Você está na página 1de 26

Aula 5 – Tesouras de madeira 1

Disciplina: Prop. mecânicas e fundamentos das estrut. madeira

TESOURAS DE MADEIRA

GRADUAÇÃO
3º Florestal

AULA

05
Prof. Adriano Wagner Ballarin
Aula 5 – Tesouras de madeira 2

PLANO DE AULA
1. Introdução
1.1 Definições (treliça, nós, barras, articulações)
1.2 Partido arquitetônico e partido estrutural

2. Tipologia das tesouras de madeira


2.1 Geometria
2.2 Nomenclaturas
2.3 Traçado

3. Detalhamento das tesouras de madeira


3.1 Telhados com telhas cerâmicas
3.2 Telhados com telhas de fibrocimento
3.3 Emendas e ligações

4. Projeto de tesouras de madeira


4.1 Definição geométrica
4.2 Definição dos carregamentos
4.3 Determinação dos esforços solicitantes
4.4 Dimensionamento dos elementos
4.5 Dimensionamento das ligações
4.6 Contraventamento
4.7 Detalhamento

5. Bibliografia para aprofundamento no tema

1. INTRODUÇÃO
Aula 5 – Tesouras de madeira 3

DEFINIÇÕES

TESOURA
treliça plana destinada ao suporte de uma cobertura

TRELIÇA
estrutura linear composta de barras retas ligadas por
articulações

TESOURA
Barra 6-8

nó 6
4 8
2 10
11 12
3 5 7 9 11

L – vão livre

HIPÓTESES BÁSICAS
• os nós da tesoura são articulações perfeitas
• o peso próprio das barras encontra-se concentrado em suas
extremidades (nós)
• as ações são aplicadas somente nos nós da tesoura
• a geometria da tesoura não varia com o carregamento

barras solicitadas somente por forças normais


(tração e compressão)
2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS
GEOMETRIA
Aula 5 – Tesouras de madeira 4

cobertura
telhado

colunas caibros
de e ripas
madeira
tesoura

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


GEOMETRIA
Aula 5 – Tesouras de madeira 5

• partido arquitetônico
geometria
• partido estrutural

Cobertura com 1 água Cobertura com 2 águas

Cobertura tipo lanternim Cobertura tipo “shed”


(vista longitudinal)

Cobertura em arco”

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


NOMENCLATURA DAS BARRAS
Aula 5 – Tesouras de madeira 6

6
4 8
2 10
1 12
3 5 7 9 11

Banzo superior Banzo inferior


Perna Linha
Loró Tirante
Arrochante

Montante Diagonal
Pendural Escora

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


TRAÇADOS
Aula 5 – Tesouras de madeira 7

TRELIÇA HOWE
TIPO MAIS COMUM – vãos até 18 m

TRELIÇA PRATT
DIAGONAIS INVERTIDAS – vãos de 18 m a 30 m

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


TRAÇADOS
Aula 5 – Tesouras de madeira 8

TRELIÇA BELGA
VARIANTE DA TRELIÇA PRATT – vãos de 18 m a 25 m

TRELIÇA FINK (ou POLONCEAU)


VARIANTE DA TRELIÇA BELGA – vãos de 20 m a 30 m

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


TRAÇADOS
Aula 5 – Tesouras de madeira 9

TRELIÇA BOWSTRING
BANZO SUPERIOR POLIGONAL – vãos de 15 m a 25 m

Banzo superior em peça laminada colada

2. TIPOLOGIA DAS TESOURAS


TRAÇADOS

TRELIÇA PARA ARQUIBANCADA


MEIA TESOURA – vãos menores que 20 m
Aula 5 – Tesouras de madeira 10

ARCO TRELIÇADO

3. DETALHAMENTO DO TELHADO
Aula 5 – Tesouras de madeira 11

TESOURA
Espaçamento MEIA TESOURA
entre tesouras (extremidade)

trama

ESPAÇAMENTO ENTRE TESOURAS

Tipo de telha Afastamento entre tesouras


Cerâmica entre 2,50 m e 3,00 m
Fibrocimento entre 3,00 m e 5,00 m
Metálica entre 3,00 m e 6,00 m

TRAMA

Armação de madeira, constituída de diferentes níveis de peças


diferenciadas, posicionadas em direções perpendiculares, para
assentamento e acomodação das telhas
3. DETALHAMENTO DO TELHADO
Aula 5 – Tesouras de madeira 12

