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qualidade total na gestão do projeto e execução
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^ Ivan Joppert Jr.
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D a d o s I n t e r n a c i o n a i s d e C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P )
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( C â m a r a B r a s i l e i r a do L i v r o , SP, B r a s i l )
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Joppert Junior, Ivan A
Fundações e contenções em edifícios: qualidade total A
na gestão do projeto e execução / Ivan Joppert Jr. A
São Paulo: PINI, 2007 O
A
Bibliografia. A
ISBN 978-85-7266-177-5 A
A
1. Administração de projetos 2. Contenções A
3. Construção 4. Edifícios 5. Fundações 6. Qualidade total A
I. Título
A
A
07-1122 CDD-624
1a edição
1a tiragem: 2.000 exemplares, mar/2007 KWTOMAFILIAD*
índice
Áreas de aplicação 10
Forma de apresentação 10
Áreas de utilização 11
1.1. Definições 15
II. Fundações 89
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11.1 Definições 91
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II.2 Fundações apoiadas diretam ente no solo 92
A
11.2.1. Metodologia executiva 92
11.2.2. Conceitos teóricos básicos 94
11.2.3. Checklist 106
11.2.4. Problemas executivos e prováveis soluções 108
-o
11.3. Tubulões a céu aberto 109 r~\
11.3.1. Metodologia executiva 109
II.3.2. Conceitos básicos teóricos 111
II.3.3. Check list 120
II.3.4. Problemas executivos e prováveis soluções 122
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Apresentação
Para a PINI, é uma honra ter sido escolhida pelo autor para a edição de um livro que,
sem dúvida, contribuirá para aumentar o alcance das informações técnicas sobre En
' \ genharia de Fundações e Geotecnia. Nossa missão, a partir de agora, é trabalhar para
que esta importante contribuição ao meio técnico nacional tenha visibilidade compa
tível com a qualidade da publicação.
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E ric Cozza
^ PINI
^ Diretor de Redação
■v mar/2007
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Áreas de aplicação
Este trabalho expõe, de maneira prática, os itens básicos que envolvem uma obra de funda
ções desde a fase de projetos e levantamentos de campo, até a conclusão desta importante
etapa de uma edificação.
Foi idealizado para engenheiros civis e arquitetos que estejam envolvidos em obras na fase de funda
ções e desejam aplicar um eficiente controle de qualidade à sua execução. Este trabalho deverá ser
usado sempre com o auxílio do engenheiro especializado em solos, visando à busca da excelência dos
serviços.
Os edifícios com subsolos serão o foco do desenvolvimento do nosso trabalho, tendo em vista a com
plexidade que suas obras apresentam, no que se refere a contenções, escavações e fundações. Os con
ceitos de controle de qualidade também são válidos para as edificações mais simples, do tipo edifícios
sem subsolos, galpões, sobrados, etc.
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Forma de apresentação
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Visando à facilidade de consulta e praticidade do seu uso, ele está organizado de forma a abordar todos
os tipos de contenções e fundações, sendo que para cada um deles serão vistos os tópicos:
a. Definições.
c. Check list dos tópicos a serem verificados nas várias etapas da obra.
d. Tabela com patologias, causas, conseqüências e providências para eliminação dos /■'N
erros mais comuns que ocorrem nesta fase da obra. A
10 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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Áreas de utilização
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Estão indicados a seguir os tipos de contenções e fundações mais utilizados atualmente nas obras de
edifícios com subsolos:
A
I. Contenções
A
a. Perfii com pranchada de madeira e/ou de concreto
A
II. Fundações
/"N
'"'\ a. Fundações apoiadas diretamente no solo
/'''S
/"\ b. Tubuiões a céu aberto
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^ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s « i v a n j o p p e r t ¡r. • 11
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(escoramentos)
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1.1. Definições
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r\ As contenções dos edifícios com subsolos despertam interesse especial, pois a grande maioria
r\ destas edificações possui os limites dos subsolos encostados na divisa, inviabilizando pré-esca-
/n vação em talude para execução das contenções e posterior reaterro. Dessa forma, torna-se ne
cessária a implantação de uma pré-contenção para ser viável a escavação a prumo junto à divisa
/- n
da obra, sem que haja abalo das edificações vizinhas. O mesmo conceito poderá ser aplicado em
qualquer tipo de escavação em que o limite da cava coincida com os limites da obra.
O
Ainda se tratando de edifícios com subsolos, as contenções além de serem dimensionadas
para absorver esforços horizontais provenientes de empuxos do solo, também devem ser di
A mensionadas para cargas verticais provenientes das lajes da edificação que venham a apoiar
nesta estrutura.
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/"'N Neste trabalho será dada ênfase às contenções de subsolos de obras urbanas executadas em per
f^\ fis com pranchada (de madeira ou de concreto pré-moldado), bem como às paredes diafragmas
/""N escavadas com lama bentonítica e com estacas secantes. Tal fato se deve à complexidade de exe
/'“’N cução que essas estruturas exigem e por se tratarem das contenções mais freqüentemente proje
tadas nas obras urbanas.
v.x'’
As demais contenções são executadas em obras com condições de implantação especiais, deven
/^\ do ser observados alguns aspectos práticos que surgem durante e após a sua execução que po
r~v dem trazer conseqüências indesejáveis.
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V
A tabela n° 01 resume as contenções em regiões de corte que podem ser executadas nas condi
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ções descritas, destacando-se limitações de uso, vantagens e desvantagens de cada uma.
A.
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• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. • 15
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Tabela n° 01 - Tipos de Contenções
16 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
A
A
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^ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s » ¡ van j o p p e r t j r . • Í7
.A
As figuras nos 1 a 5 ilustram as contenções com perfil e pranchada, parede diafragma,
estacas justapostas e secantes.
Figura n° 01:
Perfis com prancheam ento
+ estacas com prancheam ento
Figura n° 02:
Parede d ia fra g m a
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Figura n° 03:
estucas com pruncKeumento
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Figura n° 04:
estucus justapostas
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r~\ Figura n° 05:
estacas secantes
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fundações e contenções de e d i f i c i o s • ¡van ¡oppert ¡r. • 19
A
1.2. Concéitos teóricos básicos
Para a implantação de subsolos em obras urbanas, as contenções executadas com elementos es
truturais implantados no solo trabalham normalmente com três condições de carregamentos di
ferentes, a saber:
As figuras n0s 6 a 8 ilustram cada uma das fases e seus respectivos mecanismos de ruptura.
Ponto de Giro------
\ Ficha
Figura n° 06:
1“ Condição: Escoramento em balanço com_ficka engastada no solo
A rotação da contenção, que ocorre devido à atuação dos empuxos ativos, é combatida pelos em-
puxos passivos que atuam no engastamento da cortina no solo (ficha). Normalmente a ficha deve
ser aproximadamente igual a 1,5 a 2,0 vezes a dimensão do balanço.
1 !,
\ Escoramento ou Laie
Ponto de Giro------
Escoramento
Tirante/Chumbador
V->
’ Movimento Movimento
Figura n° 07:
2a Condição; Escoramento com u m a Unha de travamento
A rotação da contenção devido aos empuxos ativos é combatida pelo engastamento da ficha no
solo onde ocorrem os empuxos passivos.
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Figura n° 08:
3“ Condição: Escoramento com duas o a m ais linkas de travamento
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A estabilidade da estrutura está intimamente ligada ao desempenho dos escoramentos, não ha
vendo mecanismo de ruptura da contenção por rotação, e sim por translação.
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A
- • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 21
A
1.3. Verificação da estabilidade da contenção
Para cada etapa de carregamento da obra, a estabilidade da contenção deve ser verificada de
acordo com os mecanismos de ruptura, conforme exposto nas figuras n0s 6 a 8.
Existem duas formas para se verificar estas condições, que são: os cálculos por elementos fini
tos, em que se confirma a estabilidade pela teoria da elasticidade por meio de softwares comple
xos, ou pela teoria de empuxos, a qual adotaremos neste trabalho devido à simplicidade e rapi
dez de cálculo.
3. Empuxos ativos
E = q.ka-2 .c .V ír+ P e.ka + YA
4. Empuxos passivos
Ep = q.k
* p
+ 2.c.Vk7+
P
P A + y, w .hw
Onde:
0 - ângulo de atrito interno do solo obtido do ensaio triaxial
c- coesão do solo (kN/m2) obtido do ensaio triaxial
q- sobrecarga externa (kN/m2)
Pe- pressão efetiva do solo = ysub.h (kN/m2)
yw- peso específico da água (10 kN/m3)
h- altura hidráulica (m)
Como o nosso objetivo será a verificação da estabilidade da contenção, o ideal é o cálculo do fa
tor de segurança para as três etapas da obra, devendo ser verificadas as condições de segurança
para a rotação e para a translação. Aconselha-se que para obras provisórias o fator de segurança
seja maior que 1,5 e para obras definitivas ele seja maior que 2,0.
22 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
Para simplificação dos cálculos adota-se o ponto de giro como sendo o "pé" da cortina
(ponto "O").
O
R2 . d2
A PS rotação - > 1,5 (obra provisória) O U > 2,00 (obra definitiva)
R, .d,
/-"N
A
''A FS translação ' •> 1,5 (obra provisória) OU > 2,00 (obra definitiva)
A
■/"N
Onde:
F + R,
FS translação -> 1,5 ou 2,00
R ,. d, + x . F
FS rotaçao 2 2 — >1, 5 ou 2,00
pelo pé
R, d,
Onde:
R, - resultante dos empuxos ativos (área do diagrama de empuxos ativos)
24 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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+ ± L -±
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B S ?8 engaste
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As reações F,, F2, F3... podem ser calculadas considerando-se a contenção como sendo uma viga
contínua com a condição de engaste da ficha no solo.
Exempio de cálculo
0 = 25” *= i 2
ynat=t6kN/m :>
Ysat=17kN/m5
rs
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B Argila Arenosa Média /-
r-— ^ C= 15 (kN/m2)
0 = 15° banqueta / / \
ysat=18kN/m5 (vide observação)v< ^
^\ ' \ V ST
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1a F A S E
Figura n° 12
1o Exemplo: Cálculo d a estabilidade d a contenção para 2fases de obra
/->
/~ \
a. Cálculo dos coeficientes de empuxo ativo:
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 25
^"\
c. Cálculo dos empuxos ativos
E= q
n
. ka - 2 .c VkT+
a
Pe . ka + yi w . hw
E,= q . kaA- 2 . cAV k ^ = 1 0 . 0 , 4 0 - 2 . 0 .VÕ 4Õ = 4 ,0 kN/m2
E2= q • kaA- 2 ■CA ^ + pe • kaA= 1 0 .0 ,40 - 2 .0 .VÕ4Õ + (1,5 . 1 6 ) . 0,40 = 13,60 kN/m2
E,=
3
qn . kaA. - 2 . c.A V TaA7 + Pe . kaA. + y» w. h w
=
= 1 0 . 0 , 4 0 - 2 . 0 . VÕ4Õ“t- [1,5 .1 6 + 1,5 . (17-10)]. 0,40 + 1,5 .1 0 = 32,80 kN/m2
E4 = q - ka B - 2 - CB ^ + P e - kaB + Y w - h w =
= 1 0 . 0 , 6 0 - 2 . 15 .VÕ6Õ + [1,5 .1 6 + 1,5. (17-10)]. 0,60 + 1, 5. 10 = 18,46 kN/m2
E6= E4 + Pe . kaB+ Ahw. y w = 18,46 + [6 . (18-10)]. 0,60 + 6 . 1 0 = 107,26 kN/m2
E= q“ . kp + 2 . c v 1 Tp + Pe . kp + y• w hw
E4= q . kpB+ 2 . cBV TÇ = 0 + 2 . 1 5 .V ÍJ Õ = 39,12 kN/m2
Es= q ■kpB+ 2 . c0V k^ + P .. kpí + . hw= 0 + 2 .15 .VTT70 + 3 . 1 8 . 1 , 7 0
= 130,92 kN/m2
26 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •
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EM . (255,05).(4,23) + (498,96).(1,39) 1772,42
'~\ p s - passivos __ = 1,47
O (13,20).(8,11) + (34,80).(6,65) + (377,16).(2,29) 1202,17
^ "n
SM passivos
255,05 + 498,96 754,01
FS= = 1,77
13,20 + 34,80 + 377,16 425,16
■''> Conclusão: para a 1a fase da obra os fatores de segurança estão de acordo com o recomendado
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A • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. • 27
A
Cálculo do fator de segurança de rotação pelo ponto n° 3
Conclusão: para a 2a fase da obra o fator de segurança à rotação pelo apoio da laje
está abaixo do mínimo recomendado. Aconselha-se aumentar a ficha na
fase de projeto.
Para o cálculo da reação na laje devem ser verificadas duas condições de fatores de segurança
igual a 1,50:
cc F + 2 2 3 ,5 6 r
translação = 1 , 5 = ------------------------------- •*> a o a ------------------------------ = í > F = 4 1 4 , 1 8 k N / m
3 7 7 ,2 6 + 3 4 ,8 0 + 1 3 ,2 0
Adota-se a maior carga das duas condições (414,18 kN/m) como reação horizontal para dimen
sionamento da laje.
28 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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O
A
1.4.1. Metodologia executiva
Este tipo de contenção é obtida pela cravação de perfis metálicos estruturais (laminados
ou soldados) junto às divisas do terreno a ser escavado. A cravação é feita com bate-esta-
o cas de queda livre.
O
No caso da utilização deste tipo de contenção com a finalidade da implantação de sub
solos em edifícios urbanos, é comum que ela seja encarada como provisória, sendo que o
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trecho prancheado fica normalmente em balanço e o restante do perfil engastado no solo.
^~\
Como essa etapa da obra é relativamente rápida (1 ano aproximadamente), não se consi-
^ dera a diminuição da seção do perfil devido à corrosão, sendo o momento máximo do per-
^ fil obtido pela fórmula:
M - W * - / - 0' 90
mx
1,40
r> Onde:
A / - Tensão-limite de escoamento
/a W x - Momento resistente
Podemos estabelecer as seguintes correlações entre os momentos máximo^ dos perfis me
tálicos utilizados nessas contenções:
/-\
r\
Aço ASTM 572 (Gerdau Aço Minas)--------------------M mx = 2140 . Wx (kg . cm)
Aço A36 (CSN)------------------------------------------------- Mmx = 1500 . Wx (kg . cm)
Trilho usado --------------- —---------------------------------- Mmx = 1000. VV (k g . cm)
/'-'N
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. • 29
Os perfis mais utilizados como contenção estão mencionados na tabela n° 02 abaixo exposta:
0
Tabela n° 02 - Perfis metálicos para contenções r
n
Perfil tip o A lm a Peso p o r m etro M o m e n to resistente n
(k g /m ) W x (cm 3)
r
r
Os perfis da Gerdau Açominas são fabricados com aço ASTM 572 Grau 50 e possuem tensão
n
de escoamento de 3.500 kg/cm2. r'
Os perfis laminados pela CSN ou os soldados são fabricados com aço A-36 e possuem ten
são de escoamento de 2.500 kg/cm2.
Os perfis são fornecidos em comprimentos de 12,00 metros e devem ser cortados e/ou sol
dados para a obtenção de perfis menores ou maiores do que este comprimento.
Alguns solos, por serem coesivos, permitem a escavação entre perfis em cachimbos cortados a
prumo. Tal fato viabiliza a execução da cortina definitiva, em uma única etapa, em concreto
armado convencional ou projetado (estruturado com telas ou fibras de aço), economizando
dessa forma a etapa do prancheamento de madeira.
30 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
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concreto
projetado pranchão
de concreto
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Foto 01: Cortina de perfis atiran tados com
r\ prancheam ento de concreto e concreto
'-'' projetado. Supermercado A nd orinh a
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rs Figura n° 15: Cortina de perfis atirantados
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Figura n° 16: Cortina de petjís
atirantados com pranchão de m adeira
r\
rs C o n c re to d e S lu m p
r^. (S u b m u ro ç õ o )
P ro n c h õ o d e M a d e iro
<~s
= 5cm
r~.
r\
rs
r\ P e rfil M e tó lic o
VARIÁVEL
A seguir especificaremos os itens a serem verificados nas contenções em perfis com pranchada,
por se tratarem das obras mais projetadas em escavações urbanas devido ao baixo custo final da
contenção e velocidade de execução.
/~N
a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas)
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
■o e Danos a Terceiros
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 33
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Perfis com pranchada
'"A
Check list Sim N ão Observações
r\
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A
A
A Perfis com pranchada
A
Check list Sim N ão Observações
Apesar dos cuidados anteriormente citados, é comum a ocorrência dos problemas que passamos
a expor na tabela abaixo.
1. Durante a cravação
b. Perfil não penetra e a cabeça • Solo duro / compacto e/ou Limonita | Alargar a ponta do perfil
do perfil amassa t Aumentar o peso do martelo
2. Durante o prancheamento
36 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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Peifis com pranchada
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Problem as executivos Prováveis causas Providências
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
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1.5.1. M e to d o lo g ia e x ec u tiv a
n
A parede diafragma escavada com lama bentonítica é utilizada quando as escavações in
ternas de uma obra interceptam o lençol freático e materiais arenosos. Ela tem o objetivo
de evitar que essas escavações internas ao terreno ocorram com o fluxo constante de água
para dentro da obra, eliminando-se, dessa forma, o rebaixamento do lençol freático nas re n
giões anexas à escavação e também melhorando as condições de estabilidade dos solos n
contidos no interior da obra. r>
Escavação
O
Para a escavação da parede diafragma utiliza-se uma ferramenta chamada Ciam
Shell (acionada a cabo ou hidraulicamente), que gera abertura de cavas retangulares O
de espessura variável entre 30 cm e 120 cm e largura de 2,50 m ou 3,20 m. o*
■O
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Oi
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* 1# ^
rs
•^N
Para que a parede diafragma feche totalmente os limites da obra, as lamelas são
executadas de maneira seqüencial, alinhadas por uma "m ureta-guia", previamente
construída em torno de todo o terreno antes do início da parede diafragma. A mure
ta-guia é constituída por duas paredes paralelas de concreto, executadas junto às di
visas com a distância entre si igual à largura do Ciam Shell mais 3 cm e com dimen
sões de 10 cm de espessura por 110 cm de altura (vide figura n° 18).
r\
—i
rl
A Figura n° 18:
detalhe d a M ureta-G uia
2
H
â
A
A
- \
/—^
'-i
Foto 03: Detalhe
r\ do C iam Shell
entre maretas-
guías. Bolsa de
r\ Mercadorias e
Futuro
r\
rs
rs
Toda a escavação é feita com o seu preenchimento com fluido estabilizante (lama
bentonítica ou polímero) que tem o objetivo de evitar que ocorra o desbarrancamen-
r\ to da parte interna da cava. A bentonita que compõe a lama deve possuir as seguin
rs tes características mínimas:
Para solos com granulometria mais fina que as areias médias, é usual a utilização de
concentração de bentonita de 4%.
A lama bentonítica deverá possuir, após misturada e ficar em repouso por 24 horas,
as seguintes características:
Com a utilização contínua da lama ela pode perder a sua eficiência floculando e tor
nando-se instável, devendo, portanto, ser totalmente trocada de tempos em tempos.
B. Concretagem "In Loco"
Figura n° 20:
Im plan tação dos complementos
A
A
3
a
r\
A concretagem é executada após a desarenação ou troca da lama e com a retirada
A concomitante do tubo tremonha. A chapa-espelho e os tubos juntas somente são re
2 tirados após o início da pega do concreto.
A concretagem é feita com concreto com consumo de 400 kg/m3 de cimento, pedra
M n° 1,s lu m p entre 18 e 22 cm. Não devem ser utilizados cimentos de alto-forno, Ari,
r\
pó-de-pedra ou retardores de pega (vide figura n° 21).
