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MADEIRA

Na condição de material de construção, as madeiras incorporam todo um


conjunto de características técnicas, econômicas e estéticas que dificilmente se
encontram em outro material existente.

I – VANTAGENS DA MADEIRA COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO:


a) Pode ser obtida em grandes quantidades a um preço relativamente baixo.
Havendo critérios racionais de exploração, as reservas têm alta capacidade de
renovação, tornando o material permanentemente disponível;
b) Pode ser produzida em peças com dimensões estruturais que podem ser
desdobradas facilmente em peças pequenas, de delicadeza excepcional;
c) Pode ser trabalhada com ferramentas simples e ser reempregada várias
vezes;
d) Foi o primeiro material empregado capaz de resistir tanto a esforços de tração
como de compressão, em colunas, vigas e vergas;
e) Tem resistência mecânica elevada, com a vantagem do peso próprio
reduzido (na flexão, 45 MPa contra 4,5 MPa do concreto convencional e, no
cisalhamento, aproximadamente 15MPa contra 3,5 MPa);
f) Permite fáceis ligações e emendas;
g) Não estilhaça quando golpeada, sua resiliência permite absorver choques que
romperiam ou fendilhariam outro material;
h) Apresenta boas condições naturais de isolamento térmico e absorção
acústica. Seca, é satisfatoriamente dielétrica;
i) No seu aspecto natural, apresenta grande variedade de padrões estéticos e
decorativos;
j) Quando convenientemente preservada, perdura em vida útil prolongada à
custa de insignificante manutenção.

No entanto, a madeira somente adquiriu reconhecimento como competitivo e


moderno material de construção, em condições de atender às exigências de
técnicas construtivas recentemente desenvolvidas, quando outros tantos
processos de beneficiamento permitiram anular as características negativas
que apresenta em estado natural, como:
- A degradação de suas propriedades e o surgimento de tensões internas
decorrentes de alterações em sua umidade, anuladas pelos processos de
secagem artificial controlada.
- A deterioração, quando em ambientes que favoreçam o desenvolvimento de
seus principais predadores, contornada com os tratamentos de preservação.
- A marcante heterogeneidade e anisotropia próprias de sua constituição fibrosa
orientada, assim como a limitação de suas dimensões, resolvidas pelos
processos de transformação nos laminados, contraplacados e
aglomerados de madeira.
II – UTILIZAÇÃO DA MADEIRA

Os pesquisadores Carlito Calil Junior e Francisco A. Rocco Lahr da EESC USP


colocam como restrições para o emprego da madeira:
• Material inflamável (tratamento retardante resolve)
• Material biodegradável (tratamento preservativo resolve)
• Insuficiente divulgação das informações tecnológicas já disponíveis acerca de
seu comportamento sob as diferentes condições de serviço e
• Número reduzido de projetos específicos desenvolvidos por profissionais
habilitados.
III – CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS PELO USO
Madeiras finas: empregadas em marcenaria e em construção corrente na
execução de esquadrias, marcos, etc. Ex: loiro, cedro, açoita-cavalos, etc.
Madeiras duras ou de lei: empregadas em construção como suportes e vigas.
Ex: peroba, paraju, grápia, angico, etc.
Madeiras resinosas: empregadas quase que exclusivamente em construções
temporárias ou protegidas do intemperismo. Ex: pinho (formas)
Madeiras brandas: de pequena durabilidade, porém, de grande facilidade de
trabalho. Não são usadas em construção.Ex: timbaúva.

