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INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA

Mauricio Sgarbi e Eduardo Cabral


mauricio.sgarbi@sigma1.eng.br
eduardo.cabral@sigma1.eng.br
Problema Real x Modelos
convencionais
Interação solo-estrutura

ESTRUTURA

FUNDAÇÃO

 Modelos utilizados para análises


 Problema Real
isoladas e Estruturas e Fundações
Introdução
Interação solo-estrutura
 Dimensionamento das estruturas considerando apoios indeslocáveis.
 Deformabilidade das fundações pode influenciar na distribuição dos
esforços da estrutura.
 Análise da interação solo-fundação-superestrutura.

Gusmão (1990)
Introdução
Interação solo-estrutura
 A Norma de Fundações da ABNT, NBR 6122 (2019), preconiza, em seu
item 5.5, que “Em estruturas nas quais a deformabilidade das
fundações pode influenciar na distribuição de esforços, deve-se
estudar a interação solo-estrutura ou fundação – estrutura”.

A ação da estrutura
sobre os elementos de
fundação

Sistema tridimensional
altamente hiperestático
Fatores Influentes
Interação solo-estrutura

 INFLUÊNCIA DA SEQUÊNCIA CONSTRUTIVA

 NÚMERO DE PAVIMENTOS DA EDIFICAÇÃO E INFLUÊNCIA DOS


PRIMEIROS PAVIMENTOS

 PRESENÇA DE CINTAS

 EFEITO TRIDIMENSIONAL DE PÓRTICO

 FORMA EM PLANTA DA EDIFICAÇÃO

 INFLUÊNCIA DO TEMPO X MATERIAL DA ESTRUTURA


Fatores Influentes
Influência da sequencia construtiva
 A rigidez da estrutura é influenciada por sua altura; a sequência construtiva
passa a ser importante na análise das estruturas de edifício que levam em conta
a interação solo-estrutura.
 Durante a construção, à medida que vai crescendo o número de pavimentos,
ocorre uma tendência de uniformização dos recalques, devido ao aumento da
rigidez da estrutura; porém, essa rigidez não cresce linearmente com o número
de pavimentos.

EXISTE UMA RIGIDEZ


LIMITE , QUE UMA VEZ
ATINGIDA COM OS
PRIMEIROS PAVIMENTOS,
NÃO É ALTERADA PELO
ACRÉSCIMO DOS
PAVIMENTOS SUPERIORES
Fatores Influentes
Número de pavimentos e influência dos primeiros pavimentos
 Quanto maior o número de pavimentos de uma estrutura, maior será sua rigidez na
direção vertical. Porém essa rigidez não cresce linearmente com o número de
pavimentos.
 Percebe-se uma maior influência dos primeiros pavimentos. Estruturas abertas
como painéis comportam-se, segundo planos verticais, como vigas paredes.
Assim sendo, as partes mais baixas da estrutura sofrerão apenas deformações de
flexão.
Fatores Influentes
Efeito tridimensional de Pórtico
 Efeito tridimensional de pórtico resulta em uma maior tendência à
uniformização dos recalques.
 Modelo tridimensional permite conhecer o comportamento mais realista
do conjunto
Coeficiente de Reação Vertical
(CRV) – Sapatas e Tubulões

 Baseado na teoria de Winkler: Pressão proporcional ao recalque aplicado, sem


influência entre o ponto de aplicação desta pressão com a vizinhança.
 Mola (Rigidez do maciço) : Estabelece uma relação discreta entre a fundação e
o solo.
 KV (Coeficiente de reação Vertical): análogo ao coeficiente de mola, porém
relacionado a uma pressão e não a uma força.
Coeficiente de reação vertical (CRV)
Sapatas e Tubulões
Valores padronizados de CRV
 1 – TIPO DE SOLO: Valores obtidos de ensaios in situ em regiões e
condições específicas. Neste método, os valores do coeficiente de reação
vertical (kV), em “FL-3”, são relacionados ao tipo de solo indicados na Tabela
abaixo (Béton Kalender, 1962)
Coeficiente de reação vertical (CRV)
Sapatas e Tubulões
Valores padronizados de CRV
 2 – SPT - TENSÃO ADMISSÍVEL: Média dos valores do SPT compreendidos
dentro do bulbo de pressões.
 SOLO  0,20  N SPT MÉDIO

