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Reabilitação bucal em Odontopediatria

Principais causa de grandes perdas de estruturas dentárias:

● Lesões de cárie: cárie precoce da infância

● Traumatismos

Consequências das grandes perdas de estruturas dentárias:

● Problemas estéticos

● Hábitos bucais viciosos

● Problemas de fonação, deglutição, mastigação

● Perda de espaço

● Extrusão dos dentes antagonistas: perdas inferiores principalmente faz


extrusão dos superiores. diferentes dos permanentes, quando há perda
de decíduo não ocorre a exposição da furca, já que é extrusão dento-
alveolar provocando alteração na curva de spee.
● Alteração na dimensão vertical.

● Crescimento e desenvolvimento anormal dos arcos.

Tratamento reabilitador:

● Reestabelecer: forma, estética e função.

● Considerar: crescimento e desenvolvimento craniofacial e mudanças no


sistema estomatognático – quanto mais dentes a criança perder, mais
esses fatores são importantes.
● Diagnóstico:
o Clínico e rx da estrutura dental remanescente.
o Grau de rizólise do dente decíduo – se estiver mais de 2/3 não
vamos reabilitar (nesse grau o dente não fica nem 6 meses na
boca).
o Estrutura de suporte
o Estágio de formação radicular dos dentes permanentes
sucessores – se já estiver no estágio 8 ou 9 de nolla também não
vamos reabilitar pq o decíduo vai ficar pouco tempo na boca.
o Antes de reabilitar devemos tratar a doença cárie.
o Obs: para reabilitar o dente decíduo deve ficar no mínimo por 6
meses ainda na boca.
Reabilitação de dentes anteriores:

● Restaurações diretas em resina composta:


o Técnica incremental: podendo ser com ou sem auxílio de
moldagem guia.
▪ Faz moldagem com silicona e vaza, reconstrução em
modelo com cera (enceramento), molda novamente o
modelo e recorta a vestibular deixando a parte incisal.

▪ Anestesia, remoção de tecido cariado (cureta e fresas


esféricas) podendo deixar a parte afetada (pode forrar com
ionômero se necessário), confecção do bisel (mais estético
e aumenta a área de retenção) com 30º.
▪ Condicionamento ácido de esmalte e dentina, lavagem e
secagem, sistema adesivo e aplicação da resina composta.
▪ Antes de condicionar faz a profilaxia (pedra pomes ou
pasta profilática sem propriedades oleosas) para remover a
placa bacteriana e ela não interferir no condicionamento.
▪ Aplica o ácido fosfórico (30 a 40%) no esmalte por 30s,
não há padrão como nos permanentes. Na dentina temos
70% de conteúdo inorgânico (em esmalte é 96%), sendo
que ela tem mais água e por isso o condicionamento deve
ser de 10s em decíduos (menos mineralizada ainda que a
dentina dos permanentes).
▪ O condicionamento ácido da dentina permite a remoção da
smear layer + desmineralização da dentina inter e peri
tubular.
▪ Na dentina superficial temos menor número de túbulos,
enquanto a profunda tem mais túbulos e são maiores
quanto mais próximo da polpa. Ou seja, a melhor adesão é
na superficial já que ela tem maior quantidade de dentina
intertubular, tem menor quantidade de umidade e por
compatibilidade biológica dos sistemas adesivos não é
interessante colocar nos túbulos tão perto da polpa (forrar
em cavidades muito profundas).
▪ Após o condicionamento: vamos lavar a cavidade por pelo
menos 20s e devemos manter a dentina úmida (secar com
uma bolinha ou jatos de ar).
● Evita colapso da rede de fibrilas

● Manter espaços interfibrilares em condição de


expansão
● Favorecer a infiltração do primer.

▪ Aplicação do primer e agente adesivo.

▪ Os sistemas autocondicionantes têm um primer


acidificado, não tem o ácido, então a medida que ele vai
desmineralizando ele já vai infiltrando na rede de fibras
colágenas – o problema é que dependendo do pH do
primer autocondicionante ele pode continuar
desmineralizando depois da polimerização e isso faz que
tenha fibrilas colágenas expostas (que não foram
infiltradas), isso ocorre em sistemas de passo único
também.
▪ Efeito do tempo na degradação da adesão entre resina e
dentina: com o tempo essa resistência diminui, isso ocorre
por enzimas na dentina e a presença de água também.
Esse problema não ocorre em esmalte.
▪ A resina composta pode ser colocada pela guia em
incrementos.
▪ Cor: dente decíduo é mais leitoso, sendo sua cor mais
uniforme nele todo. Portanto, colocar resina para esmalte
só 1 a 2 mm da incisal.
▪ Fotopolimerizar.

