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Resumo: Gabriela Andrade Pereira

SISTEMA ADESIVO

O sistema adesivo irá reagir totalmente diferente entre dentina e esmalte. São
interessantes, pois são capazes de aderir “cola” o material restaurador a estrutura
dental.
Existe no mercado uma grande diversidade de adesivos dentais, isso se dá em grande
parte devido a diferença morfologia e histológica do elemento dental.
Livres de sujidade: significa alta energia de superfície, bom molhamento e baixo ângulo
de contato. Sujeiras: (placa, bactéria, saliva, óleo...)

Indicações do S.A:
 Restaurações diretas de resina composta;
 Restaurações indiretas de resina composta e cerâmica (facetas, inlays, onlays);
 Pinos fibrorresinosos pré-fabricados;
 Dessensibilização dentinária;
 Próteses fixas adesivas (ponte);
 Braquetes ortodônticos;
Atenção: o profissional deve sempre ter em mãos no mínimo dois tipos de adesivos,
um autocondicionante (nos casos que pode haver sensibilidade pós-operatória
“cavidades profundas”) e outro convencional (em caso que exijam máximo de adesão
“facetas indiretas”).
História: em 1955 BOUNOCORE, (pai da odontologia adesiva) deu início ao processo
de adesão por meio do condicionamento ácido do esmalte, afim de promover
microporosidade nas quais a resina se impregnasse, a fim de que a restauração tivesse
maior longevidade.
Fatores que interferem na adesão:
 Energia de superfície e molhamento;
 Interpenetração (formação de camada híbrida);
 Retenção micromecânica;
 Adesão química;
*Esmalte: adesão excelente, inorgânica (96) e orgânica (4). Formato de “buraco de
fechadura”. (“Basta condicioná-lo com ácido fosfórico para provocar
MICROPOROSIDADES, nas quais é aplicada uma resina fluida que sofre POLIMERAÇÃO
e provê um tratamento mecânico. Ou seja, um adesivo para união especifica em
esmalte pode ser composta somente por monômeros hidrofóbicos, sem a necessidade
de grupamentos hidrofílos.”)
Depois que aplicar o ácido, ele desmineraliza e provoca maior abertura dos poros
(embricamento), facilitando assim a penetração dos adesivos no esmalte. Teste de
microtração e cisalhamento em torno de 20Mpa.
Adesivo para união apenas em esmalte pode ser composto somente por:
- Monômeros hidrófobos (oligômeros dimetacrilatos Bis-GMA e TEGDMA)
ortodontia “braquetes”.
- Sem a necessidade de grupos hidrofílicos.
*Dentina: difícil adesão, por causa da grande quantidade de água (22%) e possui
muita matéria orgânica sob forma de fibras de colágenos (são elas que são
responsáveis pela adesão.
- Adesivos hidrofóbicos não polimerizam em ambientes úmidos, precisam de grupos
hidrófilos (resinas hidrófilas penetram entre as fibras de colágenos úmida exposta após
a desmineralização “ácido” da dentina.)
- Moléculas bifuncionais:
* Grupamento metacrilato hidrofóbico para aderir no material RESTAURADOR.
* Grupamento hidrófilo de fosfato para aderir na DENTINA.
-Camada híbrida: é a camada de transição de união entre o adesivo, a dentina e a
resina.
-Além da diferença morfológica entre as dentinas intertubular e peritubular, existe
ainda diferenciação da dentina no que tange a sua profundidade, idade, experiência
cariosa ou traumática.
-Dentina mais jovem os túbulos dentinários são mais abertos.
-Dentina intertubular (entre os túbulos) é o principal substrato de adesão e peritubular
(ao redor dos túbulos) exerce papel secundário.
- Quanto mais próximo da JAD (junção amelodentinaria) maior é a quantidade de
DENTINA INTERTUBULAR e menor a quantidade de TÚBULOS DENTINÁRIOS. Com isso
quanto mais superficial melhor a adesão a dentina. (OU SEJA, quanto mais perto da
JAD, MENOR será o diâmetro dos túbulos e quando mais próximo da polpa, MAIOR
será o diâmetro do túbulos.
* Polpa: a aplicação do sistema adesivo diretamente sobre o tecido pulpar não traz
benefícios e gera controvérsias, e deve ser evitada.
Composição básica do S.A:
 Primer: antes do adesivo, resina de baixa viscosidade, possui monômeros
resinosos com propriedades hidrofílica e hidrofóbica, tento ao mesmo tempo
afinidade pelas fibras de colágenos. Ele é basicamente composto por moléculas
de METACRILATO, principalmente HEMA, BPDM, NPG-GMA, PMDM, 4-META.
 Adesivos: resina fluída hidrófoba, composta por oligômeros dimetacrilatos,
como o Bis-GMA, UDMA,TEG-DMA. O adesivo pode conter também
monômeros hidrofílicos como o HEMA, a fim de facilitar o contato com a
dentina.

 Solventes: são muito utilizados no SA que tem como função diminuir a


viscosidade do produto e agir muitas vezes como um “perseguidor” de água.
Os principais solventes são ACETONA, água-etanol ou só água.

