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ESTRUTURAS DE CONCRETO E FUNDAÇÕES

ANÁLISE ESTRUTURAL
Prof. Dr. Leandro Vanalli
(lvanalli@uem.br)

leandro.vanalli
ANÁLISE ESTRUTURAL

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ANÁLISE ESTRUTURAL
É a fase do projeto estrutural em que é feita a
idealização do comportamento da estrutura,
expresso por diversos parâmetros.

De uma maneira geral, a análise estrutural tem


como objetivo a determinação de esforços
internos e externos (cargas e reações de apoio), e
das correspondentes tensões, bem como a
determinação dos deslocamentos e
correspondentes deformações da estrutura
projetada. Essa análise deve ser feita para os
possíveis estágios de carregamentos e
solicitações previamente determinados.
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MODELO RETICULADO
O desenvolvimento das teorias que descrevem o
comportamento de estruturas se deu inicialmente
para estruturas reticuladas 2D (elementos
estruturais que têm um eixo claramente definido).

Esse é o modelo mais comum para análise estrutural,


mesmo em casos de estruturas nas quais nem todos
os elementos estruturais podem ser considerados
como barras (como é o caso de edifícios de concreto
armado), sendo comum analisar o comportamento
global ou parcial da estrutura utilizando-se um
modelo de barras, com o aspecto 3D designado pelas
propriedades das seções transversais!

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MODELO RETICULADO

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PRIMÓRDIOS DAS ANÁLISE ESTRUTURAL

•Leonardo da Vinci (1452-1519) notas sobre Estática e


Resistência dos Materiais;
•Formalização teórica é atribuída à publicação do livro
Duas Ciências, de Galileu, em 1638;
•Vários outros deram suas contribuições para formalizar a
Engenharia Estrutural como se entende hoje:
•Jacob Bernoulli (1654-1705), Euler (1707-1783),
Lagrange (1736-1813), Coulomb (1736-1806), Navier
(1785-1836), Thomas Young (1773-1829), Saint-Venant
(1797-1886), Kirchhoff (1824-1887), Kelvin (1824-1907),
Maxwell (1831-1879), Mohr (1835-1918) e Timoshenko
(1878-1972).
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ANÁLISE ESTRUTURAL

•A formalização da Engenharia Estrutural através de


teorias científicas permitiu que os engenheiros
estabelecessem a formulação matemática e a
consequente modelação numérica (indispensável)
para nossos dias.
•Em suma, a análise estrutural moderna trabalha
com quatro níveis de abstração para a estrutura em
análise:

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ANÁLISE ESTRUTURAL

•Na concepção do modelo estrutural é feita uma


idealização do comportamento da estrutura real em que se
adota uma série de hipóteses simplificadoras. Estas estão
baseadas em teorias físicas e em resultados experimentais e
estatísticos, e podem ser divididas nos seguintes tipos:
hipóteses sobre a geometria do modelo;
hipóteses sobre as condições de suporte (ligação com
o meio externo, por exemplo, com o solo);
hipóteses sobre o comportamento dos materiais;
hipóteses sobre as solicitações que agem sobre a
estrutura (cargas de ocupação ou pressão de vento, por
exemplo).
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ANÁLISE ESTRUTURAL

A criação do modelo estrutural de uma estrutura


real é uma das tarefas mais importantes da análise
estrutural. Essa tarefa pode ser bastante complexa,
dependendo do tipo de estrutura e da sua
importância. Por exemplo, o modelo estrutural de um
prédio residencial de pequeno porte é concebido de
uma forma corriqueira.
Questões como essas mostram que existem diversas
possibilidades para a concepção do modelo estrutural
de uma estrutura. Nessa concepção diversos fatores
entram em cena, tais como a experiência do analista
estrutural e a complexidade da estrutura e de suas
solicitações. 10
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MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (MEF)

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MODELO NUMÉRICO - MEF

No MEF, o modelo discreto é obtido pela subdivisão do


domínio da estrutura em subdomínios, chamados de
elementos finitos, de formas simples (em modelos planos,
usualmente triângulos ou quadriláteros). Essa subdivisão é
denominada malha de elementos finitos e os parâmetros
que representam a solução discreta são valores de
deslocamentos nos nós (vértices) da malha.