A
CONCRETO
r\
r\ Figura n° 21:
Lam ela sendo
concretada
GAIOLA
ARMAÇÃO
rs
E M B U TIM E N TO M IN IM O
T R E M O N H A = 1.50 M
r\ CONCRETO
rs
r\
rs
• fundações e contenções de edifícios • ivan joppert j r. • 41
Preenchimento com placas pré-moldadas
Após a troca da lama concreta-se, com o auxílio do tubo tremonha, o fundo da escavação
e implanta-se a placa pré-moldada fazendo com que a sua parte inferior fique embutida
no concreto.
A placa pré-moldada pode ser de concreto armado e/ou protendido, maciça ou vazada e
com encaixe tipo macho-fêmea que garante o seu alinhamento.
A estanqueidade da parede é garantida pelo coulis que resulta entre o alinhamento da mu-
reta-guia e a placa pré-moldada.
Seção Típica
. Placa pré-moldada
Concreto
a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas).
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
e Danos a Terceiros
d
f^\i
r*-,
n>. f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 43
r^
Parede diafragma escavada com lama bentonítica
44 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
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Parede diafragma escavada com lama bentonítica
' s
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rs Check list Sim Não Observações
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A
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6. Execução da m ureta-guia
^j
■~r a. Equipamentos e materiais
A ■ cimento, areia, pedra e/ou concreto e aço
A ■ madeira para forma
j ■ bancada de carpintaria
a b. Abertura na valeta
A ■ fundações do vizinho
i • existentes (não submurar)
i • não existentes (submurar)
A ■ vizinho deságua esgoto ou águas pluviais no
r~\\ terreno da obra
1 ■ formas e armação de acordo com projeto
r-S. ■ formas alinhadas e aprumadas
'''"i
■ estroncamento superior e inferior cada 1,50 metro,
J logo após a desforma da mureta
-iI c. Reaterro após a desforma e estroncamento entre
O as muretas-guias
f ■ compactação manual
'r \ \
-í d. Preenchimento dos vazios atrás da mureta-guia
r< com argamassa com consumo de 100 kg/m3
A
A 7. Execução da parede diafragm a
/A \
a. Equipamentos mínimos
/'~s\
■ silos de armazenagem (o ideal são silos para
A armazenar 3 vezes o volume de cada lamela)
■•—i ■ Ciam Shell com dimensões compatíveis com
o projeto
/~ \ ■ bomba de recalque da lama
"~S ■ desarenador de lama
■ chapa de acabamento
■ tubo junta
■ tubo tremonha
/~ \
■ trépano
' \
■ raspador de junta
■ air-llft, se necessário
■ laboratório de controle de lama (balança de
densidade, cone de Marsh e bureta graduada
O para teor de areia)
■ laboratório de controle de concreto (formas para
corpo-de-prova e slump)
O
rs
rs
rs
O
O • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 45
Parede diafragma escavada com lama bentonítica
■ equipamentos de apoio
• pá carregadeira de esteira
• caminhão para faota-fora
• caminhão limpa fossa
• caminhão pipa para abastecimento e limpeza
• máquina hidrojateamento
• estoque de entulho
■ equipe de apoio
• armador
• servente para limpeza
b. Acompanhamento da escavação
■ lama com parâmetros corretos
■ limpeza da junta (virar Ciam Shell durante
a escavação)
■ passar o raspador de junta
■ profundidade correta
■ verificar prumo e torção pelo Ciam Shell
■ usar air-lift para limpar contato com rocha,
caso ficha seja "curta"
c. Acompanhamento da concretagem
■ armação posicionada
■ tubo junta, chapa-espelho e tubo tremonha
posicionados
■ análise da lama antes da concretagem e após
a escavação
• necessário desarenar
• necessário trocar a lama
■ slump e corpo-de-prova a cada caminhão betoneira
que chega na obra (mínimo 20 ± 2 cm)
■ quantidade de água adicionada ao concreto
está correta?
■ o tempo entre a saída do concreto da usina até
a concretagem é menor que 2,5 horas
■ acompanhamento da subida do concreto
■ gráfico da concretagem: subida teoria e real
■ o tempo para início de pega está dentro do
previsto (2,5 a 3,0 horas)
■ o concreto "abate" após a concretagem
■ controle tecnológico do concreto (ruptura aos 7,
14 e 28 dias)
46 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
o
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o ' Parede diafragma escavada com lam a bentonítica
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 47
f~\
1.5.3. Problemas executivos e prováveis soluções
1. Na execução da mureta-guia
a. Muro de divisa arrima o vizinho • Cota do piso do vizinho superior | Perder espaço no subsolo
à da mureta-guia t Executar outro arrimo junto
com mureta-guia
c. Fundações antigas interferem • Cortinas, sapatas, tubulões ou estacas | Demolição e/ou retirada das fundações
na parede diafragma antigas executados junto à divisa
2. Na execução da parede
diafragma
a. Na escavação o Ciam Shell desvia • Mureta-guia fora de prumo t Argamassar a lamela e refazer trecho
ou desapruma da mureta-guia
c. Na concretagem o tubo tremonha • Concreto iniciou a pega ou existe t Sacar o tubo tremonha para
entope borra de concreto endurecida desentupi-lo, instalar na boca inferior
no tubo do tubo tremonha uma bucha,
introduzir o tubo tremonha no
mínimo 2,00 metros no concreto já
lançado e continuar a concretagem
(provável local de falha com
vazamento)
48 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Paredes diafragma escavada com lam a bentonítica
d. Falta concreto durante a • A usina com problemas no | Sacar o tubo tremonha e promover
concretagem fornecimento limpeza por circulação reserva ou
• Concreto vencido air-Hft da superfície do concreto em
• Equipamento quebrou pelo menos 3 pontos distintos.
Após isso, executar a concretagem
(provável local de falha com
vazamento)
e. Após a concretagem o concreto • Água em excesso causando t Verificar na usina o traço adotado
abate exsudação
h. Concreto demora a dar pega • Presença de pH baixo e sulfatos t Usar cimento resistente aos
no solo sulfatos (R.S.)
i. Concreto com baixa resistência • Usina forneceu concreto com t Escavar menos
resistência abaixo do especificado t Usar tirantes
3. Na escavação
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. 49
r>
o
o
Paredes diafragma escavada com lama bentonítica o
a. 0 talude provisório rompe • Inclinação do talude errada t Escavar a montante da parede r '
ou a parede diafragma se • Escavação com balanço excessivo e/ou reaterro a jusante para
movimenta posterior atirantamento
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50 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f f c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • o
o
1.6. Parede diafragma com estacas secantes
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1.6.1. Metodologia executiva
d
A parede diafragma com estacas secantes vem ganhando mercado, sendo uma concorrente dire
✓'"v ta da parede diafragma escavada com lama bentonítica. Tal fato se deve à sua grande versatilida
o! de quando comparada com as técnicas tradicionais, pois ela não necessita de lama bentonítica
/"■s para a sua execução, seus equipamentos são de menor porte, além de ela penetrar em materiais
de grande resistência, tais como argila muito dura e rocha tipo gnaisse A4. Ela é executada se
gundo a seguinte metodologia:
r~\
w !
A. Perfuração
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n ¡ o p p e r t jr. 51
B. Concretagem
Faz parte do processo executivo o preenchimento das estacas com argamassa fluida pós-
misturada de cimento e areia, fornecida por silos ou com argamassa proveniente de usina
transportada por caminhão betoneira. A argamassa deve possuir slump mínimo de 28 cm
± 1 cm, slump flo w de 32 ± 2 cm e o fck deve estar entre 18 MPa < fck < 25 MPa.
Armação
As primeiras estacas executadas na obra não devem ser armadas, ou seja, devem ser ape
nas preenchidas com argamassa. As peças devem ser implantadas deixando-se a previsão
para a execução, em uma 2a etapa, de outras estacas entre as argamassadas. As estacas da
2a etapa devem recortar as estacas argamassadas, de forma a promover a interação de toda
a cortina. Essas estacas da 2a etapa também receberão a armação necessária para suportar
a solicitação de empuxos a que estarão expostas (vide figura n° 24A).
N------- ARGAMASSA
SEM ARMAÇÃO
\
• •
\ ____ E;ATACAS ARGAMASSADAS
• oeo© \ ___ ESTACAS INICIAIS ARGAMASSADAS
OU COM PERFIL ' I * IMPLANTADO
2a FASE 2 a FA S E 2a FASE
F IG U R A A FIGURA B
Quando se utilizam os perfis laminados para estruturação das estacas é comum que seja
utilizada a linha W250 ou W310, que deve ser dimensionada de acordo com os esforços so
licitantes sem qualquer perda por corrosão, tendo em vista que as estacas estarão sempre
protegidas pela argamassa de enchimento das estacas.
• Escavação e concretagem a seco: o processo não necessita de fluido para garantir a estabilida
de da escavação, que ocorre em processo contínuo, similar à hélice contínua. O preenchimento
da escavação com argamassa se dá com o auxílio de bomba, a exemplo da hélice contínua.
• A escavação das estacas avança em rocha A-4 (rocha alterada), possibilitando maiores embuti-
mentos com conseqüente maior capacidade de carga vertical e menor percolação de água.
• Possibilidade de implantar perfis estruturais em vez de armadura mesmo nas estacas iniciais,
possibilitando a estruturação da parede para absorver grandes esforços cortantes e de flexão.
• Tratamento eficaz das juntas de concretagem: o seqüencial executivo das estacas inicia-se com
O as peças não armadas espaçadas convenientemente para possibilitar a execução das estacas
armadas entre as argamassas.
o
Ausência de desbarrancamento durante a escavação das estacas: o revestimento das estacas
^ ] aliado à utilização do trado helicoidal contínuo elimina a possibilidade de desbarrancamento
durante a escavação.
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a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas)
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
e Danos
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 55
Parede diafragma com estacas secantes
6. Execução da m ureta-guia
a. Equipamentos e materiais
• cimento, areia e pedra ou concreto
• gabarito metálico para a locação das estacas
a. Equipamentos mínimos
• perfuratriz acoplada com cabeçote duplo
• trado e tubo com comprimentos compatíveis
com o projeto
• computador de bordo para aferir a execução
das estacas
• sensores para profundidade, velocidade, inclinação,
volume e pressão de injeção de concreto
• bomba com capacidade mínima de 20 m3/hora e
6 MPa de pressão mínima
b. Boletins de execução das estacas contendo:
• nome e local da obra
• identificação da estaca
• armação da estaca
• comprimento da estaca
• identificação do caminhão betoneira
• confrontar volume fornecido x volume injetado
c. Perfuração da Estaca
• proteção das edificações vizinhas para não
ocorrer queda do material escavado pela
parte superior do tubo
• iniciar por uma estaca argamassada
• verificar proximidade com outra estaca
(mínimo 4 vezes o diâmetro por 12 horas)
• evitar recorte da estaca anexa com mais de 3 dias
d. Preenchimento da estaca com argamassa fluida
• acompanhamento da pressão de injeção
(sempre maior que zero)___________________
56 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Parede diafragma com estacas secantes
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 57
1.6.3. Problemas executivos e prováveis soluções
A maioria dos problemas de execução das estacas secantes está relacionada a argamassa
em desacordo com a especificação, bombas com capacidade de bombeamento aquém do
declarado pelo fabricante e muito raramente problemas de operacionabilidade do maqui-
nário.
1. Durante a escavação
das estacas
a. A perfuratríz não tem estabilidade • Presença de solo arenoso e água t Espalhar rachão ou entulho
devido às condições do solo de sobre o solo
apoio das esteiras
2. Durante a injeção
de argamassa
58 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Paredes diafragma escavada com lama bmtomtica
b.2. Verifica-se formação de • Formação de bolha de ar/água por | Perfurar novamente a estaca
bolha de ar e água com falha da bomba ou subida rápida
abatimento repentino,da do conjunto trado-hélice
superfície da argamassa
c. Armadura não desce • Terreno arenoso com muita t Retirar a armação, perfurar novamente
água com interrupção da estaca injetando a argamassa com maior
pressão na passagem arenosa
3. Na escavação do subsolo
b. Sinais de umidade no talude • Falha em alguma estaca t Usar rebaixamento de lençol com
e água em excesso na obra • Falta de embutímento da parede ponteiras até que seja descoberta
em camada impermeável a falha
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 59
1.7. Tirantes
A sua maior utilização é nas obras de contenções, ocasião em que eles absorvem os esforços hori
zontais provenientes de empuxo do solo, sendo também muito utilizados em lajes de subpressão,
quando trabalham posicionados na vertical com o objetivo de absorver os esforços provenientes
de empuxo hidráulico no piso de obras submersas.
Conforme exposto inicialmente, para a instalação do tirante no solo é feita uma perfuração, para
posteriormente ter o elemento estrutural instalado no solo, sendo que essa perfuração poderá ser
executada com equipamento manual, ou mecânico com auxílio de circulação de água ou ar com
primido. Também existe a possibilidade de executar a perfuração com a instalação concomitante
do tirante caso sejam utilizados os tirantes tubulares auto-injetáveis.
a. Tirantes de Barra
Os tirantes de barra são, em sua grande maioria, fornecidos pela empresa Dywi-
dag, fabricante de barras maciças compostas por aços ST 42/50, ST 50/55 e ST
85/105. A Dywidag também fornece os acessórios para emendas e protensão
das barras. A tabela a seguir expõe as bitolas, tipos de aço e cargas de trabalho
dos tirantes monobarra.
60 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r \
r\
/^N
A
A
A Onde:
'"'I
ST x/y
x - tensão de escoamento em t/mm2
y - tensão de ruptura em t/mm2
r\
A
A
■^N
-A
r\
-1
A
A
Figura n° 25: Composição de um tirante m onobarra padrão
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 61
Tabela n° 04 - Características técnicas tios tirantes
com fios ou cordoalhas
62 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
r^
/A
'■"A
A
O
c. METODOLOGIA EXECUTIVA
o Os tirantes com injeção posterior são executados em seis etapas distintas, a saber:
o 1a etapa: M ontagem
o
Montagem dos tirantes de acordo com o exigido em projeto no que se refere a estrutura
/A (quantidade de barras, fios ou cordoalhas), comprimento livre e ancorado e proteção con-
^ tra corrosão (vide item I.7.3).
-a
o 2a etapa: Perfuração
■' i
o '
Perfuração do solo ou rocha com diâmetro e comprimento definido pelo projetista geotéc-
o
nico. Essa perfuração poderá ser manual ou mecânica, com auxílio de circulação de água,
o lama bentonítica ou ar comprimido, com revestimento ou não, dependendo das condições
^ de resistência ao corte e estabilidade das paredes do furo.
o
3a etapa: Introdução do tirante e preenchimento da perfuração
o 1
Introdução do tirante e preenchimento da perfuração com nata de cimento + água, com fa
o tor água-cimento entre 0,55 e 0,50 (execução da "bainha"). Dependendo das condições lo
■a cais, por vezes torna-se necessário o preenchimento da perfuração com nata de cimento an-
o tes da introdução dos tirantes.
■o Protensão do tirante sete dias após a última fase de injeção, caso se utilize cimento comum,
^ ou quatro dias após a última fase de injeção, caso se utilize cimento de alta resistência ini-
^ ciai (ARI).
o
0 ensaio do tirante deverá estar de acordo com a NBR - 5629, sendo a sua ancoragem exe
cutada em placas de aço inclinadas em relação à vertical.
o
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. • 63
6a etapa: Preparo da cabeça de proteção (válida para tirantes definitivos)
Preparo da cabeça de proteção com a instalação de dois tubos de injeção na cabeça do ti
rante.
A ponta do tirante é composta por uma peça de perfuração chamada tricone, munida de
orifícios de diâmetro variável entre 5,0 mm e 12,0 mm. Conforme mostra a figura n° 27:
CORTE A -A CORTE B -B
W
Figura n° 27: Características do tricone
Tabela n° 05 - Características técnicas
dos tricones em função do tipo de solo
A Incotep possui uma linha de produção de tirantes que resultam em cargas similares
aos tirantes tradicionais de fios e cordoalhas, conforme mostrado na tabela n° 06.
A capacidade de carga da ancoragem dos tirantes pode ser calculada pelo método
proposto pelo Eng° Ivan Joppert Jr. apresentado no SEFE V - Seminário de Engenharia
de Fundações Especiais e Geotecnia, o qual define a carga de ruptura como sendo:
Rrup = 9,2
'
. Nspt . 0 . L . K
Onde:
Rrup - carga
3
de ruptura
r
do tirante
Nspt - número médio de SPT na região de implantação do bulbo de ancoragem
0 - diâmetro do tricone em metros
L- comprimento de ancoragem do tirante em metros
K- coeficiente que depende do tipo de solo (t/m2)
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 65
rN
Tabela n° 07 - Coejicimte K
o,
em junção do tipo de solo
r>.
tip o de solo K
(t/m 2)
c. M e to d o lo g ia Executiva
1a etapa - Montagem
r\
r\
r\
rs
r\
r\
Figura n° 28: Composição de u m tirante autoperfuran te padrão
/~s
^ 1
*' í
O !
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o detalhe da
o junta
o
^ •
■"■s I
O I
o '■
^ !
r \ : Figura w° 29b:
Perfuração com
^ i acopla m en to
-~\ ; de nova. barrn
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 67
Figura n° 29c Tirante concluído
3a etapa - Protensão
Após a implantação do tirante deve-se aguardar o prazo de quatro dias (caso se uti
lize cimento de alta resistência inicial) ou sete dias (caso se utilize cimento comum)
para a execução da protensão. A protensão do tirante se dá com o auxílio de macaco
hidráulico, instalação de placa de grau e porcas para a ancoragem do tirante.
Em qualquer tipo de tirante de aço a sua montagem se inicia com o tratamento prévio con
tra a corrosão em função da agressividade do meio em que se pretende instalar os tiran
tes. Os elementos de proteção devem atender aos requisitos da Norma Brasileira NBR -
5629/1996:
68 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
a. Limpeza
0 tratamento contra corrosão prevê a limpeza prévia das peças metálicas, a qual
pode ser mecânica ou química. Quando o grau de oxidação é brando e superficial, a
limpeza pode ser mecânica, com o emprego de lixas e escova de aço. Quando o grau
de oxidação é muito acentuado, deve ser utilizado um processo químico. O tratamen
to consta de banho de imersão em ácido fosfórico a 85% por 10 a 15 minutos para
um banho posterior com soda cáustica diluída em 30% também por 10 minutos. O
resultado das duas imersões é um depósito branco facilmente removível por proces
sos mecânicos.
b. Pintura
Após a remoção da ferrugem, as peças passam por uma pintura de proteção anti-cor
rosiva com tinta à base de resina.
As camadas de tinta aplicadas serão sempre, no mínimo, de duas demãos, sem falhas
ou imperfeições, devendo-se aguardar a secagem de tinta por no mínimo três dias.
c. Instalação do tirante
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 69
c.1. Classes de Proteção
• Classe 1
Para essa classe, há a exigência de que a proteção possua barreiras físicas que pre
servem o tirante contra a corrosão, sendo que o cimento é considerado como uma
barreira física. Mesmo assim, o tirante ainda deve receber as seguintes proteções em
seus trechos livre e ancorado, enunciadas pela Norma NBR - 5629/1996:
Trecho ancorado: além do cimento, o elemento resistente à tração deve receber pro
teção por meio de tubo plástico corrugado ou tubo metálico com espessura mínima
de 4 mm.
• Segunda maneira: pode-se também optar por executar uma proteção de graxa an
ticorrosiva e tubo plástico abrangendo todo o conjunto, sendo que será necessá
ria a instalação de um segundo plástico envolvendo esse conjunto todo. Além dis
so, deverá se executado o preenchimento com argamassa do espaço vazio existen
te entre os dois tubos.
