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A MADEIRA E O AÇO COMO ESTRUTURAS

A MADEIRA COMO ESTRUTURA:


A madeira é um dos materiais estruturais mais antigos
utilizados pelo homem em edificações. Acrescente-se ainda
o fato da madeira possuir um vasto campo de aplicação em
construções como, pontes, residências, igrejas, passarelas,
cimbramentos, edificações sujeitas a agentes altamente
corrosivos etc.
Apesar de a madeira ter qualidades estruturais bastante
apreciáveis, ainda há muito preconceito em relação a sua
utilização como material estrutural. Em grande parte devido
à falta de conhecimento adequado a respeito deste
material, da falta de projetos específicos, bem como da
cultura da construção civil brasileira. Como todos os
materiais, a madeira apresenta vantagens e desvantagens
em relação a sua utilização.
Principais vantagens do uso da madeira:
 É renovável, abundante e altamente sustentável na
natureza;
 Possui elevada resistência em relação a sua baixa
massa específica;
 Excelente isolante térmico e acústico;
 Facilidade de trabalho e união das peças;
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 Inerte, mesmo quando está exposta a ambientes


químicos;
 Baixa demanda de energia para produção;
 Pode ser reutilizada, por várias vezes;
 Tem custo relativamente baixo.
Possíveis desvantagens:
 Possui variações transversais e longitudinais devido à
variação da umidade;
 É combustível, particularmente na forma fragmentada,
como gravetos e lascas. (1);
 É relativamente vulnerável ao ataque de insetos e
fungos, se não for tratada adequadamente;
 Possui composição heterogênea e anisotrópica;
(1) As estruturas de madeira resistem longo tempo às
altas temperaturas, sem perder as características
mecânicas. Sob as mesmas condições, já ocorre o
colapso do concreto, do aço e do alumínio.
Além das características citadas acima, podemos citar
ainda a beleza arquitetônica. Provavelmente por se tratar
de um material natural, e gerar um visual atraente que
agrada a maioria das pessoas.
Por outro lado, a madeira também possui algumas
características indesejáveis em estruturas. A despeito das
desvantagens, alguns dos seus efeitos podem ser
contornados através da utilização de preservativos,
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indispensáveis para os projetos de estruturas de madeira


expostas às circunstâncias propicias à proliferação dos
efeitos indesejáveis em estruturas deste tipo. O tratamento
da madeira é indispensável para peças em posições
sujeitas a variações de umidade e de temperatura
favoráveis ao desenvolvimento de agentes externos.

Madeiras estruturais
As espécies de madeiras mais utilizadas em estruturas no
Brasil são: Peroba Rosa, Ipê, Eucalipto, Pinho, Jatobá,
Maçaranduba, Garapa, Cumaru, Aroeira e Itaúba.
A madeira apresenta um comportamento estrutural
bastante apreciável, pois possui resistência mecânica tanto
a esforços de tração como a compressão, além de
resistência a tração na flexão e tem resistência a choques e
cargas dinâmicas absorvendo impactos que dificilmente
seriam absorvidos com outros materiais;
Através do desenvolvimento de técnicas modernas com o
intuito de melhorar as qualidades da madeira, esta passou
a ser mais utilizada, uma vez que tais procedimentos
melhoram as boas características deste material e
eliminam ou minoram os inconvenientes citados.
A madeira é um material que não possui homogeneidade e
tem muitas variações. Ademais, há diversas espécies com
propriedades distintas. Desta forma, é necessário o
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conhecimento das características para o melhor


aproveitamento possível do material. Os procedimentos
necessários para caracterização das espécies de madeira
e a definição de parâmetros a serem seguidos são dados
pela Norma Brasileira para Projeto de Estruturas de
Madeira, NBR 7190/97.
Tabela – Dimensões mínimas exigidas pela norma para
elementos de madeira.