 Partículas de carga: são micro ou nanopartículas de sílica (20 a 40%), a fim de


conferir maior resistência coesiva e possivelmente uma camada híbrida
(composta por adesivos e fibras colágenas) mais resistentes. Ex: flúor silicato de
Sódio, alumínio boro-silicato de bário e sílica coloidal.

 Iniciadores e aceleradores: a maioria dos sistemas adesivos é fotoativada,


compõe aminas aromáticas e fotoiniciadores como a canforquinona.
*Também existem sistema adesivos de polimerização química, os quais possuem o
peróxido de benzoíla e aminas terciárias que geram radicais livres.
* Adesivos de Dupla Polimerização (foto e química) que contém a composição de
ambos e pode conter sulfinatos aromáticos de sódio em alguns.
Classificação do S.A:
 Por geração
 Por mecanismo de ação

Classificação por geração:


 PRIMEIRA GERAÇÃO: em 1950 e 1960. Eles uniam-se à dentina e ao esmalte
por meio de QUELAÇÃO com cálcio, mas tinham muito baixa resistência de
união e decompunham-se facilmente por hidrólise intraoral.
 SEGUNDA GERAÇÃO: em 1970 (final). Compostos por Ésteres de fosfato
derivados do Bis-GMA e do HEMA. A união do adesivo era com o cálcio da
smear layer (sujidades) por ligação iônica. Baixos valores de adesão.
 TERCEIRA GERAÇÃO: foi feito o condicionamento ácido da dentina pela
primeira vez. Esse condicionamento tinha como objetivo simplesmente
remover o esfregaço dentinário ou modifica-lo, a fim de promover melhor
união com a dentina subjacente (remover a lama dentinária). (1) ácido fraco
“não conseguia remover as sujidades”, (2) primer, (3) adesivos sem carga.
 QUARTA GERAÇÃO: estes adesivos apresentação uma mudança radical em
todo o conceito de sistema adesivo, pois preconizam a técnica conhecida como
TOTAL ETCH ou condicionamento total. Utilizou em sua técnica um ácido forte
desmineraliza o esmalte e aparte mineral da dentina, a qual tem seu esfregaço
completamente removido e sua malha de colágeno exposta. Para promover
uma adesão efetiva, um primes bifuncional é aplicado. Seu sucesso é devido a
formação de uma camada hídrica, uma capa de colágeno impregnada com
extensões de resina, muitos resistente e muito impermeável.
 QUINTA GERAÇÃO: mesmo mecanismo de ação da quarta geração, estes
sistemas possuem a vantagem da simplificação, uma vez que o primer e
adesivo vêm juntos em um único frasco, o que diminui o número de passos
operatórios.
 SEXTA GERAÇÃO: esta classe surgiu pela necessidade de reduzir a sensibilidade
pós-operatória muitas vezes causadas pela SA, que preconizam o
condicionamento ácido da dentina. São conhecidos como autocondicionantes
de dois passos ou self etching primers e reúnem na mesma solução o ácido e o
primer, necessitando de uma aplicação separada da resina adesiva. A lama
dentinaria não é mais removida.
 SÉTIMA GERAÇÃO: self etching adhesives ou all-in-one, uma vez que possuem
todos os componentes ( primer, acidificado e o adesivo) em um único fraco.

Classificação pelo mecanismo de ação:


 ADESIVOS COM CONDICIONAMENTO ÁCIDO TOTAL OU TOTAL ETCH:
- (Dentina úmida).
- são divididas em duas categorias: uma em que o ácido, o primer e o adesivo são
disponibilizados em frascos separados, e outra em que o primer e o adesivo estão
disponibilizadas no mesmo frasco, ou seja, apenas o ácido e o sistema adesivo então
em frascos separados.
 DE TRÊS PASSOS: 4ª e 5ª geração. (ÁCIDO+PRIMER+ADESIVO)
Compostos por ácido (ácido fosfórico a 37%) responsável pela remoção da smear layer
“sujidade” ou esfregaço dentinário e pela desmineralização da camada superficial de
hidroxiapatita. O primer é uma resina hidrofílica. Bifuncional (contém um gripo
hidrofílica e um hidrofóbico para ligação com monômeros resinosos), dissolvidas em
solventes orgânicos e especialmente desenvolvida para promover adesão a dentina. O
adesivo nada mais é do que uma resina fluida de baixa viscosidade, composta em geral
por Bis-GMA e TEGDMA. Tem a função de estabilizar a estrutura de fibras colágenas
desmineralizadas pelo ácido e penetradas pelo primer. Solventes do primer penetra e
infiltram os monômeros pelo deslocamento da água.
 DE DOIS PASSOS: 5ª e 6ª geração. (ÁCIDO + PRIMER E ADESICO)
São aqueles nos quais o primer e o adesivo estão em um frasco único. Geralmente o
monômero hidrófilo HEMA é o componente mais encontrado, sendo que estes
sistemas precisam ser constituídos por monômeros hidrófilos e hidrófobos
simultaneamente. Os solventes também podem ser agua e acetona.
 ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES OU SELF ETCH:
- (Dentina seca)
- Facilidade ou simplificação dos procedimentos clínicos. Esses adesivos penetram á
medida que vão desmineralizando, uma vez que são acídicos. Diminuindo assim a
sensibilidade. São encontradas na aplicação de dois passos 6ª ( dois frascos separados,
um primer e um adesivo) ou em passo único all-in-one 7ª (um frasco somente).
- Agente acídico é o responsável pela condicionamento do esmalte da dentina, graças a
capacidade de tampão do elemento.
ATENÇÃO: a utilização dos sistemas autocondionantes deve ser criteriosa, observando-
se as indicações específicas e a técnica de uso, a fim de evitar problemas com a vida
útil das restaurações.

