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RESUMO 4° BIMESTRE – DENTISTICA – ESTÁGIO MULTI II

Sistemas Adesivos: Classificação E Atualidades

Adesão:
- É o mecanismo que “une” dois materiais em íntimo contato através de uma
interface.

- Existem 3 tipos de adesão:


• Adesão mecânica – penetração de um material em outro diferente;
• Adesão química – forças covalentes ou iônicas;
• Adesão física – força de Wan der Waals e pontes de hidrogênio.

Esmalte:
- A adesão ao esmalte é um procedimento seguro e eficiente, que garante a
qualidade marginal em longo prazo.
- Composição
 95 a 98% de material inorgânico (Hidroxiapatita);
 4% de água;
 1 a 2% de matéria orgânica (colágeno)

Ácido:
 Soluções ácidas empregadas para condicionar o substrato dental (esmalte e
dentina) para receber o sistema adesivo;
 Remove a porção mineral da dentina;
 Aumenta a rugosidade superficial do esmalte.

Preparo químico
 O preparo mecânico do esmalte consiste na confecção do bisel que remove
a camada aprismática e expõe os prismas de esmalte transversalmente,
expondo uma superfície mais reativa ao condicionamento ácido e favorece a
adesão e estética. Ou seja, elimina a porção mais mineralizada do esmalte, que
não é favorável ao condicionamento ácido e demais passos do procedimento
adesivo.

 O preparo químico do esmalte, que é realizado sempre após o preparo


mecânico (se este for indicado), e normalmente aplica-se um ácido ( o mais
comum é o fosforico a 37%)

 Este preparo químico promove:


o Desmineralização seletiva dos prismas de esmalte
o Retenções micromecânicas
o Aumento da energia de superfície (maior porosidade).

- Condicionamento ácido:
 Desmineralização seletiva dos prismas de esmalte
 Retenções micromecânicas
 Aumento da energia de superfície (maior porosidade) - O aumento da energia
livre de superfície favorece o espalhamento do adesivo no substrato, ele
penetra, ou molha, o substrato com mais eficácia.

Adesivo:
- Monômeros resinosos:
 PMDM – ác. piromelítico dietilmetacrilato
 UDMA – uretano dimetacrilato
 TEGDMA – trietilenoglicol dimetacrilato
 BPDM – bifenil-dimetacrilato
 4-META – 4-metacriloxietil anidrido de trimelitato
 HEMA – 2-hidroxietil metacrilato

Já os adesivos dentinários, são constituídos de monômeros resinosos hidrofílicos


e hidrofóbicos, diluídos em solventes orgânicos como etanol, acetona e água. Estes
diluentes são adicionados à composição para que o material tenha fluidez adequada
durante a aplicação clínica.
 Os monômeros resinosos hidrofílicos são compatíveis com a umidade natural
da dentina, porém são menos estáveis ao longo do tempo.
 Os monômeros hidrofóbicos são mais viscosos e proporcionam maior
resistência mecânica e estabilidade

Em condições ideais, estes materiais deveriam ser constituídos apenas de


monômeros hidrofóbicos visando maior durabilidade clínica. No entanto, os
monômeros hidrofílicos e solventes são necessários para que o adesivo penetre
pelas porosidades criadas durante a hibridização.

Adesão em esmalte
O esmalte não apresenta maiores problemas quanto à secagem. Ele pode
ser seco vigorosamente com jatos de ar, pois não sofrerá alteração dimensional
que possa comprometer a infiltração do adesivo. Podemos perceber a
característica da superfície opaca do esmalte após o condicionamento.