IV – CRESCIMENTO DAS ÁRVORES


A secção transversal do tronco de uma árvore permite distinguir as seguintes
partes bem caracterizadas de fora para dentro: (macroestrutura)
1) Casca:
Protege contra agentes externos. É eliminada no aproveitamento do lenho. Na
casca encontramos uma camada externa - camada cortical - formada portecidos
mortos (dá proteção) e uma camada interna, constituída de tecido vivo, mole e
úmido, que é o veículo da seiva elaborada.
2) Câmbio:
Camada invisível a olho nu, situada entre a casca e o lenho, formada de tecido
meristemático (divisão de células). O crescimento da árvore dá-se
diametralmente pela adição de novas camadas proveniente da diferenciação do
câmbio. Anel de crescimento: camada de tecido lenhoso formadaanualmente.
Os anéis de crescimento permitem caracterizar as três direções diferenciais da
anisotropia do material:
Axial - segundo eixo da árvore,
Tangencial - tangente aos anéis, e.
Radial - normal aos mesmos.
3) Lenho: (Alburno e Cerne). É a parte resistente das árvores.
Alburno - células vivas - resiste aos esforços externos e transporta a seiva das
raízes às folhas;
Cerne – células mortas – resiste aos esforços externos. A alteração do alburno
amplia o cerne. As paredes das células se impregnam de taninos, resinas e
materiais corantes que obstruem os vasos e conferem ao cerne uma cor mais
forte.
Alburno: (branco da madeira) – a seiva que contém atrai insetos e agentes de
deterioração, mas melhor se deixa impregnar pelos preservativos, não devendo
ser eliminado como imprestável.
Cerne: tem mais peso, compacidade, dureza e durabilidade; é menos sujeito
ao ataque de insetos e fungos.
4) Medula: Miolo central, mole, de tecido esponjoso e cor escura. Não tem
resistência mecânica nem durabilidade. Sua presença na peça desdobrada
constitui defeito.
5) Raios medulares:
Transportam e armazenam a seiva. Pelo seu efeito de amarração transversal,
inibem em parte a retratibilidade devida a variações de umidade. Aparecem nas
secções radiais ou tangenciais de determinadas espécies como um “espelhado”
de bonito efeito estético e decorativo.
V - IDENTIFICAÇÃO
As madeiras são identificadas pelas maneiras seguintes:
a) Identificação Vulgar
Maneira prática de se fazer a identificação. Prende-se às características
notáveis da espécie:
configuração da casca, folhas, frutos, coloração e aspectos visuais, etc.
Não tem valor científico, pois um mesmo nome identifica espécies diferentes,
ou vice-versa,dependendo da região.
b) Identificação Botânica
Necessita da formação de um herbário para cada espécie: exemplares dos frutos
casca, flores e sementes para comparação. Com a coleta desses elementos, o
botânico especializado determina a família, o gênero e a espécie na classificação
botânica. Ex:Araucária brasileira _ pinho do Paraná Piptadenia rígida _ jatobá
Paracotema peroba _ peroba do campo
c) Identificação Micrográfica
Retira-se do lenho um prisma de 1 x 1 x 4 cm. Deste prisma são retiradas três
lâminas em direções ortogonais. As lâminas são desidratadas, coloridas e
examinadas em um microscópio ( 50x) e comparadas com lâminas padrão ou
com um Atlas de microfotografias.
No Atlas constam dois aspectos micrográficos distintos:
- constituição anatômica do lenho
- número, forma e disposição dos elementos celulares que o compõem.

VI – PRODUÇÃO DAS MADEIRAS


Seqüência obrigatória para a produção das peças de madeira natural serradas:
- corte das árvores
- toragem
- falquejamento
- desdobro
- aparelhamento das peças.
Na exploração bem conduzida de reservas florestais, o corte deve ser precedido
por um
levantamento dendrométrico que esclarece sobre o aproveitamento econômico
adequado, avaliação e cubagem dos exemplares a serem abatidos.
Corte de árvores: deve ser realizado em épocas apropriadas, geralmente
durante o inverno.
No Brasil é boa prática realizá-los nos meses sem “r”. A época do corte não influi
sobre a resistência da madeira, mas tem importância sobre sua durabilidade:
madeiras de árvores abatidas durante o inverno secam lentamente sem rachar
ou fendilhar e, por não conterem seiva elaborada nos tecidos, tornam-se menos
atrativas a fungos e insetos.
Na toragem a árvore é desgalhada e traçada em toras de 5 a 6m para facilitar
o transporte.
Também é freqüente serem “falquejadas”, ou seja, lavradas a machado ou a
serra ficando a seção grosseiramente retangular.
No desdobro ou desdobramento – operação final na produção de peças
estruturais de madeira bruta. No desdobro são obtidos os pranchões, pranchas
ou “conçoeiras”, com espessura maior que 7cm e largura maior que 20cm. São
dois os tipos de desdobro:
Desdobro normal: quando as pranchas são tangentes aos anéis de
crescimento.
Desdobro radial: quando as pranchas são retiradas normalmente aos anéis de
crescimento.