• Classe 2
• Classe 3
70 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
to resistente à tração com um todo, ou composta por tubos que envolvam cada ele
mento individualmente.
Para o trecho ancorado, a proteção será obtida com a calda de cimento, desde que o
trecho receba centralizadores que garantam o recobrimento mínimo de 5 cm.
1.7.4. Protensão
De acordo com a norma brasileira, todos os tirantes de uma obra devem ser submetidos a ensaios
de protensão.
Em casos de obras de menor responsabilidade e para cargas relativamente pequenas, pode-se op
cionalmente utilizar chave de torque, também devidamente aferida.
Cabe enfatizar que os tirantes aplicam cargas relativamente elevadas em pontos localizados. As
sim, caso os testes sejam executados sobre a estrutura, esta deverá estar dimensionada ou prepa
rada para receber os esforços. As cargas devem ser aplicadas de acordo com as características do
projeto e do processo executivo previsto.
A norma brasileira NBR - 5629/1996 estabelece que, no mínimo, dois tirantes ou 1% dos ti
rantes por obra, por tipo de terreno e por tipo de tirante, sejam submetidos a esse ensaio.
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 71
Estabilizado o conjunto, aplica-se o primeiro estágio de carregamento e medem-se os
deslocamentos até que se atinja a estabilização. Em seguida, alivia-se a carga até F0
e medem-se os deslocamentos plásticos.
A norma brasileira NBR - 5629/1996 estabelece que, antes de aliviar a carga, deve-se
medir e observar os deslocamentos sob cargas constantes seguindo os critérios:
o
Onde:
r-\
dea - deslocamento elástico do limite superior
Ll - comprimento livre teórico
Lb - comprimento do bulbo
^1 F- carga do estágio correspondente
^ F0 - carga inicial
s-\ E- módulo de elasticidade do elemento resistenteà tração
S- seção transversal total do elemento resistente à tração
A ri 0 ,8 (F -F M
^ eb —
E .S
Onde:
^
f >
debL - deslocamento elástico do limite inferior
Além disso, o trecho inicial do limite "b" é adaptado pelos pontos "R" e "S", defini
,^\
dos por coordenadas obtidas pelas seguintes equações:
/^\
ponto "R":
^ d= 0
A F = F0 + 0,15 . Flim
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 73
ponto "S":
d - (0>6- F ,J .L l
E .S
F * F0 + 0 .7 5 . F...
Onde:
Fljm- máxima carga aplicada no tirante para a qual o deslocamento
ainda se estabiliza
O limite médio "c" representa o alongamento teórico do trecho livre, sendo recomen
dável usá-lo como referência. A equação do limite de referência "c" é dada pela nor
ma e reproduzida a seguir:
d ec =
E.S
Onde:
dec - deslocamento elástico de referência
Após o traçado das linhas elásticas limites, traça-se a linha elástica real obtida por
medições em campo. A linha elástica real deverá apresentar um trecho aproximada
mente reto. A partir da inclinação deste trecho reto calcula-se o comprimento efeti
vo livre, o qual também pode ser calculado pela equação fornecida pela norma e re
produzida a seguir:
L .E.S
u aF
74 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n j o p p e r t jr. •
rs
o
o
O
o Onde:
O
Lle - comprimento livre efetivo
O
Ade - variação do deslocamento entre dois pontos quaisquer do trecho reto
o
aF - variação do carregamento correspondente ao deslocamento
O
E- módulo de elasticidade do elemento resistente à tração
O
O
Também se pode determinar o valor da perda de carga por atrito no trecho livre (Pa).
o Este valor é obtido graficamente com o prolongamento do trecho reto da linha elás-
o tica real até a interseção com o eixo das forças.
o
o
I.7.4.1.3. Aceitação
o
o A aceitação do tirante ensaiado dependerá de seus deslocamentos elásticos estarem
o , situados entre os limites superior "a" e inferior "b", além de a perda por atrito não
O ser superior a 15 % da maior força a ser aplicada no tirante ensaiado.
r,
r\
1.7.4.2. Ensaio de recebim ento
rs
r\ Como ensaio de rotina, deve ser realizado em todos os tirantes da obra, de forma a se ga
rs rantir o controle da capacidade de carga e do comportamento dos tirantes.
■-'A
o A seqüência de ensaio consiste em carregar o tirante até a carga máxima prevista, promo
ver o descarregamento e voltar a carregar até a carga de trabalha
rs
O 0 carregamento deve ser aplicado de maneira que todos os tirantes sejam testados até
o uma carga máxima, seguindo critérios diferentes para tirantes provisórios e permanen
o tes. Para tirantes permanentes e provisórios, os critérios são os seguintes, segundo a NBR
O -5629/1996:
O
a. Permanentes: 0 carregamento deve ser promovido até atingir 140
O lho em todos os tirantes (ensaio tipo B), sendo que 10% dos tirantes da obra, escolhidos
p aleatoriamente, deverão ser carregados até atingirem 175% da carga de trabalho (ensaio
o tipo A);
rs
r> b. Provisórios: 0 carregamento deve ser promovido até atingir 120% da carga de trabalho
em todos os tirantes (ensaio tipo D), sendo que 10% dos tirantes da obra, escolhidos aleato
O riamente, deverão ser carregados até atingirem 150% da carga de trabalho (ensaio tipo C);
O
r,
rs 1.7.4.2.1. Metodologia executiva
O
Inicialmente, posicionam-se os equipamentos de protensão junto ao tirante a ser exe
r\
cutado. Este tirante deve ser devidamente limpo de maneira a se garantir que o ma
r,
caco hidráulico tenha a aderência necessária para exercer a protensão.
rs
o
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 75
r
Posteriormente, aplica-se uma carga inicial para a fixação do equipamento. Esta for
ça inicial F0 é da ordem de 10% da carga de escoamento do aço.
Durante a execução do ensaio, devem ser medidas as cargas aplicadas por meio do
manómetro e também devem ser medidos os deslocamentos da cabeça do tirante,
por meio de uma régua de madeira ou por meio de um extensômetro, ambos fixados
após a aplicação da carga inicial e na direção da tração aplicada.
Para a realização do ensaio, deve-se evitar a cravação dos davetes. Isto é obtido com
a utilização de um calço, conhecido como calço estrela.
76 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
/—N
1.7.4.2.2. Apresentação e interpretação
r\
rs Para todos os tirantes da obra serão apresentadas curvas de carga x deslocamentos.
rs Como exemplo, apresenta-se uma curva obtida em ensaio de campo. No caso, o en
saio realizado foi para tirante provisório tipo "D".
rs
/
CARREGAMENTO (tf)
A
rs
rs
i
/-V
'''>
rs\
i
/~V
'"N :
Para a plotagem deste gráfico, é necessária a tabela com os valores de carga e deslo
f~\\
camentos conforme o exemplo apresentado a seguir:
rs i
H
Tabela n° 10 - valores de
^ i ensaio de recebimento
^ ;
i
c a r g a (tf) l e i t u r a (mm)
4 1,1
12 7.9
24 15.7
32 23,6
40 31,4
/~N 48 41,3
/- \ 40 40,6
■'"'\ 32 37,1
24 32,7
12 24,9
4 16,7
O
4 16,7
rS
12 21,8
rs
24 29,3
rs
32 34,6
rs
40 39,0
rs
rs
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 77
rs
Segundo a NBR - 5629/1996, o ensaio de recebimento deve ser interpretado em re
lação à estabilização dos deslocamentos da cabeça do tirante e em relação ao atrito o
ao longo de todo o trecho livre, podendo ser aceito quando:
o
o
o
o
r^
o
í/"''
I.7.4.3.1. Metodologia executiva rs
.o
0 ensaio de fluência é realizado com o auxílio do macaco hidráulico, posicionado de
o
maneira que esteja com o eixo do tirante. Além do macaco hidráulico, são usados um
manómetro e dois extensômetros. rs
78 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Posicionados os equipamentos, o ensaio será executado com ciclos de carga constan
te nos seguintes níveis de carregamento:
A partir de 60 minutos, pode-se considerar as medidas suficientes desde que, nos úl
timos 30 minutos de ensaio, os deslocamentos da cabeça do tirante não superem 5%
do deslocamento total do ensaio. Caso este limite seja superado, devem-se executar
medições a cada 30 minutos até que o limite não seja mais superado.
A norma ainda admite que as cargas tenham variação de mais ou menos 3% em re
lação à carga e base do estágio. Esta tolerância se deve ao fato de que as medidas
são tomadas por meio de instrumentos muito sensíveis e que podem sofrer influên
cia de variações de cargas ou perturbações nas proximidades.
A interpretação será feita mediante o traçado dos seguintes gráficos, como mostra a
figura n° 33:
s~~s
r\
r\
r^\
r\
r~ \
/**>
Figura n° 33: Ensaio de flu ê n c ia
d2-d,
CF =
log t2 - log t,
Onde:
CF- coeficiente de fluência
d2e d ,- deslocamentos em dois pontos quaisquer da reta rN
* ¡c V tempos correspondentes
r>
80 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
I.7.4.3.3. Aceitação
Para serem aceitos, os tirantes deverão ter coeficiente de fluência para a carga de
1,75 Ft com valor inferior ou igual a:
I.7.4.4. Ancoragem
A norma NBR - 5629/1996 recomenda que a carga de incorporação F seja indicada no pro
jeto e dentro do intervalo:
A ancoragem pode ser feita por meio de anéis e porcas (sistema Dywidag e ln-
cotep) ou com placas de ancoragem e clavetes de pressão (para tirantes de fios
e cordoalhas).
A recente história das obras atirantadas tem mostrado que a parte mais sensível
de uma ancoragem está na cabeça e suas proximidades, principalmente por ação
das intempéries.
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n j o p p e r t jr. • 81
De uma maneira geral pode-se recomendar para a cabeça:
82 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r>
rx
rx
r\
\ Tirantes
A Check list Sim N ão Observações
!
.O
UI 1. Serviços prelim inares no canteiro de obras
o
''S a. Criar acessos à perfuratriz (ver com empreiteiro
- ! dimensões do equipamento)
i
t
b. Definir local para estocagem de materiais tais
r ' 1! como cimento e os tirantes
c. Definir local para montagem dos tirantes
H (bancada coberta com ponto de força próximo)
A d. Definir local para tanque de estocagem de água,
r\ batedores, etc.
e. Equipe de apoio
s~\ • serventes para limpeza da lama
H f. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
a • caminhão-toco ou trucado traçado
^\S • reservatório de água e/ou lama bentonítica
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões
/~\
3. Execução dos tirantes
O
a. Locação do arrimo e dos tirantes
b. Inspeção dos equipamentos
^~\ ■ equipamento manual para furos até 100 mm
r> e com paredes estáveis até 12,00 m de
comprimento em sofo com pequena resistência
ao corte
■ perfuratriz com torque compatível com a bitola
a ser perfurada (400 kg x m para perfuração
entre 100 mm e 250 mm) em solo resistente
ao corte e/ou com paredes instáveis e/ou
com comprimento superior a 12,00 m
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. • 83
»
o
rs
rs
r >
r>
Tirantes
n
Check list Sim N ão Observações
rs
o
■ conjunto de tubos de revestimento caso
haja necessidade
■ misturador de alta turbulência com 1750 rpm. o
■ agitador com rotação mínima de 50 rpm.
■ abastecimento de água compatível com a o
necessidade da obra o
■ bomba de água com capacidade mínima de
20 m3/h e pressão maior que 40 m.c.a.
■ bomba de injeção de argamassa com vazão
e pressão compatível com a necessidade do
serviço (pressão mínima de 50 kg/m2)
o
■ mangueiras de alta pressão
■ obturador duplo
■ comando de injeção r>
■ tubo para lavagem de injeção
c. Montagem do tirante rs
■ corte dos elementos estruturais compatível o
com projeto (prever sempre 1,00 m a mais
o
para protensão)
■ limpeza e tratamento contra corrosão conforme rs
o local de aplicação do tirante o
■ montagem do tubo manchete com válvulas a
cada 50 cm no trecho ancorado o
d. Perfuração o
■ local livre de interferências superficiais
■ verificar se no alinhamento da perfuração
existe alguma interferência a montante do arrimo
■ existência de interferência impossível de ser ir
retirada induzindo à utilização de martelo de 1
rotopercussão ou reinicio da perfuração com ¡rs
i
inclinações horizontais para desviar das rs
interferências
■ existência de camada de areia grossa ou rs
pedregulho que possa ser "lavada" e/ou rs
comunicar com outro tirante, exigindo
rs
revestimento
■ existência de camada de argila muito mole .rs
que desagregue ao ser submetida a circulação rs
de água, exigindo revestimento
■ existência de camada instável, exigindo r'
revestimento r>
■ comprimento perfurado em conformidade rs
com o projeto
■ observar o comportamento dos furos já executados r<
próximos à perfuração de um novo furo rs
■ limpeza da perfuração com água
e. Implantação do tirante r>
■ implantação do tirante e execução simultânea rs
da bainha, ou
rs
r>
84 f u n d a ç õ e s e cont enções de edi f í ci os • ¡ v a n j o p p e r t jr. ■o
Tirantes
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 85
1.7.6. Problemas executivos e prováveis soluções
Tirantes
1. Na etapa de perfuração
b. Durante a perfuração ocorre • existência de camada de areia com |perfurar novamente revestindo o furo
o desbarrancamento do furo ou sem água
d. Durante a perfuração ocorrem • abalo das fundações vizinhas devido +utilizar perfuração com ar comprimido
movimentações na edificação à injeção de água no solo
vizinha
2. Na etapa de injeção
a. Durante a injeção ocorre a • pressão de injeção está abalando as |diminuir o volume de injeção
movimentação das edificações fundações vizinhas por manchete e aumentar a
vizinhas quantidade de fases de injeção
b. Durante a injeção ocorre o • ocorrência de vazios no solo ou |injetar várias fases para consolidar
vazamento de nata de cimento quebra de tubulação próxima o terreno
no vizinho (piso, tubulação, ao tirante
dreno, etc.)
86 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r.
Tirantes
d. Não existe aumento da pressão • ocorrência de falhas/vazios no solo +injetar várias fases para consolidar
de abertura das manchetes e de o terreno
injeção independentemente da
quantidade de fases de injeção
3. Na etapa de protensão
c. Após várias reinjeções, a carga • o bulbo de ancoragem não aumenta, t executar um tirante de reforço e,
do tirante não estabiliza apesar da introdução de mais nata nos tirantes subseqüentes, perfurar
de cimento (provável argila dura com diâmetro entre 15 e 20 cm,
que está fissurando com a injeção) implantar o tirante após a execução
da bainha e aumentar o
comprimento de ancoragem
d1. Abaixo da linha "b" ou limite • tirante com comprimento livre | avaliar com consultor geotécnico
inferior (trecho livre não está muito longo, gerando atrito nas
deformando livremente) paredes
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 87
/~\
'"N
Tirantes
d2. Acima da linha "a" (parte • deformação elástica está atingindo | reinjetar o tirante ou executar tirante
do trecho ancorado está além do trecho livre, mais da metade de reforço caso a reinjeção não seja
deformando como trecho do ancorado (falta de bulbo) viável ou eficiente O
livre)
•O
rs
r^
r\
rs
rs
r\
rs
T '
r^
r^
1 rs
rs
r\
n
r>
o
o
88 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
."■>
Fund
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A 11.1. Definições
j A fundação de uma edificação não é o item mais oneroso de uma obra, podendo o seu custo variar en-
tre 3% e 7% do custo total do empreendimento. Apesar disso, erros conceituais de projeto e vícios exe-
cutivos podem acarretar custos diretos e indiretos elevadíssimos, desde reforços e recuperação estrutu-
A ral até ações jurídicas de conseqüências imensuráveis.
A
^ A escolha correta de uma solução de fundações deve passar necessariamente por uma criteriosa análi-
j se técnica e econômica de várias alternativas, devendo ser ponderadas variáveis tais como as condições
das edificações vizinhas à obra, geotecnia local, viabilidade executiva e existência de mão-de-obra es-
^ pecializada para a execução da solução definida.
A
A O controle de qualidade das fundações deve iniciar-se pela escolha da melhor solução técnica e econô-
^ mica, passando pelo detalhamento de um projeto executivo e finalizando com o controle de campo da
^ execução do projeto. Nesta fase é comum que ocorram intervenções e modificações no projeto devido a
^ interferências enterradas, erros de locação, variação do solo, etc.
A Cada uma dessas etapas deverá ser feita ou acompanhada por um engenheiro especializado em solos,
A visando à busca da excelência dos serviços.
A
A
A
A
A
A
A
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • 91
rs
Desde que seja tecnicamente viável, a fundação direta é uma opção interessante pois, para a sua
execução, não é necessária a utilização de equipamentos e de mão-de-obra especializada, bastan
do para tanto a formação de equipe composta por serventes, carpinteiros e armadores. Isto torna rS
a fundação direta atraente no que se refere ao aspecto econômico.
No aspecto técnico citamos como itens positivos a facilidade de inspeção do solo de apoio aliado A
ao controle de qualidade do material utilizado no que se refere à resistência e aplicação.
rs
Estes fatos fazem com que a fundação direta seja a primeira solução a ser analisada quan
do se inicia um estudo técnico e econômico para a escolha do tipo de fundação a ser u tili í rs
zado em uma obra.
rs
rs
rs
S a p a t a I s o la d a /•"V
I
rs
S a p a t a C o r r id a
rs .
r\
r\
rs
A s s o c ia d a
rs
rs
rs
R a d ie r
rs
rs
Figura n° 34: Tipos de Sapatas rs
rs
92 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r. rs
rs
rs
rs
rs
Foto 08: Cava com concreto
m a g ro e detalhe da g a io la
da arm ação. Rua Pontins -
Santana
Existem fórmulas empíricas que estimam a tensão admissível através de correlações com
o resultado de ensaios de campo e fórmulas que utilizam a resistência ao cisalhamento do
solo de apoio. Além da ruptura, também devem ser verificados os recalques das fundações
a fim de avaliar deformações diferenciais entre os pilares.
A seguir, estão relacionados alguns métodos para estimativa da capacidade de carga e re
calques das sapatas:
Para se estimar a capacidade de carga pelo método deTerzaghi deve-se utilizar as seguin
tes fórmulas:
• Solos argilosos rijos a duro e arenosos compactos a muito compacto - ruptura geral.
T - ^ * C.N.S+ 1 ,y.B.N . S + q .N .S
Tensão de ruptura = <Tf = — . t , ,
T - . , 2 . C . n ; . S + 1 .y . B . N '. S + q . N' .S
Tensão de ruptura = a r = — c c — ' Y Y q q
Onde:
C- Coesão do solo (kN/m2)
y- Peso específico médio efetivo abaixo da cota de apoio da sapata
até a profundidade B (kN/m3)
(Se houver águ ayef = y sat- y w)
B- menor dimensão da sapata (m)
q- Pressão efetiva na cota de apoio da sapata(kN/m2)
94 / " • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Tabela h° 11 - Fatores de carga
15 12,9 2 ,5 4 ,4 9 ,7 0 ,9 2,7
35 5 7 ,8 4 2 ,4 4 1 ,4 2 5 ,2 10,1 1 2 ,6
i
Sv 0 ,8 0 0 ,6 0 0 ,9 0 1,0
A
A Conclusões:
/^N
-Á Para solos argilosos (C > 0 ; 0 = 0)
r\
• 2. CORRELAÇÃO ENTRE SPT E TENSÃO ADMISSÍVEL (oS)
A correlação que existe entre o número de SPT e a tensão admissível no solo pode ser expressa
pela fórmula abaixo:
Onde:
SPT médjo = média aritmética dos SPTs na região localizada entre a cota de apoio
da sapata e o término do bulbo de pressão.
