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Professor: Henrique Jorge Nery de Lima

 São lajes apoiadas diretamente sobre os pilares sem a utilização de capitéis.


Podem ser maciças ou nervuradas.
Vantagens:
 Redução nos custos com materiais e mão de obra;
 Flexibilidade de layout;
 Possibilidade de reduzir o pé-direito do pavimento e a altura total do edifício;
 Redução de cargas nas fundações (peso próprio, vento);
 Maior velocidade de execução da obra.

Desvantagens:

 Momentos elevados na ligação Laje-pilar;


 Redução da rigidez global da edificação devido a ausência de vigas;
 Punção
 Divide-se a estrutura em pórticos (podem ser externos, intermediários ou internos);
 Calcula-se os esforços atuantes na estrutura.
 Distribui-se os momentos atuantes conforme a NBR 6118:2014
 Dimensiona-se as armaduras, respeitando-se as armaduras mínimas prescritas em normas.
 Detalha-se as armaduras. A NBR 6118:2014 determina que esse detalhamento seja da seguinte forma:
 Na região de ligação laje-pilar são observadas elevadas tensões originadas pelos esforços de flexão e
de cisalhamento, que podem provocar ruptura por punção da laje com uma carga inferior à de flexão.

 A ruptura por punção está associada à formação de um tronco de cone que tende a se desligar da laje.

 A armadura de punção, quando dimensionada inadequadamente, pode causar graves acidentes


como o colapso de uma laje, ou mesmo a ruína total da estrutura por colapso progressivo.

 A ruptura por punção pode ocorrer sem aviso e de forma frágil.


 Modo de ruptura ao redor do pilar, dado por cisalhamento
em elementos delgados submetidos a cargas localizadas
aplicadas transversalmente.
 Resistência do concreto à compressão (f’c);

 Taxa de armadura de flexão tracionada (ρ) – razão entre a área de armadura


tracionada (As) pela área de concreto (Ac);

 Tamanho e geometria do pilar – determinam a forma como as tensões se


distribuem na ligação laje-pilar;

 “Size effect (ξ)”, ou efeito de tamanho, fator que leva em consideração a


altura útil da laje.
 Com o objetivo de evitar o uso de capitéis e “drop painels” o
emprego de armaduras de cisalhamento para o combate à
punção tem crescido significativamente.

 A resistência das lajes com armaduras de punção pode chegar


ao dobro da resistência das lajes sem essa armadura (Gomes
1991).

 Os modelos mais comuns dessas armaduras são os estribos e


os conectores tipo pino (studs).
Fissuras Características de Punção em
Edifício Garagem no Brasil

Colapso progressivo no edifício Skyline


Plaza (1973)
Colapso parcial do edifício Pipers Row Car Park, Wolverhampton (1997)
 Verificação do cisalhamento em duas ou mais superfícies de críticas
definidas no entorno de áreas de forças concentradas;

 Na primeira superfície crítica (contorno C), do pilar ou da carga


concentrada, deve ser verificada indiretamente a tensão de compressão
diagonal do concreto, através da tensão de cisalhamento;

 Na segunda superfície crítica (contorno C’) afastada 2d do pilar ou carga


concentrada, deve ser considerada a capacidade de ligação à punção,
associada à resistência à tração diagonal;

 Caso haja necessidade, a ligação deve ser reforçada por armadura


transversal;

 A terceira superfície crítica, (contorno C”), apenas deve ser verificada


quando for necessário colocar armadura transversal.
 Verificação do contorno “ C ”:
𝐹𝑠𝑑
 𝜏𝑠𝑑 = ≤ 𝜏𝑟𝑑2 = 0,27 ∗ 𝛼𝑣 ∗ 𝑓𝑐𝑑
𝜇𝑜∗𝑑