Dentina
- Composição:
 75% substância inorgânica;
 20% substância orgânica;
 5% de água e outros materiais
Tubulos dentinários:
 Limite amelodentinário  Região média  Próximo à polpa
o 10.000/mm2 o 20.000 a 30.000/mm2 o 50.000/mm2

O Condicionamento ácido, por sua vez, promove:


 Descalcificação da dentina peri e intertubular
 Exposição das fibras colágenas
 Remoção da smear layer

Molhamento
…está intimamente relacionada com o molhamento.
A efetividade da adesão depende de um contato íntimo do adesivo e substrato
e, para isso, o adesivo deverá apresentar um bom molhamento. Com a energia de
superfície aumentada pelo condicionamento ácido, o adesivo tende a se espalhar e
penetrar no substrato mais facilmente. A capacidade de molhamento é medida pelo
ângulo formado entre o adesivo (líquido) e o substrato (sólido). O líquido faz contato
completo com a superfície quando formar um ângulo de 0 graus, e com isso, espalha-
se facilmente. Ou seja, quanto maior o ângul de contato, menor o molhamento e
pior a adesão.

Camada híbrida
- É a infiltração de resina no esmalte, na dentina ou no cemento.
- Infiltração da resina adesiva nas tramas de fibrilas colágenas do tecido dentinário
previamente desmineralizado com acido, que resulta em retenção micromecânica.

Mecanismos de adesão para se obter uma camada híbrida satisfatória


 Criação das vias de difusão (conseguida pelo condicionamento ácido)
 Difusão (penetração do primer e adesivo)
 Polimerização do adesivo.

Primer
 Solução de monômeros resinosos dissolvidos em solventes orgânicos;
 Parte hidrofílica do material;
 Promove a infiltração de monômeros hidrofóbicos para a formação da
camada híbrida.

Solventes orgânicos:
 Água, álcool e acetona.

Iniciadores e aceleradores:
 Canforoquinona, amina orgânica e catalisador (de dupla ativação).
Partículas de carga:
 0,5-40% em peso de nanopartículas

Outros ingredientes:
 Flúor, agentes antimicrobianos

Classificação
1. Tipo de tratamento da smear layer;
2. Número de passos clínicos.

Tipo De Tratamento Da Smear Layer


Sistemas adesivos convencionais:
 Utilização do condicionamento ácido separadamente dos outros passos

Sistemas adesivos auto-condicionantes:


 Sem aplicação isolada de ácido

Número De Passos

Três passos:
 Condicionamento ácido + primer + adesivo

Dois passos:
 Condicionamento ácido + primer adesivo (convencionais)
 Primer ácido + adesivo (autocondicionantes)

Passo único:
 Primer ácido e adesivo (solução única)

A quantidade de etapas de aplicação nos permite fazer uma nova classificação desses
sistemas.
- 3 passos: Os sistemas convencionais de três passos compreendem o
condicionamento ácido, a aplicação do primer e a aplicação do adesivo, todos
separadamente.
O primer é o responsável por permitir a infiltração dos monômeros resinosos
nas regiões desmineralizadas pelo ácido para formar a camada híbrida.
O terceiro é o adesivo hidrofóbico de baixa viscosidade e sem solventes
orgânicos que penetrará na superfície preparada pelo primer.

- 2 passos: Os adesivos convencionais de dois passos ainda apresentam o passo de


condicionamento ácido de forma isolada seguido da aplicação do primer e adesivo,
presentes em frasco único. Com isso, existe maior quantidade de diluentes e
solventes orgânicos para poderem satisfazer as exigências da técnica úmida de
hibridização da dentina.

- Autocondicionante de 2 passos: Os autocondicionantes de dois passos apresentam


aplicação isolada de um primer ácido seguida da aplicação da resina adesiva.

- Autocondicionante de 1 passo.