▪ Acabamento e polimento – tirar os excessos mais


grosseiros e fazer o acabamento e polimento final 24hrs
após a restauração no mínimo (para que ocorra a presa
da resina).
o Técnica da matriz plástica ou matriz de acetato:
▪ “forminha” que usa para levar a resina ao dente.

▪ Tem as pré fabricadas


▪ Pode ser confeccionada com uma maquininha – vários
troquéis de diversos tamanhos, escolhe o troquel baseado
no diâmetro m-d e na altura do dente. Confecciona a matriz
(plástica ou acetato) com o troquel.
▪ Depois de tirar da máquina corta com a tesoura os
excessos.
▪ Prova a matriz no dente e faz os ajustes.

▪ Fura na região de cíngulo ou no ângulo inciso-proximal –


fura pq ao colocar a resina ela extravasa o excesso e evita
formações de bolhas.
▪ Faz a restauração com resina composta, remove os
excessos e polimeriza.
▪ Com a sonda rasgamos a matriz plástica.

▪ Acabamento e polimento.

▪ Em casos que não têm remanescente suficiente, devemos


confeccionar um núcleo intracanal.
● Restaurações em dentes com grandes destruições coronárias:
o Necessidade de retenção intra-canal.
o Preparo do canal no terço mais cervical (1/3 do canal, em
permanentes são 2/3), isso porque a força mastigatória é menor
e o decíduo sofre reabsorção (quanto mais longa mais interfere
nesse reabsorção). A parte intra-canal preparada deve ser pelo
menos da mesma altura da parte coronária e altura da parte
intra-canal deve ser maior que sua largura.

o
o Só iremos tratar até o terço médio se o canal for muito amplo.
o Obrigatoriamente deve fazer o acompanhamento do paciente até
a esfoliação do dente decíduo, porque se tiver problema com a
esfoliação deve ser feito a exodontia.
o Coloca uma camada de CIV convencional sobre o material
obturador – para separar do material restaurador (porque o
material obturador interfere na polimerização da resina
composta).
o Tipos de retenção intra-canal:
▪ Núcleo de preenchimento com resina composta:

● Com reforço metálico


o Fio ortodôntico 05mm
o Com uma extremidade dentro do canal e
outra fora.
o A cimentação pode ser feita com cimento
resinoso.
o Podemos usar um opacificador ou de resina
mais opaca ou ionômero para esconder a cor
do fio.
o

o Cuidado na falha da cimentação: a


cimentação deve preencher todo o canal,
porque se não for assim cria áreas de
fragilidades.
● Sem reforço metálico:
o Prepara, condicionamento da dentina
intracanal, aplica o sistema adesivo e coloca
a resina por incrementos (menos de 2mm).
o Confecção da parte radicular e coronária do
núcleo em resina composta.
o Se for fazer uma restauração indireta a
porção coronária do núcleo deve ser
ligeiramente expulsiva.
● Importância da fotoativação adequada:
o A ponta deve ficar perpendicular à superfície e o mais próximo
possível.
o Canforoquinona – absorve a luz azul (400 a 500nm).
o Em incrementos de 2mm: 400mW/cm² por 40s = 16J/cm²
(densidade de energia necessária para completa polimerização).
o No mercado há potências maiores, mas é mais para peças
protéticas (ultrapassa a resina até o material de cimentação por
ex), mas os que são acima de 800mW podem ser danosos a
polpa (gera muito calor).
o Se for a potência maior pode diminuir um pouco o tempo –
medidor de potência (irradiometro).
o A profundidade de polimerização é afetada pela cor da resina,
tamanho das partículas, temperatura e fator de configuração da
cavidade.
o Se a ponta for muito pequena vamos precisar irradiar mais vezes.
● Núcleo de preenchimento sem reforço metálico + restauração direta em
resina composta:
o Técnica do cogumelo invertido:
▪ Faz uma canaleta intracanal para aumentar a área de
retenção, mas não pode ser muito profunda (enfraquece a
estrutura).

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