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INFRAESTRUTURA DE

TRANSPORTES E RODOVIAS
PROJETO DE PONTES E VIADUTOS
MÓDULO 01
LAJES
José Ribamar Silva Filho (Maranhão) – Especialista
E-mail: jmaranhao616@gmail.com
Fones (85) 9 8892-7535 (Zap) / 9 9973-8615
4.0. Lajes
A laje tabuleiro de uma ponte pode ser projetada
sobre duas ou mais vigas principais, dependendo das
condições de execução e, naturalmente, do material a
ser usado. Para efeito dos esforços solicitantes, as lajes
podem dividir-se em: laje vão e laje balanço. No
cálculo dos esforços solicitantes nas lajes, são usadas
as Tabelas de Rüsch.
Embora não venham a ser enfatizados, os elementos
considerados acessórios (passeio, guarda-rodas,
barreira), têm o dimensionamento em destaque neste
módulo por serem analisados como laje.
4.1. Considerações preliminares
As seções transversais antiga (Fig. 4.1.1) e atual
(Fig.4.1.2) do DNIT são mostradas abaixo

Fig. 4.1.1 – Seção antiga DNIT

Fig. 4.1.2 – Seção atual DNIT


Pré–dimensionamento de Lajes e Vigas
Seção Transversal
L

emin i emax emin


)
e2 e1
hm

Lb b Lv L2 Lv b Lb

Ap. Apoio Asfalto


I
Critérios
L: Largura da seção transversal
L: (Bi-apoiada) 8m > L > 8m (Balanços)
Lb: Comprimento do balanço (1/5 a 1/6 de L)
b: Largura da viga (≥ 40cm)
Lv: Comprimento da mísula ou chanfro (≥ 60cm)
L2: Comprimento constante da laje (L–Σ2(Lb + b + Lv)
i: Inclinação do revestimento (≥ 2%)
e1: Espessura da laje no vão (≥ 20cm)
e2: Espessura da laje no apoio (e1 + hm)
hm: Altura da mísula ou chanfro (≥ 10cm)
4.2. Cargas permanentes
As solicitações provocadas pelo peso da
estrutura, são as solicitações permanentes, ou seja,
são aquelas que atuam em toda a vida da estrutura.

Concreto armado: γ= 25kN/m³


Concreto simples ou asfalto: γ= 24kN/m³
Recapeamento: gr= 2kN/m²
Guarda-corpo vazado: Pgc= 2kN/m.
4.3. Cargas móveis
As cargas úteis ou cargas móveis representam
uma parcela considerável de carga sobre a ponte. A
Fig. 4.3.1 e o Quadro 01 segundo as Normas,
mostram as características dos TP’s.

Fig.4.3.1 - Forma padrão dos TP’s 450 / 300 / 240


Quadro 01 – Características dos TP’s

Classe da Rodovia CI CII CIII

Características dos TP’s TP 450 TP 300 TP 240

Peso do eixo dianteiro (kN) 150 100 80

Peso do eixo central (kN) 150 100 80

Peso do eixo traseiro (kN) 150 100 80


Peso da roda dianteira (kN) 75 50 40
Peso da roda intermediária (kN) 75 50 40
Peso da roda traseira (kN) 75 50 40
Largura de contato dianteira – LC (m) 0,50 0,40 0,30
Largura de contato intermediária – LC (m) 0,50 0,40 0,30
Largura de contato traseira – LC (m) 0,50 0,40 0,30
Comprimento de contato – CC (m) 0,20 0,20 0,20
Sobrecarga “p” (kN/m²) 5 5 4
Sobrecarga “ p’ ” (kN/m²) 3 3 3
Comprimento do eixo – a (m) 2,00 2,00 2,00
p: sobrecarga atuante na laje (na frente, atrás e nas laterais
do veículo) até o limite de guarda-rodas e/ou barreiras.
p’: sobrecarga atuante nos passeios.
4.4. Coeficientes da carga móvel
Considerando que a carga móvel provoca esforços
superiores e alternados nas peças estruturais, são
usados coeficientes para corrigir tais flutuações.
4.4.1. Impacto vertical
Devido ao efeito de deslocamento das cargas móveis
e irregularidades no pavimento, referidas cargas
provocam solicitações maiores na peça.

