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qualidade total na gestão do projeto e execução

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^ Ivan Joppert Jr.

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D a d o s I n t e r n a c i o n a i s d e C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P )
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( C â m a r a B r a s i l e i r a do L i v r o , SP, B r a s i l )
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Joppert Junior, Ivan A
Fundações e contenções em edifícios: qualidade total A
na gestão do projeto e execução / Ivan Joppert Jr. A
São Paulo: PINI, 2007 O
A
Bibliografia. A
ISBN 978-85-7266-177-5 A
A
1. Administração de projetos 2. Contenções A
3. Construção 4. Edifícios 5. Fundações 6. Qualidade total A

I. Título
A
A
07-1122 CDD-624

índices para catálogo sistém ico :


1 . Fundações e contenções : E ngenh aria civil 624

Fundações e contenções de edifícios


qualidade total na gestão do projeto e execução

@Copyright Editora PINI Ltda.


Todos os direitos de reprodução reservados pela Editora PINI Ltda.

Coordenação de Manuais Técnicos: Josiani Souza


Projeto gráfico e capa: lu iz Carlos Prata
Revisão: M ônica Elaine G. S. da Costa

Editora PINI Ltda


Rua Anhaia, 964 - CEP 01130-900 - São Paulo, SP
Tel.: 11 217 3-2328-F a x : 11 2173-2327
www.piniweb.com - manuais@pini.com.br

1a edição
1a tiragem: 2.000 exemplares, mar/2007 KWTOMAFILIAD*
índice

Fundações e Contenções de Edifícios 9

Áreas de aplicação 10

Forma de apresentação 10

Áreas de utilização 11

I. Contenções de escavações (escoramentos) 12

1.1. Definições 15

1.2. Conceitos teóricos básicos 20

1.3. Verificação da estabilidade da contenção 22

1.4. Perfis com pranchada 29


1.4.1. Metodologia executiva 29
1.4.2. Checklist 33
1.4.3. Problemas executivos e prováveis soluções 36

1.5. Parede diafragma escavada com lama bentonítica 38


1.5.1. Metodologia executiva 38
1.5.2. Checklist 43
1.5.3. Problemas executivos e prováveis soluções 48

1.6. Parede diafragma com estacas secantes 51


1.6.1. Metodologia executiva 51
1.6.2. Checklist 55
1.6.3. Problemas executivos e prováveis soluções 58
A
A
A
1.7. Tirantes 60
1.7.1. Conceitos teóricos básicos 60
I.7.2. Tipos de tirantes 60
I.7.3. Tratamento contra corrosão 68 O
I.7.4. Protensão 71
I.7.5. Checklist 83 A
1.7.6. Problemas executivos e prováveis soluções 86

II. Fundações 89
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11.1 Definições 91

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II.2 Fundações apoiadas diretam ente no solo 92
A
11.2.1. Metodologia executiva 92
11.2.2. Conceitos teóricos básicos 94
11.2.3. Checklist 106
11.2.4. Problemas executivos e prováveis soluções 108
-o
11.3. Tubulões a céu aberto 109 r~\
11.3.1. Metodologia executiva 109
II.3.2. Conceitos básicos teóricos 111
II.3.3. Check list 120
II.3.4. Problemas executivos e prováveis soluções 122

11.4. Fundações profundas em estacas 124 r\


11.4.1. Conceitos teóricos básicos 124

11.5. Estacas pré-moldadas de concreto 135


11.5.1. Fornecimento das estacas 135
r \
II.5.2. Controle de cravação 137
A
II.5.3. Provas de carga 140
á
II.5.4. Checklist 143
11.5.5. Problemas executivos e prováveis soluções 146 A
A
11.6 Estacas pré-moldadas de aço 148
11.6.1. Metodologia executiva 148
II.6.2. Conceitos básicos teóricos 152 /■S
II.6.3. Controle de cravação 156 A
II.6.4. Provas de cargas 156 A
A
A
A
11.6.5. Checklist 157
11.6.6. Problemas executivos e prováveis soluções 160

11.7 Estacas tipo hélice contínua 161


11.7.1. Metodologia executiva 161
11.7.2. Checklist 166
11.7.3. Problemas executivos e prováveis soluções 169

11.8 Estacas escavadas com lama bentonítica 171


11.8.1. Metodologia executiva 171
11.8.2. Check list 175
11.8.3. Problemas executivos e prováveis soluções 178

11.9. Estacas tipo Franki 180


11.9.1. Metodologia executiva 180
11.9.2. Controle da cravação 182
11.9.3. Checklist 186
11.9.4. Problemas executivos e prováveis soluções 189

11.10. Estaca raiz 191


11.10.1. Metodologia executiva 191
11.10.2. Checklist 194
11.10.3. Problemas executivos e prováveis soluções 197

11.11. Estacas tipo Strauss 199


11.11.1. Metodologia executiva 199
11.11.2. Checklist 204
11.11.3. Problemas executivos e prováveis soluções 207

11.12 Estacas escavadas mecanicamente 208


11.12.1. Metodologia executiva 208
11.12.2. Checklist 210
11.12.3. Problemas executivos e prováveis soluções 213

III. índice das tabelas 214

IV. Referências bibliográficas 215


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Apresentação

Principal referência do período contemporâneo da história geotécnica, Karl Terzaghi


costumava dizer que, se suas teorias não fossem simples, teriam pouco valor. Isso por­
que as propriedades dos solos reais são tão complexas que os erros resultantes de
suas avaliações numéricas poderiam exceder as imprecisões teóricas. Defendia, assim,
o bom senso e o exercício contínuo do espírito crítico. Afinal, a Mecânica dos Solos não
^ é uma ciência exata. Antonio Dias Ferraz Nápoles e Milton Vargas, no capítulo 1 (Histó-
^ ria das Fundações) do livro "Fundações -Teoria e Prática", publicado pela ABMS/ABEF
^ e editado pela PINI, afirmam que os engenheiros de fundações devem juntar a expe-
^ riência histórica disponível nos livros à sua vivência pessoal e, assim, desenvolver sua
A própria intuição a respeito do comportamento do solo em problemas geotécnicos.

A Aliar o conhecimento teórico e científico à prática e à observação profissional consti-


/■s tui um dos principais méritos desta publicação - Fundações e Contenções de Edifícios
^ - Qualidade total na gestão do projeto e execução de autoria do professor e enge­
nheiro Ivan de Oliveira Joppert Júnior. O livro apresenta, de forma didática, os itens
básicos que envolvem obras de fundações e contenções, desde a fase de projetos e le­
r\ vantamento de campo até a conclusão da etapa. Traz, para cada tipo de tecnologia de
contenção ou fundação, as definições, os conceitos teóricos básicos, check list dos tó­
picos a serem verificados e tabelas com patologias, causas, conseqüências e providên­
cias para a eliminação dos erros mais comuns. Ou seja, os pontos vitais para que enge­
nheiros civis e arquitetos envolvidos em obras na fase de fundações tenham condições
de controlar a qualidade da execução.

Para a PINI, é uma honra ter sido escolhida pelo autor para a edição de um livro que,
sem dúvida, contribuirá para aumentar o alcance das informações técnicas sobre En­

' \ genharia de Fundações e Geotecnia. Nossa missão, a partir de agora, é trabalhar para
que esta importante contribuição ao meio técnico nacional tenha visibilidade compa­
tível com a qualidade da publicação.
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E ric Cozza
^ PINI
^ Diretor de Redação
■v mar/2007

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Áreas de aplicação

Este trabalho expõe, de maneira prática, os itens básicos que envolvem uma obra de funda­
ções desde a fase de projetos e levantamentos de campo, até a conclusão desta importante
etapa de uma edificação.

Foi idealizado para engenheiros civis e arquitetos que estejam envolvidos em obras na fase de funda­
ções e desejam aplicar um eficiente controle de qualidade à sua execução. Este trabalho deverá ser
usado sempre com o auxílio do engenheiro especializado em solos, visando à busca da excelência dos
serviços.

Os edifícios com subsolos serão o foco do desenvolvimento do nosso trabalho, tendo em vista a com­
plexidade que suas obras apresentam, no que se refere a contenções, escavações e fundações. Os con­
ceitos de controle de qualidade também são válidos para as edificações mais simples, do tipo edifícios
sem subsolos, galpões, sobrados, etc.

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Forma de apresentação
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Visando à facilidade de consulta e praticidade do seu uso, ele está organizado de forma a abordar todos
os tipos de contenções e fundações, sendo que para cada um deles serão vistos os tópicos:

a. Definições.

b. Conceitos teóricos básicos. ■r-\

c. Check list dos tópicos a serem verificados nas várias etapas da obra.

d. Tabela com patologias, causas, conseqüências e providências para eliminação dos /■'N
erros mais comuns que ocorrem nesta fase da obra. A

10 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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Áreas de utilização
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Estão indicados a seguir os tipos de contenções e fundações mais utilizados atualmente nas obras de
edifícios com subsolos:

A
I. Contenções
A
a. Perfii com pranchada de madeira e/ou de concreto

b. Estaca Escavada Armada


Tipo broca mecânica
Tipo Strauss
Tipo hélice contínua (estacas justapostas ou descontínuas)
Tipo Raiz
^~N
O c. Parede diafragma
/•''N Escavada com lama bentonítica
Estacas secantes

A
II. Fundações
/"N
'"'\ a. Fundações apoiadas diretamente no solo
/'''S
/"\ b. Tubuiões a céu aberto

c. Estacas pré-moldadas de concreto


''"N
^"\ d. Estacas pré-moldadas de aço
A
e. Estacas tipo hélice contínua
/~\
f. Estacas escavadas com lama bentonítica
r~\

g. Estacas tipo Franki

^ h. Estacas tipo Strauss

i. Estacas tipo Raiz

j.Estacas escavadas mecanicamente sem lama


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^ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s « i v a n j o p p e r t ¡r. • 11
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I. Conten
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(escoramentos)
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1.1. Definições
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r\ As contenções dos edifícios com subsolos despertam interesse especial, pois a grande maioria
r\ destas edificações possui os limites dos subsolos encostados na divisa, inviabilizando pré-esca-
/n vação em talude para execução das contenções e posterior reaterro. Dessa forma, torna-se ne­
cessária a implantação de uma pré-contenção para ser viável a escavação a prumo junto à divisa
/- n
da obra, sem que haja abalo das edificações vizinhas. O mesmo conceito poderá ser aplicado em
qualquer tipo de escavação em que o limite da cava coincida com os limites da obra.
O
Ainda se tratando de edifícios com subsolos, as contenções além de serem dimensionadas
para absorver esforços horizontais provenientes de empuxos do solo, também devem ser di­
A mensionadas para cargas verticais provenientes das lajes da edificação que venham a apoiar
nesta estrutura.
v
/"'N Neste trabalho será dada ênfase às contenções de subsolos de obras urbanas executadas em per­
f^\ fis com pranchada (de madeira ou de concreto pré-moldado), bem como às paredes diafragmas
/""N escavadas com lama bentonítica e com estacas secantes. Tal fato se deve à complexidade de exe­
/'“’N cução que essas estruturas exigem e por se tratarem das contenções mais freqüentemente proje­
tadas nas obras urbanas.
v.x'’
As demais contenções são executadas em obras com condições de implantação especiais, deven­
/^\ do ser observados alguns aspectos práticos que surgem durante e após a sua execução que po­
r~v dem trazer conseqüências indesejáveis.
/~\ .
V
A tabela n° 01 resume as contenções em regiões de corte que podem ser executadas nas condi­
/~\
ções descritas, destacando-se limitações de uso, vantagens e desvantagens de cada uma.

A.

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• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. • 15
^1
Tabela n° 01 - Tipos de Contenções

C ontenção Distância to ta l Limitações V an tag en s D esvantagens


a té a divisa de uso

Perfil com 35 cm • areia +água e/ou • rapidez • desaprumo


Pranchada •silte +água nas • baixo custo • percussão
escavações do • perda de pouco • acesso do maquinário
subsolo espaço da divisa

Broca 25 cm +bitola •água na escavação • rapidez • perde muito espaço


Mecânica (mínima 55 cm) da estaca e nas • baixo custo no subsolo
escavações do •sem percussão • necessita
subsolo • possibilidade de acabamento
• presença de rocha armar conforme • desaprumo
conveniência • acesso de
maquinário
• bitola mínima
30 cm

Hélice 35 cm + bitola • areia + água e/ou • rapidez • perde muito espaço


Contínua (mínima 65 cm) • silte + água nas • baixo custo no subsolo
escavações do • sem percussão • necessita acabamento
subsolo • possibilidade de • desaprumo
• presença de rocha armar conforme • acesso de maquinário
Estaca conveniência • bitola mínima 30 cm
Escavada
Armada

Strauss 15 cm + bitola • areia + água e/ou • acesso de • lento


(mínima 47 cm) • silte + água nas maquinário • bitola mínima 32 cm
escavações do • sem percussão • perde muito espaço
subsolo e • baixo custo no subsolo
materiais de difícil • possibilidade de • desaprumo
corte tipo argilas armar conforme • necessita acabamento
com SPT > 20 conveniência
golpes

Raiz 30 cm + bitola • areia + água e/ou • acesso de • lento


(mínimo 55 cm) • silte + água nas maquinário • alto custo
escavações do • sem percussão • consumo excessivo
subsolo • escava em rocha de água
• perde muito espaço
no subsolo
• desaprumo
• necessita acabamento

Tubulões Manuais Bitola • areia + água e/ou • acesso • lento


(mínimo 70 cm) • silte + água nas • sem percussão • perde muito espaço
escavações do • baixo custo no subsolo
tubulão e nos • prumo confiável • necessita acabamento
subsolos

16 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
A
A
r~\

A Tabela w° 01 - Tipos de Contenções


/A
>"> Contenção Distância to ta l Lim itações Vantagens D esvantagens
a té a divisa d e uso
A Parede 10 cm + espessura • presença de * elimina o fluxo • lento
A Diafragma com do Ciam Shell materiais de de água para • acesso de maquinário
r~\. Lama (mínimo 40 cm) difícil corte dentro da • necessita de canteiro de
- Bentonítica (argila e silte) escavação obra de grande porte
com SPT * grandes • desvia com obstáculos
50 golpes profundidades • limitado a materiais
• sem percussão muito compactos / duros
• concretagem submersa
sem controle eficiente
• necessita de quebra
de borra superior

Z'N Parede 5 cm + bitola • presença de • elimina o fluxo • limitação de


Diafragma com (mínimo 40 cm) rocha pouco de água para dentro profundidade
' \
Estaca alterada e sã da escavação • acesso de maquinário
Secante • profundidade • perfura material • necessita de
r~\ até 17 metros resistente tipo rocha acabamento
alterada, argila dura,
e solos com SPT 3:50
• não necessita de
lama bentonítica
• equipamentos
de instalação de
r~\ menor porte
• monitoramento
o da perfuração e
concretagem por
meio de computador
• não há quebra
de borra

Solo espessura da parede • presença da • possibilita as • lento


A Grampeado e (em média 20 cm) areia + água escavações a prumo • alto custo
Cortina Atirantada e silte + água sem necessidade de • os chumbadores / grampos
r~\
nas escavações banquetas / tirantes / invadem
r\ do subsolo • acesso de maquinário o terreno vizinho
r-\ • locais com • a cortina não é portante
impossibilidade como fundações para
de invadir receber cargas verticais
r\ vizinho com elevadas
chumbadores • grandes perdas do
concreto projetado quando
r\ se utiliza via seca (30%)
• quando dimensionados
como tirantes passivos
r\ (chumbadores), contam com
r\ a deformação do terreno de
montante possibilitando
/"a
V- trincas no vizinho

^ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s » ¡ van j o p p e r t j r . • Í7
.A
As figuras nos 1 a 5 ilustram as contenções com perfil e pranchada, parede diafragma,
estacas justapostas e secantes.

Figura n° 01:
Perfis com prancheam ento
+ estacas com prancheam ento

Figura n° 02:
Parede d ia fra g m a

18 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r.


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A

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Figura n° 03:
estucas com pruncKeumento

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Figura n° 04:
estucus justapostas
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r~\ Figura n° 05:
estacas secantes

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fundações e contenções de e d i f i c i o s • ¡van ¡oppert ¡r. • 19
A
1.2. Concéitos teóricos básicos

Para a implantação de subsolos em obras urbanas, as contenções executadas com elementos es­
truturais implantados no solo trabalham normalmente com três condições de carregamentos di­
ferentes, a saber:

a. Escoramento em balanço com ficha engastada no solo.

b. Escoramento com uma linha de travamento (laje, escoras ou tirantes)


e com ficha engastada no solo.

c. Escoramento com duas ou mais linhas de travamento (laje, escoras


ou tirantes) e com ficha engastada no solo.

As figuras n0s 6 a 8 ilustram cada uma das fases e seus respectivos mecanismos de ruptura.

Ponto de Giro------

\ Ficha

Figura n° 06:
1“ Condição: Escoramento em balanço com_ficka engastada no solo

A rotação da contenção, que ocorre devido à atuação dos empuxos ativos, é combatida pelos em-
puxos passivos que atuam no engastamento da cortina no solo (ficha). Normalmente a ficha deve
ser aproximadamente igual a 1,5 a 2,0 vezes a dimensão do balanço.
1 !,
\ Escoramento ou Laie
Ponto de Giro------

Escoramento
Tirante/Chumbador
V->
’ Movimento Movimento

Figura n° 07:
2a Condição; Escoramento com u m a Unha de travamento

A rotação da contenção devido aos empuxos ativos é combatida pelo engastamento da ficha no
solo onde ocorrem os empuxos passivos.

A possibilidade de translação da contenção também existe e deve ser verificada.


A

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Figura n° 08:
3“ Condição: Escoramento com duas o a m ais linkas de travamento
a

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A estabilidade da estrutura está intimamente ligada ao desempenho dos escoramentos, não ha­
vendo mecanismo de ruptura da contenção por rotação, e sim por translação.

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A
1.3. Verificação da estabilidade da contenção

Para cada etapa de carregamento da obra, a estabilidade da contenção deve ser verificada de
acordo com os mecanismos de ruptura, conforme exposto nas figuras n0s 6 a 8.

Existem duas formas para se verificar estas condições, que são: os cálculos por elementos fini­
tos, em que se confirma a estabilidade pela teoria da elasticidade por meio de softwares comple­
xos, ou pela teoria de empuxos, a qual adotaremos neste trabalho devido à simplicidade e rapi­
dez de cálculo.

Para tanto utilizaremos a teoria de empuxos proposta por Rankine:

1. Coeficientes de empuxos ativos


ka= tg2 (45 - 0/2)

2. Coeficiente de empuxos passivos


kp= tg2 (45 + 0/2)

3. Empuxos ativos
E = q.ka-2 .c .V ír+ P e.ka + YA
4. Empuxos passivos
Ep = q.k
* p
+ 2.c.Vk7+
P
P A + y, w .hw

Onde:
0 - ângulo de atrito interno do solo obtido do ensaio triaxial
c- coesão do solo (kN/m2) obtido do ensaio triaxial
q- sobrecarga externa (kN/m2)
Pe- pressão efetiva do solo = ysub.h (kN/m2)
yw- peso específico da água (10 kN/m3)
h- altura hidráulica (m)

Como o nosso objetivo será a verificação da estabilidade da contenção, o ideal é o cálculo do fa­
tor de segurança para as três etapas da obra, devendo ser verificadas as condições de segurança
para a rotação e para a translação. Aconselha-se que para obras provisórias o fator de segurança
seja maior que 1,5 e para obras definitivas ele seja maior que 2,0.

As figuras nos 9 a 11 indicam os esforços atuantes e as verificações a serem feitas.

22 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
Para simplificação dos cálculos adota-se o ponto de giro como sendo o "pé" da cortina
(ponto "O").
O

R2 . d2
A PS rotação - > 1,5 (obra provisória) O U > 2,00 (obra definitiva)
R, .d,
/-"N
A
''A FS translação ' •> 1,5 (obra provisória) OU > 2,00 (obra definitiva)
A

■/"N
Onde:

A R1 - resultante dos empuxos ativos


(área do diagrama de empuxos ativos)

dl - distância do pé da cortina até


/^\ o centro de gravidade do diagrama
de empuxos ativos
/~N
R2 - resultante dos empuxos passivos
(área do diagrama de empuxos passivos)
^A
r\ d2 - distância do pé da cortina até
r\ o centro de gravidade do diagrama de
rs empuxos passivos.
/"A
A
/"•> f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. • 23
A
Figura. n° 10: Escoramento com um a linha de travamento

0 ponto de giro ocorre pelo local de aplicação do travamento

FS rotação R2•d 2— _ > 1(5 ou 2>oo


pelo ponto "O " R,.d',

F + R,
FS translação -> 1,5 ou 2,00

R ,. d, + x . F
FS rotaçao 2 2 — >1, 5 ou 2,00
pelo pé
R, d,

Onde:
R, - resultante dos empuxos ativos (área do diagrama de empuxos ativos)

d, - distância do pé da cortina até o centro de gravidade do diagrama de empuxos ativos

d', - distância do ponto de giro "O" até o centro de gravidade do diagrama


de empuxos ativos

x- distância do ponto de giro "O" até o pé da cortina (x = d2 + d'2 = d, + d ' , )

R2 - resultante dos empuxos passivos (área do diagrama de empuxos passivos)

d2 - distância do pé da cortina até o centro de gravidade do diagrama


de empuxos passivos

dV distância do ponto de giro "O" até o centro de gravidade do diagrama


de empuxos passivos

F- reação por metro linear do travamento

24 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •

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+ ± L -±

d3

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^ ativos
B S ?8 engaste

/''S Figura n° 11: Escoramento com


duas ou mais linhas de travamento

/“ >
r>
As reações F,, F2, F3... podem ser calculadas considerando-se a contenção como sendo uma viga
contínua com a condição de engaste da ficha no solo.
Exempio de cálculo

0 = 25” *= i 2
ynat=t6kN/m :>
Ysat=17kN/m5
rs
r~-\
B Argila Arenosa Média /-
r-— ^ C= 15 (kN/m2)
0 = 15° banqueta / / \
ysat=18kN/m5 (vide observação)v< ^
^\ ' \ V ST
r\
/~>
1a F A S E

Figura n° 12
1o Exemplo: Cálculo d a estabilidade d a contenção para 2fases de obra
/->

/~ \
a. Cálculo dos coeficientes de empuxo ativo:

Areia fina fofa ka= tg2 (45-0/2) = tg2 (45-25/2) = 0,40


Argila arenosa média ka= tg2 (45-0/2) = tg2 (45-15/2) ~ 0,60
r>

r-\ b. Cálculo dos coeficientes de empuxo passivo:

O Argila arenosa média kp= tg2 (45+0/2) = tg2 (45+15/2) = 1,70

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 25
^"\
c. Cálculo dos empuxos ativos

E= q
n
. ka - 2 .c VkT+
a
Pe . ka + yi w . hw
E,= q . kaA- 2 . cAV k ^ = 1 0 . 0 , 4 0 - 2 . 0 .VÕ 4Õ = 4 ,0 kN/m2

E2= q • kaA- 2 ■CA ^ + pe • kaA= 1 0 .0 ,40 - 2 .0 .VÕ4Õ + (1,5 . 1 6 ) . 0,40 = 13,60 kN/m2
E,=
3
qn . kaA. - 2 . c.A V TaA7 + Pe . kaA. + y» w. h w
=
= 1 0 . 0 , 4 0 - 2 . 0 . VÕ4Õ“t- [1,5 .1 6 + 1,5 . (17-10)]. 0,40 + 1,5 .1 0 = 32,80 kN/m2
E4 = q - ka B - 2 - CB ^ + P e - kaB + Y w - h w =
= 1 0 . 0 , 6 0 - 2 . 15 .VÕ6Õ + [1,5 .1 6 + 1,5. (17-10)]. 0,60 + 1, 5. 10 = 18,46 kN/m2
E6= E4 + Pe . kaB+ Ahw. y w = 18,46 + [6 . (18-10)]. 0,60 + 6 . 1 0 = 107,26 kN/m2

d. Cálculo dos empuxos passivos

d.1. 13 Fase: Parede em balanço com banqueta

E= q“ . kp + 2 . c v 1 Tp + Pe . kp + y• w hw
E4= q . kpB+ 2 . cBV TÇ = 0 + 2 . 1 5 .V ÍJ Õ = 39,12 kN/m2
Es= q ■kpB+ 2 . c0V k^ + P .. kpí + . hw= 0 + 2 .15 .VTT70 + 3 . 1 8 . 1 , 7 0
= 130,92 kN/m2

Observação: na prática deve-se reduzir os empuxos passivos na região da banqueta,


tendo em vista ressecamento do solo com perda de coesão, menor volume de solo
devido ao corte da banqueta, talude gerando desconfinamentos, etc.

E6= E5 + APe . kpB+ Ahw. y w = 130,92 + [3 . (18-10)] .1,70 + 3 .10


= 201,72 kN/m2

d.2. 2a Fase: Parede com uma linha de travamento

E = q . kpB +2 . CBV k ^ = 0 + 2, 00. 15 . V U Õ = 39,12 kN/m2


E = E5 + APe . kpB+ Ahw. y w = 39,12 + [3 . (18-10)]. 1,70 + 3 .10
= 109,92 kN/m2

26 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •
A
r \

r\
r~\
r~\
r\
r ^

/"■\

r\

r\
■'"N
'■>
•'“x

O Figura n° 13: Venjicação d a Estabilidade d a Parede p a ra 1ajwse

Cálculo do fator de segurança de rotação pelo ponto 6

r—s,
EM . (255,05).(4,23) + (498,96).(1,39) 1772,42
'~\ p s - passivos __ = 1,47
O (13,20).(8,11) + (34,80).(6,65) + (377,16).(2,29) 1202,17
^ "n

Cálculo do fator de segurança de translação

SM passivos
255,05 + 498,96 754,01
FS= = 1,77
13,20 + 34,80 + 377,16 425,16

■''> Conclusão: para a 1a fase da obra os fatores de segurança estão de acordo com o recomendado

r\
r^,
r\
r\

/~N
<■">
/~\

/~\ Figura n° 14: Verijicação d a Estabilidade d a Parede p a ra 2“ fase

A • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. • 27
A
Cálculo do fator de segurança de rotação pelo ponto n° 3

FS_ SM (4,74).(223,56)__________________ 1059.67


XMM (3,71).(337,16)-(13,20).(2,11)-(34,80).(0,65) 1200,39

Conclusão: para a 2a fase da obra o fator de segurança à rotação pelo apoio da laje
está abaixo do mínimo recomendado. Aconselha-se aumentar a ficha na
fase de projeto.

Para o cálculo da reação na laje devem ser verificadas duas condições de fatores de segurança
igual a 1,50:

a. fator de segurança ao tombamento em relação ao pé da cortina igual a 1,50.

FS, , , , ,,5= F. 6 , 0 0 . (223,56). (1,26)__________=>F = 253,59 kN/m


tombamento (3 7 7 ,2 6 ).(2 ,2 9 ) + (3 4 ,8 0 ) .( 6 ,6 5 ) + (1 3 ,2 0 ).(8 ,1 1 )

b. fator de segurança à translação igual a 1,50.

cc F + 2 2 3 ,5 6 r
translação = 1 , 5 = ------------------------------- •*> a o a ------------------------------ = í > F = 4 1 4 , 1 8 k N / m
3 7 7 ,2 6 + 3 4 ,8 0 + 1 3 ,2 0

Adota-se a maior carga das duas condições (414,18 kN/m) como reação horizontal para dimen­
sionamento da laje.

28 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
' \

r\
O

1.4. Perfis com pranchada

A
1.4.1. Metodologia executiva

Este tipo de contenção é obtida pela cravação de perfis metálicos estruturais (laminados
ou soldados) junto às divisas do terreno a ser escavado. A cravação é feita com bate-esta-
o cas de queda livre.

A utilização de perfis metálicos como contenção traz as seguintes vantagens ao construtor,


quando cravados junto ao limite das suas escavações:

a. escavação junto às edificações vizinhas com prancheamento


^ simultâneo e seu conseqüente escoramento;

^ b. viabilidade dos perfis tam bém serem utilizados como fundações,


servindo de apoio às lajes periféricas da edificação;
O
<^\
c. pequena espessura final do arrimo após a execução de cortina de concreto armado
O (aproximadamente 35 cm quando se utiliza os perfis da linha W250 ou 1 10").

O
No caso da utilização deste tipo de contenção com a finalidade da implantação de sub­
solos em edifícios urbanos, é comum que ela seja encarada como provisória, sendo que o
'•'>
trecho prancheado fica normalmente em balanço e o restante do perfil engastado no solo.
^~\
Como essa etapa da obra é relativamente rápida (1 ano aproximadamente), não se consi-
^ dera a diminuição da seção do perfil devido à corrosão, sendo o momento máximo do per-
^ fil obtido pela fórmula:

M - W * - / - 0' 90
mx
1,40

r> Onde:
A / - Tensão-limite de escoamento
/a W x - Momento resistente

Podemos estabelecer as seguintes correlações entre os momentos máximo^ dos perfis me­
tálicos utilizados nessas contenções:
/-\
r\
Aço ASTM 572 (Gerdau Aço Minas)--------------------M mx = 2140 . Wx (kg . cm)
Aço A36 (CSN)------------------------------------------------- Mmx = 1500 . Wx (kg . cm)
Trilho usado --------------- —---------------------------------- Mmx = 1000. VV (k g . cm)

/'-'N
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. • 29
Os perfis mais utilizados como contenção estão mencionados na tabela n° 02 abaixo exposta:

0
Tabela n° 02 - Perfis metálicos para contenções r
n
Perfil tip o A lm a Peso p o r m etro M o m e n to resistente n
(k g /m ) W x (cm 3)

1 8" x 4" CSN ou soldado 1aalma 27,3 236


| r x-
1
1 10" x 4 5/8" CSN ou soldado I a alma 37,7 405 In
1 12" x 5 1/4" CSN ou soldado 1a alma 60,6 734
in
W 310 x 32,7 Gerdau Agominas 32,7 420

•W 250 x 32,7 Gerdau Agominas 32,7 383

W 250 x 38,5 Gerdau Agominas 38,5 462


¡r
W 310 x 38,7 Gerdau Agominas 38,7 554

r
r
Os perfis da Gerdau Açominas são fabricados com aço ASTM 572 Grau 50 e possuem tensão
n
de escoamento de 3.500 kg/cm2. r'

Os perfis laminados pela CSN ou os soldados são fabricados com aço A-36 e possuem ten­
são de escoamento de 2.500 kg/cm2.

Os perfis são fornecidos em comprimentos de 12,00 metros e devem ser cortados e/ou sol­
dados para a obtenção de perfis menores ou maiores do que este comprimento.

Após a sua cravação, a escavação junto à divisa é executada simultaneamente à colocação


de pranchões entre os perfis e a divisa do terreno. Estes pranchões podem ser de madeira ou
placas de concreto armado pré-fabricadas tipo laje treliçada.

Alguns solos, por serem coesivos, permitem a escavação entre perfis em cachimbos cortados a
prumo. Tal fato viabiliza a execução da cortina definitiva, em uma única etapa, em concreto
armado convencional ou projetado (estruturado com telas ou fibras de aço), economizando
dessa forma a etapa do prancheamento de madeira.

30 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
!
rx
r^
r\
r\

r'-N

concreto
projetado pranchão
de concreto
r\
^-\
r\

<\

(TS

r\
Foto 01: Cortina de perfis atiran tados com
r\ prancheam ento de concreto e concreto
'-'' projetado. Supermercado A nd orinh a

r^\

r\
rs Figura n° 15: Cortina de perfis atirantados
r~\
1 i
r~\
r\
r-\:
/’"'S
rs

f >
Figura n° 16: Cortina de petjís
atirantados com pranchão de m adeira
r\
rs C o n c re to d e S lu m p
r^. (S u b m u ro ç õ o )

P ro n c h õ o d e M a d e iro
<~s
= 5cm
r~.

r\

rs
r\ P e rfil M e tó lic o
VARIÁVEL

• fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r. 31


Figura n° 17: Cortina de perfis atirantados com placa de concreto pré-m oldada d u p la (la je treUcada)

A seguir especificaremos os itens a serem verificados nas contenções em perfis com pranchada,
por se tratarem das obras mais projetadas em escavações urbanas devido ao baixo custo final da
contenção e velocidade de execução.

32 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan |oppert jr. •


~\
•"V

/~N

1.4.2. Check list

Perfis com pranchada

Check list Sim N ão Observações

1. Verificação dos vizinhos

a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas)
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
■o e Danos a Terceiros

2. Condições das divisas e interferências

a. Dimensões do terreno estão corretas


/'>. b. Muros de divisa a serem demolidos
/"'\ c. Fundações antigas existentes
d. Avanço das edificações e desaprumos das construções
^\ vizinhas (fundações, cortinas, telhados, calhas, etc.)
s~\
'
' \
3. Demolição das construções existentes
1
a. Edificação geminada com o vizinho
''N b. Edificação trava o arrimo do vizinho
r~\ I c. Muro de divisa a ser demolido arrima o vizinho
/~v
4. Serviços prelim inares no canteiro
^\¡
/~=~\l a. Necessidade de terraplenagem preliminar para
=í acessar o bate-estacas (verificar com empreiteiros):
r \\ • rampa dos platôs < 12%
• solo tem suporte para o bate-estacas
• necessidade de execução de fogueiras
S\< b. Força trifásica (potência mínima de 20 kW)
i
c. Infra-estrutura compatível com as exigências da NR 18
d. Estudo da logística de execução da obra
■ planejamento visando à interação de todas
as etapas de serviços (movimento de terra,
locação dos perfis, seqüencial executivo,
O; prancheamento e submuração, fundações, etc.)
■ definição de equipamentos adequados em
'"V conformidade com as condições físicas do local
S (tipo de bate-estacas, altura de torre, etc.)
^~V ■ plano para carga e descarga para equipamentos
(local de estoque, horários, etc.)
■ verificação de proximidade com rede elétrica
(distância mín. = 3,00 metros)
<•—s

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 33
/"'v
Perfis com pranchada
'"A
Check list Sim N ão Observações

5. Projeto de contenções e terraplenagem

a. Níveis do Levantamento Topográfico compatível com r\


os do projeto
b. Locação em planta dos perfis e sondagens
c. Especificações dos perfis
■ cotas de arrasamento coincidem com cotas do piso n
do vizinho
■ comprimento unitário
■ tipo de perfil (dimensões, peso laminado/soldado,
aço A36/A572)
■ plano de solda e corte
O
■ detalhamento das soldas dos perfis
■ detalhe de prancheamento e submuração
■ quantitativos de aço, cravação, solda e corte
d. Projeto de escavação •«"A
♦ obras sem tirantes:
■ definição em planta das banquetas e taludes
■ cotas das banquetas provisórias e .da escavação
■ plano de travamento dos perfis para retirada da
banqueta (com as lajes)
■ cortes transversais e vistas
♦ obras com tirantes: r~>
■ locação de tirantes em planta e corte
■ definição de tipo, carga de trabalho e teste r
■ definição dos comprimentos livre e de ancoragem f
■ determinação de seqüencial executivo ! '~A
* -A
6. Cravação dos perfis

a. Locação dos perfis


■ caixas gabarito no local de cravação O
• (13x 26)parai 10" x 4 5/8"
• (15 x 32) para 1 12" x 5 1/4" i^
• (11,5 x 22,0) parai 8" x 4" i
• (17 x 27,0) paraW 250 x 32,7/38,5 \r >
• (18,5 x 33) W 310x32,7/38,7 o
■ arrasamento e número do perfil pintados na parede
b. Recebimento dos perfis
,^a
■ tipo de aço compatível com projeto (normalmente
A36/A572) - exigir do fornecedor Certificado de '“A
Conformidade e Procedência
■ geometria e peso corretos
■ perfil retilíneo "A
■ sinais de emendas
■ sinais de corrosão !O
■ se necessário solicitar coleta de amostras na obra ;
para ensaios de resistência e composição química
(3% das peças, mínimo de 3 unidades)
"A
34 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr.
■A
/ \

r\
r\
A
A
A Perfis com pranchada
A
Check list Sim N ão Observações

A c. Cravação dos perfis e soldas


■ equipe com Equipamento de Proteção Individual
(EPIs)
A ■ altura da torre compatível com o comprimento
A do perfil
■ peso do martelo compatível com peso da estaca
A (no mínimo 50% peso da estaca e sempre
A superiora 1,0 tonelada)
■ torre retilínea
A ■ capacete com talas internas corretas
A ■ checagem do prumo durante a cravação
A (sentido longitudinal e transversal)
■ solda com talas corretas
■ eletrodo tipo 48.04 - E7018 - 4 mm
A (sem sinais de umidade)
■ sinais de desaprumo ou cabeça do perfil amassado
A durante a cravação
rs ■ suplemento - verificar nível do vizinho
■ boletins de execução das estacas contendo:
s\
< ■ nome e local da obra
r\ ■ número e tipo do perfil
A ■ cota de arrasamento e comprimento
1 ■ corte
r~\ ■ posicionamento da emenda
A ■ negas

/A 7. Escavação, prancheam ento e submuração


A
a. Locação das banquetas e taludes em campo
A b. Gabaritos de inclinação do talude e altura de
escavação com prancheamento
c. Equipamentos e materiais
a
■ pranchões de madeira ou concreto
dimensões corretas
-A ■ cimento, areia, pedra
■ bancada de carpintaria
A d. Fundações do vizinho
■ existentes (não submurar)
■ inexistentes (submurar)
A e. Sinais de umidade ou mau cheiro no terreno vizinho
(provável fossa)
f. O vizinho deságua esgoto ou águas no terreno
-a
g. Preenchimento de vazios com argamassa 1:4 ou com
a argila compactada com encunhamento simultânea
ao prancheamento de madeira
h. Tratamento contra erosão superficial
• cimentado na banqueta (1 :3)
A • chapisco e pintura asfáltica no talude
A
A
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. 35
A
1.4.3. Problemas executivos e prováveis soluções

Apesar dos cuidados anteriormente citados, é comum a ocorrência dos problemas que passamos
a expor na tabela abaixo.

