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Painéis de madeira

Variáveis de influência

Julia Carolina Athanázio Heliodoro

Mestranda em Ciência Florestal


FCA – UNESP

Disciplina: Painéis de Madeira


Prof. Hernando A. Lara Palma
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Variáveis que influem na
prensagem

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Composição e características da
madeira
 Material orgânico, heterogêneo, anisotrópico,
higroscópico, viscoelástico.
 Celulose – cadeia cristalina com feixes amorfos.
 Hemicelulose – amorfa, mais reativas.
 Lignina – amorfa (hidrófoba - barreira à penetração
de água).

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Folhosas (Eucalipto) X
Coníferas (Pinus)
 Folhosas  Vasos
condutores (54% do
volume em vasos) -
permitem maior fluxo de
líquido (resina) e calor
 Comprimento curto das
fibras – menor
sobreposição  Pontoações
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Densidade da Madeira
 Depende:

 Espessura da P.C.
 Porosidade.
 Espécies (vasos) e clima.

 Influencia:

 Compressibilidade - Espécies de baixa


densidade: aumenta contato entre partículas.
 Quantidade de cola
 Aumenta resistência interna, a flexão, tração
e modulo de elasticidade.
 Difusividade do vapor 5
Comportamento viscoelástico
 Material elástico – Deformações reversíveis.
 Material viscoso – Deformações irreversíveis.

 A deformação da madeira sob esforços depende do histórico do


carregamento e velocidade de deformação. Apresenta, além da
deformação elástica, um acréscimo de deformação com o tempo,
mesmo com a carga sendo mantida constante. Ao ser retirada a
carga, somente uma parte da deformação é recuperada,
mantendo-se um resíduo de deformação variável com o tempo.

 Perda de resistência com o tempo de duração da carga.


Rompimento com cargas menores em ensaios de longa duração e
possui resistência maior a cargas aplicadas sob impacto.

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Razão de compactação (RC)
 Densidade do painel/densidade da madeira
 Ex.: 630Kg/m³ / 480 Kg/m³ = 1,3

 Densidade da madeira baixa – consome mais


madeira.
 Densidade da madeira alta – densa, maior consumo
de resina para bom fechamento.

 Quanto maior a RC, maiores saõ


as propriedades mecânicas do
painél de madeira.

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Umidade Madeira na prensagem
 U% baixa – sem transporte de calor e plasticização das células e maior
consumo de resina (absorção).
 U% alta – Painel não seca – bolhas, abertura e diminuição da resistência à
compressão.

 Umidade maior na CE para


transporte de calor (pulverizador).

 Umidade abre cadeia de celulose


e permite penetração da resina
que é solúvel.

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Influência da umidade

 Humphrey e Bolton (1979) mostraram que uma diminuição do teor


de umidade das partículas de 10% para 6%, diminui a velocidade
de desenvolvimento da resistência, enquanto que uma redução da
quantidade de água na resina de 10% tem um efeito oposto.

 Myer e Koutsky (1990) mostraram que um baixo teor de água pode


inibir a reação de cura principalmente quando se utiliza sulfato de
amônio como catalisador. Diminuição da mobilidade das moléculas
de resina e catalisador, e também pode ter influencia sobre os sítios
reacionais.

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Granulometria e geometria
das partículas
 Consumo de adesivo.
 Trabalhabilidade.
 Flexibilidade.
 Partículas maiores, menor consumo de adesivo,
maior sobreposição, acabamento e
trabalhabilidade ruins, boa flexibilidade, maior
porosidade, maior condução de vapor e saída
mais fácil do vapor – menos estouro.
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Sobreposição e linha de cola
 Falha na fibra x falha na linha
 Contato entre fibras, resina e esbeltez.

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pH Madeira
 Responsável pela cura da resina quando pH =
4,0 a 4,5.
pH da madeira = 4,5

 Influencia na corrosão de metais, fixação de


preservantes químicos, aplicação de tintas e
vernizes e ácidos extremos causam diminuição
da resistência do adesivo e celulose.

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Propriedades da madeira que
afetam a colagem
 Variabilidade – variações
acontecem entre espécies, entre
árvores de uma mesma espécie,
e em uma mesma árvore. Esta
variabilidade atinge uma série
de propriedades (peso
específico, textura,
permeabilidade, etc) que afetam
a colagem.

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 Densidade – colagens feitas em madeiras de
densidade mais alta degradam-se mais
rapidamente do que as efetuadas em madeiras de
mais baixa densidade. Madeiras mais densas,
normalmente possuem maior resistência mecânica
e formam chapas com maiores tensões e mais
abertas.

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 Cerne e alburno

 Alburno é mais permeável, mas preenchido com


meteriais decorrentes de processos metabólicos
que afetam permeabilidade, higroscopicidade,
durabilidade e densidade.
 Cerne, menos permeável,
tem a oclusão de vasos
por tiloses.

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 Lenho de reação – anormal alta densidade e baixa
resistência, além de altos níveis de absorção e
inchamento. Causa empenamentos e fraturas. Fácil
colagem mas produz tensões e baixa estabilidade.

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 Lenho de reação

 Lenho de compressão
(coníferas)
Instabilidade dimensional,
madeira quebradiça, baixas
qualidades de trabalhabilidade,
propensas a empenamentos.

