Você está na página 1de 143

prof.º M.Sc.

João Carlos de Campos Página 1


Currículo
João Carlos de Campos, Engenheiro Civil, pela Escola de
Engenharia de Lins-SP, formado em 1973. Registro no
CREA/SP - Vistos: CREA/GO; CREA/RN; CREA/PR;
CREA/SC; CREA/MS; CREA/RJ. Mestre em Ciência de
Engenharia (M.Sc.), pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ.(COPPE) em 1982; Eng.º de Segurança do
Trabalho – 2010.

prof.º João Carlos de Campos – joaocarlos@unilins.edu.br


jccampos721@gmail.com

Objetivo do Curso
Dar, aos engenheiros, e arquitetos, informações básicas e
suficientes para projetar, coordenar e fiscalizar obras em
Estruturas de Fundações de concreto

Ementa do Curso

1. Fundações rasas – Sapatas, Blocos e radiers


2. Fundações profundas – Tubulões e Estacas
3. Elementos de transição – Blocos de coroamento e Lajes
sobre estacas

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 1


Capa do Livro “Elementos de Fundações em concreto”
540 páginas – Editado pela Oficina de Textos
Ver livrarias virtuais

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 2


Sumário do Cap. I

1. Fundações Rasas ................................................................................. 4


1.1 Fundações em Sapatas 6
1.1.1 Classificação das sapatas .............................................................................6
i) Quanto ao tipo de carga que transferem ao solo ............................................ 6
ii) Comportamento estrutural ............................................................................. 8
iii) Hipótese de distribuição de tensões no solo ................................................ 10
1.2 Fundações: Solo e Elemento estrutural 10
1.1.2 Tensão admissível do solo – Capacidade de carga do solo .......................10
1.1.3 Dimensionamento e Detalhamento ............................................................ 15
i) Sapatas Rígidas ............................................................................................ 15
ii) Sapatas Flexíveis ......................................................................................... 33
iii) Sapatas retangulares para pilares com seções não retangulares .................. 59
iv) Sapata submetida à aplicação de Momento (carga excêntrica) ................... 60
a) Flexão composta (N, M) ................................................................................. 60
v) Sapatas retangulares submetidas à flexão composta oblíqua ...................... 81
vi) Sapatas Associadas ...................................................................................... 98
vii) Sapatas Associadas para pilares de divisa ................................................. 120
viii) Sapatas Vazadas ou aliviadas .................................................................... 124
ix) Sapatas alavancadas ................................................................................... 131
1.3 Fundações rasas em Blocos de concreto 140

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 3


1. Fundações

Fundações são peças estruturais que proporcionam a transição das cargas dos pilares,
geralmente submetidos a cargas e tensões altas, para o solo, de resistência geralmente baixa.

Os elementos de fundações podem ser classificados em fundações rasas, profundas e elementos


de transição, conforme indicados na

Tabela 1.1 - Elementos de Fundações


Isolada
Corrida
Sapata
Associada
Superficial Alavancada
(Rasa – Direta) Apoiado diretamente
Bloco
no solo
Placa ou laje apoiada
Elementos Radier
diretamente no solo
de
A céu aberto
Fundação Tubulão
A ar comprimido
Profunda
Pré-moldada
Estacas
Moldada in loco
Elementos de transição de Bloco apoiado sobre
Bloco
carga da superestrutura estacas ou tubulões
para estruturas de fundação Laje apoiada sobre
Laje
profunda estacas ou tubulões

2. Fundações Rasas

São estruturas que se situam logo abaixo da infraestrutura e se caracterizam pela transmissão
da carga da superestrutura ou mesoestrutura ao solo, através de pressões distribuídas em sua
base. O item 3.28 da NBR 6122 (ABNT, 2019) define elemento de fundação cuja base está
assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação,
recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada; para esta definição adota-
se a menor profundidade, caso esta não seja constante em todo perímetro da fundação.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 4


Constituem fundação rasas os elementos denominados sapatas, blocos (Figura 2.1) e radier
(Figura 2.2).