P e r fis com pranchada

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a cravação

a. Cabeça do perfil amassa,


mas ele penetra • Capacete com talas ruins t Mudar talas do capacete

• Altura de queda excessiva t Diminuir altura de queda

• Perfil descentralizado no capacete t Mudar talas do capacete

b. Perfil não penetra e a cabeça • Solo duro / compacto e/ou Limonita | Alargar a ponta do perfil
do perfil amassa t Aumentar o peso do martelo

• Interferência com fundações antigas t Relocar o perfil

c. Construção vizinha em péssima • Recalques diferenciais, ausências t Escorar a edificação durante


condição de estrutura, etc. a cravação

d. Muro de arrimo na divisa • Vizinho em desnível com o terreno | Escorar o muro


da obra t Abrir nichos no muro para cravar
o perfil e depois demoli-lo,
prancheando simultaneamente

2. Durante o prancheamento

a. Ausência de fundações no vizinho • Parede assentada sobre o solo | Submuração durante o


prancheamento

b. Sinais de umidade e/ou mau • Vazamento de água ou esgoto


cheiro no terreno vizinho no vizinho t Consertar o vazamento
• Fossa próxima à divisa t Desativar e limpar a fossa

c. Fundações do vizinho invadem • Desaprumo de estaca do vizinho | Transferir a fundação do vizinho


a divisa invadindo o nosso terreno para novas fundações, por exemplo,
em estaca tipo mega, e demolir
as fundações invasoras

d. Desbarrancamento durante • Solo sem coesão (arenoso) t Escavar e pranchear simultaneamente


escavação do cachimbo

36 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r\
s~\

\
Peifis com pranchada
r~\
Problem as executivos Prováveis causas Providências

3. Após o término da escavação


s~\
a. 0 vizinho trinca, mas o perfit não • Pranchão de madeira retraiu t Recravar as cunhas
r^, se movimenta por secagem
s~\
• Reaterro atrás do pranchão malfeito t Recravar as cunhas
I
'">! • Ausência de cunhas t Encunhar
r>! * Submuração malfeita t Reforçar a fundação do vizinho
' í • Prancheamento não atingiu o piso | Completar prancheamento até a
^1 do vizinho cota do piso vizinho

/~\| b. 0 vizinho trinca, o perfil


desapruma e desalinha • Embutimento insuficiente t Reaterro imediato

/'"'n • Solda malfeita t Reaterro imediato


/"\ • Resistência do aço incompatível ) Reaterro imediato
/"N com o solicitado

c. Durante a concretagem da • Falta de escoramento lateral t Escorar lateralmente as formas


Z“\ cortina o perfil movimenta r ^^nàs^formas da cortina antes da concretagem
Z~\ e trinca o vizinho

/~\

^~\
'—N
/""N
z~\
/~s

'"■'N

/''N
-"\
r~-. 37
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
i
o

" ■I-.VÍSK*.«;» r'-\


1.5. Parede diafragma escavada com ííïlama
« S 8 » ïk
bentonítica
rSPBKsW ¿"í-1

1.5.1. M e to d o lo g ia e x ec u tiv a
n
A parede diafragma escavada com lama bentonítica é utilizada quando as escavações in­
ternas de uma obra interceptam o lençol freático e materiais arenosos. Ela tem o objetivo
de evitar que essas escavações internas ao terreno ocorram com o fluxo constante de água
para dentro da obra, eliminando-se, dessa forma, o rebaixamento do lençol freático nas re­ n
giões anexas à escavação e também melhorando as condições de estabilidade dos solos n
contidos no interior da obra. r>

Escavação
O
Para a escavação da parede diafragma utiliza-se uma ferramenta chamada Ciam
Shell (acionada a cabo ou hidraulicamente), que gera abertura de cavas retangulares O
de espessura variável entre 30 cm e 120 cm e largura de 2,50 m ou 3,20 m. o*

■O

/A
«Oi

Oi

/A

/A
f\

Foto 02: Detalhe do C iam Shell acionado a cabo


Bolsa de Mercadorias e Futuro

38 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r.

* 1# ^
rs

•^N
Para que a parede diafragma feche totalmente os limites da obra, as lamelas são
executadas de maneira seqüencial, alinhadas por uma "m ureta-guia", previamente
construída em torno de todo o terreno antes do início da parede diafragma. A mure­
ta-guia é constituída por duas paredes paralelas de concreto, executadas junto às di­
visas com a distância entre si igual à largura do Ciam Shell mais 3 cm e com dimen­
sões de 10 cm de espessura por 110 cm de altura (vide figura n° 18).

r\

—i
rl
A Figura n° 18:
detalhe d a M ureta-G uia

2
H

â
A
A

- \
/—^

'-i
Foto 03: Detalhe
r\ do C iam Shell
entre maretas-
guías. Bolsa de
r\ Mercadorias e
Futuro
r\

rs

rs
Toda a escavação é feita com o seu preenchimento com fluido estabilizante (lama
bentonítica ou polímero) que tem o objetivo de evitar que ocorra o desbarrancamen-
r\ to da parte interna da cava. A bentonita que compõe a lama deve possuir as seguin­
rs tes características mínimas:

fundações e contenções de e d i f í c i o s • ¡van joppert ¡r. 39


rs
• resíduo na peneira n° 200 < 1%
• teor de umidade < 1 5 <>/0
• limite de liquidez >400%
• viscosidade para 1 litro da lama com 6% de concentração > 40 seg
• espessura do cake no filtro-prensa < 2 mm
• pH da água filtrada 7 a 9%
• decantação da suspensão a 6% em 24 hs <2 %
• água separada por pressofiltração de 450 cm3 da suspensão
a 6% nos primeiros 30 min à pressão de 0,7 MPa <_18 cm3

Para solos com granulometria mais fina que as areias médias, é usual a utilização de
concentração de bentonita de 4%.

A lama bentonítica deverá possuir, após misturada e ficar em repouso por 24 horas,
as seguintes características:

t Antes da escavação t Antes da concretagem


Densidade > 1,03 g/cm3 Densidade <1,1 g/cm3
Viscosidade > 30 seg Viscosidade < 90 seg
pH entre 7 e 11 pH entre 7 e 11
Cake 1,0 a 2,0 mm Cake 1,0 a 2,0 mm
Teor de areia < 3% Teor de areia < 3%

A lama bentonítica pode ser reciclada desarenando-a ou misturando-a com lama


nova para que atinja os parâmetros acima especificados.

Com a utilização contínua da lama ela pode perder a sua eficiência floculando e tor­
nando-se instável, devendo, portanto, ser totalmente trocada de tempos em tempos.
B. Concretagem "In Loco"

Após a escavação da cava na profundidade desejada, implantam-se os comple­


mentos tais como: gaiola de armação, tubos juntas, tubo tremonha e chapa-espe-
Iho (vide figura n° 20).
/~\

Figura n° 20:
Im plan tação dos complementos
A
A
3
a

r\
A concretagem é executada após a desarenação ou troca da lama e com a retirada
A concomitante do tubo tremonha. A chapa-espelho e os tubos juntas somente são re­
2 tirados após o início da pega do concreto.

A concretagem é feita com concreto com consumo de 400 kg/m3 de cimento, pedra
M n° 1,s lu m p entre 18 e 22 cm. Não devem ser utilizados cimentos de alto-forno, Ari,
r\
pó-de-pedra ou retardores de pega (vide figura n° 21).
A

CONCRETO

r\
r\ Figura n° 21:
Lam ela sendo
concretada
GAIOLA
ARMAÇÃO

rs
E M B U TIM E N TO M IN IM O
T R E M O N H A = 1.50 M
r\ CONCRETO

rs
r\
rs
• fundações e contenções de edifícios • ivan joppert j r. • 41
Preenchimento com placas pré-moldadas

Outra forma de preencher a escavação é com a placa pré-moldada de concreto.

Terminada a escavação da cava na profundidade desejada procede-se à troca da lama por


coulis, que é uma mistura de cimento e lama bentonítica com traço variável entre 100 kg e
200 kg de cimento por m3 de lama. O coulis ganha resistência com o tempo, formando um
elemento elástico com características de permeabilidade e suporte superiores ao do solo
que o circunda.

Após a troca da lama concreta-se, com o auxílio do tubo tremonha, o fundo da escavação
e implanta-se a placa pré-moldada fazendo com que a sua parte inferior fique embutida
no concreto.

A placa pré-moldada pode ser de concreto armado e/ou protendido, maciça ou vazada e
com encaixe tipo macho-fêmea que garante o seu alinhamento.

A estanqueidade da parede é garantida pelo coulis que resulta entre o alinhamento da mu-
reta-guia e a placa pré-moldada.

Seção Típica

. Placa pré-moldada

Concreto

Figura n° 22: Seção típica da


parede d ia fra g m a p ré-m oldad a
de concreto

Foto 04: Detalhe d a escavação sendo executada


e d a im p la n ta çã o do painel pré-m oldado.
H ospital Alvorada

42 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r.


1.5.2. Check list

Parede diafragma escavada com lam a bentonítica

Check list Sim N ão Observações

1. Verificação dos vizinhos

a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas).
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
e Danos a Terceiros

2. Condições das divisas e interferências

a. Dimensões do terreno estão corretas


b. Muros de divisa a serem demolidos
c. Fundações antigas existentes
d. Avanço das edificações e desaprumos das construções
vizinhas (fundações, cortinas, telhados, calhas, etc.)

3. Demolição das construções existentes

a. Edificação geminada com o vizinho


b. Edificação trava o arrimo do vizinho
c. Muro de divisa a ser demolido arrima o vizinho

4. Serviços prelim inares no canteiro

a. Verificar com empreiteiros a necessidade de


terraplenagem preliminar para acessar os
equipamentos e acessórios (tanques, Ciam Shell, etc.):
rampa máxima dos platôs = 15%
b. Força trifásica (potência mínima de 60 kW)
c. Muro de divisa a ser demolido arrima vizinho
d. Estudo da logística de execução da obra
■ planejamento visando à interação de todas
as etapas de serviços com a otimização dos
equipamentos (movimento de terra, seqüencial
executivo, submuração, etc.)
■ dimensionamento de equipamentos adequados em
conformidade com as condições físicas do local
■ plano para carga e descarga para materiais e
equipamentos (local, estoque, horários)

d
f^\i
r*-,
n>. f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 43
r^
Parede diafragma escavada com lama bentonítica

Check list Sim Não Observações

5. Projeto de contenções e terraplenagem .

a. Níveis topográficos de campo compatíveis com o projeto


b. Locação em planta das sondagens e da parede com
divisão das lamelas
c. Detalhe da mureta-guia (forma e armação)
d. Cotas de arrasamento e de ponta de cada lamela
da parede
e. Armação da parede
■ detalhe das gaiolas para cada painel
■ detalhe de armação para enrijecer a gaiola
■ quantitativo da armação
f. Especificações do controle tecnológico da
lama bentonítica (densidade, viscosidade, cake e pH)
g. Especificação tecnológica do concreto (fck, slump,
agregados, tempo de pega, consumo e tipo
de cimento, etc.)
h. Evitar o uso de aditivos superfluidificante e
retardador de pega
• preferência em usar cimentos CP II ou CP V,
resistentes a sulfatos (baixo teor de aluminato
de cálcio) para não formar sulfoaluminato
de cálcio (expansiva)
• evitar cimentos CP III e CP IV, pois possuem alto
teor de adição escória/pozolana que diminui
carga eletrostática da bentonita
i. Projeto de escavação
♦ obras sem tirantes:
■ definição em planta das banquetas e taludes
■ cotas das banquetas e da escavação
■ seqüencial executivo para o travamento da parede
e posterior retirada da banqueta (com lajes)
■ cortes transversais
■ detalhe da viga de coroamento
♦ obras com tirantes:
■ locação de tirantes em planta, corte e vista
■ definição de tipo, carga de trabalho e teste
dos tirantes
■ definição dos comprimentos livre e de ancoragem
dos tirantes
■ determinação de seqüencial executivo
■ cortes transversais e vistas frontais
■ detalhe da viga de coroamento

44 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
rs
ry
r\
rs
r\
Parede diafragma escavada com lama bentonítica
' s
í
rs Check list Sim Não Observações
r
A

6. Execução da m ureta-guia
^j
■~r a. Equipamentos e materiais
A ■ cimento, areia, pedra e/ou concreto e aço
A ■ madeira para forma
j ■ bancada de carpintaria
a b. Abertura na valeta
A ■ fundações do vizinho
i • existentes (não submurar)
i • não existentes (submurar)
A ■ vizinho deságua esgoto ou águas pluviais no
r~\\ terreno da obra
1 ■ formas e armação de acordo com projeto
r-S. ■ formas alinhadas e aprumadas
'''"i
■ estroncamento superior e inferior cada 1,50 metro,
J logo após a desforma da mureta
-iI c. Reaterro após a desforma e estroncamento entre
O as muretas-guias
f ■ compactação manual
'r \ \
-í d. Preenchimento dos vazios atrás da mureta-guia
r< com argamassa com consumo de 100 kg/m3
A
A 7. Execução da parede diafragm a
/A \
a. Equipamentos mínimos
/'~s\
■ silos de armazenagem (o ideal são silos para
A armazenar 3 vezes o volume de cada lamela)
■•—i ■ Ciam Shell com dimensões compatíveis com
o projeto
/~ \ ■ bomba de recalque da lama
"~S ■ desarenador de lama
■ chapa de acabamento
■ tubo junta
■ tubo tremonha
/~ \
■ trépano
' \
■ raspador de junta
■ air-llft, se necessário
■ laboratório de controle de lama (balança de
densidade, cone de Marsh e bureta graduada
O para teor de areia)
■ laboratório de controle de concreto (formas para
corpo-de-prova e slump)

O
rs
rs
rs
O
O • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 45
Parede diafragma escavada com lama bentonítica

Check list Sim Não Observações

■ equipamentos de apoio
• pá carregadeira de esteira
• caminhão para faota-fora
• caminhão limpa fossa
• caminhão pipa para abastecimento e limpeza
• máquina hidrojateamento
• estoque de entulho
■ equipe de apoio
• armador
• servente para limpeza
b. Acompanhamento da escavação
■ lama com parâmetros corretos
■ limpeza da junta (virar Ciam Shell durante
a escavação)
■ passar o raspador de junta
■ profundidade correta
■ verificar prumo e torção pelo Ciam Shell
■ usar air-lift para limpar contato com rocha,
caso ficha seja "curta"
c. Acompanhamento da concretagem
■ armação posicionada
■ tubo junta, chapa-espelho e tubo tremonha
posicionados
■ análise da lama antes da concretagem e após
a escavação
• necessário desarenar
• necessário trocar a lama
■ slump e corpo-de-prova a cada caminhão betoneira
que chega na obra (mínimo 20 ± 2 cm)
■ quantidade de água adicionada ao concreto
está correta?
■ o tempo entre a saída do concreto da usina até
a concretagem é menor que 2,5 horas
■ acompanhamento da subida do concreto
■ gráfico da concretagem: subida teoria e real
■ o tempo para início de pega está dentro do
previsto (2,5 a 3,0 horas)
■ o concreto "abate" após a concretagem
■ controle tecnológico do concreto (ruptura aos 7,
14 e 28 dias)

46 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
o
o
o

^“ ii
^ i
o ' Parede diafragma escavada com lam a bentonítica
í

Check list Sim N ão Observações


r I
o ;
■ boletim de controle de execução de cada
^ !
' i lamela contendo:
^ ! • data e local da obra
^ ! • identificação e dimensões teóricas da lamela
• cota de ponta
^ j
• verificação da locação
^ ! • dimensões reais da lamela
! • características da lama antes e após a escavação
O
• característica da lama antes da concretagem
o ; • identificação do caminhão betoneira por lamela
o i • gráfico de subida teórica e real do concreto,
incluindo sobras
• slump, resistência do concreto e tempo de
o ■ pega do concreto

õ| 8. Escavação dos subsolos


o ■
o ■ a. 0 vizinho está em cota superior ao arrasamento
da parede diafragma, necessitando de contenção
^\ ; complementar
O ; b. Demolição da "borra" antes da escavação
(aproximadamente 40 cm)
^ ;
c. Execução da viga de coroamento antes da escavação
o : d. Locação das banquetas e taludes em campo
.. t
Os e. Gabarito de inclinação do talude e altura de escavação
f. Sinais de "bicheiras" na parede ou vazamento
o
das juntas
o ■ g. Sinais de umidade na superficie do talude
o
h. Manter bomba de recalque para esgotamento de
água de chuvas

-o
o
o
o
o :
o
o
o
o
o
o
o
o
o
r~\
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 47
f~\
1.5.3. Problemas executivos e prováveis soluções

Os principais problemas observados na parede diafragma decorrem do uso de concreto inadequa­


do e falhas nas juntas de concretagem. Na tabela abaixo selecionamos os problemas mais comuns
observados nas paredes, bem como sugestões para solucioná-los.

Paredes diafragma escavada com 1ama bentovútica

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Na execução da mureta-guia

a. Muro de divisa arrima o vizinho • Cota do piso do vizinho superior | Perder espaço no subsolo
à da mureta-guia t Executar outro arrimo junto
com mureta-guia

b. Vizinho não possui fundações • Tijolo assentado sobre o solo | Submurar


t Transferir fundações para novos
elementos tipo estaca mega

c. Fundações antigas interferem • Cortinas, sapatas, tubulões ou estacas | Demolição e/ou retirada das fundações
na parede diafragma antigas executados junto à divisa

d. Presença de fossa junto à divisa $ Desativar a fossa e preencher com


argamassa consumo 100 kg/m3

e. Fundações dos vizinhos invadem | Transferir as fundações para estacas


a divisa mega ou outro tipo de fundações

2. Na execução da parede
diafragma

a. Na escavação o Ciam Shell desvia • Mureta-guia fora de prumo t Argamassar a lamela e refazer trecho
ou desapruma da mureta-guia

• Fundações antigas ou pedras no t Trepanar para ultrapassar obstáculos


subsolo

b. Perda de lama bentonitica • Fuga por tubulação antiga t Argamassar a lamela

c. Na concretagem o tubo tremonha • Concreto iniciou a pega ou existe t Sacar o tubo tremonha para
entope borra de concreto endurecida desentupi-lo, instalar na boca inferior
no tubo do tubo tremonha uma bucha,
introduzir o tubo tremonha no
mínimo 2,00 metros no concreto já
lançado e continuar a concretagem
(provável local de falha com
vazamento)

48 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Paredes diafragma escavada com lam a bentonítica

Problem as executivos Prováveis causas Providências

d. Falta concreto durante a • A usina com problemas no | Sacar o tubo tremonha e promover
concretagem fornecimento limpeza por circulação reserva ou
• Concreto vencido air-Hft da superfície do concreto em
• Equipamento quebrou pelo menos 3 pontos distintos.
Após isso, executar a concretagem
(provável local de falha com
vazamento)

e. Após a concretagem o concreto • Água em excesso causando t Verificar na usina o traço adotado
abate exsudação

• Uso de pó-de-pedra t Mudar o traço

• Concreto fluiu por trás da chapa- | Demolir o excesso quando escavar


espelho

f. Perdas excessivas de concreto • Lama bentonítica fraca causando | Aumentar a concentração da


desbarrancamento bentonítica

• Usina forneceu menos concreto | Pesar caminhão na usina ou


que o pedido em outra balança ou medir em
funil graduado

g. 0 tubo junta e chapa-espelho • Comportamento heterogêneo da | Eliminar o aditivo


com grande dificuldade de sacar pega no concreto devido ao uso
de superplastificante

h. Concreto demora a dar pega • Presença de pH baixo e sulfatos t Usar cimento resistente aos
no solo sulfatos (R.S.)

i. Concreto com baixa resistência • Usina forneceu concreto com t Escavar menos
resistência abaixo do especificado t Usar tirantes

3. Na escavação

a. Falhas nas juntas de concretagem • Falta de limpeza na junta t Recuperar a falha


com Ciam Shell
• Pega heterogênea

b. Sinais de umidade no talude e • Falha na parede diafragma ) Usar rebaixamento de lençol


água em excesso na obra • Falta de embutimento da parede com ponteiras até que seja
em camada impermeável descoberta a falha

• Vazamento da parede com | Reaterro imediato


carreamento de material

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. 49
r>
o

o
Paredes diafragma escavada com lama bentonítica o

Problem as executivos Prováveis causas Providências


o
o
c. Durante a escavação o talude • Inclinação do-talude errada t Reaterro imediato
dá indícios de ruptura r*'
o
4. Após a escavação
r>
o
• Vazamento da parede t Reaterro imediato para posterior
-o
execução de tirantes

a. 0 talude provisório rompe • Inclinação do talude errada t Escavar a montante da parede r '
ou a parede diafragma se • Escavação com balanço excessivo e/ou reaterro a jusante para
movimenta posterior atirantamento

r^
n
o
o*
o
r^
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o
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o
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o

o
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50 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f f c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • o
o
1.6. Parede diafragma com estacas secantes

/' \

rA
/~\
r\i
1.6.1. Metodologia executiva
d
A parede diafragma com estacas secantes vem ganhando mercado, sendo uma concorrente dire­
✓'"v ta da parede diafragma escavada com lama bentonítica. Tal fato se deve à sua grande versatilida­
o! de quando comparada com as técnicas tradicionais, pois ela não necessita de lama bentonítica
/"■s para a sua execução, seus equipamentos são de menor porte, além de ela penetrar em materiais
de grande resistência, tais como argila muito dura e rocha tipo gnaisse A4. Ela é executada se­
gundo a seguinte metodologia:

r~\
w !
A. Perfuração

0 equipamento utilizado na execução da cortina de estacas secantes é uma perfuratriz de


''N
hélice contínua com torque mínimo de 14 t.m. Essa máquina possui um acessório, na torre
H de perfuração, chamado "cabeça dupla", que possibilita a execução de perfuração encos­
tada na divisa e o recorte de peças de concreto. Os torques deste acessório são de 7 t.m e
/'~V 3,5 t.m para tubo e hélice, respectivamente.
rV
A cabeça dupla é composta por um tubo de revestimento que gira no sentido anti-horário e
^1
um trado helicoidal que gira no sentido horário, de modo que o tubo de revestimento per-
M
fura e o trado helicoidal limpa a parte interna da perfuração. A ponta do tubo de revesti­
mento é composta por aço-vídea que possibilita o recorte de peças de concreto. O conjun­
to composto pelo tubo de revestimento e trado possui comprimento máximo de 18 metros,
que resulta em comprimento máximo de perfuração de 17,50 metros.

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n ¡ o p p e r t jr. 51
B. Concretagem

Faz parte do processo executivo o preenchimento das estacas com argamassa fluida pós-
misturada de cimento e areia, fornecida por silos ou com argamassa proveniente de usina
transportada por caminhão betoneira. A argamassa deve possuir slump mínimo de 28 cm
± 1 cm, slump flo w de 32 ± 2 cm e o fck deve estar entre 18 MPa < fck < 25 MPa.

Armação

As primeiras estacas executadas na obra não devem ser armadas, ou seja, devem ser ape­
nas preenchidas com argamassa. As peças devem ser implantadas deixando-se a previsão
para a execução, em uma 2a etapa, de outras estacas entre as argamassadas. As estacas da
2a etapa devem recortar as estacas argamassadas, de forma a promover a interação de toda
a cortina. Essas estacas da 2a etapa também receberão a armação necessária para suportar
a solicitação de empuxos a que estarão expostas (vide figura n° 24A).

Também é possível a utilização de perfis I de aço laminado ou soldado para a estruturação


das estacas, mesmo nas estacas iniciais (vide figura n° 24B). Isso possibilita maior estrutu­
ração da parede para absorver grandes esforços de flexão e cortantes.

FASES DE EXECUÇÃO FASES DE E XE C U Ç Ã O C O M


C O M A R M A Ç Ã O E M G A IO L A E S T R U T U R A Ç A O C O M P E R F IS M E T A L IC O S
1* F A S E 1a F A S E 1a F A S E

N------- ARGAMASSA
SEM ARMAÇÃO
\
• •
\ ____ E;ATACAS ARGAMASSADAS
• oeo© \ ___ ESTACAS INICIAIS ARGAMASSADAS
OU COM PERFIL ' I * IMPLANTADO
2a FASE 2 a FA S E 2a FASE

- ARGAMASSA ARGAMASSA S.ESTACAS ARGAMASSADAS S.ESTACAS SECUNDÁRIAS ARGAMASSADAS


SEM ARMAÇÃO COM ARMAÇÃO COM PERFIL T IMPLANTADO COM PERFIL T IMPLANTADO

F IG U R A A FIGURA B

Figura n° 24: Fases Executivas

Quando se utilizam os perfis laminados para estruturação das estacas é comum que seja
utilizada a linha W250 ou W310, que deve ser dimensionada de acordo com os esforços so­
licitantes sem qualquer perda por corrosão, tendo em vista que as estacas estarão sempre
protegidas pela argamassa de enchimento das estacas.

A determinação do embutimento abaixo dos subsolos, bem como os esforços e condições


de estabilidade da cortina são os mesmos adotados no cálculo da parede diafragma esca­
vada com lama bentonítica.

52 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ¡van joppert jr •


o Vantagens do sistema:
(f1^
• Eliminação de mureta-guia: o rotor da cabeça dupla instalado na face externa da torre da máqui­
na é fixado em dois pontos, tornando a tubulação de revestimento rígida, eliminando-se a neces­

sidade de mureta-guia. Na obra é executado apenas um gabarito de concreto com 10 cm de es­
pessura, com a finalidade de modular as futuras perfurações das estacas (vide foto n° 06).

• Escavação e concretagem a seco: o processo não necessita de fluido para garantir a estabilida­
de da escavação, que ocorre em processo contínuo, similar à hélice contínua. O preenchimento
da escavação com argamassa se dá com o auxílio de bomba, a exemplo da hélice contínua.

• A escavação das estacas avança em rocha A-4 (rocha alterada), possibilitando maiores embuti-
mentos com conseqüente maior capacidade de carga vertical e menor percolação de água.

• Possibilidade de ausência de concreto usinado no canteiro: o preenchimento das estacas pode


ser feito com argamassa pos-misturada. Essa argamassa pode ser fornecida em silos, o que pro­
porciona a inexistência de sobras, ou falta de concreto na obra e os atrasos na concretagem.

• Possibilidade de implantar perfis estruturais em vez de armadura mesmo nas estacas iniciais,
possibilitando a estruturação da parede para absorver grandes esforços cortantes e de flexão.

• Tratamento eficaz das juntas de concretagem: o seqüencial executivo das estacas inicia-se com
O as peças não armadas espaçadas convenientemente para possibilitar a execução das estacas
armadas entre as argamassas.
o
Ausência de desbarrancamento durante a escavação das estacas: o revestimento das estacas
^ ] aliado à utilização do trado helicoidal contínuo elimina a possibilidade de desbarrancamento
durante a escavação.

r\

rs
r>

Foto 05: Cortina de estacas secantes com travam ento m etálico.


Caixa Econôm ica - Rua Voiantários da Pátria

fundações e contenções de edifícios • ¡van joppert ¡r. • 53


Foto 06: Detalhe do ga b a rito em concreto simptes
(e = 10 cm) p a ra m od u la r a perfuração das
estacas secantes. Túnel Cidade Jardim

Foto 07: Estacas secantes escavadas com 5 metros


a pram o. Raa Conceição M onte Alegre

54 fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r.


'•''s

1.6.2. Check list

Parede diafragma com estacas secantes

Check list Sim N ão Observações

1. Verificação dos vizinhos

a. Laudo fotográfico
b. Cotas dos pisos dos vizinhos
c. Estabilidade das construções vizinhas
(muros, casas, edículas)
d. Contratação de Seguro de Risco de Construção
e Danos

2. Condições das divisas e interferências

a. Dimensões do terreno estão corretas


b. Muros de divisa a serem demolidos
c. Fundações antigas existentes
d. Avanço das edificações e desaprumos das construções
vizinhas (fundações, cortinas, telhados, calhas, etc.)

3. Demolição das construções existentes

a. Edificação geminada com o vizinho


b. Edificação trava o arrimo do vizinho
c. Muro de divisa a ser demolido arrima o vizinho

4. Serviços prelim inares no canteiro

a. Necessidade de terraplanagem preliminar para acessar


o equipamento de hélice contínua (rampa máxima dos
platôs = 20%)

5. Projeto de contenções e terraplenagem

a. Níveis topográficos de campo compatíveis com o projeto


b. Locação em planta das sondagens e das estacas
definindo as estacas estruturais e argamassadas
c. Detalhe da mureta-guia (forma)
d. Definição de cotas de arrasamento e ponta das estacas
e. Armação das estacas
• detalhe em planta e corte das gaiolas
• quantitativo da armação
f. Especificações tecnológicas da argamassa
(fck, slump, slump-flow, tipo de cimento, aditivos, etc.)
g. Projeto de escavação
• obras sem tirantes
■ definição em planta das banquetas e taludes

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 55
Parede diafragma com estacas secantes

Check list Sim Não Observações

■ cotas das banquetas e da escavação


■ plano de travamento da parede para retirada
da banqueta (com lajes)
■ cortes transversais
■ detalhe da viga de coroamento
• obras com tirantes
■ locação de tirantes em planta e corte
■ definição de tipo, carga de trabalho e teste
■ definição dos comprimentos livre e
de ancoragem
■ determinação de seqüencial executivo

6. Execução da m ureta-guia

a. Equipamentos e materiais
• cimento, areia e pedra ou concreto
• gabarito metálico para a locação das estacas

7. Execução das estacas secantes

a. Equipamentos mínimos
• perfuratriz acoplada com cabeçote duplo
• trado e tubo com comprimentos compatíveis
com o projeto
• computador de bordo para aferir a execução
das estacas
• sensores para profundidade, velocidade, inclinação,
volume e pressão de injeção de concreto
• bomba com capacidade mínima de 20 m3/hora e
6 MPa de pressão mínima
b. Boletins de execução das estacas contendo:
• nome e local da obra
• identificação da estaca
• armação da estaca
• comprimento da estaca
• identificação do caminhão betoneira
• confrontar volume fornecido x volume injetado
c. Perfuração da Estaca
• proteção das edificações vizinhas para não
ocorrer queda do material escavado pela
parte superior do tubo
• iniciar por uma estaca argamassada
• verificar proximidade com outra estaca
(mínimo 4 vezes o diâmetro por 12 horas)
• evitar recorte da estaca anexa com mais de 3 dias
d. Preenchimento da estaca com argamassa fluida
• acompanhamento da pressão de injeção
(sempre maior que zero)___________________

56 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Parede diafragma com estacas secantes

Check list Sim N ão Observações

• após a concretagem implanta-se a gaiola


de armação ou perfil metálico
• limpeza do solo na cabeça da estaca após o
término da concretagem
• inspeção para detectar eventual abatimento
da argamassa

8. Escavação dos subsolos

a. O vizinho está em cota superior ao arrasamento


da parede diafragma, necessitando de contenção
complementar
b. Demolição da "borra" antes da escavação
(aproximadamente 10 cm)
c. Execução da viga de coroamento antes da escavação
d. Locação das banquetas e taludes em campo
e. Gabarito de inclinação do talude e altura de escavação
f. Sinais de "bicheiras" nas estacas ou vazamento
^ \ das juntas
o g. Sinais de umidade na superfície do talude
h. Manter bomba de recalque para esgotamento
de água de chuvas
o
s
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Os
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f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 57
1.6.3. Problemas executivos e prováveis soluções

A maioria dos problemas de execução das estacas secantes está relacionada a argamassa
em desacordo com a especificação, bombas com capacidade de bombeamento aquém do
declarado pelo fabricante e muito raramente problemas de operacionabilidade do maqui-
nário.

Passamos a descrever os principais problemas detectados durante a execução das estacas. t


Paredes diafragma com estacas secantes

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a escavação
das estacas

a. A perfuratríz não tem estabilidade • Presença de solo arenoso e água t Espalhar rachão ou entulho
devido às condições do solo de sobre o solo
apoio das esteiras

• Presença de solo orgânico (turfa) | Aplicação de geotêxtil e/ou material


com água granular

b. Durante a escavação da estaca • Interferência com as fundações t Eliminar interferências


ocorre movimentação da do vizinho
estrutura do vizinho

• Vizinho em cota mais baixa | Escavar o terreno e executar a


estaca de cota mais baixa

c. Durante a escavação da estaca • Fundação antiga t Utilizar rompedor de rotopercussão


ocorre interferência que impede • Matacão (martelo de fundo) para dar
a sua continuidade prosseguimento à perfuração

2. Durante a injeção
de argamassa

a. Durante a injeção a argamassa • Falta de aditivos superfluidificantes e t Verificar e substituir o traço


inicia repentinamente a pega retardadores de pega na argamassa do concreto
• Tempo de atuação do superfluidificante t Redosagem da argamassa com
venceu aditivo (máximo 3%)
• Tipo de cimento (CP V) t Verificar tipo do cimento
(usar cimento CR II ou CP III)

b. Após a injeção a argamassa


"abate" e:
. / _
b.1. Verifica-se a ocorrência de • Água de amassamento em excesso | Verificar o traço executando ensaio
água na superfície de reconstituição da argamassa
(admissível até 2%) fresca, executar reforço
se necessário

58 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Paredes diafragma escavada com lama bmtomtica

Problem as executivos Prováveis causas Providências

b.2. Verifica-se formação de • Formação de bolha de ar/água por | Perfurar novamente a estaca
bolha de ar e água com falha da bomba ou subida rápida
abatimento repentino,da do conjunto trado-hélice
superfície da argamassa

b.3. Verifica-se perda da • Provável tubulação antiga t Perfurar novamente a estaca ou


argamassa • Comunicação com outra estaca completar o nível da argamassa

c. Armadura não desce • Terreno arenoso com muita t Retirar a armação, perfurar novamente
água com interrupção da estaca injetando a argamassa com maior
pressão na passagem arenosa

• Argamassa fora das especificações t Redosar o aditivo

d. 0 trado ou o mangote de • Argamassa fora da especificação t Desmontar o trado e/ou mangote


injeção entope • Bomba antiga com resto de para fazer a limpeza para executar
argamassa solidificada a estaca posteriormente.
• Início de pega da argamassa
dentro da tubulação

3. Na escavação do subsolo

a. Falhas nas juntas de concretagem • Falta de limpeza na junta t Recuperar a falha


• Recorte pequeno da estaca
argamassada ,
• Pega heterogênea

b. Sinais de umidade no talude • Falha em alguma estaca t Usar rebaixamento de lençol com
e água em excesso na obra • Falta de embutímento da parede ponteiras até que seja descoberta
em camada impermeável a falha

• Vazamento da parede com t Reaterro imediato


carreamento de material

c. Durante a escavação o talude • Inclinação do talude errada | Reaterro imediato


dá indícios de ruptura

d. Durante ou após a escavação • Falta de embutímento que garanta t Reaterro imediato


a parede movimenta a estabilidade
desaprumando e/ou • Estrutura insuficiente (argamassa
transladando com baixa resistência e/ou falta
de armação)
\ ...........................

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 59
1.7. Tirantes

1.7.1. Conceitos teóricos básicos


Os tirantes são elementos estruturais dimensionados para trabalhar a tração. Eles são implanta­
dos no terreno por meio de uma perfuração e consolidados no solo ou rocha por meio de injeções
de nata de cimento para posteriormente serem protendidos.

A sua maior utilização é nas obras de contenções, ocasião em que eles absorvem os esforços hori­
zontais provenientes de empuxo do solo, sendo também muito utilizados em lajes de subpressão,
quando trabalham posicionados na vertical com o objetivo de absorver os esforços provenientes
de empuxo hidráulico no piso de obras submersas.

1.7.2. Tipos de tirantes


A grande maioria dos tirantes utilizados atualmente é composta por aço em forma de fios, cordo­
alhas, barras maciças e tubos metálicos vazados.

Conforme exposto inicialmente, para a instalação do tirante no solo é feita uma perfuração, para
posteriormente ter o elemento estrutural instalado no solo, sendo que essa perfuração poderá ser
executada com equipamento manual, ou mecânico com auxílio de circulação de água ou ar com­
primido. Também existe a possibilidade de executar a perfuração com a instalação concomitante
do tirante caso sejam utilizados os tirantes tubulares auto-injetáveis.

I.7.2.1. Tirantes com injeção posterior

a. Tirantes de Barra

Os tirantes de barra são, em sua grande maioria, fornecidos pela empresa Dywi-
dag, fabricante de barras maciças compostas por aços ST 42/50, ST 50/55 e ST
85/105. A Dywidag também fornece os acessórios para emendas e protensão
das barras. A tabela a seguir expõe as bitolas, tipos de aço e cargas de trabalho
dos tirantes monobarra.

60 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r \
r\
/^N

Tabela n° 03 - Características técnicas dos tirantes mombarva

carg as-lim ite (tf)


A
ri tip o d e aço 0 (m m ) designação trab alh o tra b a lh o
'1 ru p tu ra te s te perm an en te provisório
'-'4 ST 42/50 32 Gewi duplo filetado 40 24 17 20
A
r{ ST 50/55 32 Gewi duplo filetado 44 28 20 24

_ài 15 Dywi duplo filetado 18 10,5 7,5 9

ST 85/105 19 Dywi barra lisa 29 17 12 14


r-\
32 Dywi duplo filetado 84 49 35 41

A
A
A Onde:

'"'I
ST x/y
x - tensão de escoamento em t/mm2
y - tensão de ruptura em t/mm2
r\
A
A

■^N

-A
r\

-1
A
A
Figura n° 25: Composição de um tirante m onobarra padrão

rs b. Tirantes de Fios e Cordoalhas


rs
Esses tirantes são executados com fios e cordoalhas de aço montados com espaçadores e
tubos manchetes, conforme a figura n° 2 6 .0 arranjo dos fios e cordoalhas gera elementos
rs estruturais com as características citadas na tabela a seguir exposta:
rs

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 61
Tabela n° 04 - Características técnicas tios tirantes
com fios ou cordoalhas

quantidade de fios ou cordoalhas


aço fios ou cordoalha tipo de carga
4 6 8 10 12
aço CP 150 RB ruptura 30 45 60 75 90
Fyk= 13.500 kg/m2 fios de 8 mm teste 20 28 38 48 57
permanente 14 20 27 34 41
provisório 12 24 33 40 48
aço CP 190 RB ruptura 75 112 150 187 224
Fyk= 17.000 kg/m2 cordoalha de 12,5 mm teste 49 71 97 120 144
permanente 35 51 69 86 103
provisório 40 60 80 100 120

Figura n° 26: Composição de u m tirante d e_fios ou. cordoalha

62 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
r^

/A
'■"A

A
O
c. METODOLOGIA EXECUTIVA

o Os tirantes com injeção posterior são executados em seis etapas distintas, a saber:

o 1a etapa: M ontagem
o
Montagem dos tirantes de acordo com o exigido em projeto no que se refere a estrutura
/A (quantidade de barras, fios ou cordoalhas), comprimento livre e ancorado e proteção con-
^ tra corrosão (vide item I.7.3).
-a
o 2a etapa: Perfuração
■' i
o '
Perfuração do solo ou rocha com diâmetro e comprimento definido pelo projetista geotéc-
o
nico. Essa perfuração poderá ser manual ou mecânica, com auxílio de circulação de água,
o lama bentonítica ou ar comprimido, com revestimento ou não, dependendo das condições
^ de resistência ao corte e estabilidade das paredes do furo.
o
3a etapa: Introdução do tirante e preenchimento da perfuração
o 1
Introdução do tirante e preenchimento da perfuração com nata de cimento + água, com fa­
o tor água-cimento entre 0,55 e 0,50 (execução da "bainha"). Dependendo das condições lo­
■a cais, por vezes torna-se necessário o preenchimento da perfuração com nata de cimento an-
o tes da introdução dos tirantes.

