Consolo Curto

O consolo é um pequeno elemento estrutural em balanço fixado em um elemento

estrutural principal, como pilares ou paredes, que tem como finalidade servir de apoio
a outra estrutura, como vigas, placas ou equipamentos, muito comuns em sistemas de
estruturas pré-moldadas.

Esse elemento é abordado na NBR 6118 (2014) em seu item 22.5 e na

NBR 9062 (2017) no seu item 7.3.

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O método de cálculo mais adequado varia conforme a relação a/d

a/d > 1,0 → viga em balanço (cálculo usual ou por bielas e tirantes);

1,0 ≥ a/d ≥ 0,5 → consolo curto (cálculo por bielas e tirantes);

a/d < 0,5 → consolo muito curto (cálculo por bielas e tirantes ou
por atrito-cisalhamento).

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A NBR 9062 (2017) recomenda a utilização de um coeficiente adicional γn para
majorar as ações nos consolos devido aos efeitos de impacto, choques e vibrações.

Tipo de elemento Pré-fabricado Pré-moldado

Carga permanente preponderante 1,0 1,1
Caso Contrário 1,1 1,2

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Essa norma também recomenda a aplicação de uma força horizontal nos casos em
que esta não possa ser impedida.

Hd Tipo de contato
0,8 Fd Junta a seco
0,5 Fd Assentamento com argamassa
0,16 Fd Almofada de elastômero
0,08 Fd Almofada de plástico (PTFE)
0,25 Fd Chapas metálicas não soldada
0,4 Fd Concreto e chapa metálica

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De acordo com o modelo inicial mais completo, pode-se calcular o equilíbrio de
forças nos três nós principais, avaliando-se as forças de tração no tirante e verificando-
se a região sujeita à maior compressão.

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Equilíbrio das forças no nó 1 para determinar a força de tração no tirante.
𝛴𝐹𝑌 = 0
−𝐹 + 𝐶1. 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 0
𝐹
𝐶1 =
𝑠𝑒𝑛 𝜃

𝛴𝐹𝑋 = 0 𝑭. 𝑳
𝑻= +𝑯
𝒛
−𝑇 + 𝐻 + 𝐶1. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 0
𝐹
−𝑇 + 𝐻 + . 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 0
𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑧 cos 𝜃 1 𝐿
𝑇 = 𝐹. +𝐻 𝑡𝑔 𝜃 = → 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 = = =
𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝐿 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑡𝑔 𝑧

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Equilíbrio das forças no nó 2 para determinar a força de compressão em C2.
𝛴𝐹𝑌 = 0
−𝑃 + 𝐶2. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 = 0
𝑃
𝐶2 =
𝑠𝑒𝑛 𝛽

𝛴𝐹𝑋 = 0
𝑇 − 𝐶2. 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = 0
𝑇
𝐶2 =
𝑐𝑜𝑠 𝛽

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Equilíbrio das forças no nó 3 para determinar a força de compressão crítica.
𝛴𝐹𝑌 = 0
𝐶2. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 + 𝐶1. 𝑠𝑒𝑛 𝜃 − (𝑃 + 𝐹) = 0
𝑃 𝐹
. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 + . 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 𝑃 + 𝐹
𝑠𝑒𝑛 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑃+𝐹 =𝑃+𝐹 𝛴𝐹𝑋 = 0
𝐶2. 𝑐𝑜𝑠 𝛽 − 𝐶1. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 − 𝐶3 = 0
𝑇 𝐹
. 𝑐𝑜𝑠 𝛽 − . 𝑐𝑜𝑠 𝜃 − 𝐶3 = 0
𝑐𝑜𝑠 𝛽 𝑠𝑒𝑛 𝜃
cos 𝜃
𝑇 = 𝐹. + 𝐶3
𝑠𝑒𝑛 𝜃
cos 𝜃 cos 𝜃
𝐹. + 𝐻 = 𝐹. + 𝐶3 𝐶3 = 𝐻
𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜃

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➢ Verifica-se que os elementos da treliça à esquerda do eixo E pertencem ao pilar e
que seu correto dimensionamento depende da interação das solicitações atuantes
no pilar com os consequentes das forças aplicadas ao consolo;

➢ Deve-se considerar que o comprimento x e a altura y devam ser determinados de

forma a manter as compressões no nó 3 dentro do limite fcd1;

➢ O nó 1 (CCT) próxima ao aparelho de apoio não necessita ser verificado, pois a

resistência da ligação é inferior a resistência do nó, logo o aparelho é esmagado
antes que o nó atinja a carga de ruptura, sendo então necessário realizar as
verificações de projeto para cada tipo de ligação conforme definidas no item 7.2.1.6
da NBR 9062 (2017).

