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Madeira de reação em Eucalyptus: uma


revisão de literatura

Vaniele Bento dos Santos


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Nauan Ribeiro Marques Cirilo


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Paulo Henrique dos Santos Silvares


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Gabriela Fontes Mayrinck Cupertino


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

João Gilberto Meza Ucella Filho


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Sâmara Magdalene Vieira Nunes


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Érica Patrícia Pinto Queiroz


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

Graziela Baptista Vidaurre Dambroz


Universidade Federal do Espírito Santos (UFES)

'10.37885/230312565
RESUMO

Esta revisão de literatura aborda sobre a ocorrência da madeira de reação em Eucalyptus,


bem como as suas características, implicações tecnológicas e impactos nas indústrias de
base florestal. Desta forma, a madeira de reação apresenta características distintas da ma-
deira normal e oposta, sendo considerada uma madeira anormal. É facilmente encontrada
no lenho de árvores inclinadas ou com tronco tortuoso, e naquelas que foram submetidas a
algum tipo de estresse em determinado momento do seu desenvolvimento, sendo comum
em plantios florestais afetados por ventos. A principal característica anatômica deste lenho é
a presença da camada gelatinosa no interior da parede das fibras, que devido ao alto teor de
celulose e baixo teor de lignina, proporciona alterações na composição química da madeira.
Considerando a variabilidade das características tecnológicas deste tipo de lenho, tanto na
madeira tracionada como na oposta, torna-se fundamental o estudo sobre estes lenhos,
esta revisão de literatura tem como objetivo sintetizar a importância do conhecimento para
o uso racional da madeira de reação em eucalipto.

Palavras-chave: Lenho de Tração, Camada Gelatinosa, Impacto do Vento, Quali-


dade da Madeira.
INTRODUÇÃO

Quando um vegetal é implantado em uma determinada área, seu desenvolvimento está


sujeito às diversas condições do ambiente em que ele é inserido. Os estímulos mecânicos que
acontecem mediante a ocorrência de chuvas, ventos, a ação da gravidade e de ferimentos
podem influenciar em seu crescimento, pois um conjunto de respostas (anatômicas, fisioló-
gicas, bioquímicas e moleculares) são produzidos após a detecção destes acontecimentos
(JAFFE e FORBES, 1993; BRAAM, 2005; DUMROESE et al., 2019).
Uma adaptação produzida pela árvore quando está em situação de estresse mecânico,
é a produção de lenho de reação. A madeira de reação possui características específicas e
distintas da madeira normal (GROOVER, 2016). Para sua correta identificação do lenho de
reação é necessário levar em consideração alguns fatores, como densidade básica, com-
posição química, características macroscópicas e microscópicas da madeira. A principal ca-
racterística anatômica deste lenho é a presença da camada gelatinosa no interior da parede
das fibras, que devido ao alto teor de celulose e baixo teor de lignina, proporciona alterações
na composição química da madeira (AISO et al., 2016; AISO-SANADA et al., 2018).
Em decorrência da sua adaptabilidade e aos avanços da biogenética, o gênero
Eucalyptus configura-se como o mais plantado no Brasil atualmente, contando com um total
de 7,53 milhões de hectares no ano de 2021 (IBÁ, 2022). O elevado número de povoamentos
distribuídos pelo país mediado pela alta demanda e valorização da madeira, em especial
no período de 2020 até 2023, resultou em um aproveitamento total de área disponível para
plantio, consequentemente, os povoamentos foram implantados em áreas declivosas, sujeitas
a ação dos ventos e à atuação de estímulos mecânicos em sua madeira.
Dado que as alterações nas propriedades da madeira afetam diretamente o seu uso,
e que as características particulares ao lenho de reação podem impactar significativamente
os produtos de base florestal. Esta revisão de literatura tem como objetivo sintetizar a im-
portância do conhecimento para o uso racional da madeira de reação em eucalipto.

DESENVOLVIMENTO

Madeira de reação

A madeira de reação é resultado da modificação das células e alterações do estado


fisiológicos do lenho, no qual pode se tornar um defeito indesejável para alguns processos
mecânicos. Este tipo de lenho ocorre quando há a presença de agentes modificadores da
madeira, por exemplo, o vento, a topografia, assimetria de copa, questões genéticas e ação
da gravidade (FERREIRA et al., 2008; MONTEIRO et al, 2010).

