e bactérias


Gram negativas

 Os Lactobacilos desempenham papel importante


na progressão da cárie, e não na sua etiologia.
MICRORGANISMOS
ENVOLVIDOS
NOS DIFERENTES TIPOS DE
CÁRIE
 CÁRIE DE SUPERFÍCIE RADICULAR

 A cárie de raiz é uma lesão mole e


progressiva da superfície radicular que
envolve biofilme e invasão microbiana

 Maior predominância Streptococcus


mutans, Lactobacillus acidophilus e
Actynomyces israelli

 Alguns microrganismos envolvidos em


lesões de cárie de superfícies
radiculares são diferentes daqueles que
causam cárie de superfícies lisas em
função da natureza da lesão inicial que
ocorre no cemento e dentina, e não no
esmalte.
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA DOENÇA CÁRIE
 Como a cárie é uma doença infecciosa tendo bactérias como um dos
fatores que a predispõe, é indispensável discutirmos acerca dos
fatores imunológicos que conferem proteção ao hospedeiro.
 Segundo Jorge (2012), a resposta imunológicas contra bactérias
podem ser distinguidos em imunidade natural e imunidade, podendo
atuar separadamente ou em conjunto (JORGE, 2012).
 Os mecanismos da imunidade inata são representados,
essencialmente, pelas células fagocitárias, células natural killer, e
pelo sistema do complemento. Na imunidade adquirida tem-se a
atuação a resposta imune celular pelos linfócitos T, e resposta imune
humoral pelos linfócitos B com produção de anticorpos (JORGE, 2012).
 Na defesa imunológica contra a cárie no sistema imunológico natural,
a saliva desempenha papel importantíssimo pois na sua constituição
há enzimas que contribuem de forma bactericida e bacteriostática.
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA DOENÇA CÁRIE
 Além da saliva, o sistema imunológico natural pode atuar com a
fagocitose levando-se em consideração que nas margens gengivais
temos grande concentração de células fagocitárias, que segundo
Lorenzo (2010), 92% são do tipo neutrófilos.
 Já o sistema imunológico adquirido atua através dos anticorpos (IgA,
IgG e IgM). Vale ressaltar que dentre os anticorpos citados, o que mais
contribui na defesa contra cárie é o IgA devido a grande quantidade
desse anticorpo na boca.
 Ao nascimento IgA está ausente na saliva, aumentando rapidamente à
proporção que a criança é exposta a antígenos bacterianos, virais e
alimentares.
 Os níveis de IgA contra Estreptococos começam a aumentar nas
primeiras semanas de vida.
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA DOENÇA CÁRIE
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA
DOENÇA CÁRIE
 Como desenvolvemos os anticorpos do tipo IgG?
Anticorpos do tipo IgG podem ser transferidos de mãe
para o bebê de forma transplacentária. Segundo Souza
(2001), estes produtos tendem a desaparecer na criança
entre três e seis meses após o nascimento. Apesar de
não ocorrer colonização bacteriana antes da erupção
dos dentes (zero a cinco meses), devido a ausência
destes, tais mecanismos de troca de defesa são
importantes no desenvolvimento da resposta imune da
criança e na colonização do S. mutans durante o seu
primeiro ano de vida.
Estudos de Dasanayake et al. (1993), demonstram que
através do contato direto entre mãe e bebê, há uma
aquisição precoce de microrganismos cariogênicos,
sendo um dos fatores primários para a ocorrência da
doença.
A exposição as bactérias cariogênicas na fase pós-natal
ocorre a partir de adultos infectados, principalmente a
mãe. Por essa razão o sistema imunológico acaba
disponibilizando os anticorpos correspondentes. De
acordo com Medeiros e Eka (1999) a atividade
cariogênica das mães é um importante fator preditor de
risco de cárie em seus filhos.
ASPECTOS BIOQUÍMICOS DA DOENÇA CÁRIE
 Quanto aos aspectos bioquímicos da cárie dental, para Cury, em 2001, os
fatores responsáveis pelo desenvolvimento da cárie dental são: o acúmulo
de bactérias sobre os dentes e a ingestão frequente de açúcar. Assim,
toda vez que açúcar é ingerido, penetra na placa dental onde é
convertido em ácido, provocando uma queda instantânea do pH.
 Atingido os pHs críticos para esmalte (5,5) ou dentina (6,5), estes perdem
cálcio (Ca++) e fosfato (PO4 ---) sofrendo desmineralização. O pH
permanece crítico por um tempo que varia de 20 minutos a horas, e
então retorna ao normal. O tempo para haver a reversão do pH depende
da forma como o açúcar é ingerido em que período do dia, sendo também
relevante a ação da saliva.
 Logo, a cárie dental pode ser definida como um processo de dissolução do
esmalte e da dentina, causada por ação bacteriana na superfície do dente
e mediada por um fluxo físico-químico de íons dissolvidos em água. Este
mecanismo se desenvolve da seguinte maneira, quando o equilíbrio
mineral da placa está em sua face de desmineralização o esmalte ou a
dentina libera íons minerais para o lado da placa.
ASPECTOS BIOQUÍMICOS DA DOENÇA CÁRIE
 A adaptação do esmalte também pode ocorrer na presença de placa e
frequência moderada de ingestão de açúcar, se os íons fluoretos
tiverem presentes. Da mesma maneira, na dentina, em circunstâncias
selecionadas, a lesão não progredirá e as bactérias remanescentes
morrerão aos poucos, uma vez que a superfície do esmalte tenha sido
selada por restauração ou por selante que servirá de barreira entre o
ataque carioso e os tecidos suscetíveis.
 Depois que a cobertura de esmalte tenha sido removida ou perdida, a
cárie de dentina poderá interromper sua progressão espontaneamente
com a exposição à saliva. Este processo poderá ser incrementado com
a terapia pelo flúor, com o intuito de reduzir a solubilidade
dentinária, ou pela eliminação de açúcar na dieta, pelo prazo
necessário para que se reduza o ataque carioso a um nível menor do
que a capacidade de remineralização do hospedeiro. Independente
dos mecanismos de superfície descritos, a dentina é ainda capaz de
respostas adicionais que são mediadas pela polpa.
ASPECTOS BIOQUÍMICOS DA DOENÇA CÁRIE
 Pela inversão fisiológica do equilíbrio para o lado da remineralização,
os íons que permanecem na lesão ou que possam ser traduzidos de
volta à mesma são depositados na forma de sais minerais menos
solúveis que os originais, os quais tornam o esmalte ou a dentina mais
resistente a um ataque de desmineralização subsequente. Se a soma
dos efeitos de remineralização tornarem-se iguais ou maiores do que a
soma dos episódios de ataque, a lesão cariosa residual conterá
substância dentária alterada e restos de outros materiais, porém o
processo carioso terá sido interrompido e a lesão não progredirá. O
esmalte ou a dentina poderá ser, então, considerado como tendo se
adaptado ao meio cariogênico
 Dessa maneira, lesões cariosas de esmalte que tenham as superfícies
clinicamente intactas podem ser interrompidas e, muitas vezes,
tornarem-se altamente resistentes a ataques subsequentes. Tal
adaptação do esmalte em locais de cárie incipiente pode ser
intensificada se o ataque cariogênico é minimizado por uma redução
adequada na freqüência da ingestão de açúcar ou se for instituída a
remoção diária e meticulosa da placa.
PREVENÇÃO
Eliminação dos
Dieta com menor
fatores
índice de
retentivos de
sacarose
placa

Profilaxia Fluorterapia

Escovação Fio dental


OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!

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