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Nome: R.A.

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Data:

EQUIPE PEDAGÓGICA
CURSOS HÍBRIDOS | ENGENHARIA CIVIL
DIMENSIONAMENTO DA SUPERESTRUTURA DE PONTES EM
CONCRETO ARMADO

As pontes são consideradas estruturas destinadas à transposição de


obstáculos que impedem a continuidade natural do leito normal de uma via,
tais como cursos d’água, rios, lagos, braços de mar, vales ou outras vias. O
conhecimento sobre a forma com que seus elementos estruturais são
dimensionados é parte fundamental para a execução destas obras com
sucesso. Devemos atender as normas técnicas referentes aos cálculos
estruturais, proporcionando segurança, funcionalidade e durabilidade. Desta
forma, o OBJETIVO DESSA ATIVIDADE É simular a resolução de problemas
cotidianos enfrentados no exercício da profissão, dentre os quais estão
inclusos os cálculos de dimensionamentos de componentes das pontes e
viadutos.
Considere uma longarina de concreto armado biapoiada com 25 metros de
comprimento, assim como é apresentado na figura a seguir:
ETAPA 1 – COMBINAÇÕES DE ESFORÇOS

Você, engenheiro(a), precisa determinar a combinação de esforços


solicitantes de cálculo para o dimensionamento de parte da superestrutura de
uma ponte. Para isto, foram obtidas as seguintes informações: será
executada uma longarina de concreto armado com 25 metros de comprimento
na qual as ações permanentes sobre a longarina provocaram os seguintes
esforços solicitantes característicos:

MG,k = 800,00 kN.m


VG,k = 400,00 kN.

As ações variáveis provenientes das cargas móveis provocaram os seguintes


esforços solicitantes:

MQ,máx = 900,00 kN.m


MQ,mín = -500,00 kN.m para o momento fletor e
VQ,máx = 180 kN e
VQ,mín = -100 kN para os esforços cortantes.

Considere:
γg: coeficiente de ponderação para as ações permanentes (1,0 ou 1,35)
γq : coeficiente de ponderação para as ações variáveis (1,5)
Ø: coeficiente ponderador das cargas verticais ou coeficiente de impacto
(1,415)

A partir destes dados, você deverá calcular:

PARA O MOMENTO FLETOR


1) O valor máximo de momento fletor resultante da combinação de esforços
Md máx (kN.m ou kN.cm);

RESPOSTA:
M dmáx . = y g∗M G , k + y q∗M Q , k∗∅
θ=1,415
M gk =800 ,00 kN .m
y g=1 ,35
y q =1 ,5
M q , máx . =900 , 00 kN . m
M dmáx . =1 ,35∗800 , 00+ 900 ,00∗1 , 5∗1,415

M dmáx . =2990 , 2 Kn . m

2) O valor Mínimo de momento fletor resultante da combinação de esforços


Md mín (kN.m ou kN.cm).

RESPOSTA:
M dmáx . = y g∗M G , k + y q∗M Q , k∗∅
θ=1,415
M gk =800 ,00 kN .m
y g=1 , 00
y q =1 ,5
M q , min. =−5 00 , 00 kN . m
M dmin. =1 , 00∗800 ,00+ (−5 00 ,00 )∗1 , 5∗1,415

M dmin. =−261 , 2 Kn . m

PARA O ESFORÇO CORTANTE

3) O valor máximo de cortante resultante da combinação de esforços Vd máx


(kN);
RESPOSTA:
V d ,máx = y g∗V G , k + y q∗V G ,k ∗∅
θ=1,415
V gk =4 00 ,00 kN .m
y g=1 ,35
y q =1 ,5
V d ,máx . =180 , 00 kN . m
V d ,máx . =1 , 35∗4 00 , 00+1 , 5∗180 , 00∗1,415

V d ,máx . =922 , 0 kN

4) O valor Mínimo de cortante resultante da combinação de esforços Vd mín


(kN).
RESPOSTA:
V dmin .= y g∗V gk + y q∗V q ,min .∗ y q∗θ
θ=1,415
V gk =4 00 ,00 kN .m
y g=1 , 00
y q =1 ,5
V q , min. =−100 , 00 kN . m

V q , min. =1 , 00∗4 00 , 00+1 , 50∗(−100 ,00 )∗1,415


V q , min. =−187 , 7 KN

ETAPA 2 – DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS LONGITUDINAIS À


FLEXÃO

Nesta etapa, você, engenheiro (a), precisa dimensionar as armaduras sujeitas


a flexão da longarina de concreto armado para a ponte que será executada. A
partir do máximo de momento fletor obtido na etapa anterior, você deverá
calcular:

PARA A ARMADURA LONGITUDINAL DE FLEXÃO


 Resistência característica de cálculo à compressão fcd, em MPa e
kN/cm²
 Altura útil da seção transversal d (cm);
 Posições da linha neutra x (cm);
 Verificar se a seção transversal se encontra no domínio 3. (x/d > 0,259).
 Obter o braço de alavanca z (cm);
 Área de aço necessária (cm²) e número de barras de aço à flexão;
 Área efetiva de aço na seção (cm²).

