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CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS

As madeiras distinguem-se pela estrutura celular dos troncos e não


propriamente pela resistência, ou seja, são classificadas pela sua estrutura
interna em:
 Madeiras duras: provenientes de árvores frondosas, de crescimento
lento como peroba, ipê, aroeira, carvalho etc. As mesmas perdem suas
folhas no outono.
 Madeiras macias: provenientes em geral das árvores coníferas de
crescimento rápido, como o pinheiro-do-paraná, pinheiro-bravo,
pinheirinho, pinheiros europeus e norte-americanos etc. Mantem as folhas
suas folhas verdes todo o ano.
ESTRUTURA E CRESCIMENTO DAS MADEIRAS
A seção transversal de um tronco de árvore apresenta as seguintes
camadas:

 Casca: proteção externa da árvore, formada por uma camada externa


morta, de espessura varia com a idade e as espécies;
 Alburno ou branco: camada formada por células vivas que conduzem a
seiva das raízes paras as folhas;
 Cerne ou durâmen: com o crescimento, as células vivas do alburno
tornam-se inativas e constituem cerne, de coloração mais escura,
passada a ter apenas função de sustentar o tronco;
 Medula: tecida macio, em torno do qual se verifica o primeiro crescimento
da madeira, nos ramos novos.
MICROESTRUTURA E ESTRUTURA MOLECULAR DA MADEIRA
Nas madeiras macias 90% do volume é composto fibras longitudinais, que
se distribuem em anéis, correspondentes aos ciclos anuais de crescimento. Os
principais elementos constituintes apresentam-se nas seguintes porcentagens
aproximadas: carbono 50%, oxigênio 44%, hidrogênio 6%.
PROPREIENDADES FISICAS DAS MADEIRAS
 ANISOTROPIA
Por ser um material anisotrópico apresenta três direções principais:
longitudinal, radial e tangencial. Não possui simetria de propriedades em torno
de qualquer eixo.

PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRAS


 Umidade
A faixa de variação da umidade das madeiras verdes tem como limites
aproximados 30% para as madeiras mais resistentes e 130% para as mais
macias.
A umidade está presente na madeira de duas formas:
-água no interior da cavidade das células ocas (fibras) e
-água absorvida nas paredes das fibras.

 RETRAÇÃO DA MADEIRA: As madeiras sofrem retração ou inchamento


com variação da umidade entre 0% e o ponto de saturação das
fibras(30%), sendo a variação dimensional aproximadamente linear.
 DETERIORAÇÃO DA MADEIRA: A madeira está sujeita à deterioração
por diversas origens, dentre as quais se destacam: ataque biológico e
ação do fogo.

DEFEITOS DAS MADEIRAS


As peças de madeira utilizadas nas
construções apresentam uma série de
defeitos que prejudicam a resistência, o
aspecto ou a durabilidade. Os defeitos
podem provir da constituição do tronco ou
do processo de preparação das peças. A
seguir, descrevem-se os principais
defeitos da madeira.
Os principais defeitos da madeira são:
Nós: Imperfeição da madeira nos pontos
dos troncos onde existiam galhos. Nós
nos, as fibras longitudinais sofrem desvio
de direção, ocasionando redução na
resistência à atração.
Fendas: Aberturas nas extremidades das
peças, produzidas pela secagem mais
rápida da superfície; ficam situadas em
planos longitudinais radias, atravessando
os anéis de crescimento. Esse defeito
pode ser evitado mediante a secagem
lenta e uniforme de madeira.
Gretas ou ventas: Separação entre os anéis anuais, provocada por tensões
internas devidas ao crescimento lateral da árvore, ou por ações externas, como
flexão devida ao vento.
Abaulamento: Encurvamento na direção longitudinal, isto é, do comprimento da
peça.
Fibras reversas: Fibras não paralelas ao eixo da peça. Elas podem ser
provocadas por causa naturais ou por serragem. As mesmas reduzem a
resistência da madeira.
Esmoada ou quina morta: Canto arredondado, formado pela curvatura natural do
tronco. A quina morta significa elevada proporção de madeira branca.