2,0 B < L < 3,0 B
L- Profundidade do bulbo de pressão
B- Menor dimensão da sapata
Figura n° 35:
Região do SPT
médio
médio
Não se aconselha usar tensões acima de 4,0 kg/m2 sem uma análise mais profunda deste valor no
que se refere a recalques e ruptura.
A correlação entre o ensaio deep-sounding (CPT) e a tensão admissível no solo (Zs) pode ser ex
pressa pelas fórmulas:
96 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
q c médio
(kN/m2) ou (kg/cm2) para solos arenosos
15
a = ou (kg/cm2) paraso,osargilosos
f
Onde:
I
'•S qc - tensão média de ponta do cone obtida no ensaio de CPT na região localizada
ví
/-V entre a cota de apoio da sapata e o término do bulbo de pressão.
X 2,0B<L<3,0B
X L- Profundidade de bulbo de pressão
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Á
X
X
X
X
A 2,0B<L<3,0B
X
X
A
A • 4. Estimativa de recalques
A
A Quando se projetam fundações apoiadas diretamente no solo, devem ser verificados os recalques
A a que estarão submetidas as estruturas. No gráfico a seguir estão indicados os limites máximos
dos recalques diferenciais (diferença entre os recalques de dois pilares, dividida pela distância en
A
tre eles) que uma estrutura pode absorver.
A
A 97
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
A
rs
^"L im ite a partir do qual é
de recear dificuldades
com m aquinaria sensfvel
aos assentam entos
r-s,
^ L i m i t e de perigo para
pórticos com diagonais
o-
^ L i m i t e de segurança
para edificios onde o
fendllham ento não é
aceitável
^ L i m i t e a partir do qual
se torna visível a
Inclinação de edifícios
rígidos altos
^ “C onsiderável fissuraçâo
em paredes de painel e
de tijolos
^ L i m i t e d e segurança
para paredes flexivets
de tijolos
^ L i m i t e a partir do qual é
de recear danos
estruturais de edificios
em gerai Figura n° 37: Recalgwes diferenciais máximos
/ “s
r^
Os recalques podem ter origem por deformações elásticas (recalques imediatos) ou por adensa
mento (recalques lentos). r^,
r\
Com a fórmula abaixo pode-se estimar os recalques elásticos que uma sapata irá sofrer (válido
para sapatas apoiadas em solos homogêneos).
p. = o . B. —L l ii í— I
^\
Onde: r\
Pi- recalque elástico imediato rs
G- pressão aplicada pela sapata = gs rs
B- menor dimensão da sapata r*\
n- coeficiente de Poisson do solo r s
I- fator de influência, depende apenas da forma da sapata
módulo de elasticidade do solo r\
E-
r\
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r\
Tabela w° 13 - Parâmetros médios íio solo
siltosa / pouco
argilosa 5 -8 4000 - 8000 1,8 1,9 30° -
9 -1 8 5000- 10000 1,9 2,0 32° -
19-41 8000-15000 2,0 2,1 35° -
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. 99
Tabela w° 14 - Coejkieitte de Poisson
Solo
Argila saturada 0.50
Argila não-saturada 0,30
Areia 0,35
Silte 0,30
Normalmente os pilares com maior inércia de um edifício absorvem os momentos e esforços ho
rizontais provenientes do vento que atua na lateral da estrutura. Esses esforços chegam no nível
das fundações e devem ser dissipados no solo pela sapata.
As sapatas são dimensionadas para que na obra as tensões de trabalho no solo (a ) sejam constantes.
N
i1 B
tîîîîîîr
fig u r a n° 38: Crocjuis d a sapata isolada tra b a lh a n d o a compressão normal
Anec = N
Onde:
A nec - área necessária mínima
o s- tensão admissível no solo
100 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Quando uma sapata está submetida a esforços de flexo-compressão, desde de que os momentos sejam
provenientes de cargas acidentais tais como vento, a tensão deve ser verificada pela seguinte fórmula:
N M
máx/mín
Área W
Onde:
N- carga do pilar (kN)
Área - área da sapata = A x B
M- momento atuante (kN x m)
BxA2
W- momento resistente =.
máx
tensão de borda máxima < 1,3 o s
^mln tensão de borda mínima > 0
o max. + o mm.
• 6. Verificação de projeto
O projeto de fundações apoiadas diretamente no solo deve passar necessariamente pela verifica
ção dos seguintes itens:
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. 101
/-"s
B. Adoção de tensões admissíveis corretas, verificadas pelos métodos expostos (confirmar capaci
dade de carga e recalques).
C. Área da sapata projetada (deve ser maior ou igual à relação entre carga do pilar (N) e a ten
são admissível ( a ).
A >•
D. A locação do centro da sapata deve coincidir com o centro de gravidade do pilar ou centro de
força de dois ou mais pilares.
E. Devem ser verificados à parte os pilares submetidos a flexo-compressão no que se refere a ten
sões máximas e mínimas.
r\
C = 200 kN/m2
n
0= 0
y = 19 kN/m3
n
r^.
102 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A P1 (25x100) P2 (20 x 80)
A 3000 kN N = 2080 kN N = 3000 kN N = 3400 kN
A Mx = 150 k N . m
A Figura n° 41: Exemplo de cálculo
A
A
A 1. Verificação da tensão admissível de projeto:
A
• Pelo método SPT médio:
A
SPT médl0 , (20 + 21 + 1 9 + 20 + 20 + 21 + 19) ^ nnq
s~ 0,05 7
o = 400 kN/m2 OK ^
a r = C . N c.Sc + . y1 . B . N y .Sy + q
^
. Nq .Sq
Onde:
q = 19 .2 ,00 = 38 kN/m2
y = 1 9 kN/m3
B = 2,00 (largura mínima da obra - sapata S2)
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 103
o, = 200 . 5,7 .1,1 + — L _ . (19). (2,00). 0 .0,9 + 38 .1,0 .1,0 = 1.292 kN/m2
2. Verificação de recalque
8 = o.B. (1 ~ ^ .I
Onde:
a = 400 kN/m2
B = 4,00 (maior dimensão da sapata S3)
|i = 0,30 (tabela n° 14)
I = 0,95 sapata quadrada (tabela n° 15)
E = 150.000 kN/m2
400 .4,00 . (1 - 0,302) . 0,95
= 0,0092 m = 0,92 cm
150.000
3. Verificação geométrica
• Sapata S1 do pilar P1
a = - S - + -J r- = Iv a = 400 kN/m2
5 Área W 7,50
• Sapata S2 do pilar P2
104 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v ã n j o p p e r t jr. •
Área da sapata = A . B = 2,00 .2,60 = 5,20 m2
rs
r^
rs
rs
rs
rs
/~N
rs
rs ,
r>
rs
rs
rs
rs
rs
r\
rs,
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 105
rs
^s
rs
rs
11.2.3. Check list
Sapatas
a. Projeto de fundações
■ Locação dos C.G. dos pilares
■ Dimensões das sapatas
■ Indicar as vigas de travamento e vigas de alavanca
■ Interferência com talude provisório
(projeto de escavação)
■ Localização de poços de drenagem e
caixa d' água enterrada
■ Locação de sondagens
■ Compatibilização do projeto de fundação
com sistema de drenagem
b. Projeto de formas e armação
■ Especificação do concreto e aço
■ Locação dos pilares
■ Altura da sapata
■ Arrasamento das sapatas
■ Armação das sapatas e arranque de pilares
106 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Sapatas
Sapatas
1 ^
Problem as executivos Prováveis causas Providências 1!< ^
c. Água em excesso na cava, • Solo argiloso, abaixo do nível d'água + Bombeamento simples
mas o solo mantém-se firme
2. Após a concretagem
b. Concreto com resistência abaixo • Usina forneceu concreto de má | Verificar com engenheiro estrutural
do especificado qualidade as condições de segurança
da sapata
| Reforço estrutural
c. Arranque dos pilares estão errados • Erro de obra t Implantar armação adicional
108 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
11.3. Tubulões a céu aberto
Os tubulões a céu aberto são executados com a abertura (manual ou mecânica) de um poço até
que seja atingido um solo de boa qualidade. Após a abertura do poço executa-se o alargamento
de uma base objetivando-se a distribuição das cargas de maneira uniforme no terreno de apoio.
Contudo, deve-se ficar atento à prática comum de reajustes do preço da mão-de-obra das esca
vações em função da dificuldade de corte e retirada do material do poço. Tal fato ocorre quando
o material escavado é composto por argila e siltes de consistência rija a dura ou existem pedre
gulhos e/ou matacões no subsolo.
A ocorrência de água também gera reajustes nos preços de escavação em função das dificulda
des já citadas.
Tecnicamente a adoção de tubulões é uma excelente opção de fundações, pois ela possibilita a
verificação "in loco" do solo de apoio e das dimensões finais da escavação do fuste e da base.
Deve-se levar em consideração a viabilidade executiva deste tipo de fundação já que problemas
relacionados a desbarrancamentos, excesso de água, gases e matacões de grande porte podem
inviabilizar a sua execução.
Aconselhamos, portanto, sempre a abertura de poço de prova para que seja verificada a estabili
dade das futuras escavações do terreno em análise.
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 109
Figura n° 42: detalhe típico do tubulào
110 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
t-'y
Devido às grandes dimensões da base em relação ao fuste, os tubulões trabalham por pon
rs
ta, ou seja, toda a carga vertical proveniente da estrutura é distribuída uniformemente na
rs base sem ser levada em consideração a resistência lateral que existe entre o fuste e o solo.
No cálculo também é desprezado o peso próprio do concreto de enchimento do tubulão,
/“'i de tal sorte que, para o dimensionamento do fuste e da base, utiliza-se a carga provenien
te da estrutura.
• 1. Dimensionamento do fuste
Normalmente se utiliza o concreto de enchimento do tubulão com fck > 13,5 MPa que re
r\
sulta, após a aplicação dos coeficientes de majoração de carga e minoração de resistência
rs do concreto, tensão de trabalho do concreto de a c = 5000 kN/m2. Esta tensão pode ser au
rs mentada caso utilize-se concreto com resistências maiores. O ideal é a utilização de con
rs creto auto-adensável com slump de 9 ± 2 cm para garantir o total preenchimento do tubu
rs lão sem vazios.
-
rs
Área n . d2
nec fuste a 5Q Q 0 4
rs c
rs
rs Onde:
rs d - Diâmetro do fuste (mínimo = 70 cm)
r^ P- Carga no Pilar (kN)
rs g c- Tensão de trabalho do concreto (kN/m2)
rs
(A dimensão mínima do fuste escavado manualmente é de 70 cm)
rs
r\
• 2. Dimensionamento da base
rs
r-, A base do tubulão é dimensionada para trabalhar com a tensão admissível do solo (as), sem
/~\ a necessidade da utilização de armadura.
O formato da base em planta pode ser circular ou em falsa elipse, conforme os croquis abaixo:
rs
rs
r\
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 111
r\
rs,
r~s
rs
r\
O
r'
o
Figura n° 43: Formatos dos Tubuíôes em P la n ta
^'
Portanto, a área necessária do tubulão para cada base será: o
k , D2 P
Base circular
O
O
Onde:
P- Carga do pilar (kN)
g s- Tensão admissível no solo (kN/m2)
o
Onde:
D- diâmetro do trecho circular (m) r-
X- alongamento da base (m) o
Para que a base não necessite de armação na sua parte inferior, o concreto de enchimento o
deve absorver as tensões de tração geradas nesta região. Tal fato ocorre para os tubulões
preenchidos com concretos de fck > 13,5 MPa, tensões no solo de 200 < a s< 600 kN/m2 e
ângulo do disparo com a horizontal a = 60°. o
o
O tubulão também deve contar com um rodapé para garantir que na base o concreto pos
n
sua uma espessura mínima de 20 cm.
S-\
r^
o
o
r\
o
112 • f u n d a ç õ e s e : - t o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ van j o p p e r t jr. • o
o
rs
r*.
Assim sendo, a altura da base do tubulão deverá ser:
• 3. Capacidade de carga
A capacidade de carga dos tubulões pode ser obtida por meio de fórmulas empíricas, com
algumas restrições, e por meio de correlações de ensaios de campo (SPT e CPT).
Para se estimar a capacidade de carga pelo método de Terzaghi, deve-se utilizar as seguin
tes fórmulas:
Solos argilosos rijos a duro e arenosos compactos a muito compacto - ruptura geral
1
Tensão de ruptura = a r = C . Nc. Sc + —— . y . B . N^.S + q . Nq. Sq
Onde:
C- Coesão do solo (kN/m2)
y- Peso específico médio efetivo abaixo da cotade apoio do tubulão
até a profundidade B (kN/m3)
(Se houver água \ ef = ^ saX~ K ^
B- menor dimensão do tubulão (m)
q- Pressão efetiva na cota de apoio do tubulão (kN/m2), limitada a um
valor máximo calculado de "10 x d" de profundidade
*
S 0 ,6 0 0 ,9 0
rs
y
r^
1,00 1 ,00
rs
Conclusões:
rs
rs
Para solos argilosos (C > 0 ; 0 = 0)
.r s
r^
114 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • rs
rs
r>
• 4. Correlação entre SPT e tensão admissível no solo ( o )
A correlação que existe entre o número de SPT e a tensão admissível no solo (cfs) pode ser
expressa pela fórmula abaixo:
Onde:
SPT médlo - média aritmética dos SPTs na região localizada entre a cota de apoio do
tubulão e o término do bulbo de pressão.
2,0 B < L < 3 ,0 B
L- Profundidade do bulbo de pressão
A Não se aconselha usar tensões acima de 600 kN/m2 para argila e 800 kN/m2para areias
A sem uma análise mais profunda deste valor no que se refere a recalques e ruptura.
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A Figura n° 45: Profundidade do Bulbo de Pressão com a
A
A
115
A • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
/
a s = __ üc. ( kN/ m2 ou kg/cm2) para solos arenosos (as < 600 kN/m2)
8
Onde:
qc - tensão média de ponta do cone obtida no ensaio de CPT na região
localizada entre a cota de apoio do tubulão e o término do bulbo de pressão.
2 ,0 B < L < 3 ,0 B
L- profundidade de bulbo de pressão
116 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. •
• 6. Verificação de projeto
0 projeto de fundações em tubulões deve passar necessariamente pela verificação dos se
guintes itens:
• Presença de matacões
B. Adoção de tensões admissíveis corretas, verificadas pelos métodos expostos (verificar ca
pacidade de carga e recalques).
C. Área da base deve ser maior ou igual à relação entre a carga do pilar (P) e a tensão ad
missível (a )
A> P
A
D. O disparo da base deve formar um ângulo de 60° com a horizontal
A
A
E. O tubulão deve estar centrado no centro de gravidade ou no centro de força dos pilares.
A
A
r- 1 F. Devem ser verificados deslocamentos e armação dos tubulões submetidos a flexo-com-
pressão e esforços horizontais de acordo com a sua rigidez (tubulão curto ou
longo).
A
A A seguir estaremos demonstrando um exemplo de verificação de um projeto de dois tubulões.
A
A
A
A
A
A
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 117
r\
2.60
f f
r\
r *s
rs
P1 (20 X 60) P2 (20 X 60)
3500 kN 2600 kN
{ d = 95 { d = 85
D = 300 D = 200 - 300
h= h = 1,90
rs
,r \
r~\
r-N
r's
r>
r>
Figura n° 47: croquis de exemplo de projeto de twbulòes
^s
118 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r>
6.1. Verificação da tensão admissível no solo
• Método do SPT
• Método de Terzaghi
o, = C . N ,. 5 c+ _ ! _ . T .B .N r .S ,+ q .N „.S
q
,q
Onde:
C = 50 kN/m2
y = 1 9 kN/m3
B = 2,00
q = 5 ,5 0 .1 5 + 1 ,5 .1 9 = 111,00 kN/m2
Base
falsa elipse f S=1 = 1,10
i S = ° 90 0 = 20°
r N = 1 7 ,7
< Ny= 5 ,0
l Sq == 1'
1,00 I N = 7.4
b.1. Fuste ..
o. <5000kN/m >= -----------ÎL
área fuste
b.2. Base
o < 500 kN/m2 = car9a Pllar----------- ü-
área base A.
b.3. Altura
h > 0,87 (D - d) para base circular
h > 0,87 (D + X - d) para base em falsa elipse
Pilar Carga Área do fuste Tensão do concreto o Área da base Tensão no solo a
(kN ) (mJ) (k N /m 2) (m J) (k N /m 2)
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 119
o
r
ü
11.3.3. Check list
2. Projetos de Fundações
120 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
M
A
A
TUtmlões a céu aberto
A
Check list Sim Não Observações
A
A
A
A
A
121
A f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
y~\
r\
•V-'v
Os problemas mais comuns observados nos tubulões estão relacionados às dificuldades executi
vas (ocorrência de desbarrancamento, água, gases) e à má qualidade do concreto de enchimento »
rA
dos tubulões.
Passamos a relacionar as patologias e erros executivos mais freqüentes, bem como as providências
a serem tomadas, objetivando saná-los.
1. Durante a escavação
dos tubulões
d. Presença de rocha ou argila dura • Matacão ou material muito coesivo t Escavar com martelete a ar
comprimido com pá na ponta
2. Durante a concretagem
c. Falta de concreto no fuste durante • Usina interrompeu a concretagem 1 Deixar a superfície plana e implantar
a concretagem ou erro na cubicagem armação de arranque para
"costurar" a junta
122 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r'·v .
Os
Tütmlões a céu aberto
o,
/"S I Problem as executivos Prováveis causas Providências
O
o 3. Após a concretagem
O:
a. Falta de armação de topo • Erro de obra ou a armação deslocou I Implantar a armação por meio
O 1' no tubulão durante a concretagem de perfuração e cola
O
b. Baixa resistência do concreto • Usina forneceu concreto # Verificar fator de segurança
de enchimento dos tubulões de má qualidade do fuste e base
O | Executar reforço da fundação
- I
t
o
r~\
r^-
O
O
O
O
O
o
o
o
o
'—\
/""N
O
o
o
o
o
o
o
o
o 123
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
o
o
11.4. Fundações profundas em estacas
• 1. Definições
As estacas são elementos esbeltos, implantados no solo por meio de percussão ou pela pré
via perfuração do solo com posterior concretagem, podendo, dessa forma, serem classifica
das estacas cravadas e estacas escavadas. Outra forma, mais usual, de se classificar as es
tacas é separá-las em dois grupos, conforme o exposto:
• acesso
I
124 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. •
• 2. Capacidade de Carga de Estacas
As estacas dissipam a carga proveniente da estrutura por meio de resistência lateral e re
sistência de ponta (R total = R ponta + R lateral).
Também existem limitações de resistência das estacas no que se refere à estrutura que as
compõe (concreto simples, armado ou aço).
Pode-se estimar a capacidade de carga de uma estaca por meio de correlações de ensaios
executados no campo tipo SPT e CPT.
A grande maioria dos métodos utiliza a seguinte fórmula básica para o cálculo da carga de
ruptura da estaca:
R, = r,.U 1.L
r-N
Rt= R, + Rp
«W pA
Onde:
Rt - resistência total (kg ou tf ou kN).
^ R, - resistência lateral (kg ou tf ou kN).
r-y R - resistência de ponta (kg ou tf ou kN).
j r, - resistência unitária lateral ou aderência lateral ou atrito lateral,
Oi a ser calculada empiricamente (kg/cm2 ou tf/m2 ou kN/m2).
U, - perímetro lateral da estaca (cm ou m).
^1
/-'V
L- profundidade da estaca (cm ou m).
rp - resistência unitária de ponta ou tensão de ponta
r \!
-I (a ser calculada empiricamente) (kg/cm2 ou tf/m2 ou kN/m2).
Ap - área da ponta da estaca (cm2 ou m2).
