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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Civil

TÉCNICAS DE EDIFICAÇÃO B

Profª. Ana Luiza Raabe Abitante


Estruturas de Concreto Armado
Concreto
Características Gerais

O concreto consiste no segundo material


de construção mais utilizado no mundo,
inferior apenas ao consumo de água.

(http://ibracon.org.br)
Principais Motivos

O concreto é um material hidráulico, ou seja,


utiliza a água para adquirir resistência e, quando
resistente, passa a resistir à ação da água.

Como resultado, torna-se especialmente


adequado para uso em:
 fundações;
 canais, barragens, tubulações;
 pavimentações;
 viadutos, pontes;
 muros e outros.
O concreto é um material
passível de ser utilizado em
diferentes formas e tamanhos.
O concreto se apresenta em dois estados:
inicialmente plástico, moldável às formas e,
na medida em que adquire resistência,
passa ao estado endurecido, definitivo.

Estado Plástico Estado Endurecido


O concreto envolve, para a sua confecção,
materiais disponíveis localmente,
especialmente os agregados (areia e brita)
Exceção ao uso de materiais locais pode
ser feita em situações especiais em que
alguma exigência estabeleça o contrário.
Diferentes materiais permitirão igualmente
alcançar a resistência pretendida, porém
com custos diferentes.

Inúmeros níveis de
resistência mecânica.
E-Tower (São Paulo, 2005)
– 42 andares
– fck (pilares sub-solo e térreo)
calculado para 80 MPa
Alcançado:
– fc média = 125 MPa
– fc 28dias = 149 MPa
– fc 63dias = 155 MPa

O aumento da resistência do
concreto permite reduzir a
seção dos pilares e, assim,
aumentar a quantidade de
vagas para estacionamento.
Produção das Estruturas de Concreto Armado

A produção envolve as seguintes fases:


 Projeto da Estrutura;
 Especificação dos Materiais;
 Execução da Estrutura.
FÔRMAS
e
ARMADURAS
FÔRMAS
As formas consistem em estruturas provisórias que
servem para moldar o concreto fresco, resistindo a
todas as ações provenientes das cargas variáveis
resultantes das pressões do lançamento do concreto
fresco, até que o concreto se torne autoportante.

Define a forma
da estrutura

NBR 15696/09
Na medida em que
estabelecem contato
com o concreto, as
fôrmas também
serão responsáveis
pela textura da
superfície, quão lisa
ou rugosa será.
As formas consistem em estruturas provisórias que
servem para moldar o concreto fresco, resistindo a
todas as ações provenientes das cargas variáveis
resultantes das pressões do lançamento do concreto
fresco, até que o concreto se torne autoportante.

Sustentação

NBR 15696/09
estruturas provisórias

Do ponto de vista de suporte, cabe às


formas sustentar o concreto até que o
mesmo atinja resistência suficiente a
manter-se sozinho (se torne autoportante).

Além do peso próprio do concreto, as


formas devem ter capacidade suficiente
para sustentar o conjunto de concretagem
durante as operações de produção
(vibração, equipamentos, operários).
Vibração, equipamentos,
operários.
Importância das Fôrmas

CUSTO
Fôrmas  35 a 50 % da estrutura
Estrutura  10 a 20 % do custo da obra

ESTRUTURAL
Garantia das seções
Garantia de Seções

Exemplo de falta de
rigor no
posicionamento dos
gastalhos levando ao
desalinhamento dos
pilares.
Em consequência,
desperdício de argamassa
que, posteriormente,
precisará ser usada como
“enchimento” para
regularização geométrica.
Exemplo de falta de rigor no
alinhamento das sacadas e
posicionamento dos painéis
que compõem as formas.

Em consequência,
desperdício em argamassa,
posteriormente usada
como “enchimento” para
regularização geométrica.
Estudo realizado em 5 obras de POA,
há alguns anos, identificou:

 desaprumo entre andares


subseqüentes de até 4cm;

 perda média de argamassa de revestimento


entre 40,4% e 152,1% (média de 91,3%);

 perda média de concreto: 13,2%;

 dimensões reais ‡ dimensões projeto.


Medição de espessura de argamassa
de revestimento em caixas elétricas
Tela metálica
entre
camadas de
argamassa
de
revestimento
utilizada
para corrigir
problemas
geométricos.
Projeto de Fôrmas

NBR 15696/09 - Formas e Escoramentos para


Estruturas de concreto:

Projeto, Dimensionamento e
Procedimentos executivos.
Antes de 2009, não existia norma brasileira
para dimensionamento de fôrmas.