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A obtenção do modelo discreto para estruturas contínuas é
muito mais complexa do que no caso de modelos de
estruturas reticuladas (pórticos, treliças ou grelhas). Para
estruturas formadas por barras, os nós (pontos onde valores
discretos são definidos) são identificados naturalmente no
encontro das barras, enquanto que para modelos contínuos
os nós são obtidos pela discretização do domínio da
estrutura em uma malha.

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CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES

• A solução do problema como um todo pode ser


aproximada com sua divisão em elementos discretos. Isto é
especialmente interessante no caso de problemas de
geometrias complexas onde uma solução analítica é
inviável;
• A precisão da solução dependerá do tamanho e número de
elementos e, também, da função de interpolação utilizada
pelo elemento;
• Normalmente as funções são escolhida de tal modo que a
variável de interesse, ou suas derivadas, sejam contínuas ao
longo dos elementos adjacentes;
• O material pode variar em cada elemento finito!

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MODELO NUMÉRICO – ELEMENTOS FINITOS

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MEF - HISTÓRICO

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MEF - HISTÓRICO

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MEF - HISTÓRICO

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MEF - HISTÓRICO

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MEF - HISTÓRICO

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POR QUÊ ESTUDAR O MEF ?

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POR QUÊ ESTUDAR O MEF ?

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APLICAÇÃO DE HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS

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ANÁLISE DOS RESULTADOS

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TIPOS DE ANÁLISE – PARÂMETROS ENVOLVIDOS

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REFINAMENTO DA MALHA

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Metodologia

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METODOLOGIA

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ANSYS

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ANSYS

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ABAQUS

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ABAQUS

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ABAQUS

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USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS
Desde a década de 1960 o computador tem sido utilizado na análise
estrutural. Nos anos setenta essa utilização passou a ser corriqueira,
e nos anos oitenta e noventa, com a criação de programas gráficos
interativos, a análise estrutural passou a ser feita com uso de
computador em praticamente todos os escritórios de cálculo
estrutural e empresas de consultoria.
A análise de estruturas pode ser vista atualmente como uma
simulação computacional de previsão do comportamento de
estruturas.

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USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS

Não é viável fazer projetos de maneira competitiva sem um


programa profissional para cálculo estrutural como apoio:
• Normas exigem cada vez mais verificações que sejam
atendidas simultaneamente
• Modelos matemáticos representação estão evoluindo muito
junto com as normas, e as condições de garantias de
segurança e desempenho também são maiores.
•O conjunto de análises e critérios de dimensionamento são
mais diversificados e exigem um grande esforço
computacional
• Otimização do tempo de produção de projetos estruturais é
cada vez mais necessária.
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USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS

Outra exigência do mercado são mais detalhes e prescrições


sobre o projeto, tarefa que exige exatidão e um tempo enorme
para elaboração. Some-se a isso as diferentes alternativas de
solução de projeto que o engenheiro precisa apresentar, já que
uma só não é mais suficiente. Só com um programa específico
para cálculo estrutural é possível estudar diferentes
alternativas sem perder produtividade.
Um software sempre trará resultados, mesmo quando algum
cálculo estiver errado. Inclusive, detalha a solução errada com a
mesma qualidade do que foi criado corretamente:
“Para se chegar a um bom resultado, vale lembrar que são
tomadas uma série de decisões técnicas enquanto se projeta com
essas ferramentas e que, para isso, o pré-requisito é o
conhecimento de engenharia e não a habilidade de se lidar com o
software”, Tulio N. Bittencourt.
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USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS

A resposta real das estruturas são geralmente não-lineares


(elementos mais carregados). Os programas, mesmo os mais
sofisticados, fornecem respostas aproximadas desse
comportamento. Daí é imprescindível que o profissional saiba
avaliar quando uma resposta aproximada não é válida

•O que é importante observar na aquisição de um programa:

•Aprendizado facilitado
•Documentação ampla
•Suporte técnico acessível
•Dispor de recursos gráficos e relatórios
•Configurações flexíveis
•Política de atualização acessível
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PRINCIPAIS PROGRAMAS
Software Cypecad: Permite calcular concepções estruturais praticamente
ilimitadas, inclusive combinações de peças em concreto armado como pilares,
vigas e lajes com perfis metálicos. Vários tipos de pilares incluindo pilares-
parede, poços de elevador e caixas de escada por Elementos Finitos. Vigas
normais e invertidas, “T”, rasas, treliças, etc. Lajes planas, cogumelo, pré-
fabricadas, nervuras e alveolares de geometria irregular para os panos,
aberturas, rebaixos e balanços. Tem um módulo de “muros armados” que permite
calcular reservatórios, piscinas e cortinas de concreto armado sujeitos a pressão
hidrostática e empuxos de terra, além de várias fundações.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
Software TQS: Cálculo estrutural de concreto armado, concreto protendido (com
maior resistência à tração), alvenaria estrutural e estruturas pré-moldadas. Possui
interface intuitiva e um editor CAD que define a posição e a dimensão dos elementos
estruturais (pilares, vigas, lajes, …) bem como as ações que atuarão na estrutura.
Com base no lançamento de dados, o sistema gera e calcula automaticamente
modelos matemáticos, compostos por grelhas e pórticos espaciais, que simulam o
comportamento de toda a estrutura.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
Software Eberick:
Faz modelagem tridimensional, análise, dimensionamento e detalhamento de
estruturas em concreto armado.
O Eberick possui um ambiente de CAD próprio, com recursos específicos para
modelagem de pilares, vigas, lajes, escadas, fundações, reservatórios, muros e
elementos de outros materiais. O modelo criado pode ser visualizado no pórtico 3D,
facilitando o entendimento da geometria proposta.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
Cype / Metálicas 3D
O Metálicas 3D é um software para cálculo estrutural e dimensionamento de
elementos estruturais metálicos, estruturas de alumínio e estruturas de madeira.
Possui uma entrada de dados gráfico onde o usuário pode desenhar a estrutura
com um prático comando de cotas. Basta informar as dimensões do projeto ou
importar um desenho feito em qualquer software CAD e as linhas do desenho
serão transformadas em barras sem a necessidade de redesenhar toda a
estrutura.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
SAP2000 – Análise Estrutural e Dinâmica, Linear e Não-Linear por
Elementos Finitos
O nome SAP tem sido sinônimo de estado da arte de métodos numéricos, desde o
seu surgimento, há mais de 30 anos. O SAP2000 segue a mesma tradição, com
uma interface, sofisticada, intuitiva e versátil proporcionada por um sistema de
análise estrutural e ferramentas de auxílio ao projeto, para engenheiros que
trabalham com infraestrutura de transporte, obras industriais, públicas,instalações
ginásios de esportes, para geração de energia, etc.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS

Tekla Structures
Possibilita criar estruturas complexas, o gerenciamento pode ser realizado por
meio de modelos 3D e trabalho colaborativo BIM. Permite trabalhar com
diferentes materiais (concreto armado, pré-moldado, aço, madeira e outros).

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
STRAP
Em síntese é uma ferramenta que trabalha com o método dos elementos finitos,
capaz de analisar estruturas simples e complexas. Alguns escritórios que trabalham
com estrutura metálica e concreto armado utilizam a ferramenta para padronizar os
modelos gráficos e relatórios. Possui a versão trial para os estudantes e
profissionais que desejam testar o software.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
Robot
Desenvolvido pela Autodesk para realizar o cálculo estrutural com interação
com o Revit. O software necessita da alteração dos parâmetros para a norma
brasileira.