O desdobro radial produz prancha de melhor qualidade:


- na secagem, menor contração, menos empenos e rachaduras;
- maior homogeneidade de superfície; resistência uniforme ao longo da peça.
Em contrapartida, maiores são as perdas e maior é o custo. O desdobro radial
é indicado para aplicações especiais: construção aeronáutica, fabricação de
instrumentosmusicais, móveis de estilo,etc.
Concluindo, uma tora pode ser usada como peça estrutural sem estar
completamente desdobrada. Duas alternativas podem então ocorrer: ou se
pretende uma seção com a maior área possível, ou uma peça com o maior
momento resistente. No primeiro caso, interessará o maior
quadrado inscrito na seção da tora. No segundo, será um retângulo com a menor
dimensão igual a 0,50 do diâmetro da tora e a altura igual a 0,82 do mesmo.
Aparelhamento das peças: Serragem e resserragem das pranchas,
executadas com serra circular ou em serra de fita, com um, dois ou três fios de
serra. O documento normativo brasileiro NBR7203: Madeira serrada e
beneficiada especifica os termos utilizados para cada produto e as respectivas
dimensões comerciais.
VII – PROPRIEDADES FÍSICAS DAS MADEIRAS
No Brasil, a ABNT adota no anexo B da NBR 7190/97 a determinação das
propriedades
das madeiras para projeto de estruturas, tendo como objetivos:
a) Indicar como devem ser feitas as seguintes determinações de características
físicas e mecânicas das madeiras: umidade, densidade, estabilidade
dimensional, compressão paralela às fibras, tração paralela às fibras, compressão
normal às fibras,tração normal às fibras, cisalhamento, fendilhamento, flexão, dureza,
resistência ao impacto na flexão, embutimento, cisalhamento na lâmina decola,
tração normal à lâmina de cola e resistência das emendas dentadas e biseladas.
b) Obter dados comparativos, referentes a toras de madeiras, visando
caracterizar as espécies. Para um conhecimento bastante exato, devem ser
ensaiadas pelo menos três toras.Obs: para o cálculo e execução de estruturas
de madeira a ABNT adota a NB-11.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:

2) Variação dimensional da madeira


São as alterações de volume sofridas pelas madeiras quando o seu teor de
umidade varia do ponto de saturação ao ar à condição de seca em estufa.
Também denominada Retração, Inchamento ou “Trabalho”.
• Principais causas
• Ortotropia: decorrência da constituição anatômica
• Direções principais: axial, radial e tangencial
Retração na madeira
Aspectos anatômicos provocam diferentes retrações nas três direções principais:
A contração volumétrica de seca ao ar para seca em estufa é chamada
contração volumétrica parcial e traduz a variação percentual de volume entre
esses dois estágios de umidade.

Determinação das porcentagens de retração e de inchamento


- Porcentagens de retração total ou deformações específicas de retração (_r,j),
com j = 1 para a direção longitudinal; j = 2 para a direção radial e j = 3 para a
direção tangencial, calculadas pela expressão a seguir.
- Idem para determinar as porcentagens de inchamento total ou deformações
específicas de inchamento (_i,j)
Li,sat • dimensão linear, para U igual ou superior ao PS;
Li,seca • dimensão linear, para U igual a 0%.
ÁGUAS DA MADEIRA
1 - Água de Constituição
Está em combinação química com os principais constituintes do tecido
lenhoso. Não pode ser eliminada sem a destruição do material. Não é retirada
na secagem em estufa.