Figura 2.1 - Sapata e blocos em concreto

O item 3.38 da NBR 6122 (ABNT, 2019) define sapata, elemento de fundação rasa,
dimensionada de modo que as tensões de tração nele resultante sejam resistidas pelo emprego
de armadura especialmente dispostas para esse fim. Por sua vez o bloco como um elemento de
fundação rasa de concreto ou outros materiais tais como alvenaria ou pedras, dimensionado de
modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade
de armadura (item 3.3 – NBR 6122-2019)

Radier transfere cargas de pilares e


paredes da edificação,
distribuindo-as uniformemente ao
solo, sendo executado em concreto
armado ou protendido.

Figura 2.2 - Radier - Laje apoiada diretamente no solo

O Radier, por sua vez, é definido no item 3.35 da NBR 6122 (ABNT, 2019 - item 3.35) como
sendo um elemento de fundação rasa dotada de rigidez para receber e distribuir mais do que
70% das cargas da estrutura.

As fundações diretas ou rasas são as primeiras a serem analisadas, devido ao seu baixo custo e
de fácil execução.

Uma análise simplista, da economia desse tipo de fundação se faz comparando a somatória das
áreas encontradas para a fundação rasa com a área do terreno. Caso a somatória das áreas fique
entre 50% a 70% da área do terreno (projeção da construção), essa economia pode ser
constatada.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 5


2.1 Fundações em Sapatas
O item 22.6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014) conceitua sapata como sendo estruturas de volume
usadas para transmitir ao terreno as cargas de fundação, no caso de fundação direta.

2.1.1 Classificação das sapatas


i) Quanto ao tipo de carga que transferem ao solo
Quadro 2.1 – Classificação das sapatas
Tipo Carga que transfere
Carga concentrada de um único pilar. Distribui carga nas
Isolada
duas direções.
Carga Linear (parede). Distribui a carga em apenas uma
Corrida
direção.
Cargas concentradas, de mais de um pilar, transferida
Associada através de uma viga que associa essas cargas. Utilizada
quando há interferência entre duas sapatas isoladas.
Carga concentrada transferida através de viga alavanca. É
Alavancada utilizada em pilares de divisa, com o objetivo de centrar a
carga do pilar com a área da sapata.

Figura 2.3 - Tipos de sapatas - Transporte de carga

2.1.2 Classificação das sapatas isoladas/Corridas quanto à forma


As sapatas isoladas e corridas podem ter várias formas, sendo a mais comum a cônica
retangular, em virtude do menor consumo de concreto.
Com relação à forma volumétrica, as sapatas podem ter vários formatos, porém o mais comum
é o cônico retangular, em virtude do menor consumo de concreto.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 6


Quadro 2.2 – Classificação das sapatas isoladas/corridas quanto a forma
Forma Dimensões
Quadrada L=B
Retangular (L > B) e (L ≤ 3B)
Corrida L 3B
Circular B=
Trapezoidal
Outras Formas

Fig. 2.4 - Formas geométricas de sapatas Fig. 2.5 - Outras formas geométricas de
isoladas sapatas isoladas

Figura 2.6 - Fotos de sapatas isoladas


Fonte: Fundacta / Solonet - Autorizada

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 7


ii) Comportamento estrutural
As sapatas podem ser classificadas, quanto ao comportamento estrutural, em sapatas rígidas
(comportamento de bielas) e flexíveis (ABNT: NBR 6118-2014 – item 22.6.2).

a) Sapata rígida b) Sapata flexível

Figura 2.8 - Sapata flexível


Figura 2.7 - Sapata rígida

A ABNT: NBR 6118 (2014 – item 22.6.2.2), Quando a relação indicada pela expressão 2.1
por sua vez, considera como sapata rígida não for atendida.
quando:
Embora de uso mais raro, essas sapatas são
(B − b)⁄
h 3 2.1 utilizadas para fundação de cargas pequenas e
Sendo: solos relativamente fracos. Segundo a ABNT:
h = altura da sapata NBR 6118 (2014 – item 22.6.2.3) seu
B = dimensão da sapata em uma determinada comportamento se caracteriza por:
direção
b = dimensão do pilar na mesma direção de a) Trabalho à flexão nas duas direções:
“B” b) Trabalho ao cisalhamento pode ser
analisado utilizando o fenômeno da
h ≥ tgα ∗ (B − b)/2 2.2 punção (ABNT NBR 6118 - 19.5 –
Dimensionamento de laje à punção).
NBR 6118 (2014): tg = 1/1,5 ;   33,7 0