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PRINCIPAIS PROGRAMAS
CSI ETABS
Capaz de analisar estruturas complexas, interface dinâmica e facilidade em
modelar diferentes geometrias. Neste software é possível desenvolver projetos
em estrutura metálica e concreto, podendo realizar projetos mistos. Outro fator
importante é a capacidade em modelar e renderizar.

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PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS PARA
ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de
concreto – Procedimento.

NBR 6120/80 - Cargas para o cálculo de


estruturas de edificações - Procedimento;

NBR 7480/07 - Aço destinado a armaduras para


estruturas de concreto armado - Especificação;

NBR 8681/03 - Ações e segurança nas estruturas


– Procedimento;

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PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS
PARA ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

NBR 6122/1996 - Projeto e Execução de Fundações


NBR 7190/1997 - Cálculo e Execução de Estruturas
de Madeira
NBR 8800/1986 - Projeto de Estruturas de Aço de
Edifícios
NBR 6123/1988 - Forças devido ao vento em
edificações
NBR 14859/2002 - Lajes pré-fabricadas
unidirecionais e bidirecionais
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PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS PARA
ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
NBR 8953/15 - Concreto para fins estruturais - Classificação pela
massa específica, por grupos de resistência e consistência;

NBR 9062/17 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-


moldado;

NBR 7187/03 - Projeto de pontes de Concreto Armado e de


Concreto Protendido – Procedimento;

NBR 15200/2012 – Projeto de estruturas de concreto em situação


de incêndio.

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PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS PARA
ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

NBR 9062/17 - Projeto e execução de estruturas de


concreto pré-moldado;

NBR 7187/03 - Projeto de pontes de Concreto


Armado e de Concreto Protendido – Procedimento.

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MODELAGEM

VERSUS

ANALÍTICO

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SEGURANÇA E ESTADOS LIMITES

Todos os tipos de estrutura devem possuir uma


margem de segurança contra o colapso e deformações,
vibrações e fissurações exces-sivas, sob o risco de
perdas de vidas humanas e danos materiais de grande
valor. Deverá existir, portanto, uma folga de resistência
da estrutura, isto é, para ocorrer a ruína a estrutura
teria que estar submetida a carregamentos muito supe-
riores àqueles para os quais foi projetada. A “distância”
entre o que a estrutura pode resistir e os esforços
solicitantes provenientes do carregamento de serviço é
a margem de segurança da estrutura.

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SEGURANÇA E ESTADOS LIMITES
Em resumo: “Todo o conjunto da estrutura, bem como as
partes que a compõe, deve resistir às solicitações
externas na sua combinação mais desfavorável, durante
toda a vida útil, e com uma conveniente margem de
segurança”.
O dimensionamento da estrutura é feito no Estado-Limite
Último (ELU), isto é, na situação relativa ao colapso.
Entretanto, os coeficientes de ponderação fazem com
que, em serviço, as estruturas trabalhem “longe” da
ruína.
Os coeficientes de ponderação majoram as ações (ou os
esforços solicitantes) e minoram a resistência dos
materiais. 61
ESTADO-LIMITE ÚLTIMO (ELU)

É o “estado-limite relacionado ao colapso, ou


a qualquer outra forma de ruína estrutural,
que determine a paralisação do uso da
estrutura.” (NBR 6118/14, 3.2.1).

Deduz-se, portanto, que, em serviço, a


estrutura não deve ou não pode alcançar o
Estado-Limite Último (ruína).

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VERIFICAÇÕES NOS ELU

“Em relação aos ELU, além de se garantir a


segurança adequada, isto é, uma
probabilidade suficientemente pequena de
ruína, é necessário garantir uma boa
ductilidade, de forma que uma eventual
ruína ocorra de forma suficientemente
avisada, alertando os usuários.”

