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Sistemas adesivos

Adesão
Força que mantém juntas duas substâncias ou substratos(diferentes
composições) desde que suas moléculas estejam em í​ ntimo contato
Interação mecânica: resulta do entrelaçamento de um adesivo solidificado nas
irregularidades do substrato.Depende das irregularidades,do potencial de
penetração dos monômeros ,escape de ar dos poros e da capacidade de
polimerização do local.
Fatores fundamentais:
● umedecimento/molhamento- capacidade do adesivo de recobrir
totalmente o substrato sem incorporar bolhas de ar
Equilíbrio superficial está rompido por isso existe uma força atraindo a as
moléculas para dentro do corpo energia superficial e tensão superficial →
tendência do líquido ficar em forma esférica
Quanto menor o ângulo de contato maior à capacidade do
líquido de se interagir com o sólido.
Molhamento ideal→ energia de superfície>tensão superficial
Aumentar energia de superfície→ condicionamento ácido

● Viscosidade- o adesivo deve se espalhar fácil e rapidamente


Adesivo mais espesso mais dificuldade de recobrir o sólido devido a sua
consistência e tem mais chance de aprisionar ar impedindo o adesivo de
escoar em profundidade.
● Rugosidade superficial- Um aumento da área eleva a capacidade adesiva
pois há mais sítios para reter o aderente.

Esmalte
Composto por carbonato de hidroxiapatita (estrutura cristalina regular e
tridimensional),água (aderida à parte inorgânica) e substância orgânica
(proteínas,carboidratos e lipídios).Tecido poroso que atua como membrana
permeável para fluidos e pequenas moléculas.
Propriedades:
● alta densidade e dureza
● alto módulo de elasticidade
● baixa resistência à tração
● alta fragilidade
Maior unidade são os prismas de esmalte que se dispõem quase
perpendicularmente com um trajeto ondulado com vários planos de corte
(raquete de tênis).Junção amelodentinária os prismas se entrecruzam para
formar as vertentes de cúspides.Cada prisma é composto por cristalitos que são
placas finas e alongadas com seção hexagonal,possuem orientação diferente pois
seu pólo secretor é menor.Na superficie do esmalte encontramos cristalitos
densos e paralelamente alinhados(inclinados em relação ao esmalte formando a
camada aprismática ,resultado da atividade final dos ameloblastos.
Condicionamento ácido do esmalte
Ação do ácido sobre esmalte:
● altera o contorno da superfície removendo os cristais não reagidos e à
película adquirida aumentando a energia de superfície
● Transforma o esmalte subjacente num tecido altamente poroso com perda
mineral qualitativa aumentando a área de superfície
Tipo x concentração x tempo do ácido
Ocorre liberação do carbonato na forma de dióxido de carbono com
desprendimento contaminante de cálcio e fósforo e formação de irregularidades.
Ácido clorídrico: dissolução não seletiva
Ácido maleico 10%: padrões com valores reduzidos de resistência de união ao
esmalte
Ácido fosfórico: produz porosidade adequada em tempo
clínico reduzido com ótimos resultados de retenção.Deve
estar em uma concentração que forme pequena
quantidade do fosfato monocálcio monoidratado que é
facilmente removido com água depois e facilita penetração
do agente de união.
Após à aplicação do ácido é necessário lavar de modo abundante para remover o
ácido,espessantes do ácido(silica ou hidroxicelulose) e os subprodutos.
Padrões de condicionamento
Podem ser : remoção da parte central do prisma(tipo I), da parte interprismática
(tipo II) ou mista (tipo III).
Responsáveis:
● Aspectos morfológicos regionais
● Camada menos porosa
● Densidade de esmalte diminui da superfície para junção amelodentinária
● Camada superficial com mais flúor e camada aprismática
● Esmalte fraturado com mais carbonato e ausência da camada aprismática
● Locais com fluorose ou hipoplasias apresentam diferenças na densidade e
quantidade de poros de esmalte
Dificulta o condicionamento
● Esmalte rico em flúor → fluorose
● Camada aprismática em dentes decíduos
● Esmalte de dentes idosos → menos orgânico mais mineral,poros diminuem
de tamanho
Como resolver:
● Biselamento do esmalte: remover a camada mais superficial ( não reativa)
com pontas de diamante
● Aumento do tempo de condicionamento
● Agitação do ácido: permite à remoção parcial da camada iônica de
concentração permitindo contato do esmalte com à porção mais reativa
do ácido
Adesivos hidrófobos
Bis-GMA + monômeros diluentes( metilmetacrilato,TEGDMA).Promovem mais
durabilidade de união ,pois restringem à sorção de água que qualquer material
está sujeito.
Dentina
Tecido mineralizado de natureza conjuntiva,sendo uma extensão da polpa
mineralizada 70%hidroxiapatita (cristalitos alongados) ,20% material orgânico
(colágeno tipo I) e 10% água
Túbulos dentinários: matriz dentinária depositada ao redor dos prolongamentos
odontoblásticos que vão se contrair e deixar o preenchimento pelo fluido
dentinário Percorrem toda a espessura da dentina num trajeto sinuoso ,sua
espessura e quantidade dependem da profundidade.O fluído dentinário se
movimenta em resposta a estímulos táteis osmóticos ou térmicos(sensibilidade
dentinária)
Dentina peritubular: forma à parede dos túbulos dentinários ,hipermineralizada
parcialmente desprovida de fibrilas de colágeno,se deposita durante toda à vida.
Dentina intertubular: fica entre as colunas de dentina peritubular ,composta por
fibrilas de colágeno perpendiculares aos túbulos nos quais os cristalitos se
depositam paralelos as fibrilas.