φ= 1,4 – 0,007 L ≥ 1, L ≤ 10m Eq. 4.4.1.1

CIV=1+1,06[20/(L+50)]≥ 1, 10m ≤ L≤ 200m Eq. 4.4.1.2


4.4.2. Fadiga
De forma simplificada a EB3/67, cita:
f= [( S1 – S2 ) / S1 ] (fyk / σ1) ≥ 1,00 Eq. 4.4.2.1

f: fadiga
S1, S2:maior e menor momento em módulo na seção
(kN.m)
fyk: tensão de escoamento do aço (CA 50: 50kN/cm²)
σ1 = 36/ψ : momento fletor (36kN/cm²)
ψ: intensidade de tráfego (Alta:ψ=1,00, Baixa:ψ=0,75).
Obs: Quando há alternância de sinal na seção, deve ser
usado apenas a ametade do esforço S2;
4.5. Solicitações das cargas permanentes
O momento das cargas permanentes é dado pela
Eq. 4.5.1.

Mg = k g Lx² Eq. 4.5.1

k: coeficiente do momento (Tab. de Rüsch)


g= Ʃ gi, g: carga da laje, revestim., recapeam. (kN/m²)
Lx: vão da laje (m)
4.6. Solicitações das cargas móveis
O momento das cargas móveis é dado pela Eq.4.6.1.

Mq±= ϕ (MPr x Pr + Mp x p + Mp’ x p) Eq. 4.6.1

ϕ = 1,4 – 0,007 L > 1,00, L= Lx

Lx/a, t/a: MPr, Mp, Mp’: coeficientes (Tab. de Rüsch)


Pr, p, p’, LC, CC, a: características do TP (Quadro 01)
4.7. Solicitação de cálculo
O dimensionamento será feito no ELU (Estado
Limite Último).

Sd = 1,3 Sgk + 1,5 Sqk Eq. 4.7.1


Sd = 1,0 Sgk + 1,5 Sqk Eq. 4.7.2

Sgk: solicitação devido à carga permanente


Sqk: solicitação devido à carga móvel
4.8. Seção de ferro
A seção de ferro inicial da laje deve ser calculada
através do momento obtido no Estado Limite Último.
A seção de ferro final deve ter a fadiga considerada.

As*= f x As Eq. 4.8.1

As*: seção de ferro final (cm²/m)


f: fadiga
As: seção de ferro inicial (cm²/m)
Aplicativo 01: Lajes Vão e Balanço

Mye
Lxb Lx

y
LTB LTC

Mym
Mxe ~_ Mxe

Mxm
Aplicativo 03: Exemplos de Lajes
Lx

Caso 1: λ= 1,20 Ly Mxm, Mym: Tab 78

Mxm, Mym: Tab 25A


Caso 2: λ= 0,80 Ly
Mxe, Mxr: Tab 25B

Mxm, Mym: Tabs 36A / 37A


Caso 3: λ= 1,10 Ly
Mxe, Mxr: Tabs 36B / 37B
Mxr
Mym
Mxm Mym
+
Mym
Mxr

+ +
Mxm

+
Mxr
Aplicativo 03: Laje apoiada em Muros de Arrimo
Considerando uma Ponte C-II em CA, conforme
mostrado, determinar as armaduras da laje. Adotar:
Asfalto: emax=10cm, emin=6cm, AçoCA50, cob= 3cm,
fck= 35MPa.
10m
Laje
h – 40cm
5m

Neoprene Seç Transv


5m

Muros de Arrimo
kxm=
λ= Ly / Lx= 5/10= 0,5 Tab. 13 kym=
kxr=
Exemplificando para Mxm
a) Carga permanente (Mg)
Mxm(g)= k g Lx²= = 174kN.m/m
kxm=
Kxm= g= glaj + gasf + grec= + + = kN/m²
glaj= x= kN/m²
gasf= [( + ) / ] x = kN/m²
grec= kN/m²
b) Carga móvel (Mq+, Mq-)
Mxm(q)+= (x+(+)x)= kN.m
ϕ = 1,4 – 0,007 L > 1,00, L= Lx= m
ϕ = 1,4 – 0,007x= > 1