CONSIDERE:

 Fck do concreto: 25 Mpa


 Altura da seção transversal: 140 cm
 Largura da seção transversal: 45 cm
 Aço CA-50 com 25mm de diâmetro (As = 4,91 cm²)

PARA A ARMADURA TRANSVERSAL DE CISALHAMENTO:

 Verificar se o esforço cortante solicitante de cálculo será menor que a


força cortante resistente de cálculo da biela comprimida.
 Calcular a parcela da força cortante resistida pelos mecanismos
complementares de treliça (kN).
 Calcular a parcela de esforço cortante a ser resistida pela armadura
transversal (kN).
 Encontrar a área de aço a ser usada nas armaduras transversais por
unidade de comprimento da longarina (cm²/cm ou cm²/m).
 Calcular o espaçamento necessário entre os estribos da longarina (cm).

CONSIDERE:

 Aço CA-50 com 12,5 mm de diâmetro (As = 1,23 cm²).

Além das etapas anteriores, para respeitar algumas disposições construtivas,


como as áreas de aço mínimas, também será necessário verificar:

 Área mínima necessária de armadura de pele (cm²).


 Área mínima necessária de armadura a flexão (cm²).
RESOLUÇÃO
Verificar se o esforço cortante solicitante de cálculo será menor que a força
cortante resistente de cálculo da biela comprimida;
RESPOSTA:
V rd =0 , 27∗αV 2∗F cd∗b w∗d
2

Onde:

(
V Rd 2=0 , 27 ∙ 1−
f ck
∙ )
f ck
250 1 , 4 w
∙b ∙d

(
V Rd 2=0 , 27 ∙ 1−
25 25 000
250

1,4 )∙0 , 45∙ 1 , 26

V Rd 2=0 , 27 ∙ 0 ,90 ∙ 17857 , 14 3 ∙0 , 45∙ 1 , 26

V Rd 2=2460 , 38 kN

Calcular a parcela da força cortante resistida pelos mecanismos


complementares de treliça (kn);
RESPOSTA:

V c =0 ,6∗f ctd∗bw ∗d=¿


2 /3
V c =0 ,6∗(0 ,15∗fck )∗bw∗d

( )∗0 , 45 ∙ 1, 26
2 /3
15∗25
V c =0 ,6 0 ,
10
V c =0 ,6 (0 , 15∗3,125)∗0,567
V c =159,469 Kn

Calcular a parcela de esforço cortante a ser resistida pela armadura


transversal (kN);
RESPOSTA:

V sd =922 , 0 kN
V sw =V sd −V c =922 ,0 kN −187 , 7 KN
V sw =734 ,3 0 Kn
Encontrar a área de aço a ser usada nas armaduras transversais por unidade
de comprimento da longarina (cm²/cm ou cm²/m);
RESPOSTA:
A sw V sw 734 ,3 0 734 ,30 2
= = = =0 , 14 cm

( ( 150, 15 ))
s 0 ,9∗d∗f ywd 4930 , 43
0 , 9∗1 26∗

A sw 4 , 91 2
= =35 , 07 cm /m
s 0 ,14

Calcular o espaçamento necessário entre os estribos da longarina (cm).

RESPOSTA:
Espaçamento (S)
A s , 12 ,5 2 ∙ ( 1 , 23 cm ² )
S= = =0 , 0070 14 m=7,014 cm
A sw /s 2
35 , 07 c m /m

A utilização de barras de aço com diâmetro de 12,5 mm, o espaçamento


necessário entre os estribos da longarina será: 7,00 cm

ETAPA 3: APOIOS DE NEOPRENE


Segundo Fernandes Neto (2022, p. 95), sabe-se que "os aparelhos de apoio
vinculam determinadas partes da superestrutura, permitindo, ao mesmo tempo,
os movimentos previstos no projeto e provocados por esforços, pretensão,
variação de temperatura e retração do concreto, que modificam as dimensões
dos elementos. Nas pontes e nas construções de grande porte, a estrutura
deve funcionar, na medida do possível, de acordo com as hipóteses previstas
no cálculo, sendo, portanto, necessária a utilização de aparelhos de apoio
adequados nos locais onde o cálculo admitiu a possibilidade de acontecerem
movimentos".