2 - Água de Impregnação
Comparece na madeira úmida impregnada nas paredes celulósicas das
células lenhosas, que são hidrófilas. Essa água provoca inchamento na madeira,
trazendo as variações de volume que o material experimenta. Quandoas paredes
das células estão completamente saturadas de água de impregnação, sem que
a água extravase para os vazios celulares, diz-se que a madeira atingiu o teor
de umidade chamado ponto de saturação ao ar.
3 - Água livre
Água que preenche os vazios celulares, após saturar as paredes das células.
Também chamada água de embebição ou de capilaridade. Quando evapora
por secagem apenas a água livre, a umidade está no ponto de saturação do
ar, já definido e que é 30% de umidade, conforme a espécie. Nem a presença
nem a retirada dessa água livre causam qualquer alteração de volume do
material.
Expressões comuns no que diz respeito ao teor de umidade da Madeira.
Madeira Verde – teor de umidade acima do ponto de saturação ao ar (acima de
30%)
Madeira Semi-seca – 23 < h < 30%
Madeira comercialmente seca - 18 < h < 23%
Madeira seca ao ar – 13 < h < 18%
Madeira completamente seca – h = 0%
A madeira é empregada geralmente para trabalhar com teor de umidade
entre 13 e 17%
(estado seco ao ar); 15% é o teor de referência na determinação das
características do material nos ensaios de laboratório. No entanto, a fim de que
os valores obtidos sejam perfeitamente comparáveis, devem ser corrigidospara
um teor constante de umidade. Esse teor é, convencionalmente, fixado em 15%
e recebe a denominação de teor de umidade normalizado.
Resistência à Compressão Axial das Madeiras
1) Variação com o teor de umidade (peroba-rosa)

2) variação da resistência com a massa específica da espécie


CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA
Bem seca, a madeira é um excelente material isolante de elevada resistividade;
quando úmida é condutora como a maioria dos materiais que contêm sais
minerais.
A madeira seca é, geralmente, um bom material isolante para instalações e
equipamentos de baixa tensão, mas é preciso não esquecer que a umidificação
pode prejudicar sua eficácia, donde a conveniência de pintura e envernizamento
das peças como proteção adequada.Valores médios de resistividade transversal
para as madeiras em geral, em megaohms/cm, conforme o teor de umidade:
Com h = 7% _ 22.000 M /cm
10% _ 600 “
15% _ 28 “
25% _ 0,5 “
A determinação da resistividade permite uma avaliação indireta do teor de
umidade do material. Existem no comércio diversos aparelhos que, baseados
nessa correspondência, possibilitam uma determinação fácil, rápida e
suficientemente precisa do teor de umidade de peças de madeira.

CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A madeira é, termicamente, um mau condutor; sua estrutura celular aprisiona
numerosas pequenas massas de ar e está composta principalmente de celulose,
que é má condutora de calor. Chama-se coeficiente de condutibilidade térmica,
ou de transmissão de calor de um material, o número k de quilocalorias que
atravessa uma área de 1m2 de parede desse material durante uma hora, por
metro de espessura e por grau de diferença de temperatura entre as duas faces
da parede:

Conclui-se que as paredes de madeira são excelentes barreiras térmicas.


Tanto que as casas nos países frios são construídas ou revestidas de madeira.

ISOLAMENTO ACÚSTICO
A propagação do som através de barreiras (parede, laje, etc) determina um
enfraquecimento do nível sonoro; esse enfraquecimento é função logarítmica
do peso da parede. Varia de 14 dB, aproximadamente, para uma parede de 1
kg/m2, até 54 dB para uma parede de 1 t/m2. Os materiais muito leves
apresentam um isolamento da ordem de 2,5 dB por centímetro de espessura.
Obs.: A NB-101 rege o isolamento e absorção acústica. Fixado o nível de som
compatível com o ambiente a ser construído e conhecido o nível de som
exterior, obtém-se, por diferença, a queda de som a realizar-se com paredes e
vedações.

A madeira, material leve, determina apenas uma pequena redução sonora


quando em paredes de vedação. Mesmo os tabiques de contraplacados duplos
dão um mau isolamento acústico (seria preciso encher o vazio com um material
pesado, como areia, por exemplo).