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O lenho de reação ocorre na árvore como uma forma de atender a uma necessidade
biomecânica do vegetal, com o intuito do fuste voltar a posição inicial (FOREST PRODUCTS
AND WOOD SCIENCE, 2011). Ou seja, a severidade da inclinação do fuste determina a
capacidade do indivíduo em voltar à posição vertical original. Assim, quando a inclinação é
menos severa, o tronco tende a se realinhar e, quando mais severa, tem uma alta tortuosi-
dade como resposta a ação de agentes modificadores (RAMOS, 2014).
Na parte oposta da curvatura da tensão, há o incremento do lenho designado por alguns
autores como madeira normal. Contudo, há pesquisas propondo que em algumas espécies,
como as do gênero Eucalyptus, a madeira do lado oposto possui características tecnológicas
diferentes da madeira normal, assim definida como madeira oposta (AGUAYO et al., 2010).
Diferente das coníferas, em madeira de folhosas inclinadas por ventos, o lenho de rea-
ção está presente na parte superior da curvatura, e exposto a um esforço altamente traciona-
do. Assim, as características da madeira de folhosas diferem do lenho formado nas coníferas,
sendo denominada lenho de tração e lenho de compressão, respectivamente (Figura 1).

Figura 1. Localização do lenho de compressão em coníferas e do lenho de tração em folhosas.

Fonte: Autores.

Segundo Burger e Richter (1991), os lenhos de tração e compressão apresentam pro-


priedades bem distintas do lenho normal, com importantes consequências para a qualidade
e utilização da madeira, dentre elas:

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Quadro 1. Lorem tempor eot dolies arcu risus.

Lenho de tração Lenho de compressão


Difícil trabalhabilidade, em decorrência da presença Excessiva dureza.
de superfícies ásperas.
Grande instabilidade dimensional com tendência ao Elevado conteúdo de lignina e baixo conteúdo de
aparecimento de colapso. celulose.
Valor comprometido pela coloração anormal. Ausência da camada S3 da parede celular.
Elevada resistência a esforços de tração e baixa re- Tem uma coloração típica que pode diminuir o seu
sistência à compressão e flexão. valor.
Surgimento de compensados empenados, corruga- Apresenta maior resistência à compressão axial e
dos ou rachados. perpendicular.
Dificuldades nas operações de cozimento para a Apresenta elevada instabilidade dimensional.
fabricação de papel originando produto de baixa
qualidade.
Fonte: BURGER e RICHTER (1991).

Dentre as principais características do lenho de reação em eucalipto, tem-se a presença


da camada gelatinosa nas fibras, conhecida também como camada G que está localizada
entre as camadas da parede celular. Em estudos de Scurfield (1973) são descritas diferentes
formas na qual pode aparecer entre as camadas da parede celular, e pode se apresentar
como: P+S1+S2+S3+G, P+S1+S2+G ou P+S1+G. Há indícios também, que a densidade
básica da madeira de reação em eucalipto seja maior se comparada com a madeira normal
(BOSCHETTI, 2014). Assim, a densidade básica e a análise anatômica da madeira podem
ser uma alternativa a detecção da presença desse tipo de lenho.

Identificação da madeira de reação

A identificação da madeira de reação em eucalipto pode ser identificada macroscopi-


camente, em que, na seção transversal do lenho observa-se a excentricidade da medula e
uma forma elíptica, propondo que as células estão ativadas no lado tensionado. Essa ca-
racterística da medula em relação ao seu deslocamento ao centro geométrico da madeira
pode ser avaliada pela distância do seu centro em relação ao centro geométrico e o diâmetro
médio da tora (FERREIRA et al., 2008; DÉJARDIN et al., 2010).
Outros métodos macroscópicos é a observação da forma elíptica da seção transver-
sal e do arranjo dos anéis de crescimento, que se mostram mais espaçados em relação à
madeira normal. Porém, esta identificação apresenta desafios, pois a região não demons-
tra 100% do tecido tencionado. E sua proporção depende do grau de inclinação do tronco
(FOREST PRODUCTS AND WOOD SCIENCE, 2011). E alteração da cor, em que, quando a
madeira é recém-cortada, há uma tendência de o lenho de tração apresentar uma coloração
mais clara e brilhante. Além disso, a superfície da madeira pode variar de suave a felpuda
(GROSSER, 1980).