í
Nota-se que os métodos sempre estão visando estimar a resistência unitária lateral (r() e a
~l resistência unitária de ponta (rp), posto que os demais itens são características geométri-
"N cas da estaca.
O método proposto pelos engs. Luciano Decourt e Arthur Quaresma estima a resis
tência unitária lateral (r,) e resistência unitária de ponta (rp), tomando-se por base o
^ ! resultado do ensaio de SPT.
^ S P T méd.pj— + . 1 0 (kN/m2)
O r,=
'-'"N
rp = SPTmédio
... pn. K
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 125
/-' n
SPTmédio, - média aritmética dos SPT's que envolvem o fuste das estaca,
desprezando-se o SPT da ponta e o anterior (utilizar SPT mínimo = 3)
SPT méd|op - média aritmética entre os SPT's da ponta, o anterior e o posterior.
K- coeficiente que depende do solo
Solo K
(kN/m2)
Argiloso 120
Silte argiloso 200
Silte argiloso 250
Areia 400
R, = z i . (r„. U . ALf . p)
Rp = rp . Ap . a
Rt = R, + Rp
Para terrenos com várias camadas de solo, a resistência total lateral (R,) será a soma
tória das resistências laterais parciais de cada solo. Para a obtenção da carga admis
sível das estacas, devem-se aplicar os seguintes fatores de segurança:
R. R, R
2.2. Método de Aoki e Velloso
0 método, proposto pelos eng. Nelson Aoki e Dirceu Velloso, estima a resistência uni
tária lateral (r,) e a resistência unitária de ponta (rp), tomando-se por base o resulta
do do ensaio de CPT (deep souding).
Onde:
qc- resultado médio da resistência de ponta do cone no ensaio de
CPT da camada de solo em análise;
a - fator de correlação da resistência de ponta e resistência lateral do
cone no ensaio de CPT (depende do tipo de solo);
F1 e F2 - coeficientes que dependem do tipo de estaca.
Tabela n° 22 - Fatores F1 e F2
Estaca F1 F2
Pré-moldada 1,75 3.50
Escavada 3,00 6,00
Franki 2,50 5,00
R ,= : Ii.( r u . U . A g
Rp = rp .A p
Rt = Rl + Rp
Para a obtenção da carga admissível das estacas, deve-se aplicar o seguinte fator de
segurança:
adm 2
qc = K . (SPT)
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 127
Tabela n° 23 ■Fatores K e a
Solo K a
(kN/mJ) (%)
R, = ^(SPTmédi0|.K i . a i .ALi . U ) . F 2
Rp = (SPTpon,a .K .A p) + F1
R, = rl + Rp
Onde:
SPTmedio
... - média aritmética de SPT's da camada em análise;
SPTpon,a - SPT da ponta da estaca.
Para a obtenção da carga admissível das estacas, deve-se aplicar o seguinte fator de
segurança:
• 3. Verificação de P rojeto
Um projeto de fundações em estacas deve ser verificado com relação a alguns itens
básicos:
128 • f u n d a ç õ e s e contenções de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •
M
rs
A
c. Quantidade de estacas adotadas em cada pilar compatível com a capacidade
3
de carga das estacas calculada no item "b".
4
d. Distância mínima entre as estacas (normalmente se adota para pré-moldadas
rA d > 2,5.0 e moldadas "in loco" d > 3,0.0).
e. Coincidência do centro de estaqueamento com o centro de gravidade ou o cen
a tro de força dos pilares.
A A seguir estaremos expondo um exemplo prático de verificação de um projeto de es
tacas tipo broca mecânica 0 30cm para 200 kN/estaca.
A
A
80 45 * 45 y
-I
57
A
A ~1
A KT1
A CF LO
J
'í
j
j
1 ki k'
jf 45 45
4 0 30 4 0 30
L = 1 0 ,0 0 1 = 10,00 L = 10,00
4 ÍvÇ= 70 kN/m
i
H Figura n° 48:
~< exemplo de projeto de
A estaqueamento
■1
a
A■^i
' l
/- n|
r"\
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 129
r>
3.1. Projeto Geométrico
• Verificação do Estaqueamento
Pilar P1 N = 600 kN 30 30 cm
N M... x: M .y 600
' ± ± 0 ± 0 = 200 kf\l
Ix 2 Ix 2
* = 0,45 _ ^
N M . x. ± M.y. = 700 ± 70 .0,45 = 175 + 38,9 = 213,9 kN
R = — ± — l—— — — - --------- -------------
n Ix 2 ly 2 4 0,81 1 7 5 -3 8 ,9 = 136,1 kN
130 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
Resistência la te ra l
SPTmed
...io.=
I _ ^ ± .5 Í ^4 + 5 = 5
r, = + lj .1 0 = 26,7 kN/m2
rJ = p |- + ij .1 0 = 43,33 kN/m2
Resistência de Ponta
Rp = SPT.médio
K . Anp
= 2 0p.1 2 0 .0,07 = 168 kN
Resistência admissível
195,5 + 1 6 8
adm 2 2
OU
R. R 50,2 + 195,5 168
RJ = — !— + — E -= ---------:------------------ + — -— =231 kN
adm 1,3 4 1,3 4
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • 13t
«SP •
Estaca escavada
F1 = 3,00 (tabela n° 22)
F2 = 6,00 (tabela n° 22)
Perímetro da estaca: U = 0,94 m
Área da ponta: Ap= 0,07 m2
Resistência Lateral
Solo 1: areia
AL = 4,00
spt medio
... e = _ J L ± ! ±^ 1 ± L _ = 5
r. = SPT. K . a = 5 .1 0 0 0 .0 ,0 1 4 = 70 kN/m2
r, 4 .7 0
R. = U . A L . — ! - = 0 ,94. ■— = 43,87 kN
F2 6,00
Resistência de Ponta
132 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Resistência admissível
• 4. Verificação de Excentricidade
N M .y. M .x.
R = --------- ± ------- S -ÍL .± — L 1
Onde:
R- reação na estaca.
N- carga normal do pilar,
n= quantidade de estacas no bloco.
¡vTx - momento em torno do eixo x = e y . N.
ey - excentricidade na direção do eixo y.
y. - distância do centro do estaqueamento até a estaca em análise
na direção do eixo y.
mT - momento em torno do eixo y = e . N.
y x
ex - excentricidade na direção do eixo x.
Xj - distância do centro do estaqueamento até a estaca em análise
na direção do eixo x.
EXj2 - somatória das distâncias ao quadrado do centro do estaqueamento
até o centro das estacas na direção x.
Zy(2 - somatória das distâncias ao quadrado do centro do estaqueamento
até o centro das estacas na direção y.
Projeto -f-3
i i
&
Figura n° 49:
Exemplo de Projeto de Estucas
-------V
4
Mx^lo kN xm
j , 55-4=51 J/7+4=51j,
+ 46 + 4 7 - 5 4 - 5 5
e= = - 4 cm M = 1000 . (0,04) = + 40 kN . m
+ 55 + 5 7 - 4 6 - 4 6 c
e = ---------------------------------- = + 5 cm ÍvT= 1000 . (0,05) = + 50 kN . m
40 kN x m
1 x 2= o,502 + 0,512 + 0,512 + 0,502 = 1,02
50 50
/ -.. I y 2= 0,522 + 0,502 + 0,512 + 0,512 = 1,04
-Hv Ñ f = 40 kN . m M *= 50 kN . m N = 1000kN
E o OJ
/ “5 in
i§ f* 5t to
r
"*
= r =-1°°1 +
4 4
50 0'51
1,04
+ 40 0'50
1,02
= 353 kN
1000 5 0 .0 ,5 0 40 .0,50
- W - ^ Rmm. = R,1 = •
1,04 1,02
= 206 kN
> 51 y 51 >
fig u ra n° 50: Equipamento p a ra cravação das estacas pré-moldadas de concreto - martelo de queda livre
A estaca pré-moldada de concreto é uma excelente opção de fundação, tendo em vista o severo
controle de qualidade a que elas são submetidas na sua fabricação e na sua cravação.
As estacas pretendidas são fundidas com concreto com fck > 35 MPa e estruturadas com aço CP
RN 150 e R-175 com bitolas de 5.0,6.0 e 8.0 mm. A seção transversal da estaca pode ser quadra
da ou redonda, dependendo do fornecedor.
As estacas armadas podem ter seção cheia ou vazada. As estacas vazadas são fabricadas por cen
trifugação ou por extrusão e têm seção redonda ou sextavada.
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 135
As estacas pré-moldadas são fornecidas em elementos com comprimentos variáveis entre 4,00 e
12,00 metros. Quando existe a necessidade de comprimentos maiores que 12 metros, as estacas
podem ser emendadas gerando o comprimento desejado.
As emendas das estacas podem ser executadas pela união soldada de dois anéis previamente fun
didos nas extremidades das estacas ou pela, utilização de luvas de aço. A emenda por solda garante
uma continuidade estrutural da estaca, enquanto a por luva cria uma "rótula" no local da emenda.
Atualmente as estacas são fabricadas com seção quadrada, circular e sextavada, conforme as ta
belas abaixo:
As estacas devem ser fornecidas à obra sem sinais de falhas de concretagem (bicheiras) ou emen
das de antigas trincas. Elas devem ser retilíneas e ter bitola constante e compatível com o projeto.
A fissuração das estacas deve ser observada principalmente nas estacas armadas e vazadas, de
vendo as mesmas se limitarem aos seguintes valores:
Fissuras transversais: limite máximo de 0,1 mm, sendo que aberturas entre 0,1 mm e 0,5 mm ob
servadas nas estacas em repouso horizontal devem ser fechadas quando a estaca estiver na ver
tical. As fissuras não devem ultrapassar V2 da seção da estaca na região da alça de içamento e
meio do vão.
As estacas que apresentarem trincas (aberturas maiores que 0,5 mm) longitudinais ou transver
sais devem ser rejeitadas.
136 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
11.5.2. Controle de cravação
As estacas pré-moldadas de concreto são introduzidas no solo por meio de percussão de um mar
telo sobre a sua superfície. Este martelo pode ser de queda livre, a explosão (combustão de diesel)
ou hidráulico. Ele deve possuir energia suficiente para implantar a estaca no solo com o compri
mento desejado ou até que ela atinja terreno impenetrável à cravação, tais como areias compac
tas, argilas e siltes duros. Para que isso ocorra, o martelo deve possuir peso igual ou maior ao peso
da estaca a ser cravada.
Normalmente uma estaca pré-moldada de concreto penetra no solo até que a somatória dos
SPT's, do início da cravação até o seu fim, atinja 100 golpes (E SPT=100) ou a ponta intercepte
areias muito compactas ou argilas e siltes duros.
Durante a cravação da estaca deve-se executar o gráfico de cravação, que consiste em contar a
quantidade de golpes aplicados no topo da estaca por metro de cravação.
A cravação deve ser executada com energia potencial constante em cada metro de queda. A ener
gia mínima de cravação deve ser:
Emínimo
.. = h . Pmart
= P , estaca . 0,70
'
Onde:
h- altura de queda do martelo, limitado a 1,00 metro
Pmart - peso do martelo (mínimo 1500 kg)
Estaca' peso da estaca
Esta energia deve ser aumentada quando ocorrer a utilização de suplementos. É usual que este au
mento seja entre 20% e 30%, dependendo das perdas de energia que ocorrem devido ao seu uso.
O controle final de cravação deve ser feito com gráfico de cravação, retirada da nega, repiques
elásticos e provas de carga estática e/ou dinâmica.
• Nega
Pmart .h queda
„ = P estaca
, .ri'nega .(' 1 ',0 a 0,70)
Onde:
Pmart - 1
peso do martelo (kg)
^queda ' a 't U r a ^
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 137
'*WK^
■'^s\
Executando-se a nega máxima de 10 mm, obtém-se a altura mínima de queda de um mar
telo como sendo:
h« d > > = - £ ^ . ( 1 , 0 a 0 , 7 )
martelo
A nega irá medir a cravabilidade de uma estaca, ou seja, se ela atingiu solo resistente na pon
ta e/ou resistência lateral dentro dos limites de resistência à fadiga da estaca. Normalmente
a tentativa de se prosseguir a cravação além destes limites acaba por romper a estaca.
rs
Quando se utilizam estacas com suplemento, deve-se ser mais exigente com relação à nega,
podendo ser mantida a relação anterior desde que a nega se limite a 5 mm.
rs.
Através de fórmula dinâmica de obtenção de negas é possível se estimar a resistência mo
bilizada na estaca. É usual a utilização de duas fórmulas que relacionam o peso do martelo,
altura de queda, peso da estaca e resistência do solo à cravação. São elas:
rs
Fórmula de Brix r~\
W . P.h r\
s=
R . (W + P)2 r>
rs
138 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • j
rs
rs
Onde:
Dmáx - deformação total
C2- deformação elástica do concreto
C3 - deformação elástica do solo
S- deformação plástica (" nega")
k - c 2 (concreto)4- f 3 (solo)
A deformação elástica do solo C3 é função do tipo de solo da ponta da estaca. É usual ado
tar o valor de C3 como sendo "s" deformação plástica ("nega") para um golpe:
R .Le
E .A
Onde:
R - carga mobilizada
Le- comprimento efetivo da estaca
E- módulo de elasticidade do concreto
A- área transversal da estaca
C . E. A
R= 2
Ô .L
Onde:
ô - Fator variável
= 0,50 (estacas longas)
= 0,70 (estacas médias)
= 1,00 (estacas curtas com ponta em solo resistente)
L- Comprimento da estaca embutida no solo
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 139
11.5.3. Provas de carga
Ï
b. capacidade de carga da estaca: durante a cravação da estaca é possível obter a capaci r>
dade de carga da estaca, definindo-se inclusive a resistência lateral e resistência de ponta.
rs
c. tensões durante a cravação: é possível obter as tensões mobilizadas durante a cravação
da estaca (tensões de compressão e de tração), diminuindo a possibilidade de danos duran
te a sua instalação.
Os sinais de força são obtidos por meio de sensores de deformação instalados nas laterais da es
taca a ser analisada. O resultado deste sinal é multiplicado pelo módulo de elasticidade do mate r^
rial da estaca e pela área transversal da estaca na região onde os sensores estão instalados.
rs
F= § . A . E
r-s
Os sinais de velocidade de onda são obtidos por meio da integração do sinal de acelerômetro ins
talado na estaca.
Com os dois sinais o PDA efetua os cálculos utilizando o método CASE que assume que a sua re r>
sistência dinâmica está concentrada na sua ponta da estaca, sendo que ela é função do coeficien
'"S
te de amortecimento dinâmico (Ic) que depende do solo onde a ponta da estaca está instalada.
r\
A tabela abaixo sugere os valores de " Ic" a serem adotados em função do solo de pon rs
ta da estaca: r^
rs
r-S
r's
140 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r ''
r>
r's
rN
m
ií O método CASE fornece a resistência estática da estaca para picos de velocidade para solos ideal
mente plásticos, além das hipóteses da estaca ser composta de material uniforme, elástico e não
oferecer qualquer resistência à propagação da onda.
^ 1
/"> I
Quando se considera um modelo elastoplástico, o ideal é a utilização do modelo de cálculo RMX apli
^ ! cado para estacas de grande deslocamento ou estacas embuchadas de pequenos deslocamentos.
o i Outros métodos de análise podem ser utilizados, tais como RSU (para estacas muito longas), RMN
o (quando a velocidade de onda do material que compõe a estaca é desconhecida), RAU (para es
tacas que trabalham somente por ponta).
Quando se deseja estimar a resistência lateral e de ponta da estaca, deve-se utilizar o programa
CAPWAP que usa os registros da variação do tempo com a força e a velocidade da onda de forma
independente, assumindo como conhecida a velocidade da onda para a obtenção da força. Para
o tanto a estaca é dividida em segmentos de aproximadamente 1,00 metro.
/'■'s A análise dos resultados da prova de carga dinâmica deve ser feita por engenheiro especializa
do em solos, visando não cometer erros, já que a sua interpretação é em função de condições de
contorno peculiares.
O A execução de uma prova de carga estática em uma obra não é um procedimento simples no que
se refere à parte executiva, demandando a necessidade de carregamentos, cargas e/ou tirantes
para servirem de reação, macacos hidráulicos aferidos, extensômetros, etc.
'•"'N
Ela é executada em 10 etapas de carregamento, sendo que cada uma corresponde a aproximada
mente 10% da provável carga de ruptura da estaca.
■'-"n
Após o término de cada etapa de carregamento executam-se leituras de deslocamentos verticais
da estaca em períodos de tempo progressivos na razão de 2 vezes (1 min, 2 min, 4 min.......120
min), até que haja a estabilização dos deslocamentos. A carga máxima deverá permanecer aplica
da por 12 horas no mínimo sem que haja evolução nos deslocamentos.
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 141
m .
A maioria das provas de carga não é levada à ruptura, limitando o carregamento máximo da es
taca a duas vezes a carga de trabalho. Nesta condição a ruptura da estaca pode ser estimada uti
lizando-se métodos para extrapolação da curva deformação x carga, tal como o proposto por Ma-
jurkiewick.
142 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
ry.
1 1 .5 .4 . Check list
!
s
3
rs E s ta c a s p ré -m o ld a d a s de c o n c re to
4
j
} Check list Sim N ão Observações
^ i
1. Serviços Preliminares
O
b. Capacete, cepo e suplemento em bom estado
e compatível com a bitola da estaca
c. Peso do martelo compatível com o peso das estacas
(relação aproximada de 1:1, sendo a relação mínima
1:0,70 e peso mínimo 1500 kg)
d. Boletins de cravação expostos de forma clara,
contendo:
■ nome da obra e local
■ identificação do pilar e estaca
■ características da estaca
(bitola, comprimento previsto)
a peso e altura de queda de martelo
■ comprimento levantado
■ emendas (solda/luva)
■ comprimento cravado
■ sobras ou cravação de suplemento
■ negas e repiques (em todas as estacas)
■ gráfico de cravação
(no mínimo em 10% das estacas)
e. Equipamentos de proteção individual (EPIs)
6. Controle de cravação
rs
Estacas pré-moldadas de concreto
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 145
•'m
Os problemas mais comuns que se observam na execução das estacas pré-moldadas estão
relacionados à quebra das estacas e excentricidades acidentais. Seguem algumas sugestões
para solucionar os problemas mais comuns em obras.
c. Durante verificação da nega • Provável quebra da estaca | Abandonar a estaca e cravar outra
a estaca "amolece",
mas não desapruma • Camada de pedregulho | Insistir na cravação até obter a nega
d. No mesmo bloco as estacas estão • Solo sedimentar, provável matacão | Cravar estaca de reforço
com comprimentos diferentes
• Solo residual | Verificar capacidade de carga e cravar
eventual estaca de reforço
146 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t ¡r.
Estacas pré-moídadas de concreto
f. A estaca atinge a nega, mas • Solo com relaxação |Prova de carga dinâmica para verificar
no dia seguinte não tem a capacidade de carga
resistência à cravação e cravar eventual reforço
+Recravar as estacas
g. Após a cravação a estaca desloca • Quebra de estaca |Abandonar a estaca e cravar reforço
horizontalmente com facilidade
1. Após ser refeita a cabeça • Cicatrização do solo com | Cravar estaca de reforço
da estaca e recravá-la, aderência lateral
a estaca não penetra no solo
r-\.
' s
o
/~\
/->
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 147
r~\
o
11.6. Estacas pré-moldadas de aço
Figura n° 53: Equipamento para cravação ítas estacas pré-moldadas de aço - martelo de queda livre
Os perfis de aço são muito utilizados nas obras de solos que envolvem contenções e fundações,
devido basicamente aos seguintes itens:
a. garantia da aplicação de material com excelente qualidade e com grande resistência estru
tural, apesar de suas dimensões relativamente pequenas;
c. maior facilidade de manipulação devido ao pequeno peso das peças quando comparado
com os elementos pré-moldados de concreto;
148 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
e. inexistência de vibração quando se utiliza a implantação dos perfis por meio de percussão
ou através de técnicas modernas, tais como perfurações com equipamentos rotativos, tais
como hélice contínua aliada à substituição das gaiolas de armação por uma peça estrutural
de aço com a conseqüente diminuição de mão-de-obra e agilização dos serviços.