 Onde:
• Fsd – é a força ou a reação concentrada de cálculo;
• d = (dx – dy)/2 – altura útil;
• μo = perímetro do contorno C (como exemplo o do pilar);
fck
• 𝛼𝑣 = 1 − - com fck em MPa
250
 Verificação do contorno “ C’ ”:
1
𝐹𝑠𝑑 2 20
 𝜏𝑠𝑑 = ≤ 𝜏𝑟𝑑1 = 0,13 ∗ 1 + ∗ 100 ∗ 𝜌 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3
𝜇∗𝑑 𝑑
 Onde:
• Fsd – é a força ou a reação concentrada de cálculo;
• d – altura útil ao longo do contorno crítico C’ da área de aplicação da força,
em centímetros;
• μ = perímetro do contorno C’ (como exemplo perímetro afastado 2d do
pilar);
• ρ = 2 (ρx∗ ρy) – taxa geométrica de armadura de flexão aderente
(armadura não aderente deve ser desprezada);
 Verificação do contorno “ C’’ ”: HAVENDO NECESSIDADE DE
ARMADURA DE CISALHAMENTO.

1
𝐹𝑠𝑑 2 20 𝑑 𝐴𝑠𝑤∗𝑓𝑦𝑤𝑑∗𝑠𝑒𝑛α
 𝜏𝑠𝑑 = ≤ 𝜏𝑟𝑑3 = 0,10 ∗ 1 + ∗ 100 ∗ 𝜌 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3 + 1,5 ∗ ∗
𝜇∗𝑑 𝑑 𝑠𝑟 μ∗𝑑

 Onde:
• sr – espaçamento radial entre linhas de armadura de punção, não maior que
0,75d;
• Asw – área de armadura de punção num contorno completo paralelo a C’;
• μ = perímetro crítico ou perímetro crítico reduzido no caso de pilar de
borda ou canto;
• α − ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o plano da
laje;
• fywd – é a resistência de cálculo da armadura de punção, não maior que
300 Mpa para conectores e 250 Mpa para estribos.
 Verificações a serem realizadas:
 No perímetro da coluna, ou no perímetro da área carregada, o máximo
cisalhamento à punção não deve exceder:
• υ𝐸𝑑 < υ𝑅𝑑, 𝑚𝑎𝑥

• Onde:
• υEd é a carga atuante na ligação.;
• υ𝑅𝑑, 𝑚𝑎𝑥 é o valor de cálculo máximo da resistência ao cisalhamento ao longo
da seção considerada.

 Reforço à punção não será necessário se:


• υ𝐸𝑑 < υ𝑅𝑑, 𝑐

• Onde:
• υ𝑅𝑑, 𝑐 é o valor de calculo da resistência ao cisalhamento sem armadura de
punção ao longo da seção considerada.
𝑉𝐸𝑑 𝑓𝑐𝑘
υ𝐸𝐷 = β ∗ < υ𝑅𝑑, 𝑚𝑎𝑥 = 0,5 ∗ 1 − ∗ 𝑓𝑐𝑑
μ𝑖 ∗ 𝑑 250

 d – profundidade média efetiva da laje;


 μi – comprimento do perímetro de controle distante 2d da face do pilar, em mm;
 Ved – cortante de cálculo atuante;
 fck em MPa
𝑉𝐸𝑑 1
υ𝐸𝐷 = β ∗ < υ𝑅𝑑, 𝑐 = 0,18 ∗ ξ ∗ 100 ∗ ρ ∗ 𝑓 ′ 𝑐 3 ∗ μ1 ∗ 𝑑
μ𝑖 ∗ 𝑑

 μi – comprimento do perímetro de controle distante 2d da face do pilar, em mm;


 d – profundidade média efetiva da laje;
 f’c – resistência à compressão do concreto, deve ser menor que 90 MPa
 ρ – taxa de armadura, deve ser menor ou igual a 0,02;
 ξ – representa o size effect sendo igual a 1+ 2 200/𝑑 ≤ 2,0 com d em mm
 Caso haja a necessidade de armar a punção, deve-se fazer as seguintes
verificações:
Ruptura por cisalhamento dentro da região das armaduras, considerando a
resistência máxima devido à combinação das armaduras de cisalhamento e do
concreto:
𝑑 1
𝑉𝑅, 𝑐𝑠 = 0,75 ∗ 𝑉𝑅, 𝐶 + (1,5 ∗ ∗ 𝐴𝑠𝑤 ∗ 𝑓𝑦𝑤, 𝑒𝑓 ∗ )
𝑠𝑟 β