As madeiras estruturais apresentam características que


lhes são bem peculiares dentro do grupo dos materiais
estruturais utilizados na construção civil. Essas
características dizem respeito à anisotropia da madeira e
ao fato desta sofrer variações nas suas dimensões, devido
sua característica higroscópica.
Anisotropia da madeira
Diz-se que um material é anisotrópico quando as
propriedades físicas ou químicas não apresentam as
mesmas características nas diversas direções em que se
pode analisar tal material. O processo de crescimento da
árvore determina uma simetria axial e uma direção
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predominante das células que constituem o lenho. Este


arranjo resulta na anisotropia da madeira.
Devido à constituição da árvore, as suas propriedades
físicas, mecânicas e tecnológicas não são as mesmas nos
três sentidos principais: axial, radial e tangencial. Portanto
a madeira é um material anisotrópico.
Higroscopia da madeira
Por ser um material higroscópico, a madeira absorve
umidade da atmosfera quando seca, e a libera quando
úmida, procurando manter o equilíbrio nas condições de
vapor de água da atmosfera circunvizinha.
Ao absorver água, as dimensões da peça de madeira
aumentam (inchaço) e, ao liberar água, as dimensões
diminuem (retração). Por ser um material anisotrópico, ela
apresenta diferentes variações dimensionais, nas
diferentes direções principais.
As diferentes retrações nas três direções; tangencial, radial
e axial, explica a maior parte dos defeitos que ocorrem com
a secagem da madeira: rachaduras e empenamentos.
Dependendo da regularidade na direção das fibras, de
certas espécies de madeira, os empenamentos serão mais,
ou menos acentuados.

Propriedades físicas da madeira


Umidade
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É dada pela quantidade de água infiltrada na madeira, e é


medida através da porcentagem de água infiltrada, em
relação a sua massa quando seca.
Massa Específica
De um modo geral, a madeira apresenta uma massa
específica bastante reduzida, se comparada com outros
tipos de materiais estruturais. Tal característica é bastante
relevante na etapa de especificação dos materiais que
constituirão a estrutura.
A massa específica pode ser básica ou aparente: a básica
é calculada através do quociente entre a massa seca e o
volume saturado da peça. Por outro lado, a massa
específica aparente é calculada considerando-se o volume
de uma peça de madeira com umidade de 12%.
Retrabilidade
É a característica relativa à diminuição (retração) das
dimensões da madeira devido à perda de água
impregnada. A madeira possui maior retrabilidade na
direção tangencial seguida pelas direções radial e axial.
Módulo de elasticidade
Para a madeira há diversos tipos de módulo de
elasticidade, que dependem do tipo de esforço e da direção
do mesmo em relação às fibras. O módulo de elasticidade
básico é na direção longitudinal, na compressão ou tração,
paralela às fibras.
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Os módulos de elasticidade são definidos em função do


tipo de esforço: paralelo ou normal às fibras, flexão e
torção. O módulo de elasticidade é uma característica
relativa a cada material. É a constante utilizada para
determinar o estado das tensões, no regime elástico do
material.

Duas estruturas notáveis em madeira

Atualmente é a maior estrutura de madeira do mundo. O


edifício é conhecido popularmente como “Las Setas de
laEncarnación”. É organizado em cinco pisos. O
subterrâneo contém o Antiquarium; um sítio arqueológico
em exposição. No térreo está o mercado central, no piso 1
há um palco de apresentações. No piso 2 há um
restaurante com excelente vista sobre o centro de Sevilha,
e no 3 uma passarela panorâmica
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As treliças em madeira do solo até a cobertura, concluídas


em julho de 2009, consistem numa montagem inédita de
16km de Viga Lamelar Colada de “Piceaabies” (Conífera),
que se entrecruzam para formar uma malha hexagonal. Ela
é recoberta de uma membrana em Fibra de Vidro, revestida
de PTFE, que protege o ambiente interno da radiação solar,
é autolimpante, e permite transparecer a iluminação interna
à noite.