BENEFICIAMENTO DAS MADEIRAS


(Secagem, Preservação e Transformação)
A madeira só pode ser efetivamente considerada um moderno e competitivo
material de construção quando as suas características negativas estão mantidas
sob controle por meio dos processos de beneficiamento seguintes:
a) Secagem das madeiras
O emprego das madeiras exige a obtenção de um grau de umidade nas peças
compatível com o ambiente de emprego, e o mais reduzido possível.
A secagem traz as seguintes vantagens:
1) Diminui o peso do material;
2) A madeira seca torna-se estável – minimiza a retração;
3) Na madeira em que for sendo eliminada a água de impregnação do tecido
lenhoso, a resistência do material aumentará de maneira considerável e progressiva;
4) A madeira seca é mais resistente aos agentes de deterioração;
5) Os produtos de impregnação nos processos de preservação das madeiras,
para atingirem uma penetração satisfatória, exigem determinado estágio de
secagem ou, pelo menos,ausência de água livre;
6) A madeira precisa estar seca para receber pintura ou envernizamento de
proteção. Desenvolvimento da secagem
A secagem processa-se através de uma evaporação superficial, acompanhada
de uma transfusão interna de umidade, do núcleo para a periferia.
A velocidade da evaporação superficial é diretamente proporcional ao
gradiente entre a pressão do vapor d’água no tecido lenhoso do material(pressão
máxima de vapor saturante) e a pressão do vapor d’água do ambiente de
secagem (função da temperatura e do grau higrométrico).
Quando a evaporação superficial, muito rápida, não é acompanhada pela
difusão, as camadas superficiais, além de se tornarem endurecidas e quase
impermeáveis, ficam sujeitas a tensões de retração consideráveis e
diferenciadas em relação ao núcleo das peças. Essa retração superficial,
impedida ou restringida pelo núcleo incompressível, gera tensões de tração na
superfície, que conduzem a deformações (empenos) ou rupturas (fendas),
defeitos de uma secagem mal conduzida.
Obs.: Um procedimento de secagem está bem conduzido quando se atinge
uma perfeita sincronização entre a evaporação superficial e a transfusão interna
da umidade.
A secagem natural dura 3 a 4 meses para atingir equilíbrio com o ambiente,
contra 2 a 3 semanas da artificial (estufas).

b) Preservação ou tratamento
A Lei 4.797, regulamentada pelo Decreto Lei 58.016, tornou “de uso
obrigatório”, em todo o território nacional, em serviços de utilidade pública
explorados por Empresas Estatais, Paraestatais, e Privadas, destinadas aos
transportes ferroviários e rodoviários serviços telefônicos e de fornecimento de
eletricidade, o emprego de madeiras preservadas, especialmente preparadas e
trabalhadas para esse fim.
Os principais processos de preservação podem ser classificados, conforme a
profundidade da impregnação alcançada em:
1) processos de impregnação superficial
2) processos de impregnação sob pressão reduzida
3) processos de impregnação sob pressão elevada.

1) Processos de Impregnação Superficial


Resumem-se em pinturas superficiais ou imersão das peças em preservativos
adequados. São procedimentos de menor custo somente recomendáveis para
peças de madeira seca destinadas a ambientes cobertos, protegidos e sujeitos
a fracas variações higrométricas: telhados residenciais, madeiramentos de
entrepisos e forros, etc. A imersão mesmo rápida, em uma solução preservativa
(sal de Wolmann diluído em água a 4%, por exemplo)será sempre mais
efetivo do que uma simples pintura superficial.
Pode ser conduzida facilmente no canteiro de obras, mergulhando-se as
peças em um tanque calafetado construído com tábuas de madeira.
Penetração : 2 a 3mm. (suficiente ao ataque de insetos).

2) Processos de Impregnação sob pressão reduzida


Processo de 2 banhos (quente e frio) – topos de postes e mourões de cerca.
100oC - 4h. Penetração de 20 a 30mm no impregnante frio.
Processo de substituição da seiva – postes mourões e pontaletes quando
ainda verdes. Duração 6 semanas.
Processo de impregnação por osmose (camada de imunizante – bandagem
de plástico impermeável – pressão osmótica atinge 20 a 30kg/ cm2.