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Contudo, nem sempre é fácil determinar a presença do lenho de reação macroscopi-
camente. Assim, métodos de coloração tem sido mais utilizado para determinar este lenho.
Doğu Grabner (2010) encontraram um método prático e rápido para determinar a severidade
da madeira de tensão. Em que, com a aplicação do reagente iodeto de zinco-cloro no disco
de madeira lixado, distingue a madeira de tensão pela formação de uma macha arroxeado
ou castanho-avermelhado, em contraste com a madeira normal, que mancha de amarelo
(Chow 1946; Grzeskowiak et al., 1996), ou tensão de manchas de zinco-cloro-iodeto madeira
a cinza-azulado/roxo-azulado e madeira normal a marrom-amarelado (Bozkurt e Erdin, 2000).
Isso porque, o cloro destrói as pontes de hidrogênio entre macropolímeros de celulose e
assim promove a acúmulo de moléculas de iodeto no meio (Badia et al., 2005). As proprie-
dades mecânicas também são influenciadas por esse lenho, principalmente a estabilidade
dimensional (LEHRINGER et al., 2009). Assim, outro método para identificar a madeira de
tração baseia-se na elevada contração transversal, característica típica desse tipo da madeira
de reção (WASHUSEN et al., 2002).
Microscopicamente o lenho de reação em eucalipto pode ser identificado pela análise
anatômica e identificação da presença da camada gelatinosa, dado que as fibras da ma-
deira de tração apresentam características únicas por ser um componente ativo do lenho
tracionado, sendo elas conhecidas denominadas de fibras gelatinosas. São células escle-
renquimáticas, caracterizadas pelo seu formato e presença de uma camada espessa, com
alto teor de celulose e baixo teor de lignina. Essas células estão localizadasna porção mais
interna às camadas da parede celular secundária normal (CLAIR et al., 2008).
Dentre os métodos histoquímicos de detecção da madeira de tração, que são mais
rápidos e precisos para se verificar a presença de fibras gelatinosas, o mais comum é o em-
prego da mistura de reagente safranina, corante específico para material lignificado, e alcian
blue, corante específico para carboidratos. Em que, por possuir maior teor de holocelulose,
a madeira de tração se destaca pela coloração azulada, destacando as fibras gelatinosas
(BOYD, 1980; SOUSA, 2004; BOSCHETTI et al., 2015). Assim, a microscopia é o método
mais confiável para detectar a presença de madeira de reação em folhosas.

Características da madeira de reação em eucalipto

As propriedades anatômicas, químicas, físicas e mecânicas do lenho de reação em


folhosas são diferentes daquelas do lenho oposto e normal. A característica anatômica mais
marcante da madeira de tração é a presença de fibras gelatinosas, também denominadas
de “G fibrers”. Em que são fibras longas e diferenciadas, com uma espessa camada celuló-
sica em seu interior, e apresentam características bioquímicas, mecânicas e ultraestruturais
próprias (DÉJARDIN et al., 2010).

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Assim como as demais fibras, apresentam uma estrutura de três camadas em sua
parede secundária (S1, S2 e S3), as fibras gelatinosas podem mostrar vários padrões, ou
seja, S1 + G, S1 + S2 + G, S1 + S2 + S3 + G (GARDINER et al., 2014). Em estudos de
Scurfield (1973) são descritos diferentes tipos de fibra gelatinosa, classificadas de acordo
com as camadas existentes na parede celular: P+S1+S2+S3+G, P+S1+S2+G ou P+S1+G.
Dentre as principais diferenças entre esses lenhos, têm-se que as fibras da madeira de tração
são mais arredondadas, com parede celular mais espessa devido à presença da camada
gelatinosa, e possuem menos espaços intercelulares (SOUSA, 2004), (Figura 2).