/a 4a etapa: Injeção da nata de cimento


o
Aplicação de nata de cimento no solo por meio de bomba de injeção (capacidade mínima
de 50 kg/cm2) que conduz a nata por meio de mangueira com um bico de injeção munido de
^ perfurações laterais (obturador), o qual deve ser posicionado em cada válvula manchete.
o
o A quantidade de sacos de cimento por manchete ficará a critério do executor e consultor
geotécnico, sendo prática comum a adoção de 0,50 sacos de cimento por manchete.

A quantidade de repetições de injeção nas válvulas manchete ("fases" de injeção) também


ficará a critério do executor e do consultor de geotécnico, sendo prática comum a adoção
^ de pressões mínimas de injeção de 20 kg/cm2 e máxima para abertura das manchetes do 60
o kg/cm2, como limite para o término das injeções.
-o
5a etapa: Protensão

■o Protensão do tirante sete dias após a última fase de injeção, caso se utilize cimento comum,
^ ou quatro dias após a última fase de injeção, caso se utilize cimento de alta resistência ini-
^ ciai (ARI).
o
0 ensaio do tirante deverá estar de acordo com a NBR - 5629, sendo a sua ancoragem exe­
cutada em placas de aço inclinadas em relação à vertical.
o

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. • 63
6a etapa: Preparo da cabeça de proteção (válida para tirantes definitivos)

Preparo da cabeça de proteção com a instalação de dois tubos de injeção na cabeça do ti­
rante.

Após a concretagem do bloco de proteção da cabeça do tirante injeta-se nata de cimento


por um dos tubos até que ela seja extravasada pelo segundo tubo, eliminando-se dessa for­
ma as eventuais falhas (vazios) de concretagem.

I.7.2.2. Tirantes tubulares auto-injetáveis

Os tirantes tubulares autoperfurantes são compostos por um conjunto de tubos nervura-


dos obtidos através da laminação a frio. Os tirantes são fabricados com os tubos Vallourec
& Mannesmann, os quais são cortados e laminados em comprimentos de 1 ,2 ,3 ,4 e 6 me­
tros. A utilização de emendas por meio de luvas sextavadas e rosqueáveis possibilita a com­
posição de tirantes de qualquer comprimento.

A ponta do tirante é composta por uma peça de perfuração chamada tricone, munida de
orifícios de diâmetro variável entre 5,0 mm e 12,0 mm. Conforme mostra a figura n° 27:

PEÇAS DE PERFURAÇÃO - TRICONE

CORTE A -A CORTE B -B

W
Figura n° 27: Características do tricone
Tabela n° 05 - Características técnicas
dos tricones em função do tipo de solo

tip o de solo 0 tricon e 0 b it s ß


(m m ) (m m )

argila 110a 150 4 -5 90°


silte 130 a 150 5 -6 90°
areia 130 a 180 6 -8 45°

a. Elementos Básicos para a Execução de Projetos

A Incotep possui uma linha de produção de tirantes que resultam em cargas similares
aos tirantes tradicionais de fios e cordoalhas, conforme mostrado na tabela n° 06.

Tabela n° 06 - Características técnicas de tirantes


awto-injetáveis - sistema tubular

m ódulo de carga (ton)


tip o 0 nom inal 0 efetivo parede area elasticidade
(m m ) (m m ) (m m ) (m m 2) (k g /m m 2) permanente provisório te s te

INC0-15TD 30 27,1 9,0 510 21000 15,0 17,0 21,0


INCO-20TD 40 38,1 9,0 822 21000 20,0 24,0 28,0
INCO-27 TD 40 38,1 9,0 822 21000 27,0 33,0 38,0
INCO-34TD 40 38,1 11,0 936 21000 34,0 40,0 48,0
INCO-43 TD 50 48,3 11,5 1330 21000 43,0 50,0 60,0
INCO-51 TD 62 60,3 10,0 1580 21000 51,0 60,0 71,0

b. Cálculo da Capacidade de Carga dos Tirantes Tubulares

A capacidade de carga da ancoragem dos tirantes pode ser calculada pelo método
proposto pelo Eng° Ivan Joppert Jr. apresentado no SEFE V - Seminário de Engenharia
de Fundações Especiais e Geotecnia, o qual define a carga de ruptura como sendo:

Rrup = 9,2
'
. Nspt . 0 . L . K

Onde:
Rrup - carga
3
de ruptura
r
do tirante
Nspt - número médio de SPT na região de implantação do bulbo de ancoragem
0 - diâmetro do tricone em metros
L- comprimento de ancoragem do tirante em metros
K- coeficiente que depende do tipo de solo (t/m2)

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 65
rN

Tabela n° 07 - Coejicimte K
o,
em junção do tipo de solo
r>.

tip o de solo K
(t/m 2)

argila / silte 1,00 On


areia muito argilosa / siltosa 0,60
areia muito argilosa / siltosa 0,40 f >
areia 0,30

c. M e to d o lo g ia Executiva

Os tirantes tubulares auto-injetáveis são executados em etapas distintas, a saber:

1a etapa - Montagem

A montagem do tirante autoperfurante Incotep é muito rápida, pois a barra, luvas,


tricones e demais acessórios são fornecidos pela fábrica, bastando montar o tirante
r\
na própria obra.
r\
A montagem inicia-se pela prévia pintura das barras com tinta especial contra cor­ r\
rosão e instalação do tricone na extremidade da primeira barra que será introduzi­
da no solo. r\
r\
As demais barras são implantadas conforme evolui a perfuração com a junção das r •>
barras por meio da luva de união e anéis de vedação. Aconselha-se que as barras que
r\
irão compor o trecho livre receba tratamento com graxa grafitada.

Figura n° 28 mostra o tirante montado e implantado no terreno. o

r\
r\

r\

rs
r\

r\
Figura n° 28: Composição de u m tirante autoperfuran te padrão

66 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ivan joppert j r. • r~s


•í*
/"N

/~s

/A 2a etapa - Perfuração com injeção simultânea


O
O 0 tirante é introduzido no terreno com o auxílio de perfuratriz rotativa ou rotoper-
'"X cussiva com torque mínimo de 400 kg x m. Aconselha-se que a rotação para implan­
tar o tirante no terreno fique entre 50 e 90 rpm e que o avanço seja feito entre 0,50
o
e 1,50 m/mm.
O
Simultaneamente à introdução do tirante, é executada a injeção de fluido aquoso que
o ! penetra na parte interna do tirante pela extremidade externa do tubo e flui sob alta
O pressão até o tricone, por onde ela sai pelos pequenos orifícios lá existentes.
o
No trecho livre, o fluido pode ser composto somente por água ou uma calda "rala" de
água e cimento. No trecho ancorado, o fluido deve ser necessariamente composto por
o
água e cimento com fator a/c= 0,50, injetado com pressão mínima de 25 kg/cm2.
O
O A pressão de injeção da calda é um item muito importante, pois a dimensão do bul­
bo de ancoragem depende dela. Ela é função da granulometria e da consistência ou
compacidade do solo, bem como da potência da bomba de injeção, itens impossíveis
de controlar. Para tanto, deve-se utilizar os furos do tricone (bits) conforme sugestão
rs
da tabela n° 05, bem como alterar o traço da nata de água e cimento visando ade­
r \
quar a sua viscosidade às necessidades de cada obra.
r\
r^ • O seqüencial executivo do processo encontra-se nas figuras abaixo:
^ •'
s_ |
O
/~\
—\ '
/~\ :

^ 1
*' í
O !
o i

o detalhe da
o junta
o

^ •
■"■s I

O I
o '■

^ !
r \ : Figura w° 29b:
Perfuração com
^ i acopla m en to
-~\ ; de nova. barrn

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 67
Figura n° 29c Tirante concluído

3a etapa - Protensão

Após a implantação do tirante deve-se aguardar o prazo de quatro dias (caso se uti­
lize cimento de alta resistência inicial) ou sete dias (caso se utilize cimento comum)
para a execução da protensão. A protensão do tirante se dá com o auxílio de macaco
hidráulico, instalação de placa de grau e porcas para a ancoragem do tirante.

4a etapa - Cabeça de Proteção (válido para tirantes definitivos)

Preparo da cabeça de proteção com a instalação de dois tubos de injeção na cabe­


ça do tirante.

Após a concretagem do bloco de proteção da cabeça do tirante, injeta-se nata de ci­


mento por um dos tubos até que ela extravase pelo segundo tubo, eliminando-se des­
sa forma as eventuais falhas (vazios) de concretagem.

1.7.3. Tratamento contra corrosão

Em qualquer tipo de tirante de aço a sua montagem se inicia com o tratamento prévio con­
tra a corrosão em função da agressividade do meio em que se pretende instalar os tiran­
tes. Os elementos de proteção devem atender aos requisitos da Norma Brasileira NBR -
5629/1996:

■ ter vida útil ou igual à requerida para o tirante;


■ não reagir quimicamente com o meio;
■ não restringir o movimento do trecho livre;
■ ser composto por materiais com deformações compatíveis com as do tirante;
■ não sofrer envelhecimento ou trincas sob tensão;
■ ser resistente às operações de montagem, transporte, instalação e protensão do tirante.

68 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
a. Limpeza

0 tratamento contra corrosão prevê a limpeza prévia das peças metálicas, a qual
pode ser mecânica ou química. Quando o grau de oxidação é brando e superficial, a
limpeza pode ser mecânica, com o emprego de lixas e escova de aço. Quando o grau
de oxidação é muito acentuado, deve ser utilizado um processo químico. O tratamen­
to consta de banho de imersão em ácido fosfórico a 85% por 10 a 15 minutos para
um banho posterior com soda cáustica diluída em 30% também por 10 minutos. O
resultado das duas imersões é um depósito branco facilmente removível por proces­
sos mecânicos.

b. Pintura

Após a remoção da ferrugem, as peças passam por uma pintura de proteção anti-cor­
rosiva com tinta à base de resina.

As camadas de tinta aplicadas serão sempre, no mínimo, de duas demãos, sem falhas
ou imperfeições, devendo-se aguardar a secagem de tinta por no mínimo três dias.

c. Instalação do tirante

A "NBR - 5629/1996 - Execução, de tirantes ancorados no terreno" especifica que a


proteção contra a corrosão, como já visto anteriormente, é função da agressividade
do meio em que se pretende instalar o tirante. Dessa forma, a norma brasileira esti­
pula classes de proteção contra a corrosão, classificadas em razão da agressividade
do terreno e aplicáveis aos tirantes em função de estes serem permanentes ou provi­
sórios. A caracterização da agressividade do terreno pode ser feita de maneira preli­
minar por meio de uma tabela fornecida pela norma e reproduzida a seguir:

Jabela n° 08 - Classijicacño do gran de agressividade do terreno

grau d e agressividade do m eio


tipo s d e aguas freáticas não medianamente muito
agressivo agressivo agressivo

águas purasn residuo filtrável > 150 150 a 50 <50


águas áddas pH > 6 dH 5.5 a d H 6 dH<5.5
águas ácidas com CO, dissolvido <30 30 a 45 >45
águas selenitosas teor de SOr < 150 150 a 500 >500
águas magnesianas teor de Mg++ < 100 100 a 200 >200
águas amoniacais teor de NH4+ < 100 100 a 150 >150
águas com cloro teor de CV < 200 200 a 500 >500
(*) São águas de montanhas, de fontes, com ação lixiviante, que dissolvem a cal livre e hidrolizam os
silicatos e aluminatos do cimento.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 69
c.1. Classes de Proteção

• Classe 1

A norma brasileira enquadra na classe 1 os tirantes permanentes que se encontram


em meios muito agressivos ou medianamente agressivos e tirantes provisórios que
se encontram em meio muito agressivo.

Para essa classe, há a exigência de que a proteção possua barreiras físicas que pre­
servem o tirante contra a corrosão, sendo que o cimento é considerado como uma
barreira física. Mesmo assim, o tirante ainda deve receber as seguintes proteções em
seus trechos livre e ancorado, enunciadas pela Norma NBR - 5629/1996:

Trecho ancorado: além do cimento, o elemento resistente à tração deve receber pro­
teção por meio de tubo plástico corrugado ou tubo metálico com espessura mínima
de 4 mm.

Trecho livre: pode ser protegido de duas maneiras:

• Primeira maneira: cada elemento resistente à tração do tirante deve, individual­


mente, ser envolvido por graxa anticorrosiva e tubo plástico (espaguete). Além dis­
so, o conjunto todo deverá ser envolvido em tubo plástico. Posteriormente à sua
instalação, ainda deverá ser injetada calda de cimento de forma a criar outra bar­
reira em torno de todo o conjunto. A transição entre o trecho livre e a cabeça do ti­
rante deve ser executada de maneira a se garantir a continuidade da proteção.

• Segunda maneira: pode-se também optar por executar uma proteção de graxa an­
ticorrosiva e tubo plástico abrangendo todo o conjunto, sendo que será necessá­
ria a instalação de um segundo plástico envolvendo esse conjunto todo. Além dis­
so, deverá se executado o preenchimento com argamassa do espaço vazio existen­
te entre os dois tubos.

• Classe 2

Segundo a norma brasileira, enquadram-se na classe 2 os tirantes permanentes execu­


tados em meio não-agressivo e tirantes provisórios em meio medianamente agressivo.

Para esses casos, deverão ser mantidas as recomendações de proteção da classe 1


para o trecho livre. No caso da ancoragem, a proteção com calda de cimento será su­
ficiente, desde que o elemento resistente à tração receba centralizadores que garan­
tam o seu posicionamento na perfuração, de modo que recebam o recobrimento mí­
nimo de 5 cm.

• Classe 3

A proteção da classe 3 é destinada a tirantes provisórios em meio não-agressivo. A


proteção do trecho livre pode ser composta por tubo plástico que envolva o elemen-

70 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
to resistente à tração com um todo, ou composta por tubos que envolvam cada ele­
mento individualmente.

Para o trecho ancorado, a proteção será obtida com a calda de cimento, desde que o
trecho receba centralizadores que garantam o recobrimento mínimo de 5 cm.

1.7.4. Protensão

De acordo com a norma brasileira, todos os tirantes de uma obra devem ser submetidos a ensaios
de protensão.

A protensão do tirante é usualmente feita contra a estrutura, através de um conjunto de macaco


hidráulico - bomba - manómetro, o qual deve ser previamente aferido em instituição idônea.

Em casos de obras de menor responsabilidade e para cargas relativamente pequenas, pode-se op­
cionalmente utilizar chave de torque, também devidamente aferida.

Cabe enfatizar que os tirantes aplicam cargas relativamente elevadas em pontos localizados. As­
sim, caso os testes sejam executados sobre a estrutura, esta deverá estar dimensionada ou prepa­
rada para receber os esforços. As cargas devem ser aplicadas de acordo com as características do
projeto e do processo executivo previsto.

1.7.4.1. Ensaio de qualificação

O ensaio de qualificação tem como objetivo a verificação da capacidade de carga do tirante,


além da verificação dos seus deslocamentos sob efeito de carregamento. Além disso, pode-
se verificar por este ensaio a ação do atrito ao longo do comprimento livre do tirante a par­
tir dos deslocamentos observados.

A norma brasileira NBR - 5629/1996 estabelece que, no mínimo, dois tirantes ou 1% dos ti­
rantes por obra, por tipo de terreno e por tipo de tirante, sejam submetidos a esse ensaio.

1.7.4.1.1. Metodologia executiva

A execução do ensaio consiste na aplicação de cargas em cinco ciclos crescentes, par­


tindo de uma carga inicial F0, seguida dos seguintes estágios, estipulados em função
de o tirante ser permanente ou provisório:

• Provisórios: 0,4 Ft • 0,75 Ft • 1,25 Ft • 1,5 Ft


• Permanentes: a mesma seqüência, porém prosseguindo até 1,75 Ft

Em cada estágio de carregamento deverá ser medido o deslocamento da cabeça do


tirante com extensômetro com resolução de 0,01 mm.

O ensaio tem seu início no posicionamento do conjunto macaco hidráulico, bomba,


manómetro e extensômetro. Posteriormente, aplica-se a carga inicial F0 até o instan­
te que se verifique a estabilização do conjunto.

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 71
Estabilizado o conjunto, aplica-se o primeiro estágio de carregamento e medem-se os
deslocamentos até que se atinja a estabilização. Em seguida, alivia-se a carga até F0
e medem-se os deslocamentos plásticos.

A norma brasileira NBR - 5629/1996 estabelece que, antes de aliviar a carga, deve-se
medir e observar os deslocamentos sob cargas constantes seguindo os critérios:

a. Estágios de carga inferiores ou iguais a 0,75 Ft, com deslocamentos in­


feriores a 0,1 mm para intervalos de 5 minutos.

b. Estágios de carga situados entre 0,75 Ft e 1,0 Ft , com deslocamentos


inferiores a 0,1 mm para intervalos de 15 minutos em solos arenosos
e para intervalos de 30 minutos em solos argilosos.

c. Estágios de carga superiores a 1,0 Ft até FS, com deslocamentos infe­


riores a 0,1 mm para intervalos de 60 minutos em qualquer tipo de solo.

1.7.4.1.2. Apresentação e interpretação

A interpretação e a apresentação do ensaio devem ser feitas através de gráficos ilus­


trados pela norma e reproduzidos a seguir:
No primeiro gráfico estão representados os deslocamentos da cabeça do tirante e as
respectivas forças aplicadas. No eixo horizontal encontram-se representados os ciclos
de forças aplicadas no tirante.
A
O segundo gráfico possui a representação dos deslocamentos elásticos e permanen­
tes, sendo construídos, conforme indica a NBR - 5629/1996, da seguinte maneira:
i
O limite superior "a" representa o deslocamento elástico da cabeça de um tirante
o que possua o comprimento livre, acrescentando-se a metade do comprimento do bul­
"i bo, dado pela equação:

o
Onde:
r-\
dea - deslocamento elástico do limite superior
Ll - comprimento livre teórico
Lb - comprimento do bulbo
^1 F- carga do estágio correspondente
^ F0 - carga inicial
s-\ E- módulo de elasticidade do elemento resistenteà tração
S- seção transversal total do elemento resistente à tração

0 limite inferior "b" representa o deslocamento da cabeça de um tirante cujo compri­


mento livre é reduzido em 20%, tendo a equação apresentada a seguir:

A ri 0 ,8 (F -F M
^ eb —
E .S

Onde:
^
f >
debL - deslocamento elástico do limite inferior

Além disso, o trecho inicial do limite "b" é adaptado pelos pontos "R" e "S", defini­
,^\
dos por coordenadas obtidas pelas seguintes equações:
/^\
ponto "R":
^ d= 0
A F = F0 + 0,15 . Flim

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 73
ponto "S":

d - (0>6- F ,J .L l
E .S

F * F0 + 0 .7 5 . F...

Onde:
Fljm- máxima carga aplicada no tirante para a qual o deslocamento
ainda se estabiliza

A utilização dos pontos "R" e "S" se deve à consideração da redução do


alongamento devido à existência de maiores perdas relativas por atrito nos
carregamentos iniciais.

O limite médio "c" representa o alongamento teórico do trecho livre, sendo recomen­
dável usá-lo como referência. A equação do limite de referência "c" é dada pela nor­
ma e reproduzida a seguir:

d ec =
E.S

Onde:
dec - deslocamento elástico de referência

A parte inferior do gráfico corresponde à apresentação das deformações plásticas ob­


servadas no final de cada estágio de carregamento, sendo que estes valores são ob­
tidos do gráfico superior.

Após o traçado das linhas elásticas limites, traça-se a linha elástica real obtida por
medições em campo. A linha elástica real deverá apresentar um trecho aproximada­
mente reto. A partir da inclinação deste trecho reto calcula-se o comprimento efeti­
vo livre, o qual também pode ser calculado pela equação fornecida pela norma e re­
produzida a seguir:

L .E.S
u aF

74 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n j o p p e r t jr. •
rs
o
o
O
o Onde:
O
Lle - comprimento livre efetivo
O
Ade - variação do deslocamento entre dois pontos quaisquer do trecho reto
o
aF - variação do carregamento correspondente ao deslocamento
O
E- módulo de elasticidade do elemento resistente à tração
O
O
Também se pode determinar o valor da perda de carga por atrito no trecho livre (Pa).
o Este valor é obtido graficamente com o prolongamento do trecho reto da linha elás-
o tica real até a interseção com o eixo das forças.
o
o
I.7.4.1.3. Aceitação
o
o A aceitação do tirante ensaiado dependerá de seus deslocamentos elásticos estarem
o , situados entre os limites superior "a" e inferior "b", além de a perda por atrito não
O ser superior a 15 % da maior força a ser aplicada no tirante ensaiado.
r,
r\
1.7.4.2. Ensaio de recebim ento
rs
r\ Como ensaio de rotina, deve ser realizado em todos os tirantes da obra, de forma a se ga­
rs rantir o controle da capacidade de carga e do comportamento dos tirantes.
■-'A
o A seqüência de ensaio consiste em carregar o tirante até a carga máxima prevista, promo­
ver o descarregamento e voltar a carregar até a carga de trabalha
rs
O 0 carregamento deve ser aplicado de maneira que todos os tirantes sejam testados até
o uma carga máxima, seguindo critérios diferentes para tirantes provisórios e permanen­
o tes. Para tirantes permanentes e provisórios, os critérios são os seguintes, segundo a NBR
O -5629/1996:
O
a. Permanentes: 0 carregamento deve ser promovido até atingir 140
O lho em todos os tirantes (ensaio tipo B), sendo que 10% dos tirantes da obra, escolhidos
p aleatoriamente, deverão ser carregados até atingirem 175% da carga de trabalho (ensaio
o tipo A);
rs
r> b. Provisórios: 0 carregamento deve ser promovido até atingir 120% da carga de trabalho
em todos os tirantes (ensaio tipo D), sendo que 10% dos tirantes da obra, escolhidos aleato­
O riamente, deverão ser carregados até atingirem 150% da carga de trabalho (ensaio tipo C);
O
r,
rs 1.7.4.2.1. Metodologia executiva
O
Inicialmente, posicionam-se os equipamentos de protensão junto ao tirante a ser exe­
r\
cutado. Este tirante deve ser devidamente limpo de maneira a se garantir que o ma­
r,
caco hidráulico tenha a aderência necessária para exercer a protensão.
rs
o
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 75
r
Posteriormente, aplica-se uma carga inicial para a fixação do equipamento. Esta for­
ça inicial F0 é da ordem de 10% da carga de escoamento do aço.

Em seguida, a partir de F0 iniciam-se os estágios de carregamento, que deverão se­


guir a seguinte tabela, fornecida pela NBR - 5629/1996:

Tabela n° 09 - Carqas aplicadas no ensaio de recebimento

tirante ensaio estágio de carga e descarga


permanente tipo A F0 e 0,3Ft • 0,6Ft • 0,8Ft • 1,0F, • 1,2Ft • 1,4Ft • 1,6Ft • e 1,75Ft
permanente tipo B F0 e 0,3Ft • 0,6Ft • 0,8Ft • 1,0Ft • 1,2F, • e 1,4Ft
provisório tipo C F0 e 0,3Ft • 0,6Ft • 0,8Ft • 1,0Ft • 1,2Ft • e 1,5Ft
provisório tipo D F0 e 0,3Ft • 0,6Ft • 0,8Ft • 1,0Ft • 1,2Ft

Durante a execução do ensaio, devem ser medidas as cargas aplicadas por meio do
manómetro e também devem ser medidos os deslocamentos da cabeça do tirante,
por meio de uma régua de madeira ou por meio de um extensômetro, ambos fixados
após a aplicação da carga inicial e na direção da tração aplicada.

As medidas deverão ser tomadas após a estabilização da pressão do manómetro do


conjunto de protensão, sendo que, na carga máxima, não poderão haver deslocamen­
tos superiores a 1 mm. Os tempos de estabilização são dados pela norma brasileira
em função do tipo de solo em que se encontra instalado o tirante, sendo 5 minutos
para solos arenosos e 10 minutos para solos não-arenosos ou argilosos.

Para a realização do ensaio, deve-se evitar a cravação dos davetes. Isto é obtido com
a utilização de um calço, conhecido como calço estrela.

Se durante a realização do ensaio o tirante apresentar o comportamento esperado,


será executado o descarregamento nos mesmos estágios seguidos para a realização
do carregamento. Em seguida, retira-se o calço estrela e inicia-se a protensão com
a aplicação das cargas seguindo os estágios de ensaio até a carga de incorporação,
quando será realizada a cravação dos davetes, no caso de tirantes de fios ou de cor­
doalhas.

Durante a incorporação com o sistema de encunhamento, pode se observar que há


uma perda de carga no instante do encunhamento. Isto se deve ao fato de que os
davetes se fixam devido a um pequeno deslocamento do tirante. Como este desloca­
mento não é o mesmo para o sistema dos diversos fornecedores, recomenda-se con­
sultar o fornecedor sobre qual o valor desta perda para que esta seja acrescida à car­
ga de incorporação.

76 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. •
/—N
1.7.4.2.2. Apresentação e interpretação
r\
rs Para todos os tirantes da obra serão apresentadas curvas de carga x deslocamentos.
rs Como exemplo, apresenta-se uma curva obtida em ensaio de campo. No caso, o en­
saio realizado foi para tirante provisório tipo "D".
rs
/
CARREGAMENTO (tf)

A
rs

rs
i
/-V

'''>
rs\
i
/~V
'"N :
Para a plotagem deste gráfico, é necessária a tabela com os valores de carga e deslo­
f~\\
camentos conforme o exemplo apresentado a seguir:
rs i
H
Tabela n° 10 - valores de
^ i ensaio de recebimento
^ ;
i
c a r g a (tf) l e i t u r a (mm)
4 1,1
12 7.9
24 15.7
32 23,6
40 31,4
/~N 48 41,3
/- \ 40 40,6
■'"'\ 32 37,1
24 32,7
12 24,9
4 16,7
O
4 16,7
rS
12 21,8
rs
24 29,3
rs
32 34,6
rs
40 39,0
rs
rs
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 77
rs
Segundo a NBR - 5629/1996, o ensaio de recebimento deve ser interpretado em re­
lação à estabilização dos deslocamentos da cabeça do tirante e em relação ao atrito o
ao longo de todo o trecho livre, podendo ser aceito quando:

• os deslocamentos devidos à carga máxima prevista se estabilizarem; o


o
• os deslocamentos máximos da cabeça se situarem entre as linhas "a" e "b"
do gráfico abaixo: o

o
o

o
o
r^
o

Figura n° 32: Deslocamentos elásticos permanentes o


o
As linhas de deslocamentos elásticos limites "a" e "b" e a linha de deslocamentos
elásticos de referência são obtidas de maneira semelhante àquela apresentada para
o ensaio de qualificação. o
r ''
---
I.7.4.3. Ensaio de fluência
o
O objetivo do ensaio de fluência é a avaliação do comportamento do tirante sob o efeito de O
cargas de longa duração, sendo um ensaio realizado para tirantes permanentes. O
O
A norma brasileira NBR - 5629/1996 estabelece que o ensaio de fluência seja realizado
obrigatoriamente em 1% dos tirantes da obra por tipo de solo, tipo de obra e tipo de tiran­
O
te, com o mínimo de dois tirantes por hora.

í/"''
I.7.4.3.1. Metodologia executiva rs
.o
0 ensaio de fluência é realizado com o auxílio do macaco hidráulico, posicionado de
o
maneira que esteja com o eixo do tirante. Além do macaco hidráulico, são usados um
manómetro e dois extensômetros. rs

78 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Posicionados os equipamentos, o ensaio será executado com ciclos de carga constan­
te nos seguintes níveis de carregamento:

0,75 Ft • 1,00 Ft • 1,25 Ft* 1,50 Ft • 1,75 Ft

Os estágios de carregamento são os mesmos utilizados no ensaio de qualificação, sen­


do permitido pela norma que ambos os ensaios sejam realizados simultaneamente.

As medidas dos deslocamentos da cabeça do tirante deverão ser tomadas, em todos


os estágios, nos seguintes tempos:

10 min • 20 min • 30 min • 40 min • 50 min • 60 min

A partir de 60 minutos, pode-se considerar as medidas suficientes desde que, nos úl­
timos 30 minutos de ensaio, os deslocamentos da cabeça do tirante não superem 5%
do deslocamento total do ensaio. Caso este limite seja superado, devem-se executar
medições a cada 30 minutos até que o limite não seja mais superado.

A norma ainda admite que as cargas tenham variação de mais ou menos 3% em re­
lação à carga e base do estágio. Esta tolerância se deve ao fato de que as medidas
são tomadas por meio de instrumentos muito sensíveis e que podem sofrer influên­
cia de variações de cargas ou perturbações nas proximidades.

Os deslocamentos da cabeça do tirante são medidos com dois extensômetros de re­


solução de 0,01 mm, instalados diametralmente opostos em relação ao eixo do ti­
rante. Por serem sensíveis, estes extensômetros devem ser fixados em base de leitura
constituída por uma viga apoiada em local fora da região de influência de deforma­
ções do terreno, bem como evitar o tráfego nas proximidades do local de ensaio.

I.7 .4 .3.2. Apresentação e interpretação

A interpretação será feita mediante o traçado dos seguintes gráficos, como mostra a
figura n° 33:

• log (tempo) x deslocamento

• carga x coeficiente de fluência


6
£
-----^P-----“1P---- »1,75 Ft
<»-----------------—
UJ > ■
—------- ' >— <»—<»1,50 Ft
< ______< ► -* 1----(h—<.1,25 Ft
5 <,--------- -— .— * »1,00 Ft
o_l <,------------------—----H
V)
<,----- .------------------< 1 "■<1 < »0,75 Ft
UI
a
10 20 30 40 50 60 LOG t(min.)

s~~s
r\

r\
r^\
r\
r~ \

/**>
Figura n° 33: Ensaio de flu ê n c ia

No gráfico log (tempo) x deslocamento, são obtidos graficamente os coeficientes de ."~'N


fluência para cada estágio de carregamento, sendo traçada uma reta média entre os
pontos medidos. 0 coeficiente de fluência é dado pela expressão:

d2-d,
CF =
log t2 - log t,

Onde:
CF- coeficiente de fluência
d2e d ,- deslocamentos em dois pontos quaisquer da reta rN
* ¡c V tempos correspondentes
r>

0 segundo gráfico é obtido com o lançamento dos coeficientes de fluência em fun­


ção da carga. Com este gráfico, pode-se obter o comportamento de fluência do tiran­
te de acordo com o acréscimo de carga. O

80 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
I.7.4.3.3. Aceitação

Para serem aceitos, os tirantes deverão ter coeficiente de fluência para a carga de
1,75 Ft com valor inferior ou igual a:

• 1 mm para bulbos em terrenos arenosos;

• 2 mm para bulbos em terrenos argilosos ou não-arenosos.

I.7.4.4. Ancoragem

A ancoragem do tirante à estrutura somente pode ser procedida de forma defini­


tiva após a constatação do bom desempenho do mesmo através do ensaio de re­
cebimento.

Independentemente deste fato, deve haver um planejam ento de incorporação,


de forma a não causar esforços não previstos nas estruturas durante as fases de
execução.

A falta de protensão pode permitir deslocamentos do maciço e deslizamentos, ou mesmo


recalque na cortina.

A norma NBR - 5629/1996 recomenda que a carga de incorporação F seja indicada no pro­
jeto e dentro do intervalo:

0,8 Ft < F. < 1,0 Ft

onde Ft é a carga de trabalho do tirante.

A ancoragem pode ser feita por meio de anéis e porcas (sistema Dywidag e ln-
cotep) ou com placas de ancoragem e clavetes de pressão (para tirantes de fios
e cordoalhas).

I.7.4.5. Bloco de proteção da cabeça do tiran te

A recente história das obras atirantadas tem mostrado que a parte mais sensível
de uma ancoragem está na cabeça e suas proximidades, principalmente por ação
das intempéries.

Os dispositivos mecânicos de fixação são seguros, excluindo defeitos de fabrica­


ção das peças.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ va n j o p p e r t jr. • 81
De uma maneira geral pode-se recomendar para a cabeça:

a) Após a incorporação, proceder à limpeza das partes metálicas e à aplicação de tinta


anticorrosiva, preferencialmente à base de resinas epóxicas.

b) Execução de capa de argamassa forte de cimento e areia, de forma a garantir um re-


cobrimento de pelo menos 2 cm de todas as partes metálicas.

c) Em regiões de atmosfera agressiva, como na orla marinha, é recomendável


a aplicação de cola para concreto no contato entre a estrutura e a argamas­
sa da capa protetora.

d) Em tirantes definitivos, é recomendável a utilização de um tubo adicional


de PVC, incorporado à estrutura, envolvendo os primeiros 0,40 m do trecho
livre. Este tubo deve ser injetado internamente com calda de cimento.

82 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r>

rx

rx

1.7.5. Check list

r\
\ Tirantes
A Check list Sim N ão Observações
!
.O
UI 1. Serviços prelim inares no canteiro de obras
o
''S a. Criar acessos à perfuratriz (ver com empreiteiro
- ! dimensões do equipamento)
i
t
b. Definir local para estocagem de materiais tais
r ' 1! como cimento e os tirantes
c. Definir local para montagem dos tirantes
H (bancada coberta com ponto de força próximo)
A d. Definir local para tanque de estocagem de água,
r\ batedores, etc.
e. Equipe de apoio
s~\ • serventes para limpeza da lama
H f. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
a • caminhão-toco ou trucado traçado
^\S • reservatório de água e/ou lama bentonítica
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões

/'■x 2 . Projeto dos tirantes


■H
r^ a. Locação em planta dos eixos dos tirantes
b. Vista frontal com locação dos tirantes
c. Corte transversal do arrimo e tirantes contendo
rN
comprimento livre e ancorado
r> d. Tabela contendo os tipos, cargas de trabalho e de
rN teste e classificação dos tirantes com relação
à utilização (permanente ou provisório)
rN e. Seqüencial executivo de escavação
f. Projeto estrutural definindo a estrutura de arrimo que
irá receber o tirante (projeto de formas e armação
ou estrutura metálica interagindo com o tirante)
■O

/~\
3. Execução dos tirantes
O
a. Locação do arrimo e dos tirantes
b. Inspeção dos equipamentos
^~\ ■ equipamento manual para furos até 100 mm
r> e com paredes estáveis até 12,00 m de
comprimento em sofo com pequena resistência
ao corte
■ perfuratriz com torque compatível com a bitola
a ser perfurada (400 kg x m para perfuração
entre 100 mm e 250 mm) em solo resistente
ao corte e/ou com paredes instáveis e/ou
com comprimento superior a 12,00 m

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. • 83
»
o
rs
rs
r >
r>
Tirantes
n
Check list Sim N ão Observações
rs
o
■ conjunto de tubos de revestimento caso
haja necessidade
■ misturador de alta turbulência com 1750 rpm. o
■ agitador com rotação mínima de 50 rpm.
■ abastecimento de água compatível com a o
necessidade da obra o
■ bomba de água com capacidade mínima de
20 m3/h e pressão maior que 40 m.c.a.
■ bomba de injeção de argamassa com vazão
e pressão compatível com a necessidade do
serviço (pressão mínima de 50 kg/m2)
o
■ mangueiras de alta pressão
■ obturador duplo
■ comando de injeção r>
■ tubo para lavagem de injeção
c. Montagem do tirante rs
■ corte dos elementos estruturais compatível o
com projeto (prever sempre 1,00 m a mais
o
para protensão)
■ limpeza e tratamento contra corrosão conforme rs
o local de aplicação do tirante o
■ montagem do tubo manchete com válvulas a
cada 50 cm no trecho ancorado o
d. Perfuração o
■ local livre de interferências superficiais
■ verificar se no alinhamento da perfuração
existe alguma interferência a montante do arrimo
■ existência de interferência impossível de ser ir
retirada induzindo à utilização de martelo de 1
rotopercussão ou reinicio da perfuração com ¡rs
i
inclinações horizontais para desviar das rs
interferências
■ existência de camada de areia grossa ou rs
pedregulho que possa ser "lavada" e/ou rs
comunicar com outro tirante, exigindo
rs
revestimento
■ existência de camada de argila muito mole .rs
que desagregue ao ser submetida a circulação rs
de água, exigindo revestimento
■ existência de camada instável, exigindo r'
revestimento r>
■ comprimento perfurado em conformidade rs
com o projeto
■ observar o comportamento dos furos já executados r<
próximos à perfuração de um novo furo rs
■ limpeza da perfuração com água
e. Implantação do tirante r>
■ implantação do tirante e execução simultânea rs
da bainha, ou
rs
r>
84 f u n d a ç õ e s e cont enções de edi f í ci os • ¡ v a n j o p p e r t jr. ■o
Tirantes

Check list Sim Não Observações

■ execução da bainha e implantação simultânea


do tirante
f. Injeção
■ após o prazo máximo de 24 horas da execução
da bainha, injetar a 1a fase (0,50 sacos por
manchete) anotando-se a pressão de abertura
da manchete e a pressão de injeção
■ a critério do consultor geotécnico, executar
as fases de injeção posteriores sempre no prazo
máximo de 24 horas após a injeção anterior
g. Protensão
■ prazo mínimo de 7 dias após a última fase
de injeção
■ prazo mínimo de 4 dias caso seja utilizado
cimento de alta resistência inicial
■ carga de teste conforme exigência de projeto
■ execução de ensaios de qualificação e fluência
■ verificação e interpretação dos resultados da
curva carga x deformação
■ inspeção visual das ancoragens
h. Proteção da cabeça do tirante
■ tubos de injeção e respiro
■ execução de bloco de proteção

A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 85
1.7.6. Problemas executivos e prováveis soluções

Tirantes

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Na etapa de perfuração

a. Durante a perfuração ocorre • interceptação de tubulação |perfurar novamente com mudança


perda de água da inclinação vertical

• interceptação de camada de cascalho t perfurar novamente utilizando


revestimento

• interceptação de fossa ou poço |perfurar novamente com desvio


horizontal

b. Durante a perfuração ocorre • existência de camada de areia com |perfurar novamente revestindo o furo
o desbarrancamento do furo ou sem água

c. Durante a perfuração ocorre • ocorrência de rocha ou matacão |utilizar martelo de rotopercussão


a interceptação de alguma ou entulho
interferência

• ocorrência de fundações vizinhas t perfurar novamente com mudança


de inclinação horizontal

d. Durante a perfuração ocorrem • abalo das fundações vizinhas devido +utilizar perfuração com ar comprimido
movimentações na edificação à injeção de água no solo
vizinha

• interceptação de estacas que |perfurar novamente mudando


compõem a fundação do vizinho a inclinação horizontal

2. Na etapa de injeção

a. Durante a injeção ocorre a • pressão de injeção está abalando as |diminuir o volume de injeção
movimentação das edificações fundações vizinhas por manchete e aumentar a
vizinhas quantidade de fases de injeção

t nos tirantes subseqüentes, perfurar


com diâmetro entre 15 e 20 cm
e aumentar o comprimento
de ancoragem

b. Durante a injeção ocorre o • ocorrência de vazios no solo ou |injetar várias fases para consolidar
vazamento de nata de cimento quebra de tubulação próxima o terreno
no vizinho (piso, tubulação, ao tirante
dreno, etc.)