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ESTADOS-LIMITES DE SERVIÇO (ELS)

“são aqueles relacionados ao conforto do


usuário e à durabilidade, aparência e boa
utilização das estruturas, seja em relação
aos usuários, seja em relação às máquinas
e aos equipamentos suportados pelas
estruturas.” (NBR 6118/14, item 10.4).

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Os Estados-Limites de Serviço definidos são:
a) Estado-limite de formação de
fissuras (ELS-F): estado em que se inicia a
formação de fissuras. Admite-se que este
Estado-Limite é atingido quando a tensão de
tração máxima na seção transversal for igual
a resistência do concreto à tração na flexão
(fct,f );

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b) Estado-limite de abertura das
fissuras (ELS-W): este estado é alcançado
quando as fissuras tem aberturas iguais aos
valores máximos especificados pela norma
no item 13.4.2. As estruturas de Concreto
Armado trabalham fissuradas, porque essa é
uma de suas características básicas, porém,
no projeto estrutural as fissuras devem ter
aberturas pequenas, não prejudiciais à
estética e à dura-bilidade;

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c) Estado limite de deformações
excessivas (ELS-DEF): este estado é
alcançado quando as deformações (flechas)
atingem os limites estabelecidos para a
utilização normal, dados em 13.3 da norma.
Os elementos fletidos como as vigas e lajes
apresentam flechas em serviço. O cuidado
que o projetista estrutural deve ter é de
limitar as flechas a valores aceitáveis, que
não preju-diquem a estética e causem
insegurança aos usuários;

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d) Estado limite de vibrações exces-
sivas (ELS-VE): este estado é alcançado
quando as vibrações atingem os limites
estabelecidos para a utilização normal da
construção. O projetista deverá eliminar ou
limitar as vibrações de tal modo que não
prejudiquem o conforto dos usuários na
utilização das estruturas.

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A NBR 6118/14 estabelece que “as resistências
não podem ser menores que as solicitações e
devem ser verificadas em relação a todos os
Estados-Limites e todos os carregamentos
especificados para o tipo de construção
considerado, ou seja, em qualquer caso deve ser
respeitada a condição:”

R d ≥ Sd
Rd = resistência de cálculo;
Sd = solicitação de cálculo.

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ESTÁDIOS DE CÁLCULO

Podem ser definidos como:

“estágios de tensão pelo qual um


elemento fletido passa, desde o
carregamento inicial até a ruptura”.

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-Estádio Ia – o concreto resiste à tração com
diagrama triangular;

-Estádio Ib – corresponde ao início da fissuração


do concreto tracionado;

-Estádio II – despreza-se a colaboração do


concreto à tração;

- Estádio III – corresponde ao início da


plastificação (esmagamento) do concreto à
compressão.
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c c c c

R cc
R cc R cc R cc x
x
LN
d LN
h
As
R ct R ct
R st R st R st R st

bw t t t

Ia Ib II III

Figura – Diagramas de tensão indicativos dos


estádios de cálculo.
ESTADO LIMITE DE UTILIZAÇÃO

O dimensionamento é feito no E.L.U. de


ruína, impondo-se que na seção mais
solicitada sejam alcançadas as
deformações específicas limite dos
materiais. Assim, o estudo tem por objetivo
comprovar que sob o efeito das ações de
cálculo a peça não supera os estados-
limites. As solicitações de cálculo são
aquelas que se atingidas, levarão a
estrutura a um estado-limite,
caracterizando sua ruína.
ESTÁDIOS – Fases de Carregamento

Desempenho de uma seção de concreto:


Estudada pela aplicação incremental de um
carregamento de zero à ruptura.