Considerações:
Devemos observar que estes projetos, como tantos outros
em diferentes países, são financiados pelo poder público
dessas nações. Portanto, é o Estado que promove o uso
de materiais renováveis e sustentáveisem obras de
interesse público, e que se tornam exemplares para os
cidadãos.
No Brasil há um grande preconceito em relação ao
emprego da madeira. Isto se deve ao desconhecimento
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evidente do material, e à falta de projetos específicos. Por


outro lado, os cartéis do setor da construção civil
convencional aliciam a maioria dos membros do
governo, em favor de seus próprios interesses.
As escolas brasileiras não conseguem suplantar essa
blindagem corporativa e, dessa forma, não capacitam
técnicos, engenheiros e arquitetos no segmento madeireiro.
O despreparo desses profissionais dificulta a
multiplicação dos projetos de construções em madeira
de qualquer porte, e em todas as áreas.
Um fato quase desconhecido de todos, refere-se à
resistência mecânica das madeiras, que podem ser mais
resistentes que o concreto convencional. Ensaios
específicos de laboratório comprovam esse dado. A altas
temperaturas, no caso de incêndios, a madeira leva
enorme vantagem sobre o concreto e o aço.
Outro aspecto, que confunde a sociedade menos
esclarecida, é a questão ecológica. Para o leigo, o uso da
madeira significa devastação de florestas. Entretanto, é
na reflorestação que a madeira irá retirar o CO2da
atmosfera e que formará, com a água, através da
fotossíntese, o tecido principal de sua estrutura e
crescimento. Com esse processo irá conservar a umidade
do solo, e preservar os mananciais hídricos.
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Construções Metálicas:
O uso do Aço na Construção Civil
"A importância do uso do aço pode ser observada
na construção civil, principalmente, em substituição
a elementos convencionais como o concreto."

1. Introdução

Desde o século XVIII, quando se iniciou a utilização


de estruturas metálicas na construção civil até os
dias atuais, o aço tem possibilitado aos arquitetos,
engenheiros e construtores, soluções arrojadas,
eficientes e de alta qualidade.Das primeiras obras -
como a Ponte Ironbridge na Inglaterra, de 1779 -
aos ultramodernos edifícios que se multiplicaram
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pelas grandes cidades, a arquitetura em aço sempre


esteve associada à idéia de modernidade, inovação
e vanguarda, traduzida em obras de grande
expressão arquitetônica e que invariavelmente
traziam o aço aparente.No entanto, as vantagens na
utilização de sistemas construtivos em aço vão
muito além da linguagem estética de expressão
marcante; redução do tempo de construção,
racionalização no uso de materiais e mão de obra e
aumento da produtividade, passaram a ser fatores
chave para o sucesso de qualquer empreendimento.

Essas características que transformaram a


construção civil no maior mercado para os
produtores de aço no exterior, começam agora a
serem percebidas por aqui. Buscando incentivar
este mercado e colocar o Brasil no mesmo patamar
de desenvolvimento tecnológico de outros países, a
COSIPA vem oferecer uma vasta gama de aços para
aplicação específica na construção civil.

Produzidos com os mais avançados processos de


fabricação, os aços COSIPA têm qualidade garantida
através das certificações ISO 9001 e ISO 14001.A
competitividade da construção metálica tem
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possibilitado a utilização do aço em obras como:


edifícios de escritórios e apartamentos, residências,
habitações populares, pontes, passarelas, viadutos,
galpões, supermercados, shopping centers, lojas,
postos de gasolina, aeroportos e terminais rodo-
ferroviários, ginásios esportivos, torres de
transmissão, etc.