CEB (1972): tg = 1/2; 56,30    26,560

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 8


- Cálculo das armaduras - Cálculo dos esforços solicitantes:

Figura 2.9 – Comportamento de biela


Figura 2.10 - Esforços solicitantes na sapata
Ns flexível
dp ∙ X = dRs1 ∙ d0  B ∙ X ∙ dx = dRs1 ∙ d0
B1 ∙ B2 2
Nsd - Cálculo das armaduras devido à flexão
R sd1 = 8d
(B1 − b1 ) 2.3

Sendo Nsd carga concentrada


Rsd1
As1 = 2.4
fyd

- Verificação ao cisalhamento Figura 2.11 – Comportamento de Flexão

Embora a verificação da punção seja


desnecessária na sapata rígida, pois a
transferência de carga situa-se inteiramente
dentro do cone hipotético de punção, não
existindo possibilidade física de ocorrência de
tal fenômeno, há a necessidade de se verificar
a tensão de ruptura na biela comprimida, na
superfície gerada pelo contorno “C” de Figura 2.12 - Sistema de equilíbrio interno
contato pilar – sapata (ABNT: NBR Rstd
Md⁄
z
6118/2014 – item 22.6.2.2.). A s = σ
= σ
2.5
std std

- Dimensionamento à força cortante

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 9


iii) Hipótese de distribuição de tensões no solo
Quadro 2.3 - Resumo das distribuições de tensões na base das sapatas
Sapata Rígida Sapata Flexível
Rocha
Solo coesivo
(argilosos)
Solo não coesivo
(granulares –
arenosos)

De acordo com o item 22.6.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014) pode-se admitir a distribuição de
tensões normais no contato solo - sapata rígida, como plana, caso não se disponha de
informações mais detalhadas a respeito. Já, para as sapatas flexíveis ou casos extremos de
fundação em rocha (mesmo com sapata rígida) essa hipótese deve ser revista.

2.2 Fundações: Solo e Elemento estrutural


Segundo Veloso e Lopes (2010) os requisitos básicos que um projeto de fundações deve atender
são:

a) Deformações aceitáveis sob condições de trabalho (verificação ao estado limite de


utilização ou de serviço – ELS);
b) Segurança adequada ao colapso do solo (verificação ao estado limite último – ELU, do
solo);
c) Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais (verificação ao estado limite
último – ELU, do solo).

O objetivo básico desse trabalho é o dimensionamento e detalhamento das estruturas de


concreto armado que envolve ainda outras verificações importantes, específicas para cada tipo
de estrutura, como: Estabilidade externa (Tombamento, deslizamento); flambagem
(deformação lateral), níveis de vibração (no caso de ações dinâmicas).

Todavia cabe destacar que o conhecimento de segurança e a determinação da capacidade


resistente do solo, elemento que receber as cargas das estruturas, devem receber um tratamento
adequado neste capítulo, de considerações preliminares.

2.1.3 Tensão admissível do solo – Capacidade de carga do solo


As tensões admissíveis podem ser fixadas a partir da utilização e interpretação de um ou mais
dos procedimentos apresentados a seguir:

− Métodos teóricos (ou analítico);


− Métodos semiempíricos;
− Métodos empíricos;
− Resultados de provas de carga.
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 10
O item 3.45 da NBR 6122 (ABNT, 2019) destaca que tensão admissível é a máxima tensão
adotada em projeto, quando aplicada ao terreno pela fundação rasa ou pela base do tubulão,
atende com fatores de segurança predeterminados, aos estados-limites últimos (ruptura) e de
serviço (recalques, vibrações etc.). Essa grandeza é utilizada quando se trabalha com ações em
valores característicos.

A norma destaca ainda que a determinação da tensão admissível ou tensão resistente de cálculo
é obtida com base na utilização e interpretação de um ou mais dos seguintes procedimentos:
Prova de carga sobre placa; métodos empíricos; e métodos semiempíricos (item 7.3 da NBR
6122 (ABNT, 2019).

O item 3.30 da NBR 6122 (ABNT, 2019) define que o método de valores admissíveis é o
método em que as forças ou tensões de ruptura são divididas por um fator de segurança global.

