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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX

Arquitetura e Urbanismo
Sistemas estruturais III
Madeiras - Introdução às variáveis de
projeto e aos tipos de peças e esforços.
Prof. Dr. Hugo Mozer Barros Eustáquio
CAMINHADA DE HOJE

01 02
Conceitos iniciais e Principais tipos de Peças
definições importantes. de madeira

03 04
Caracterização de Valores médios usuais de
peças de madeira resistência e rigidez de
serrada. algumas madeiras
Conceitos
01 iniciais e
definições
importantes.
Até onde podemos usar as madeiras?

Estados limites de uma estrutura

Estados a partir dos quais a estrutura apresenta


desempenhos inadequados às finalidades da
construção.

● Estados limites últimos;

● Estados limites de utilização;


Estados límites últimos
Estados que por sua simples ocorrência determinam a paralisação, no todo
ou em parte, do uso da construção.

No projeto, usualmente devem ser considerados os estados limites últimos


caracterizados por:

a) perda de equilíbrio, global ou parcial, admitida a estrutura como corpo rígido;


b) ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais;
c) transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático;
d) instabilidade por deformação;
e) instabilidade dinâmica (ressonância).
O que é uma estrutura hipoestática?
Uma estrutura hipostática é uma estrutura que possui mais apoios do que o
número mínimo necessário para manter o equilíbrio estático.

❖ Um exemplo de uma estrutura que pode se tornar hipoestática é uma viga


contínua que tem um dos apoios removidos. Uma viga contínua é uma viga
suportada em múltiplos pontos, e cada apoio adiciona reações que ajudam a
manter o equilíbrio estático da viga.
❖ Se um dos apoios de uma viga contínua for removido (por exemplo, uma das
extremidades da viga ficar livre em vez de apoiada), a estrutura se tornará
hipoestática. =>Isso ocorre porque a remoção de um apoio reduz o número de
reações e condições de equilíbrio disponíveis para resolver as forças internas
na viga.
Estados limites de utilização
Estados que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos
estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal
da construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da
construção.

No projeto, usualmente devem ser considerados os estados limites de utilização


caracterizados por:

a) deformações excessivas, que afetem a utilização normal da construção,


comprometam seu aspecto estético, prejudiquem o funcionamento de
equipamentos ou instalações ou causem danos aos materiais de acabamento ou às
partes não estruturais da construção;

b) vibrações de amplitude excessiva que causem desconforto aos usuários ou


causem danos à construção ou ao seu conteúdo.
Condições de segurança
A segurança da estrutura em relação a possíveis estados limites será garantida pelo
respeito às condições construtivas e, simultaneamente, pela obediência às
condições analíticas de segurança expressas por:

Sd ≤ Rd

onde a solicitação de cálculo Sd e a resistência de cálculo Rd são


determinadas em função dos valores de cálculo de suas respectivas
variáveis básicas de segurança.
Estabelecimento de classes de madeiras.
Na norma de projeto (7190) foram estabelecidas classes considerando
as propriedades físicas (densidade de massa básica e aparente),
de resistência (compressão paralela às fibras e cisalhamento) e de
rigidez (módulo de elasticidade).

A utilização de classes de resistência elimina a necessidade da


especificação da espécie da madeira, pois em um projeto estrutural
desenvolvido de acordo com essa norma bastará a verificação das
propriedades de resistência de um lote de peças de madeira em relação
com a classe de resistência especificada no projeto.
Três classes de resistência - C 20, C25 e C 30 - para as madeiras de
coníferas (Ex: pinus e pinho-do-paraná)
Módulo de
Resistência à elasticidade na
compressão paralela compressão paralela
às fibras às fibras

Resistência ao
cisalhamento
paralelo às
fibras:
Quatro classes - C 20, C30, C 40 e C 60 - para as madeiras de
dicotiledôneas (Ex: peroba-rosa, ipê, jatobá).
Estabelecimento de classes de madeiras.
O projeto das estruturas de madeira deve ser feito admitindo-se uma das classes
de umidade estabelecidas na norma.

As classes de umidade têm


por finalidade ajustar as
propriedades de resistência
e de rigidez da madeira em
função das condições
ambientais onde
permanecerão as estruturas.
Ações nas estruturas de madeira.
As ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços ou deformações
nas estruturas.
As forças são consideradas como ações diretas e as deformações impostas como
ações indiretas.
As ações podem ser:
a) ações permanentes, que ocorrem com valores constantes ou de pequena
variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção;
b) ações variáveis, que ocorrem com valores cuja variação é significativa durante
a vida da construção;
c) ações excepcionais, que têm duração extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser
consideradas no projeto de determinadas estruturas.
Principais de
02 peças de
madeiras.
Peças de madeira roliças
● A madeira roliça é o produto com menor grau de processamento da
madeira.

● Consiste de um segmento do caule da árvore, obtido por cortes


transversais (traçamento) ou mesmo sem esses cortes (varas: peças
longas de pequeno diâmetro). Na maior parte dos casos, sequer a
casca é retirada.

● Tais produtos são empregados, de forma temporária, em


escoramentos de lajes (pontaletes) e construção de andaimes. Em
construções rurais, é freqüente o seu uso em estruturas de telhado.