2. Vantagens no uso do Aço

O sistema construtivo em aço apresenta vantagens


significativas sobre o sistema construtivo
convencional:

 Liberdade no projeto de arquitetura - A


tecnologia do aço confere aos arquitetos total
liberdade criadora, permitindo a elaboração de
projetos arrojados e de expressão
arquitetônica marcante.
 Maior área útil - As seções dos pilares e vigas
de aço são substancialmente mais esbeltas do
que as equivalentes em concreto, resultando
em melhor aproveitamento do espaço interno
e aumento da área útil, fator muito importante
principalmente em garagens.
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 Flexibilidade - A estrutura metálica mostra-se


especialmente indicada nos casos onde há
necessidade de adaptações, ampliações,
reformas e mudança de ocupação de edifícios.
Além disso, torna mais fácil a passagem de
utilidades como água, ar condicionado,
eletricidade, esgoto, telefonia, informática, etc.
 Compatibilidade com outros materiais - O
sistema construtivo em aço é perfeitamente
compatível com qualquer tipo de material de
fechamento, tanto vertical como horizontal,
admitindo desde os mais convencionais (tijolos
e blocos, lajes moldadas in loco) até
componentes pré-fabricados (lajes e painéis de
concreto, painéis "drywall", etc).
 Menor prazo de execução- A fabricação da
estrutura em paralelo com a execução das
fundações, a possibilidade de se trabalhar em
diversas frentes de serviços simultaneamente,
a diminuição de formas e escoramentos e o
fato da montagem da estrutura não ser
afetada pela ocorrência de chuvas, pode levar
a uma redução de até 40% no tempo de
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execução quando comparado com os


processos convencionais.
 Racionalização de materiais e mão-de-
obra- Numa obra, através de processos
convencionais, o desperdício de materiais pode
chegar a 25% em peso. A estrutura metálica
possibilita a adoção de sistemas
industrializados, fazendo com que o
desperdício seja sensivelmente reduzido.
 Alívio de carga nas fundações - Por serem
mais leves, as estruturas metálicas podem
reduzir em até 30% o custo das fundações.
 Garantia de qualidade - A fabricação de uma
estrutura metálica ocorre dentro de uma
indústria e conta com mão-de-obra altamente
qualificada, o que dá ao cliente a garantia de
uma obra com qualidade superior devido ao
rígido controle existente durante todo o
processo industrial.
 Antecipação do ganho - Em função da maior
velocidade de execução da obra, haverá um
ganho adicional pela ocupação antecipada do
imóvel e pela rapidez no retorno do capital
investido.
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 Organização do canteiro de obras - Como a


estrutura metálica é totalmente pré-fabricada,
há uma melhor organização do canteiro devido
entre outros à ausência de grandes depósitos
de areia, brita, cimento, madeiras e ferragens,
reduzindo também o inevitável desperdício
desses materiais. O ambiente limpo com
menor geração de entulho, oferece ainda
melhores condições de segurança ao
trabalhador contribuindo para a redução dos
acidentes na obra.
 Reciclabilidade - O aço é 100% reciclável e as
estruturas podem ser desmontadas e
reaproveitadas.
 Preservação do meio ambiente - A estrutura
metálica é menos agressiva ao meio ambiente
pois além de reduzir o consumo de madeira na
obra, diminui a emissão de material
particulado e poluição sonora geradas pelas
serras e outros equipamentos destinados a
trabalhar a madeira.
 Precisão construtiva - Enquanto nas
estruturas de concreto a precisão é medida em
centímetros, numa estrutura metálica a
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unidade empregada é o milímetro. Isso


garante uma estrutura perfeitamente
aprumada e nivelada, facilitando atividades
como o assentamento de esquadrias,
instalação de elevadores, bem como redução
no custo dos materiais de revestimento.

3. Aspectos de Projeto
3.1. Definição do Partido Arquitetônico

Estrutura metálica aparente ou revestida? Essa é a


primeira decisão que o arquiteto deve tomar ao
trabalhar com estrutura de aço. Ao contrário do que
muitos possam pensar, a maior parte das obras em
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aço existentes no exterior são realizadas com o aço


revestido. Essa solução, que pode significar redução
nos custos de pintura e proteção contra incêndios,
deve ser adotada quando o que importa são as
inúmeras vantagens do aço como material
estrutural e não a "estética do aço". Cabe ao
arquiteto definir qual a solução mais adequada para
cada obra. Nessa etapa do projeto é interessante
uma consulta a um calculista que poderá orientar
sobre as melhores alternativas.