Figura 1. Fibras de madeira normal e tracionada.

Fonte: WASHUSEN (2000).

A camada gelatinosa é caracterizada por altos níveis de celulose cristalina, que a


depender da espécie fica em torno de 78 a 98%, e pelo baixo ângulo microfibrilar, próximo
de 0°. Pode ser mais espessa que a camada S2, e apresenta pouco teor de hemicelulose e
uma camada não lignificada ou fracamente lignificada (ROWELL, 2005; DÉJARDIN et al.,
2010). Logo, madeiras tracionadas tendem a reduzir a biossíntese de lignina e hemicelulose,
enquanto a biossíntese de celulose permanece, influenciando assim na composição química
deste lenho (GARDINER et al., 2014).
Mesmo diante dessa realidade, nem todas as espécies de folhosas apresentam a
camada gelatinosa no lenho de reação. Alguns gêneros como Fraxinus, Lagunaria, Tilia,
Magnolia, e alguns clones de Eucalyptus nitens, as fibras gelatinosas são raras ou nunca são
formadas (TIMELL, 1969; YOSHIZAWA et al. 2000; QIU et al. 2008). Assim, é fundamental
a realização de testes mais específicos para a detecção da camada G, já que a ausência
desta não indica necessariamente a ausência de lenho de reação (CLAIR et al., 2006).
A maior espessura da parede celular em madeiras tracionadas do gênero Eucalyptus
quando comparadas com a madeira oposta foram observadas em trabalhos de Ramirez et al.
(2009) e Aguayo et al. (2010). Além da espessura das fibras, os vasos em zonas definidas
de madeira de tração apresentam menor diâmetro e em menor quantidade (JIN e KWON,

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2009). As células de parênquima também apresentam em menor número de maneira espa-
çada, e os raios tendem a ser menores em tamanho (PANSHIN e DE ZEEUW, 1980).
Em relação à composição química da madeira, uma das características do lenho de
tração é o maior teor de celulose e o baixo conteúdo de lignina quando comparada à madeira
normal. Em que, a severidade da presença de madeira de tração aumenta paralelamente
com a quantidade de celulose (HUGHES, 1965). Este lenho ainda apresenta um baixo teor
de hemicelulose, que combinado ao menor grau de hidrólise, indica que a celulose no lenho
de tração é mais cristalina (TIMELL, 1969).
Uma vez que em madeiras de tração há uma lignificação variável das fibras, estudos de
Sousa (2004) com o lenho de reação de E. grandis indicaram que a camada G é levemente
lignificada, possui alto conteúdo de celulose, baixo conteúdo de lignina, maior quantidade
de galactanas e menor quantidade de xilanas do que o normal. Para os teores de extrativos,
as madeiras normais apresentaram 1,69% e madeiras de tração 1,22%, indicando que este
parâmetro químico também sofre influencia do lenho de reação.
Boschetti et al. (2017a) comprovou que a constituição química da madeira de E. gran-
dis x E. urophylla foi influenciada pela presença de madeira de reação, em que, a madeira
tracionada e oposta apresentou menor teor de lignina e extrativos, e maior conteúdo de
holocelulose em comparação com a madeira normal. Aguayo et al. (2010), estudando E. glo-
bulus, também encontraram redução significativa no conteúdo de lignina da madeira de
tração. A quantidade de lignina do tipo siringil da região tracionada foi 15% maior que a
encontrada no lenho oposto, não havendo diferenças significativas para as quantidades de
lignina guaiacil.
Quanto à densidade, ainda há algumas divergências na literatura. Vários trabalhos
com espécies do gênero Eucalyptus demonstram que esta é maior em madeira tracionada
que na normal (WARDROP e DADSWELL, 1949; MALAN e GERISCHER, 1987; SOUSA,
2004). Em estudos de Ferreira (2007), Monteiro et al. (2010) e Boschetti et al. (2017a), a
densidade básica do lenho de tração de Eucalyptus foi semelhante ao normal, não consta-
tando assim diferença significativa entre esses lenhos. Já a madeira tracionada de Populus
deltoides apresentou densidade menor (WAHLGREN, 1957). Apesar do lenho de tração
de E. globulus apresentar baixa correlação com a densidade básica da madeira, estudos
de Washusen et al. (2001) demonstraram que as amostras com elevadas quantidades de
lenho de tração tenderam a apresentar maiores densidades básicas. E assim, aumentar a
incidência de contrações na madeira serrada.
Colapso severo e elevada contração longitudinal são as características físicas mais
marcantes da madeira de tração (KAUMAN, 1964; BOYD, 1977). O aumento na contração
pode ser resultado de fissuras desenvolvidas nos espaços intercelulares, no qual podem