86 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r.
Tirantes

Problem as executivos Prováveis causas Providências

c. Na primeira fase de injeção, a • ocorrência de argila dura |independentemente das pressões


pressão de abertura das de injeção, injetar várias fases com
manchetes e a pressão de controle de volume, e nos tirantes
injeção são muito altas, sendo subseqüentes perfurar novamente
difícil a introdução de nata de com diâmetro entre 15 e 20 mm,
cimento na região do bulbo aumentando o comprimento
ancorado.

d. Não existe aumento da pressão • ocorrência de falhas/vazios no solo +injetar várias fases para consolidar
de abertura das manchetes e de o terreno
injeção independentemente da
quantidade de fases de injeção

• ocorrência de argila muito mole | injetar várias fases com controle


de volume, e nos tirantes
subseqüentes perfurar novamente
com diâmetro entre 15 e 30 cm,
aumentando o comprimento
ancorado

3. Na etapa de protensão

a. Durante o ensaio de recebimento • o tirante não possui ancoragem | reinjetar o tirante


e/ou qualificação e/ou fluência, compatível com o carregamento
a carga no tirante não estabiliza

b. Após a primeira reinjeção, a carga + reinjetar várias vezes o tirante


do tirante continua não com controle de volume de nata
estabilizando

c. Após várias reinjeções, a carga • o bulbo de ancoragem não aumenta, t executar um tirante de reforço e,
do tirante não estabiliza apesar da introdução de mais nata nos tirantes subseqüentes, perfurar
de cimento (provável argila dura com diâmetro entre 15 e 20 cm,
que está fissurando com a injeção) implantar o tirante após a execução
da bainha e aumentar o
comprimento de ancoragem

d. Na verificação dos limites de


deformação (curva deslocamento
x força), a linha real encontra-se:

d1. Abaixo da linha "b" ou limite • tirante com comprimento livre | avaliar com consultor geotécnico
inferior (trecho livre não está muito longo, gerando atrito nas
deformando livremente) paredes

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. 87

/~\
'"N
Tirantes

Problem as executivos Prováveis causas Providências

• na perfuração ocorreu interceptação | avaliar com consultor geotécnico


de matacão ou similar
n
• na perfuração ocorreu desvio | avaliar com consultor geotécnico
devido à ocorrência de interferência
r
• não ocorreu nenhum dos itens | executar tirante de reforço ,^s
anteriores

d2. Acima da linha "a" (parte • deformação elástica está atingindo | reinjetar o tirante ou executar tirante
do trecho ancorado está além do trecho livre, mais da metade de reforço caso a reinjeção não seja
deformando como trecho do ancorado (falta de bulbo) viável ou eficiente O
livre)

•O

rs
r^

r\
rs
rs
r\

rs
T '
r^
r^
1 rs
rs
r\
n
r>
o
o

88 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.

."■>
Fund
A
A
A
A

A
A
A
A
A
A
A
A
A
A 11.1. Definições

j A fundação de uma edificação não é o item mais oneroso de uma obra, podendo o seu custo variar en-
tre 3% e 7% do custo total do empreendimento. Apesar disso, erros conceituais de projeto e vícios exe-
cutivos podem acarretar custos diretos e indiretos elevadíssimos, desde reforços e recuperação estrutu-
A ral até ações jurídicas de conseqüências imensuráveis.
A
^ A escolha correta de uma solução de fundações deve passar necessariamente por uma criteriosa análi-
j se técnica e econômica de várias alternativas, devendo ser ponderadas variáveis tais como as condições
das edificações vizinhas à obra, geotecnia local, viabilidade executiva e existência de mão-de-obra es-
^ pecializada para a execução da solução definida.
A
A O controle de qualidade das fundações deve iniciar-se pela escolha da melhor solução técnica e econô-
^ mica, passando pelo detalhamento de um projeto executivo e finalizando com o controle de campo da
^ execução do projeto. Nesta fase é comum que ocorram intervenções e modificações no projeto devido a
^ interferências enterradas, erros de locação, variação do solo, etc.

A Cada uma dessas etapas deverá ser feita ou acompanhada por um engenheiro especializado em solos,
A visando à busca da excelência dos serviços.
A
A
A
A
A
A
A
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • 91
rs

11.2. Fundações apoiadas diretam ente no solo


'
'-'N
11.2.1. M e to d o lo g ia ex e c u tiv a

Desde que seja tecnicamente viável, a fundação direta é uma opção interessante pois, para a sua
execução, não é necessária a utilização de equipamentos e de mão-de-obra especializada, bastan­
do para tanto a formação de equipe composta por serventes, carpinteiros e armadores. Isto torna rS
a fundação direta atraente no que se refere ao aspecto econômico.

No aspecto técnico citamos como itens positivos a facilidade de inspeção do solo de apoio aliado A
ao controle de qualidade do material utilizado no que se refere à resistência e aplicação.
rs
Estes fatos fazem com que a fundação direta seja a primeira solução a ser analisada quan­
do se inicia um estudo técnico e econômico para a escolha do tipo de fundação a ser u tili­ í rs
zado em uma obra.

As sapatas podem ter várias formas, conforme exposto abaixo: i rs


í
! rs
rs

rs
rs
rs
S a p a t a I s o la d a /•"V

I
rs
S a p a t a C o r r id a

rs .
r\
r\

rs

A s s o c ia d a
rs

rs
rs
R a d ie r
rs

rs
Figura n° 34: Tipos de Sapatas rs
rs
92 • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r. rs
rs
rs
rs
rs
Foto 08: Cava com concreto
m a g ro e detalhe da g a io la
da arm ação. Rua Pontins -
Santana

Foto 09: A rm ação de radier


com arran gu e de cinco
pilares. Rua Artltur Ramos

Foto 10: Sapata concretada


com erro de locação sendo
deslocada. Rua Vigário
Albernaz
11.2.2. Conceitos teóricos básicos

As fundações apoiadas diretamente sobre o solo devem trabalhar descarregando peso


da estrutura no terreno de apoio com tensões que não gerem recalques excessivos ou
rupturas.

As tensões de trabalho no solo, também conhecidas como tensões admissíveis ou taxa do


solo, são expressas em kg/cm2, t/m2, kN/m2 ou kPa. Elas são calculadas com base na expe­
riência de cada projetista de fundações que normalmente utilizam ensaios do campo tais
como sondagem tipo SPT, deep-sounding ou ainda dilatômetro de Marchetti.

Existem fórmulas empíricas que estimam a tensão admissível através de correlações com
o resultado de ensaios de campo e fórmulas que utilizam a resistência ao cisalhamento do
solo de apoio. Além da ruptura, também devem ser verificados os recalques das fundações
a fim de avaliar deformações diferenciais entre os pilares.

A seguir, estão relacionados alguns métodos para estimativa da capacidade de carga e re­
calques das sapatas:

• 1. MÉTODO EMPÍRICO DE TERZAGHI PARA ESTIMATIVA DA TENSÃO DE RUPTURA

Para se estimar a capacidade de carga pelo método deTerzaghi deve-se utilizar as seguin­
tes fórmulas:

• Solos argilosos rijos a duro e arenosos compactos a muito compacto - ruptura geral.

T - ^ * C.N.S+ 1 ,y.B.N . S + q .N .S
Tensão de ruptura = <Tf = — . t , ,

• Solos argilosos moles e arenosos fofos - ruptura local

T - . , 2 . C . n ; . S + 1 .y . B . N '. S + q . N' .S
Tensão de ruptura = a r = — c c — ' Y Y q q

Onde:
C- Coesão do solo (kN/m2)
y- Peso específico médio efetivo abaixo da cota de apoio da sapata
até a profundidade B (kN/m3)
(Se houver águ ayef = y sat- y w)
B- menor dimensão da sapata (m)
q- Pressão efetiva na cota de apoio da sapata(kN/m2)

94 / " • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Tabela h° 11 - Fatores de carga

0 (° ) R uptura geral R uptura local


NC N N'
Y N <, K Y n;
0 5,7 0 1,0 5,7 0 1.0

15 12,9 2 ,5 4 ,4 9 ,7 0 ,9 2,7

20 17,7 5,0 7,4 11,8 1.7 3 ,9

25 25,1 9 ,7 12,7 14,8 3,2 6 ,6

30 3 7 ,2 19,7 2 2 ,5 1 9 ,0 5,7 8,3

35 5 7 ,8 4 2 ,4 4 1 ,4 2 5 ,2 10,1 1 2 ,6
i

Tabela n° 12 - Fatores deforma


Sapata Sapata Sapata Sapara
q u ad rad a circular retan g u lar corrida
1 ,3 0 1,30 1,10 1,0

Sv 0 ,8 0 0 ,6 0 0 ,9 0 1,0

r S, 1,00 1,00 1,00 1,0

A
A Conclusões:
/^N
-Á Para solos argilosos (C > 0 ; 0 = 0)

a- Tensão de ruptura da sapata independe da sua largura (B).


b- Tensão de ruptura independe da presença de água abaixo do apoio da sapata,
c- A tensão de ruptura está relacionada ao embutimento da sapata no solo.
d- A sapata corrida tem capacidade de carga menor que as demais sapatas.
. t

Para solos arenosos (C = 0 ; 20° 0 < 40°)


A a- A tensão de ruptura da sapata depende da sua largura (B).
b- A presença de água abaixo da cota de apoio da sapata influencia na capacidade
A de carga da sapata.
c- A tensão de ruptura está relacionada ao embutimento da sapata no solo.
d- A sapata corrida tem capacidade de carga maior que as demais sapatas.
A
A Recomenda-se que seja adotado para a estimativa da tensão admissível do solo fator
A de segurança FS = 3.
A
'r u p
A o adm
j =•
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 95
r\

r\
• 2. CORRELAÇÃO ENTRE SPT E TENSÃO ADMISSÍVEL (oS)

A correlação que existe entre o número de SPT e a tensão admissível no solo pode ser expressa
pela fórmula abaixo:

Tensão admissível a = SPT ^ di° (kN/m2) ou SPT (kg/cm2)


0,05 5

Onde:
SPT médjo = média aritmética dos SPTs na região localizada entre a cota de apoio
da sapata e o término do bulbo de pressão.
2,0 B < L < 3,0 B
L- Profundidade do bulbo de pressão
B- Menor dimensão da sapata

Figura n° 35:
Região do SPT
médio

médio

Não se aconselha usar tensões acima de 4,0 kg/m2 sem uma análise mais profunda deste valor no
que se refere a recalques e ruptura.

• 3. CORRELAÇÃO ENTRE CPT E TENSÃO ADMISSÍVEL NO SOLO

A correlação entre o ensaio deep-sounding (CPT) e a tensão admissível no solo (Zs) pode ser ex­
pressa pelas fórmulas:

96 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
q c médio
(kN/m2) ou (kg/cm2) para solos arenosos
15

a = ou (kg/cm2) paraso,osargilosos

f
Onde:
I
'•S qc - tensão média de ponta do cone obtida no ensaio de CPT na região localizada

/-V entre a cota de apoio da sapata e o término do bulbo de pressão.
X 2,0B<L<3,0B
X L- Profundidade de bulbo de pressão
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Á
X
X
X
X
A 2,0B<L<3,0B
X
X
A
A • 4. Estimativa de recalques
A
A Quando se projetam fundações apoiadas diretamente no solo, devem ser verificados os recalques
A a que estarão submetidas as estruturas. No gráfico a seguir estão indicados os limites máximos
dos recalques diferenciais (diferença entre os recalques de dois pilares, dividida pela distância en­
A
tre eles) que uma estrutura pode absorver.
A
A 97
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
A

rs
^"L im ite a partir do qual é
de recear dificuldades
com m aquinaria sensfvel
aos assentam entos
r-s,

^ L i m i t e de perigo para
pórticos com diagonais
o-
^ L i m i t e de segurança
para edificios onde o
fendllham ento não é
aceitável

^"L im ite a partir do qual é de


e sp erar um a prim eira
fissura nos painéis

^ "L im ite a partir do qual é de


esperar dificuldades com
pontes rolantes

^ L i m i t e a partir do qual
se torna visível a
Inclinação de edifícios
rígidos altos

^ “C onsiderável fissuraçâo
em paredes de painel e
de tijolos

^ L i m i t e d e segurança
para paredes flexivets
de tijolos

^ L i m i t e a partir do qual é
de recear danos
estruturais de edificios
em gerai Figura n° 37: Recalgwes diferenciais máximos
/ “s

r^
Os recalques podem ter origem por deformações elásticas (recalques imediatos) ou por adensa­
mento (recalques lentos). r^,
r\
Com a fórmula abaixo pode-se estimar os recalques elásticos que uma sapata irá sofrer (válido
para sapatas apoiadas em solos homogêneos).

Fórmula da Teoria da Elasticidade

p. = o . B. —L l ii í— I
^\

Onde: r\
Pi- recalque elástico imediato rs
G- pressão aplicada pela sapata = gs rs
B- menor dimensão da sapata r*\
n- coeficiente de Poisson do solo r s
I- fator de influência, depende apenas da forma da sapata
módulo de elasticidade do solo r\
E-
r\

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r\
Tabela w° 13 - Parâmetros médios íio solo

Módulo de Peso específico (g) Ângulo Coesão


Tipo de solo Faixa de elasticidade Natural Saturado atrito efetiva
STP (t/m2) (t/m3) (t/m3) efetivo (f) (tf/m2)
Areia pouco 0 -4 2000 - 5000 1,7 1,8 25° -

siltosa / pouco
argilosa 5 -8 4000 - 8000 1,8 1,9 30° -
9 -1 8 5000- 10000 1,9 2,0 32° -
19-41 8000-15000 2,0 2,1 35° -

>41 16000 -20000 2,0 2,1 38° -

Areia média e 0 -4 2000 1,7 1,8 25° 0


fina muito
argilosa 5 -8 4000 1,8 1,9 28° 0,5
9 -1 8 5000 1,9 2,0 30° 0,75
19-41 10000 2,0 2,1 32° 1,0
Argila porosa 0 -2 200 - 500 1,5 1,7 20° 0,75
vermelha e
amarela 3 -5 500-1000 1,6 1,7 23° 1,5
6 -1 0 1000-2000 1,7 1,8 25° 3,0

>10 2000 - 3000 1,8 1,9 25° 3,0 a 7,0

Argila siltosa 0 -2 100 1,7 1,8 • 20° 0,75


pouco arenosa
(terciário) 3 -5 100- 250 1,8 1,9 23° 1,5
6-10 250 - 500 1,9 1,9 24° 2,0

11 -1 9 500-1000 1,9 1,9 24° 3,0

2 0 -3 0 3000-10000 2,0 2,0 25° 4,0

>30 10000- 15000 2,0 2,0 25° 5,0

Argila arenosa 0 -2 500 1,5 1,7 15° 1,0


pouco siltosa
3 -5 500- 1500 1,7 1,8 15° 2,0

6 -1 0 1500-2000 1,8 1,9 18° 3,5

11 - 19 2000 - 3500 1,9 1,9 20° 5,0

>20 3500 - 5000 2,0 2,0 25° 6,5

Turfa / argila 0 -1 40-100 1,1 1,1 15° 0,5


orgamca
(auaternário) 2 -5 100-150 1,2 1,2 15° 1,0

5 -8 8000 1,8 1,9 25° 1,5


Silte arenoso
pouco argiloso 9-18 1000 1,9 2,0 26° 2,0
(residual)
19-41 15000 2,0 2,0 27° 3,0

>41 20000 2,1 2,1 28° 5,0

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. 99
Tabela w° 14 - Coejkieitte de Poisson

Solo
Argila saturada 0.50
Argila não-saturada 0,30
Areia 0,35
Silte 0,30

Tabela n° 15 - Fator deforma I


Form a Circular Q u a d ra d a L/B = 2 L/B = 5 L/B = 5
I 0,85 0,95 1,30 1,83 2,20

• 5. Sapatas submetidas a flexo-compressão

Normalmente os pilares com maior inércia de um edifício absorvem os momentos e esforços ho­
rizontais provenientes do vento que atua na lateral da estrutura. Esses esforços chegam no nível
das fundações e devem ser dissipados no solo pela sapata.

As sapatas são dimensionadas para que na obra as tensões de trabalho no solo (a ) sejam constantes.

N
i1 B

tîîîîîîr
fig u r a n° 38: Crocjuis d a sapata isolada tra b a lh a n d o a compressão normal

Anec = N

Onde:
A nec - área necessária mínima
o s- tensão admissível no solo

100 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Quando uma sapata está submetida a esforços de flexo-compressão, desde de que os momentos sejam
provenientes de cargas acidentais tais como vento, a tensão deve ser verificada pela seguinte fórmula:

Figura n° 39: Croquis d a sapata isolada trabalhando


ajiexo-compressào

N M
máx/mín
Área W

Onde:
N- carga do pilar (kN)
Área - área da sapata = A x B
M- momento atuante (kN x m)
BxA2
W- momento resistente =.

A Norma Brasileira limita as tensões máximas e tensões mínimas como sendo:

máx
tensão de borda máxima < 1,3 o s
^mln tensão de borda mínima > 0

o max. + o mm.

• 6. Verificação de projeto

O projeto de fundações apoiadas diretamente no solo deve passar necessariamente pela verifica­
ção dos seguintes itens:

A. Análise da viabilidade técnica e executiva da solução adotada observando


os seguintes aspectos:

• Homogeneidade do solo abaixo do apoio.


• Necessidade de escavações muito profundas para atingir solos resistentes.
• Estabilidades laterais das cavas.

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. 101

/-"s
B. Adoção de tensões admissíveis corretas, verificadas pelos métodos expostos (confirmar capaci­
dade de carga e recalques).

C. Área da sapata projetada (deve ser maior ou igual à relação entre carga do pilar (N) e a ten­
são admissível ( a ).

A >•

D. A locação do centro da sapata deve coincidir com o centro de gravidade do pilar ou centro de
força de dois ou mais pilares.

E. Devem ser verificados à parte os pilares submetidos a flexo-compressão no que se refere a ten­
sões máximas e mínimas.

A seguir exporemos um exemplo de verificação de um projeto em fundação apoiada diretamente


no solo com tensão admissível no solo de a = 400 kN/m2 sem vento e a = 520 kN/m2 com vento.

Sapata B = 2,00 a 4,00 /a

\ argila siltosa s~\


rija a dura

r\
C = 200 kN/m2
n
0= 0
y = 19 kN/m3

n
r^.

Figura n° 40: Croíjwis de exemplo


de projeto de sapatas
r^
r ',

102 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A P1 (25x100) P2 (20 x 80)
A 3000 kN N = 2080 kN N = 3000 kN N = 3400 kN
A Mx = 150 k N . m
A Figura n° 41: Exemplo de cálculo
A
A
A 1. Verificação da tensão admissível de projeto:
A
• Pelo método SPT médio:
A
SPT médl0 , (20 + 21 + 1 9 + 20 + 20 + 21 + 19) ^ nnq
s~ 0,05 7

o = 400 kN/m2 OK ^

Pelo método Terzaghi:

a r = C . N c.Sc + . y1 . B . N y .Sy + q
^
. Nq .Sq

Onde:
q = 19 .2 ,00 = 38 kN/m2
y = 1 9 kN/m3
B = 2,00 (largura mínima da obra - sapata S2)

sapata S =1,1 f Nc = 5,7


retangular
(tabela n° 12) { Sy = 0,9
Sq = 1,0
0f = 0 <
(tabela n °11) v
Ny = 0
N = 1,0

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 103
o, = 200 . 5,7 .1,1 + — L _ . (19). (2,00). 0 .0,9 + 38 .1,0 .1,0 = 1.292 kN/m2

g s= = 1,292 = 430,7 kN/m2 OK ^


^ 3

2. Verificação de recalque

8 = o.B. (1 ~ ^ .I

Onde:
a = 400 kN/m2
B = 4,00 (maior dimensão da sapata S3)
|i = 0,30 (tabela n° 14)
I = 0,95 sapata quadrada (tabela n° 15)
E = 150.000 kN/m2
400 .4,00 . (1 - 0,302) . 0,95
= 0,0092 m = 0,92 cm
150.000

3. Verificação geométrica

• Sapata S1 do pilar P1

N = 3000 kN S1 (2,50 x 3,00)


M=O

Área da sapata = A . B = 2,50.3,00 = 7,50 m2

a = - S - + -J r- = Iv a = 400 kN/m2
5 Área W 7,50

• Sapata S2 do pilar P2

N= 2080 kN S2 (2,00 x 2,60)


M = 150 kN . m

104 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v ã n j o p p e r t jr. •
Área da sapata = A . B = 2,00 .2,60 = 5,20 m2

W = (2,00 . 2,602) -s- 6 = 2,25 m3


p M _ 2080 150 _ ^ > r 466'67 kN/m2 < 1.3 . a s
cr. =
A w 5-20 2(25 ^ 333,33 kN/m2 > 0

G _ ?i!ix_l_gmin_ _ 466,67 + 333,33 _ ^qq ^ ¡ m2 < a


médio 2 2 S

• Sapata S3 dos pilares P3 + P4

N = 3000 + 3400 = 6400 kN S3 (4,00 x 4,00)


M=0

Verificação do X = 1>80 • 3400— _ q gg m


rs |
v CF 6400

Área da sapata = A . B = 4,00 .4,00 = 16,00 m2

r-s a = N ,+ M . . = _ Í . 4.QQ = 4 0 0 kN/m2


rs Área W 16,00
r~\

rs
r^
rs
rs

rs
rs

/~N
rs
rs ,
r>
rs
rs
rs
rs
rs
r\
rs,
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 105
rs
^s
rs
rs
11.2.3. Check list

Sapatas

Check list Sim Não Observações

1. Serviços prelim inares no canteiro

a. Força trifásica (potencia mínima 20 kW)


b. Bancada de armação e carpintaria
c. Areia, pedra, cimento, madeira, aço
d. Bomba de recalque de 2"
e. Vibrador
f. Instalações sanitárias

2. Projetos de Fundações, Formas e Armação

a. Projeto de fundações
■ Locação dos C.G. dos pilares
■ Dimensões das sapatas
■ Indicar as vigas de travamento e vigas de alavanca
■ Interferência com talude provisório
(projeto de escavação)
■ Localização de poços de drenagem e
caixa d' água enterrada
■ Locação de sondagens
■ Compatibilização do projeto de fundação
com sistema de drenagem
b. Projeto de formas e armação
■ Especificação do concreto e aço
■ Locação dos pilares
■ Altura da sapata
■ Arrasamento das sapatas
■ Armação das sapatas e arranque de pilares

3. Execução das sapatas

a. Gabarito da obra contendo os eixos dos pilares


b. Boletim de controle da execução contendo:
■ nome e local da obra
■ identificação e dimensões teóricas
■ cota de apoio
■ verificação da locação
■ dimensões reais da sapata
■ controle do posicionamento da armação
■ consumo real de concreto
■ identificação do caminhão betoneira
■ resistência do concreto
c. Locação dos C.G. dos pilares e das sapatas
(conferência por triangulação)

106 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
Sapatas

Check list Sim Não Observações

d. Definição da cota de apoio das sapatas pelo


engenheiro de solos (função do solo de apoio,
proximidade com as outras sapatas e altura
estrutural das sapatas)
e. Informar o engenheiro estrutural sobre mudança
no comprimento dos pilares (problemas com
flambagem), caso haja necessidade de rebaixar
o apoio da sapata
f. Verificação do terreno de apoio pelo engenheiro
de solos
g. Concreto magro no fundo da cava que deve
estar limpa (sem lama e sem solo proveniente
do reaterro e sem égua)
h. Forma com medidas corretas, armação de arranque
dos pilares e viga de travamento de acordo com
o projeto
i. Concretagem
■ molhar formas
■ slump teste moldagem de corpo-de-prova
■ concreto com início de pega dentro do previsto
■ água adicionada está correta
j. Após a concretagem, reaterro da sapata compactado
manualmente ou com auxílio de sapo mecânico

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i :os • i v a n j o p p e r t ¡r. 107


11.2.4. Problemas executivos e prováveis soluções

Apesar da facilidade executiva, as sapatas costumam apresentar pequenos problemas relacionados


a erro de locação e concretagem. Os problemas mais comuns estão listados na tabela abaixo.

Sapatas
1 ^
Problem as executivos Prováveis causas Providências 1!< ^

1. Durante abertura da cava

a. Desbarrancamento • Solo arenoso | Escavar em talude ou executar


escoramento

b. Solo sem resistência quando na • Solo arenoso t Rebaixamento com ponteiras


presença de água

c. Água em excesso na cava, • Solo argiloso, abaixo do nível d'água + Bombeamento simples
mas o solo mantém-se firme

d. Fossa próxima ou interna à cava • Fossa antiga + Limpar a fossa e concretá-la


até o apoio da sapata

2. Após a concretagem

a. Sapata concretada em • Erro de locação | Demolir a sapata


local errado t Vigas de travamento
+ Macaquear a sapata deslocando
para o local correto

b. Concreto com resistência abaixo • Usina forneceu concreto de má | Verificar com engenheiro estrutural
do especificado qualidade as condições de segurança
da sapata
| Reforço estrutural

c. Arranque dos pilares estão errados • Erro de obra t Implantar armação adicional

108 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
11.3. Tubulões a céu aberto

11.3.1. Metodologia executiva

Os tubulões a céu aberto são executados com a abertura (manual ou mecânica) de um poço até
que seja atingido um solo de boa qualidade. Após a abertura do poço executa-se o alargamento
de uma base objetivando-se a distribuição das cargas de maneira uniforme no terreno de apoio.

Apesar de necessitar de mão-de-obra especializada, composta por poceiros ou perfuratriz rotati­


va, o tubulão é uma solução atrativa no que se refere ao aspecto econômico, pois, além da mão-
de-obra de escavação ser extremamente barata, ele é preenchido por concreto simples (sem ar­
mação e sem formas) com baixo consumo de cimento.

Contudo, deve-se ficar atento à prática comum de reajustes do preço da mão-de-obra das esca­
vações em função da dificuldade de corte e retirada do material do poço. Tal fato ocorre quando
o material escavado é composto por argila e siltes de consistência rija a dura ou existem pedre­
gulhos e/ou matacões no subsolo.

A ocorrência de água também gera reajustes nos preços de escavação em função das dificulda­
des já citadas.

Tecnicamente a adoção de tubulões é uma excelente opção de fundações, pois ela possibilita a
verificação "in loco" do solo de apoio e das dimensões finais da escavação do fuste e da base.
Deve-se levar em consideração a viabilidade executiva deste tipo de fundação já que problemas
relacionados a desbarrancamentos, excesso de água, gases e matacões de grande porte podem
inviabilizar a sua execução.

Aconselhamos, portanto, sempre a abertura de poço de prova para que seja verificada a estabili­
dade das futuras escavações do terreno em análise.

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 109
Figura n° 42: detalhe típico do tubulào

110 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
t-'y

r-\ 11.3.2. Conceitos básicos teóricos

Devido às grandes dimensões da base em relação ao fuste, os tubulões trabalham por pon­
rs
ta, ou seja, toda a carga vertical proveniente da estrutura é distribuída uniformemente na
rs base sem ser levada em consideração a resistência lateral que existe entre o fuste e o solo.
No cálculo também é desprezado o peso próprio do concreto de enchimento do tubulão,
/“'i de tal sorte que, para o dimensionamento do fuste e da base, utiliza-se a carga provenien­
te da estrutura.

• 1. Dimensionamento do fuste

0 fuste do tubulão é dimensionamento para que o concreto de enchimento do tubulão tra­


balhe a compressão simples, sem a necessidade de armação.

Normalmente se utiliza o concreto de enchimento do tubulão com fck > 13,5 MPa que re­
r\
sulta, após a aplicação dos coeficientes de majoração de carga e minoração de resistência
rs do concreto, tensão de trabalho do concreto de a c = 5000 kN/m2. Esta tensão pode ser au­
rs mentada caso utilize-se concreto com resistências maiores. O ideal é a utilização de con­
rs creto auto-adensável com slump de 9 ± 2 cm para garantir o total preenchimento do tubu­
rs lão sem vazios.
-

No caso de tubulões submetidos a flexo-compressão com esforços horizontais atuando si­


rs
multaneamente, devem ser verificados as condições de rigidez do tubulão, os deslocamen­
rs tos e solicitações que atuarão nestas fundações e dimensioná-la como uma peça de con-
ereto armado.
rs
Portanto, para fustes submetidos a compressão simples e preenchidos com concreto com
fck > 1 3 ,5 MPa:

rs
Área n . d2
nec fuste a 5Q Q 0 4
rs c

rs
rs Onde:
rs d - Diâmetro do fuste (mínimo = 70 cm)
r^ P- Carga no Pilar (kN)
rs g c- Tensão de trabalho do concreto (kN/m2)
rs
(A dimensão mínima do fuste escavado manualmente é de 70 cm)
rs

r\
• 2. Dimensionamento da base
rs
r-, A base do tubulão é dimensionada para trabalhar com a tensão admissível do solo (as), sem
/~\ a necessidade da utilização de armadura.

O formato da base em planta pode ser circular ou em falsa elipse, conforme os croquis abaixo:
rs
rs
r\
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 111
r\
rs,
r~s
rs

r\
O

r'
o
Figura n° 43: Formatos dos Tubuíôes em P la n ta
^'
Portanto, a área necessária do tubulão para cada base será: o
k , D2 P
Base circular
O
O
Onde:
P- Carga do pilar (kN)
g s- Tensão admissível no solo (kN/m2)
o

• Base em falsa elipse


o
Área nec = + %. D = —— o
4 a" a $
o

Onde:
D- diâmetro do trecho circular (m) r-
X- alongamento da base (m) o

Para que a base não necessite de armação na sua parte inferior, o concreto de enchimento o
deve absorver as tensões de tração geradas nesta região. Tal fato ocorre para os tubulões
preenchidos com concretos de fck > 13,5 MPa, tensões no solo de 200 < a s< 600 kN/m2 e
ângulo do disparo com a horizontal a = 60°. o
o
O tubulão também deve contar com um rodapé para garantir que na base o concreto pos­
n
sua uma espessura mínima de 20 cm.

S-\
r^
o
o
r\

o
112 • f u n d a ç õ e s e : - t o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ van j o p p e r t jr. • o
o

rs
r*.
Assim sendo, a altura da base do tubulão deverá ser:

Base circular h = tg 60°. ~^


2

Base em falsa elipse h = tg 60°. ^ +.%.~ ^

(Por razões de segurança, recomenda-se uma altura máxima de 2,00 metros.)

• 3. Capacidade de carga

A capacidade de carga dos tubulões pode ser obtida por meio de fórmulas empíricas, com
algumas restrições, e por meio de correlações de ensaios de campo (SPT e CPT).

a. Método Empírico de Terzaghi para estimativa da tensão de ruptura

Para se estimar a capacidade de carga pelo método de Terzaghi, deve-se utilizar as seguin­
tes fórmulas:

Solos argilosos rijos a duro e arenosos compactos a muito compacto - ruptura geral
1
Tensão de ruptura = a r = C . Nc. Sc + —— . y . B . N^.S + q . Nq. Sq

Solos argilosos moles e arenosos fofos - ruptura local


") 1
Tensão de ruptura = c r = — - — . C . I^c. Sc + — - — y . B . N'y . Sy + q . Nq . Sq

Onde:
C- Coesão do solo (kN/m2)
y- Peso específico médio efetivo abaixo da cotade apoio do tubulão
até a profundidade B (kN/m3)
(Se houver água \ ef = ^ saX~ K ^
B- menor dimensão do tubulão (m)
q- Pressão efetiva na cota de apoio do tubulão (kN/m2), limitada a um
valor máximo calculado de "10 x d" de profundidade
*

Tabela n° 16 - Fatores de carga - Terzagki


if rS

R uptura geral R uptura local ' : r,


0 (° )
Nr N, K n; n; : rs
0 5 ,7 0 1,0 5,7 0 1,0
: ^
15 1 2 ,9 2 ,5 4 ,4 9 ,7 0 ,9 2,7 ! ^
20 17,7 5 ,0 7 ,4 1 1 ,8 3 ,9
rs
1,7

25 25,1 9 ,7 12,7 14,8 3 ,2 6 ,6


rs
30 3 7 ,2 19,7 2 2 ,5 19,0 5,7 8 ,3
rs
35 5 7 ,8 4 2 ,4 4 1 ,4 2 5 ,2 10,1 12,6 rs
rs

Tabela n° 17 - Fatores deform a - Terzaqhi .


i rs

Tubulão Tubulão falsa rs


circular elipse rs
Sc 1,30 1,10 rs

S 0 ,6 0 0 ,9 0
rs
y
r^
1,00 1 ,00
rs

Conclusões:
rs
rs
Para solos argilosos (C > 0 ; 0 = 0)
.r s

a. Tensão de ruptura do tubulão independe da sua largura (B). rs


b. Tensão de ruptura independe da presença de água abaixo do apoio do tubulão. rs
c. A tensão de ruptura está relacionada ao embutimento do tubulão no solo. rs
r^>
r>
Para solos arenosos (C = 0 ; 20° < 0 < 40°)
rs
a. A tensão de ruptura do tubulão depende da sua largura (B). rs
b. A presença de água abaixo da cota de apoio do tubulão influencia na capacidade rs
de carga do tubulão. r^
c. A tensão de ruptura está relacionada ao embutimento do tubulão no solo.
r>
Recomenda-se que seja adotado para a estimativa da tensão admissível do solo r^
fator de segurança FS = 3 r>,
r>
rs

r^

114 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • rs
rs

r>
• 4. Correlação entre SPT e tensão admissível no solo ( o )

A correlação que existe entre o número de SPT e a tensão admissível no solo (cfs) pode ser
expressa pela fórmula abaixo:

• Para tubulões "longos":

Tensão admissível o. = SPT médio— (kN/m2) ou SPT médio


(kg/cm2)
0,03

• Para tubulões "curtos":


SPT SPT médio
Tensão admissível o. = (kN/m2) ou (kg/cm2)
0,04

Onde:
SPT médlo - média aritmética dos SPTs na região localizada entre a cota de apoio do
tubulão e o término do bulbo de pressão.
2,0 B < L < 3 ,0 B
L- Profundidade do bulbo de pressão

A Não se aconselha usar tensões acima de 600 kN/m2 para argila e 800 kN/m2para areias
A sem uma análise mais profunda deste valor no que se refere a recalques e ruptura.
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A Figura n° 45: Profundidade do Bulbo de Pressão com a

A Sondagem tipo SPT

A
A
115
A • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
/

• 5. Correlação entre CPT e tensão admissível no solo (a )

A correlação entre o ensaio deep-sounding (CPT) e a tensão admissível no solo (a s) pode


ser expressa pelas fórmulas:

o = — ck.médi.°, (kN/m2 ou kg/cm2) para solos arenosos (a < 800 kN/m2)


10

a s = __ üc. ( kN/ m2 ou kg/cm2) para solos arenosos (as < 600 kN/m2)
8

Onde:
qc - tensão média de ponta do cone obtida no ensaio de CPT na região
localizada entre a cota de apoio do tubulão e o término do bulbo de pressão.
2 ,0 B < L < 3 ,0 B
L- profundidade de bulbo de pressão

Figura w° 46: Profund id ad e do bulbo de pressão com ensaio CPT

116 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t jr. •
• 6. Verificação de projeto

0 projeto de fundações em tubulões deve passar necessariamente pela verificação dos se­
guintes itens:

A. Análise da viabilidade técnica e executiva da solução adotada, observando-se os seguin­


tes aspectos:

• Estabilidade das escavações do fuste e da base

• Presença de água aliada a silte e/ou areia

• Presença de água em excesso

• Presença de matacões

• Presença de solos de baixa resistência abaixo da cota de apoio do tubulão

B. Adoção de tensões admissíveis corretas, verificadas pelos métodos expostos (verificar ca­
pacidade de carga e recalques).