3.2. Detalhamento

É necessário um bom detalhamento do projeto


estrutural que leve em conta possíveis
interferências com os projetos de instalações
elétricas, hidráulicas, ar condicionado, etc. e evitar
improvisações no canteiro de obras.
Independentemente do tipo de aço e do esquema
de pintura empregados, alguns cuidados básicos nas
etapas de projeto, fabricação e montagem da
estrutura podem contribuir significativamente para
melhorar a resistência à corrosão:

 Evitar regiões de empoçamento de água e


deposição de resíduos;
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 Prever furos de drenagem em quantidade e


tamanho suficiente;
 Permitir a circulação de ar por todas as faces
dos perfis para facilitar a secagem;
 Garantir espaço suficiente e acesso para
realização de manutenção (pintura, etc.);
 Impedir o contato direto de outros metais com
o aço para evitar o fenômeno de corrosão
galvânica;
 Evitar peças semi-enterradas ou semi-
submersas.
3.3. Ligações

Outro ponto importante na etapa de projeto, é a


definição do sistema de ligação a ser adotado entre
os elementos que compõem a estrutura metálica
como: vigas, pilares e contraventamentos.

É fundamental que os elementos de ligação


(chapas, parafusos, soldas, etc.) apresentem
resistência mecânica compatível com o aço utilizado
na estrutura. A escolha criteriosa entre um sistema
de ligação soldado e/ou parafusado, pode significar
uma obra mais econômica e tornar a montagem
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mais rápida e funcional. Alguns aspectos são


importantes para essa escolha:

 Condições de montagem no local da obra


 Grau de dificuldade para fabricação da peça
 Padronização das ligações

Se a intenção do projeto for deixar as estruturas


aparentes, o desenho das ligações assume uma
importância maior. O formato, posição e quantidade
de parafusos, chapas de ligação e nervuras de
enrijecimento, são alguns dos itens que podem ter
um forte apelo estético se convenientemente
trabalhados pelo arquiteto em conjunto com o
engenheiro calculista.

Ligações Soldadas

Para que se tenha um maior controle de qualidade,


as ligações soldadas devem ser executadas sempre
que possível na fábrica. É o tipo de ligação ideal
para união de peças com geometria complicada.

Os processos de soldagem mais utilizados são a


solda a arco elétrico, que pode ser manual ou com
eletrodo revestido e automática, com arco
submerso. Quando a obra empregar aços
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resistentes à corrosão atmosférica (família COS AR


COR) deve-se empregar eletrodos apropriados.

Ligações Parafusadas

As ligações parafusadas podem utilizar dois tipos de


parafusos:

 comuns: apresentam baixa resistência


mecânica, sendo portanto utilizados em
ligações de peças secundárias como guarda-
corpos, corrimãos, terças e outras peças pouco
solicitadas
 alta resistência: são especificados para
ligações de maior responsabilidade. Devido à
característica de alta resistência, as ligações
geralmente tem um número mais reduzido de
parafusos, além de chapas de ligação
menores.

É importante destacar que, quando a obra empregar


aços resistentes à corrosão atmosférica (família
COS AR COR) deve-se empregar parafusos de aço
com as mesmas características.

Não é recomendada a utilização de parafusos e


porcas galvanizados sem pintura em estruturas de
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aço carbono comum ou resistentes à corrosão


atmosférica. A diferença de potencial eletroquímico
entre o revestimento de zinco e o aço da estrutura
pode ocasionar uma corrosão acelerada da camada
de zinco.

4. Peso da Estrutura

Para a elaboração de estimativas de custo, é


necessário se conhecer o peso da estrutura
metálica. Apresentamos a seguir, para efeito
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ilustrativo, uma tabela com o peso estimado da


estrutura metálica em função dos diversos tipos de
construção.