Ruptura ocorrendo fora da região das armaduras de cisalhamento:


1
𝑉𝑅, 𝑜𝑢𝑡 = 0,18 ∗ ξ ∗ 100 ∗ ρ ∗ ′
𝑓𝑐 3 ∗ μ𝑜𝑢𝑡 ∗ 𝑑

Verificação da resistência da biela comprimida próxima das extremidades do


pilar


𝑓 𝑐
𝑉𝑅, 𝑚á𝑥 = 0,3 ∗ 𝑓 𝑐 ∗ 1 − ∗ μ𝑜 ∗ 𝑑
250
 Asw – área da armadura de cisalhamento por camada;
 fyw,eff = 1,15*(250+0,25*d), no qual o 1,15 substitui o γs, dado em N/mm² e com d em mm;
 ρ – taxa de armadura, deve ser menor ou igual a 0,02;
 ξ – representa o size effect sendo igual a 1+ 2 200/𝑑 ≤ 2,0 com d em mm
 sr – é o espaçamento radial das camadas de armadura do cisalhamento;
 μout – é o comprimento do perímetro de controle afastado à 1,5d da camada mais externa de
armadura de cisalhamento
 Roteiro do Processo de Cross
1 - Calcula-se os coeficientes de distribuição de momentos em torno de cada
nó rígido interno da estrutura, indicando-os em torno de cada nó.

2 – Calcula-se, com o auxílio das tabelas do método das deformações da


Hiperestática, os momentos de engastamento perfeito do sistema principal
(obtido bloqueando-se, com chapas, as rotações de todos os nós internos
rígidos da estrutura.

3 – Libera-se, uma de cada vez, a rotação de cada nó interno, equilibrando a


carga-momento que nele passa então a atuar. Os momentos equilibrantes
que surgem serão propagados aos nós opostos de cada barra, multiplicados
pelos devidos coeficientes de transmissão de momentos. Uma vez equilibrado
o nó, voltamos a fixá-lo com a chapa e passamos ao equilíbrio dos outros nós
por procedimento idêntico, até que, no último nó equilibrado (já estando os
demais em equilíbrio), os momentos equilibrantes que nele apareçam
acarretem a propagação aos nós adjacentes, de momentos de valor
desprezível.
 Roteiro do Processo de Cross
4 – Encerrado o equilíbrio dos nós, os momentos finais que atuarão em cada
um deles serão iguais à soma dos momentos de engastamento perfeito com
aqueles despertados na fase de equilíbrio dos nós.

5 – Conhecidos os momentos finais nos nós, obtém-se os diagramas de


momentos fletores atuantes na estrutura, e a partir dele e do carregamento
externo, chega-se às reações de apoio e aos diagramas de esforço cortante e
normal
1) Para a laje lisa mostrada abaixo:
a) Divida a estrutura em pórticos;
b) Calcule a estrutura como pórtico;
c )Dimensione a armadura;
d) Detalhe a armadura de flexão. Como a Norma NBR 6118/2014 recomenda que a
armadura de flexão seja colocada?
e) Verificar o pilar central à punção pela NBR 6118/2014.

 DADOS:
Laje com 18 cm de espessura;
- Pilares com 4,0 metros de altura e seção 30 x 30 cm;
- fck = 30,0 MPa;
- Sobrecarga de 3,0 kN/m².
PÓRTICO EQUIVALENTE
Os esforços atuantes serão calculados pelo Método de Cross e para isso a estrutura será
dividida em pórticos planos nas duas direções ortogonais. A estrutura acima pode ser dividida em seis
pórticos – três em cada direção, dois passando pelo pilar central e quatro passando pelos pilares laterais.
Devido às simetrias geométrica e de carregamento analisaremos apenas dois pórticos em apenas uma das
direções e adotaremos a solução para a outra. Abaixo são mostradas figuras com as larguras colaborantes das
lajes em cada pórtico.