Valores de Kv – Safe, Morrison (1993)


Coeficiente de reação vertical (CRV)
Sapatas e Tubulões
Valores padronizados de CRV
 3 – TIPO DE SOLO - TENSÃO ADMISSÍVEL: Com as tensões admissíveis
estimadas, retira-se da tabela Safe, Morrison (1993), o valor de Kv em kgf/cm³.
SPT na base da fundação

# Solos Granulares e Areias


Construções não sensíveis a recalque
# Solos Argilosos  1,5 
 0   0  1   ( B  2)  2,5   0 B<10m
10  8 
 0   0  A>10m² Em construções sensíveis a recalque, deve-se verificar
Área da fundação
efeitos do recalque para B>2m, ou manter valores da tabela.
Coeficiente de reação vertical (CRV)
Sapatas e Tubulões
Ensaios de Placa
 1 – TABELA DE TERZAGHI: Os valores de Kv (kgf/cm³) são relacionados ao
tipo de solo fornecido por Terzaghi (1955) e indicados na tabela. Os valores de
k30 são apresentados na tabela abaixo e também devem ser corrigidos.

Valores de k30 da Tabela Terzaghi (kgf/cm³)

# Solos Argilosos # Solos Granulares e Areias

 30   B  30 
2
kV     k30 kV  
B   k30
 2B 
B (cm)
Coeficiente de reação vertical (CRV)
Sapatas e Tubulões
Ensaios de Placa
 2 – TABELA DE OUTROS AUTORES: Os valores de kV (kgf/cm³) propostos
por outros autores são relacionados ao tipo de solo. Os valores de k30 são
apresentados na tabela 6.2.2 e também devem ser corrigidos conforme
expressões do método anteriormente descrito.

Valores de k30 por outros autores

# Solos Argilosos # Solos Granulares e Areias


 30   B  30 
2
kV     k30 kV   B (cm)
B   k30
 2B 
Coeficiente de Mola de Rotação
Sapatas e Tubulões

O Coeficiente de Mola na Rotação pode ser calculado da seguinte forma:

M – Momento Fletor Aplicado


q – Ângulo de Rotação
Kq - Coeficiente de
Mola na Rotação

Para aplicação em modelo de mola unitária, calcula-se da seguinte forma:


Kq = (kv x I) Unidade: kN.m/rad)
kv – Coeficiente de Reação Vertical
I – Momento de Inércia à Flexão em torno
do eixo de interesse.
Coeficiente de Mola de Rotação
Sapatas e Tubulões

Coeficiente de mola (rigidez) à translação (recalque na direção Z)


𝑘𝑧 = 𝐾𝑣 × 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒

Coeficiente de mola (rigidez) à rotação (Giro em torno de X)


𝑘𝑟𝑥 = 𝐾𝑣 × 𝐼𝑥

Coeficiente de mola (rigidez) à rotação (Giro em torno de Y)


𝑘𝑟𝑦 = 𝐾𝑣 × 𝐼𝑦

Propriedades geométricas da base da sapata

𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝐴 × 𝐵

𝐴 × 𝐵³ 𝐵 × 𝐴³
𝐼𝑥 = 𝐼𝑦 =
12 12
Coeficiente de Mola de Rotação
Sapatas e Tubulões

Exemplo:
Cálculo do coeficiente de mola de uma sapata quadrada com base de 1,5 m.

𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝐴 × 𝐵 = 1,5 × 1,5 = 2,25 𝑚2 = 22500 𝑐𝑚²

1,5 × 1,5³
𝐼𝑥 = = 0,422 𝑚4 = 4,22 × 107 𝑐𝑚4
12
1,5 × 1,53
𝐼𝑦 = = 0,422 𝑚4 = 4,22 × 107 𝑐𝑚4
12

Utilizando o Kv calculado no exemplo anterior pelo método de Tipo de solo – Tensão


Admissível, temos:

𝑘𝑧 = 3,64 × 22500 = 81900𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚

𝑘𝑟𝑥 = 3,64 × 4,22 × 107 = 15,36 × 107 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚/𝑟𝑎𝑑

𝑘𝑟𝑦 = 3,64 × 4,22 × 107 = 15,36 × 107 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚/𝑟𝑎𝑑


Fundação Profunda
Recalque de uma Estaca Isolada
Recalques em estacas isoladas
Considera-se três componentes do recalque no nível do topo da estaca que
podem ser determinadas separadamente.

wo  ws  wpp  wps

Onde: w0 = recalque vertical total no nível do topo da estaca;


ws = recalque devido à deformação axial do fuste, ws;
wpp = recalque no nível da ponta causado pelas cargas transmitidas pela
ponta;
wps = recalque no nível da ponta da estaca causado pelas cargas
transmitidas ao longo do fuste.
Fundação Profunda
Coeficiente de Reação Vertical-CRV
O CRV pode ser entendido como rigidez do contato estaca-solo. Aplica-se no topo da
estaca i o carregamento obtido pela resolução de pórtico espacial, considerando
inicialmente como apoiado em base rígida. O CRV da estaca é a razão entre a carga
aplicada Pi no topo da estaca e o deslocamento sofrido na base da estaca di.

CONJUNTO DE
MOLAS AO
LONGO DO FUSTE Pi
DA ESTACA CRVestaca i 
di

 CRV
j 1
fuste j , i  CRV ponta,i  CRV geral , i
Fundação Profunda
Coeficiente de Reação Vertical-
CRV no SISES
1 – Através de um programa computacional,
calculam-se as reações das estacas, inicialmente
considerando-os totalmente engastados (apoio
rígido);
2 – Com estas reações, calculam-se os
recalques, considerando os efeitos de grupo pela
teoria da elasticidade. Calculam-se as rigidezes
equivalentes, dividindo as forças (reações de
apoio) aplicadas pelos respectivos recalques;
3 – Volta-se na estrutura, substituindo os apoios
pelas estacas devidamente discretizadas até a
base;
4 – Aplicam-se aos nós da estrutura da fundação
discretizada os CRVs e CRHs através de vínculos
elásticos e representativos da presença do solo;
5 - Resolve-se toda a estrutura integrada
(fundação + superestrutura). Os resultados
obtidos já são os resultados finais nos elementos
de fundação e nas vigas e pilares do edifício.
Elementos Rígidos e Flexíveis
 Elementos Rígidos:
- As sapatas são sempre discretizadas;
- Os blocos sobre estacas não precisam ser discretizados;
- O baricentro do pilar é ligado diretamente a todos os nós
discretizados da sapata;
- O baricentro do pilar é ligado diretamente aos nós
coincidentes das estacas.
Elementos Rígidos e Flexíveis
 Elementos Flexíveis:
- As sapatas são sempre discretizadas;
- Os blocos sobre estacas são discretizados;
- O baricentro do pilar é ligado diretamente a todos os nós
discretizados da sapata que estão contidos na projeção
do pilar.
EXEMPLO“1” SAPATAS ISOLADAS
Características gerais
 Edifício com 10(dez) níveis
estruturais e Fundações
compostas de sapatas isoladas
para cada pilar;
EXEMPLO“1” SAPATAS ISOLADAS
Características da estrutura
 Estrutura convencional formada por pilares, vigas e lajes
EXEMPLO“1” SAPATAS ISOLADAS
Fluxograma geral de processamento do SISEs
Fluxograma geral
de processamento
do SISEs para
Sapatas

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