5. Fechamentos

As estruturas metálicas permitem grande


flexibilidade quando o assunto é a escolha dos
sistemas de fechamento horizontal (lajes) e vertical
(paredes). De maneira geral, podemos dizer que é
possível utilizar todas as alternativas de fechamento
existentes no mercado, desde as mais
convencionais até as mais inovadoras.

A especificação dependerá do tipo de projeto e de


suas características específicas: exigências
econômicas, estéticas, necessidade de rapidez de
execução, etc. Dessa forma, o arquiteto tem total
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liberdade para optar pelo uso da solução mais


adequada.

5.1. Fechamentos Horizontais

Dentre os diversos tipos de lajes usualmente


empregadas, podemos destacar as seguintes: •
laje de concreto moldada "in loco"; • laje de
painel armado de concreto celular; • laje pré-
fabricada protendida; • pré-laje de concreto; •
laje mista; • laje de painel de madeira e
fibrocimento; • laje com forma metálica
incorporada - "steel deck".

5.2. Fechamentos Verticais

Igualmente como acontece com as lajes, as


estruturas metálicas possuem compatibilidade com
uma grande diversidade de materiais de vedação.
Destacamos abaixo algumas dessas soluções:

 alvenarias: de tijolos de barro, blocos


cerâmicos, blocos de concreto ou de concreto
celular;
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 painéis: de concreto celular, concreto colorido,


solo-cimento, aço, gesso acartonado ("dry-
wall").

É importante deixar claro que não existem fatores


de ordem técnica que impeçam o uso de estruturas
metálicas em conjunto com alvenarias.

Para tanto é necessário apenas que o projetista


detalhe as uniões entre os diferentes materiais o
que evitará o aparecimento de patologias como
trincas ou fissuras. Entre os detalhes mais
comumente empregados podemos destacar:

 junta pilar/alvenaria: utilização de barras de


aço de espera (também conhecida como "ferro
cabelo"), com 5 mm de diâmetro e 30 a 40 cm
de comprimento, soldadas ao perfil
aproximadamente a cada 40 cm e
solidarizadas à alvenaria durante o seu
assentamento;
 junta viga/alvenaria: aplicar entre a face
inferior da viga e a alvenaria, material
deformável (cortiça, isopor ou poliestireno)
arrematados por mata-juntas ou selantes
flexíveis.
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Com relação aos demais materiais utilizados como


fechamento, é necessário consultar os catálogos
técnicos de seus respectivos fabricantes, onde
poderão ser encontradas informações úteis com
relação às melhores soluções de detalhamento entre
a estrutura e o conjunto de vedação.

Aproveite as vantagens de construir com aço


Arquitetos contam aqui as vantagens de optar
por esse sistema, que pode render belas
construções, com custo viável e tempo
reduzido.
Divulgação
26

Devido ao terreno íngreme, o arquiteto


escocês George Mills investiu num sistema de
construção simples. As peças de aço foram
encaixadas em 15 dias para erguer a estrutura
da casa de 468m², em São Paulo. As paredes
são de blocos de concreto celular. O cálculo
estrutural é de GilmasGlioti.
Aço aparente quase sempre é associado à
arquitetura contemporânea. "Apesar de muitas
vezes denotar traços da modernidade, na
Inglaterra, por exemplo, o sistema existe há
cerca de 200 anos", afirma o engenheiro João
Alfredo Pitta, professor da Faculdade de
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Engenharia e Arquitetura da Universidade


Federal de São Carlos (UFscar), no interior de
São Paulo. No Brasil, os primeiros exemplares
surgiram nas duas últimas décadas do século
19. Mas, até hoje, a estrutura metálica está
envolvida em uma série de mitos.
Divulgação

Aqui, o aço não se limita apenas à estrutura.