Dessa forma é possível a utilização dos perfis estruturais de aço com a máxima otimização dos
elementos.
As estacas pré-moldadas de aço podem ser cravadas até profundidades inatingíveis pelas estacas
pré-moldadas de concreto, o que acaba por lhes conferir capacidade de carga maior, podendo-se
utilizar, na maioria dos casos, a totalidade de sua capacidade estrutural. Tal fato se deve a elas re
sistirem bem à percussão sem que ocorra danos durante a cravação.
Sob o aspecto geotécnico, as estacas metálicas são muito utilizadas como fundações profundas
onde ocorrem solos residuais (provenientes da decomposição das rochas), pois neles a profundi
dade das estacas não é constante, o que gera perdas por sobras e quebras caso se opte pela uti
lização de estacas pré-moldadas de concreto. Também nos solos sedimentares a estaca metálica
é bastante utilizada quando existe a necessidade de se ultrapassar horizontes de argilas duras,
areias compactas ou ainda pedregulhos que se formaram acima de camadas moles.
A solução de fundações em estacas metálicas não é nova, sendo que até há pouco tempo, por pro
blemas econômicos, ela se restringia à utilização de trilhos provenientes da substituição de linhas
de trem ou tubulações velhas vendidas no mercado como sucata. Atualmente este procedimento
tem como principais desvantagens:
a. pequena carga estrutural que esses elementos possuem por serem sucata e já terem sido
utilizados até o limite de sua fadiga;
b. quando se utilizam trilhos usados, existe a necessidade de composição de dois ou três trilhos sol
dados longitudinalmente para se formar uma estaca com capacidade estrutural maior. Com isso
aumentam a inércia e a área de aço, tendo como vantagem a diminuição de torções e flamba-
gem durante a cravação, porém com a desvantagem dos custos serem maiores;
c. quando se utilizam tubos de aço, normalmente o mercado oferece bitolas pequenas (de 10
cm a 25 cm de diâmetro), o que acaba por resultar em pequenas cargas unitárias por esta
cas, necessitando-se, por conseqüência, de um número maior de estacas por pilar;
d. por serem sucata, tanto as peças provenientes da composição de trilhos como os tubos são
fornecidos aos pedaços sem a garantia de linearidade e bitolas devido à deterioração por
corrosão, necessitando de cortes e emendas transversais de difícil estimativa no que se re
fere a quantidade e custos.
Atualmente, devido à grande variedade de formas e bitolas e à melhoria da qualidade do aço la
minado pela Gerdau Açominas, é possível a obtenção de estacas metálicas compostas por uma
única peça, com formas geométricas de seções "I" ou "H" e com dimensões e cargas variáveis de
acordo com as necessidades de cada obra. . . .
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 149
As tabelas n05 28 e 29 a seguir apresentam resumidamente as características de alguns dos perfis
mais utilizados nas obras de fundações.
Tipo I
Tipo H
W150x29.8 29,8 15,7 15,3 221,5 0,96 38,5 416 520 50
W150 x 37.1 37,1 16,2 15,4 277,0 0,97 47,8 574 718 60
W200 x 35.9 35,9 20,1 16,5 342,0 1,10 45,7 504 630 75
W200 x 46.1 46,1 20,3 20,3 447,6 1,25 58,6 687 859 95
W200 x 53.0 53,0 20,4 20,7 488,0 1,26 68,1 849 1060 105
HP250 x62.0 62,0 24,6 25,6 709,6 1,55 79,6 972 1215 150
HP310 x 79.0 79,0 30,0 30,6 1091,3 1,87 100,0 1240 1550 230
HP310 x 93.0 93,0 30,3 30,8 1299,1 1,88 119,2 1570 1963 275
HP310 x 110.0 110,0 30,8 30,6 1539,1 1,90 141,0 1940 2430 340
HP310 x 125.0 125,0 31,2 31,2 1735,6 1,91 159,0 2250 2800 385
150 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
rA : Tabela n° 29 - Peijïs CSN aço A36 - G = 2500 kg/cm2
Tipo de perfil Peso Altura Largura Momento Perímetro Área A Carga normal Momento
(kg/m) h(m ) bw(cm) resistente H (m ) (cm2) máxima (kN) máximo
Wx(cm3) novo 1 usado (kN X m)
Trilho TR
TR25 25,0 10,0 10,0 100,0 0,38 31,4 250 200 10,0
TR32 32,0 11,3 11,3 120,2 0,41 40,9 350 250 12,0
TR37 37,0 12,2 12,2 149,0 0,44 47,3 400 300 15,0
/V
TR45 45,0 14,3 13,0 205,0 0,49 56,8 450 350 20,0
o
TR50 50,0 15,2 13,7 247,0 0,52 64,2 550 400 25,0
TR57 57,0 15,8 14,0 295,0 0,55 72,6 600 450 30,0
r-N
TR68 68,0 18,6 15,2 391,0 0,60 87,5 900 550 40,0
Tipo I
/^\
I8" X 4" 27,3 20,0 10,2 233,1 0,60 34,8 323 35,0
^ ;
110" X 4 5/8" 37,7 25,0 11,8 400,2 0,74 48,1 460 60,0
/^\
112" X 5 1/4" 60,6 30,0 13,3 734,4 0,87 77,3 800 110,0
/~N
/'"'N
r\
r \:
/~n
' *:
/"V
y
"-A
'•"V
^1
r\
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 151
/~N
11.6.2. Conceitos básicos teóricos
A Gerdau Açominas lamina os seus perfis estruturais com aço ASTM A 572, que tem como
característica principal o limite da tensão de escoamento de / = 3.450,00 kg/cm2 (38%
maior em comparação à do aço ASTM A36 que é de / = 2.500,00 kg/cm2).
Segundo a norma NB14/1986 "Projeto e Estrutura de Aço de Edifícios (método dos esta-
dos-limite)" para fins de dimensionamento estrutural destes perfis trabalhando como es
tacas comprimidas, deve-se levar em consideração os seguintes fatores que vão limitar as
suas tensões de trabalho:
c. fator de segurança que majora a carga atuante: variável de acordo com a solicitação,
mas normalmente considerado como sendo g = 1,4 (a favor da segurança). /O
O
• 2. EFEITO DA CORROSÃO NAS ESTACAS
/"A
O efeito de corrosão no aço nas estruturas enterradas está condicionado basicamente aos
seguintes fatores:
i''"'
a. granulometria do solo: de um modo geral nos solos aerados a velocidade da corro
são é menor do que nos solos pouco aerados. Como conseqüência, os solos compos
tos por partículas maiores, como as areias, por serem mais permeáveis, possibilitam
maior facilidade ao acesso de água e oxigênio, diminuindo a velocidade da corrosão;
152 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
e. resistividade do solo: assim como a acidez, a resistividade do solo tem grande
influencia na corrosividade dos solos, que pode ser resumida como quanto maior a
resistividade do solo, tanto menor será a corrosão nas estruturas enterradas. A resis
tividade, por sua vez, está relacionada à qualidade de sais dissolvidos (quanto maior
a quantidade de sais, maior a corrosão), à temperatura, umidade, compactação e a
presença de materiais inertes.
Para se levar todos esses efeitos em consideração, a NBR 6122/1996 "Projeto e Execução
i de Fundações" exige atualmente que as estacas metálicas tenham uma perda na sua es
pessura, em torno de todo o seu perímetro, de 1,5 mm. Como conseqüência desta pon
deração as estacas devem ser dimensionadas com uma área útil menor do que as espe
i cificadas nos catálogos do fabricante, de acordo com a fórmula abaixo exposta e com as
- '5 tabelas n0s 28 e 29:
1
r\ A previsão da vida útil das estacas pode ser feita, de maneira preliminar, consultando-se o
ábaco abaixo exposto desenvolvido pelo National Institute for Standards and Tecnology-
NIST, o qual leva em consideração a granulometria, acidez e resistividade do solo:
r\
r~y R e s is tiv id a d e , o h m . c m " '
P O T E N C IA L OE
TIP O D E S O LO
CORROSÃO
/—s
100.000
/'N 7 0 .0 0 0 TO D O S p H 's
IM P R O V Á V E L
5 0 .0 0 0
20.000
i
10.000
I 7 .0 0 0
r> A 5 .0 0 0
2.000
I
1.000
700
500
/->
r\
/—i
^'■
—'"N
- P e rd o de m o sso , o z /ft’ (1 0 A N O S DE E X P O S IÇ Ã O ) Flgwm n° 54: Á k lC IC O
o
3. FATORES DE SEGURANÇA SEGUNDO A NBR 61 22/1996
"PROJETOS E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES"
Segundo a NBR 6122/1996, as fundações profundas devem ser dimensionadas para traba
lhar com fator de segurança maior ou igual a FS = 2,0. É possível trabalhar com fator de se
gurança de FS = 1,6 desde que seja executada uma prova de carga prévia nas estacas que
serão utilizadas no detalhamento do projeto de fundações.
Assim sendo, a carga de trabalho das estacas deverá ser dimensionada segundo as propo
sições abaixo:
A (fj A 3450
N á= — S I l ! i L = ^ í i L = A « ,.2156,00(kg)
-
Como os fatores de segurança exigidos pela NB 6122/1996 (Fundações) são maiores que os
da NB 14/1986 (Estrutura de aço), deve-se seguir as exigências expostas pela NB 6122/96
"Projeto e Execução de Fundações".
Exemplo de aplicação
• Características geométricas:
A ú t¡l= A r e a . - Í P e r í m e t r O Z 0 ' 1 5 )
154 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
NB 14/1986
Carga normal máxima = A.ti). (0,90. /)/1 ,4
/"\
Carga normal máxima = 112,50. (0 ,9 0 .3450,00)/1,4 = 249.500,00 kg
~
^ í
Nmáx. = 250 tf
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r, • 155
II.6.3. Controle de cravação
As estacas metálicas são introduzidas no solo por meio de cravação dinâmica de um martelo de
queda livre, à explosão ou hidráulico. Este martelo deve ter energia suficiente para garantir a pe
netração da estaca no solo.
As estacas metálicas têm a penetração em solos resistentes maior do que as estacas de concreto,
podendo se estimar o ponto de parada da estaca como sendo a somatória dos SPTs do início da
cravação até o seu fim igual a 150 golpes (ISPT = 150), ou limitando-as a solos de difícil penetra
ção, tais como areias muito compactas ou siltes e argilas muito duros. Esta relação é válida para
a equivalência entre o peso do martelo e o peso da estaca, podendo a estaca penetrar em solos
mais resistentes, aumentando-se a relação e mantendo-se a altura de queda do martelo para se
evitar a fadiga no topo da estaca com conseqüente amassamento.
A nega da estaca (medida da penetração da estaca após repetição de 10 golpes do martelo cain
do de uma altura constante) pode ser fixada em 10 mm para a seguinte relação:
|_| _
pestaca
queda
Pmartelo
O procedimento para a retirada da nega elástica é o mesmo descrito no item II.5.2 (controle de
cravação das estacas pré-moldadas de concreto).
Os procedimentos para a execução de provas de carga dinâmica e estática são os mesmos especifi
cados no item 11.5.3 (prova de carga dinâmica e estática em estacas pré-moldadas de concreto).
156 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/~v. '
11.6.5. Check list
' 3
1. Serviços preliminares
2. Projeto de fundações
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 157
I^
■ gráfico de cravação
(no mínimo em 10% das estacas)
e. Máquina de solda e oxi-corte para corte
f. Eletrodos tipo 48-04 E 7018 -
4 mm sem sinais de umidade
6. Controle da cravação
í
158 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. i
Estacas pré-moldadas de aço
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 159
'''W&Ê
A maioria dos problemas observados na execução das estacas de aço está relacionado à cra
vação e é facilmente resolvido.
1. Durante a cravação
a. Cabeça da estaca amassa, • Capacete com talas ruins | Mudar talas do capacete
mas ela penetra
c. Estaca com comprimento muito • Sondagem errada | Cravar até obter nega e executar
superior ao previsto sondagens de confirmação
160 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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s~\, 11.7.1. Metodologia executiva
,r \
As estacas tipo hélice contínua têm conquistado o mercado de fundações graças às inúmeras van
'" i tagens que elas apresentam sobre as demais estacas, tais como grande velocidade de execução,
ausência de vibrações e ruídos excessivos.
r^|
H Além destas vantagens técnicas, as estacas hélice contínua têm os custos de mão-de-obra muito
competitivos, sendo que o seu principal problema é a impossibilidade de controle de arrasamen
to das estacas e perdas excessivas de concreto que giram em torno de 20%.
Elas são executadas com máquinas perfuratrizes equipadas com trado contínuo com comprimen
to variando entre 18,00 e 24,00 metros. Dependendo do torque da perfuratriz, as bitolas das es
tacas poderão variar entre 25 cm e 120 cm, sendo que estacas com bitolas superiores a 90 cm ne
cessitam de equipamentos mais potentes.
Durante a perfuração, o trado da hélice é introduzido no solo por meio de sua rotação até
a profundidade especificada em projeto.
A eventual entrada de solo dentro do tubo central é impedida por uma tampa existente na
extremidade inferior do trado.
Dependendo do torque da máquina, da existência de "pull-down " e dentes com aço vídea
na ponta do trado, a sua penetração no solo limita-se a solos coesivos muito duros com
SPT > 50 golpes e alterações de rocha A-3.
A perfuração deve ser contínua com a introdução de trado totalmente completo (sem pro
longamento) e sem a retirada da hélice da perfuração para "aliviar" o seu peso, pois com os
citados procedimentos ocorrem alívios indesejáveis de pressões laterais das estacas.
b. Concretagem
O concreto de enchimento das estacas é composto por areia, pedrisco e cimento com con
sumo entre 380 e 450 kg/m3 e slump de 22 ± 2 cm. O concreto é bombeado para o trado,
que é sacado concomitantemente ao preenchimento da perfuração pelo concreto. A veloci
dade de subida e a pressão de injeção devem ser controladas para que não haja sobrecon-
sumo em excesso ou vazios no preenchimento da estaca.
O preenchimento da estaca com o concreto é feito até a superfície do terreno onde está
implantada a perfuratriz, sendo que, dependendo do tipo de solo, é possível interromper a
concretagem e sacar o trado arrasando a estaca um pouco mais abaixo, sem que haja um
controle preciso desta cota. É usual também a retirada do concreto acima do arrasamento
com o auxílio de baldes, objetivando a diminuição da demolição do concreto em excesso.
Após a concretagem deve-se limpar o solo proveniente da escavação que fica depositado no
topo da estaca. A remoção normalmente é feita com o auxílio de escavadeira hidráulica.
162 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/'■N I
I
“ i C. Armação
A armação é implantada na estaca após ela estar limpa. Ela deve ser composta por barras
/'A de bitolas grossas, objetivando facilitar a sua introdução na estaca por gravidade. Devem-
se utilizar roletes de plástico fixados na lateral da gaiola para garantir um recobrimento mí
nimo de concreto sobre a armação.
/"> Apesar destas providências, deve-se ficar atento ao slump do concreto, fator que influencia
na introdução da armação. Sugerimos que os valores dos abatimentos do concreto contidos
na tabela n° 30 sejam seguidos, visando facilitar a implantação da gaiola na estaca.
Tabela n° 30 - Abatimento de
•O concreto para estaca hélice contínua
<'~S
"L" - comprimento da armação Valor mínimo slump
r^N (m) (cm)
L < 3.00 20
/ s . 3,00 < L < 6,00 22
6,00< L < 9,00 24
9,00 < L < 12,00 26
z"'
/">
Rsforço *X<zodo~ 40
Estribes 0« Sotdodo
Nivel do Solo Lj c Reforço **X¡zodo**
m , 3 ^ Vmrro • 1 6 ,0 m m
<"> - X
/~\ ¡feri! 5 N1 «16,0
c=600
2 N4 «16.0 C=30
SOLOAOO
■ ■ I
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. 25 25
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■'"> ' ESTRIBOS OE REFORÇO
2 N2 «10.0 0 1 0 9
oi N3
^ 1 •<«m) c(c«n)
\
ry í 28 103
26 97
o! 24 90
5 N3 «10.0 C /20 C-VARlAVEL 22 84
(COMPRIMENTO MÉ0IO=90cm) 20 78
O i OBSERVAÇÕES:
t . OS ESTR 0O S OAS ESTACAS (ARM. TRAWSVERSAL) p o o e r io
TC« COHTlGUfiAÇJO HCUCO ION. (P A S S 0 -2 0 e m )
^ 1 2 . CASO A A M U Ç IO NECCSSITE 0 £ SUPORTE AO CIO NM . PARA SEU
^_ !j IÇAMENTO. ADICIONAR UM E S TIM O HEUCOOAL (< >A S S 0-20cm )
NA O A E Ç M OPOSTA OA ARMAÇJO.
J . A PONTA OA ARMADURA LONCITUOINAL O E V E M SER AfUW LAOA
/"A i COM A COCOCAÇW OOS ESTRIBOS E M C 008R A 0A
w 3
Figura n° 56: D etalhe típico das estacas hélice contínua
^—. ia
^ 1 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v â n j o p p e r t jr. • 163
^ I
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jr .7 - * : '"• - ■ “ r^ B g L .
• v ' ••u?~ , * '■■ v ; "'-v.,,;*: -» . . . I.-a.zrí*^^gg^?a
Foto 11: Arm ação para estaca kélice contínna. Centro de Convenções - Rio de Janeiro
d Controle de Qualidade
Toda a execução da estaca é monitorada com computador de bordo, que fornece os seguin
tes elementos:
1. Durante a perfuração:
2. Durante a concretagem:
0 computador de bordo deve ser alimentado com dados específicos da estaca e da bomba
de concreto. Todos os dados da execução das estacas devem ser fornecidos impressos em
relatórios, para compor a documentação do acompanhamento das fundações.
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o,
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v— 4
O
Figura n° 57: C o m p u ta d or de bordo tipo Taralog - Ma.it DH 180
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3
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A "
J • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan ¡ o p p e r t ¡r. • 165
rs
r~\
11.7.2. Check list
2. Projeto de fundações
r "n
E s ta c a s t i p o H é lic e c o n t í n u a
/~N
^ : Check list Sim Não Observações
168 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/"■A
AN
11.7.3. Problemas executivos e prováveis soluções
i
s
A maioria dos problemas relacionados com a execução das estacas hélice contínua está li
gada ao concreto em desacordo com a especificação, bombas com capacidade de bombea-
mento aquém do declarado pelo fabricante e muito raramente problemas de operacionabi-
lidade do maquinário.