Rk
Padm = ⁄FS e Padm ≥ Sk 2.6
g

Onde:

Padm é a tensão admissível de sapatas e tubulões e carga admissível de estacas;

Rk representa as forças ou tensões características de ruptura (últimas);

Sk representa as solicitações características e;

FSg é o fator de segurança global. No mínimo igual a 3,0 para processos semiempíricos e
teóricos (analíticos); ou 2,0 para os processos semiempíricos ou analíticos acrescidos de duas
ou mais provas de carga, executadas na fase de projeto (NBR 6122 – 2019– item 6.2.1.1.)

O conceito básico de tensões admissíveis ou cargas admissíveis corresponde a afirmar que:


σúlt
σatu ≤ σadm e que: σadm = ⁄FS 2.7
g

O item 3.45 da NBR 6122 (ABNT, 2019) estabelece ainda que as fundações devam ser
verificadas em seus estados limites considerando para as forças ou tensões de ruptura, que os
valores últimos sejam divididos por coeficientes de minoração (m), e as solicitações
multiplicadas por valores de majoração (f).

R k⁄
Rd = γm , S d = S k ∗ γf e R d ≥ Sd 2.8

Sendo:
Rd representa a tensão resistente de cálculo para sapatas e tubulões ou força resistente de cálculo
para estacas;
Sd representa as solicitações de Cálculo.

Os Fatores de segurança e coeficientes de minoração devem atender os valores especificados


pela NBR 6122 (2019 – itens 6.2.1 e 6.2.1.1.1), para solicitações de compressão.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 11


Tabela 2.1 - Coeficientes de minoração (m) para solicitação de compressão em elementos de
fundações rasa
Coeficiente de
Fator de
Método de determinação da ponderação da
segurança global
resistência última resistência última
(FSg)
(m(c))
Semiempíricos (a) No mínimo 2,15 No mínimo 3,0
(b)
Analítico 2,15 3,0
(a) (b)
Semiempíricos ou analíticos
acrescidos de duas ou mais provas de
carga, necessariamente executadas na 1,40 2,0
fase de projeto (Item 7.3.1 – NBR 6122-
2019)
(a) Atendendo ao domínio de validade para o terreno local.
(b) Sem aplicação de coeficientes de ponderação aos parâmetros de resistência do
terreno.
(c) Em todas as situações de m, f=1,4 (majoração) para o esforço atuante, se disponível
apenas o seu valor característico; se já fornecido o valor de cálculo, nenhum
coeficiente de ponderação deverá ser aplicado a ele.

Para solo solicitado à tração, deslizamento e tombamento os coeficientes de minoração a serem


considerados serão os seguintes: m= 1,2 para parcelas favorável de peso e m = 1,4 (minoração)
para a resistência do solo (NBR 6122-2019 – item 6.2.1.1.2).

f =1,4 (majoração) para o esforço atuante, se disponível apenas o seu valor característico; se já
fornecido o valor de cálculo, nenhum coeficiente de ponderação deve ser aplicado.

A título de comparação, o Fator de segurança global, nada mais é do que o coeficiente de


majoração das ações multiplicado pelo coeficiente de minoração da resistência última do solo:

FSg = γf ∗ γm = 1,4 ∗ 2,15 = 3,0

ii) Métodos semiempírico

São métodos utilizados para se calcular recalques onde se observa o comportamento do solo
em relação a tesão-deformação.

a) Diante de tantos métodos apresentados recomenda-se para pré-dimensionamento, as


expressões mais simplistas:

NSPT
R adm ≅ (MPa) 2.9
(50 a 55)

NSPT
R ult.,k ≅ (MPa) 2.10
(17 a 20)

em que:
Radm é a tensão admissível do solo em Mpa;

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 12


Rult.,k é a tensão última do solo, no ELU;

NSPT é o valor na base da sapata, valor médio ou ainda o valor estatístico, o menor deles,
calculados no ponto do bulbo de tensões (duas vezes a largura da sapata), onde se estima uma
largura de sapata de 1 metro e que deve ir de 1 metro a 3 metros de profundidade, conforme
indicado na (Fig. 2.13):

NSPT(1m) + NSPT(2m) + NSPT(3m)


NSPT(médio) =
3

NSPT(1m) + 4 ∗ NSPT(2m) + NSPT(3m)


NSPT(est.) =
6

Fig. 2.13 Bulbo de tensões

b) Sondagem a Percussão - SPT

O ensaio de sondagem a Percursão consiste na cravação vertical no solo de um cilindro


amostrador padrão, através de golpes de um martelo com massa padronizada de 65 Kg, solto
em queda livre de uma altura de 75 cm. São anotados os números de golpes necessários à
cravação do amostrador em três trechos consecutivos de 15 cm sendo que o valor da resistência
à penetração (NSPT) consiste no número de golpes aplicados na cravação dos 30 cm finais. Após
a realização de cada ensaio, o amostrador é retirado do furo e a amostra é coletada, para
posterior classificação do material que geralmente é feita pelo método Tátil-visual.