3) Processo de Impregnação sob pressão elevada


Impregnação em autoclaves – mais eficientes. Postes para redes elétricas ,
dormentes, peças imersas em água do mar, etc.
Principais produtos de preservação: Os principais imunizantes são sempre
tóxicos – fungicidas, inseticidas, ou antimoluscos – normalmente diluídos em
um solvente penetrante que pode ser água ou óleo de baixa viscosidade;
podendo ter ainda propriedades impermeabilizantes, retardantes de fogo e
inibidores de retração.
Os preservativos podem ser classificados em:
1 – Óleos preservativos: creosoto de destilação da hulha de alcatrão, de óleos
ou de madeira.
2 – Soluções salinas hidrossolúveis: à base de cobre, cromo e boro (CCB) à
base de cobre e arsênico em solução amoniacal (ACA) à base de cobre, cromo
e arsênico (CCA).
3 - Solução salinas solúveis em óleo: pentaclorofenol diluído em óleos de
baixa viscosidade, por exemplo.
Obs.: Segundo alguns autores o tratamento de preservação efetiva amplia de
4 a 6 vezes a durabilidade natural da espécie.

c) Madeira Transformada
Os processos definitivos e extremos de beneficiamento das madeiras são os
que buscam reestruturação do material com rearranjo de suas fibras resistentes.
Engloba toda a tecnologia de alteração da estrutura orientada visando corrigir
suas características negativas. A transformação da madeira consiste,
genericamente, nos três seguintes procedimentos:
1) Reaglomeração por colagem de finas lâminas desdobradas do material
original: madeira laminada compensada ou contraplacados de madeira
2) Reaglomeração de madeira reduzida a pequenos fragmentos: aparas,
maravalhas, virutas, ou flocos: madeira transformada aglomerada.
3) Reaglomeração de madeira reduzida a fibras: madeira transformada
reconstituída.

1) Madeira Compensada
É formada por folhas de madeira muito finas, coladas entre si com as fibras
não paralelas;usualmente são colocadas perpendicularmente umas às outras.
O caso mais freqüente é o de 3 folhas, podendo ser usadas 5 ou mais folhas,
mas sempre em número ímpar.
As folhas são retiradas da madeira num torno de desenrolar provido de uma
faca que tem o comprimento integral de tora. As folhas tem de 1 a 6 mm de
espessura; (toras de 1m de diâmetro dão uma folha de 1mm com 180m de
comprimento).
Obs.: a chapa de carpinteiro é constituída de sarrafos recobertos por lâminas
de madeira.
Entre os empregos mais importantes da madeira compensada citam-se:
móveis,revestimentos de tetos e paredes, formas para concreto armado, telhas
para cobertura, etc.

2) Madeira Aglomerada
É formada por fitas ou lascas de madeira (palha de madeira), impregnadas
com substâncias antiparasíticas, antipútridas e ignífugas aglomeradas por um
material ligante: cimento, gesso,magnésia sorel ou resinas sintéticas.
É empregada como material de isolamento térmico, absorção acústica e, em
geral, apresentasse na forma de placas, muito usadas para revestir tetos e
paredes.
3) Madeira Reconstituída
A reaglomeração das fibras, lavadas, peneiradas e esparramadas é realizada
em prensas ou rolos aquecidos, sob largo espectro de pressões. Os
aglomerantes são resinas sintéticas fenólicas ou a própria resina natural da
madeira – a lignina – remanescente e preservada, ou mesmo reativada, para
atuar como aglomerante.
Com a variação da pressão durante a fabricação, obtêm-se densidades
diferentes. As placas mais leves (soft-board) são utilizadas para isolamento
térmico e tratamento acústico, ao paço que as mais pesadas (hard-board),
pelas características de resistência, são empregadas principalmente como
elementos de vedação.
Muitos são os produtos industriais que se enquadram nessa categoria:
encontram-se no comércio com os nomes de duratex, eucatex, masonite, etc.
Não se esgotam, entretanto, nos materiais descritos e classificados as
possibilidades de transformação das madeiras. Transformações essas que têm
feito nascer toda uma variedade de novos materiais habilitados a responder às
exigências das novas técnicas de construção e em condições de substituir
outros materiais, até o aço e os metais leves, de custo e aplicação mais
onerosos.

Referencias

Fonte Propria

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