Smear layer
Camada de esfregaço composta por remanescentes do substrato, sangue,
saliva,bactérias, fragmentos do abrasivo, e óleo que se ligam à dentina
intertubular e penetram os túbulos(smear plugs).Reduz a permeabilidade
dentinária pela diminuição do fluxo de fluído.
Técnica de condicionamento convencional
Infiltração de monômeros resinosos pela camada superficial de dentina
previamente desmineralizada.Deve se remover totalmente a smear layer
Capacidade tampão do substrato → contrapõe a capacidade de desmineralização
Hipertonicidade dos ácidos→ dificulta a penetração do ácido em direção a polpa e
promove sua diluição especialmente em espessura dentinária.
O ácido elimina o conteúdo mineral da zona mais superficial e reduz o teor de
hidroxiapatita ,aumentando o diâmetro dos túbulos à permeabilidade da dentina
e aumentando a pressão intrapulpar.Expõe um tecido conjuntivo frouxo rico em
fibrilas colágenas ,sendo menos mineralizada ,mais porosa úmida e
rugosa(diminui à energia de superfície comprometendo à técnica).
Primers
Compostos por solventes orgânicos + monômeros hidrofílicos (carreados
para dentina desmineralizada)
Solvente: deslocam o fluido,penetram nos microporos participam da
evaporação da água e deixam os monômeros hidrofílicos em contato com
as fibrilas de colágeno.
Ao se polimerizar o monômero ele envolve as fibrilas e forma à
camada híbrida.
À penetração de monômeros resinosos pelos túbulos e canalículos formam tags e
microtags que junto com à camada híbrida são responsáveis por reduzir à
sensibilidade,microinfiltração e aperfeiçoar a vedação dentinária.