● A madeira roliça também é empregada na pré-fabricação das


chamadas log homes
Exemplo: Log home (Casa de madeira)
Obra : Casa na Fazenda
Cálculo Estrutural : Eng. Júlio
Eustáquio de Melo
Arquitetura : James Lawrence Viana
Projeto e Execução : Tora Log Homes
Atualmente a fabrica Tora possui uma
máquina que permite fazer todos os
encaixes e furos automaticamente,
praticamente montando toda a
estrutura de madeira na fábrica, antes
de enviá-la ao cliente.
Madeira utilizada : Eucaliptos
BLOG ESTRUTURAS DE
diversos, entre eles o citriodora, MADEIRA - www.carpinteria.com.br
urophylla, grandis e cloeziana.
Peças de madeira serrada e a normatização
● A madeira serrada é produzida em unidades industriais - serrarias - onde as
toras são processadas mecanicamente, transformando a peça originalmente
cilíndrica em peças quadrangulares ou retangulares, de menor dimensão.

● As principais operações realizadas incluem o desdobro, o esquadrejamento,


o destopo das peças e o pré-tratamento(visa a preservação).

● As serrarias produzem a maior diversidade de produtos: pranchas,


pranchões, blocos, tábuas, caibros, vigas, vigotas, sarrafos, pontaletes, ripas
e outros.
Peças de madeira serrada e a normatização

Esta Norma especifica as dimensões de peças de


madeira serrada, para uso geral, por meio de
intervalos de valores.
Peças de madeira serrada e a normatização
Pranchas e pranchões

No desdobro, a tora sofre cortes longitudinais resultando em peça com duas faces
paralelas entre si, mas com os cantos irregulares (mortos) e com casca.

Vigas e vigotas

As vigas são peças de madeira serrada utilizadas na construção civil.


As vigotas ou vigotes são na verdade uma variação de vigas, de menores
dimensões, apresentando espessura de 40 mm a 80 mm e largura entre 80 e 110
mm.
Peças de madeira serrada e a normatização
Tábuas, Caibros

As tábuas dão origem a quase todas as outras peças de madeira serrada por
redução de tamanho. São gerados a partir de toras, pranchas e pranchões.

Os caibros, ripas e sarrafos têm múltiplas aplicações tanto na construção civil


como na fabricação de móveis.

Os quadradinhos são variações do sarrafo, com menores dimensões, utilizadas


normalmente para confecção de cabos de vassoura e pincéis.
Pranchas
Tábuas
Pontaletes
Sarrafos e
ripas
Usos da madeira na construção civil
Construção civil pesada

Externa

Peças de madeira serrada usadas para estacas marítimas, trapiches, pontes,


obras imersas, postes, cruzetas, estacas, escoras e dormentes ferroviários,
estruturas pesadas, torres de observação e vigamentos.

Interna

Peças de madeira serrada na forma de vigas, caibros, pranchas e tábuas


utilizadas em estruturas de cobertura.
Usos da madeira na construção civil
Construção civil leve externa e leve interna estrutural

Peças de madeira serrada na forma de tábuas e pontaletes empregados em usos


temporários (andaimes, escoramento e fôrmas para concreto) e as ripas e
caibros utilizadas em partes secundárias de estruturas de cobertura.
Usos da madeira na construção civil
Construção civil leve interna decorativa

Peças de madeira serrada e beneficiada, como forros, painéis, lambris e guarnições,


onde a madeira apresenta cor e desenhos considerados decorativos.

Construção civil leve em esquadrias

Peças de madeira serrada e beneficiada, como portas, venezianas, caixilhos.

Construção civil assoalhos domésticos

Compreende os diversos tipos de peças de madeira serrada e beneficiada (tábuas


corridas, tacos, tacões e parquetes).
Caracterização de
03 peças de madeiras
serradas.
Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto, na
execução e no controle das estruturas correntes de madeira, tais como
pontes, pontilhões, coberturas, pisos e cimbres. Além das regras desta
Norma, devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as
exigências peculiares a cada caso particular.
Caracterização completa da resistência da
madeira serrada
A caracterização completa das propriedades de resistência da madeira para
projeto de estruturas, pelos seguintes parâmetros, a serem referidos à
condição-padrão de umidade (U=12%):

a) resistência à compressão paralela às fibras (fwc,0 ou fc,0);

b) resistência à tração paralela às fibras (fwt,0 ou ft,0)

c) resistência à compressão normal às fibras (fwc,90 ou fc,90)

d) resistência à tração normal às fibras (fwt,90 ou ft,90) a ser determinada por


meio de ensaios padronizados;
Caracterização completa da resistência da
madeira serrada
e) resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fwv,0 ou fv,0)

f) resistência de embutimento paralelo às fibras (fwe,0 ou fe,0) e resistência de


embutimento normal às fibras (fwe,90 ou fe,90) a serem determinadas por meio
de ensaios padronizados;

g) densidade básica e a densidade aparente, com os corpos-de-prova a 12% de


umidade.
Caracterização mínima da resistência de
espécies pouco conhecidas
a) resistência à compressão paralela às fibras (fwc,0 ou fc,0);

b) resistência à tração paralela às fibras (fwt,0 ou ft,0);

c) resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fwv,0 ou fv,0);

d) densidade básica e densidade aparente.


Valores médios
usuais de
04 resistência e
rigidez de
algumas madeiras
Valores médios de algumas espécies
Valores médios de algumas espécies
Valores médios de algumas espécies
Exemplo de
caracterização
de madeira.
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@hugombeustaquio

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