As paredes desta casa de 650m, na Grande
São Paulo, são de placas de aço galvanizadas e
tijolos de barro. Da Neohaus, esse método
28

construtivo chama-se Metal Frame. Projeto do


arquiteto Pepe Asbun (1943-1992) e
engenharia calculista da Kelly Pittelko.

Divulgação

Os perfis de aço (Açominas) desta casa de


320m² em Nova Lima, MG, têm proteção de
anticorrosivos e pintura automotiva. Montou-
se a estrutura metálica em 40 dias (erguida
sem pressa por decisão do morador) e a obra
ficou pronta em 18 meses. Nas paredes, o
29

arquiteto mineiro João Diniz mesclou vidro,


tijolo cerâmico, reboco e pintura. Engenheiro
calculista: Sebastião Mendes.

Divulgação
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A arquiteta paulista Claudia Haguiara elegeu o


aço para construir este sobrado de 350m², em
São Paulo. "A estrutura metálica foi feita num
mês. Já na obra, ficou de pé em 15 dias". As
paredes internas são de blocos cerâmicos. As
externas, de bloco de concreto celular
(Siporex). Arquiteto calculista: Pedro Telecki.
É caro construir com aço?
"Ele não é, em princípio, um material mais ou
menos caro, se comparado a outros métodos
construtivos", diz Pitta. O preço está
diretamente relacionado ao projeto
arquitetônico. A dimensão da obra e,
principalmente, o seu peso influenciam o custo
final, uma vez que o aço é vendido por quilo.
João Diniz, arquiteto de Belo Horizonte,
explica que se houver adequação total dos
materiais empregados na construção, o uso do
ferro pode até significar economia. É possível
planejar obras mais leves, que baixam o peso
da estrutura e, conseqüentemente, o seu
preço. "Tirar proveito dos benefícios
oferecidos pelo sistema é o segredo para se
obter uma bela arquitetura e também
31

economizar em itens que, se mal


programados, acarretam maior investimento",
defende o arquiteto Eduardo de Almeida, de
São Paulo.
Ele é vulnerável à ferrugem?
Esse poderia ser um empecilho para
construções com aço no litoral. É verdade que
o material pede alguns cuidados específicos,
mas, respeitadas as orientações dos
especialistas, não há por que se preocupar.
"Embora as peças cheguem à obra com
protetor de uso industrial, aconselha-se a
aplicação de outros produtos isolantes antes
da pintura", diz Almeida. Se a opção recair
sobre perfis sem tinta, o mercado oferece em
escala comercial o chamado aço patinável, ou
cortem (quadro à dir.). "Previamente oxidado,
ele não impõe limites quanto à localização da
obra", completa. O arquiteto George Mills, de
São Paulo, já empregou estrutura metálica em
casas na cidade, no campo e na praia - e
também não vê restrições no uso. "Existem
mais pontos positivos do que negativos nesse
método construtivo", enfatiza, acrescentando:
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"A rapidez na montagem da estrutura é o


aspecto mais interessante a ser destacado.
Isso serve até para acalmar a ansiedade de
quem está pagando a obra. Se a pessoa
optasse pela técnica convencional, precisaria
aguardar meses para ver o esqueleto pronto",
diz.
Restringe o emprego de outros materiais?
A arquiteta paulista Cláudia Haguiara lembra
que nada impede a utilização de outros
recursos em conjunto com o aço. "Lajes pré-
moldadas ou maciças, assim como paredes de
tijolos convencionais, blocos celulares ou
placas de gesso, são algumas alternativas",
sugere. Qualquer que seja a opção, entretanto,
é fundamental que o profissional responsável
pelo projeto defina bem o tipo de amarração
entre a estrutura e o fechamento das paredes
e dos pisos. "Esse fator é condicionante no que
se refere à vida útil dessas superfícies, já que
podem sofrer infiltrações e rachaduras devido
à movimentação natural do aço", alerta.
Aço patinável, ou cortem.
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Em sua composição há uma liga que isola a