C. Área da base deve ser maior ou igual à relação entre a carga do pilar (P) e a tensão ad­
missível (a )

A> P

A
D. O disparo da base deve formar um ângulo de 60° com a horizontal
A
A
E. O tubulão deve estar centrado no centro de gravidade ou no centro de força dos pilares.
A
A
r- 1 F. Devem ser verificados deslocamentos e armação dos tubulões submetidos a flexo-com-
pressão e esforços horizontais de acordo com a sua rigidez (tubulão curto ou
longo).
A
A A seguir estaremos demonstrando um exemplo de verificação de um projeto de dois tubulões.
A
A
A
A
A
A
A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 117

r\
2.60
f f
r\
r *s

rs
P1 (20 X 60) P2 (20 X 60)
3500 kN 2600 kN
{ d = 95 { d = 85
D = 300 D = 200 - 300
h= h = 1,90

rs

Argila arenosa mole a média rs


r-s
7 = 1 5 kN/m3 o

,r \

Silte arenoso compacto


r^
C = 50 kN/m2
0 = 20°
y = 19 kN/m2 rs
r>

r~\
r-N
r's

r>
r>
Figura n° 47: croquis de exemplo de projeto de twbulòes
^s
118 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r>
6.1. Verificação da tensão admissível no solo

• Método do SPT

0 -------S P I ^ = (16 + 1 4 + 1 5 + 15 + 16 + 14) ^ otQ3 = soo kN/m2 0 K ^


0,03 6

• Método de Terzaghi

o, = C . N ,. 5 c+ _ ! _ . T .B .N r .S ,+ q .N „.S
q
,q

Onde:
C = 50 kN/m2
y = 1 9 kN/m3
B = 2,00
q = 5 ,5 0 .1 5 + 1 ,5 .1 9 = 111,00 kN/m2

Base
falsa elipse f S=1 = 1,10
i S = ° 90 0 = 20°
r N = 1 7 ,7
< Ny= 5 ,0
l Sq == 1'
1,00 I N = 7.4

o = 5 0 .1 7 ,7 .1 ,1 +- .1 9 . (2,00). 5 .0,9 + 111,0 .7 ,4 .1 = 1880 kN/m2

= 1880 = 627 kN/m2 0K ^


3,00

6.2. Verificação dos tubulões

b.1. Fuste ..
o. <5000kN/m >= -----------ÎL
área fuste

b.2. Base
o < 500 kN/m2 = car9a Pllar----------- ü-
área base A.

b.3. Altura
h > 0,87 (D - d) para base circular
h > 0,87 (D + X - d) para base em falsa elipse

Pilar Carga Área do fuste Tensão do concreto o Área da base Tensão no solo a
(kN ) (mJ) (k N /m 2) (m J) (k N /m 2)

P1 3500 0,71 4929 (OK) 7,11 492 (OK) ^


P2 2600 0,57 4561 (OK) o 5,14 505 (OK) ^

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 119

o
r
ü
11.3.3. Check list

Tiibwlões a céu aberto

Check list Sim Não Observações

1. Serviços prelim inares no canteiro-de-obra

a. Força trifásica (potência mínima de 20 kW)


b. Bomba de recalque 2" ou 3"
c. Bancada de armação e carpintaria
d. Equipamentos para escavação manual
■ sarilho com estrutura de aço com catraca
■ vanea, picareta, pá, balde
■ equipamentos de segurança
e. Areia, pedra, cimento, madeira, aço
f. Vibrador
g. Instalações sanitárias

2. Projetos de Fundações

a. Locação do fuste do tubulão em relação


ao C.G. do pilar
b. Indicação das vigas de travamento e alavancas
c. Dimensões dos tubulões (fuste, base, altura)
d. Previsão de cota de apoio e tensão admissível
adotada no projeto
e. Locação de sondagens
f. Detalhe da armação do fuste dos tubulões
g. Quantitativo da armação
h. Especificações do concreto e aço
i. Indicação de interferências com plano de escavação
dos taludes provisórios
j. Seqüencial executivo de abertura e concretagem
dos tubulões

3. Projeto de Estrutura de Concreto Arm ado


dos Blocos de Coroam ento

a. Locação em plantas dos pilares e blocos


de coroamento
b. Cota de arrasamento dos tubulões
c. Detalhe dos blocos (arrasamento, altura, largura,
comprimento)
d. Armação dos blocos e arranque dos pilares
e. Quantitativo de armação
f. Detalhe típico da interface do tubulão com bloco

120 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
M
A
A
TUtmlões a céu aberto
A
Check list Sim Não Observações

r~\ 4. Execução dos tubulões

a. Locação dos tubulões (conferencia por triangulação)


b. Boletim de controle da execução contendo:
A ■ nome e local da obra
-i ■ identificação e dimensões teóricas do tubulão
Í ■ cota de apoio
/A ■ verificação da locação
A ■ comprimento escavado e concretado
■ dimensões finais da base
A ■ consumo real de concreto
A ■ identificação do caminhão betoneira por tubulão
j ■ slump e resistencia do concreto
■ excentricidades
A c. Definição da cota de apoio pelo engenheiro de solos
d. Inspeção do solo de apoio pelo engenheiro de solos
para a liberação da abertura de base
e. Inspeção da base para a liberação da concretagem
A do tubulão pelo engenheiro de solos
f. Posicionamento da armação
g. Moldagem de corpo-de-prova para romper
A aos 7,14 e 28 dias
A h. Slump test (9 ± 1 cm)
i. Poceiro adensa e espalha o concreto na base,
A pisoteando-o
Ai j. Concretagem até a cota de arrasamento do tubulão
acrescida de 5 cm (borra)
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A

A
A

A
A
A
121
A f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f i c i o s • i v a n j o p p e r t jr.

y~\

r\
•V-'v

11.3.4. Problemas executivos e prováveis soluções

Os problemas mais comuns observados nos tubulões estão relacionados às dificuldades executi­
vas (ocorrência de desbarrancamento, água, gases) e à má qualidade do concreto de enchimento »
rA
dos tubulões.

Passamos a relacionar as patologias e erros executivos mais freqüentes, bem como as providências
a serem tomadas, objetivando saná-los.

TUbülões a céu aberto

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a escavação
dos tubulões

a. Desbarrancamento do fuste • Presença de solo mole +Revestir a região que desbarranca


• Presença de entulho ou areia com cambota de madeira ou tubo
com água de concreto

b. Desbarrancamento da base • Presença de argila siltosa dura 1Aumentar a altura da base


com água

• Presença de areia e água t Ar comprimido


1Ponteira de rebaixamento
c. Presença de gases • Matéria orgânica ou solo residual 1Circular o ar com auxílio de
compressor de ar ou similar

d. Presença de rocha ou argila dura • Matacão ou material muito coesivo t Escavar com martelete a ar
comprimido com pá na ponta

e. Presença de água sem • Lençol subterrâneo 1Utilizar bomba de recalque de 0 2"


desbarrancamento de saída

f. Presença de fossa próxima ou • Fossa antiga 1Limpar a fossa e concretá-la até a


dentro da base cota de apoio do tubulão

2. Durante a concretagem

a. Água em excesso • Água do subsolo t Utilizar bomba de recalque de 0 2"


de saída

b. Desbarrancamento durante 1 Interromper a concretagem e limpar


a concretagem o solo do desbarrancamento

c. Falta de concreto no fuste durante • Usina interrompeu a concretagem 1 Deixar a superfície plana e implantar
a concretagem ou erro na cubicagem armação de arranque para
"costurar" a junta

122 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
r'·v .

Os
Tütmlões a céu aberto
o,
/"S I Problem as executivos Prováveis causas Providências
O
o 3. Após a concretagem
O:
a. Falta de armação de topo • Erro de obra ou a armação deslocou I Implantar a armação por meio
O 1' no tubulão durante a concretagem de perfuração e cola
O
b. Baixa resistência do concreto • Usina forneceu concreto # Verificar fator de segurança
de enchimento dos tubulões de má qualidade do fuste e base
O | Executar reforço da fundação

c. Erro de locação • Erro da obra | Executar viga de travamento


o ' e/ou tubulão de reforço
i
o;
y s !¡

- I

t
o
r~\
r^-
O
O
O

O
O
o
o
o
o
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/""N
O
o
o
o
o
o
o
o
o 123
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
o
o
11.4. Fundações profundas em estacas

11.4.1. Conceitos teóricos básicos Os

• 1. Definições

As estacas são elementos esbeltos, implantados no solo por meio de percussão ou pela pré­
via perfuração do solo com posterior concretagem, podendo, dessa forma, serem classifica­
das estacas cravadas e estacas escavadas. Outra forma, mais usual, de se classificar as es­
tacas é separá-las em dois grupos, conforme o exposto:

Tabela n° 18 - Tipos de estacas

Tipos de N om e Técnica de Limitações


estaca im plantação no solo

Pré-moldadas Concreto Cravação (percussão ou estética) • vibração


• matacões
• acesso
Cravação (percussão ou estática) • matacões
O
>

• acesso
I

Madeira Cravação (percussão) • vibração


• matacões
• apodrecimento
Moldadas Broca mecânica Escavada sem revestimento • desbarrancamento
"in loco" • lençol freático
• matacão
• acesso
• profundidade máxima de 25 metros

Strauss Escavada com revestimento • lençol freático e areia com água


na ponta
• camada espessa de solo mole
• solo de difícil corte (SPT > 20)
• matacões
• profundidade máxima de 18 metros
Franki Cravada com revestimento • vibração
• camada espessa de solo mole
• matacões
• profundidade máxima de 18 metros
• acesso
Hélice contínua Escavada sem revestimento • camada espessa de solo mole
• profundidade máxima de 24 metros
• matacões
• acesso

Barrete e estacão Escavadas com auxílio de lama • matacão


bentonítica • acesso

Raiz Escavadas com revestimento • camada espessa de solo mole

124 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. •
• 2. Capacidade de Carga de Estacas

As estacas dissipam a carga proveniente da estrutura por meio de resistência lateral e re­
sistência de ponta (R total = R ponta + R lateral).

Também existem limitações de resistência das estacas no que se refere à estrutura que as
compõe (concreto simples, armado ou aço).

Pode-se estimar a capacidade de carga de uma estaca por meio de correlações de ensaios
executados no campo tipo SPT e CPT.

A grande maioria dos métodos utiliza a seguinte fórmula básica para o cálculo da carga de
ruptura da estaca:

R, = r,.U 1.L
r-N
Rt= R, + Rp

«W pA
Onde:
Rt - resistência total (kg ou tf ou kN).
^ R, - resistência lateral (kg ou tf ou kN).
r-y R - resistência de ponta (kg ou tf ou kN).
j r, - resistência unitária lateral ou aderência lateral ou atrito lateral,
Oi a ser calculada empiricamente (kg/cm2 ou tf/m2 ou kN/m2).
U, - perímetro lateral da estaca (cm ou m).
^1
/-'V
L- profundidade da estaca (cm ou m).
rp - resistência unitária de ponta ou tensão de ponta
r \!
-I (a ser calculada empiricamente) (kg/cm2 ou tf/m2 ou kN/m2).
Ap - área da ponta da estaca (cm2 ou m2).
í

Nota-se que os métodos sempre estão visando estimar a resistência unitária lateral (r() e a
~l resistência unitária de ponta (rp), posto que os demais itens são características geométri-
"N cas da estaca.

2.1. Método de Decourt e Quaresma

O método proposto pelos engs. Luciano Decourt e Arthur Quaresma estima a resis­
tência unitária lateral (r,) e resistência unitária de ponta (rp), tomando-se por base o
^ ! resultado do ensaio de SPT.

^ S P T méd.pj— + . 1 0 (kN/m2)
O r,=
'-'"N

rp = SPTmédio
... pn. K

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 125

/-' n
SPTmédio, - média aritmética dos SPT's que envolvem o fuste das estaca,
desprezando-se o SPT da ponta e o anterior (utilizar SPT mínimo = 3)
SPT méd|op - média aritmética entre os SPT's da ponta, o anterior e o posterior.
K- coeficiente que depende do solo

O método também prevê fatores de correção minorando a resistência lateral e de ponta


das estacas, levando-se em consideração o procedimento executivo de cada estaca:

Tabela n° 19 - Coerciente "K"

Solo K
(kN/m2)
Argiloso 120
Silte argiloso 200
Silte argiloso 250
Areia 400

R, = z i . (r„. U . ALf . p)
Rp = rp . Ap . a
Rt = R, + Rp

Tabela H ° 20 - Fílto^es {3 ( p a m correção ã a resistência lateral)

Estacas Escavadas Escavada com lama Hélice


Solo cravadas em geral bentonítica contínua Raiz
Argila 1,0 0,80 0,90 1,00 1,50

Solo intermediário 1,0 0,65 0,75 1,00 1,50

Areias 1,0 0,50 0,60 1,00 1,50

Tabela H ° 21 - Fatores a (para correção á a resistência de ponta)

Estacas Escavadas Escavada com lama Hélice


Solo cravadas em geral bentonítica contínua Raiz
Argila 1,0 0,85 0,85 0,30 0,85

Solo intermediário 1,0 0,60 0,60 0,30 0,60

Areias 1,0 0,50 0,50 0,30 0,50

Para terrenos com várias camadas de solo, a resistência total lateral (R,) será a soma­
tória das resistências laterais parciais de cada solo. Para a obtenção da carga admis­
sível das estacas, devem-se aplicar os seguintes fatores de segurança:
R. R, R
2.2. Método de Aoki e Velloso

0 método, proposto pelos eng. Nelson Aoki e Dirceu Velloso, estima a resistência uni­
tária lateral (r,) e a resistência unitária de ponta (rp), tomando-se por base o resulta­
do do ensaio de CPT (deep souding).

Onde:
qc- resultado médio da resistência de ponta do cone no ensaio de
CPT da camada de solo em análise;
a - fator de correlação da resistência de ponta e resistência lateral do
cone no ensaio de CPT (depende do tipo de solo);
F1 e F2 - coeficientes que dependem do tipo de estaca.

Tabela n° 22 - Fatores F1 e F2
Estaca F1 F2
Pré-moldada 1,75 3.50
Escavada 3,00 6,00
Franki 2,50 5,00

R ,= : Ii.( r u . U . A g
Rp = rp .A p
Rt = Rl + Rp

Para a obtenção da carga admissível das estacas, deve-se aplicar o seguinte fator de
segurança:

adm 2

O método também estima os resultados de resistência de ponta do cone no ensaio de


CPT, utilizando-se a correlação e a tabela abaixo:

qc = K . (SPT)

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 127
Tabela n° 23 ■Fatores K e a
Solo K a
(kN/mJ) (%)

areia 1000 1.4


areia siltosa 800 2,0
areia silto-arqilosa 700 2,4
areia argilosa 600 3,0
areia argilo-siltosa 500 2,8
silte 400 3,0
silte arenoso 550 2,2
silte arenoso arqiloso 450 2,8
silte argiloso 230 3,4
silte argilo-arenoso 250 3,0
argila 200 6,0
argila arenosa 350 2,4
arqila areno-siltosa 300 2,8
argila siltosa 220 4,0
argila silto-arenosa 330 3,0

Quando se utiliza o ensaio de SPT para o cálculo de R, e Rp, obtém-se:

R, = ^(SPTmédi0|.K i . a i .ALi . U ) . F 2
Rp = (SPTpon,a .K .A p) + F1

R, = rl + Rp

Onde:
SPTmedio
... - média aritmética de SPT's da camada em análise;
SPTpon,a - SPT da ponta da estaca.

Para a obtenção da carga admissível das estacas, deve-se aplicar o seguinte fator de
segurança:

• 3. Verificação de P rojeto

Um projeto de fundações em estacas deve ser verificado com relação a alguns itens
básicos:

a. Viabilidade executiva da solução adotada;


b. Cálculo da capacidade de carga das estacas para as sondagens, comprimentos
e arrasamentos adotados em projeto;

128 • f u n d a ç õ e s e contenções de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •
M
rs
A
c. Quantidade de estacas adotadas em cada pilar compatível com a capacidade
3
de carga das estacas calculada no item "b".
4
d. Distância mínima entre as estacas (normalmente se adota para pré-moldadas
rA d > 2,5.0 e moldadas "in loco" d > 3,0.0).
e. Coincidência do centro de estaqueamento com o centro de gravidade ou o cen­
a tro de força dos pilares.
A A seguir estaremos expondo um exemplo prático de verificação de um projeto de es­
tacas tipo broca mecânica 0 30cm para 200 kN/estaca.
A
A
80 45 * 45 y
-I
57
A
A ~1
A KT1
A CF LO
J

j

j
1 ki k'
jf 45 45
4 0 30 4 0 30
L = 1 0 ,0 0 1 = 10,00 L = 10,00

P1 (25 x 70) P2 (25 x 40) P3 (20 x 50) P4 (20 x 70)


600 kN 200 kN 500 kN N= 700 kN

4 ÍvÇ= 70 kN/m
i
H Figura n° 48:
~< exemplo de projeto de
A estaqueamento
■1
a
A■^i

' l

/- n|

/•'n Perímetro da estaca = n . 0,30 = 0,94 m


n . 0,302
Área de ponta = 0,07 m2

r"\
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 129

r>
3.1. Projeto Geométrico

• Verificação do Estaqueamento

Pilar P1 N = 600 kN 30 30 cm
N M... x: M .y 600
' ± ± 0 ± 0 = 200 kf\l
Ix 2 Ix 2

Pilar P2 + P3 N = 200 + 500 kN 4 0 30 cm

Cálculo => x , = (0 • 200) + (80 ■500) g5 cm


" 200+500

N M y.x .■ M.y. 200 + 500


R= • x
-± 0 ± 0 = 175 kN
Ix 2 Ix ,2

Pilar P4 N =7_QQ kN M.. = 70 kN . m

EXj2 = (0,452) . 4 = 0,81

* = 0,45 _ ^
N M . x. ± M.y. = 700 ± 70 .0,45 = 175 + 38,9 = 213,9 kN
R = — ± — l—— — — - --------- -------------
n Ix 2 ly 2 4 0,81 1 7 5 -3 8 ,9 = 136,1 kN

Tabela n° 24 - verificação básica de projeto


Cargas atuantes Diâmetro Aprovado
Carga Momento Momento da estaca Capacidade Quantidade Carga em
normal projetada de carga de estacas cada estaca
K t f
Pilar (kN) (kN x m) (kN x m) (cm) (kN) (kN) sim não

P1 600 — — 30 200 3 200 X

P2 + P3 200 + 500 — — 30 200 4 175 X

P4 700 --- 30 200 4 175 ± 38,9 X


70

3.2. Verificação da Capacidade de Carga das Estacas

a. Método Decourt Quaresma

130 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
Resistência la te ra l

Solo 1: areia fina


L = 4,00

SPTmed
...io.=
I _ ^ ± .5 Í ^4 + 5 = 5

areia p = 0,50 (tabela n° 20)

r, = + lj .1 0 = 26,7 kN/m2

R, = U . L . r ,. (3 = 0,94 .4,00 .26,7 .0,50 = 50,20 kN

Solo 2: argila pouco arenosa


L = 6,00
CDT _ 10 + 1 1 + 9 + 1 0 + 1 0 _ in
’ médioe çj~

argila p = 0,80 (tabela n° 20)

rJ = p |- + ij .1 0 = 43,33 kN/m2

R, = U . L .r,. p = 0,94 .6 ,0 0 .4 3 ,3 3 .0,80 = 195,50 kN

Resistência de Ponta

Solo 2: argila pouco arenosa


a = 0,85 (tabela n°21)
SPT - 12 + 20 + 28 - 20
J r l médio p 2

argila K = 120,00 kN/m2 (tabela n° 19)

Rp = SPT.médio
K . Anp
= 2 0p.1 2 0 .0,07 = 168 kN

Resistência admissível
195,5 + 1 6 8
adm 2 2

OU
R. R 50,2 + 195,5 168
RJ = — !— + — E -= ---------:------------------ + — -— =231 kN
adm 1,3 4 1,3 4

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • 13t
«SP •

b. Método Aoki Velloso

Estaca escavada
F1 = 3,00 (tabela n° 22)
F2 = 6,00 (tabela n° 22)
Perímetro da estaca: U = 0,94 m
Área da ponta: Ap= 0,07 m2

Resistência Lateral

Solo 1: areia
AL = 4,00

spt medio
... e = _ J L ± ! ±^ 1 ± L _ = 5

K = 1000 kN/m2 (tabela n°23)


a = 1,4% (tabela n° 23)

r. = SPT. K . a = 5 .1 0 0 0 .0 ,0 1 4 = 70 kN/m2
r, 4 .7 0
R. = U . A L . — ! - = 0 ,94. ■— = 43,87 kN
F2 6,00

Solo 2: argila arenosa


AL = 6,00
çpT _ 10 + 1 1 + 9 + 10 + 10 + 12 —I n
■*' 'm é d io e - g

K = 350 kN/m2 (tabela n° 23)


a = 2,4% (tabela n° 23)

r, = SPT. K . a = 1 0 .3 5 0 .0 ,0 2 4 = 84,00 kN/m2


r, 84,00
r - U . A L . —■ — = 0 ,9 4 .6 ,0 0 __________ = 79,00 kN
F2 6,00

Resistência de Ponta

Solo de ponta: argila arenosa


SPT ponta = 20
K = 350 kN/m2 (tabela n° 23)
rp = SPT . K = 20 .350 = 7000 kN/m2
A 7 0 0 0 .0 ,07
R = r . --- 2— ------------------------= 163,00 kN
p p F1 3,00

132 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Resistência admissível

IR . + Rn (86,77+ 79,00)+ 163


adm = ------------- ^ -------------------------------------------------------------------------------------- = 164,50 kN

• 4. Verificação de Excentricidade

Após a execução do estaqueamento, deve-se verificar a excentricidade das estacas


em relação ao pilar, sendo que, no caso de uma única estaca, a excentricidade de até
10% do valor da bitola não necessita de verificações. Para excentricidades maiores
que 10% do valor da bitola, deve-se verificar a condição de flexo-compressão que
passará a atuar na estaca no que se refere a estrutura (armação a flexão), deforma­
ções e ruptura do solo.

Quando o estaqueamento é composto por duas ou mais estacas, a verificação é fei­


ta pela fórmula:

N M .y. M .x.
R = --------- ± ------- S -ÍL .± — L 1

Onde:
R- reação na estaca.
N- carga normal do pilar,
n= quantidade de estacas no bloco.
¡vTx - momento em torno do eixo x = e y . N.
ey - excentricidade na direção do eixo y.
y. - distância do centro do estaqueamento até a estaca em análise
na direção do eixo y.
mT - momento em torno do eixo y = e . N.
y x
ex - excentricidade na direção do eixo x.
Xj - distância do centro do estaqueamento até a estaca em análise
na direção do eixo x.
EXj2 - somatória das distâncias ao quadrado do centro do estaqueamento
até o centro das estacas na direção x.
Zy(2 - somatória das distâncias ao quadrado do centro do estaqueamento
até o centro das estacas na direção y.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de edi fíci os • i v a n j o p p e r t jr. • 133


• 5. Verificação da excentricidade do estaqueamento para 40 32 cm
Strauss) para 300 kN

Projeto -f-3
i i

&
Figura n° 49:
Exemplo de Projeto de Estucas

-------V
4

Obra i My= +40 kN x m


I
54-4=50 146+4=50.
54 46 L,
•*!----------- ’f---------r -*■

Mx^lo kN xm

j , 55-4=51 J/7+4=51j,

+ 46 + 4 7 - 5 4 - 5 5
e= = - 4 cm M = 1000 . (0,04) = + 40 kN . m
+ 55 + 5 7 - 4 6 - 4 6 c
e = ---------------------------------- = + 5 cm ÍvT= 1000 . (0,05) = + 50 kN . m

40 kN x m
1 x 2= o,502 + 0,512 + 0,512 + 0,502 = 1,02
50 50
/ -.. I y 2= 0,522 + 0,502 + 0,512 + 0,512 = 1,04
-Hv Ñ f = 40 kN . m M *= 50 kN . m N = 1000kN
E o OJ
/ “5 in

i§ f* 5t to
r
"*
= r =-1°°1 +
4 4
50 0'51
1,04
+ 40 0'50
1,02
= 353 kN

1000 5 0 .0 ,5 0 40 .0,50
- W - ^ Rmm. = R,1 = •
1,04 1,02
= 206 kN
> 51 y 51 >

Devido à excentricidade ocorrida em obra, a estaca mais carregada ultrapassa em 53


kN a capacidade de carga da estaca.
11.5 Estacas pré-moldadas de concreto

fig u ra n° 50: Equipamento p a ra cravação das estacas pré-moldadas de concreto - martelo de queda livre

11.5.1. Fornecimento das estacas

A estaca pré-moldada de concreto é uma excelente opção de fundação, tendo em vista o severo
controle de qualidade a que elas são submetidas na sua fabricação e na sua cravação.

As estacas pré-moldadas de concreto são fabricadas em concreto protendido e em concreto ar­


mado.

As estacas pretendidas são fundidas com concreto com fck > 35 MPa e estruturadas com aço CP
RN 150 e R-175 com bitolas de 5.0,6.0 e 8.0 mm. A seção transversal da estaca pode ser quadra­
da ou redonda, dependendo do fornecedor.

As estacas armadas podem ter seção cheia ou vazada. As estacas vazadas são fabricadas por cen­
trifugação ou por extrusão e têm seção redonda ou sextavada.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 135
As estacas pré-moldadas são fornecidas em elementos com comprimentos variáveis entre 4,00 e
12,00 metros. Quando existe a necessidade de comprimentos maiores que 12 metros, as estacas
podem ser emendadas gerando o comprimento desejado.

As emendas das estacas podem ser executadas pela união soldada de dois anéis previamente fun­
didos nas extremidades das estacas ou pela, utilização de luvas de aço. A emenda por solda garante
uma continuidade estrutural da estaca, enquanto a por luva cria uma "rótula" no local da emenda.

Apesar de todo o controle de qualidade e custos competitivos, as estacas pré-moldadas apresen­


tam algumas desvantagens, tais como sobras e/ou quebras, gerando perdas significativas, vibra­
ções e ruídos em excesso, baixa produtividade (média de 100 metros por dia) etc.

Atualmente as estacas são fabricadas com seção quadrada, circular e sextavada, conforme as ta­
belas abaixo:

Tabela n° 25 - seções quadrada e sextavada


Seção quadrada Seção sextavada
Bitola quadrada (cm) 15x15 17x17 21,5x21,5 23,5x23,5 26,6x26,5 29,5x29,5 036 042 052

Capacidade estrutural (tf) 32 40 67 82 106 134 138 158 244

Tabela n° 26 - secão circular


Bitola circular (cm) 15 17 20 23 26 28 31 33 38 42 50 60 70

Capacidade estrutural (tf) Maciça 18 25 35 50 64 75 93 107 145

Vazada 60 63 85 105 120 162 225 300

As estacas devem ser fornecidas à obra sem sinais de falhas de concretagem (bicheiras) ou emen­
das de antigas trincas. Elas devem ser retilíneas e ter bitola constante e compatível com o projeto.

A fissuração das estacas deve ser observada principalmente nas estacas armadas e vazadas, de­
vendo as mesmas se limitarem aos seguintes valores:

Fissuras transversais: limite máximo de 0,1 mm, sendo que aberturas entre 0,1 mm e 0,5 mm ob­
servadas nas estacas em repouso horizontal devem ser fechadas quando a estaca estiver na ver­
tical. As fissuras não devem ultrapassar V2 da seção da estaca na região da alça de içamento e
meio do vão.

Fissuras longitudinais: não são aceitas, devendo as estacas ser rejeitadas.

As estacas que apresentarem trincas (aberturas maiores que 0,5 mm) longitudinais ou transver­
sais devem ser rejeitadas.

136 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
11.5.2. Controle de cravação

As estacas pré-moldadas de concreto são introduzidas no solo por meio de percussão de um mar­
telo sobre a sua superfície. Este martelo pode ser de queda livre, a explosão (combustão de diesel)
ou hidráulico. Ele deve possuir energia suficiente para implantar a estaca no solo com o compri­
mento desejado ou até que ela atinja terreno impenetrável à cravação, tais como areias compac­
tas, argilas e siltes duros. Para que isso ocorra, o martelo deve possuir peso igual ou maior ao peso
da estaca a ser cravada.

Normalmente uma estaca pré-moldada de concreto penetra no solo até que a somatória dos
SPT's, do início da cravação até o seu fim, atinja 100 golpes (E SPT=100) ou a ponta intercepte
areias muito compactas ou argilas e siltes duros.

Durante a cravação da estaca deve-se executar o gráfico de cravação, que consiste em contar a
quantidade de golpes aplicados no topo da estaca por metro de cravação.

A cravação deve ser executada com energia potencial constante em cada metro de queda. A ener­
gia mínima de cravação deve ser:

Emínimo
.. = h . Pmart
= P , estaca . 0,70
'

Onde:
h- altura de queda do martelo, limitado a 1,00 metro
Pmart - peso do martelo (mínimo 1500 kg)
Estaca' peso da estaca

Esta energia deve ser aumentada quando ocorrer a utilização de suplementos. É usual que este au­
mento seja entre 20% e 30%, dependendo das perdas de energia que ocorrem devido ao seu uso.

O controle final de cravação deve ser feito com gráfico de cravação, retirada da nega, repiques
elásticos e provas de carga estática e/ou dinâmica.

• Nega

A nega é a medida da penetração de uma estaca no solo após a repetição de 10 golpes do


martelo caindo de uma altura constante, mantendo-se a relação:

Pmart .h queda
„ = P estaca
, .ri'nega .(' 1 ',0 a 0,70)

Onde:
Pmart - 1
peso do martelo (kg)
^queda ' a 't U r a ^

^estaca ' P eS0 ^ e S ta C a

’W ' nega (cm)

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r. • 137
'*WK^

■'^s\
Executando-se a nega máxima de 10 mm, obtém-se a altura mínima de queda de um mar­
telo como sendo:

h« d > > = - £ ^ . ( 1 , 0 a 0 , 7 )
martelo

A nega irá medir a cravabilidade de uma estaca, ou seja, se ela atingiu solo resistente na pon­
ta e/ou resistência lateral dentro dos limites de resistência à fadiga da estaca. Normalmente
a tentativa de se prosseguir a cravação além destes limites acaba por romper a estaca.
rs

Quando se utilizam estacas com suplemento, deve-se ser mais exigente com relação à nega,
podendo ser mantida a relação anterior desde que a nega se limite a 5 mm.
rs.
Através de fórmula dinâmica de obtenção de negas é possível se estimar a resistência mo­
bilizada na estaca. É usual a utilização de duas fórmulas que relacionam o peso do martelo,
altura de queda, peso da estaca e resistência do solo à cravação. São elas:
rs
Fórmula de Brix r~\
W . P.h r\
s=
R . (W + P)2 r>

Fórmula dos Holandeses ^


W2 . h
S R . (W + P)
/•"N
Onde:
W- peso do martelo
r\
P- peso da estaca
rn
h- altura de queda do martelo
R- resistência do solo à cravação
r'
s- nega (imposta normalmente a 10 mm como mínima)
r\
r\
• Repique rs

Outra forma expedita de se aferir a qualidade da estaca é o repique elástico, obtido em um r\


único golpe do martelo na estaca, traçando-se uma linha horizontal na face lateral da es­ rs.
taca no momento do impacto. Com o impacto a estaca descerá e retornará parcialmente à
sua posição original, gerando o seguinte sinal:

rs
138 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • j

rs
rs
Onde:
Dmáx - deformação total
C2- deformação elástica do concreto
C3 - deformação elástica do solo
S- deformação plástica (" nega")

Figura n° 51: Sinal típico de repique elástico

O deslocamento elástico refere-se à deformação elástica do solo somado à deformação


elástica do concreto:

k - c 2 (concreto)4- f 3 (solo)

A deformação elástica do solo C3 é função do tipo de solo da ponta da estaca. É usual ado­
tar o valor de C3 como sendo "s" deformação plástica ("nega") para um golpe:

C = s ("nega") para 1 golpe

A deformação elástica do concreto pode ser expressa da seguinte forma:

R .Le

E .A

Onde:
R - carga mobilizada
Le- comprimento efetivo da estaca
E- módulo de elasticidade do concreto
A- área transversal da estaca

Portanto, é possível se estimar a carga mobilizada em um golpe isolando-se "R" e conside­


rando-se o comprimento efetivo da estaca como sendo ô . L.

C . E. A
R= 2
Ô .L

Onde:
ô - Fator variável
= 0,50 (estacas longas)
= 0,70 (estacas médias)
= 1,00 (estacas curtas com ponta em solo resistente)
L- Comprimento da estaca embutida no solo

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 139
11.5.3. Provas de carga
Ï

A. Prova de Carga Dinâm ica I


j
A prova de carga dinâmica, também conhecida como PDA (Pile DrivingAnalyzer) é um ensaio exe­
cutado durante a cravação de uma estaca no qual se obtêm sinais de força e velocidade de onda ‘ ^
no topo da estaca.

0 ensaio fornece os seguintes resultados:


;
a. a integrante da estaca: com o ensaio pode-se detectar se existe algum dano estrutural na es
taca desde fissuras até ruptura, sendo possível a determinação da profundidade do dano, í^
mas não a sua dimensão com precisão. ^

b. capacidade de carga da estaca: durante a cravação da estaca é possível obter a capaci­ r>
dade de carga da estaca, definindo-se inclusive a resistência lateral e resistência de ponta.

rs
c. tensões durante a cravação: é possível obter as tensões mobilizadas durante a cravação
da estaca (tensões de compressão e de tração), diminuindo a possibilidade de danos duran­
te a sua instalação.

d. eficiência do martelo: medida importante para a otimização da cravação e do controle do


estaqueamento.

Os sinais de força são obtidos por meio de sensores de deformação instalados nas laterais da es­
taca a ser analisada. O resultado deste sinal é multiplicado pelo módulo de elasticidade do mate­ r^
rial da estaca e pela área transversal da estaca na região onde os sensores estão instalados.
rs

F= § . A . E
r-s

Os sinais de velocidade de onda são obtidos por meio da integração do sinal de acelerômetro ins­
talado na estaca.

Com os dois sinais o PDA efetua os cálculos utilizando o método CASE que assume que a sua re­ r>
sistência dinâmica está concentrada na sua ponta da estaca, sendo que ela é função do coeficien­
'"S
te de amortecimento dinâmico (Ic) que depende do solo onde a ponta da estaca está instalada.
r\
A tabela abaixo sugere os valores de " Ic" a serem adotados em função do solo de pon­ rs
ta da estaca: r^
rs

r-S
r's
140 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • r ''
r>

r's
rN
m

Tabela n° 27 - Valores do coeficiente


de amortecimento dinâmico "ic"
r's Tip o de solo Ic
Areia 0,05 a 0,20
Areia siltosa ou silte arenoso 0,15 a 0,30
O Silte 0,20 a 0,45
Areia siltosa ou silte argiloso 0,40 a 0,70
Argila 0,60 a 1,10

ií O método CASE fornece a resistência estática da estaca para picos de velocidade para solos ideal­
mente plásticos, além das hipóteses da estaca ser composta de material uniforme, elástico e não
oferecer qualquer resistência à propagação da onda.
^ 1
/"> I
Quando se considera um modelo elastoplástico, o ideal é a utilização do modelo de cálculo RMX apli­
^ ! cado para estacas de grande deslocamento ou estacas embuchadas de pequenos deslocamentos.

o i Outros métodos de análise podem ser utilizados, tais como RSU (para estacas muito longas), RMN
o (quando a velocidade de onda do material que compõe a estaca é desconhecida), RAU (para es­
tacas que trabalham somente por ponta).

Quando se deseja estimar a resistência lateral e de ponta da estaca, deve-se utilizar o programa
CAPWAP que usa os registros da variação do tempo com a força e a velocidade da onda de forma
independente, assumindo como conhecida a velocidade da onda para a obtenção da força. Para
o tanto a estaca é dividida em segmentos de aproximadamente 1,00 metro.

/'■'s A análise dos resultados da prova de carga dinâmica deve ser feita por engenheiro especializa­
do em solos, visando não cometer erros, já que a sua interpretação é em função de condições de
contorno peculiares.

8. Prova de Carga Estática

O A execução de uma prova de carga estática em uma obra não é um procedimento simples no que
se refere à parte executiva, demandando a necessidade de carregamentos, cargas e/ou tirantes
para servirem de reação, macacos hidráulicos aferidos, extensômetros, etc.
'•"'N
Ela é executada em 10 etapas de carregamento, sendo que cada uma corresponde a aproximada­
mente 10% da provável carga de ruptura da estaca.
■'-"n
Após o término de cada etapa de carregamento executam-se leituras de deslocamentos verticais
da estaca em períodos de tempo progressivos na razão de 2 vezes (1 min, 2 min, 4 min.......120
min), até que haja a estabilização dos deslocamentos. A carga máxima deverá permanecer aplica­
da por 12 horas no mínimo sem que haja evolução nos deslocamentos.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 141
m .

A maioria das provas de carga não é levada à ruptura, limitando o carregamento máximo da es­
taca a duas vezes a carga de trabalho. Nesta condição a ruptura da estaca pode ser estimada uti­
lizando-se métodos para extrapolação da curva deformação x carga, tal como o proposto por Ma-
jurkiewick.

Figura n° 52: Exemplo de resultado d a prova de carga

142 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
ry.