A partir dessas informações, você, futuro(a) engenheiro(a), deverá verificar


qual é a máxima força vertical que um aparelho de apoio de Neoprene dessa
estrutura suporta. O aparelho de apoio tem tensão admissível igual a σ adm = 7
MPa (ou 7000 kN/m²) e dimensões de 45 x 45 x 3 cm. Além disso, deverá
encontrar o deslocamento horizontal da estrutura gerado pelas deformações
provenientes das cargas lentas, como retração, fluência e temperatura. Para
isso, determine as seguintes informações:

 Área (a.b) do aparelho de apoio (m²).


 Determinar a força vertical máxima suportada pelo apoio (kN).
 Calcular o deslocamento horizontal gerado pelas deformações
provenientes das cargas lentas, como retração, fluência e temperatura (cm).

Dica: altura do aparelho de apoio.

RESOLUÇÃO:

Dados:
σ adm = 7 MPa (ou 7000 kN/m²)

Dimensões de 45 x 45 x 3 cm

RESPOSTA:
ÁREA (a.b) do aparelho de apoio (m²).
RESPOSTA:
Área = comprimento * largura = 45cm * 45cm = 2025 cm2 = 0,2025 m2.
DETERMINAR A FORÇA VERTICAL MÁXIMA SUPORTADA PELO APOIO
(KN).

RESPOSTA:
Para determinar a máxima força vertical que um aparelho de apoio de
Neoprene de 45 x 45 x 3 cm pode suportar com uma tensão admissível de 7
MPa, podemos utilizar a seguinte fórmula:

Força vertical máxima = Área x Tensão admissível


A área do aparelho de apoio é de 0,2025 m² (45 cm x 45 cm = 2025 cm² =
0,2025 m²).

Substituindo os valores, temos:

Força vertical máxima = 0,2025 m² x 7 MPa = 1,4175 MN (ou 1.417,5 kN)

Portanto, o aparelho de apoio de Neoprene de 45 x 45 x 3 cm pode suportar


uma força vertical máxima de 1.417,5 kN.

CALCULAR O DESLOCAMENTO HORIZONTAL GERADO PELAS


DEFORMAÇÕES PROVENIENTES DAS CARGAS LENTAS, COMO
RETRAÇÃO, FLUÊNCIA E TEMPERATURA (CM).

RESPOSTA:

O cálculo do deslocamento horizontal gerado pelas deformações provenientes


das cargas lentas, como retração, fluência e temperatura, pode ser realizado
por meio de métodos analíticos ou por meio de modelos computacionais.
Uma das metodologias analíticas mais utilizadas é o método da rigidez, que
utiliza a seguinte fórmula:

F∗L
δ=
K∗A
Onde:
δ é o deslocamento horizontal

F é a força vertical aplicada


L é a distância entre os pontos de apoio da estrutura
k é a rigidez da estrutura
A é a área do aparelho de apoio

A rigidez da estrutura é dada pela relação:

E∗I
K= 3
L
Onde:
E é o módulo de elasticidade do material da estrutura
I é o momento de inércia da seção transversal da estrutura

Como não temos informações sobre a estrutura, vamos assumir que ela é uma
viga simplesmente apoiada, com comprimento L = 3 metros, e que o aparelho
de apoio de Neoprene é utilizado em um dos apoios da viga, com área A =
0,2025 m² e tensão admissível σ adm=7 MPa.

Nesse caso, a rigidez da viga é dada por:


E∗I
K= 3
L

Assumindo um módulo de elasticidade E = 210 GPa (para aço), podemos


determinar o momento de inércia da seção transversal da viga, assumindo uma
seção retangular com largura b = 45 cm e altura h = 3 cm, como:
3
b∗L
I=
12
3
0 , 45∗(0 , 03)
I =¿
12
4
I =0,0000003375 m
Substituindo esses valores na equação da rigidez, temos:
E∗I
K= 3
L
4
210 GPa∗0,0000003375 m
K=
¿¿

A força vertical máxima suportada pelo aparelho de apoio é de 1.417,5 kN,


portanto, o deslocamento horizontal gerado pelas deformações lentas pode ser
determinado como:
F∗L
δ=
K∗A

1.417 ,5 kN∗3 m
δ= 2
(2.005 kN /m∗0,2025 m )
δ=31 , 48 mm=3,148 cm

Portanto, o deslocamento horizontal gerado pelas deformações lentas na


estrutura é de aproximadamente 3,148 cm. É importante ressaltar que esse
valor pode ser afetado por outros fatores, como a distribuição de cargas na
estrutura, a presença de outras deformações (como as deformações por flexão)
e as propriedades dos materiais envolvidos.

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