TRAMA

TRAMA

3. DETALHAMENTO DO TELHADO
TRAMA
terça
Telhados com telhas cerâmicas caibro
Aula 5 – Tesouras de madeira 13

ripa
Telhados com telhas de fibrocimento
terça
Telhados com telhas metálicas

ripa caibro

Terça

TESOURA

Espaçamento entre terças


tipo de telha elemento seção usual espaçamento
usual
terça 6 cm x 12 cm 150 cm
6 cm x 16 cm
Cerâmica caibro 5 cm x 6 cm ≅ 50 cm
6 cm x 6 cm
ripa 1,2 cm x 5 cm ≅ 35 cm
1,5 cm x 5 cm
Fibrocimento terça 6cm x 12 cm 169 cm
6cm x 16 cm
Metálica terça 6cm x 12 cm > 200 cm
3. DETALHAMENTO DO TELHADO
TELHADO COM TELHAS CERÂMICAS
TELHA FRANCESA TELHA ROMANA

declividade mínima : 35% declividade mínima : 30%


consumo por m2 : 16 unidades consuma por m2 : 16 unidades
peso por m2 : 54 kg peso por m2 : 58 kg
Aula 5 – Tesouras de madeira 14

3. DETALHAMENTO DO TELHADO
TELHADO COM TELHAS FIBROCIMENTO

• FIBROCIMENTO Î
CIMENTO + FIBRAS MINERAIS DE AMIANTO

• VÁRIOS FORMATOS E TIPOS DE TELHAS

ondulada

perfil D
(canalete 49)
Aula 5 – Tesouras de madeira 15

perfil E
(canalete 90)

perfil F
(ondulada)

3. DETALHAMENTO DO TELHADO
TELHADO COM TELHAS FIBROCIMENTO

espessura peso molhado


(mm) (kgf/m2)
5 15
6 18
8 24

telha espes. inclin. comprim vão máx.


(mm) mín. (%) (m) (m)
5 0,91 a 2,44 1,69
ondulada 6 9 0,91 a 3,66 1,69
Aula 5 – Tesouras de madeira 16

8 0,91 a 3,66 1,99


perfil D 8 3 2,00 a 7,50 5,50
perfil E 8 3 3,00 a 9,20 7,00
perfil F 8 9 1,85 a 4,60 5,00

3. DETALHAMENTO DO TELHADO
EMENDAS E LIGAÇÕES
caibros
cumeeira

terças

ripas frechal

parede

detalhes

chapa V

estribo grampo ou abraçadeira


Aula 5 – Tesouras de madeira 17

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA

DADOS GERAIS

• planta de arquitetura (comprimento da edificação, portas e


portões, outras aberturas, caixilhos, fechamento lateral, etc.)
• tipo de ocupação da edificação
• região de implantação da obra

Inclin. (%)

altura

vão livre

DEFINIÇÃO GEOMÉTRICA DA TESOURA

• CLASSE DE RESISTÊNCIA DA MADEIRA


• PARTIDO ESTRUTURAL (VÃO LIVRE, TIPO DE TESOURA,
TIPO DE TELHA, ESPAÇAMENTO ENTRE TESOURAS)
• GEOMETRIA DAS BARRAS DA TESOURA
Aula 5 – Tesouras de madeira 18

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA

DEFINIÇÃO DOS CARREGAMENTOS

• AÇÃO PERMANENTE

• Telhas

• madeira Î pré-dimensionamento

• peças metálicas (3% do peso da madeira)

(diferença máxima de 10% entre o peso final


e o peso admitido inicialmente)

• AÇÕES VARIÁVEIS

• sobrecargas de utilização Æ NBR 6120

• ação do vento Æ NBR 6123

CARGAS NOS NÓS DA TESOURA


PARA AS DIFERENTES AÇÕES
Aula 5 – Tesouras de madeira 19

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA

DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES

• cargas aplicadas nos nós


• estrutura isostática

métodos algébricos (equilíbrio de nós, Ritter)


métodos gráficos (plano cremona)
métodos computacionais (ANSYS, SAP2000)

ESFORÇOS SOLICITANTES NAS BARRAS (daN)

Exemplo:
Barra Ação Ação variável (vento)
Permanente Sobrepressão Sucção
1-2 -2649 -1267 6731
4-6 -2156 -1129 5994
1-3 2386 1235 -6558
Aula 5 – Tesouras de madeira 20