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ser atribuídas à presença da camada gelatinosa que é “frouxa”, aumentando assim esses
espaços. E pela sua natureza higroscópica, que sofre mudanças dimensionais ao secar
(WARDROP e DADSWELL, 1955).
A madeira de reação além de apresentar uma superfície felpuda quando serrada ou
lixada, tende a reduzir as propriedades mecânicas do lenho, pois sua contração longitudinal é
usualmente de 1% ou menos, o suficiente para causar problemas ao longo da grã (FOREST
PRODUCTS AND WOOD SCIENCE, 2011). Altos valores de tensão de crescimento são
observados em amostras de lenho de reação (RUELLE et al., 2007). Em estudos de Fang
et al. (2007) foi constatado que a espessura da camada gelatinosa se correlaciona positiva-
mente com as tensões de crescimento. Isto significa que grandes proporções de lenho de
reação podem contribuir com o aumento das tensões de crescimento na madeira, causando
rachaduras e deformações na madeira quando abatida (RAMOS, 2014).
A resistência das madeiras de tração, em comparação à madeira normal, pode ser
explicada com base na mudança das taxas de celulose e lignina. Em que, a diminuição no
teor de lignina na madeira de tração indica que há um decréscimo no apoio lateral entre as
microfibrilas de celulose na parede celular. Como resultado, as microfibrilas e as lamelas
na madeira de tração agem como longas colunas sem apoio sob compressão paralela à
grã e empenam sob cargas menores do que ocorre com madeira normal, que contém mais
lignina. O incremento na resistência à tração na madeira de tração seca também está rela-
cionado ao aumento do teor de celulose em relação à madeira normal (KOLLMAN e COTÉ,
1968; PANSHIN e DE ZEEUW, 1980).

Impactos nas indústrias de base florestal

A ocorrência do lenho de reação influencia na utilização da madeira na indústria flores-


tal. Sua presença produz uma superfície irregular quando usinada, fazendo com que suas
tábuas apresentam cores contrastantes, com aparência prateada ou escura, variando com
a espécie. Além disso, as superfícies das tábuas serradas são “lanosas”, especialmente
quando serradas na condição verde (SIMPSON E TENWOLDE, 1999). Também podem
proporcionar o aumento de defeitos durante a secagem da madeira, como consequencia da
forte tendência ao colapso e também elevada contração desse tipo de lenho (WARDROP
e DADSWELL, 1948).
Para madeira sólida, ocorre o aumento da contração longitudinal, radial e tangencial
durante o processo de secagem da madeira tracionada. Sendo que, a contração excessiva
deste lenho está associada ao colapso na maioria das espécies (BOYD, 1977; PANSHIN
e DE ZEEUW, 1980). Lenho de tração em E. globulus tem sido associado aos defeitos de

