Odontologia - UEM Cariologia II – Raquel Terada 2022Lara Macedo Figueiredo
Sistemas Adesivos
- Reis, Loguercio: Materiais dentários;
- artigo:
- Baratieri et al.
ADESÃO DAS RESINAS COMPOSTAS ÀS
ESTRUTURAS DENTARIAS
 A composição deve ser semelhante a resina composta – à base
de metacrilatos;
ADESÃO AO ESMALTE
 A adesão do adesivo com a resina faz uma adesão química;
Características do esmalte
 Tecido poroso;
 Tecido mais duro do corpo;
 Matriz proteica de enamelina + água;
 Aprox. 97% em peso de componentes inorgânicos existentes
sob a forma de cristais submicroscópicos;
 A sua formação favorece a adesão;
Condicionamento ácido do esmalte
 Ácido fosfórico a 35-37%: o ácido provoca microporosidade
no esmalte, aumentando a área de superfície/contato levanto a
uma maior adesão – RETENÇÃO MICROMECÂNICA no
esmalte;
 Preparo da estrutura dentária para receber a resina;
 Antes deve ser feito uma profilaxia com pedra pomes e água –
não deve ser feito com a pasta profilática, pois apresenta
componente que dificulta a adesão;
TÉCNICA
1. Profilaxia com pedra pomes + água;
2. Aplicação do ácido fosfórico a 37% (líquido ou em gel);
o A perda mineral do início é irreversível, portanto, só é
aplicado na área que irá realizar a adesão;
3. Aplicação passiva por 15-30 segundos;
4. Lavagem: do liquido pelo menos 15 segundos, do gel pelo
menos 20 segundo (tem que lavar bem, para que os
microcristais de hidróxido de cálcio que foram formados
saiam);
5. Secagem (aparência branca opaca;
Fatores que dificultam o condicionamento
 Presença de fluorose: aumentar o tempo – nesses casos,
geralmente, são mais mineralizados;
 Esmalte aprismático de dentes decíduos: aumentar o tempo;
 Esmalte de pacientes idosos;
Considerar:
 Biselamento do esmalte;
 Aumento do tempo de condicionamento;
 Agitação do ácido;
ADESÃO À DENTINA
Tipos de dentina sobre as quais os procedimentos
adesivos são executados
 Fraturada, preparada, esclerosada, cariada;
 “O tipo de interação promovido pelos sistemas adesivos com a
smear layer é um dos principais diferenciais entre as
estratégias adesivas contemporâneas”:
 Smear layer: camada de detritos (lama dentinária), formada
pelo atrito da broca com a dentina, recobre todas as paredes –
dita como vai fazer a adesão;
SISTEMA ADESIVO CONVENCIONAL – 3 PASSOS
1. Ácido fosfórico: desmineraliza hidroxiapatita, mas não
desnatura as fibras colágenas;
o O objetivo é expor as fibras colágenas;
o A contribuição da dentina peritubular (é mais
mineralizada) é extremamente importante para a adesão,
sua desmineralização faz com que tenha uma melhor
aderência – a resina entra no túbulo dentinário;
o Lavar com água: não jogar ar, se jogar as fibras se
colapsam;
 A dentina desmineralizada contrai 65% de volume quando
desidratada ao ar. Quando entra em contato com a água
novamente, elas se expandem
 Teoria da técnica úmida: a resistência adesiva das resinas
aplicadas sobre a dentina mantida úmida após o
condicionamento acido e significativamente superior a união
conseguida quando a dentina e excessivamente seca;
 Desfio: subjetividade da quantidade da água para a adesão;
2. Primer: substancia anfótera (um lado é hidrofílico e outro
lado hidrofóbica) – desidratação química promovida por
solvente orgânico, faz a remoção da água e ao mesmo tempo
deixa as fibras duras (ressecadas), mas sem fazer a colabação,
matem expandidas;
o Antes de passar adesivo, passar um ar de longe (10-20
cm), devido a ele conter álcool ou acetona, assim auxilia
o processo de retirada de água;
3. Adesivo: tem que ser fotopolimerizado;
 Formação de uma camada hibrida – hibridização: necessita de
um controle da umidade; hibrida por conta do colágeno e do
adesivo – entre o adesivo e o túbulo dentinário (área que foi
desmineralizada, sobrou só o colágeno);
 Adesão em dentina é químico e mecânica;
Condicionamento ácido da dentina
1. Aplicação do acido fosfórico 30-37% durante 10-20 segundos
– começar aplicando no esmalte, completando o tempo total
na dentina);
2. Lavagem com água por 20-30 segundo;
3. Secagem idealmente com papel absorvente;
4. Aplicação do adesivo;
5. Fotopolimerização;
Classificação dos sistemas adesivos
CONVENCIONAIS
 São aqueles que utilizam ácido fosfórico em dentina, como