primeira camada do metal em relação às
demais. "Isso evita que o oxigênio entre em
contato com os níveis mais profundos da
estrutura, impedindo a ação causada pela
maresia e pelo excesso de umidade", explica o
engenheiro Gilmar Gilioti, da empresa Poliaço.
Assim, mesmo que a ferrugem apareça depois
de algum tempo, se limitará à superfície do
metal, resguardando a ação estrutural dos
pilares e das vigas. O único inconveniente é
que os perfis precisam ser mais espessos -
portanto, mais pesados e caros.
Divulgação
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Além de rapidez, a estrutura metálica promete


durabilidade. Construída nos anos 80, esta
casa de 347m², em São Paulo, permanece com
os perfis intactos. As vigas e os pilares de aço
foram jateados com zinco e a cada sete anos
recebem esmalte sintético. Projeto do
arquiteto paulista Arnaldo Martino.
Vantagens
Prazos curtos: o tempo de fabricação médio
das peças é de 30 dias e o da montagem, de
uma semana a 15 dias. Exemplo: uma casa de
300 m² leva cerca de uma semana para ser
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montada. Uma de concreto, em torno de três


meses.
Racionalização de material e mão-de-obra: o
sistema industrializado evita desperdício e
requer menos operários.
Confecção de trabalhos em paralelo: enquanto
se fazem as fundações, as peças metálicas
estão sendo fabricadas.
Obra limpa e organizada: sem depósitos de
cimento, areia, madeira e ferragens, o entulho
é menor.
Flexibilidade de reformas: é possível
incorporar novos elementos metálicos.
Maior área útil e distância entre vãos: os
pilares e as vigas são mais delgados do que os
equivalentes de concreto. Ou seja, a área
interna aumenta e a distância entre os pilares
também.
Maior área útil e distância entre vãos: os
pilares e as vigas são mais delgados do que os
equivalentes de concreto. Ou seja, a área
interna aumenta e a distância entre os pilares
também.
36

Possibilidade de reciclagem: o aço tem alto


valor de revenda e pode ser derretido para a
confecção de outras peças.
Desvantagens
Risco de custos maiores: se o projeto não levar
em conta todos os itens da construção, o preço
pode ser de 5 a 20% maior se comparado ao
processo tradicional.
Pouco indicado em construção pequena: como
se trata de uma estrutura industrial, não se
justifica economicamente a encomenda de
poucas peças.
Dificuldade de transporte: a locomoção é mais
complicada em locais ermos ou cidades
distantes de centros urbanos.
Desembolso em curto espaço de tempo: como
os prazos são pequenos, o dinheiro tem que
estar disponível.
Necessidade de amarração: a estrutura de aço
necessita de perfis complementares para se
unir às superfícies de fechamento.
Contração e dilatação constantes: se essa
movimentação característica do aço não for
respeitada, podem surgir trincas nas paredes e
37

nos pisos. Deve-se respeitar as especificações


de projeto: se ele determinar paredes de
tijolos, não é aconselhável usar blocos, por
exemplo.
Precisão é fundamental. Planejar cada detalhe
da estrutura de aço e seus desdobramentos
pode levar meses. Após a definição do
tamanho da construção, a planta é desenhada
pelo arquiteto e, só então, encaminhada para
um engenheiro calculista, especializado no
material. "Ele estudará minuciosamente o
peso total da obra, a espessura e a dimensão
das peças e dos encaixes, além da junção
entre a estrutura, as paredes e os pisos",
ensina o arquiteto Arnaldo Martino, de São
Paulo. Concluída essa etapa, o projeto é
entregue à fábrica. O próprio fabricante monta
o esqueleto no local, geralmente usando
apenas um pequeno guindaste preso ao
caminhão da empresa. "As peças costumam
ser descarregadas no canteiro e a estrutura,
erguida imediatamente". A união dos perfis é
feita por meio de parafusos ou soldas.

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