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Comparativo entre métodos para

Estimativa da capacidade de
Carga de Fundações Profundas

FUNDAÇÕES
Aoki – velloso
Décourt - Quaresma
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

O método Aoki-Velloso corresponde a


uma expressão semi-empírica para
determinação das cargas
em estacas de fundações
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Este método foi apresentado em contribuição ao 5º


Congresso Panamericano de Mecânica
dos Solos e Engenharia de Fundações realizado em Buenos
Aires, 1975 (Aoki e Velloso, 1975).
Este método foi originalmente concebido a partir de
correlações entre os resultados dos
ensaios de penetração estática (cone, CPT) e dinâmicos
(amostrador, SPT).
Os autores partiram de correlações estabelecidas para os
solos brasileiros entre o N e a
resistência UNITÁRIA de ponta RP em Kgf/cm2, pode-se
escrever:
RP = K . N
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Para K (em Kg /cm2)foram determinados inicialmente os


seguintes valores (Costa Nunes e Velloso, 1969):
Tabela 2.1
TIPO DE SOLO K
Argilas, argilas siltosas e siltes argilosos 2,0
Argilas arenosas e siltes arenosos 3,5
Siltes arenosos 5,5
Areias argilosas 6,0
Areias 10,0
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Para a resistência UNITÁRIA por atrito lateral local no


ensaio do cone, preferiu-se adotar
correlações estabelecidas por Begemann (1965) entre este
parâmetro e a resistência de ponta:
R 1 = α . RP
Tabela 2.2

TIPO DE SOLO α (%)


Areias finas e médias 1,2 - 1,6
Areias siltosas 1,6 - 2,2
Siltes areno-argilosos 2,2 - 4,0
Argilas > 4,0
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

O conhecimento dessas correlações permite a estimativa dos


parâmetros correspondentes
para uma estaca pelas expressões:

Os coeficientes F1 e F2 levam em
consideração a diferença de
comportamento entre a
estaca (protótipo) e o cone
(modelo). Seus valores foram
determinados por comparações
com
resultados de provas de carga:
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Os valores de F1 e F2 foram inicialmente avaliados para


estacas Franki, Metálica, Premoldada
de concreto e depois escavada sem distinção do diâmetro.
Posteriormente estes valores
foram reavaliados (1988) e sugeridos novos
parâmetros para outras estacas.
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Tabela 2.3
TIPO DE SOLO F1 - reavaliados (1988) F2 - reavaliados (1988)
Franki 2,5 5,0 - 2,0
Metálica 1,75 - 1,7 3,5 - 3,0
Premoldada de conc. D < 60 cm 1,75 - 1,9 3,5 - 1,4
Premoldada de conc. D > 60 cm 2,5 1,4
Escavada D < 60 cm 3,0 - 6,1 6,0 - 5,2
Strauss 4,2 3,8

Observa-se que na versão original a relação entre coeficientes


foi de F2/F1=2, exceto para
as estacas strauss. Em uma segunda versão foram publicados
os seguintes valores para F1 e F2:
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

A fórmula geral para o cálculo da capacidade de carga é:

PR = ∆p.K.N/F1 + . ∆1. α.K.N/F2

Onde:
△p = área da ponta ou base da estaca;
U = perímetro da seção transversal da estaca;
Ca = cota de arrasamento;
Cp = cota da ponta.
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Partindo das tabelas 2.1 e 2.2 foram estabelecidos para K e α


os valores constantes da tabela 2.4.
(obs.: l Kg /cm^2 = 100 KPa = 0,1 MPa)
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO
Tabela 2.4 - Coeficientes K e a
TIPO DE SOLO K (Kgf/cm2) - reavaliados (1988) a (%) – reavaliados(1988)
Areia 10,0 - 6,0 1,4
Areia siltosa 8,0 - 5,3 2,0 - 1,9
Areia silto argilosa 7,0 - 5,3 2,4
Areia argilosa 6,0 - 5,3 3,0
Areias argilo-siltosa 5,0 - 5,3 2,8
Silte 4,0 - 4,8 3,0
Silte arenoso 5,5 - 4,8 2,2 - 3,0
Silte areno-argiloso 4,5 - 3,8 2,8 - 3,0
Silte argiloso 2,3 - 3,0 3,4
Silte argilo-arenoso 2,5 - 3,8 3,0
Argila 2,0 - 2,5 6,0
Argila arenosa 3,5 - 4,8 2,4 - 4,0
Argila areno-siltosa 3,0 - 3,0 2,8 - 4,5
Argila siltosa 2,2 - 2,5 4,0 - 5,5
Argila silto-arenosa 3,3 - 3,0 3,0 - 5,0
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor
final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas
áreas correspondentes:

Pbu = Abase X qu ⟶ resistência de ponta.

Psu = Afuste X fu ⟶ atrito lateral médio.


MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

A profundidade de assentamento da base ou ponta da estaca


é aquela, como recomenda a Norma
de Fundações NBR – 6122/96, correspondente a uma carga
de ruptura mínima de pelo menos
duas vezes a carga admissível (útil) da estaca. Ou seja:
Adota-se no método o Fator de Segurança
igual a 2.
Ru > 2 x Carga útil da estaca
MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

Utilização em cálculo de tubulões: (Cintra e outros, 2003)


* Considera exclusivamente a resistência de base
* Aplica-se um fator de segurança mínimo de 3 por se tratar de
caso em que se considera
exclusivamente a resistência de base (NBR 6122/96)
* O coeficiente F1 para estaca escavada pode ser considerado
igual a 3, de acordo com Aoki e
Alonso (1992), apud Cintra e Aoki (1999)
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

Em 1978 os Engs. Luciano Décourt e Arthur Quaresma


apresentaram ao 6º Congresso
Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia de
Fundações um método para a determinação da
capacidade de carga de estacas a partir de valores de SPT
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

1. Generalidades
Há vários anos, vem o primeiro autor utilizando os valores de
SPT para avaliar, tanto a
resistência por atrito lateral de estacas, quanto sua resistência
de ponta. Os coeficientes então
utilizados eram fruto apenas de experiência profissional, sem
nunca terem sido confrontados, de
forma sistemática, com dados fornecidos por provas de carga.
2. Processo de Cálculo
O processo ora apresentado leva em conta os valores de SPT
além de, no caso da resistência de ponta, o tipo de solo.
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
Para a estimativa da resistência UNITÁRIA lateral propôs
inicialmente a utilização da Tabela I, considerando os valores
médios de SPT ao longo do fuste, sem levar em conta aqueles
utilizados para a estimativa da resistência de ponta.
Nenhuma distinção é feita quanto ao tipo de solo.
(obs.: l Kg /cm2 = 10t/ m2 = 100 KPa = 0,1 MPa)

TABELA I
SPT ADESÃO
(médio ao longo do fuste) (t/m2)
≤3 2
6 3
9 4
12 5
≥ 15 6
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
Para a estimativa da resistência UNITÁRIA de ponta (em
t/m2) utiliza-se a seguinte expressão:
qp = C.N.
onde: C é um coeficiente tirado da Tabela II e N é a
resistência a penetração (SPT),
tornando o valor médio entre correspondente à ponta da
estaca, o imediatamente anterior e o
imediatamente posterior.
TABELA II
SOLO C (t/m2)
Argilas 10
Siltes (alt. de rocha) 30
Areias 50
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
3. Análises Efetuadas
Foram consideradas 41 provas de carga executadas pelo
segundo autor para serem confrontadas com os valores
obtidos pelo processo acima indicado. Os valores obtidos
confirmaram, em linha gerais, os dados da Tabela I e nos
levaram a rever a Tabela II. Na Tabela III são apresentados os
dados considerados mais adequados.

TABELA III
SOLO C (t/m2)
Argilas 12
Siltes argilosos (alt. de rocha) 20
Siltes arenosos (alt. de rocha) 25
Areias 40
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

Este método foi, posteriormente (Quaresma e outros, 1996),


estendido para outros tipos de estacas também muito utilizadas e
mais recentemente difundidas, não indicadas inicialmente. Para
tanto, são considerados os parâmetros “” e “b” a seguir
relacionados (Tabela abaixo). Estes valores são de majoração ou
de minoração, respectivamente para a resistência de ponta e para
a resistência lateral.
Neste caso, a expressão geral para a determinação da carga de
ruptura da estaca é dada por:
Qu = α. qp . Ap +β. qs . As
(veja que as parcelas de ponta e atrito ficaram multiplicadas por
alfa e beta, respectivamente) ou ainda,
Qu = α. K. Nspt p . Ap + 10 . β . [(Nspt s/3 + 1) . As]em kN/m2
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

onde:
Nsptp : Nspt na ponta da estaca (valor médio entre
correspondente à ponta da estaca, o
imediatamente anterior e o imediatamente posterior)
Nspt s : Nspt ao longo do fuste da estaca
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor
final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas
áreas correspondentes, como no método de Aoki-Velloso.
Para o cálculo da carga admissível (útil) da estaca deve-se
adotar os Fatores de Segurança sugeridos pelos autores.
Utilização em cálculo de tubulões: (Cintra e outros, 2003)
* Considera exclusivamente a resistência de base
* Aplica-se um fator de segurança mínimo de 4 de acordo com
a recomendação dos autores para a resistência de base.
MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA
Curiosidade
Conclusão

O método de Aoki-Velloso (1975) mostra-se mais


conservador tanto para a variação do diâmetro, quanto
para a variação da cota de apoio. Porém, para a carga de
ruptura sofre um incremento muito maior, quando o
comprimento da estaca é aumentado, quando comparado
com os incrementos promovidos pelo aumento do
diâmetro. Em contrapartida, os valores de carga de ruptura
são muito superiores, quando os diâmetros sofrem
variação.
BIBLIOGRAFIA

repositorio.unesc.net/bitstream/handle/1/.../Heriberto%20Pag
nussatti.pdf?...‎
www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/04.pdf‎
www.helix.eng.br/downloads/estacas_(6).pdf‎
www.ufjf.br/nugeo/files/.../GF06-CapCargaProf-por-meio-
SPT-2009.pdf‎
civil.uefs.br/.../JACQUELINE%20ALMEIDA%20MURICY.pdf‎
www.fec.unicamp.br/~pjra/Arquivo3.pdf‎

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