Exemplo 2.1 – Determinação da tensão Admissível


Para a sondagem da Fig. 2.14A e Fig. 2.14B, calcular a tensão admissível do solo, onde a
base da sapata está assentada a uma profundidade de 1,0 m do nível do terreno.

Fig. 2.14 Sondagem a Percussão

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 13


Sondagem (A) Sondagem (B)

NSPT (base) = 5 NSPT (base) = 9


𝑁𝑆𝑃𝑇 (𝑚é𝑑𝑖𝑜) = 5 } 𝑁𝑆𝑃𝑇 = 5 9+5+8
NSPT (médio) = = 7,33 NSPT
𝑁𝑆𝑃𝑇 (𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜) = 5 3
9+4∗5+8
NSPT (estatístico) = = 6,17}
NSPT 5 6
σadm. = = = 0,10 MPa = 6,17
50 50
NSPT 6,17
σadm. = = = 0,123 MPa
50 50

i) Métodos empíricos

São considerados métodos empíricos aqueles pelos quais se chega a uma tensão admissível com
base na descrição do terreno (classificação e determinação da compacidade ou consistência
através de investigações de campo e/ou laboratoriais).

Na Tabela 2.2 são apresentados valores de tensões básicas, válida para cargas verticais até 1.000
KN (100 tf).

Tabela 2.2 - Tensões básicas admissíveis (adm.)


Classe Descrição Valores
(MPa)
1 Rocha sã, maciça, sem laminação ou sinal de decomposição 3,0
2 Rocha laminada, com pequenas fissuras, estratificada 1,5
3 Rocha alterada ou em decomposição (Ver nota e)
4 Solo granular concrecionado. Conglomerado 1,0
5 Solo pedregulhoso compactos ou muito compacto 0,6
6 Solo pedregulhoso fofo 0,3
7 Areia muito compacta (NSPT>30) 0,5
8 Areia compacta (20<NSPT<30) 0,4
9 Areia medianamente compacta (10<NSPT<20) 0,2
10 Argila dura (20<NSPT<30) 0,3
11 Argila rija (10<NSPT<20) 0,2
12 Argila média (6<NSPT<10) 0,1
13 Solo siltoso muito compacto (ou duros) (NSPT>30) 0,3
14 Solo siltoso compacto (ou rijos) (20<NSPT<30) 0,2
15 Solo siltoso medianamente compacto (ou médio) (10<NSPT<20) 0,1
Fonte: ABNT NBR 6122 (1996)

Notas:
a) Em geral as areias e argilas são solos sedimentares e os solos siltosos são residuais;
b) Para a aplicação da tabela admite-se que as características do maciço não piorem com o
aumento de profundidade.
c) Os valores da Tabela 2.2 já atendem aos estados limites último e de serviço.
d) No caso de calcário ou qualquer outra rocha cáustica, devem ser feitos estudos especiais.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 14


e) Para rochas alteradas ou em decomposição, têm que ser levados em conta a natureza da rocha
matriz e o grau de decomposição ou alteração.

2.1.4 Dimensionamento e Detalhamento


De acordo com a ABNT: NBR 6118 (2014 – item 22.6.3) para cálculo e dimensionamento de
sapatas devem ser utilizados modelos tridimensionais lineares (Figura 2.15a) ou modelos biela-
tirante tridimensionais (Figura 2.15b), podendo, quando for o caso, ser utilizados modelos de
flexão (Figura 2.15c). As sapatas podem ser separadas em rígidas e flexíveis e, só
excepcionalmente os modelos de cálculo precisam contemplar a interação solo-estrutura.