(a) Pórtico Central (b) Pórtico Lateral


Figura Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento..1
Calculando primeiro o Pórtico Equivalente Central, temos:

1º Passo: Verificação da espessura da laje


O ACI propõe uma fórmula para pré-determinação da altura útil da laje:
L 500cm
hmin    hmin  15cm como h = 18 cm OK!
33 33
2º Passo: Cálculo das cargas atuantes no pórtico equivalente
Peso Próprio: gp = 25 kN/m³  25 * 0,18  4,5 kN/m²
Sobrecarga:........................................................3,0 kN/m²
Carga total atuante = 7,5 kN/m²
O carregamento por metro linear fica sendo então:
Q = 7,5 *5  37,5 KN / m

3º Passo: Determinação dos Momentos de Engastamento Perfeito


Momentos de Engastamento Perfeito são momentos que as barras exerceriam sobre os nós
da estrutura se estes fossem, assim, considerados apoios engastados. No caso da estrutura acima
o pórtico central que se obtém é o seguinte:
Temos as barras horizontais 1 e 2 (laje na estrutura real) consideradas
engatadas nos nós A, B e C. Calculamos então estas barras como estando
bi-engastadas.
q  l 2 37,5  52
M   M  78,13 kN  m
12 12

q  l 2 37,5  52
M   M  39,05 kN  m
24 24
4º Passo: Cálculo dos Momentos de Inércia – Rigidez das Barras
- Pilares:
b  h3 0,3  0,33
Ip    I p  0,000675 m 4
12 12
- Lajes:
b  h3 5  0,183
Ip    I p  0,00243 m 4
12 12

5º Passo: Cálculo das Rigidezes Relativas das Barras (k)


I
- Barras bi-engastadas: k 
l
3 I
- Barras engastadas e apoiadas: k   , não temos este caso.
4 l

- Pilares:
0,000675
kp   0,000169 m3
4
- Lajes:
0,00243
kl   0,000486 m3
5
6º Passo: Cálculo dos Coeficientes de Distribuição (d)
Os coeficientes de distribuição, d, em cada barra são os percentuais com que cada barra contribui com a
rigidez total do nó.
ki
di 
k i

- Nó A:
0,000486
d1   d  0,589
2  0,000169  0,000486 1

0,000169
d3  d 4   d  d  0,21
2  0,000169  0,000486 3 4
- Nó B:
0,000486
d1  d 2   d  d  0,37
2  0,000169  2  0,000486 1 2

0,000169
d5  d6   d  d  0,13
2  0,000169  2  0,000486 1 2

0,21 0,21
0,59

- Nó C: igual ao Nó A.
O gráfico final de momentos após a aplicação do Método de Cross é o seguinte (em kN.m):
Calculando esta estrutura por um software livre como o FTOOl, da PUC do Rio de Janeiro, temos (em
kN.m):
Portanto, os resultados encontrados através do Método de Cross é perfeitamente válido, com um
cálculo manual extremamente simples e rápido, chegando a um erro máximo de apenas 5%.
Calculando agora o pórtico lateral pelo Método de Cross tendo como carregamento total 18,75 kN/m,
temos como resultado o seguinte diagrama de momentos fletores:
7º Passo: Distribuição dos Momentos no Pórtico Equivalente segundo a NBR 6118:2003
A NBR 6118:2007 define quatro faixas de distribuição de momentos em cada pórtico equivalente:
a)45% dos momentos positivos para as duas faixas internas;
b)27,5% dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;
c)25% dos momentos negativos para as duas faixas internas;
d)37,5% dos momentos negativos para cada uma das faixas externas.