PROPRIEDADES MECÂNICAS
As propriedades físicas e mecânicas das espécies de madeiras são
determinadas por meio de ensaios padronizados em amostras sem defeitos. De
acordo com a NBR 7190, para se ter a caracterização completa da madeira para
uso em estruturas devem ser feitos os seguintes ensaios:

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO SEGUNDO A NBR 7190


 Combinação de ações normais, de construção e especiais:

 Combinação de ações excepcionais:

Os valores numéricos dos coeficientes 𝛾𝑓 encontram-se na Tabela 3.6 e


os dos coeficientes 𝜓0 na Tabela 3.7. No caso de combinações de construção
especiais e excecionais em que a ação 𝑄1 de base da combinação tiver tempo
de atuação muito pequeno, o coeficiente 𝜓0 pode ser tomado igual ao coeficiente
𝜓2 da Tabela 3.7.
Resistência de Projeto Rd
A tensão resistente de projeto 𝑓𝑑 de uma peça de madeira é calculada
pela a equação:


A resistência característica 𝑓𝑘 é obtida por meio de ensaios padronizados
de curta duração (entre 3 e 8 min) em corpos-de-prova isentos de defeitos, com
grau de umidade padrão igual a 12%. O coeficiente 𝑘𝑚𝑜𝑑 , ajusta os valores da
resistência característica em função da influencia de diversos fatores na
resistência da madeira, é obtido pelo produto:
Da mesma forma que a norma europeia EUROCODE 5, a norma brasileira
NBR 7190 introduziu o sistema de Classes de Resistência para simplificar a
especificação do material na fase de projeto.

ESTADO LIMITE DE ULTILIZAÇÃO


A NBR 7190 define quatro tipos de combinação para os estados limites
de utilização a serem adotados em função do rigor com que se pretende limitar
as deformações.
 Combinação de Longa Duração:
 Combinação de Média, Curta e Instantânea Duração:

PEÇAS TRACIONADAS

Diversos sistemas estruturais possuem peças tracionadas:


• Tirantes ou pendurais;
• Contraventamento de pórticos;
• Hastes de Treliça;

A madeira possui boa resistência à tração na direção paralela às fibras;

• O ponto crítico para o


dimensionamento fica nas
emendas ou ligação de
extremidade das peças!
• Condição de segurança:

Além desta condição, a NBR7190 determina que a esbeltez da peça seja


inferiora 170.
A tensão solicitante de projeto (𝜎") é máxima quando se considera a área
líquida nas seções de ligação.
• Área Líquida nas Seções de Ligação
Ligação com pregos: descontar o diâmetro do prego vezes a espessura da
peça; para pregos com diâmetro inferior a 6 mm instalados sem pré-furação
não há redução de área (EUROCODE 5).
Ligação com parafuso:

Ligação com conector de anel:


Exemplo:

PEÇAS COMPRIMIDAS - FLAMBAGEM


Ao ser comprimida axialmente, uma coluna esbelta apresenta uma
tendência ao deslocamento lateral. Este tipo de instabilidade, denominado
flambagem por flexão, se caracteriza pela interação entre o esforço axial e a
deformação lateral, de tal forma que a resistência final da coluna depende
não apenas da resistência do material, mas também de sua rigidez à flexão,
EI.
• Comprimentos de flambagem:

O índice de esbeltez determina três tipos de coluna para os quais a norma


NBR7190 atribui os seguintes limites:

• Peças Curtas
Compressão simples Flexão composta reta Flexão composta obliqua

• Peças Medianamente Esbeltas

Com Md e Nd calculam-se, respectivamente, as tensões e verefica-se a condição


de segurança à compressão com flambagem pera equação de interação linear:
• Peças Esbeltas:

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