Mxm(q)-= 0

Lx/a=/=, t/a=/=()
(Tab13): MPr= , Mp= , Mp’=
Qd01: Pr=kN, p=kN/m2, LC=0m, CC=m, a=m
t= raiz ( x) + + + = m
c) Esforços de cálculo (Md)
Md1= 1,3x + 1,5x= kN.m/m=
Md2= 1,3x + 1,5x= kN.m/m
Md3= 1,0x + 1,5x= kN.m/m
Md4= 1,0x + 1,5x= kN.m/m=
f= [(–)/](/)= < 1,00
fyk= 50kN/cm², σ1= 36kN/cm²
fadot=
d) Seção de ferro (As*)
As*= x = cm²/m Tab.(Ø c/)
As= / ( x )= cm²/m

KMD= /(x(-x(/)))=
KMD= Tab. Ks=
4.9. Exemplo 02:
Considerando os dados abaixo, a seção transversal de
uma Ponte Classe I e a Vista Inferior, determinar as
armaduras para a laje tabuleiro central. Adotar: Aço
CA50, cob.=3cm, fck=35MPa, gmis=0,4kN/m².
Lx= m Ly= x=m
Lx= x(/) + x + = m
Mxm
Ly= m λ= Ly / Lx= / = Tab.

Características do TP 450: Pr= kN, p= kN/m², p’= kN/m², a= m

t= √LCxCC + elaje + emax asf + emin asf=


a) Carga permanente (Mg)
Mxm(g)= k g Lx²= x x = kN.m/m
k (Tab)=
g= glaje + gasf + grec + gmis= + + + = kN/m²
glaje= x = kN/m²
gasf= [( + ) / ] x = kN/m²
grec= kN/m², gmis= kN/m²
b) Carga móvel (Mq)
Mxm(q)+= φ[MPr x Pr + (Mp + Mp’) x p]= kN.m/m

φ= 1,4 – 0,007L= 1,4 – 0,007x=


Lx/a= , t/a= Tab: MPr= Mp= Mp’=
Mxm(q)-=

c) Momento de cálculo (Md)


Md1= 1,3Mg + 1,5Mq+= 1,3x + 1,5x=kN.m/m
Md2= 1,3Mg + 1,5Mq-= 1,3x + 1,5x=kN.m/m
Md3= 1,3Mg + 1,5Mq+= 1,3x + 1,5x=kN.m/m
Md4= 1,3Mg + 1,5Mq-= 1,3x + 1,5x=kN.m/m
f= [(M1-M2)/M1](fyk/σ1)= [(-)/](50/36)=

d) Seção de ferro (As*)


UNI: Mg= M1= kN.m/m, γg= , Mq= kN.m/m, γq= , AÇO= , γs =
bꞷ=m, h=m, dt=m, fck= MPa, γc= , x/d lim= , As= cm²/m,
As*= f As= = cm²/m Tab. (ø c/ )
6.9.2. Elementos acessórios
i) Barreira – Ela é considerada engastada na laje

ii) Guarda-rodas e passeio – Estes casos, são os modelos


antigos do DNIT. a) Guarda-rodas – ele é considerado
engastado na laje.
Md=1,5 x 75 x 0,30= 33,8 kN.m/m

b) Passeio – ele é considerado


engastado no guarda-rodas.
Md=1,4[1,00x0,85+(3x0,85)x0,425+
+ (0,15x25x0,85)x0,425]= 40,0 N.m/m
6.9.3. Esforços de cálculo
6.9.4. Seção de ferro
Mxm: Momento positivo no meio do vão da laje na “direção x”
Mym: Momento positivo no meio do vão da laje na “direção y”
Mxe: Momento negativo no engaste da laje na “direção x”
Mye: Momento negativo no engaste da laje na “direção y”
Mxr: Momento positivo na borda livre da laje na “direção x”
Myr: Momento positivo na borda livre da laje na “direção y”

Tabs. com índ. A (Ex: 36A):


Momentos positivos - Mxm, Mym

Tabs. com índ. B (Ex: 36B):


Momentos negativos e borda livre - Mxe, Mye, Mxr, Myr
5,00 2,37 1,17 4,99

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