Mais fácil para o calculista seria raciocinar da seguinte maneira:


a) 45% dos momentos positivos para as duas faixas laterais; * Note-se que a figura da
b) 55% dos momentos positivos para a faixa central; norma não foi alterada, foi
c) 25% dos momentos negativos para as duas faixas laterais; apenas mostrada deforma
d) 75% dos momentos negativos para a faixa central. diferente, com os pilares no
Com a figura da distribuição ficando da seguinte forma: centro e não nas laterais.
Assim, o procedimento
seguinte será calcular as
frações dos momentos em
cada faixa definida
anteriormente.
 PÓRTICO CENTRAL  PÓRTICO LATERAL
Faixa Central Faixa Central
- Negativos - Negativos
 
M  M  0,75  32,82  24,62 kN.m M A  M C  0,75 16,41  12,31 kN.m
A C

M B  0,75 100,78  75,58 kN.m M B  0,75  50,39  37,79 kN.m

- Positivos - Positivos
M1  M 2  0,55  50,38  27,71 kN.m M1  M 2  0,55  25,19  13,85 kN.m

Faixas Laterais Faixas Laterais


- Negativos - Negativos
M A  M C  0,125  32,82  4,10 kN.m M A  M C  0,25 16,41  4,10 kN.m
M B  0,125 100,78  12,59 kN.m M B  0,25  50,39  12,60 kN.m

- Positivos - Positivos
M1  M 2  0,225  50,38  11,33 kN.m M1  M 2  0,45  25,19  11,34 kN.m

É importante notar que os coeficientes utilizados no cálculo dos momentos negativos no


Pórtico Lateral são o dobro do que a norma determina. Isto ocorre porque, o pórtico sendo
lateral, não possui duas faixas laterais como um pórtico central; o que implica que se não
procedermos desta maneira não atenderemos à totalidade dos momentos atuantes nesta faixa.
8º Passo: Cálculo das Armaduras de Flexão segundo a NBR 6118:2003
Dados:
fck = 25 MPa

f ck 30
f cd    f cd  21,42 MPa  214,28 kgf / cm²
1,4 1,4
Aço CA-50 fyk = 500 MPa
f ck 500
f yd    f yd  434,7 MPa  4347 kgf / cm²
1,15 1,15
d  h  2,5  18  2,5  d  15,5 cm

bw = 2,5 m

ARMADURA MÍNIMA
De acordo com a NBR 6118:2003 na seção 17.3.5.2, o valor mínimo de taxa de armadura definido na
Tabela 17.3 para concreto com resistência de 30 MPa é min = 0,15%. Diste fato, tomando-se a largura de
1,25 m, tem-se:

As ,min  500 
min   0,0015  0,0015  18    As ,min  3,375 cm²
Ac  4 
 PÓRTICO CENTRAL
Faixa Central
- Negativos
M A  M C  24,62 kN  m
Md 1,4  24,62
kmd    kmd  0,027
bw  d 2  f cd 2,5  0,1552  30000
1,4
k x  1,25 1,917  0,425  kmd  k x  1,512
k z  1 0,4  k x  k z  0,395
Md 1,4  24,62 10
As    As  12,94 cm² 26 Ø 8,0 mm c/ 10
k z  d  f yd 0,389  0,155  500
1,4

M B  75,58 kN  m As  35,89 cm²  29 Ø 12,5 mm c/ 9

- Positivos

M1  M 2  27,71 kN.m As  14,47 cm²  29 Ø 8,0 mm c/ 9


Faixas Laterais (considerar a largura de distribuição de 1,25 m).
- Negativos
M A  M C  4,10 kN.m As  2,25 cm²
< As,min, adota-se As,min = 3,375 cm²  11 Ø 6,3 mm c/ 11