1. A perfuratriz não tem estabilidade • Presença de solo arenoso e água | Espalhar rachão ou entulho
/'■n
devido às condições do solo • Presença de solo orgânico (turfa) sobre o solo
de apoio das esteiras com água | Aplicação de geotêxtil e/ou
r> material granular
r^ ‘ 4. A armação da estaca não desce • Concreto com slump abaixo | Implantar posteriormente a armação
r> t; do especificado por meio de furação, ou
• Uso de plastificante e/ou retardador | Reescavar novamente a estaca
r I de pega e reconcretá-la com concreto dentro
r> I • A armação foi implantada "torta" e do especificado, ou
interceptou a parede da estaca + Executar reforço
I • Ocorrência de interrupção do fuste
(solo lateral areia + água) devido à
^ i subida rápida do trado
^A j 5. Ao ser escavada a estaca, ocorre o • Solo mole sem confinamento lateral | Executar reforço
abatimento do concreto em estaca
próxima
°^ i
/"A
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 169
^■A
r-N
Estacas tipo hélice continua
6. Ac arrasar a estaca, notam-se trincas • Tráfego de equipamento próximo à %Arrasar a estaca abaixo da trinca
transversais na sua lateral estaca e complementá-la, ou
• Impacto lateral na estaca | Executar reforço
• Armação de topo curta
7. Ao ser ensaiada com PIT, a estaca • Falha na concretagem | Se possível, escavar a lateral da estaca,
apresenta interrupção (parcial ou
ou total) | Reforçar
r
A
170 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
11.8. Estacas escavadas com lama bentonítica
As estacas escavadas com o auxílio da lama bentonítica são normalmente utilizadas em obras pe
o l sadas onde a adoção de uma estaca que absorva grandes carregamentos passa a ser vantajosa
quanto aos aspectos técnico e econômico.
1
"1 Existem duas modalidades executivas de estacas escavadas com lama bentonítica: as estacas bar
% rete, escavadas com auxílio de Ciam Shell acionado a cabo ou hidraulicamente, e os estações, es
cavados com mesa rotatória e caçambas.
r i
/-"si As estacas escavadas com lama bentonítica são executadas em 3 etapas que são escavação, co
y1 locação de armação e concretagem.
r¡
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 171
'" ' n!
A. Escavação
As profundidades que as estacas barretes atingem é função do comprimento dos cabos que /'a
sustentam o Ciam Shell, podendo chegar até 80 metros.
/'"A
Os estacões não necessitam de execução prévia de mureta-guia, bastando apenas a im
plantação de camisa metálica com diâmetro 5 a 10 cm maior que a bitola da estaca e com
1,50 a 4,00 m de profundidade. Essa camisa metálica tem a função de guiar as escavações
iniciais, sendo removível após a concretagem da estaca. O
Os estacões podem ser executados em bitolas que variam de 60 cm a 200 cm e com pro
/"A
fundidade de até 60 m.
A verticalidade das estacas, bem como as tendências de desvio e torção estão ligadas à
qualidade das ferramentas utilizadas na escavação e implantação das muretas-guias e ca
misas metálicas.
A escavação é totalmente preenchida com lama bentonítica que tem a função de estabili
zar a escavação devido às propriedades que ela possui.
A lama bentonítica deve ter controle tecnológico executado antes da escavação e antes da
concretagem. Para tanto, a obra deve contar com laboratório equipado no mínimo com fu O
nil de Marsh, para verificar a viscosidade, balança de densidade para aferir a densidade e
bureta graduada para verificação de teor de areia.
rv
Para solos com granulometria mais fina que as areias médias é usual a utilização de con
,^
centração de bentonita de 4%.
A lama bentonítica deverá possuir, após misturada e ficar em repouso por 24 horas, as se o
guintes características: ^
■i
172 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • ■
/•"'n
• Antes da escavação
Densidade > 1 ,0 3 g/cm3
Viscosidade > 30 seg
pH entre 7 e 11
Cake 1,0 a 2,0 mm
• Antes da concretagem
Densidade <1,1 g/cm3
Viscosidade < 40 seg
pH entre 7 e 11
Cake 1,0 a 2,0 mm
A lama bentonítica pode ser reciclada desarenando-a ou misturando-a com lama nova para
que atinja os parâmetros acima especificados.
Com a utilização contínua da lama ela pode perder a sua eficiência floculando e tornando-
se instável, devendo, portanto, ser totalmente trocada de tempos em tempos.
B. Armação
As armações são montadas em gaiolas com os estribos amarrados e soldados nas armadu
ras longitudinais para torná-las rígidas. Elas devem ser munidas de roletes que garantam
recobrimento da armação de no mínimo 5 cm.
Elas são implantadas na estaca âpós a conclusão da escavação nas cotas de arrasamento
especificadas em projeto.
As gaiolas devem ser montadas para possibilitar a passagem do concreto (espaçamento mí
nimo de 15 cm) e também possibilitar a instalação do tubo tremonha na região interna da
gaiola.
As gaiolas devem ser fixadas nas muretas-guias para evitar a sua movimentação durante
a concretagem.
C. Concretagem
O concreto de enchimento deve ter consumo mínimo de 400 kg/m3 de cimento (dar prefe
rência ao cimento CP III com ausência de superfluidificante), fator a/c < 0,55, diâmetro má
ximo do agregado de 20 mm e slump de 20 ± 2 cm. A concretagem é executada com a ins
o i talação do tubo tremonha até o fundo da estaca e pelo lançamento do concreto no funil
^ i existente no topo do tubo.
O concreto, por ser mais denso que a lama, expulsa-a preenchendo a estaca de baixo para
cima. O tempo de concretagem das estacas não deve ultrapassar a 3 horas da saída do pri
meiro caminhão de concreto da usina.
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s dé e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 173
As estacas escavadas com lama bentonítica costumam dar os seguintes overbreaks nos di
versos solos:
Argila 4% a 10%
Areias finas compactas 4% a 8%
Areias médias e grossas 6% a 10%
Areias finas e fofas 12% a 20%
Solos residuais 4% a 8%
Argila orgânica 15% a 20%
.......... «wM-JiHfjfrj
nTOülBHRHBüaj
Sünüt
trem on ka
2. Projeto de fundações
4. Execução da m ureta-guia
(para estacas barretes)
a. Equipamentos e materiais
■ cimento, areia, pedra e/ou concreto e aço
■ madeira para forma
■ bancada de carpintaria
b. Abertura na valeta
■ formas e armação de acordo com projeto
■ formas alinhadas e aprumadas
c. Reaterro após a desforma e estroncamento
entre as muretas-guias
■ compactação manual
d. Preenchimento atrás da mureta-guia com
argamassa com consumo de 100 kg/m3
a. Equipamentos mínimos
■ silos de armazenagem (o ideal são silos para
armazenar 3 vezes o volume de cada estaca)
■ Ciam Shell com dimensões compatíveis com
o projeto para estacas barrete
■ bomba de recalque da lama
■ caçambas com dimensões compatíveis com
as bitolas de projeto e camisas metálicas
10 cm maior que as bitolas da caçamba
(para estacão)
■ desarenador
■ tubo tremonha
■ laboratório de controle de lama (balança
de densidade, funil de Marsh e bureta graduada
para teor de areia é o mínimo)
■ laboratório de controle de concreto
(formas para corpo-de-prova e slump)
■ equipamentos de apoio:
• pá-carregadeira de esteira
• caminhão para bota-fora
• caminhão limpa fossa I
• caminhão-pipa para abastecimento e limpeza
• máquina de hidrojateamento
I ^
• estoque de entulho
■j
■ equipe de apoio
• armador
• servente para limpeza
b. Boletins de execução das estacas contendo:
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
176 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s * i v a n j o p p e r t jr.
Estacas escavadas com lama bentonítica
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. 177
/"A
11.8.3. Problemas executivos e prováveis soluções
Os principais problemas observados na execução das estacas escavadas com lama decorrem
do uso de concreto inadequado e lama fora do especificado. Na tabela abaixo selecionamos
os problemas mais comuns observados nesta modalidade de fundações.
a. Na escavação o Ciam Shell desvia • Mureta-guia fora de prumo | Argamassar a estaca e refazer
ou desapruma trecho da mureta-guia
d. Na concretagem o tubo tremonha • Concreto iniciou a pega ou borra | Sacar o tubo tremonha para
entope de concreto endurecida desentupi-lo, instalar uma bucha
na boca inferior do tubo tremonha,
introduzir o tubo tremonha no
mínimo 2,00 metros no concreto
já lançado e continuar a concretagem
178 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Estacas escavadas com lama bentomtica
<^A
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■:
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^4
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 179
o
/~s
11.9. Estacas tipo Franki
As estacas tipo Franki são moldadas "in loco" por meio da cravação dinâmica de um tubo muni
do de bucha composta de areia e pedra, implantada na sua ponta inferior. A cravação da estaca
se dá pela queda livre de um pilão com peso entre 1000 e 4600 kg (função da bitola da estaca)
sobre a bucha, fazendo com que a composição tubo + bucha vá penetrando no solo até que seja
atingido solo com boa capacidade de suporte, sendo que a verificação deste fato se dá pela afe
rição das negas e energias de cravação.
180 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
As estacas tipo Franki são executadas de tal sorte a se obterem bitolas finais do fuste de 300 mm,
350 mm, 400 mm, 450 mm, 520 mm, 600 mm e 700 mm.
Urna vez cravado o tubo e atingida a nega e energia mínima especificada, inicia-se a execução da
base da estaca que consta da expulsão da bucha e injeção de concreto abaixo da ponta do tubo
de revestimento. A injeção se dá pela concretagem paulatina com o apiloamento do fundo, objeti
vando a formação de urna base esférica com dimensões maiores do que o fuste da estaca.
Após a execução da base, implanta-se a armação da estaca e inicia-se a concretagem com o api
loamento constante do concreto e a retirada concomitante do tubo de revestimento, sempre com
a certeza de existir um mínimo de concreto na parte interna do tubo.
O procedimento executivo das estacas tipo Franki promove uma alta capacidade de carga na es
taca, bem como a possibilidade de um bom controle de qualidade do estaqueamento. Todavia,
o procedimento executivo também é responsável por vibrações excessivas e produtividade baixa
(50 metros de estaca/dia).
"marca do cabo
cabos de
arranque
tubo metálico pilão
de revestimento
bucha
pedra + areia
/'‘"N
, armação
■/
altura de
segurança
•'•'‘V.
\ Tm
bucha expulsa,
'"vj
e base
Figura n° 61: Seqüencial executivo da execução íte uma estaca tipo Franki
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ivan j o p p e r t j r . • 181
H Í
o
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r\
Onde:
1a etapa: execução da bucha
2a etapa: cravação do conjunto tubo + bucha
3a etapa: expulsão da bucha e execução da base
4a etapa: colocação da armação
5a etapa: concretagem da estaca
6a etapa: estaca concluída
a. Cravação do tubo
Conforme exposto, a estaca Franki é implantada no solo pela cravação do tubo que é fun
ção da energia mecânica despendida para tanto. A energia é dada pela expressão:
E= n . P. h
Onde:
E- energia de cravação (kN x m)
n- número de golpes dados para a cravação de 50 cm do tubo
P- peso do pilão (kN)
h- altura de queda do pilão (m)
Os pilões de cravação devem possuir peso e dimensões mínimos conforme a tabela n° 31:
Para a cravação do tubo, o pilão deve ser erguido entre 5,00 e 7,00 metros, sempre se ve
rificando a integridade da bucha durante a operação. Este controle é feito pela marca do
cabo (vide figura n° 61).
182 • f u n d a ç õ e s e c o n i e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
1
A tabela n° 32 define as energias mínimas para a cravação das estacas de acordo com a bi
tola do tubo:
r^\
A As negas (penetração do tubo no solo) são obtidas pela cravação de 10 (dez) golpes do pi
lão caindo de uma altura fixa de 1,00 metro e um único golpe do pilão caindo de uma al
/'~\
tura de 5,00 metros.
/">
A Deve-se sempre aferir o levantamento das estacas próximas após a cravação,
/"N
/~N
b. Abertura de base
A • Tubo é preso por cabos de extração para que não desça durante a expulsão
da bucha de pedra e areia. A expulsão é feita por meio de seu apiloamento
conjugado a um pequeno levantamento do tubo.
'“'n
• Quando a bucha está totalmente expulsa, introduzem-se no tubo pequenas
quantidades de concreto da base.
• A base deverá ser aberta até que se atinja o volume recomendado em projeto
ou conforme a tabela n° 33.
a
Tabela w° 33 - Volame das bases e energias mínimas
D iâm etro das estacas (mm) 300 350 400 450 520 600 700
Base usual (I) 180 270 360 450 600 750 900
Base especial (I) 270 360 450 600 750 900 1050
Energia m ínim a (kN x m) 1500 1500 1500 5000 5000 5000 5000
O concreto da base deverá seguir o seguinte traço: 1 saco de cimento, 90 litros de areia,
140 litros de pedra n° 2 (para estacas com 0 s 400 mm) ou n° 3 (para estacas com 0 > 400
mm) e fator a/c de 0,45.
A abertura da base deverá ser aferida pela "marca do cabo" que indica se realmente o vo
lume do concreto lançado foi totalmente expulso para o solo.
Deve-se sempre aferir o levantamento das estacas próximas após a abertura da base.
c. Concretagem do fuste
Quando alguns destes controles apresentam valores anormais, a concretagem deve ser in
terrompida, refeita a bucha e executada a recravação da estaca como se fosse uma nova
estaca com nova base, etc.
A armação da estaca deve ser executada com aço CA 50A que aceite solda sem destem
perar (aço com alto teor de carbono não é aconselhável). A armação mínima, bem como o
consumo de concreto, encontra-se na tabela n° 34.
184 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
Tabela n° 34 - Armação e traco de concreto
Carga estrutural (kN) 450 650 850 1100 1500 1950 2600
/">
'"'S
0 traço do concreto do fuste deverá ser: 1 saco de cimento, 90 litros de areia, 80 litros de
pedra 1,60 litros de pedra 2 e fator a/c de 0,45.
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A f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 185
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11.9.3. Check list
2. Projetos de fundações
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n c õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •
/-a
Estacas tipo Fraitlú r\
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. / a
188
I \
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1. Durante a cravação
a. Durante a cravação o tubo de • Estaca longa que mobiliza resistência + Soldar anel de aço na ponta inferior
revestimento tem dificuldades lateral na cravação do tubo
de penetração
b. Durante a cravação o tubo • Ocorrência de fossa próxima | Retirar o tubo aterrando com areia,
de revestimento desvia limpar a fossa preenchendo-a
ou desapruma com argamassa e recravá-lo
d. Durante a cravação do tubo • Camada de argila muito dura $ Expulsar a bucha e executar a cravação
ocorre o levantamento das com equipamento de tração
estacas próximas às já cravadas + Mudar caminhamento cravando apenas
2 estacas de cada bloco por dia
| Ancorar a armação na base
f. Estaca muito mais curta • Sondagem errada t Insistir na cravação até se tornar
do previsto impenetrável, concretar a estaca e
verificar a capacidade de carga
a. Pilão intercepta a armação, • 0 tubo está fora de prumo t Recravar a estaca fazendo bucha
amassando-a ou pilão muito excêntrico falsa até obter nega e realizar
nova concretagem
b. A armação encurta mais do que • Presença de solo muito mole + Executar a cravação de estaca de
o aceitável pelo engenheiro ao longo do fuste areia antes da estaca de concreto
de solos | Aumentar armação longitudinal
c. Não se consegue sacar o tubo • Estaca longa em solo muito arenoso |Executar furos de alívio próximo
ao tubo, sacá-lo e cravar estacas
de reforço
a. Não é possível injetar o volume • Solo muito duro ou compacto + Verificar com engenheiro de solos
de concreto previsto em projeto na ponta a viabilidade da estaca com volume
(o tubo sobe e o concreto de base inferior
não penetra) |Parar estaca com meio metro acima,
verificando a nega desejada
b. Para se atingir a energia mínima * Ocorrência de argila dura |Verificar com engenheiro de solos
especificada foi necessário a viabilidade da estaca ou executar
injetar um volume maior estaca de reforço
de concreto |Cravar estaca com comprimento maior
c. A estaca próxima levanta +Verificar com engenheiro de solos
a viabilidade (levantamento
permitido) da estaca ou executar
estaca de reforço
t Plano de cravação salteado
|Utilizar equipamentos para tracionar
a estaca
|Ancorar a armação na base
190 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
í
rs
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rs 11.10. Estaca raiz
11.10.1. M e to d o lo g ia ex ec u tiv a
/A
As estacas raiz são estacas moldadas "in loco", executadas através de perfuratrizes rotativas
e/ou percussivas, preferencialmente utilizando revestimento ao longo de todo o furo, de modo a
r\ garantir a integridade de seu fuste. Após a sua perfuração a estaca é armada e preenchida com
argamassa fluida.
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A estaca raiz é executada em três etapas distintas, que são a perfuração, a armação e a concreta
gem com ar comprimido.
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A. Perfuração
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'~\ Foto 13: Re/orço de fu n d a çã o em estaca raiz Foto 14: Re/orço de fu n d a çã o em estaca raiz
- S ala São Paulo - Serasa
rs Na etapa da perfuração introduz-se no solo, por meio de rotação imposta por uma perfura-
triz, uma tubulação munida na ponta de uma coroa mais larga que o diâmetro externo do
/~\ tubo, formando a composição de revestimento.
rs
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r\ • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r. • 191
r\
O material desagregado pela rotação do tubo é expelido pela circulação de água injetada
com pressão na parte interna da tubulação (do topo para a ponta) e que retorna pelo espa
ço existente entre a parede externa do tubo e a parede da escavação. A tubulação é instala
da em segmentos rosqueáveis e reveste totalmente a estaca, sendo sacada após o seu pre
enchimento com argamassa e instalação da armação.
A instalação do tubo de revestimento pode ser parcial, sendo que neste caso a perfuração
abaixo do tubo pode ocorrer com a utilização de tricone com auxílio de circulação de água
ou com elementos estabilizantes das paredes das perfurações.
D iâm etro da estaca (mm) 100 120 150 160 200 250 310 410
D iâm etro externo do tubo (mm) 89 102 127 141 168 220 273 356
D iâm etro interno do tu b o (mm) 73 86 109 122 146 224 284 384
B. Armação
No caso de o tubo de revestimento não ser utilizado integralmente no furo, elementos es-
paçadores devem ser instalados de modo a evitar o contato do aço com o solo.
Devido aos pequenos diâmetros das perfurações aliado ao fato de diminutos espaços dispo
níveis internos à tubulação, a armação das estacas menores que 160 mm não possuem es
tribos, sendo que elas são compostas como feixe de barras de aço unidas entre si.
A emenda das barras pode ser feita por transpasse para as estacas submetidas a compres
são e com luva para estacas submetidas a tração.
192 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
01
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C. Concretagem
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r\ Após a instalação da armadura, introduz-se um tubo de PVC até o final da perfuração e exe-
r\ cuta-se a injeção de argamassa fluida de baixo para cima até que ela preencha totalmen
r~\ te a perfuração e vaze pelo topo do tubo, de modo a expulsar todas as impurezas da perfu
ração. Em seguida é rosqueada no topo do tubo uma tampa ligada a um compressor de ar
f~\
que injeta golpes de ar comprimido com pressões de 0,5 kg/cm2 a 4 kg/cm2.
r\
A remoção da tubulação de revestimento é feita com auxílio de macacos hidráulicos e com
o desrosqueamento dos segmentos de tubos superiores e repetidas injeções de ar compri
mido no topo do tubo.
f~\
É comum o abatimento da argamassa durante a retirada do tubo, devendo o seu nível ser
/~s completado sempre antes da aplicação do ar comprimido.
!<•>
/X A argamassa de preenchimento é fluida e possui um traço aproximado de 1 saco de cimen
/~\ to para 22 a 25 litros de água para 80 a 85 litros de areia, o que confere resistências maio
res que fck > 18 MPa. A estaca é concretada até a superfície do terreno, devendo ser arra
sada para a execução do bloco de coroamento.
v.