1 1 .5 .4 . Check list
!
s
3
rs E s ta c a s p ré -m o ld a d a s de c o n c re to
4

j
} Check list Sim N ão Observações
^ i

1. Serviços Preliminares

* a. Criar acessos aos bate-estacas e carretas


transportando as estacas
—* rampa dos platôs < 12%
rs -
—►solo com suporte para bate-estacas
1 —» necessidade de execução de fogueiras
b. Inspeção das condições das construções vizinhas
r/"“n'
e laudo fotográfico
c. Ligação de instalações trifásicas
%
rs. \ (potência mínima 20 kW)
d. Gabarito da obra contendo os eixos dos pilares
rs : e. Infra-estrutura compatível com as exigências da NR-18
/^ \ ;
r> i
2. Projeto de Fundações
^ ‘
a. Locação das estacas com definição de bitolas
'rsy *\ e capacidade de carga unitária
i
rs 1 b. Locação das sondagens
^ ¡ c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com
^ 1
i taludes provisórios
j
^ 1
e. Detalhe de armação mínima das estacas
■ ] f. Detalhe de eventual emenda das estacas
| g. Resumo dos quantitativos
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento
^ i
;
r> 3. Projeto de Formas e Arm ação
■ dos Blocos de Coroam ento

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,


baldrames e vigas de travamento
r \ b. Cortes típicos com definição de cotas de arrasamento
f e altura das peças de concreto armado
^ i} c. Armação dos blocos de coroamento, vigas
e arranques dos pilares
^ ! d. Resumo do quantitativo de aço
_ !
i e. Especificação dos materiais (aço e concreto)
1

4. Inspeção no Equipam ento


/'"'N
rs a. Torre retilínea, aprumada (desvio máx 1:80)
e com altura compatível com o comprimento
das estacas

^"N • fundaçõ es e c o n te n ç õ e s de e d ifíc io s • ¡van j o p p e r t jr. • 143


' \
I-'V

Estacas pré-moldadas de concreto

Check list Sim N ão Observações

O
b. Capacete, cepo e suplemento em bom estado
e compatível com a bitola da estaca
c. Peso do martelo compatível com o peso das estacas
(relação aproximada de 1:1, sendo a relação mínima
1:0,70 e peso mínimo 1500 kg)
d. Boletins de cravação expostos de forma clara,
contendo:
■ nome da obra e local
■ identificação do pilar e estaca
■ características da estaca
(bitola, comprimento previsto)
a peso e altura de queda de martelo
■ comprimento levantado
■ emendas (solda/luva)
■ comprimento cravado
■ sobras ou cravação de suplemento
■ negas e repiques (em todas as estacas)
■ gráfico de cravação
(no mínimo em 10% das estacas)
e. Equipamentos de proteção individual (EPIs)

5. Recebimento das estacas

a. Verificação das fissuras transversais e longitudinais


b. Existência de "bicheiras"
c. Sinais de remendos ou pinturas com nata de cimento
d. Alinhamento da estaca
e. Bitola correta
f. Existência de anel de aço na ponta da estaca
para emenda com solda rs
g. Eletrodo tipo 48-04 E7018 (sem sinais de umidade)
r^
para emendas com solda
h. Jogo de luvas para eventuais emendas r-N

6. Controle de cravação

a. Estaca-prova em local próximo à sondagem


b. Previsão de comprimento está compatível O
à estaca-prova (somar SPT até X = 100)
c. Especificação das alturas de queda do martelo
rs
e negas de acordo com as bitolas das estacas
d. Verificação do prumo da estaca e altura de queda rs
do martelo (desaprumo máximo 1:100) rs
e. Número de golpes por metro cravado
(gráfico de cravação mín. 10% das estacas) rs
f. Verificação da nega (penetração para 10 golpes rs.
em todas as estacas)
rs.
;r s
144 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. rs
rs
rs

rs
Estacas pré-moldadas de concreto

Check list Sim Não Observações

g. Verificação do repique (todas as estacas)


h. Sinais de ruptura durante a cravação
i. Sinais de levantamento das estacas próximas
j. Sinais de relaxamento após a cravação

7. Levantam ento de excentricidades


após a cravação

a. Estaca única (permitido até 10% da bitola)


b. Conjunto de estacas
■ estaqueamento absorve
■ é necessário o uso de viga de travamento

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 145
•'m

11.5.5. Problemas executivos e prováveis soluções

Os problemas mais comuns que se observam na execução das estacas pré-moldadas estão
relacionados à quebra das estacas e excentricidades acidentais. Seguem algumas sugestões
para solucionar os problemas mais comuns em obras.

Estacas pré-moldadas de concreto

Problem as executivos Prováveis causas Providências

a. Durante a cravação a estaca • Quebra da estaca t Abandonar a estaca e cravar outra


desapruma e "amolece"

b. Durante a cravação a estaca • Capacete incompatível com a bitola | Trocar o capacete


quebra ou trinca nc cabeça ou em má condição de uso

• Falta de coxim de madeira t Aumentar a espessura do coxim

• Altura de queda excessiva + Diminuir a altura de queda e


aumentar o peso do martelo

• Falta armadura de fretagem na t Trocar o fornecedor


ponta da estaca

• Falha de concretagem | Abandonar a estaca e cravar outra

• Concreto "verde" (com pouca idade) | Abandonar a estaca e cravar outra

• Torre desaprumada t Aprumar a torre

c. Durante verificação da nega • Provável quebra da estaca | Abandonar a estaca e cravar outra
a estaca "amolece",
mas não desapruma • Camada de pedregulho | Insistir na cravação até obter a nega

• Ponta em solo residual + Insistir na cravação para passar


a camada e obter nega

d. No mesmo bloco as estacas estão • Solo sedimentar, provável matacão | Cravar estaca de reforço
com comprimentos diferentes
• Solo residual | Verificar capacidade de carga e cravar
eventual estaca de reforço

e. Levantamento de estaca já • Ponta em argila dura | Recravar a estaca


cravada durante a cravação | Prova de carga dinâmica para
de estaca anexa verificar a capacidade de carga
e cravar reforço
| Utilizar ponteira com perfil metálico
para ele penetrar na argila dura

146 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t ¡r.
Estacas pré-moídadas de concreto

Problem as executivos Prováveis causas Providências

f. A estaca atinge a nega, mas • Solo com relaxação |Prova de carga dinâmica para verificar
no dia seguinte não tem a capacidade de carga
resistência à cravação e cravar eventual reforço
+Recravar as estacas
g. Após a cravação a estaca desloca • Quebra de estaca |Abandonar a estaca e cravar reforço
horizontalmente com facilidade

h. 0 arrasamento da estaca |Emendar a estaca transpassando


ultrapassou o especificado a armadura
em projeto

i. Durante a cravação a estaca • Aterro de entulho t Executar pré-furo


interfere com camada resistente |Cravar "agulha" (ponteira de aço
superficial tipo entulho limitada a 2,00 metros)
ou pedregulho

j. 0 comprimento de todas as • Sondagem errada |Tirar repique e nega e verificar


estacas está mais curto capacidade de carga
do que o previsto +Executar sondagem de confirmação
$Cravar estaca de reforço
• Existência de camada de pedregulho |Executar pré-furo e tentar passar
com a cravação
+Cravar estaca de reforço
k.Ao ser emendada, a cabeça • Falta de fretagem na cabeça |Recuperar a cabeça com resina
da estaca inferior mostra-se • Capacete inadequado de alta resistência antes de emendar
rompida ou com sinais de • Desaprumo da torre ou da estaca
concreto com baixa resistência

1. Após ser refeita a cabeça • Cicatrização do solo com | Cravar estaca de reforço
da estaca e recravá-la, aderência lateral
a estaca não penetra no solo

m. Estaca cravada excêntrica • Erro de locação ou erro no + Verificar se a estaca ou bloco


ao projeto posicionamento da estaca absorve flexo-compressão
| Executar viga de travamento
| Cravar estaca de reforço

r-\.

' s
o
/~\
/->

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 147

r~\

o
11.6. Estacas pré-moldadas de aço

Figura n° 53: Equipamento para cravação ítas estacas pré-moldadas de aço - martelo de queda livre

11.6.1. Metodologia executiva

Os perfis de aço são muito utilizados nas obras de solos que envolvem contenções e fundações,
devido basicamente aos seguintes itens:

a. garantia da aplicação de material com excelente qualidade e com grande resistência estru­
tural, apesar de suas dimensões relativamente pequenas;

b. existência no mercado de grande número de formatos geométricos e bitolas, possibilitando


a otimização entre as cargas atuantes e as cargas resistentes;

c. maior facilidade de manipulação devido ao pequeno peso das peças quando comparado
com os elementos pré-moldados de concreto;

d. otimização das perdas devido à inexistência de quebras e viabilidade de se emendar as sobras;

148 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
e. inexistência de vibração quando se utiliza a implantação dos perfis por meio de percussão
ou através de técnicas modernas, tais como perfurações com equipamentos rotativos, tais
como hélice contínua aliada à substituição das gaiolas de armação por uma peça estrutural
de aço com a conseqüente diminuição de mão-de-obra e agilização dos serviços.

Dessa forma é possível a utilização dos perfis estruturais de aço com a máxima otimização dos
elementos.

As estacas pré-moldadas de aço podem ser cravadas até profundidades inatingíveis pelas estacas
pré-moldadas de concreto, o que acaba por lhes conferir capacidade de carga maior, podendo-se
utilizar, na maioria dos casos, a totalidade de sua capacidade estrutural. Tal fato se deve a elas re­
sistirem bem à percussão sem que ocorra danos durante a cravação.

Sob o aspecto geotécnico, as estacas metálicas são muito utilizadas como fundações profundas
onde ocorrem solos residuais (provenientes da decomposição das rochas), pois neles a profundi­
dade das estacas não é constante, o que gera perdas por sobras e quebras caso se opte pela uti­
lização de estacas pré-moldadas de concreto. Também nos solos sedimentares a estaca metálica
é bastante utilizada quando existe a necessidade de se ultrapassar horizontes de argilas duras,
areias compactas ou ainda pedregulhos que se formaram acima de camadas moles.

A solução de fundações em estacas metálicas não é nova, sendo que até há pouco tempo, por pro­
blemas econômicos, ela se restringia à utilização de trilhos provenientes da substituição de linhas
de trem ou tubulações velhas vendidas no mercado como sucata. Atualmente este procedimento
tem como principais desvantagens:

a. pequena carga estrutural que esses elementos possuem por serem sucata e já terem sido
utilizados até o limite de sua fadiga;

b. quando se utilizam trilhos usados, existe a necessidade de composição de dois ou três trilhos sol­
dados longitudinalmente para se formar uma estaca com capacidade estrutural maior. Com isso
aumentam a inércia e a área de aço, tendo como vantagem a diminuição de torções e flamba-
gem durante a cravação, porém com a desvantagem dos custos serem maiores;

c. quando se utilizam tubos de aço, normalmente o mercado oferece bitolas pequenas (de 10
cm a 25 cm de diâmetro), o que acaba por resultar em pequenas cargas unitárias por esta­
cas, necessitando-se, por conseqüência, de um número maior de estacas por pilar;

d. por serem sucata, tanto as peças provenientes da composição de trilhos como os tubos são
fornecidos aos pedaços sem a garantia de linearidade e bitolas devido à deterioração por
corrosão, necessitando de cortes e emendas transversais de difícil estimativa no que se re­
fere a quantidade e custos.

Atualmente, devido à grande variedade de formas e bitolas e à melhoria da qualidade do aço la­
minado pela Gerdau Açominas, é possível a obtenção de estacas metálicas compostas por uma
única peça, com formas geométricas de seções "I" ou "H" e com dimensões e cargas variáveis de
acordo com as necessidades de cada obra. . . .

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 149
As tabelas n05 28 e 29 a seguir apresentam resumidamente as características de alguns dos perfis
mais utilizados nas obras de fundações.

Tabela w° 28 - Perfis Gerdau Aço minas aço 572 - a = 3450 kg/cm2


Tipo de perfil Peso Altura Largura Momento Perímetro Área A Carga normal Momento
(kg/m) h(m ) bw (cm) resistente |i(m ) (cm>) máxima (kN) máximo
Wx(cm3) FS = 2,0 FS = 1,6 (kN X m)

Tipo I

W200X31.3 31.3 21,0 13,4 302,0 1,00 40,3 436 545 65


W250 X 28.4 28,4 26,0 10,2 311,0 0,96 36,6 383 479 65
W250 x 32.7 32.7 26,0 14,6 383,0 1,13 42,1 434 543 80
W250 x 38.5 38,5 26,0 14,7 462,0 1,14 49,6 560 700 100
W 310x38.7 38,7 31,0 10,2 554,0 1,31 49,7 518 648 120

Tipo H
W150x29.8 29,8 15,7 15,3 221,5 0,96 38,5 416 520 50
W150 x 37.1 37,1 16,2 15,4 277,0 0,97 47,8 574 718 60
W200 x 35.9 35,9 20,1 16,5 342,0 1,10 45,7 504 630 75
W200 x 46.1 46,1 20,3 20,3 447,6 1,25 58,6 687 859 95
W200 x 53.0 53,0 20,4 20,7 488,0 1,26 68,1 849 1060 105
HP250 x62.0 62,0 24,6 25,6 709,6 1,55 79,6 972 1215 150
HP310 x 79.0 79,0 30,0 30,6 1091,3 1,87 100,0 1240 1550 230
HP310 x 93.0 93,0 30,3 30,8 1299,1 1,88 119,2 1570 1963 275
HP310 x 110.0 110,0 30,8 30,6 1539,1 1,90 141,0 1940 2430 340
HP310 x 125.0 125,0 31,2 31,2 1735,6 1,91 159,0 2250 2800 385

150 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
rA : Tabela n° 29 - Peijïs CSN aço A36 - G = 2500 kg/cm2
Tipo de perfil Peso Altura Largura Momento Perímetro Área A Carga normal Momento
(kg/m) h(m ) bw(cm) resistente H (m ) (cm2) máxima (kN) máximo
Wx(cm3) novo 1 usado (kN X m)

Trilho TR
TR25 25,0 10,0 10,0 100,0 0,38 31,4 250 200 10,0
TR32 32,0 11,3 11,3 120,2 0,41 40,9 350 250 12,0
TR37 37,0 12,2 12,2 149,0 0,44 47,3 400 300 15,0
/V
TR45 45,0 14,3 13,0 205,0 0,49 56,8 450 350 20,0
o
TR50 50,0 15,2 13,7 247,0 0,52 64,2 550 400 25,0
TR57 57,0 15,8 14,0 295,0 0,55 72,6 600 450 30,0
r-N
TR68 68,0 18,6 15,2 391,0 0,60 87,5 900 550 40,0

Tipo I
/^\
I8" X 4" 27,3 20,0 10,2 233,1 0,60 34,8 323 35,0
^ ;
110" X 4 5/8" 37,7 25,0 11,8 400,2 0,74 48,1 460 60,0
/^\
112" X 5 1/4" 60,6 30,0 13,3 734,4 0,87 77,3 800 110,0

/~N
/'"'N
r\

r \:
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/"V
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"-A
'•"V
^1

r\

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 151
/~N
11.6.2. Conceitos básicos teóricos

• 1. CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAS ESTACAS " I" E "H"


FABRICADAS PELA GERDAU AÇOMINAS

A Gerdau Açominas lamina os seus perfis estruturais com aço ASTM A 572, que tem como
característica principal o limite da tensão de escoamento de / = 3.450,00 kg/cm2 (38%
maior em comparação à do aço ASTM A36 que é de / = 2.500,00 kg/cm2).

Segundo a norma NB14/1986 "Projeto e Estrutura de Aço de Edifícios (método dos esta-
dos-limite)" para fins de dimensionamento estrutural destes perfis trabalhando como es­
tacas comprimidas, deve-se levar em consideração os seguintes fatores que vão limitar as
suas tensões de trabalho:

a. efeito de corrosão com a conseqüente diminuição da seção útil das estacas;

b. coeficientes de resistência na compressão e na flexão do aço c = 0,90;

c. fator de segurança que majora a carga atuante: variável de acordo com a solicitação,
mas normalmente considerado como sendo g = 1,4 (a favor da segurança). /O

O
• 2. EFEITO DA CORROSÃO NAS ESTACAS
/"A
O efeito de corrosão no aço nas estruturas enterradas está condicionado basicamente aos
seguintes fatores:
i''"'
a. granulometria do solo: de um modo geral nos solos aerados a velocidade da corro­
são é menor do que nos solos pouco aerados. Como conseqüência, os solos compos
tos por partículas maiores, como as areias, por serem mais permeáveis, possibilitam
maior facilidade ao acesso de água e oxigênio, diminuindo a velocidade da corrosão;

b. profundidade: um subsolo homogêneo no que se refere à granulometria apresenta


diferentes concentrações de oxigênio com a profundidade que pode levar a pilhas O
de aerações diferencias, com conseqüente potencialização da corrosão. Tal fato tam­
bém pode ocorrer na passagem das estacas por camadas de solos de granulometria
e compacidade/consistência diferentes;

c. características químicas dos solos: solos potencialmente mais corrosivos possuem


elementos químicos alcalinos, tais com sódio, potássio, cálcio e magnésio, bem como
elementos constituintes de ácidos como carbonatos, bicarbonatos, cloretos, nitratos
esulfatos; 1 ^
. ^
d. acidez no solo: a acidez no solo tem grande influência sobre a sua corrosividade. So­
los com pH < 4 causam corrosão severa na maioria dos metais enterrados indepen­
r\
dentemente da presença de oxigênio;

152 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
e. resistividade do solo: assim como a acidez, a resistividade do solo tem grande
influencia na corrosividade dos solos, que pode ser resumida como quanto maior a
resistividade do solo, tanto menor será a corrosão nas estruturas enterradas. A resis­
tividade, por sua vez, está relacionada à qualidade de sais dissolvidos (quanto maior
a quantidade de sais, maior a corrosão), à temperatura, umidade, compactação e a
presença de materiais inertes.

Para se levar todos esses efeitos em consideração, a NBR 6122/1996 "Projeto e Execução
i de Fundações" exige atualmente que as estacas metálicas tenham uma perda na sua es­
pessura, em torno de todo o seu perímetro, de 1,5 mm. Como conseqüência desta pon­
deração as estacas devem ser dimensionadas com uma área útil menor do que as espe­
i cificadas nos catálogos do fabricante, de acordo com a fórmula abaixo exposta e com as
- '5 tabelas n0s 28 e 29:
1

/-'S A ú,í i = Areal- (perímetro. 0,15)


'"A

r\ A previsão da vida útil das estacas pode ser feita, de maneira preliminar, consultando-se o
ábaco abaixo exposto desenvolvido pelo National Institute for Standards and Tecnology-
NIST, o qual leva em consideração a granulometria, acidez e resistividade do solo:
r\
r~y R e s is tiv id a d e , o h m . c m " '
P O T E N C IA L OE
TIP O D E S O LO
CORROSÃO
/—s
100.000
/'N 7 0 .0 0 0 TO D O S p H 's
IM P R O V Á V E L
5 0 .0 0 0

20.000
i

10.000
I 7 .0 0 0
r> A 5 .0 0 0

2.000
I
1.000
700
500

/->
r\
/—i

^'■
—'"N
- P e rd o de m o sso , o z /ft’ (1 0 A N O S DE E X P O S IÇ Ã O ) Flgwm n° 54: Á k lC IC O

r\ i---------- 1---------- 1---------- 1---------- 1---------- 1--------- de previsão da vida


i V> o 0.15 0 ,31 0 .46 0.61 0.76 útil das est&ccis de ciço
devido à corrosão
P e rd o d e m osso, g /c rr? ( 1 0 A N O S DE E X P O S IÇ Ã O )
c\
fs.
.
fundações e contenções de edifícios • ivan joppert ¡r. • 153

o
3. FATORES DE SEGURANÇA SEGUNDO A NBR 61 22/1996
"PROJETOS E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES"

Segundo a NBR 6122/1996, as fundações profundas devem ser dimensionadas para traba­
lhar com fator de segurança maior ou igual a FS = 2,0. É possível trabalhar com fator de se­
gurança de FS = 1,6 desde que seja executada uma prova de carga prévia nas estacas que
serão utilizadas no detalhamento do projeto de fundações.

Assim sendo, a carga de trabalho das estacas deverá ser dimensionada segundo as propo­
sições abaixo:

a. Estacas dimensionadas por métodos de cálculo empírico

Nmáx = — - — = .A * " ' 3450 = A . . 1725,00 (kg)


máx 2,00 2,00 ut"

b. Estacas dimensionadas após prova de carga

A (fj A 3450
N á= — S I l ! i L = ^ í i L = A « ,.2156,00(kg)
-

1,60 1,60 ut"

Como os fatores de segurança exigidos pela NB 6122/1996 (Fundações) são maiores que os
da NB 14/1986 (Estrutura de aço), deve-se seguir as exigências expostas pela NB 6122/96
"Projeto e Execução de Fundações".

Exemplo de aplicação

• Verificação de uma estaca HP 310 x 110 utilizada em silte com pH = 6 e resistivida-


de do solo de 10.000 Ohm.cm

• Características geométricas:

Área de aço = 141,00 cm2


Perímetro = 190,00 cm/m

1. Cálculo da carga normal máxima pela NB 14/1986

A ú t¡l= A r e a . - Í P e r í m e t r O Z 0 ' 1 5 )

Aútil = 141,00 - (190 Z 0,15)


Área útil = 112,50 cm2

154 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
NB 14/1986
Carga normal máxima = A.ti). (0,90. /)/1 ,4
/"\
Carga normal máxima = 112,50. (0 ,9 0 .3450,00)/1,4 = 249.500,00 kg
~
^ í
Nmáx. = 250 tf

NBR 6122 - FS=1,6


Carga normal máxima = A.til. (2156,00)
^ "
Carga normal máxima = 112,50. (2156,00) = 242.550,00 kg
N . , = 243,00 tf

NBR 6122 - FS = 2,0


Carga normal máxima = Aútil. 1725,00
Carga normal máxima = 112,50.1725,00 = 194.062,00 kg
N ^ = 194,00 tf

2. Estimativa de vida útil


/"'N
Perda de massa devido à corrosão = 0,15 g/cm2 para 10 anos (0,015 g/cm2 por ano)
/~\
/^\ Densidade do aço = 7,85 g/cm3 =s>

r-\ A perda de área para 0,15 cm de espessura equivale a 1,178 g de aço.


s~\
r\ Estimativa da vida útil = — = 78 anos.
0,015 g/ano
/-n
/'A
^ '
^ 4
Î

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r, • 155
II.6.3. Controle de cravação

As estacas metálicas são introduzidas no solo por meio de cravação dinâmica de um martelo de
queda livre, à explosão ou hidráulico. Este martelo deve ter energia suficiente para garantir a pe­
netração da estaca no solo.

As estacas metálicas têm a penetração em solos resistentes maior do que as estacas de concreto,
podendo se estimar o ponto de parada da estaca como sendo a somatória dos SPTs do início da
cravação até o seu fim igual a 150 golpes (ISPT = 150), ou limitando-as a solos de difícil penetra­
ção, tais como areias muito compactas ou siltes e argilas muito duros. Esta relação é válida para
a equivalência entre o peso do martelo e o peso da estaca, podendo a estaca penetrar em solos
mais resistentes, aumentando-se a relação e mantendo-se a altura de queda do martelo para se
evitar a fadiga no topo da estaca com conseqüente amassamento.

A nega da estaca (medida da penetração da estaca após repetição de 10 golpes do martelo cain­
do de uma altura constante) pode ser fixada em 10 mm para a seguinte relação:

|_| _
pestaca
queda
Pmartelo

O procedimento para a retirada da nega elástica é o mesmo descrito no item II.5.2 (controle de
cravação das estacas pré-moldadas de concreto).

11.6.4. Provas de cargas

Os procedimentos para a execução de provas de carga dinâmica e estática são os mesmos especifi­
cados no item 11.5.3 (prova de carga dinâmica e estática em estacas pré-moldadas de concreto).

156 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/~v. '
11.6.5. Check list
' 3

Estacas pré-mo litadas de aço

Check list Sim Não Observações

1. Serviços preliminares

a. Criar acessos ao bate-estacas e carretas


transportando as estacas
■ rampa dos platôs < 12%
■ solo com suporte para bate-estacas
■ necessidade de execução de fogueiras
b. Inspeção das condições das construções vizinhas
e laudo fotográfico
c. Ligação de instalações trifásicas
(potência mínima 20 kW)
d. Gabarito da obra contendo os eixos dos pilares
e. Infra-estrutura compatível com as exigências da NR-18

2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição do tipo de estacas


e capacidade de carga de cada estaca
b. Locação de sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com taludes provisórios
e. Detalhe da armação de topo para as estacas
f. Detalhe da emenda das estacas (solda de topo -
transversal e longitudinal)
g. Resumo dos quantitativos discriminando tipo
de estacas, previsão de comprimento
e peso total de aço

3. Projeto de form as e arm ação das fundações

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,


baldrames e vigas de travamento
b. Cortes típicos com definição de cotas de arrasamento
e altura das peças de concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas
e arranques dos pilares
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 157
I^

Estacas pré-molíiartas de aço

Check list Sim Não Observações

4. Inspeção no equipam ento

a. Torre retilínea e com altura compatível com


o comprimento das estacas
b. Capacete em bom estado e com talas internas
para cada tipo de estaca
rs
c. Peso do martelo compatível com o peso das estacas
(relação mínima entre peso de estaca e
martelo igual a 0,50)
d. Boletins de cravação expostos de forma rs.
clara, especificando:
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e estaca
■ característica da estaca
(bitola, comprimento previsto)
■ peso e altura de queda de martelo
■ comprimento levantado
■ comprimento cravado
■ emendas
■ sobras ou cravação de suplementos rs
■ negas e repiques (em todas as estacas) ,-^ l

■ gráfico de cravação
(no mínimo em 10% das estacas)
e. Máquina de solda e oxi-corte para corte
f. Eletrodos tipo 48-04 E 7018 -
4 mm sem sinais de umidade

5. Recebimento das estacas /~\

a. Geometria e pesos corretos


b. Estaca retilínea
c. Sinais de emendas
d. Sinais de corrosão excessiva h

6. Controle da cravação

a. Estaca-prova em local próximo à sondagem


b. Previsão de comprimento está compatível com iu
a estaca-prova (somar SPT até £ = 150)
c. Especificação das alturas de queda do martelo
e negas de acordo com as bitolas das estacas

í
158 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. i
Estacas pré-moldadas de aço

Check list Sim Não O bservações

d. Verificação do prumo da estaca e altura


de queda do martelo
e. Número de golpes por metro cravado
f. Verificação da nega
(penetração para 10 golpes)
g. Verificação do repique
h. Sinais que a estaca entortou durante a cravação

7. Levantam ento de excentricidades


após a cravação

a. Estaca única (verificar a estaca a flexo-compressão)


b. Conjunto de estacas
■ estaqueamento absorve a excentricidade
do pilar no bloco
■ é necessário o uso de viga de travamento

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 159
'''W&Ê

11.6.6. Problemas executivos e prováveis soluções

A maioria dos problemas observados na execução das estacas de aço está relacionado à cra­
vação e é facilmente resolvido.

Estacas pré-moldadas de aço

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a cravação

a. Cabeça da estaca amassa, • Capacete com talas ruins | Mudar talas do capacete
mas ela penetra

• Altura de queda excessiva | Diminuir altura de queda

b, A estaca não penetra • Existência de solo duro/compacto, t Aumentar o peso do martelo


e sua cabeça amassa limonita ou pedregulho

c. Estaca com comprimento muito • Sondagem errada | Cravar até obter nega e executar
superior ao previsto sondagens de confirmação

• Estaca desviou ou entortou por ser + Abandonar estaca e cravar outra


esbelta demais com inércia maior

• Estaca flambou devido à existência + Abandonar estaca e cravar outra


de camada de solo mole com inércia maior

d. Estaca com comprimento inferior • Sondagem errada t Executar sondagem de confirmação


ao previsto

• Camada resistente sobre camada t Forçar cravação com martelo


de solo mole mais pesado

e. Estaca cravada excêntrica • Erro de locação ou erro no | Verificar se a estaca ou


ao projeto posicionamento da estaca o estaqueamento (bloco)
absorve a flexo-compressão
| Verificar se uma viga de travamento/
alavanca resolve o problema
| Executar estaca de reforço

160 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
V-/

rA 11.7. Estacas tipo hélice contínua


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r~\\ Figura k° 55: E qu ip a m en to p a ra execução das estacas tipo hélice contínua


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s~\, 11.7.1. Metodologia executiva
,r \
As estacas tipo hélice contínua têm conquistado o mercado de fundações graças às inúmeras van­
'" i tagens que elas apresentam sobre as demais estacas, tais como grande velocidade de execução,
ausência de vibrações e ruídos excessivos.
r^|
H Além destas vantagens técnicas, as estacas hélice contínua têm os custos de mão-de-obra muito
competitivos, sendo que o seu principal problema é a impossibilidade de controle de arrasamen­
to das estacas e perdas excessivas de concreto que giram em torno de 20%.

Elas são executadas com máquinas perfuratrizes equipadas com trado contínuo com comprimen­
to variando entre 18,00 e 24,00 metros. Dependendo do torque da perfuratriz, as bitolas das es­
tacas poderão variar entre 25 cm e 120 cm, sendo que estacas com bitolas superiores a 90 cm ne­
cessitam de equipamentos mais potentes.

As estacas hélice são executadas em duas etapas, conforme o exposto a seguir:

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s ' * i v a n j o p p e r t jr. • 161


a. Perfuração

Durante a perfuração, o trado da hélice é introduzido no solo por meio de sua rotação até
a profundidade especificada em projeto.

A haste de perfuração é composta por uma hélice espiral desenvolvida em torno de um


tubo central. Quando introduzida no terreno, o solo vai sendo desagregado e penetra entre
as hastes da hélice. O trado é introduzido no solo por meio de rotação e pelo peso próprio
da hélice somado ao solo contido nela.

A eventual entrada de solo dentro do tubo central é impedida por uma tampa existente na
extremidade inferior do trado.

Dependendo do torque da máquina, da existência de "pull-down " e dentes com aço vídea
na ponta do trado, a sua penetração no solo limita-se a solos coesivos muito duros com
SPT > 50 golpes e alterações de rocha A-3.

A perfuração deve ser contínua com a introdução de trado totalmente completo (sem pro­
longamento) e sem a retirada da hélice da perfuração para "aliviar" o seu peso, pois com os
citados procedimentos ocorrem alívios indesejáveis de pressões laterais das estacas.

b. Concretagem

Após o término da perfuração executa-se a concretagem com concreto bombeado, injetan­


do-o pelo tubo central que compõe a haste. Para tanto, ergue-se um pouco o trado para
possibilitar a abertura da tampa inferior e inicia-se a concretagem com a retirada simultâ­
nea do trado.

O concreto de enchimento das estacas é composto por areia, pedrisco e cimento com con­
sumo entre 380 e 450 kg/m3 e slump de 22 ± 2 cm. O concreto é bombeado para o trado,
que é sacado concomitantemente ao preenchimento da perfuração pelo concreto. A veloci­
dade de subida e a pressão de injeção devem ser controladas para que não haja sobrecon-
sumo em excesso ou vazios no preenchimento da estaca.

O preenchimento da estaca com o concreto é feito até a superfície do terreno onde está
implantada a perfuratriz, sendo que, dependendo do tipo de solo, é possível interromper a
concretagem e sacar o trado arrasando a estaca um pouco mais abaixo, sem que haja um
controle preciso desta cota. É usual também a retirada do concreto acima do arrasamento
com o auxílio de baldes, objetivando a diminuição da demolição do concreto em excesso.

Após a concretagem deve-se limpar o solo proveniente da escavação que fica depositado no
topo da estaca. A remoção normalmente é feita com o auxílio de escavadeira hidráulica.

162 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/'■N I
I
“ i C. Armação

A armação é implantada na estaca após ela estar limpa. Ela deve ser composta por barras
/'A de bitolas grossas, objetivando facilitar a sua introdução na estaca por gravidade. Devem-
se utilizar roletes de plástico fixados na lateral da gaiola para garantir um recobrimento mí­
nimo de concreto sobre a armação.

/"> Apesar destas providências, deve-se ficar atento ao slump do concreto, fator que influencia
na introdução da armação. Sugerimos que os valores dos abatimentos do concreto contidos
na tabela n° 30 sejam seguidos, visando facilitar a implantação da gaiola na estaca.

Tabela n° 30 - Abatimento de
•O concreto para estaca hélice contínua
<'~S
"L" - comprimento da armação Valor mínimo slump
r^N (m) (cm)
L < 3.00 20
/ s . 3,00 < L < 6,00 22
6,00< L < 9,00 24
9,00 < L < 12,00 26
z"'

/~\ DETALHE T ÍP IC O DAS E S T A C A S T IP O H É L IC E C O N T IN U A 040cm

/">
Rsforço *X<zodo~ 40
Estribes 0« Sotdodo
Nivel do Solo Lj c Reforço **X¡zodo**
m , 3 ^ Vmrro • 1 6 ,0 m m

<"> - X
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SOLOAOO
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2 N2 «10.0 0 1 0 9
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^ 1 •<«m) c(c«n)
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ry í 28 103
26 97
o! 24 90
5 N3 «10.0 C /20 C-VARlAVEL 22 84
(COMPRIMENTO MÉ0IO=90cm) 20 78
O i OBSERVAÇÕES:
t . OS ESTR 0O S OAS ESTACAS (ARM. TRAWSVERSAL) p o o e r io
TC« COHTlGUfiAÇJO HCUCO ION. (P A S S 0 -2 0 e m )
^ 1 2 . CASO A A M U Ç IO NECCSSITE 0 £ SUPORTE AO CIO NM . PARA SEU
^_ !j IÇAMENTO. ADICIONAR UM E S TIM O HEUCOOAL (< >A S S 0-20cm )
NA O A E Ç M OPOSTA OA ARMAÇJO.
J . A PONTA OA ARMADURA LONCITUOINAL O E V E M SER AfUW LAOA
/"A i COM A COCOCAÇW OOS ESTRIBOS E M C 008R A 0A
w 3
Figura n° 56: D etalhe típico das estacas hélice contínua
^—. ia
^ 1 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v â n j o p p e r t jr. • 163
^ I

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• v ' ••u?~ , * '■■ v ; "'-v.,,;*: -» . . . I.-a.zrí*^^gg^?a

Foto 11: Arm ação para estaca kélice contínna. Centro de Convenções - Rio de Janeiro

d Controle de Qualidade

Toda a execução da estaca é monitorada com computador de bordo, que fornece os seguin­
tes elementos:

1. Durante a perfuração:

• inclinação do trado nas duas direções;


• rotação do trado;
• torque para a introdução do trado;
• velocidade de avanço do trado;
• profundidade do trado.

2. Durante a concretagem:

• profundidade da ponta do trado;


• pressão do concreto no topo do trado;
• volume de concreto injetado (total e parcial);
• sobreconsumo de concreto pontual e total da estaca;
• velocidade de subida do trado;
• perfil estimado da estaca.

0 computador de bordo deve ser alimentado com dados específicos da estaca e da bomba
de concreto. Todos os dados da execução das estacas devem ser fornecidos impressos em
relatórios, para compor a documentação do acompanhamento das fundações.

164 • fundações e contenções de edifícios • ivan joppert jr. •


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Figura n° 57: C o m p u ta d or de bordo tipo Taralog - Ma.it DH 180
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J • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan ¡ o p p e r t ¡r. • 165

rs

r~\
11.7.2. Check list

Estacas tipo Hélice contínua

Check list Sim Não Observações

1. Serviços preliminares no canteiro de obras r-\

a. Criar acessos à perfuratriz (rampa máxima de 17%)


b. Definir local para bomba de concreto estacionária
ou de lança
c. Gabarito da obra com locação do eixo dos pilares
d. Equipe de apoio
• armadores
• serventes para limpeza do trado
e. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
• caminhão-toco ou trucado traçado
• bomba de concreto compatível com a necessidade
de concretagem de cad3 trado
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões *\
f. Infra-estrutura compatível com as exigências da NR-18

2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas


e cota de apoio de cada estaca
b. Locação das sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento
com taludes provisórios
/"A
e. Detalhe da armação das estacas
f. Especificações do concreto (slump test,
consumo de cimento, agregados e fck)
g. Resumo dos quantitativos (estacas, concreto, aço)
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento

3. Projeto de Formas e Arm ação das Fundações


O
a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,
baldrames e vigas de travamento
b. Formas dos blocos, baldrames, vigas de travamento/
alavancas contendo cortes típicos com definição /'■N
de cotas de arrasamento e altura das peças de
r\
concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas e rN
arranque dos pilares
r'
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)

r "n

166 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. ."'A


E s ta c a s t i p o H é lic e c o n t í n u a
/~N
^ : Check list Sim Não Observações

4. Execução das estacas


O
'/■“N\
a. Locação das estacas (verificação por triangulação),
implantar piquete enterrado 30 cm no solo e
/"" n aterrado com areia que deverá ser checado no
gabarito antes da execução
b. Inspeção do equipamento
'"A ■ torque e arranque suficiente para escavação
e arrancamento do trado:
• torque 80 a 150 kNm para 0 até 80 cm
e > 160 kNm para 0 até 120 cm
• arranque 400 kN para 0 até 80 cm
f~~\ e 700 kN para 0 até 120 cm
■ trado íntegro (sem sinais de amassado, retilíneo)
r\ com diâmetro interno de 100 mm
r\ (para até 70 cm) e 125 mm (para até 120 cm)
— ■ comprimento do trado compatível com as
^ • profundidades de projeto, evitando-se sempre
que possível uso de prolonga
■ sensores para profundidade, velocidade, inclinação,
volume e pressão de concreto
■'"'s ■ centralizadores para verificação de axialidade
r~\ do trado no piquete
■ computador de bordo - fornecer os dados sobre
/""N ■ a bomba de concreto e bitola da estaca
f~\ ’ ■ limpador de trado
c. Boletins de execução das estacas contendo:
/A
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
i ■ características da estaca (bitola, comprimento
._ ■ j previsto/cota de ponta)
^ i ■ armação
/~\ ■ comprimento escavado
■ inclinação, velocidade de rotação e penetração,
/^ ;) bem como torque durante a escavação da estaca
''A ■ velocidade de subida e consumo de concreto
'---' parcial durante a concretagem
r~\ ■ pressão de injeção do concreto durante
?~\ a concretagem
■ identificação do caminhão betoneira por estaca
_ ■ confrontar volume fornecido x volume concretado
r\ d. Condições do solo de apoio da perfuratriz
r^s ■ necessidade de entulho ou rachão e/ou geotêxtil
e. Especificações mínimas do concreto:
\ ■ bomba de capacidade de bombeamento
r\ • 20 m3/h para estacas 0 máx. de 50 cm
• 40 m3/h para diâmetros maiores
• pressão mínima de 6 MPa
■ fck ^ 20 MPa
■ agregado - areia e pedregulho sem pó-de-pedra

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d ifí c io s • ¡van j o p p e r t jr. • 167


Estacas tipo Hélice continua

Check list Sim N ão Observações

■ fator a/c entre 0,53 e 0,55


■ consumo mínimo de cimento 380 a 400 kg/m3
(cimento tipo CP III)
■ início de pega > 3,0 horas
■ slump dentro do especificado (22 ± 2 cm)
■ adição de água de acordo com o especificado
na nota da concreteira
■ corpos-de-prova para 7,14 e 28 dias de ruptura
■ moldagem de CP de PVC 0 4"com 3 metros
de comprimento fechado no fundo para
verificar exsudação:
(máxima 2%) - para CP III
(máxima 1%) —para CPV
f. Perfuração das estacas
■ verificação de proximidade com estaca com
concreto fresco (respeitar 6 0 por 12 horas)
■ acompanhamento do torque, velocidade de
penetração e profundidade
■ a empreiteira fornece o relatório impresso
g. Concretagem da estaca
■ acompanhamento da pressão de injeção
(sempre maior que zero) e com
sobreconsumo mínimo de 10%
■ acompanhamento do volume de concreto
(parcial e total)
■ a empreiteira fornece o relatório impresso O
h. Armação da estaca implantada após o término
da concretagem
¡. Limpeza do solo proveniente da escavação
j. Inspeção da superfície da estaca para detectar
eventual abatimento do concreto
¡

5. Aparelham ento das estacas na cota


de arrasam ento definida em projeto

6. Verificação da excentricidade das estacas o*


já executadas

a. A armação absorve a excentricidade


b. O estaqueamento absorve a excentricidade
rN
c. É necessária a execução de viga de travamento
ou alavanca

168 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
/"■A

AN
11.7.3. Problemas executivos e prováveis soluções
i
s
A maioria dos problemas relacionados com a execução das estacas hélice contínua está li­
gada ao concreto em desacordo com a especificação, bombas com capacidade de bombea-
mento aquém do declarado pelo fabricante e muito raramente problemas de operacionabi-
lidade do maquinário.