M B  12,59 kN.m As  6,79 cm²  14 Ø 8,0 mm c/ 9

- Positivo
M1  M 2  11,33 kN.m As  6,13 cm²  13 Ø 8,0 mm c/ 10

 PÓRTICO LATERAL
Faixa Central
- Negativos

M A  M C  12,31 kN.m As  6,64 cm²  6 Ø 12,5 mm c/ 10

M B  37,79 kN.m As  19,33 cm²  7 Ø 20,0 mm c/ 9

- Positivo

M1  M 2  13,85 kN.m As  7,45 cm²  6 Ø 12,5 mm c/ 10


Faixas Laterais
- Negativos
M A  M C  4,10 kN.m As  2,25 cm²

< As,min, adota-se As,min = 3,375 cm²  7 Ø 8,0 mm c/ 9

M B  12,6 kN.m As  6,79 cm²  6 Ø 12,5 mm c/ 10

- Positivo

M1  M 2  11,34 kN.m As  6,13 cm²  6 Ø 12,5 mm c/ 10


10º Passo: Detalhamento da armadura de flexão segundo a NBR 6118:2003
É apresentado na figura a seguir o detalhamento do pavimento em uma direção, sendo
este idêntico ao apresentado para a direção ortogonal.

(a) Armadura Negativa (b) Armadura Positiva


Armadura passiva do pavimento em uma das direções ortogonais
9º Passo: Cálculo à Punção segundo a NBR 6118:2003
A Norma brasileira adota duas verificações para o cálculo quanto à resistência à punção de ligações
laje-pilar. São elas: verificação na primeira seção crítica C, que corresponde ao perímetro de contorno do
pilar ou área carregada, e verificação na segunda seção crítica C’, cujo perímetro é o contorno afastado de
2d do pilar ou área carregada (correspondente ao Perímetro Crítico u e u * na figura abaixo.

(a) Seção crítica para pilares de (b) Seção crítica para pilares de (c) Seção crítica reduzida para
centro borda pilares de borda
Seções críticas e seção crítica reduzida segundo a NBR 6118:2003

Na primeira verificação é checada indiretamente a tensão de compressão diagonal do concreto


através da tensão de cisalhamento. Na segunda verificação é checada a capacidade à punção da ligação
laje-pilar associada à resistência à tração diagonal. Essa verificação também se faz através de uma tensão
de cisalhamento no contorno C’.
Percebe-se que os ângulos entre as linhas que formam o perímetro da seção crítica são suavizados
através de trechos circulares (trechos de ¼ de círculo) cujos centros estão nos cantos dos pilares.
 Cálculo da tensão solicitante
 Para pilares interno com carregamento simétrico

FSd
 Sd 
ud
Fsd : força ou reação concentrada de cálculo;
u : perímetro crítico;
d : média aritmética das alturas úteis das armaduras passivas de flexão nas direções ortogonais;

 Para pilares internos quando houver transferência de momento da laje para o pilar

FSd K  M Sd1
 Sd  
u  d Wp1  d
onde:
Wp* : Módulo de Resistência Plástica perpendicular à borda livre para o perímetro u, dado pela equação:

C12
Wp   C1  C2  4C2 d  16d 2  2dC1
2
 Para pilares de borda quando não agir momento no plano paralelo à borda livre da laje:
FSd K1  M Sd1
 Sd  * 
u d Wp1  d
onde:
MSd1 = (MSd – MSd*) ≥ 0
MSd* = Fsd . e*
Msd : momento de extremidade de cálculo (por qualquer método);
Msd* : momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico reduzido u* em relação ao centro do pilar;
u* : perímetro crítico reduzido;
e* : excentricidade do Perímetro Reduzido.
Wp1 : Módulo de Resistência Plástica perpendicular à borda livre para o perímetro u;
Wp* : Módulo de Resistência Plástica perpendicular à borda livre para o perímetro u*.
Wp1 e Wp* são dados pelas equações abaixo:

W p1  c²  2cd  cd  8d ²
3
W p *  c²  2cd  cd  8d ²
4
Tabela 1.1 – Valores de K:
C1/C2 0,5 1,0 2,0 3,0
K1 0,45 0,60 0,70 0,80
C1 é a dimensão perpendicular e C2 a dimensão paralela à borda livre considerada.
 Cálculo da tensão resistente
 Para evitar uma ruptura por compressão diagonal do concreto na superfície crítica C, uma verificação
deve ser feita para lajes com ou sem armadura de punção: confronto entre a tensão atuante ou de
projeto, Sd, e a tensão resistente Rd2:
Sd  Rd2 = 0,27 v fcd
onde:
 f ck 
 v  1  
 250  , fck em MPa
Sd : dado anteriormente e calculado com u0 (perímetro do pilar ou ponto de carregamento, perímetro da superfície C) em
lugar de u;
fcd : resistência à compressão de cálculo do concreto;