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11.10.2. Check list
Estaca miz
o,
194 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
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A Estaca raiz
a • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r . • 195
A
a
Estaca raiz
6. Verificação da excentricidade
das estacas já executadas
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. rs
196
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11.10.3. Problemas executivos e prováveis soluções
Estaca raiz
2. Estaca não tem continuidade • Concretagem por emborcamento |Fazer concretagem submersa, com
(estaca secionada) tubo tremonha no pé da estaca
3. Falha na cabeça das estacas • Abatimento da cabeça das estacas t Preencher a argamassa da cabeça,
(sedimentação da argamassa) tomando o cuidado de evitar
a presença de sujeira para não
criar juntas com elementos
estranhos
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 197
Estaca raiz
4. Problemas com a armação • Armação não desce até o fundo | Retirar a armação, limpar a perfuração,
refazer a armação e reinstalá-la
,-N
• Armação sobe com o revestimento | Retirar a armação, lavar o concreto,
quando da sua retirada refazer a armação com diâmetro A
de estribos um pouco menor e
cuidado nos "pontos" de amarração
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198 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • ^
a
11.11. Estacas tipo Strauss
11.11.1. M e to d o lo g ia executiva
fT} As estacas moldadas no local, tipo Strauss, são executadas com revestimento metálico recuperá
vel, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo que é feita com o auxílio de uma sonda.
r\
r\ A estaca Strauss apresenta vantagem pela leveza e simplicidade do equipamento que emprega.
Com isso, pode ser utilizada em locais confinados, em terrenos acidentados ou ainda no interior
r\ de construções existentes, com pé-direito reduzido.
s~\ A. Equipamento
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r\ Coroa
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• fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r. 199
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Foto 16: Cravação de estacas tipo Strauss. Rua José Feliciano - São Paulo
B. Perfuração
0 início das estacas se dá com o posicionamento do tripé, de tal maneira que o soquete,
preso ao cabo de aço, fique centralizado no piquete de locação da futura estaca.
Com o soquete é iniciada a perfuração até a profundidade de 1,00 a 2,00 metros. Este pré-
furo servirá de guia para a introdução do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior,
chamado "coroa". Antes da implantação da coroa deve-se verificar se ocorreu alguma ex
centricidade na pré-escavação.
J
Concretagem
O concreto utilizado é dosado na obra com consumo mínimo de cimento de 350 kg/m3.
A sua consistência deve ser plástica para garantir o preenchimento da perfuração e a reti
rada da tubulação sem que ocorra a descontinuidade do fuste devido à aderência do con
creto na parede interna do tubo. No início da concretagem a sonda é substituída pelo so
quete, sendo o concreto lançado no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna
de aproximadamente 1 metro.
Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação e, à medida que é apiloado, esta
vai sendo retirada com emprego de guincho manual. As fotos n“ 17 e 18 ilustram o processo.
Foto 17: Concretagem de estacas tipo Strauss. Rna José Feliciano - São Paalo
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Foto 18: D etalke do pilão
Para a garantia da continuidade do concreto no fuste, deve-se manter, dentro da tubulação durante o
apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que o mesmo ocupe todo o espaço perfurado. 0
tubo deve ser sacado com a verificação contínua da "marca do cabo", que garante uma altura de segu- ^
rança de concreto dentro da estaca.
A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando-se esse exces
so para o aparelhamento final da cabeça da estaca.
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D. Armação
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Quando as estacas trabalham somente à compressão, implanta-se no topo da estaca bar
ras com pequeno comprimento, que ficam embutidas 50 cm no concreto e 50 cm além do
.r\ seu arrasamento. A função desta armação é apenas promover a interação entre o topo da
rs estaca e o bloco de coroamento.
rs.
Se as estacas necessitam de armação para trabalhar à flexão, a bitola da estaca deverá ser
no mínimo de 32 cm, devendo ser previstas emendas a cada 6,00 metros de estaca para via
bilizar o içamento da gaiola com o tripé.
Quantidade Bitola
r--, Diâmetro Diâmetro interno Diâmetro externo Bitola do estribo máxima de aço máxima
da estaca da tubulação (cm) do estribo (cm) (mm) - cada 25 cm longitudinal (mm)
-'■>
32 25 22 6,3 5 12,5
38 30 27 6,3 6 16,0
/"A
45 38 35 6,3 a 10,0 6 20,0
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r\ f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 203
rs
rs
11.11.2. Check list
2. Projeto de fundações
204 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
' Wi
' V
rA
b. Inspeção do equipamento
■ soquete com peso compatível com a bitola
/"A ■ jogo de tubulação compatível com as exigências
do projeto
/"A ■ coroa com dentes em boas condições e bitolas
/"A compatíveis com o projeto
■ tripé com sinais de deterioração demonstrando
■' \
fragilidade estrutural
■ sonda com a válvula em boa condição
/'A ■ guincho com capacidade de carga maior
que 1000 kg
■ roldanas, guincho manual e talhas em
perfeito estado
■ cabo de aço sem sinais de potencial de ruptura
e com diâmetro mínimo de 16 mm
■ sapata de apoio do tripé com 40 x 40 cm
c. Boletins de execução das estacas contendo:
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
■ características da estaca (bitola, comprimento
previsto/cota de ponta)
■ armação
■ comprimento escavado
■ pressão de injeção do concreto durante
a concretagem
d. Especificações mínimas do concreto:
'"A ■ agregado - areia e pedra n° 1 e n° 2
sem pó-de-pedra
■ fator a/c entre 0,50 e 0,55
■ consumo mínimo de cimento 350 kg/m3
(cimento tipo CP III e CP II)
■ corpos-de-prova para 7,14 e 28 dias de ruptura
e. Perfuração das estacas
■ pré-furo com soquete ocorreu centrado
■ a implantação da coroa ocorreu aprumada
■ a sonda é eficiente na retirada do solo interno
da tubulação
■ a escavação é totalmente revestida
■ a escavação atingiu a cota prevista em projeto
e/ou solo resistente
■ a limpeza da ponta da estaca é feita sem o
acúmulo de água no seu interior
■ após a escavação conferir o comprimento
escavado
f. Concretagem da estaca
''A ■ pilão isento de solo
/-"A ■ preparo da ponta da estaca
■ concretagem executada com altura de segurança
verificada na "marca do cabo"
r> (mínimo 1,00 metro) _____________
rA
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ van j o p p e r t jr. 205
í'-"'
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Estaca tipo Strauss
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Check list Sim N ão Observações
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n-
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/"A
206 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
''A,
11.11.3. Problemas executivos e prováveis soluções
1. Durante a perfuração da estaca • Provável interferência com matacão | Reforçar a estaca com armação
ocorre desvio da tubulação ou entulho t Reaterrar a estaca e executar reforço
2. Durante a perfuração ocorre solo de • Pedregulho e/ou limonita % Substituir sonda por pilão para
A difícil escavação tentar triturar pedregulhos/limonita
+ Aumentar a bitola da estaca para
A compensar o menor comprimento
^"\
• Argila dura (SPT > 20) | Aumentar a bitola da estaca para
compensar o menor comprimento
4. Durante a escavação ocorre fluxo • Ocorrência de horizonte muito | Ultrapassar a citada camada
muito grande de água para dentro da permeável (pedregulho) cravando-se a ponta do tubo em
tubulação material impermeável. Caso isso
seja impossível, substituir o tipo
A de fundações
5. Ocorrência de vazios (bicheiras) no • Estaca densamente armada | Usar concreto com pedrisco e slump
A de 20 cm
trecho superior
A
A. • Camada muito espessa de argila mole | Armar a estaca no trecho inteiro
de solo mole
o
■"A
A
/A
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 207
O
11.12. Estacas escavadas m ecanicam ente
.12.1. M e to d o lo g ia ex ec u tiv a
a. Escavação
As estacas escavadas mecanicamente, também conhecidas como broca mecânica, são exe
cutadas com uma perfuratriz rotativa montada sobre uma "mesa rotativa" que impõe giro
de um tubo telescópico tipo haste Keller. A ponta deste tubo telescópico é munida de um
trado helicoidal com aproximadamente 1,00 metro de comprimento que penetra e perfura
o solo com diâmetros que variam entre 25 cm e 170 cm, até 27 metros de profundidade.
r\
O,
X -y-
V;- • •• ■ . . •
Devido ao fato de as escavações não serem revestidas, o seu uso está limitado ao lençol fre
ático e solos passíveis de desbarrancamentos, como areias puras.
A perfuração avança com a retirada do solo escavado a cada 1,00 metro. A retirada é feita
com suspensão do trado cheio de solo e com a sua rotação já fora da perfuração. A limpe-
'•"A za do solo que cai sobre a superfície anexa à estaca deve ser feita imediatamente para que
não ocorra a queda de volta para a escavação.
/'N
Terminada a escavação na cota desejada, deve-se apiloar o fundo da escavação com um pi-
^ Ião amarrado em uma corda, visando compactar o solo solto no fundo da estaca.
n
b. Concretagem
A concretagem deve ser feita com concreto lançado com o auxílio de uma tremonha com
2,50 metros de comprimento mínimo, com o intuito de se evitar o contato do concreto com
as paredes da estaca.
Aconselha-se que o concreto seja lançado em duas etapas, quando a estaca for armada,
sendo a primeira etapa até a cota de fundo da gaiola de armação e a segunda etapa após
colocação da armação.
/—N O concreto deve possuir slumpàe 9 ± 1 cm e pedra n° 1 e o fck > 20 MPa para que a arma
ção seja totalmente coberta pelo concreto.
Controle de Execução
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_ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 209
r\
11.12.2. Check list
2. Projeto de fundações
210 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
•'-'N
/~ \
Estacas escavadas mecanicamente
r"
212 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. ¡o
rx
A
1. Estaca ficou sem armação • Erro executivo t Implantar nova armação com
■•"'N
• Durante o aparelhamento da estaca perfuração e colagem das barras
/A a armação ficou solta com epóxi
2. A perfuratriz não consegue arrancar • Equipamento com torque baixo | Executar estaca de reforço
'"A com a escavação, fazendo com que • Existência de horizonte resistente + Trocar equipamento
A a estaca fique "curta" à perfuração I Executar pré-furo de bitola menor
para posteriormente alargá-lo
e passar a camada resistente
^S | Alargar o furo para compensar
/"A a diminuição de atrito lateral
da estaca
A
A 3. A perfuração intercepta • Lençol freático não acusado I Concretar a estaca e executar
o lençol freático na sondagem ou erro de projeto reforço com estacas mais curtas,
O ignorando a anterior
o ♦ Verificar a possibilidade de esgotar
o a água com bomba submersa
e concretar a estaca imediatamente,
A considerando-a com carga reduzida
o (válido se não houver
desbarrancamento)
''A
4. Durante ou após a escavação • Solo não coesivo ou colapsível + Modificar a solução de fundações
ocorre o desbarrancamento
A
do furo
5. Escavação desaprumada com • Erro executivo com grande | Executar reforço da armação de acordo
o
' í* inclinação maior que 1% possibilidade de desbarrancamento com orientações do projetista
na concretagem | Concretar a estaca com
tremonha longa
| Concretar a estaca e abandoná-la
'"N executando estacas de reforço
r\
6. Concreto insuficiente para acabar a • Concreto encomendado com # Implantar armação na superfície
concretagem da estaca volume insuficiente superior da estaca (0 12,5 mm
r\ • Grande perda de concreto por cada 10 cm) para dar continuidade
bitolas escavadas com diâmetro à concretagem no dia seguinte
.>
maior que o projeto
A 7. Existência de concreto de baixa • Concreto com fator a/c muito alto, t Quebrar a estaca até que seja atingido
resistência no topo da estaca gerando exsudação o concreto são e emendar a estaca
A
A • Utilizado concreto com baixa I Verificar com projetista a necessidade
resistência de executar reforço
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 213
'—'.
/~A
Índice das tabelas
Tabela n° 01 Tipos de contenções 16
Tabela n° 02 Perfis metálicos para contenções 30
Tabela n° 03 Características técnicas dos tirantes monobarra 61
Tabela n° 04 Características técnicas dos tirantes com fios ou cordoalhas 62
Tabela n° 05 Características técnicas dos tricones em função do tipo de solo 65
Tabela n° 06 Características técnicas dos tirantes 65
Tabela n° 07 Coeficiente k em função do tipo de solo 66
Tabela n° 08 Classificação do grau de agressividade do terreno 69
Tabela n° 09 Cargas aplicadas no ensaio de recebimento 76
Tabela n° 10 Valores de ensaio de recebimento 77
Tabela n° 11 Fatores de carga 95
Tabela n° 12 Fatores de forma 95
Tabela n° 13 Parâmetros médios do solo 99
r\
Tabela n° 14 Coeficiente de Poisson 100
Tabela n° 15 Fator de forma I 100
Tabela n° 16 Fatores de carga - Terziaghi 114
Tabela n° 17 Fatores de forma - Terziaghi 114
Tabela n° 18 Tipos de estacas 124
Tabela n°19 Coeficiente "K" 126
Tabela n° 20 Fatores (3 (para correção da resistência lateral) 126
Tabela n°21 Fatores ol (para correção da resistência da ponta) 126
Tabela n° 22 Fatores F1 e F2 127
Tabela n° 23 Fatores K e a 128
r^
Tabela n° 24 Verificação básica de projeto 130
Tabela n° 25 Seções quadrada e sextavada 136
Tabela n° 26 Seção circular 136
Tabela n° 27 Valores do coeficiente de amortecimento dinâmico “l " 141
rs
Tabela n° 28 Perfis Gerdau Açominas aço grau 572 - cr = 3450 kg/cm2 150
Tabela n° 29 Perfis CSN aço a36 - cr - 2500 kg/cm2 151
Tabela n° 30 Abatim ento de concreto para estaca hélice contínua 163
Tabela n° 31 Dimensões e peso mínimo dos pilões 182
r*
Tabela n° 32 Energia mínima de cravação 183
r\
Tabela n° 33 Volume das bases e energias mínimas 184
rs
Tabela n° 34 Armação e traço de concreto 185
rs
Tabela n° 35 Tubos de revestimento da estaca raiz 192
r>
Tabela n° 36 Diâmetro das estacas Strauss 200
Tabela n° 37 Armadura das estacas Strauss
214 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r\
A
/"-N
Referências Bibliográficas
/A
/O
o
A
o,
o
r\
ABEF Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia - "Ma
nual de Especificações de Produtos e Procedimentos ABEF", 2a ed. São Paulo, 1999.
A
A.B.N.T. - NB-1 - "Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado"; NB-20 - "Pro
-/_a
va de Carga em Estacas"; NB-27 - "Prova de Carga Direta sobre Terreno de Fundação";
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o
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Mauri; Paraíso, Sérgio C.; e Alonso, Urbano R. - "Estaca Hélice- Contínua - A Experiên
cia Atual". ABMS / ABEF, Instituto de Engenharia. São Paulo, 1999.
AREAS DE ATUAÇÃO
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SERVIÇOS DE CAMPO
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r\ • sondagens
• topografia
• acompanhamento técnico de obras
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Existindo no Brasil desde 1998 e contando com o suporte de sua matriz Albert
DA CONCEPÇÃO A O GERENCIAMENTO
OBRAS D O HOSPITAL MONTE SINAI - JUIZ DE hORA, M G
A Kahn do Brasil oferece uma vasta gama de serviços especializados aos seus
clientes:
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fundações e contenções de e d i f í c i o s • ¡van joppert j r. 219
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CONTATOS
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Laminados a quente a p a rtir de blocos, com estrutura hom ogênea e sem soldas, os
o, Perfis Gerdau Açominas oferecem fle xib ilida d e e alta produtividade quando
aplicados como Estacas M etálicas usadas como fundações e contenções. Como
r\ característicase principais vantagensdos Perfis Gerdau Açom inas, destacam -se:
o • Abas paralelas
Os • Ampla variedade de bitolas
• Fabricados de acordo com a Norma ASTM A6/A6M
• Aço de aita resistência - ASTM A 572 grau 50 f, = 345 MPa (3,5 tf/c m ’)
• Eficiência nos processos de soldagem , fa cilitan d o a emenda de peças
r\ • Qualidade certificada
• Peças retilineas
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• Pronta entrega
O • Preços com petitivos
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Capacidade de Carga Geotécnica
o E s ta c a s M e tá lic a s
, PR = PL+PP
d e S e ç ã o V a r iá v e l
A
Na composição de Estacas Metálicas de %8-
8»E
o Seção Variável', utilizando perfis de
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mesma altura nominal com diferentes »1 1
Os espessuras de aim a e abas, os
Perfis Gerdau Açominas oferecem œÿ i2
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o extraordinária flexibilidade em função
da ampla variedade de bitolas de um
r> mesmo grupo. As emendas de seções
são e x e c u ta d a s com fa c ilid a d e ,
Os
idênticas às estacas com Perfis de
mesmaseção.
V a n ta g e n s
Os
w • Redução de cerca de 20%
A do peso total £2=
iS
CO
O w
c=
A
Bitolas Disponíveis
o, P e rfis I P e rfis H
W 1 5 0 x 1 3 ,0 W 2 5 0 x 3 2 ,7 W 3 6 0 X 44,0 W 4 1 0 x 8 5 ,0 W 5 3 0 X 82,0 W 1 5 0 x 2 2 ,5 W 2 5 0 X 7 3 ,0 HP 310 x 125,0
o^ W 1 5 0 x 1 8 .0 W 2 5 0 X 3 8 ,5 W 3 6 0 x 5 1 ,0 W 4 6 0 x 5 2 ,0 W 5 3 0 x 8 5 ,0 W 150 x 2 9 .8 W 2 5 0 x 80 ,(
W 1 5 0 x 2 4 .0 W 2 5 0 X 4 4 .8 W 3 6 0 X 57,8 W 4 6 0 x 6 0 ,0 W 530 x 92,0 W 1 5 0 x 3 7 .1 H P 2 5 0 x 8 5 ,0 W 3 6 0 x 1 0 1 ,0
o W 2 0 0 X 15,0 W 3 1 0 x 2 1 ,0 W 3 6 0 x 6 4 .0 W 4 6 0 x 6 8 ,0 W 5 3 0 x itò W 2 0 0 x 3 5 .9 MBBWfeajÉB W ä 6 0 'x ä i.i0 .0 «
W 2 0 0 X 19,3 W 3 1 0 x 2 3 ,8 W 3 6 0 X 72,0 W 4 6 0 X 74,0 W 530 x 109,0 W 2 0 0 x 4 1 ,7 W 250 X 10 1 .0 W 3 6 0 x 1 2 2 ,0
W 2 0 0 X 2 2 .5 W 3 1 0 x 2 8 ,3 W 360 X 79 O W 4 6 0 X 82,0 W 610X 101,0 W 2 0 0 x 46,1 -------- ms—
o, W 2 0 0 X 2 6 .6 W 310 X 3 2,7 W 4 1 0 x 3 8 ,8 W 4 6 0 X 89,0 W 6 1 0 x 1 1 3 ,0 W 2 0 0 x 52,0 H P 3 1 0 x 7 9 ,0
W 20Qy 31.3. W 3 1 0 x 3 8 ,7 W 4 1 0 x 4 6 ,1 W 4 6 0 x 9 7 ,0 H P 2 0 0 x 5 3 ,0 H P 3 1 0 x 9 3 ,0 .:
o\ W 2 5 0 X 17,9 W 3 1 0 x 4 4 ,5 W 4 1 0 X 53,0 W 4 6 0 X 106.0 W 2 0 0 x 59,0 W 3 1 0 x 9 7 ,0
W 2 5 0 x 2 2 ,3 W 3 1 0 x 5 2 .0 W 4 1 0 x 6 0 ,0 W 5 3 0 x 6 6 ,0 W 2 0 0 x 7 1 ,0 W 3 1 0 x 1 0 7 ,0
W 2 0 0 x 86.0 H P 3 1 0 x 110,0
W
W
2 5 0 X 25,3
2 5 0 x 2 8 .4
W
W
360 X 3 2,9
3 6 0 x 3 9 .0
W
W
4 1 0 x 6 7 ,0
4 1 0 x 7 5 .0
W 5 3 0 X 7 2,0
W 5 3 0 x 7 4 .0 •W 6......"""MB
1 0 x 174,0
H P 2 5 0 x 6 2 ,0 W 3 1 0 x 117.0
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