 DE DOIS PASSOS: (PRIMER AUTOCONDICIONANTE + ADESIVOS)


Dois fracos, sendo o primeiro um primer e o segundo o bond ou adesivo. Esfregaço
dentinário, englobando-o na camada hibrida. Aplica-se o adesivo, que é basicamente
uma resina hidrofóbica sem carga, a qual permite uma ótima união química com a
resina composta. O sistema autocondionantes provocam uma abertura limitada dos
túbulos dentinários, reduzindo assim a permeabilidade dentinária e
consequentemente a probabilidade de sensibilidade pós-operatória. A água é
componente primordial. Melhor adesão na dentina (15 a 20%) que no esmalte.
 DE UM PASSO: (ALL-IN-ONE, ÁCIDO,PRIMER E ADESIVO Em fraco único)
Passo único ou all-in-one. Contém monômeros hidrofílicos e hidrofóbicos, dissolvidos
em acetonas, etanol, agua ou uma combinação deles. São ácidos metacrilatos: fenil-P,
10-MDP, MEP.

PROTOCOLO DE ADESÃO CLÍNICA


 ESMALTE:
- Aumenta o molhamento;
- Aumenta a energia livre de superfície
- Resulta em retenções micromecânicas
- Aumento da área de contato
 DENTINA:
- Remoção da lama dentinária (camada superficial formada por detritos)
- Dissolução mineral superficial da dentina
- Exposição de fibras colágenas
- Aumento da embocadura dos túbulos dentinários e afloramento dos fuidos
dentinários
- Está úmida e com considerável teor orgânico (baixa energia de superfície)
- Secar com bolinhas de algodão ou papel absorvente para que o emaranhado de fibras
colágenas expostas não perca sua configuração espacial
- Se secar com jatos de ar, as fibras colapsaram e impedirão a penetração do adesivo
PROTOCOLO DE ADESÃO CLÍNICA SISTEMA TRÊS PASSOS:
1. Condicionamento ácido: - Esmalte: 15 a 30 segundos
-Dentina: 15 segundos
2. Iniciar pelo esmalte quando envolver ambos
3. Lavar com água pelo dobro do tempo
4. Secar: - o Esmalte: com jatos de ar
- a Dentina: com bolinhas de algodão
5. Aplicação do PRIMER: composto de monômeros bifuncionais
Em Dentina: - por 20 segundos com microbrush esfregando
- Secagem com jato de ar por 5 segundos
* É o elo entre a superfície úmida da dentina e o ADESIVO.
6. Aplicação do ADESIVO: outro microbrush
 É o agente intermediário entre a estrutura e os materiais restauradores
 Penetra nos túbulos dentinários e preenche o espaço das fibras colágenas
expostas e então é polimerizado = CAMADA HÍBRIDA
 CAMADA HÍBRIDA= é a região entre os polímeros do adesivo e os
componentes da dentina. Vai desde as fibras colágenas expostas até a
dentina não condicionada
 TAGS= são os prolongamentos do adesivo dentro dos túbulos dentinários
 Aplicação do adesivo em esmalte e dentina:
 Aplicação de leve jato de ar para diminuir a espessura do adesivo
7. Fotoativar por 10 segundos.

FATORES CLÍNICOS QUE INTERFEREM NA ADESÃO:


- Nos sistemas adesivos convencionais o tempo do condicionamento ácido no
esmalte e na dentina se diferenciam, e deve ser respeitado.
- A dentina deve ser mantida levemente umedecida, pois a água apresenta a
capacidade de manter a rede de colágeno íntegra e deve-se ter precaução de
não ressecá-la.
- No momento em que o primer (sistema convencional de 3 ou primer/adesivo
de 2 passos) é aplicado sobre a estrutura dental, o solvente ajuda a deslocar a
água e auxilia na penetração do sistema adesivo, porém deve ser evaporado.
Para isso, se utiliza leves jatos de ar para remover o solvente.

PROTOCOLO DE ADESÃO CLÍNICA SISTEMA DOIS PASSOS:


ÁCIDO + PRIMER/ADESIVO
*Recomenda-se aplicar mais de uma camada de adesivo

PROTOCOLO ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES DE UM PASSO: NÃO TEM


CODICIONAMENTO ÁCIDO.
- ÁCIDO + PRIMER + ADESIVO = 1 FRASCO APENAS
- 2 FRASCOS= mistura 1 gota de cada e aplica na cavidade
Muita sensibilidade dentinária, pois não abre os túbulos dentinários.

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