 Para evitar uma ruptura por puncionamento da laje na superfície crítica C’, em elementos estruturais ou
trechos sem armadura de punção deve ser feita uma nova verificação: confronto entre a tensão atuante ou
de projeto, sd, e a tensão resistente Rd1:
 20 
 Sd 
  Rd1  0,13  1    100    f ck 1/ 3
d 
 
onde:
dx  dy
  x  y d
2
 : taxa geométrica de armadura passiva de flexão. x e y são as taxas geométricas de armadura nas direções ortogonais calculadas
da seguinte forma:
- na largura igual à dimensão ou área carregada do pilar acrescida de 3d para cada um dos lados;
- no caso de proximidade da borda prevalece a distância até a borda menor que 3d.
Os valores de entrada de dx e dy devem ser fornecidos em centímetros e o valor de fck deve ser fornecido em MPa.
 Quando a verificação acima (Sd ≤ Rd1) não for atendida, haverá a necessidade de armadura de
punção e a verificação da superfície crítica C’ deverá ser feita de acordo com a equação:
 20  d A  f  sen
 Sd   Rd 3  0,10  1    100    f ck 1/ 3  1,5   sw ywd
 d  sr ud
onde:
sr : espaçamento radial entre linhas da armadura de punção, não maior que 0,75.d;
Asw : área de armadura de punção num contorno completo paralelo a C’;
fywd : resistência da armadura de punção, limitada a 300 MPa para conectores e 250 MPa para estribos (aços CA-50 ou CA-60) em lajes com
espessura menor que 15 cm, acima deste valor

 No caso da necessidade de armadura de punção, deve-se realizar uma terceira verificação. A uma
distância de 2d do último contorno de armadura define-se a superfície crítica C”, como visto na figura
abaixo, cuja tensão atuante Sd, deve satisfazer à condição Sd ≤ Rd1.

Na presença de armadura de punção em uma ligação, três verificações devem ser feitas:
- tensão de compressão do concreto no contorno C, conforme item a);
IMPORTANTE  - tensão resistente à punção no contorno C’ conforme item c);
- tensão resistente à punção no contorno C”, sem armadura de punção, conforme item d).
PILAR INTERNO
 Tensão atuante:
u  4  l  2    r  4  30  2    2 15  u  308,5 cm
dx  dy 15,5  14,5
d   d  15 cm
2 2
FSd  QT  l 2  7,5 103  52 1,4  FSd  262,5 kN  26,25 tf

Superfície Crítica C:

FSd 26,25 103


 Sd     Sd  14,58 kgf / cm²
u0  d 120 15

Superfície Crítica C’:

FSd 26,25 103


 Sd     Sd  5,67 kgf / cm²
u  d 308,5 15
Tensão resistente:
- Verificação do perímetro C:
 f ck  30
 v  1    1   v  0,88
 250  250

 Rd 2  0,27   v  f cd  0,27  0,928 178,6   Rd 2  44,75 kgf / cm² OK!


Não haverá esmagamento por compressão diagonal do concreto.

- Verificação do perímetro crítico C’:


  x  y  0,00752  0,00752    0,00752
 20   20 
 Rd1  0,13  1    100    f ck  3  0,13  1    100  0,00752  30 3
1 1

 d  
 15 

 Rd1  0,790 MPa  7,90 kgf / cm² OK!

A norma permite que este valor seja aumentado em 20% no caso de pilares internos por causa do estado
múltiplo de tensões junto a este quando os vãos não diferirem em mais de 50%. Sendo assim, o valor de Rd1
pode chegar a 9,48 kgf/cm².

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