etapa para adesão, para formar a camada hibrida;
 3°passos: Ácido  primer  adesivo;
o Melhor que o de 2 passos;
 2 passos: ácido  primer + adesivo
1
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o Perde um pouco em adesão em comparação ao de 3
INDICAÇÕES DOS SISTEMAS ADESIVOS
passos, mas é possível a substituição;
AUTOCONDICIONANTES  Cimentação de pinos intrarradiculares;
 Pode ser de: 2 passos, 1 passo, CIV;  Confecção de núcleos parciais diretos;
 Não fazem uso do acido fosfórico para condicionamento da  Regularização da dentina para procedimentos indiretos;
dentina, utilizam um primer acidificante para fazer a interação  Selamento imediato da dentina (pré-hibridização);
com a smear layer;  Colagem de braquetes ou dispositivos ortodônticos;
 Com o uso destes sistemas, a smear layer dissolvida é  Restaurações estéticas finas (novas técnicas);
incorporada na interface da união e a difusão do agente  Restaurações diretas e indiretas de resina composta;
resinoso entre as fibras colágenas ocorre na porção mais  Restaurações de cerâmica;
superficial da dentina subjacente, formando uma camada  Restaurações com ligas metálicas;
híbrida menos espessa;
 Colagem dental;
 Smear layer é incorporada na camada hibrida (muito mais
 Proteção pulpar;
fina, por conta da potência dos ácidos presentes no primer);
 Dessensibilização dentinária;
 Monoméricos acídicos: 4-META, Fenil P, 10-MDP, PENTA;
 Reparo de restaurações;
 Tudo que desmineraliza é preenchido, diferente do ácido
 Reforço radicular;
fosfórico onde fica muitos espaços entre as fibras colágenas
onde não foi possível o preenchimento;
 Nota a espessura da camada hibrida que, apesar de menor, não VANTAGENS DOS SISTEMAS ADESIVOS
implica em adesividade inferior;
 Possibilidade de realizar restaurações com mínimo de
 A sensibilidade pós operatória é muito inferior, uma vez que
desgaste;
tudo que foi tirado foi substituído; no ácido fosfórico provoca
mais sensibilidade, por nem todas áreas que foi  Redução da microinfiltração na interface;
desmineralizada foi reposta;  Diminuição da sensibilidade pós-operatória;
 Vantagens: menor sensibilidade técnica e maior uniformidade  Diminuição do manchamento marginal;
de adesão;  Melhor distribuição do estresse funcional sobre o dente;
 Desvantagens: não uniformidade eventual da espessura e  Reforço da estrutura dental enfraquecida;
composição da smear layer poderia determinar ineficiência do  Possibilidade de confeccionar reparos;
autocondicionamento e não infiltração na dentina subjacente;  Selamento dentinário e proteção pulpar;
 Quando usado, o esmalte também tem que ser condicionado  Regularização da dentina e preenchimento de retenções no
com ácido fosfórico; preparo de restaurações indiretas;
SISTEMAS UNIVERSAIS
 Podem ser utilizados tanto na estratégia convencionais ou
autocondicionantes;
 Condicione e lave como na de autocondicionantes, com ou
sem a técnica do condicionamento ácido seletivo;
 Se usar como um autocondicionante, ainda deve condicionar o
esmalte com ácido fosfórico (para dar boa adesão e não ter
manchamento);
SISTEMAS AUTOCONDICIONANTES E UNIVERSAIS
 Desafio: obter um condicionamento adequando do esmalte
(criar microporosidade);
 Estratégia clinica: fazer condicionamento acido seletivo do
esmalte com acido fosfórico 37% por 15% apenas no esmalte,
seguido de lavagem e secagem e posterior aplicação do
adesivo;

Mecanismo de degradação da camada hibrida

 Degradação hidrolítica da resina adesiva;
 Degradação do colágeno causada principalmente por enzimas
(MMPs – metaloproteinases);
ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A DEGRADAÇÃO DA
ADESÃO
 Aplicação de mais de uma camada do adesivo – quando o
adesivo é simplificado;
 Aplicação ativa do adesivo na dentina;
 Aumento do tempo de fotopolimerização;
 Inibir a atividade das enzimas colagenolíticas com o uso de
clorexidina galadin, composto quaternário de amônia e outros;
 Utilizar substâncias que aumentem as ligações entra e
intermoleculares como as proantocianidinas e carbodiimida;
 Outras técnicas em desenvolvimento: adesão úmida com
etanol, introdução biomimética de remineralização da camada
hibrida, redução da concentração ou mudança do ácido entre
outros;