O dimensionamento
das fôrmas se baseava
nos métodos
concebidos para
estruturas definitivas
e não estruturas
provisórias, o que
levava a um
superdimensionamento.
Projeto de Formas
Resultava que cada empresa construtora
adotava conceitos e premissas
baseados na experiência sem gerar
um Projeto Formal.
Segundo a NBR 15696, o
projeto de fôrmas deve:

 Especificar os materiais utilizados;

 Definir exatamente
o posicionamento
de todos os
elementos;
 Mencionar os critérios adotados para o
dimensionamento, como pressão do
concreto, etc.;

 Detalhar as fôrmas com plantas, cortes,


vistas, etc. de modo a não deixar dúvidas
quanto a sua correta execução.

Em obra, se cumpre o
que o projeto determina!
O projeto formal considera o
reaproveitamento do material!
O canteiro de obras deve viabilizar o
reaproveitamento das formas,
organizando-as quando da sua remoção.
O projeto de fôrmas é um O cálculo é
projeto especializado, elaborado variável conforme
por empresas que dispõem de o material utilizado
capacitação específica. nas fôrmas.
Componentes
dos
Sistemas de Fôrmas
Molde  elementos que entrarão
em contato com o concreto.
Funções do molde:
atribuir a forma
desejada e,
também, será
responsável pela
textura do concreto.
Estrutura  consiste em um reticulado
de madeira ou metal.

Molde Estrutura

Função da estrutura:
conferir rigidez ao
molde de modo que
ele não se deforme
ou se desloque da
posição prevista.
Escoramento  são elementos verticais ou
inclinados capazes de transmitir cargas à
base e manter o elemento a ser concretado
na posição desejada, sem deformações.

Escoramento
inclinado

Escoramento vertical
Acessórios  elementos diversos como travas,
tirantes, cantoneiras, etc. com o objetivo de
travar ou regular os demais componentes do
sistema de formas.

acessórios
Materiais para Fôrmas
Madeira
Madeira
Serrada
Tábua (2,5x30; 2,5x20cm)
Guia (2,5x15cm)
Sarrafo (2,5x10; 2,5x7; 2,5x5cm)
Caibros (8,0x8,0; 5,0x8,0cm)
Bruta
Escora (Ø 7 a 12cm)
Compensada
Painéis de 110 x 220 ou 122 x 244mm
e espessuras de 6;10;12;14;18;20mm
Resinado ( 5 x)
Plastificado ( 7 a 30 x)
Compensado Plastificado
(aproveitamento  7 a 30 x)

Compensado Resinado
(aproveitamento  5 x)
Aço
 Grande precisão nas
dimensões finais;
 Excelente
acabamento;
 Se em pequena
espessura (2 mm) 
leve;
 Pouco deformável;
 Custo elevado 
viável para 200 a 500
utilizações.
Alumínio

 leve (1/4 do aço para


mesma resistência)
 deformação (3x aço)
 custo elevado
(4 a 5x maior que o
equivalente em aço)
Plástico reforçado com fibra de vidro

 bom
acabamento
 custo mais
elevado que
a madeira

Próprio
para lajes
nervuradas.
Cubetas
Pode-se
alugar as
cubetas.

Laje Nervurada
Poliestireno Expandido (EPS)

Próprio para lajes nervuradas


 leve
Visualização
inferior da laje
nervurada
com forma de
EPS.

 forma tipo “caixão perdido”, ou seja,


permanece no local;
 o EPS permite aplicação de revestimento
argamassado ou pintura.
Papelão

 nenhuma
reutilização;
 exige
cuidado com
esforços e
vibração
(observar
limites).
Própria para:
 elementos circulares
 lajes nervuradas
Exemplos de formas de
papelão para pilares

Exige que o calculista


conceba o pilar conforme
os diâmetros de forma
disponíveis no mercado.
Aparência do
concreto após
retirada da
forma.
Lajes pré-moldadas
Vigota de concreto e
Tavela cerâmica ou de concreto
Vigota

Tavela
cerâmica
Sistema de Formas Misto

Moldes e Estrutura Escoramento


em madeira metálico

Pilares
Vigas Sustentação
Lajes
Outros
locado

produzidos
em obra
Sistema Misto

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