água
à umidade residual tem papel fundamental na permeação dos monômeros.À
matriz exposta pela desmineralização se colapsa na ausência de
umidade,reduzindo à permeabilidade dentinária e a infiltração dos monômeros
resinosos é prejudicada junto com à formação da camada híbrida.Secagem
excessiva reduz o volume por meio do aumento das forças de van der walls entre
as fibras de colágeno, que ao se aproximarem reduzem permeabilidade para
monômeros,penetrando apenas superficialmente e ao redor dos túbulos
formando à zona hibrióide com valores de resistência de união menores
A água é capaz de romper as interações entre fibrilas de colágeno e restabelecer
o espaços interfibrilares.
Adesivos com solvente de acetona: menos efetivos em substrato seco.
------------ com solvente acetona ou álcool: não são capazes de promover
expansão de colágeno colapsado,aumentam à rigidez do colágenos seco e
colapsado o que dificulta a interação dos monômeros resinosos.
O excesso de água tem efeito negativo na infiltração de adesivo pois atua como
barreira física e impede à penetração deste produto também causando
dissolução o que pode dificultar à polimerização da camada híbrida ,essas micelas
enfraquecem à união e vedam parcialmente os túbulos dentinários.
Ela também pode interferir na polimerização dos monômeros que se degradam
mais rápido devido à absorção de água
Após à lavagem o excesso de água pode ser removido com jatos de ar(sem
exageros),bolinhas de algodão ,papel absorvente ou cânulas de sucção
endodônticas. deixando um aspecto branco -opaco.
Adesivos geralmente devem ser esfregados na superfície para facilitar a
penetração dos monômeros pelas fibrilas de colágeno,depois
aplicar jato de ar(à distância) para afinar a camada e aumentar a
viscosidade do adesivo devido à evaporação de seus conteúdos
voláteis.Com à evaporação do solvente ocorre perda de massa
gradativa (20min)e drástica(5 min),se não esperar à correta evaporação da água
residual e do solvente haverá redução da longevidade de união,resultando em
microinfiltração.Quanto mais tempo os adesivos são deixados nas superfície
dentinária maiores são os valores de resistência de união observados.
Isolamento absoluto cria melhor condições de evaporação
Variabilidade regional do substrato
Diferenças de pressão intrapulpar,microestrutura regional ou proximidade
pulpar.Diferentes valores de força de união são encontrados quanto à adesão é
feita em substrato dentinário superficial,demonstrado pela diferença na
concentração e tamanho de túbulos que diferem à umidade pressão intrapulpar
e permeabilidade.outro fator que interfere é a quantidade de dentina intertubular
disponível em dentina profunda há menor área superficial para adesão pois há
menos dentina intertubular.
Dentina esclerosada: menos permeável,mais mineralizada devido à obliteração
gradual dos túbulos dentinários e hiper mineralização da dentina intertubular.Se
à camada hibrida for irregular terá mais fragilidade de união ,sendo necessários
técnicas para otimizar à adesão nesses substratos,dentina esclerótica: bem
heterogênea sendo assim aumentar o tempo de condicionamento pode
condicionar inadequadamente as regiões normais,deixando assim à interface
mais suscetível a degradação ao longo do tempo.
Contaminação
● após o condicionamento: lavar intensamente e secar.
● Se o esmalte estiver úmido à aplicação de primer é imprescindível para
sucesso da técnica.Pois seus solventes ajudam a eliminar a água residual.
● Em preparos só de esmalte pode se utilizar apenas resina hidrofóbica no
sistema de três frascos.
● À dentina não sofre com à contaminação por saliva e pode apenas ser
lavada evitando novo condicionamento.
● após o primer ou adesivo:lavar ,secar e reaplicar o adesivo
Sistemas adesivos autocondicionantes
O primer autocondicionante é responsável por criar uma via de acesso para os
tecidos mineralizados com auxílio de monômeros resinosos ácidos que
desmineralizam e infiltram-se na dentina e copolimerizam-se após fotoativação.À
smear layer não é completamente dissolvido mas,incorporada à interface de
união sendo menos espessa que no método convencional.
Pode ser :
dois passos: primer autocondicionante+adesivo
um passo: primer autocondicionante misturado com o adesivo
Os monômeros acídicos podem ser derivados de ácido carboxílico ou monômeros
fosfonados.
Classificação
● Leves pH >2
● Moderados 1,1<2
● Agressivos <1
A camada híbrida formada possui dois componentes
distintos à smear layer hibridizada e à dentina subjacente hibridizada.Primers
mais agressivos formam camadas híbridas mais espessas mas não existe
correlação entre isso e o melhor desempenho durabilidade ou resistência.Com à
desvantagem de serem fracos mecanicamente se fraturando internamente
quando submetidos à tensões.
Água
À função da água é ionizar os monômeros acídicos e torná-los aptos à
desmineralizar à smear layer e dentina subjacente ,geralmente possuem mais
solventes e monômeros hidrofílicos formando uma camada de adesivo mais fina
podendo sofrer inibição por oxigênio e com seu grande conteúdo de solventes se
evidencia sua maior fragilidade.
Após à aplicação do primer é essencial aplicar jato de ar à distância para eliminar
o grande excesso de água e outros solventes formando polímeros mais
resistentes e com menos potencial de degradação.
Em esmalte
Produzem um padrão de condicionamento menos efetivo para o embricamento
mecânico(menos interprismático e profundo),sendo necessário desgastar
ligeiramente o esmalte antes da aplicação do primer autocondicionante,ou,
aplicar condicionamento ácido fosfórico antes da aplicação do
autocondicionante,também pode-se utilizar a aplicação por tempo superior ou
esfregando sobre a superfície de esmalte
Sistemas adesivos com carga
Incorporam-se partículas de carga de sílica com tamanho nanométrico formando
uma interface resistente às tensões geradas durante à contração de
polimerização da resina restauradora.As partículas podem penetrar pelos espaços
interfibrilares e aumentar as propriedades mecânicas da camada
híbrida.,aumentam a viscosidade do material formando uma camada mais
espessa de adesivo que com um módulo de elasticidade funciona como um
camada que absorve parte das tensões e evitar a concentração de tensões na
interface adesiva.

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