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Modelo de bielas e tirantes de consolo curto

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Verificação do nó crítico 3
Para atender a tensão limite a largura x deve ser de:
𝐹𝑑 𝐹𝑑
≤ 𝑓𝑐𝑑1 𝑥=
𝑥. 𝑏 𝑏. 𝑓𝑐𝑑1
Para atender a tensão limite a altura y deve ser de:
𝐶𝑑 𝐶𝑑 𝐶𝑑 = 𝑇𝑑 = 𝐹𝑑 . 𝐿/𝑧
≤ 𝑓𝑐𝑑1 𝑦=
𝑦. 𝑏 𝑏. 𝑓𝑐𝑑1
𝐿. 𝑥 − 𝑦. 𝑧 =0
𝐿. 𝑥 − 𝑦. (𝑑 − 𝑦/2) = 0
𝐹𝑑 . 𝐿/𝑧
𝑦= 𝑦²/2 − 𝑦. 𝑑 + 𝐿. 𝑥 = 0
𝑏. 𝑓𝑐𝑑1
𝐿 𝑑 ± 𝑑² − 4.0,5. 𝐿. 𝑥
𝑦 = 𝑥. 𝑦=
𝑧 2.0,5
𝑧 = 𝑑 − 𝑦/2 𝑦. 𝑧 = 𝑥. 𝐿 𝑦 = 𝑑 − 𝑑² − 2. 𝐿. 𝑥

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Equações de dimensionamento do consolo curto
Excentricidade da força vertical Altura do braço de alavanca
devida à força horizontal 𝑧 = 𝑑 − 𝑦/2
𝐻𝑑
𝑒= . 𝑑′
𝐹𝑑 Verificação da inclinação da biela
Largura necessária do nó crítico 𝐿 𝑦 0,577 ≤ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 ≤ 1,732
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 = =
𝐹𝑑 𝑧 𝑥
𝑥=
𝑏. 𝑓𝑐𝑑1
A força de tração no tirante
Comprimento do vão de cálculo 𝑇𝑑 = 𝐹𝑑 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 + 𝐻𝑑
𝐿 = 𝑎 + 𝑒 + 𝑥/2
É necessário respeitar o critério de ductilidade
Altura necessária do nó crítico
𝑦
≤ 0,45
𝑦 = 𝑑 − 𝑑² − 2. 𝐿. 𝑥 0,8. 𝑑

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A NBR 9062 (2017) faz também algumas sugestões quanto ao projeto de
consolos curtos que são reproduzidas a seguir.
Armadura no tirante
(0,1 + 𝑎/𝑑)𝐹𝑑 + 𝐻𝑑 0,04. 𝑏. 𝑑. 𝑓𝑐𝑘
𝐴𝑆,𝑡𝑖𝑟. = ≥ 𝐴𝑆,𝑡𝑖𝑟.𝑚í𝑛. =
𝑓𝑦𝑑 𝑓𝑦𝑘
Diâmetro máximo
𝑏/8
∅𝑡𝑖𝑟. ≤ ቐ ℎ/8
25 𝑚𝑚
Espaçamento em planta máximo
15 ∅
𝑆𝑡𝑖𝑟. ≤ ቊ
𝑑

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Além da armadura no tirante a NBR 6118 (2014) recomenda uma armadura de
costura de 40% da armadura do tirante, que deve ser distribuída a 2/3.d, para uma
ruptura mais dúctil.
Armadura de costura
𝐴𝑆 0,4. (0,1 + 𝑎/𝑑)𝐹𝑑 𝐴𝑆
= ≥ = 0,15. 𝑏 (𝑐𝑚2 /𝑚)
𝑠 𝑐𝑜𝑠𝑡. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑 𝑠 𝑐𝑜𝑠𝑡.𝑚í𝑛.

Diâmetro máximo
𝑏/15
∅𝑐𝑜𝑠𝑡. ≤ ቊ
ℎ/15
Espaçamento vertical máximo
10 𝑐𝑚
𝑆𝑐𝑜𝑠𝑡. ≤ ቊ
𝑎

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Recomendações de detalhamento para consolos curtos, adaptado da
NBR 9062 (2017)

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Exemplo numérico
Dados:
• Concreto estrutural fck = 40 MPa;
• Cobrimento das armaduras = 3 cm;
• Aço CA-50.
Considerando d = 60 cm
a/d = 30/60 = 0,5

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Dimensionamento do consolo curto
Excentricidade da força vertical
130
𝑒= × 5 = 0,81 𝑐𝑚
800
Largura necessária do nó crítico
40 40
𝑓𝑐𝑑1 = 0,85 × 1 − × = 20,4 𝑀𝑃𝑎
250 1,4
800
𝑥= = 9,8 𝑐𝑚
40 × 2,04
Comprimento do vão de cálculo Altura do braço de alavanca
𝐿 = 30 + 0,81 + 9,8/2 = 35,71 𝑐𝑚 𝑧 = 60 − 6,15/2 = 56,93 𝑐𝑚
A altura necessária do nó crítico
𝑦 = 60 − 602 − 2 × 35,71 × 9,8 = 6,15 𝑐𝑚
6,15
= 0,128 ≤ 0,45 (𝑂𝐾)
0,8 × 60

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Cálculo das armaduras
Armadura no tirante
35,71 ≤ 1,732
𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃 = = 0,627 (𝑂𝐾)
56,93 ≥ 0,577
800 × 0,627 + 130
𝐴𝑆,𝑡𝑖𝑟 = = 14,53 𝑐𝑚² 12∅12 (14,76 𝑐𝑚2 )
50/1,15
0,04 × 40 × 60 × 40
𝐴𝑆,𝑡𝑖𝑟.𝑚í𝑛. = = 7,68 𝑐𝑚²
500
2 camadas de 3 laços com 2 pernas
Armadura de costura
𝐴𝑆,𝑐𝑜𝑠𝑡. = 0,4 × 14,53 = 5,81 𝑐𝑚² 2 × 4∅10 (6,28 𝑐𝑚2 )

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Detalhamento das armaduras

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Detalhe do arranjo dos tirantes

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Consolo duplo

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Consolo solicitado a carga indireta

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Consolo duplo solicitado a carga indireta

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