Passamos a descrever os principais problemas detectados durante a execução das estacas.

Estacas tipo hélice contínua


r-\
Problemas executivos Prováveis causas Providências

1. A perfuratriz não tem estabilidade • Presença de solo arenoso e água | Espalhar rachão ou entulho
/'■n
devido às condições do solo • Presença de solo orgânico (turfa) sobre o solo
de apoio das esteiras com água | Aplicação de geotêxtil e/ou
r> material granular

2. Durante a concretagem o concreto • Uso de aditivos retardatores t Verificar e substituir o traço


inicia repentinamente a pega de pega no concreto do concreto
• Tipo de cimento (CP IV ou ARI) | Redosar o concreto
t Verificar tipo do cimento

/~N 3. Após a concretagem o


concreto "abate" e:
^ ;
i
a. Verifica-se a ocorrência de água • Água de amassamento em excesso | Verificar o traço executando
na superfície (admissível até confirmação por reconstituição
0 i 2% para cimento CP III e do concreto fresco e executar
r ! 1% para CPV) reforço (eventual)

b. Verifica-se formação de bolha • Formação de bolha de ar por falha da ) Executar reforço


r\ ■ de ar com abatimento repentino bomba ou subida rápida do trado | Reescavar e reconcretar a estaca
enquanto o concreto está fresco
r da superfície do concreto

r^ ‘ 4. A armação da estaca não desce • Concreto com slump abaixo | Implantar posteriormente a armação
r> t; do especificado por meio de furação, ou
• Uso de plastificante e/ou retardador | Reescavar novamente a estaca
r I de pega e reconcretá-la com concreto dentro
r> I • A armação foi implantada "torta" e do especificado, ou
interceptou a parede da estaca + Executar reforço
I • Ocorrência de interrupção do fuste
(solo lateral areia + água) devido à
^ i subida rápida do trado

^A j 5. Ao ser escavada a estaca, ocorre o • Solo mole sem confinamento lateral | Executar reforço
abatimento do concreto em estaca
próxima
°^ i

/"A
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 169
^■A

r-N
Estacas tipo hélice continua

Problem as executivos Prováveis causas Providências

6. Ac arrasar a estaca, notam-se trincas • Tráfego de equipamento próximo à %Arrasar a estaca abaixo da trinca
transversais na sua lateral estaca e complementá-la, ou
• Impacto lateral na estaca | Executar reforço
• Armação de topo curta

7. Ao ser ensaiada com PIT, a estaca • Falha na concretagem | Se possível, escavar a lateral da estaca,
apresenta interrupção (parcial ou
ou total) | Reforçar

• Concreto com densidade heterogênea $ Verificar se houve troca de


ao longo do fuste caminhão betoneira durante
concretagem, ou
t Reforçar

• Trincas laterais % Arrasar a estaca abaixo da trinca


e complementá-la, ou
t Executar reforço

r
A

170 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
11.8. Estacas escavadas com lama bentonítica

Figura n° 58: E qu ip a m en to p a ra execução dos estacões

ry 11.8.1. Metodologia executiva

As estacas escavadas com o auxílio da lama bentonítica são normalmente utilizadas em obras pe­
o l sadas onde a adoção de uma estaca que absorva grandes carregamentos passa a ser vantajosa
quanto aos aspectos técnico e econômico.
1
"1 Existem duas modalidades executivas de estacas escavadas com lama bentonítica: as estacas bar­
% rete, escavadas com auxílio de Ciam Shell acionado a cabo ou hidraulicamente, e os estações, es­
cavados com mesa rotatória e caçambas.
r i
/-"si As estacas escavadas com lama bentonítica são executadas em 3 etapas que são escavação, co­
y1 locação de armação e concretagem.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 171
'" ' n!
A. Escavação

As estacas tipo barrete necessitam da execução preliminar de uma mureta-guia de concreto


armado com 10 cm de espessura e com as dimensões internas um pouco maiores do que o
Ciam Shelle 1,00 m de profundidade. Elas são executadas com largura variável entre 0,33 ^
e 1,23 metros e com comprimento de 1,53; 2,53 e 3,23 metros. ^

As profundidades que as estacas barretes atingem é função do comprimento dos cabos que /'a
sustentam o Ciam Shell, podendo chegar até 80 metros.
/'"A
Os estacões não necessitam de execução prévia de mureta-guia, bastando apenas a im­
plantação de camisa metálica com diâmetro 5 a 10 cm maior que a bitola da estaca e com
1,50 a 4,00 m de profundidade. Essa camisa metálica tem a função de guiar as escavações
iniciais, sendo removível após a concretagem da estaca. O

Os estacões podem ser executados em bitolas que variam de 60 cm a 200 cm e com pro­
/"A
fundidade de até 60 m.

A verticalidade das estacas, bem como as tendências de desvio e torção estão ligadas à
qualidade das ferramentas utilizadas na escavação e implantação das muretas-guias e ca­
misas metálicas.

A escavação é totalmente preenchida com lama bentonítica que tem a função de estabili­
zar a escavação devido às propriedades que ela possui.

A lama bentonítica deve ter controle tecnológico executado antes da escavação e antes da
concretagem. Para tanto, a obra deve contar com laboratório equipado no mínimo com fu­ O
nil de Marsh, para verificar a viscosidade, balança de densidade para aferir a densidade e
bureta graduada para verificação de teor de areia.

A bentonita que compõe a lama deve possuir as seguintes características mínimas:

■ resíduo na peneira n° 200 <1%


■ teor de umidade <15%
■ limite de liquidez > 400%
■ viscosidade para 1 litro da lama
com 6% de concentração > 40 seg
■ espessura do cake < 2 mm
■ pH da água filtrada 7 a 9% r

rv
Para solos com granulometria mais fina que as areias médias é usual a utilização de con­
,^
centração de bentonita de 4%.

A lama bentonítica deverá possuir, após misturada e ficar em repouso por 24 horas, as se­ o
guintes características: ^

■i
172 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • ■

/•"'n
• Antes da escavação
Densidade > 1 ,0 3 g/cm3
Viscosidade > 30 seg
pH entre 7 e 11
Cake 1,0 a 2,0 mm

• Antes da concretagem
Densidade <1,1 g/cm3
Viscosidade < 40 seg
pH entre 7 e 11
Cake 1,0 a 2,0 mm

A lama bentonítica pode ser reciclada desarenando-a ou misturando-a com lama nova para
que atinja os parâmetros acima especificados.

Com a utilização contínua da lama ela pode perder a sua eficiência floculando e tornando-
se instável, devendo, portanto, ser totalmente trocada de tempos em tempos.

B. Armação

As armações são montadas em gaiolas com os estribos amarrados e soldados nas armadu­
ras longitudinais para torná-las rígidas. Elas devem ser munidas de roletes que garantam
recobrimento da armação de no mínimo 5 cm.

Elas são implantadas na estaca âpós a conclusão da escavação nas cotas de arrasamento
especificadas em projeto.

As gaiolas devem ser montadas para possibilitar a passagem do concreto (espaçamento mí­
nimo de 15 cm) e também possibilitar a instalação do tubo tremonha na região interna da
gaiola.

As gaiolas devem ser fixadas nas muretas-guias para evitar a sua movimentação durante
a concretagem.

C. Concretagem

O concreto de enchimento deve ter consumo mínimo de 400 kg/m3 de cimento (dar prefe­
rência ao cimento CP III com ausência de superfluidificante), fator a/c < 0,55, diâmetro má­
ximo do agregado de 20 mm e slump de 20 ± 2 cm. A concretagem é executada com a ins­
o i talação do tubo tremonha até o fundo da estaca e pelo lançamento do concreto no funil
^ i existente no topo do tubo.

O concreto, por ser mais denso que a lama, expulsa-a preenchendo a estaca de baixo para
cima. O tempo de concretagem das estacas não deve ultrapassar a 3 horas da saída do pri­
meiro caminhão de concreto da usina.

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s dé e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 173
As estacas escavadas com lama bentonítica costumam dar os seguintes overbreaks nos di­
versos solos:

Argila 4% a 10%
Areias finas compactas 4% a 8%
Areias médias e grossas 6% a 10%
Areias finas e fofas 12% a 20%
Solos residuais 4% a 8%
Argila orgânica 15% a 20%

Após a concretagem é comum a formação de borra de concreto na superfície da estaca com


espessuras de 40 a 50 cm, que devem ser removidas até que seja atingido o concreto são
para incorporar a estaca no bloco de coroamento.

.......... «wM-JiHfjfrj

nTOülBHRHBüaj

Sünüt

Foto 12: M ureta-guia p a ra estaca barrete 60 x 250


e C iam Shell - Raa cta Consolação

trem on ka

174 fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r.


11.8.2. Check list

Estacas escavadas com lama bentonítica

Check list Sim Não Observações

1. Serviços prelim inares no canteiro

a. Necessidade de terraplenagem preliminar


para acessar os equipamentos
b. Força trifásica (potência mínima 60 kW)
c. Instalações sanitárias
d. Estudo da logística de execução da obra
■ planejamento visando à interação de todas
as etapas de serviços com a otimização
dos equipamentos
■ dimensionamento de equipamentos adequados
em conformidade com as condições
físicas do local
■ plano para carga e descarga para materiais
e equipamentos (local, estoque, horário, etc.)
e. Criar acessos a carretas e caminhões
(rampa máxima 12%)
f. Gabarito da obra com locação do eixo dos pilares
g. Infra-estrutura e instalações de acordo com a NR-18

2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas


(estacões) ou dimensões (barretes) e cota de apoio
de cada estaca
b. Locação de sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento
com taludes provisórios
e. Detalhe da armação das estacas
f. Especificações do concreto (slump, consumo de
concreto, agregados e resistência)
g. Especificação da lama bentonítica
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento

3. Projeto de form as e arm ação das fundações

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,


baldrames e vigas de travamento
b. Cortes típicos com definição de cotas de arrasamento
e altura das peças de concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas
e arranque dos pilares
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)
Estacas escavadas com lama bento mtica

Check list Sim Não Observações

4. Execução da m ureta-guia
(para estacas barretes)

a. Equipamentos e materiais
■ cimento, areia, pedra e/ou concreto e aço
■ madeira para forma
■ bancada de carpintaria
b. Abertura na valeta
■ formas e armação de acordo com projeto
■ formas alinhadas e aprumadas
c. Reaterro após a desforma e estroncamento
entre as muretas-guias
■ compactação manual
d. Preenchimento atrás da mureta-guia com
argamassa com consumo de 100 kg/m3

5. Execução das estacas

a. Equipamentos mínimos
■ silos de armazenagem (o ideal são silos para
armazenar 3 vezes o volume de cada estaca)
■ Ciam Shell com dimensões compatíveis com
o projeto para estacas barrete
■ bomba de recalque da lama
■ caçambas com dimensões compatíveis com
as bitolas de projeto e camisas metálicas
10 cm maior que as bitolas da caçamba
(para estacão)
■ desarenador
■ tubo tremonha
■ laboratório de controle de lama (balança
de densidade, funil de Marsh e bureta graduada
para teor de areia é o mínimo)
■ laboratório de controle de concreto
(formas para corpo-de-prova e slump)
■ equipamentos de apoio:
• pá-carregadeira de esteira
• caminhão para bota-fora
• caminhão limpa fossa I
• caminhão-pipa para abastecimento e limpeza
• máquina de hidrojateamento
I ^
• estoque de entulho
■j
■ equipe de apoio
• armador
• servente para limpeza
b. Boletins de execução das estacas contendo:
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca

176 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s * i v a n j o p p e r t jr.
Estacas escavadas com lama bentonítica

Check list Sim Não Observações

ü características da estaca (bitola, comprimento


previsto/cota de ponta)
■ armação
^\ ■ comprimento escavado
■ parâmetros da lama antes da escavação
rv e da concretagem
■ gráfico de subida do concreto teórica e real
A, ■ identificação do caminhão betoneira por estaca
/'> c. Acompanhamento da escavação
■ lama com parâmetros corretos
■ profundidade correta
■ verificar prumo e torção pelo Ciam Shell
d. Acompanhamento da concretagem
■ armação posicionada
■ tubo tremonha posicionado
/x. ■ análise da lama antes da concretagem
e após a escavação
• necessário desarenar
/■a • necessário trocar a lama
■ slump e corpo-de-prova a cada caminhão
betoneira que chega na obra
(mínimo 20 ± 2 cm)
■ quantidade de água adicionada está de acordo
com as recomendações da concreteira
■ o tempo entre a saída do concreto usina até o
fim da concretagem é menor que 2,5 horas
O
■ acompanhamento da subida do concreto
■ gráfico da subida da concretagem teórica e real
o ■ o tempo para início de pega está dentro do
previsto (2,5 a 3,0 horas)
% ■ o concreto "abate" após a concretagem
■ controle tecnológico do concreto
(ruptura aos 7,14 e 28 dias)

^~v
""V
i

1
/

' \3

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n ¡ o p p e r t ¡r. 177

/"A
11.8.3. Problemas executivos e prováveis soluções

Os principais problemas observados na execução das estacas escavadas com lama decorrem
do uso de concreto inadequado e lama fora do especificado. Na tabela abaixo selecionamos
os problemas mais comuns observados nesta modalidade de fundações.

Estacas escavadas com lama bentomtica

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Na execução de estaca barrete

a. Na escavação o Ciam Shell desvia • Mureta-guia fora de prumo | Argamassar a estaca e refazer
ou desapruma trecho da mureta-guia

• Fundações antigas ou pedras l Trepanar para ultrapassar obstáculos


no subsolo

b. A escavação da estaca ficou • Presença de matacão | Trepanar para ultrapassar a


mais curta que a previsão do interferência
projeto
• Sondagem errada t Executar reforço

c. Perda de lama bentonítica • Fuga por tubulação antiga t Argamassar a estaca

d. Na concretagem o tubo tremonha • Concreto iniciou a pega ou borra | Sacar o tubo tremonha para
entope de concreto endurecida desentupi-lo, instalar uma bucha
na boca inferior do tubo tremonha,
introduzir o tubo tremonha no
mínimo 2,00 metros no concreto
já lançado e continuar a concretagem

e. Falta concreto durante • A usina com problemas | Abandonar a estaca e executar


a concretagem no fornecimento reforço
• Concreto vencido
• Equipamento quebrou

178 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
Estacas escavadas com lama bentomtica

Problem as executivos Prováveis causas Providências


■'"A
f. Após a concretagem o concreto • Água em excesso, causando | Verificar na usina o traço adotado
abate e sobe nata de cimento exsudação
o
na superfície

• Uso de pó-de-pedra | Mudar o traço

• Concreto fluiu por trás da | Demolir o excesso quando escavar


A mureta-guia ou camisa
/—\
g. Perdas excessivas de concreto • Lama bentonítica fraca, causando | Aumentar a concentração
desbarrancamento da lama bentonítica
''A
• Usina forneceu menos concreto t Pesar caminhão na usina ou
/~A
que o pedido em outra balança ou medir
.'"V em funil graduado
A
h. Concreto demora a dar pega • Presença de pH baixo e sulfatos | Usar cimento resistente aos
A no solo sulfatos (R.S.)
-''A
i. Concreto com baixa resistência • Usina forneceu concreto abaixo | Verificar a tensão de trabalho do
O do especificado concreto e fatores de segurança
/^v
f)
A

<^A

'“A

■:

;]
^4

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 179

o
/~s
11.9. Estacas tipo Franki

Figura n° 60: Equipamento para execução das estacas tipo Franki

11.9.1. Metodologia executiva

As estacas tipo Franki são moldadas "in loco" por meio da cravação dinâmica de um tubo muni­
do de bucha composta de areia e pedra, implantada na sua ponta inferior. A cravação da estaca
se dá pela queda livre de um pilão com peso entre 1000 e 4600 kg (função da bitola da estaca)
sobre a bucha, fazendo com que a composição tubo + bucha vá penetrando no solo até que seja
atingido solo com boa capacidade de suporte, sendo que a verificação deste fato se dá pela afe­
rição das negas e energias de cravação.

180 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
As estacas tipo Franki são executadas de tal sorte a se obterem bitolas finais do fuste de 300 mm,
350 mm, 400 mm, 450 mm, 520 mm, 600 mm e 700 mm.

Urna vez cravado o tubo e atingida a nega e energia mínima especificada, inicia-se a execução da
base da estaca que consta da expulsão da bucha e injeção de concreto abaixo da ponta do tubo
de revestimento. A injeção se dá pela concretagem paulatina com o apiloamento do fundo, objeti­
vando a formação de urna base esférica com dimensões maiores do que o fuste da estaca.

Após a execução da base, implanta-se a armação da estaca e inicia-se a concretagem com o api­
loamento constante do concreto e a retirada concomitante do tubo de revestimento, sempre com
a certeza de existir um mínimo de concreto na parte interna do tubo.

O procedimento executivo das estacas tipo Franki promove uma alta capacidade de carga na es­
taca, bem como a possibilidade de um bom controle de qualidade do estaqueamento. Todavia,
o procedimento executivo também é responsável por vibrações excessivas e produtividade baixa
(50 metros de estaca/dia).

"marca do cabo

cabos de
arranque
tubo metálico pilão
de revestimento

bucha
pedra + areia

/'‘"N

, armação
■/

altura de
segurança
•'•'‘V.

\ Tm
bucha expulsa,
'"vj
e base

1a etapa 2a etapa 3a etapa 4a etapa 5a etapa 6a etapa

Figura n° 61: Seqüencial executivo da execução íte uma estaca tipo Franki

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ivan j o p p e r t j r . • 181
H Í

o
,/“N
r\
Onde:
1a etapa: execução da bucha
2a etapa: cravação do conjunto tubo + bucha
3a etapa: expulsão da bucha e execução da base
4a etapa: colocação da armação
5a etapa: concretagem da estaca
6a etapa: estaca concluída

11.9.2. CONTROLE DA CRAVAÇÃO

a. Cravação do tubo

Conforme exposto, a estaca Franki é implantada no solo pela cravação do tubo que é fun­
ção da energia mecânica despendida para tanto. A energia é dada pela expressão:

E= n . P. h

Onde:
E- energia de cravação (kN x m)
n- número de golpes dados para a cravação de 50 cm do tubo
P- peso do pilão (kN)
h- altura de queda do pilão (m)

Os pilões de cravação devem possuir peso e dimensões mínimos conforme a tabela n° 31:

Tabela n° 31 - dimensões e peso mínimo dos pilões

0 tubo (cm) 300 350 400 450 520 600 700

Peso mínimo (kN) 10 15 20 25 28 30 45

Diâmetro mínimo 180 220 250 280 310 380 450

Para a cravação do tubo, o pilão deve ser erguido entre 5,00 e 7,00 metros, sempre se ve­
rificando a integridade da bucha durante a operação. Este controle é feito pela marca do
cabo (vide figura n° 61).

Na obra obtém-se o "Diagrama de cravação" onde é determinado ó número de golpes (n)


necessário à cravação de 50 cm do tubo para um pilão (P) caindo de uma^altura (h).

182 • f u n d a ç õ e s e c o n i e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
1

A cravação é concluída quando se obtém a energia mínima em dois trechos consecutivos


de 50 cm.

A tabela n° 32 define as energias mínimas para a cravação das estacas de acordo com a bi­
tola do tubo:
r^\

Tabela n° 32 - Energia mínima de cravação


/~\
0 tubo (mm) Energia mínima de cravação (kN x m)
300 1800
350 2300
400 3000
/~\ 450 4000
r~\ 520 4500
600 5000
r~\
700 6000
r-\

A As negas (penetração do tubo no solo) são obtidas pela cravação de 10 (dez) golpes do pi­
lão caindo de uma altura fixa de 1,00 metro e um único golpe do pilão caindo de uma al­
/'~\
tura de 5,00 metros.
/">
A Deve-se sempre aferir o levantamento das estacas próximas após a cravação,
/"N
/~N
b. Abertura de base

Após a cravação do tubo até a profundidade desejada inicia-se a operação de abertura da


/"N base que segue o seguinte seqüencial:

A • Tubo é preso por cabos de extração para que não desça durante a expulsão
da bucha de pedra e areia. A expulsão é feita por meio de seu apiloamento
conjugado a um pequeno levantamento do tubo.
'“'n
• Quando a bucha está totalmente expulsa, introduzem-se no tubo pequenas
quantidades de concreto da base.

• A base deverá ser aberta até que se atinja o volume recomendado em projeto
ou conforme a tabela n° 33.

• A base deve atingir energia mínima conforme especificado na tabela n° 33.


/~vi
Al E= n . P.h
H •'£
/~\é
' 1
S~\&
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 183

a
Tabela w° 33 - Volame das bases e energias mínimas

D iâm etro das estacas (mm) 300 350 400 450 520 600 700

Base m ínim a (I) 90 90 180 270 300 450 600

Base norm al (I) 90 180 270 360 450 600 750

Base usual (I) 180 270 360 450 600 750 900

Base especial (I) 270 360 450 600 750 900 1050

Energia m ínim a (kN x m) 1500 1500 1500 5000 5000 5000 5000

Volum e final introduzido na base 90 90 90 150 150 150 150


para energia m ínim a

O concreto da base deverá seguir o seguinte traço: 1 saco de cimento, 90 litros de areia,
140 litros de pedra n° 2 (para estacas com 0 s 400 mm) ou n° 3 (para estacas com 0 > 400
mm) e fator a/c de 0,45.

A abertura da base deverá ser aferida pela "marca do cabo" que indica se realmente o vo­
lume do concreto lançado foi totalmente expulso para o solo.

Deve-se sempre aferir o levantamento das estacas próximas após a abertura da base.

c. Concretagem do fuste

Após a abertura da base inicia-se a concretagem do fuste pela implantação da armação


e concretagem com a retirada concomitante do tubo. Nesta fase devem ser verificados al­
guns itens:

• Encurtamento da armadura: indica a perfeita verticalidade do fuste e a tendên­


cia de expulsão lateral de concreto no fuste durante o apiloamento.

• "Marca do cabo": indica a altura de segurança do concreto dentro do fuste


para que não ocorra afunilamento da seção.

Quando alguns destes controles apresentam valores anormais, a concretagem deve ser in­
terrompida, refeita a bucha e executada a recravação da estaca como se fosse uma nova
estaca com nova base, etc.

A armação da estaca deve ser executada com aço CA 50A que aceite solda sem destem­
perar (aço com alto teor de carbono não é aconselhável). A armação mínima, bem como o
consumo de concreto, encontra-se na tabela n° 34.

184 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
Tabela n° 34 - Armação e traco de concreto

Bitola (mm) 300 350 400 450 520 600 700

Armadura longitudinal (CA50A) 4 0 1 2 ,5 4 0 1 2 ,5 4016 4016 4 0 20 4 0 20 4 0 25


'-N 2,30 2,70
Armadura transversal 0 6,3 mm CA25 1,30 1,50 1,70 1,80 2,00

Cimento (saco) 0,50 0,70 1,00 1,25 1,50 2,00 3,00

Pedra (m3) 0,07 0,10 0,13 0,16 0,22 0,30 0,40

Areia (m3) 0,05 0,06 0,08 0,11 0,14 0,19 0,26

Carga estrutural (kN) 450 650 850 1100 1500 1950 2600
/">
'"'S
0 traço do concreto do fuste deverá ser: 1 saco de cimento, 90 litros de areia, 80 litros de
pedra 1,60 litros de pedra 2 e fator a/c de 0,45.

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A f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 185
r%
r\
''A
/"A
11.9.3. Check list

Estacas tipo Franki

Check list Sim Não Observações

1. Serviços prelim inares no canteiro o


a. Necessidade de terraplenagem preliminar para
acessar os equipamentos
b. Força trifásica (potência mínima 60 kW)
c. Instalações sanitárias
d. Estudo da logística de execução da obra
• planejamento visando á interação de todas
as etapas de serviços com a otimização
dos equipamentos
■ dimensionamento de equipamentos
adequados em conformidade com
as condições físicas do local
■ plano para carga e descarga para materiais
e equipamentos (local, estoque, horário, etc.)
e. Criar acessos a carretas e caminhões
(rampa máxima 7%)
f. Gabarito da obra com locação
do eixo dos pilares
g. Infra-estrutura e instalações de acordo
comaNBR-18

2. Projetos de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas r“ \


b. Locação de sondagens /■>
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com
taludes provisórios
e. Indicação do volume mínimo da base alargada
e energia mínima de cravação C'
f. Detalhe de armação das estacas
g. Especificações do concreto, indicação do traço
por volume do fuste e da base
h. Resumo dos quantitativos (estacas, concreto, aço)
i. Detalhe do corte das estacas para arrasamento
r\
3. Projeto de form as e arm ação das fundações o.
a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,
o.
baldrames e vigas de travamento
rs
186 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. o
r^\
* A
r\

Estacas tipo Franki

Check list Sim Não Observações


s~\
b. Cortes típicos com definição de cotas de arrasamento
a e altura das peças de concreto armado
a
c Armação dos blocos de coroamento, vigas e
arranque dos pilares
•A
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)

4. Inspeção no equipam ento

a a. Torre retilínea e com altura compatível com


o comprimento das estacas
a b. Tubos de revestimento com bitolas compatíveis
com o projeto
c. Peso do pilão compatível com a bitola das estacas
d. Boletins de execução das estacas contendo:
A ■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
■ características da estaca (bitola, volume de base
e comprimento previsto)
f/-''N'
■ armação
A ■ comprimento cravado e concretado
■ gráfico de cravação (em 10% das estacas)
A e negas (em todas as estacas)
■ volume de concreto e energia para abertura
r~\
da base
■ controle de levantamento das estacas
r\ ■ controle de encurtamento das estacas
■ controle de "negas"
/'A e. Máquina de solda, maçarico para corte e sarilho
para estribo
f. Eletrodos tipo 48-04 E 7018 - 4 mm sem sinais
A de umidade
A
A
5. Controle de cravação
/ '\
A a. Estaca-prova em local próximo à sondagem
b. Verificação da energia de cravação de acordo
A
com a bitola
-A
c. Especificação das alturas de queda do pilão e
A negas de acordo com as bitolas das estacas
A d. Verificação do prumo do tubo e altura de
A queda do pilão
e. Número de golpes a cada 0,50 metro cravado

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n c õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. •

/-a
Estacas tipo Fraitlú r\

Check list Sim Não Observações

f. Verificação da integridade da bucha


g. Verificação da nega (penetração para 10 golpes)
com altura de queda de 1,00 metro e 1 golpe
para altura de queda de 5,00 metros
h. Verificação do volume da caçamba
i. Verificação do volume das bases e energia de cravação
j. Verificação do encurtamento da armação
I. Verificação de levantamento de estacas próximas
à estaca cravada

6. Levantam ento de excentricidades


após a cravação

a. Estaca única (permitido até 10% da bitola)


b. A estaca absorve a flexo-compressão
c. Conjunto de estacas
■ estaqueamento absorve a excentricidade
do pilar no bloco
■ é necessário o uso de viga de travamento

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr. / a
188
I \
o

11.9.4. Problemas executivos e prováveis soluções

Estacas tipo Franki

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a cravação

a. Durante a cravação o tubo de • Estaca longa que mobiliza resistência + Soldar anel de aço na ponta inferior
revestimento tem dificuldades lateral na cravação do tubo
de penetração

• Estaca interceptou camada de # Expulsar a bucha e cravar com


pedregulho ou matacão pequeno ponta aberta para, posteriormente,
executar outra bucha

• Estaca interceptou camada | Expulsar a bucha e tracionar


de argila dura a estaca com auxílio de sonda

b. Durante a cravação o tubo • Ocorrência de fossa próxima | Retirar o tubo aterrando com areia,
de revestimento desvia limpar a fossa preenchendo-a
ou desapruma com argamassa e recravá-lo

• Ocorrência de solo mole e pilão t Laçar o tubo e centralizar o pilão


cravando muito excêntrico

c. Durante a cravação o • Camada superficial de material f Espalhar rachão e executar estiva


bate-estacas afunda muito mole de madeira para o bate-estacas
caminhar sobre ela

d. Durante a cravação do tubo • Camada de argila muito dura $ Expulsar a bucha e executar a cravação
ocorre o levantamento das com equipamento de tração
estacas próximas às já cravadas + Mudar caminhamento cravando apenas
2 estacas de cada bloco por dia
| Ancorar a armação na base

e. Durante a cravação a vibração é • Falta de fundações adequadas t Expulsar a bucha e executar a


excessiva e os vizinhos começam no vizinho cravação com equipamento de tração
a trincar

f. Estaca muito mais curta • Sondagem errada t Insistir na cravação até se tornar
do previsto impenetrável, concretar a estaca e
verificar a capacidade de carga

• Existência de pedregulho | Expulsar a bucha e cravar com


ponta aberta para, posteriormente,
executar outra bucha

• Matacão | Abandonar estaca e executar reforço

f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ van j o p p e r t ¡r. • 189


Estacas tipo Fmnki

Problem as executivos Prováveis causas Providências

2. Durante a concretagem do fuste

a. Pilão intercepta a armação, • 0 tubo está fora de prumo t Recravar a estaca fazendo bucha
amassando-a ou pilão muito excêntrico falsa até obter nega e realizar
nova concretagem

b. A armação encurta mais do que • Presença de solo muito mole + Executar a cravação de estaca de
o aceitável pelo engenheiro ao longo do fuste areia antes da estaca de concreto
de solos | Aumentar armação longitudinal

c. Não se consegue sacar o tubo • Estaca longa em solo muito arenoso |Executar furos de alívio próximo
ao tubo, sacá-lo e cravar estacas
de reforço

3. Durante a execução da base

a. Não é possível injetar o volume • Solo muito duro ou compacto + Verificar com engenheiro de solos
de concreto previsto em projeto na ponta a viabilidade da estaca com volume
(o tubo sobe e o concreto de base inferior
não penetra) |Parar estaca com meio metro acima,
verificando a nega desejada

b. Para se atingir a energia mínima * Ocorrência de argila dura |Verificar com engenheiro de solos
especificada foi necessário a viabilidade da estaca ou executar
injetar um volume maior estaca de reforço
de concreto |Cravar estaca com comprimento maior
c. A estaca próxima levanta +Verificar com engenheiro de solos
a viabilidade (levantamento
permitido) da estaca ou executar
estaca de reforço
t Plano de cravação salteado
|Utilizar equipamentos para tracionar
a estaca
|Ancorar a armação na base

190 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
í
rs
x
rs 11.10. Estaca raiz

11.10.1. M e to d o lo g ia ex ec u tiv a
/A

As estacas raiz são estacas moldadas "in loco", executadas através de perfuratrizes rotativas
e/ou percussivas, preferencialmente utilizando revestimento ao longo de todo o furo, de modo a
r\ garantir a integridade de seu fuste. Após a sua perfuração a estaca é armada e preenchida com
argamassa fluida.
r>
A estaca raiz é executada em três etapas distintas, que são a perfuração, a armação e a concreta­
gem com ar comprimido.
r>
/■>
A. Perfuração

w w i-l

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rs
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j~\
'~\ Foto 13: Re/orço de fu n d a çã o em estaca raiz Foto 14: Re/orço de fu n d a çã o em estaca raiz
- S ala São Paulo - Serasa

rs Na etapa da perfuração introduz-se no solo, por meio de rotação imposta por uma perfura-
triz, uma tubulação munida na ponta de uma coroa mais larga que o diâmetro externo do
/~\ tubo, formando a composição de revestimento.
rs
y
r\
r\ • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert j r. • 191
r\
O material desagregado pela rotação do tubo é expelido pela circulação de água injetada
com pressão na parte interna da tubulação (do topo para a ponta) e que retorna pelo espa­
ço existente entre a parede externa do tubo e a parede da escavação. A tubulação é instala­
da em segmentos rosqueáveis e reveste totalmente a estaca, sendo sacada após o seu pre­
enchimento com argamassa e instalação da armação.

A instalação do tubo de revestimento pode ser parcial, sendo que neste caso a perfuração
abaixo do tubo pode ocorrer com a utilização de tricone com auxílio de circulação de água
ou com elementos estabilizantes das paredes das perfurações.

Quando existe a necessidade de se ultrapassar interferências tais como alvenaria, entulho,


matacão, rocha, etc., utilizam-se ferramentas especiais, como coroa com pastilhas de vídea,
martelo de fundo de rotopercussão, etc.

A tabela n° 35 define os diâmetros mínimos dos tubos de revestimento a serem utilizados


nas estacas raiz.

Tabela w° 35 - Tubos de revestimento da estaca raiz

D iâm etro da estaca (mm) 100 120 150 160 200 250 310 410

D iâm etro externo do tubo (mm) 89 102 127 141 168 220 273 356

D iâm etro interno do tu b o (mm) 73 86 109 122 146 224 284 384

M a rte lo de fundo 31/2 31/2 51/8 75/8 91/8 91/8

B. Armação

Completada a perfuração, introduz-se na parte interna da tubulação a armação da estaca


que pode ser em feixe ou em gaiola, de acordo com o especificado pelo projetista. A arma­
ção deve ser implantada ao longo de toda a estaca, podendo ter quantidade de aço trans­
versal variável de acordo com os esforços atuantes.

No caso de o tubo de revestimento não ser utilizado integralmente no furo, elementos es-
paçadores devem ser instalados de modo a evitar o contato do aço com o solo.

Devido aos pequenos diâmetros das perfurações aliado ao fato de diminutos espaços dispo­
níveis internos à tubulação, a armação das estacas menores que 160 mm não possuem es­
tribos, sendo que elas são compostas como feixe de barras de aço unidas entre si.

A emenda das barras pode ser feita por transpasse para as estacas submetidas a compres­
são e com luva para estacas submetidas a tração.

192 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ v a n j o p p e r t jr.
01
!

C. Concretagem

r\
s\

r\
r~\

r~\

A Foto 15: Injeção de argam assa flu id a


- Sala São Paulo

r\
r\ Após a instalação da armadura, introduz-se um tubo de PVC até o final da perfuração e exe-
r\ cuta-se a injeção de argamassa fluida de baixo para cima até que ela preencha totalmen­
r~\ te a perfuração e vaze pelo topo do tubo, de modo a expulsar todas as impurezas da perfu­
ração. Em seguida é rosqueada no topo do tubo uma tampa ligada a um compressor de ar
f~\
que injeta golpes de ar comprimido com pressões de 0,5 kg/cm2 a 4 kg/cm2.
r\
A remoção da tubulação de revestimento é feita com auxílio de macacos hidráulicos e com
o desrosqueamento dos segmentos de tubos superiores e repetidas injeções de ar compri­
mido no topo do tubo.
f~\
É comum o abatimento da argamassa durante a retirada do tubo, devendo o seu nível ser
/~s completado sempre antes da aplicação do ar comprimido.
!<•>
/X A argamassa de preenchimento é fluida e possui um traço aproximado de 1 saco de cimen­
/~\ to para 22 a 25 litros de água para 80 a 85 litros de areia, o que confere resistências maio­
res que fck > 18 MPa. A estaca é concretada até a superfície do terreno, devendo ser arra­
sada para a execução do bloco de coroamento.
v.
r\

r\ • fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan ¡oppert j r. • 193


/-A

AN
11.10.2. Check list

Estaca miz

Check list Sim Não O bservações

1. Serviços prelim inares no canteiro de obras O.

a. Criar acessos à perfuratriz (ver com empreiteiro as


dimensões do equipamento)
b. Definir local para estocagem de materiais tais
como areia e armação
c. Gabarito da obra com locação do eixo dos pilares
d. Equipe de apoio
• armadores
• serventes para limpeza da lama
e. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
• caminhão-toco ou trucado traçado
• reservatório de água ou lama bentonítica
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões
A
2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas


e cota de apoio de cada estaca
b. Locação das sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com
taludes provisórios
e. Detalhe de armação das estacas .O
f. Especificações da argamassa (consumo de cimento,
água/cimento)
g. Resumo dos quantitativos (estacas, argamassa, aço)
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento

3. Projeto de Formas e Armação das Fundações

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos, 0


baldrames e vigas de travamento
b. Formas dos blocos, baldrames, vigas de travamento/
alavancas contendo cortes típicos com definição
de cotas de arrasamento e altura das peças O.
de concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas e
arranque dos pilares
d. Resumo do quantitativo de aço ■O
e. Especificação dos materiais (aço e argamassa) 1

o,

194 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t ¡r.
r's

r*..
I f N

A Estaca raiz

Check list Sim N ão Observações


A
A
4. Execução das estacas

a. Locação das estacas (verificação por triangulação),


implantar piquete enterrado 30 cm no solo e
aterrado com areia que deverá ser checada no
gabarito antes da execução
b. Inspeção do equipamento
■ perfuratriz com torque compatível à bitola
a ser perfurada (400 kg x m para estaca até
A 250 mm e 600 kg x m para estacas maiores)
■ conjunto de tubos de revestimento compatível
A com o projeto no que se refere a diámetros
A internos, externos e coroas, e eventuais tricones
■ misturador de argamassa compatível com
o volume a ser injetado em 01 estaca
A (ideal 500 litros)
A ■ abastecimento de água compatível com
a necessidade da obra
^~s ■ bomba de água com capacidade míníma
o de 20 m3/hora e pressão maior que 40 m.c.a.
■ bomba de injeção de argamassa com vazão
I/-\>
e pressão compatível com a bitola
e a profundidade da estaca
A ■ compressor de ar e mangotes
c. Boletins de execução das estacas contendo:
■ nome e local da obra
r~\ ■ identificação do pilar e da estaca
■ características da estaca (bitola, comprimento
previsto/cota de ponta
r\ ■ armação
■ comprimento escavado
A d. Perfuração da estacas
o ■ local livre de interferências superficiais
A ■ estacas próximas argamassadas a menos
--' de 24 horas (aconselha-se manter distância
0 entre estaca seqüenciais de 6 x 0)
A ■ existência de interferência impossível de ser
retirada, induzindo a utilização de martelo
de fundo, diminuindo o diâmetro da estaca
r-\ ■ existência de camada de areia grossa ou
r\ pedregulho que possa ser "lavada" e/ou
- comunicar-se com outra estaca
/~\ ■ existência de camada de argila muito mole
/~ \ que desagregue ao ser submetida a circulação
de água
r \. ■ ocorrência de desvios durante a escavação
■ estaca executada a prumo
/~N ■ comprimento da estaca em conformidade
com o projeto
A

a • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r . • 195
A
a
Estaca raiz

Check list Sim N ão Observações

■ observar o comportamento de estacas próximas


durante a perfuração
■ limpeza da perfuração com água
■ armação da estaca Implantada após o término
da limpeza da estaca
e. Concretagem da estaca
■ traço está sendo utilizado dentro dos parâmetros r*.
sugeridos
■ gaiola ou feixe com armação transversal e
longitudinal em conformidade com o projeto r\
■ transpasse da armação na região da emenda rs
segue as recomendações da norma
■ gaiola ou feixe da armação implantada sem rs
problemas (comprimento e arrasamento r
conforme projetos)
■ argamassa preencheu totalmente a estaca
■ retirada do tubo de revestimento com a aplicação
de pressões (ar comprimido) conforme solicitado
em projeto
■ coletar corpo-de-prova da argamassa para
submeter à ruptura
■ ocorre o "abatimento" da argamassa na cabeça
da estaca após o seu término o.
■ ocorre o fluxo de água pela superfície do topo
da estaca
f.Inspeção da superficie da estaca para detectar
.r--- V,
eventual abatimento da argamassa
o.
5. Aparelham ento das estacas na cota
de arrasam ento definida em projeto

6. Verificação da excentricidade
das estacas já executadas

■ a armação absorve a excentricidade


■ o estaqueamento absorve a excentricidade
■ é necessária a execução de viga de travamento
ou alavanca

rN

o
r^.

rs
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. rs
196
,r\
11.10.3. Problemas executivos e prováveis soluções

Passamos a descrever os principais problemas detectados durante a execução das estacas.