Figura 2.15 - Modelos tridimensionais

As bielas representam campos de tensão de compressão no concreto, entre as aberturas de


fissuras (Figura 2.15a e Figura 2.16); os tirantes, por sua vez, são elementos tracionados,
representados pelas armaduras, utilizadas para absorverem os respectivos esforços de tração
(Figura 2.15b).

i) Sapatas Rígidas
O comportamento estrutural das sapatas rígidas pode ser discretizado para trabalhar
separadamente nas duas direções, tanto à flexão, quanto ao cisalhamento, conforme ABNT:
NBR 6118 (2014 - item 22.6.2.2). Nestes casos será admitida tração à flexão, uniformemente
distribuída ao longo da largura correspondente da sapata.

A teoria de cálculo das sapatas rígidas, com


comportamento de bielas, foi desenvolvida
pelo eng.º francês M. Lebelle, em 1936.
Através de inúmeros ensaios Lebelle
observou que sapatas com altura maior ou
igual a (B-b)/4, apresentavam uma configura
de fissuras específicas, sugerindo um
conjunto de bielas simétricas, independentes,
atirantadas pela armadura, conforme
apresentado na Figura 2.16.

Figura 2.16 - Comportamento de biela

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 15


a) Sapata Isolada - Rígida

São elementos de fundação, com seção não alongada (B2 ≤ 3*B1), que transmitem ações, de um
único pilar centrado, diretamente ao solo. É o tipo de sapata mais utilizada. Podem apresentar
bases quadradas, retangulares, circulares ou outras formas, conforme visto anteriormente, com
a altura constante (Blocos) ou variando linearmente entre as faces do pilar à extremidade da
base.

Figura 2.17 - Sapata Isolada – rígida

a.1) Cálculo da Área da Sapata

Segundo a ABNT: NBR 6122 (2019 – item 5.6) será considerado para peso próprio dos
elementos de fundação (sapata ou bloco de coroamento), um valor mínimo de 5% da carga
vertical permanente.

Recomenda-se, no entanto, 5% a 10% da carga permanente, como peso próprio do bloco mais
peso de terra acima do bloco, se houver: sendo, 5% para sapatas flexíveis e, de 5 a 10% para
as sapatas rígidas.

Quando não se conhece separadamente a parcela permanente, pode-se considerar, para


edifícios residenciais e comerciais, que a carga permanente corresponda a 70% da carga total,
ou ainda, que o peso próprio do elemento de fundação corresponda 5% da carga total (utilizar
o maior valor)

[Nsk + (0,05 a 0,1)Gk ]


A=
σadm,solo

ou

γf [Nsk + (0,05 a 0,1) Gk ]


A=
R d,solo = R ult.,k ∗ γsolo

Nsd = f * Nsk = Força solicitante de cálculo

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 16


O fator 0,05 a 0,10 (5% a 10% da carga permanente) será utilizado para considerar o peso
próprio da sapata, bem como o peso de terra acima da sapata, se houver. Recomenda-se 5%
para sapatas flexíveis e, de 5 a 10% para as sapatas rígidas. Quando não se conhece
separadamente a parcela permanente aplicam-se os menores valores para toda carga.

Segundo a ABNT: NBR 6122 (2019 – item 5.6) será considerado para peso próprio dos
elementos de fundação, um valor mínimo de 5% da carga vertical permanente.

A = B1*B2 2.11

As dimensões B1 e B2, se possível, devem ser escolhidas de maneira que os momentos fletores
nas duas direções produzam esforços nas armaduras, aproximadamente iguais (Rs1 Rs2).

a.2) Cálculo das dimensões da sapata: B1 e B2

Para que Rs1  Rs2  (B1-b1)  (B2-b2)

B1 = B2 + (b1 − b2 )  B2 = B1 − (b1 − b2 )

Sendo a área da sapata: B1*B2


A
B2 =
B1

A
B1 = + (b1 − b2 )
B1

(B1 )2 = A + B1 ∗ (b1 − b2 )  (B1 )2 − (b1 − b2 ) ∗ B1 − A = 0

(b1 − b2 ) √(b1 − b2 )2 + 4A (b1 − b2 ) (b1 − b2 )2


B1 = → B1 = √ + A
2 2 4

a.3) Cálculo das armaduras devido à flexão

Dimensionamento à flexão – método das bielas

Nsd é carga concentrada de cálculo

Figura 2.18 - Sapata rígida - sistema estrutural

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 17


Ns
dp = σsolo ∙ dx ∙ B2 = B ∙ dx
(B1 ∙ B2 ) 2

B1 /2
Ns Ns X 2 B1 /2 Ns B12
R s1 = ∫ X ∙ dx = 0 =
B1 ∙ d0 0 B1 ∙ d0 2 B1 ∙ d0 8

d0 d B1 ∙ d
= → d0 =
B1 B1 − b1 (B1 − b1 )
2 2
em que b1 é a dimensão do pilar na direção B1 da sapara e b2 é a dimensão na direção de B2, da
sapata (Figura 2.18)