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secagem ocorridos, em que podem ser comum em caules retos, verticais e bem desenvol-
vidos de árvores jovens (WASHUSEN, 2000; WASHUSEN et al., 2001).
O lenho de reação também proporciona a ocorrência de medula excêntrica. Assim,
troncos com medula excêntrica são mais propensos ao empenamento e à formação de fendas
circulares entre os anéis de crescimento, além de apresentarem problemas no processa-
mento mecânico por exigirem posicionamento adequado das toras na serra (KOLLMANN e
CÔTÉ JR., 1968; GROSSER, 1980).
Para as indústrias de celulose e papel, a presença do lenho de reação pode apresentar
alterações na qualidade da polpa. Testes de polpação mostraram que rendimentos de polpa
química são maiores quando provenientes de madeira de tração do que de madeira normal,
e que a madeira de tração pode ser mecanicamente desfibrada com mais facilidade do que
a madeira normal. Contudo, o papel produzido com fibras de madeira de tração tem uma
resistência menor que o papel de fibras de madeira normal. Assim, a madeira de tração é
adequada para polpas solúveis, já que o rendimento é alto e a resistência da fibra original
não é fator limitante nesses tipos de polpas (PANSHIN e DE ZEEUW, 1980).
Estruturalmente, a lignina da madeira tracionada de E. globulus é menos condensada,
se comparada com a da madeira oposta, apresentando maior quantidade de unidades sirin-
gilas, o que favorece o aumento de quantidade de ligações β-O-4 (AGUAYO et al., 2012). Tal
característica é um fator positivo para a qualidade da madeira voltada à indústria de polpa
celulósica no contexto de deslignificação, uma vez que este tipo de ligação e as unidades
siringilas são mais instáveis e reativas ao álcali de cozimento e reagentes de branqueamento
da polpa Kraft (PINTO et al., 2005; GELLERSTEDT e HENRIKSSON, 2008).
Em estudos de Boschetti et al. (2017a; 2017c), os constituintes químicos da madeira
de reação de E. grandis x E. urophylla foram favoráveis na qualidade da madeira para pol-
pação. O aumento em teor de holocelulose e redução de lignina e extrativos contribuíram
positivamente para uma polpa mais deslignificada, reduzindo o número Kappa. Sousa (2004)
também observou maior rendimento na polpação química da madeira de Eucalyptus grandis,
comparando à madeira normal, além de menor consumo de reagentes na polpação.
Boschetti et al. (2017b), obteve queverificou que a polpa da madeira de reação
de E. grandis x E. urophylla apresentou maior potencial para produção de papel, em que,
para lenços de papel, a polpa de reação alcançou bons resultados de absorção de água e
também reduziu o consumo de energia durante o refino, apesar de apresentar uma ligeira
diminuição no índice de tração e rasgo. Já para a produção de papéis de imprimir e escrever,
a polpa de reação apresentou melhores propriedades ópticas e de resistência mecânica,
com exceção da resistência ao rasgo.

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Em relação à qualidade do carvão vegetal procedente da madeira de reação, Boschetti
et al. (2017d), constatou que apesar do lenho de reação de E. grandis x E. urophylla ter
influenciado na densidade básica e composição química da madeira, não houve diferença
significativa no rendimento gravimétrico e propriedades de carvão vegetal produzido. Assim,
podendo ser indicado a sua utilização no setor energético.
Neste contexto, pode-se afirmar que a madeira de reação por modificar as caracterís-
ticas físicas, químicas e anatômicas da matéria prima, deve ser encarada como um proble-
ma importante não só na indústria de celulose e papel, como também na área de produtos
sólidos de madeira (SOUSA, 2004). Além disso, os gastos com a colheita de “madeira de
ventos” são eminentes, pois nas áreas atingidas por ventos necessita-se a colheita antes do
período esperado, resultando assim em maior custo devido às dificuldades e menor volume
de madeira aproveitado pelas empresas (CARDOSO, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O lenho de tração apresenta menor frequência e diâmetro vascular, células de parên-


quima mais espaçadas e raios reduzidos. Há a presença da camada gelatinosa no interior
da parede das fibras, que por ser uma camada com menor ângulo microfibrilar, não lignifi-
cada e com maior teor de celulose cristalina, influencia na composição química da madei-
ra. A densidade básica da madeira tracionada tende a ser maior que na normal. Contudo,
vale ressaltar que não se deve generalizar essas características da madeira de reação para
espécies de Eucalyptus.
Além das características do material genético de estudo, deve-se levar em considera-
ção a idade, tratamento silvicultural e posição de amostragem no fuste, pois são fatores que
afetam a variabilidade da madeira e podem influenciar no lenho de tração. Sendo assim,
é importante a correta caracterização e designação da madeira de reação, em tracionada
ou em oposta, visto que as propriedades deste lenho são diferentes da madeira normal, e
causam impactos nas indústrias de base florestal.

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