Estaca raiz

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Erro de locação das estacas • Erro topográfico |Verificar a locação de projeto


• Deslocamento do piquete +Corrigir a posição do piquete
• Torre fora de prumo +Corrigir o prumo da torre
• Solo de apoio mole | Reforçar solo com rachão ou entulho

2. Estaca não tem continuidade • Concretagem por emborcamento |Fazer concretagem submersa, com
(estaca secionada) tubo tremonha no pé da estaca

• Parada de concretagem no meio |Bombear argamassa até extravasar


do revestimento a massa pela boca

• Aplicação de pressão de ar +Executar reforço


em solo mole
(deve-se evitar aplicar ar sob
pressão em profundidades rasas)

• Sacar revestimento aplicando rotação t Executar reforço


no tubo de revestimento
(deve-se sacar revestimento
sem aplicar rotação)

• Não completar com argamassa |Executar reforço


durante a operação de retirada
de tubos de revestimento
(cada segmento de tubo sacado
deve contar com preenchimento
de argamassa até o topo do tubo
de revestimento)

3. Falha na cabeça das estacas • Abatimento da cabeça das estacas t Preencher a argamassa da cabeça,
(sedimentação da argamassa) tomando o cuidado de evitar
a presença de sujeira para não
criar juntas com elementos
estranhos

• Falhas por exsudação do concreto |Percebendo o fenômeno, completar


enquanto ocorre o efeito.
Após pega do concreto, quebrar
e reconstituir o trecho afetado

• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 197
Estaca raiz

Problem as executivos Prováveis causas Providências

4. Problemas com a armação • Armação não desce até o fundo | Retirar a armação, limpar a perfuração,
refazer a armação e reinstalá-la
,-N
• Armação sobe com o revestimento | Retirar a armação, lavar o concreto,
quando da sua retirada refazer a armação com diâmetro A
de estribos um pouco menor e
cuidado nos "pontos" de amarração

• Armação pesada | Soldar pontos de amarração para r~\


evitar o secionamento da armação

• Excesso de ferro no transpasse | Descer tubo de menor diâmetro


impede a descida do tubo tremonha e/ou injetar calda de cimento </—\
inicialmente
z—'
• Flambagem dos ferros longitudinais | Transpasse distribuído em A
da armação, causada pelo excesso vários pontos
de ferro no transpasse | Soldar com pontos o transpasse
t Colocar o transpasse no tramo
inferior em terreno não mole

• Deslocamento da mola de estribo | Amarração satisfatória do estribo,


se necessário

/X
A

/~v

r-'s

r-1
/~\

198 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t j r. • ^
a
11.11. Estacas tipo Strauss

11.11.1. M e to d o lo g ia executiva

fT} As estacas moldadas no local, tipo Strauss, são executadas com revestimento metálico recuperá­
vel, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo que é feita com o auxílio de uma sonda.
r\
r\ A estaca Strauss apresenta vantagem pela leveza e simplicidade do equipamento que emprega.
Com isso, pode ser utilizada em locais confinados, em terrenos acidentados ou ainda no interior
r\ de construções existentes, com pé-direito reduzido.

s~\ A. Equipamento

O equipamento consta de um tripé de madeira ou de aço, um guincho de 1 tf acoplado a


r\
motor a explosão ou elétrico, uma sonda de percussão munida de válvula em sua extremi­
rs dade inferior para retirada de terra, um soquete com peso variável entre 150 e 300 quilos,
rs linhas de tubulação de aço, com elementos de 2,00 a 3,00 metros de comprimento, ros-
/-> queáveis entre si, um guincho manual para retirada da tubulação, além de roldanas, cabos
e ferramentas. A figura n° 62 e a foto n° 16 ilustram o citado equipamento.

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rs,
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« S ü ü »

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r\ Coroa

Figura n° 62: Equipamento p ara execução (tas estacas tipo Strauss


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• fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r. 199
rs
r\
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Foto 16: Cravação de estacas tipo Strauss. Rua José Feliciano - São Paulo

As tubulações das estacas possuem as seguintes características:

Tabela n° 36 - D iâm etro das estacas Strauss

Diâmetro nominal (cm) Diâmetro interno Diâmetro da coroa


(estaca acabada) da tubulação (cm) (cm)
0 25 20
0 32 25 24
0 38 30 30
0 45 38 35
0 55 48 43

B. Perfuração

0 início das estacas se dá com o posicionamento do tripé, de tal maneira que o soquete,
preso ao cabo de aço, fique centralizado no piquete de locação da futura estaca.

Com o soquete é iniciada a perfuração até a profundidade de 1,00 a 2,00 metros. Este pré-
furo servirá de guia para a introdução do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior,
chamado "coroa". Antes da implantação da coroa deve-se verificar se ocorreu alguma ex­
centricidade na pré-escavação.
J

200 • fundações e contenções de edifícios • ivan joppert j r.


Com a implantação da coroa, o soquete é substituído pela sonda de percussão, a qual, por golpes
sucessivos com auxílio de água, vai retirando o solo do interior da tubulação e abaixo da coroa.

Após essa etapa de escavação, através de impactos no topo da tubulação de revestimen­


to, ela vai sendo introduzida no solo, sendo que, quando estiver toda cravada, é rosqueado
o tubo seguinte, e assim por diante, até que seja atingida uma camada de solo resistente
e/ou que se tenha um comprimento de estaca considerado suficiente para garantia de car­
ga de trabalho da mesma.

Após o término da escavação, executa-se a limpeza da água e lama acumulada na estaca.

Concretagem

O concreto utilizado é dosado na obra com consumo mínimo de cimento de 350 kg/m3.

A sua consistência deve ser plástica para garantir o preenchimento da perfuração e a reti­
rada da tubulação sem que ocorra a descontinuidade do fuste devido à aderência do con­
creto na parede interna do tubo. No início da concretagem a sonda é substituída pelo so­
quete, sendo o concreto lançado no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna
de aproximadamente 1 metro.

Sem puxar a tubulação, apiloa-se o concreto objetivando-se a melhoria da ponta da estaca


com a formação de uma pequena base.

Para execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação e, à medida que é apiloado, esta
vai sendo retirada com emprego de guincho manual. As fotos n“ 17 e 18 ilustram o processo.

Foto 17: Concretagem de estacas tipo Strauss. Rna José Feliciano - São Paalo
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Foto 18: D etalke do pilão

Para a garantia da continuidade do concreto no fuste, deve-se manter, dentro da tubulação durante o
apiloamento, uma coluna de concreto suficiente para que o mesmo ocupe todo o espaço perfurado. 0
tubo deve ser sacado com a verificação contínua da "marca do cabo", que garante uma altura de segu- ^
rança de concreto dentro da estaca.

A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando-se esse exces­
so para o aparelhamento final da cabeça da estaca.

O
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t u b o s de
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o
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Foto 19: Detalhe do con ju n to de camisas e piteira

202 • fundações e contenções de edifícios • ivan joppert jr. •

O
D
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r\
r\
D. Armação
r>
Quando as estacas trabalham somente à compressão, implanta-se no topo da estaca bar­
ras com pequeno comprimento, que ficam embutidas 50 cm no concreto e 50 cm além do
.r\ seu arrasamento. A função desta armação é apenas promover a interação entre o topo da
rs estaca e o bloco de coroamento.

rs.
Se as estacas necessitam de armação para trabalhar à flexão, a bitola da estaca deverá ser
no mínimo de 32 cm, devendo ser previstas emendas a cada 6,00 metros de estaca para via­
bilizar o içamento da gaiola com o tripé.

A tabela n° 37 define as dimensões mínimas dos estribos e armação longitudinal a serem


utilizadas para cada bitola.

Tabela n° 37 - Armadura das estacas Straass

Quantidade Bitola
r--, Diâmetro Diâmetro interno Diâmetro externo Bitola do estribo máxima de aço máxima
da estaca da tubulação (cm) do estribo (cm) (mm) - cada 25 cm longitudinal (mm)
-'■>
32 25 22 6,3 5 12,5

38 30 27 6,3 6 16,0
/"A
45 38 35 6,3 a 10,0 6 20,0

55 48 43 6,3 a 10,0 8 20,0

rs
rs
rs
rs
r\
rs
rs

O
o

rs
rs
r\ f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 203
rs
rs
11.11.2. Check list

Estaca tipo Strauss

Check list Sim Não Observações

1. Serviços preliminares no canteiro de obras

a. Gabarito da obra com locação do eixo dos pilares


b. Equipe de apoio
• armadores
• serventes para limpeza do material escavado
c. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
• caminhão-toco ou trucado traçado
• betoneira com capacidade de 500 litros
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões

2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas


e cota de apoio de cada estaca
b. Locação das sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com
taludes provisórios
e. Detalhe de armação das estacas
f. Especificações do concreto (consumo de cimento,
agregados e fck)
g. Resumo dos quantitativos (estacas, concreto, aço)
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento

3. Projeto de Formas e Armação das Fundações

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,


baldrames e vigas de travamento
b. Formas dos blocos, baldrames, vigas de travamento/
alavancas contendo cortes típicos com definição
de cotas de arrasamento e altura das peças
de concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas e
arranque dos pilares
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)

4. Execução das estacas

a. Locação das estacas (verificação por triangulação),


implantar piquete enterrado 30 cm no solo e aterrado
com areia que deverá ser checada no gabarito antes
da execução _______

204 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
' Wi
' V

/"-A Estaca tipo Straass

Check list Sim Não Observações

rA
b. Inspeção do equipamento
■ soquete com peso compatível com a bitola
/"A ■ jogo de tubulação compatível com as exigências
do projeto
/"A ■ coroa com dentes em boas condições e bitolas
/"A compatíveis com o projeto
■ tripé com sinais de deterioração demonstrando
■' \
fragilidade estrutural
■ sonda com a válvula em boa condição
/'A ■ guincho com capacidade de carga maior
que 1000 kg
■ roldanas, guincho manual e talhas em
perfeito estado
■ cabo de aço sem sinais de potencial de ruptura
e com diâmetro mínimo de 16 mm
■ sapata de apoio do tripé com 40 x 40 cm
c. Boletins de execução das estacas contendo:
■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
■ características da estaca (bitola, comprimento
previsto/cota de ponta)
■ armação
■ comprimento escavado
■ pressão de injeção do concreto durante
a concretagem
d. Especificações mínimas do concreto:
'"A ■ agregado - areia e pedra n° 1 e n° 2
sem pó-de-pedra
■ fator a/c entre 0,50 e 0,55
■ consumo mínimo de cimento 350 kg/m3
(cimento tipo CP III e CP II)
■ corpos-de-prova para 7,14 e 28 dias de ruptura
e. Perfuração das estacas
■ pré-furo com soquete ocorreu centrado
■ a implantação da coroa ocorreu aprumada
■ a sonda é eficiente na retirada do solo interno
da tubulação
■ a escavação é totalmente revestida
■ a escavação atingiu a cota prevista em projeto
e/ou solo resistente
■ a limpeza da ponta da estaca é feita sem o
acúmulo de água no seu interior
■ após a escavação conferir o comprimento
escavado
f. Concretagem da estaca
''A ■ pilão isento de solo
/-"A ■ preparo da ponta da estaca
■ concretagem executada com altura de segurança
verificada na "marca do cabo"
r> (mínimo 1,00 metro) _____________
rA
f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • ¡ van j o p p e r t jr. 205
í'-"'
/A
/''A
Estaca tipo Strauss
^A
Check list Sim N ão Observações

■ armação implantada na estaca com comprimento


e arrasamento solicitado em projeto
■ a estaca é concretada até a cota de arrasamento O
prevista em projeto + 30 cm a ser quebrado /''A
(borra)
g. Armação da estaca implantada após o término /'■A
da concretagem O
h. Limpeza do solo proveniente da escavação
i. Inspeção da superfície da estaca para detectar.
/“A
eventual abatimento do concreto
r
5. Aparelham ento das estacas na cota ,^A
de arrasam ento definida em projeto

6. Verificação da excentricidade das estacas O


já executadas

a. A armação absorve a excentricidade


b. O estaqueamento absorva a excentricidade
c. É necessária a execução de viga de travamento
ou alavanca
^"A

^A

O
rA

/-‘A

n-

r\
ra

/'A
/"A
206 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s d e e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
''A,
11.11.3. Problemas executivos e prováveis soluções

Passamos a descrever os principais problemas detectados durante a execução das estacas


A
A Estaca tipo Strauss

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Durante a perfuração da estaca • Provável interferência com matacão | Reforçar a estaca com armação
ocorre desvio da tubulação ou entulho t Reaterrar a estaca e executar reforço

2. Durante a perfuração ocorre solo de • Pedregulho e/ou limonita % Substituir sonda por pilão para
A difícil escavação tentar triturar pedregulhos/limonita
+ Aumentar a bitola da estaca para
A compensar o menor comprimento
^"\
• Argila dura (SPT > 20) | Aumentar a bitola da estaca para
compensar o menor comprimento

3. Deslocamento de estaca do mesmo • Argila muito mole | Espaçar no mínimo 6 diâmetros


A
bloco após a execução de estaca para executar a próxima estaca
anexa t Armar a estaca

4. Durante a escavação ocorre fluxo • Ocorrência de horizonte muito | Ultrapassar a citada camada
muito grande de água para dentro da permeável (pedregulho) cravando-se a ponta do tubo em
tubulação material impermeável. Caso isso
seja impossível, substituir o tipo
A de fundações

5. Ocorrência de vazios (bicheiras) no • Estaca densamente armada | Usar concreto com pedrisco e slump
A de 20 cm
trecho superior
A
A. • Camada muito espessa de argila mole | Armar a estaca no trecho inteiro
de solo mole

o
■"A

A
/A

A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 207

O
11.12. Estacas escavadas m ecanicam ente

.12.1. M e to d o lo g ia ex ec u tiv a

a. Escavação

As estacas escavadas mecanicamente, também conhecidas como broca mecânica, são exe­
cutadas com uma perfuratriz rotativa montada sobre uma "mesa rotativa" que impõe giro
de um tubo telescópico tipo haste Keller. A ponta deste tubo telescópico é munida de um
trado helicoidal com aproximadamente 1,00 metro de comprimento que penetra e perfura
o solo com diâmetros que variam entre 25 cm e 170 cm, até 27 metros de profundidade.

r\

O,

X -y-
V;- • •• ■ . . •

Foto 20: Perfuratriz Clozirone CD30-R

Devido ao fato de as escavações não serem revestidas, o seu uso está limitado ao lençol fre­
ático e solos passíveis de desbarrancamentos, como areias puras.

A perfuração avança com a retirada do solo escavado a cada 1,00 metro. A retirada é feita
com suspensão do trado cheio de solo e com a sua rotação já fora da perfuração. A limpe-

208 * fundações e contenções de edifícios • ivan joppert ¡r. •


' \

'•"A za do solo que cai sobre a superfície anexa à estaca deve ser feita imediatamente para que
não ocorra a queda de volta para a escavação.
/'N

Terminada a escavação na cota desejada, deve-se apiloar o fundo da escavação com um pi-
^ Ião amarrado em uma corda, visando compactar o solo solto no fundo da estaca.

n
b. Concretagem

A concretagem deve ser feita com concreto lançado com o auxílio de uma tremonha com
2,50 metros de comprimento mínimo, com o intuito de se evitar o contato do concreto com
as paredes da estaca.

Aconselha-se que o concreto seja lançado em duas etapas, quando a estaca for armada,
sendo a primeira etapa até a cota de fundo da gaiola de armação e a segunda etapa após
colocação da armação.

/—N O concreto deve possuir slumpàe 9 ± 1 cm e pedra n° 1 e o fck > 20 MPa para que a arma­
ção seja totalmente coberta pelo concreto.

Controle de Execução

Devido à simplicidade do sistema de perfuração, o seu controle é feito pelo controle


geométrico da estaca (locação, bitola, profundidade, prumo) após a sua escavação,
^ sendo que a correção de qualquer erro se dá pela execução de estacas de reforço.
í s
A concretagem deve ser executada com a constante verificação de ocorrência de des-
barrancamentos laterais e vazios no fuste, sendo conveniente o adensamento do con­
creto com o auxílio de uma barra ou pilão durante o transcorrer da concretagem.

/"N

'■'A

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J’
-^N
r\
k

K
/~\

_ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 209
r\
11.12.2. Check list

Estacas escavadas mecanicamente

Check list Sim Não Observações

1. Serviços preliminares no canteiro de obras

a. Criar acessos ao caminhão (rampa máxima de 17%)


b. Gabarito da obra com locação do eixo dos pilares
c. Equipe de apoio
• armadores
• serventes para limpeza do trado
d. Equipamentos de apoio
• bob-cat ou pá-carregadeira sobre esteira
• caminhão-toco ou trucado traçado
• hidrojateamento para limpeza dos caminhões

2. Projeto de fundações

a. Locação das estacas com definição de bitolas e cota


de apoio de cada estaca
b. Locação das sondagens
c. Indicação de viga de travamento e/ou alavanca
d. Interferência do estaqueamento com taludes provisórios
e. Oetalhe de armação das estacas
f. Especificações do concreto (slump test, consumo
de cimento, agregados e fck)
g. Resumo dos quantitativos (estacas, concreto, aço)
h. Detalhe do corte das estacas para arrasamento

3. Projeto de Formas e Armação das Fundações

a. Planta de locação dos pilares e formas dos blocos,


baldrames e vigas de travamento
b. Formas dos blocos, baldrames, vigas de travamento/
alavancas contendo cortes típicos com definição
de cotas de arrasamento e altura das peças
de concreto armado
c. Armação dos blocos de coroamento, vigas e arranque
dos pilares
d. Resumo do quantitativo de aço
e. Especificação dos materiais (aço e concreto)

4. Execução das estacas

a. Locação das estacas (verificação por triangulação),


implantar piquete enterrado 30 cm no solo
e aterrado com areia que deverá ser checado
no gabarito antes da execução

210 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr.
•'-'N

/~ \
Estacas escavadas mecanicamente

Check list Sim N ão Observações


■""'N
A
b. Inspeção do equipamento
■ o equipamento possui os trados com as bitolas
A especificadas em projeto
■ o equipamento possui trado com comprimentos
A especificados em projeto
■ o equipamento possui "torque" suficiente
para perfurar o material existente na obra
A
■ o equipamento possui sistema de checagem
de prumo do trado
■ a empreiteira possui pilão para compactar
o fundo da estaca
A ■ a empreiteira possui tubo tremonha com funil
na parte superior
c. Boletins de execução das estacas contendo:
O ■ nome e local da obra
■ identificação do pilar e da estaca
■ características da estaca (bitola, comprimento
previsto/cota de ponta)
A ■ armação
O ■ comprimento escavado
■ consumo de concreto parcial durante
A a concretagem
A ■ identificação do caminhão betoneira por estaca
' ■ confrontar volume fornecido x volume concretado
f~\
d. Especificações mínimas do concreto:
r\ ■ fck £ 20 MPa
^~\ ■ agregado - areia e pedra n° 1
■ fator a/c entre 0,53 e 0,56
A ■ consumo mínimo de cimento 350 kg/m3
A (cimento tipo CP III)
' ■ início de pega > 3,0 horas
'~N\ ■ slump dentro do especificado (9 ± 1 cm)
/A ■ adição de água de acordo com o especificado
na nota fiscal da concreteira
'"N
■ corpos-de-prova para 7,14 e 28 dias de ruptura
■ moldagem de CP de PVC 0 4"com 3 metros
de comprimento para verificar exsudação
(máxima de 1%)
e. Perfuração das estacas
■ a bitola final da escavação está compatível
r“-\ com o projeto
■ a perfuração está aprumada
r~\ ■ foi atingida a profundidade especificada
^\ em projeto
■ foi interceptado o lençol freático durante
a perfuração
S-\ ■ durante ou após a escavação ocorreu
■' desbarrancamento
A ■ foi interceptada interferência que impediu
A a continuidade das escavações
A
^ • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. • 211
Estacas escavadas mecanicamente

Check list Sim Não Observações

i a limpeza da região lindeira à estaca


foi executada
f. Concretagem da estaca
■ tubo tremonha posicionado
■ o concreto fornecido na obra recebeu adição
de água especificada em nota
■ o concreto fornecido na obra esta com
slump especificado (9 ± 1cm)
■ o concreto fornecido na obra possui intervalo
de tempo entre a sua mistura e a aplicação r\
na estaca menor que 3,0 horas
■ foi coletada a amostra para controle da resistência
■ a armação da estaca está com a quantidade
de aço especificada em projeto
■ a gaiola da armação possui rigidez para ser içada
■ a gaiola da armação possui espaçadores que
garantam o especificado em projeto
(mínimo recomendável de 7,5 cm)
■ existem marcações de arrasamento (parada)
do concreto e da gaiola de armação próximo
à boca da estaca
g. Armação da estaca implantada após o término
da concretagem
h. Limpeza do solo proveniente da escavação
i. Inspeção da superfície da estaca para detectar
eventual abat'mento do concreto
r>.

5. Aparelham ento das estacas na cota


de arrasam ento definida em projeto

6. Verificação da excentricidade das estacas


já executadas

a. A armação absorve a excentricidade


b. O estaqueamento absorve a excentricidade o
c É necessária a execução de viga de travamento
ou alavanca

r"

212 f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. ¡o
rx
A

11.12.3. Problemas executivos e prováveis soluções


/'"N
r--. Passamos a descrever os principais problemas detectados durante a execução das estacas.

Estacas escavadas mecanicamente

Problem as executivos Prováveis causas Providências

1. Estaca ficou sem armação • Erro executivo t Implantar nova armação com
■•"'N
• Durante o aparelhamento da estaca perfuração e colagem das barras
/A a armação ficou solta com epóxi

2. A perfuratriz não consegue arrancar • Equipamento com torque baixo | Executar estaca de reforço
'"A com a escavação, fazendo com que • Existência de horizonte resistente + Trocar equipamento
A a estaca fique "curta" à perfuração I Executar pré-furo de bitola menor
para posteriormente alargá-lo
e passar a camada resistente
^S | Alargar o furo para compensar
/"A a diminuição de atrito lateral
da estaca
A
A 3. A perfuração intercepta • Lençol freático não acusado I Concretar a estaca e executar
o lençol freático na sondagem ou erro de projeto reforço com estacas mais curtas,
O ignorando a anterior
o ♦ Verificar a possibilidade de esgotar
o a água com bomba submersa
e concretar a estaca imediatamente,
A considerando-a com carga reduzida
o (válido se não houver
desbarrancamento)
''A
4. Durante ou após a escavação • Solo não coesivo ou colapsível + Modificar a solução de fundações
ocorre o desbarrancamento
A
do furo

5. Escavação desaprumada com • Erro executivo com grande | Executar reforço da armação de acordo
o
' í* inclinação maior que 1% possibilidade de desbarrancamento com orientações do projetista
na concretagem | Concretar a estaca com
tremonha longa
| Concretar a estaca e abandoná-la
'"N executando estacas de reforço
r\
6. Concreto insuficiente para acabar a • Concreto encomendado com # Implantar armação na superfície
concretagem da estaca volume insuficiente superior da estaca (0 12,5 mm
r\ • Grande perda de concreto por cada 10 cm) para dar continuidade
bitolas escavadas com diâmetro à concretagem no dia seguinte
.>
maior que o projeto

A 7. Existência de concreto de baixa • Concreto com fator a/c muito alto, t Quebrar a estaca até que seja atingido
resistência no topo da estaca gerando exsudação o concreto são e emendar a estaca
A
A • Utilizado concreto com baixa I Verificar com projetista a necessidade
resistência de executar reforço

A
• f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. 213

'—'.
/~A
Índice das tabelas
Tabela n° 01 Tipos de contenções 16
Tabela n° 02 Perfis metálicos para contenções 30
Tabela n° 03 Características técnicas dos tirantes monobarra 61
Tabela n° 04 Características técnicas dos tirantes com fios ou cordoalhas 62
Tabela n° 05 Características técnicas dos tricones em função do tipo de solo 65
Tabela n° 06 Características técnicas dos tirantes 65
Tabela n° 07 Coeficiente k em função do tipo de solo 66
Tabela n° 08 Classificação do grau de agressividade do terreno 69
Tabela n° 09 Cargas aplicadas no ensaio de recebimento 76
Tabela n° 10 Valores de ensaio de recebimento 77
Tabela n° 11 Fatores de carga 95
Tabela n° 12 Fatores de forma 95
Tabela n° 13 Parâmetros médios do solo 99
r\
Tabela n° 14 Coeficiente de Poisson 100
Tabela n° 15 Fator de forma I 100
Tabela n° 16 Fatores de carga - Terziaghi 114
Tabela n° 17 Fatores de forma - Terziaghi 114
Tabela n° 18 Tipos de estacas 124
Tabela n°19 Coeficiente "K" 126
Tabela n° 20 Fatores (3 (para correção da resistência lateral) 126
Tabela n°21 Fatores ol (para correção da resistência da ponta) 126
Tabela n° 22 Fatores F1 e F2 127
Tabela n° 23 Fatores K e a 128
r^
Tabela n° 24 Verificação básica de projeto 130
Tabela n° 25 Seções quadrada e sextavada 136
Tabela n° 26 Seção circular 136
Tabela n° 27 Valores do coeficiente de amortecimento dinâmico “l " 141
rs
Tabela n° 28 Perfis Gerdau Açominas aço grau 572 - cr = 3450 kg/cm2 150
Tabela n° 29 Perfis CSN aço a36 - cr - 2500 kg/cm2 151
Tabela n° 30 Abatim ento de concreto para estaca hélice contínua 163
Tabela n° 31 Dimensões e peso mínimo dos pilões 182
r*
Tabela n° 32 Energia mínima de cravação 183
r\
Tabela n° 33 Volume das bases e energias mínimas 184
rs
Tabela n° 34 Armação e traço de concreto 185
rs
Tabela n° 35 Tubos de revestimento da estaca raiz 192
r>
Tabela n° 36 Diâmetro das estacas Strauss 200
Tabela n° 37 Armadura das estacas Strauss

214 • f u n d a ç õ e s e c o n t e n ç õ e s de e d i f í c i o s • i v a n j o p p e r t jr. •
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Penetration Test". São Paulo, 1984.
Æ\ liitVnestnitiii ;i
JÊÊÊML - A tiiiycnlmrin Ltd;i

AREAS DE ATUAÇÃO

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seguintes serviços:

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• -. - -* • '• •■ •

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'
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r~\
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Racional Engenharia
Em 2006 a Racional completou 35 anos de atividade,
tendo construídomais de cinco milhões de n f , em todo
o Brasil. E uma das empresas-líder no mercado privado
de construção civil e atua em seis segmentos: Industrial,
Shopping Centers & Varejo, Corporativo, Telecom,
Hotéis & Hospitais e Educação & Cultura.

Ford Motor Company Shopping Pátio Higienópolis - SP

Hotel Fasano - SP

Torre Almirante - RJ TV Globo - SP


■Hinwl KAHN D O BRASIL LTDA.
■■im»« P L A N E J A M E N T O • PROJETO • G E R E N C I A M E N T O

U M A EMPRESA COM PASSADO, PROJETANDO O FUTURO


A Kahn do Brasil fornece consultoria estratégica, m a ste r p la n n in g , business

p la n n in g e projetos completos para clientes industriais e da área de saúde.

Existindo no Brasil desde 1998 e contando com o suporte de sua matriz Albert

Kahn Associates, fundada em 1895, a Kahn está capacitada a oferecer serviços

de suporte à construção de novas unidades, expansão e otimização do

desempenho de unidades existentes.


CENTRO DE DIAGNÓSTICOS DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
SÃO PAULO, SP
A cada novo empreendimento, a Kahn forma equipes interdisciplinares altamente

especializadas que irão determinar quais os materiais, as tecnologias e os

métodos construtivos a serem empregados, os quais devem se adequar com

perfeição à realidade de cada cliente e de cada projeto, hoje e sempre. Isso

significa construir o presente com os olhos voltados para o futuro.

DA CONCEPÇÃO A O GERENCIAMENTO
OBRAS D O HOSPITAL MONTE SINAI - JUIZ DE hORA, M G
A Kahn do Brasil oferece uma vasta gama de serviços especializados aos seus

clientes:

- Planejamento estratégico

- Seleção de áreas (logística x incentivos)

- Planejamento financeiro - estudos de viabilidade

- Projeto completo de instalações, com modelagem 5D inteligente

- Coordenação de obras

-Assistência no start up

- Análise das operações FÁBRICA DA DAIMLERCHRYSLER - JUIZ DE FORA, M G

- Reformas de pequeno, médio ou grande porte com a empresa em operação

N O SSO S CLIENTES
- DaimlerChrysler do Brasil

- Dürr Brasil Ltda.

- Ford M o tor C o. do Brasil

- Hospital Israelita Albert Einstein


PRÉDIO DE PINTURA DA FORD MOTOR CO. D O BRASIL
- Hospital Santa Catarina CAMAÇARI, BA

- Hospital Sírio Libanês Av . Y o j i r o T a k a o k a , 4 3 8 4


S o b r e l o j a - s. 2 0 - A l p h a v i l l e
- Mediai Saúde
Santana de Parnaíba
- Mercedes-Benz do Brasil Ltda. SP-Brasil - 0 6 5 4 1 -0 3 8
T e l . : 55. ( 1 1 ) 4 1 5 2 . 3 5 0 0
- Hospital M onte Sinai k d b @ k a h n d o b r a s i l . c o m . br
- Unimed Paulistana w w w .kahndobrasil.com .br

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rs
INCOIEP
Sistema de Protensão e Ancoragem

A Incotep atua no mercado de Construção Civil, na área de

fundações e ancoragem, fabricando Tirantes com cargas que


variam de 7 a 200 toneladas.

Os Tirantes são fabricados com tubos V&M, os quais são


cortados e laminados em comprimentos de I a 6 metros,

utilizam - se emendas por meio de luvas sextavadas e

rosqueáveis, possibilitando desta form a a composição de

tirantes em qualquer comprimento.

A montagem do tirante Incotep é simples e rápida, pois as

barras e os demais acessórios são fornecidos pela fábrica

bastando apenas m ontar o Tirante na própria obra.

CONTATOS

Tel: ( I I ) 6413 - 8333

Fax:(l 1) 6413 - 8330

Site: w w w .in co tep .co m .b r

e-m ail: in co tep @ in co tep .co m .b r

220 fundações e contenções de e d i f í c i o s • ivan joppert ¡r.


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0 GERDAU A Ç O M IN A S
r\ A SOLUÇÃO PARA O SEU PROJETO

Laminados a quente a p a rtir de blocos, com estrutura hom ogênea e sem soldas, os
o, Perfis Gerdau Açominas oferecem fle xib ilida d e e alta produtividade quando
aplicados como Estacas M etálicas usadas como fundações e contenções. Como
r\ característicase principais vantagensdos Perfis Gerdau Açom inas, destacam -se:
o • Abas paralelas
Os • Ampla variedade de bitolas
• Fabricados de acordo com a Norma ASTM A6/A6M
• Aço de aita resistência - ASTM A 572 grau 50 f, = 345 MPa (3,5 tf/c m ’)
• Eficiência nos processos de soldagem , fa cilitan d o a emenda de peças
r\ • Qualidade certificada
• Peças retilineas
0\
• Pronta entrega
O • Preços com petitivos

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Capacidade de Carga Geotécnica
o E s ta c a s M e tá lic a s
, PR = PL+PP
d e S e ç ã o V a r iá v e l
A
Na composição de Estacas Metálicas de %8-
8»E
o Seção Variável', utilizando perfis de
■Ei»
mesma altura nominal com diferentes »1 1
Os espessuras de aim a e abas, os
Perfis Gerdau Açominas oferecem œÿ i2
n W OI
-a o t
o extraordinária flexibilidade em função
da ampla variedade de bitolas de um
r> mesmo grupo. As emendas de seções
são e x e c u ta d a s com fa c ilid a d e ,
Os
idênticas às estacas com Perfis de
mesmaseção.
V a n ta g e n s
Os
w • Redução de cerca de 20%
A do peso total £2=
iS
CO
O w
c=

• Ideais para estacas de


Os grande profundidade v Estaca composta com Perfis de um mesmo grupo
de mesma altura, variando espessuras de alma e abas
O^

A
Bitolas Disponíveis
o, P e rfis I P e rfis H
W 1 5 0 x 1 3 ,0 W 2 5 0 x 3 2 ,7 W 3 6 0 X 44,0 W 4 1 0 x 8 5 ,0 W 5 3 0 X 82,0 W 1 5 0 x 2 2 ,5 W 2 5 0 X 7 3 ,0 HP 310 x 125,0
o^ W 1 5 0 x 1 8 .0 W 2 5 0 X 3 8 ,5 W 3 6 0 x 5 1 ,0 W 4 6 0 x 5 2 ,0 W 5 3 0 x 8 5 ,0 W 150 x 2 9 .8 W 2 5 0 x 80 ,(
W 1 5 0 x 2 4 .0 W 2 5 0 X 4 4 .8 W 3 6 0 X 57,8 W 4 6 0 x 6 0 ,0 W 530 x 92,0 W 1 5 0 x 3 7 .1 H P 2 5 0 x 8 5 ,0 W 3 6 0 x 1 0 1 ,0
o W 2 0 0 X 15,0 W 3 1 0 x 2 1 ,0 W 3 6 0 x 6 4 .0 W 4 6 0 x 6 8 ,0 W 5 3 0 x itò W 2 0 0 x 3 5 .9 MBBWfeajÉB W ä 6 0 'x ä i.i0 .0 «
W 2 0 0 X 19,3 W 3 1 0 x 2 3 ,8 W 3 6 0 X 72,0 W 4 6 0 X 74,0 W 530 x 109,0 W 2 0 0 x 4 1 ,7 W 250 X 10 1 .0 W 3 6 0 x 1 2 2 ,0
W 2 0 0 X 2 2 .5 W 3 1 0 x 2 8 ,3 W 360 X 79 O W 4 6 0 X 82,0 W 610X 101,0 W 2 0 0 x 46,1 -------- ms—
o, W 2 0 0 X 2 6 .6 W 310 X 3 2,7 W 4 1 0 x 3 8 ,8 W 4 6 0 X 89,0 W 6 1 0 x 1 1 3 ,0 W 2 0 0 x 52,0 H P 3 1 0 x 7 9 ,0
W 20Qy 31.3. W 3 1 0 x 3 8 ,7 W 4 1 0 x 4 6 ,1 W 4 6 0 x 9 7 ,0 H P 2 0 0 x 5 3 ,0 H P 3 1 0 x 9 3 ,0 .:
o\ W 2 5 0 X 17,9 W 3 1 0 x 4 4 ,5 W 4 1 0 X 53,0 W 4 6 0 X 106.0 W 2 0 0 x 59,0 W 3 1 0 x 9 7 ,0
W 2 5 0 x 2 2 ,3 W 3 1 0 x 5 2 .0 W 4 1 0 x 6 0 ,0 W 5 3 0 x 6 6 ,0 W 2 0 0 x 7 1 ,0 W 3 1 0 x 1 0 7 ,0
W 2 0 0 x 86.0 H P 3 1 0 x 110,0
W
W
2 5 0 X 25,3
2 5 0 x 2 8 .4
W
W
360 X 3 2,9
3 6 0 x 3 9 .0
W
W
4 1 0 x 6 7 ,0
4 1 0 x 7 5 .0
W 5 3 0 X 7 2,0
W 5 3 0 x 7 4 .0 •W 6......"""MB
1 0 x 174,0
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AÇ O M IN AS
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