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA


DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES

COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTOS

E. L. ÚLTIMO

Ação vertical como ação principal

= ∑ γ GiG i, k+γ Q [Q k+ψ 0 W k ]


m
Fd
i =1

γGi = 1,4 γQ = 1,4 ψ0 = 0,5

Vento como ação principal

= ∑ γ GiG i, k+γ Q [0,75W k+ψ 0 Qk ]


m
Fd
i =1

comb. desfavorável :γGi = 1,4 γQ = 1,4 ψ0 = 0,4


comb. favorável :γGi = 0,9 γQ = 1,4 ψ0 = 0,4

E. L. UTILIZAÇÃO
m n
Fd = ∑ FGi, k + ∑ ψ 2FQj, k
i =1 j=1

ação variável vertical ψ0 = 0,2


ação variável vento ψ0 = 0,0

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA


Aula 5 – Tesouras de madeira 21

DETERMINAÇÃO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES

DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS

• COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS

FLEXO-COMPRESSÃO
PEÇAS COMPOSTAS

• COMPRESSÃO NORMAL ÀS FIBRAS

• COMPRESSÃO INCLINADA EM RELAÇÃO ÀS FIBRAS

• TRAÇÃO PARALELA ÀS FIBRAS

DIMENSIONAMENTO DAS LIGAÇÕES

• PARAFUSOS

• PREGOS
Aula 5 – Tesouras de madeira 22

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA


DETALHAMENTO

Esquema geral da tesoura (esc. 1:10; 1:50 ou 1:100)


Aula 5 – Tesouras de madeira 23

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA


DETALHAMENTO

Arranjo básico da tesoura (esc. 1:10; 1:50)


Aula 5 – Tesouras de madeira 24

4. PROJETO DE TESOURAS DE MADEIRA


DETALHAMENTO

Detalhes das ligações de contraventamento (esc. 1:10; 1:50 ou 1: 100)


Aula 5 – Tesouras de madeira 25

5. BIBLIOGRAFIA
SUGESTÕES PARA APROFUNDAMENTO NO TEMA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190:


Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro: ABNT,
1982.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190:
Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. 107 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações
e segurança nas estruturas. Rio de Janeiro: ABNT, 1984.
BALLARIN, A.W.; RIBEIRO, A.B. Variação da resistência à compressão
paralela às fibras da madeira de E. citriodora com a umidade. In:
ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE
MADEIRA, 6, 1998, Florianópolis.. Anais ... Florianópolis: IBRAMEM,
1998. v.3, p.229-240.
BALLARIN, A.W., TARGA, L.A., SOBRAL, L.M. Variação do módulo de
elasticidade com o tempo para as madeiras de Eucalyptus citriodora e
Pinus elliottii. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE INGENIERIA
RURAL - CLIR, 1998, La Plata. Actas (CD-ROM)... La Plata: ASAE/
INTA/ ALIA, 1998.
BALLARIN, A.W.; TARGA, L.A.; SOBRAL, L.M. Fluência em peças fletidas
de E. citriodora e Pinnus elliottii submetidas a níveis de carregamento
elevados. In: ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM
ESTRUTURAS DE MADEIRA, 6, 1998, Florianópolis. Anais ...
Florianópolis: IBRAMEM, 1998. v. 1, p.110-120.
CALIL, C. JR., BALLARIN, A.W., MARTINELLI, E. Fluência em peças
fletidas de madeira In: ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM
ESTRUTURAS DE MADEIRA, 5, 1995, Belo Horizonte. Anais ... Belo
Horizonte: IBRAMEM, 1995. v. 2, p.131-142.
Aula 5 – Tesouras de madeira 26

CALIL JR., C., BARALDI, L.T., STAMATO, G.C., FERREIRA, N.S.S.


Estruturas de madeira. São Carlos: EESC – Universidade de São Paulo,
1999. (Apostila da disciplina SET 406 – Estruturas de madeira)
GESUALDO, F.A.R. Estruturas de madeira. Uberlândia: UFU –
Universidade Federal de Uberlândia, 1999. (Apostila – Notas de aula).
91p.
SALES, A., LAHR. F.A.R. Características de resistência mecânica de
espécies de eucalipto do Estado de São Paulo. In: ENCONTRO
BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE MADEIRA, 4,
1992, São Carlos. Anais ... São Carlos: LaMEM, EESC, USP, 1992.
v.3., p.91-101.
SALES, J.J., GONÇALVES, R.M., MALITE, M. Sistemas estruturais:
segurança nas estruturas. São Carlos: EESC – Universidade de São
Paulo, 1993. (Apostila da disciplina SET 403 – Sistemas estruturais)

Você também pode gostar