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CONSOLOS CURTOS
1. Generalidades
De acordo com a NBR 6118/2003 (22.3), são elementos em balanço com a distância (a) da
carga aplicada à face do apoio menor ou igual à altura útil (d) da peça – vide figura abaixo.
a≤d
onde
d – altura útil
São, portanto, elementos que se projetam a partir de pilares, paredes ou vigas, com o objetivo de
suportarem outros elementos da estrutura.
Os consolos curtos são muito utilizados nas estruturas pré-fabricadas (figura 2) e em galpões com
pontes rolantes (figura 3). Podem ser encontrados em outras estruturas, como, por exemplo, em vigas
transversinas (ou nos encontros) nas extremidades das pontes, com o objetivo de suportarem a laje de
transição (figura 4).
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Tendo em vista o elemento ser muito curto, seu comportamento difere daquele observado nas
vigas esbeltas em balanço, sendo assim necessário um tratamento específico para seu dimensionamento.
2. Dimensionamento
De acordo com a norma, dependendo das dimensões do consolo, será aplicado um modelo próprio
de cálculo (item 7.3.2.2):
Consolo curto (0,5 d ≤ a ≤ d) – método das bielas (treliça com duas barrras);
Consolo muito curto (a < 0,5 d) – modelo atrito-cisalhamento (ruptura ao longo do plano de
ligação consolo-suporte)
Onde
0,15%
min = As,tir / ( b . d ) ≥
Sendo:
para carregamento indireto (inferior – suspensão da carga, ver item 4.2 adiante).
Armadura de costura - distribuída numa altura de (2d/3) logo abaixo do tirante (item 7.3.6.a e
7.3.6.e):
𝐴 Fd .(a/d + 0,1)
( 𝑠𝑠 )𝑐𝑜𝑠𝑡 ≥ 0,4 ( 𝑑 .fyd
) ≥ 0,15 𝑏 (aço CA-50)
A armadura de costura tem por finalidade limitar a fissuração que possa ocorrer, ao longo da
altura do consolo, na sua interface com o pilar.
Quando construtivamente necessários, devem ser dispostos ainda estribos verticais pelas taxas
mínimas da norma NBR 6118 de acordo com a expressão a seguir:
3. Disposições construtivas
De acordo com a norma NBR 9062, item 7.3.3.1, a altura h1, na extremidade do consolo, deve
ser no mínimo igual a (vide figura a seguir):
h1 ≥ h/2 – a2
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O tirante deve estar localizado numa faixa igual a h/5 (item 7.3.3.12).
A ancoragem na extremidade do consolo, no lado onde é aplicada a carga vertical, deve ser feita
através de barra transversal soldada (de mesmo diâmetro, com preaquecimento e resfriamento gradual –
itens 7.3.3.7 e 7.3.3.8), ou com alças no plano horizontal (item 7.4.4.1), como indicado nas figuras 5, 6
e 7. Não deve ser feita ancoragem dobrando as barras do tirante no plano vertical (figura 8), pois pode
haver uma ruptura por perda do apoio (deslizamento). A ancoragem das barras no plano vertical só pode
ser aceita em consolos de lajes (item 22.3.1.4.1 da NBR 6118/2003).
A distância da extremidade do consolo até o ponto inicial de aplicação da carga (a2) deve ser:
c + 3,5 Φ se Φ < 20 mm
a2 ≥
c + 5 Φ se Φ ≥ 20 mm
a2 ≥ c + Φ
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O diâmetro e espaçamento das barras tracionadas do tirante devem atender aos limites a seguir:
h/8 15 Φ
Φ ≤ b/8 s≤
25 mm d
h/6 20 Φ
Φ ≤ b/6 s≤
25 mm d
h/15 d/5
Φ ≤ b/15 s ≤ a
25 mm 20 cm
Quando se usa ancoragem com alças no plano horizontal, não é necessário prever armadura
para impedir o fendilhamento neste plano, para cargas diretas, quando respeitadas as condições a seguir
indicadas (item 7.3.3.5). Apenas neste caso os raios de curvatura interna das alças podem ser iguais aos
fixados pela NBR 6118 para ganchos.
3c ≤ a2 ≤ 3 ( c + Φ )
4. Outras disposições
Quando o esforço normal no pilar, acima da seção do consolo, é pequeno (seção parcialmente
tracionada pela flexo-compressão), a ancoragem da armadura do tirante deve iniciar após ela atravessar
toda a largura do pilar (ancoragem na vertical). Ao contrário, se o esforço normal é grande (seção
totalmente comprimida pela flexo-compressão – domínios 4a e 5), a ancoragem da armadura do tirante
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deve iniciar logo após ela adentrar o pilar (ancoragem na horizontal). Vide figura a seguir, extraída de F.
Leonhardt e E. Monnig (Construções de Concreto – Vol,. 3).
Pode-se suspender a totalidade da carga, e assim o consolo terá a armadura de suspensão mais a
armadura de consolo vista nos itens precedentes.
Figura 11 – Viga apoiada em consolo – suspensão por meio de barras verticais e inclinadas
A carga aplicada no consolo curto introduz, além do carregamento vertical, momentos fletores
nos elementos de suporte (pilar, parede ou viga). Idem com relação a eventuais esforços horizontais. Tais
esforços devem ser levados em conta no dimensionamento destes elementos – vide exemplo na figura a
seguir.
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