ESTÁDIO I – sem fissuras


ESTÁDIO II – início da fissuração
ESTÁDIO III – zona comprimida
plastificada
ESTÁDIO I
Fase de início do carregamento, com
tensões de tração de baixa magnitude.
ESTÁDIO II
O concreto não resiste mais à tração e a
seção se encontra fissurada na região de
tração.
ESTÁDIO III
A zona comprimida se encontra
plastificada e o concreto dessa região
está na iminência da ruptura.
ESTÁDIO III

Assim, o cálculo
(dimensionamento) das estruturas
de concreto armado será feito no
Estado Limite Último (ELU), pois o
objetivo é projetar estruturas que
resistam, de forma econômica, aos
esforços sem chegar ao colapso.
DOMÍNIOS DE E.L.U. DE S.T. - NBR 6118/2014

Item 17.2.2 – Hipóteses básicas

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DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO - NBR 6118/2014

Se você projeta ou pretende projetar estruturas,


me responde essa pergunta: Se você não sabe
como uma peça de concreto vai se romper, como
você vai conseguir projetar ela de uma forma
eficiente?
Se você souber exatamente como uma peça vai
se romper, porque não projetar tentando
aproveitar ao máximo as propriedades dela,
deixando a sua estrutura mais leve e mais barata?
Os domínios do concreto são justamente as
diferentes formas que uma peça de concreto pode
se romper.
80
DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO - NBR 6118/2014

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DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO - NBR 6118/2014

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DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO - NBR 6118/2014

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DOMÍNIO 2
É quando a borda superior está comprimida e a
borda inferior está tracionada, no entanto a linha
neutra está localizada em algum ponto entre a
borda superior (onde x=0*d) e 25,9% de “d” (onde
x=0,259*d);
Tem-se de um lado a armadura beirando a
deformação plástica pelo esforço de tração e, do
outro lado, o concreto começando a ser
comprimido. A ruína ocorre ainda em função da
tração.

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DOMÍNIO 3
É quando a borda superior está comprimida e a
borda inferior está tracionada, mas a linha neutra
está localizada em algum ponto entre 25,9% de d
(onde x=0,259*d) e 62,8% de “d” (onde
x=0,628*d), no entanto, a NBR 6118/2014
delimita que vigas de concreto tenham a altura da
linha neutra limitada a 45% de “d” (onde
x=0,45*d);

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DOMÍNIO 3
A ruína ocorre em função dos dois tipos de
esforços, mas, neste caso em específico, a peça
de concreto “avisa” quando está chegando perto
da ruína por meio de fissurações, o que não
acontece nos outros domínios já que, nos
domínios 1 e 2 a peça está sofrendo tração e o
concreto já está fissurado muito antes da ruptura
e, nos domínios 4 e 5, quando a peça rompe por
compressão, não há aviso.
Esse é o modo mais econômico de se projetar, já
que podemos extrair o máximo de cada
propriedade do concreto armado, havendo ainda
um “aviso” antes da ruptura. 86
GARANTIA DA DUTILIDADE

87
DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DA SEÇÃO

88
EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO NO ELU

89
LINHA NEUTRA E DEFORMAÇÕES

Curvaturas

Altura de “x”

Curvaturas expressas em função das deformações e da LN:

Linha neutra em função de deformações:

Linha neutra adimensional:


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DIMENSIONAMENTO NO ELU

Apostila do Prof. Dr. Alex Alves Bandeira 91


LIMITES DA LINHA NEUTRA

http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3
922/material/Alex%20Bandeira_Concreto%20(Apostila%20de%20Laje
s%20e%20Vigas).pdf

Apostila do Prof. Dr. Alex Alves Bandeira


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LIMITES DA LINHA NEUTRA

http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3
922/material/Alex%20Bandeira_Concreto%20(Apostila%20de%20Laje
s%20e%20Vigas).pdf

Apostila do Prof. Dr. Alex Alves Bandeira


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LIMITES DA LINHA NEUTRA

EXERCÍCIOS – PÁGINA 33 Apostila


Apostila do Prof. Dr. Alex Alves Bandeira

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