Autocondicionantes

Vantagens:
 Redução de passos operatórios
 Sistemas com menor sensibilidade de técnica quanto à umidade da dentina

Desvantagens:
 Menores valores de resistência de união ao esmalte e à dentina
 Degradação do material dentro do frasco

Os adesivos autocondicionantes não necessitam da aplicação separada do ácido


para produzir as porosidades no substrato. Eles contêm, em sua composição,
monômeros ácidos que desmineralizam e infiltram os tecidos dentais e uma maior
quantidade de água, além dos solventes orgânicos e diluentes. Nesses casos, a
smear layer é dissolvida ou incorporada ao substrato de adesão. Para esses sistemas
se tornarem mais ácidos, as formulações tornaram-se extremamente hidrofílicas,
fazendo com que a camada híbrida conseguida com os adesivos autocondicionantes
fosse mais permeável e propensa à sorção de água.

Outras características dos sistemas autocondicionantes são:


 Não causam desmineralização ilimitada nos tecidos dentários
(tamponamento);
 Adequada evaporação dos solventes antes da polimerização do adesivo;
 Constatação da correta aplicação: superfície brilhante, sem excesso de
adesivo.

Convencionais

Cuidados:
 Não ressecar excessivamente a dentina;
 Utilizar bolinhas de papel absorvente para remover o excesso de água;
 Não aplicar grande quantidade de adesivo na cavidade;
 Não “espalhar” o adesivo com jatos de ar;
 Não polimerizar o adesivo imediatamente após a aplicação

Autocondicionantes
 Com isso, a secagem ideal da dentina deve ser realizada com bolinhas de
papel absorvente, que podem ser perfurando filtros de café.
 Aplicação do primer ácido - Evaporação do solvente
 Aplicação do adesivo - Remoção de excessos Fotopolimerização

Outros cuidados na aplicação dos Sistemas Adesivos


 Proteger o dente vizinho durante o condicionamento ácido e aplicação do
adesivo;
 Nos casos em que a utilização de matriz for necessária para confecção da
restauração, esta deve ser adaptada após a polimerização do adesivo;
 Manter os frascos de adesivo fechados após seu uso
 Fazer o condicionamento ácido além das margens cavitárias
 Ler as instruções do fabricante

Sistemas Adesivos Convencionais


 Papel absorvente: Para se conseguir essa caracteristica de umidade.
 Remover excessos.
 Evaporação: esperar tempo e também pode jogar jatos de ar.

Inibidores Enzimáticos
A clorexidina é o principal agente clinicamente aplicado. Esse agente é
amplamente utilizado devido a sua propriedade antimicrobiana consagrada, sendo um
dos principais agentes de limpeza do substrato dentinário nas mais variadas situações.
Sua característica de ampla ação tem sido investigada, principalmente
direcionada à inibição de metaloproteinases, sendo evidenciada a sua capacidade de
retardar ou desacelerar a degradação da camada híbrida.
As mmp e cc são enzimas zn e ca dependentes. E a clorexidina inibe as
enzimas proteolíticas por quelar o calcio, e a sua substantividade vai manter as mmp
inativas.

Tendência:

ADESIVOS UNIVERSAIS
 Autocondicionante
 Ácido seletivo em esmalte
 Condicionamento total
Considerações Finais
O entendimento do protocolo clínico permite o correto emprego de
sistemas adesivos para restaurações diretas. Sendo imprescindível para o sucesso
restaurador e durabilidade da interface adesiva.

Cimento Ionomero De Vidro

Classificação dos Cimentos de Ionômero de Vidro


- Composição Química:
• Convencional / Anidro;
• Reforçados por metais;
• Modificados por resinas
▪ Apresenta na sua composição uma mistura de água/HEMA. A
quantidade de água absorvida parece ser diretamente proporcional
ao conteúdo de HEMA do material.

- Indicação do Material:
Existem várias classificações sendo a mais recente a sugerida por TAY E LYNCH
(1989), que divide os cimentos de Ionômero de vidro em quatro grupos.

 Tipo I: indicados para a cimentação de incrustações, coroas, próteses e


dispositivos ortodônticos
 Tipo II: indicados para restaurações.
 Tipo III: indicados para forramentos ou base e selamentos de cicatrículas e
fissuras

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