 Lenho de tração (folhosas)


Superfícies ásperas e dificuldade
de trabalhabilidade e colagem,
instabilidade dimensional e
colapso, compensados
empenados, corrugados e
rachados, resistência alta à tração
mas baixa resistência à
compressão e flexão. 18
 Rugosidade - Influi na distribuição do
adesivo no substrato.

 Anéis de crescimento – Porosidade em


anel ou difusa, densidade e porosidade do
lenho inicial e tardio.

 Idade da árvore
- Lenho inicial – madeira mais fraca, melhor
colagem (porosidade e densidade)

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 Conteúdo de umidade – Teores de umidade mais
altos podem ocasionar formação de bolhas e
influenciar na cura.

 Geometria – Volume de espaços vazios e contato


entre as fibras.

 Tensão superficial - Distribuição da resina na


superfície da madeira.

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 Capacidade tampão e pH – a maior parte das espécies de
madeira apresenta pH ácido. As variações de pH e a capacidade
tampão afetam diretamente a cura e a solidificação do adesivo,
podendo causar pré-cura ou cura tardia.

 Extrativos e pH – Durante o processo de cura e secagem da


madeira, os extrativos tendem a migrar para a superfície. Alguns
extrativos são hidrofóbicos e impedem a penetração de adesivos
que usam a água como carreador. Além disso modificam o pH da
superfície causando acelerando ou retardando a cura como no
caso da UF. Extrativos voláteis causam bolhas e delaminação.

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 Porosidade e permeabilidade – Penetração e
molhabilidade do adesivo. Madeiras de alta porosidade tem
linha de cola faminta enquanto que madeira de baixa
porosidade tem baixa penetração do adesivo e impede
ancoramento.

 Grã
Influencia na estabilidade dimensional, resistência, acabamento
de superfícies e formação adesiva (porosidade).
- Corte do comprimento paralelo à grã aumenta resistência
(fibras mais longas).
- Superfícies de topo (perpendicular à grã) são muito porosas.
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Propriedades da resina que
afetam a colagem
 Gel time
 Viscosidade – distribuição da resina -100-250 cP

 Teor de sólidos -quantidade de compostos ativos


– 60-65%
 Razão molar = uréia/formol = 1,3

 Tack - quantidade de uréia livre – indica a reatividade da resina

 Temperatura de reação – 100°C

 pH – entre 1,5 e 11
- pH baixo acelera a cura mas também a hidrólise após a cura
e forma espuma na mistura, prejudicando a sua aplicação.
- Painéis de resina de pH neutro ou ligeiramente alcalino tem
maior resistência interna. (Carvalho, 1999)

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Tensões formadas
 Compressão do colchão forma tensões e
deformações das fibras. As tensões podem ser
relaxadas, provocar deformação elástica, ficar
bloqueadas na estrutura sólida ou serem
liberadas.
 Se ocorrer a secagem do material, as tensões
residuais ficarão bloqueadas e serão liberadas
com uma reumidificação.
 Podem provocar delaminação.
 Influenciado pelo desenvolvimento da
resistência da ligação. Com a cura da resina há
maior relaxação das tensões.
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Perfil de densidade
 Quanto maior a U% e a T°C, maior a
plasticização da madeira e menor sua
resistência à compressão, densificando
mais o material. Deformações elásticas e
plásticas (colapso celular).

 T°C e a U% são inicialmente maiores nas


faces, estas serão densificadas primeiro
fazendo com que o colchão atinja sua
espessura final antes da densificação do
miolo do painel.

 Aumento da resistência à flexão e diminuição da resistência à


ligação interna (tração) e ao arrancamento de parafuso.

 Perfil menor com menor tempo de cura.

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 Perfis de densidade de painéis MDF resultantes de alterações na fase de
prensagem (eixo X: espessura e Y: densidade do painel).
 (A) aquecimento ou pressão desigual nas superfícies do painel MDF;
 (B) baixas pressões durante prensagem e/ou baixa umidade do colchão de fibras;
 (C) baixa velocidade de prensagem;
 (D) alta velocidade de prensagem.
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Resistência da chapa
 Resistência da madeira – 5000 a 7000 Kgf/cm² (Espécie,
densidade e umidade).
 Partículas com alta esbeltez, planas e cortadas paralelamente à
direção das fibras produzem chapas de maior resistência.

 Adesivo – composição.

 Linha de cola - resistência ao cisalhamento.

 Rupturas em testes de resistência interna ocorrem


predominantemente no interior das paredes das fibras na camada
secundaria, sem quebras de ligações da própria resina e raramente
entre a madeira e a resina. (Butterfield et al.,1992).
 A resistência aumenta se aumenta o numero de ligações madeira-
resina de forma que as tensões sejam distribuídas em uma área
maior.
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 O módulo de ruptura apresentou correlação de 60,5% com a massa específica e 67,9%
com o teor de resina em percentagem.

 O módulo de ruptura, de elasticidade e a adesão interna apresentam comportamento


diretamente proporcional ao teor de resina e à massa específica.
 O inchamento em espessura e a absorção de água apresentam comportamento
inversamente proporcional a essas variáveis.  28
Obrigada!

Julia Carolina Athánazio Heliodoro 29

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