Nsd
R sd1 = (B − b1 )
8d 1
R sd1
As1 =
fyd
Procedimento idêntico se faz para o cálculo
do As2 (tração na direção de B2):
Nsd
R sd2 = (B − b2 )
8d 2
R sd2
As2 =
fyd
Figura 2.19 - Forças de cálculo nas armaduras Sendo Nsd carga concentrada

Comparar com armadura mínima

O peso próprio da sapata caminha


diretamente para o solo não provocando
abertura de carga e, consequentemente, não
sendo considerado no cálculo da força de
tração na armadura “Rst”

Figura 2.20 - Peso próprio caminha diretamente para o solo

a.4) Verificação ao cisalhamento

Embora a verificação da punção seja desnecessária na sapata rígida, pois a transferência de


carga situa-se inteiramente dentro do cone hipotético de punção, não existindo possibilidade
física de ocorrência de tal fenômeno, há a necessidade de se verificar a tensão de ruptura na
biela comprimida, na superfície gerada pelo contorno “C” de contato pilar – sapata (ABNT:
NBR 6118/2014 – item 22.6.2.2.).

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 18


Figura 2.21 - Cone hipotético

Verificação das tensões nas Bielas – Ruptura por compressão diagonal

As tensões de cisalhamento devem, portanto, ser verificadas, em particular à ruptura por


compressão diagonal do concreto na ligação sapata – pilar (contorno C – ABNT: NBR 6118 –
item 19.5.3.1), ou seja, na biela comprimida

Figura 2.22 - Tensões no contorno C (pilar - sapata)

Quando se fala em verificação ao cisalhamento o que se verifica na realidade é a tensão


principal de compressão nas bielas comprimidas.

Fsd N
τxy,d = τsd = ⁄(μ ∗ d) = sd⁄(μ ∗ d) 2.21

Sendo:

 = perímetro do contorno crítico C = 2*(b1+b2) (Figura 1.26)

d = altura útil

Fsd = Nsd = Força de cálculo aplicada

A ABNT: NBR 6118 (2014 – item 19.5.3.1) limita

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 19


Fsd
τxy,d = τsd = ⁄(μ ∗ d) ≤ τRd2 = 0,27αv fcd 2.12
f
Sendo, αv = (1 − ck⁄250) , com fck em megapascal

Fator que representa a eficiência do concreto

O valor de Rd2 pode ser ampliado de 20% por efeito de estado múltiplo de tensões junto ao
pilar interno, quando os vãos que chegam a esse pilar não diferem mais de 50% e não existem
aberturas junto ao pilar.

b) Sapata Corrida - Rígida

O dimensionamento e detalhamento para sapata


corrida - rígida (L  3B) utiliza-se do mesmo critério
adotado para as sapatas rígidas isolas, considerando
neste caso a largura B2 unitária.

De acordo com a NBR 6122 (2019 – item 3.40) a


sapata corrida é uma sapata sujeita à ação de uma
carga distribuída linearmente ou de três ou mais
pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde que
representem menos de 70% das cargas da estrutura. Figura 2.23 - Sapata corrida - rígida

b.1) Cálculo das armaduras devido à flexão

Dimensionamento à flexão – método das bielas idêntico aos procedimentos da sapata isolada,
bata considerar B2 = 1,0

Fsd = Nsd é carga distribuída de


cálculo

Figura 2.24 - Equilíbrio de forças na sapata corrida

Fsd
R sd = (B − b)
8d

Sendo, neste caso, Fsd uma carga por unidade de comprimento

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 20


Rsd
As = (área por unidade de comprimento)
fyd
Armadura de distribuição na direção de “L”
As
Asdist = 5

b.2) Verificação ao cisalhamento

São os mesmos procedimentos utilizados para sapata rígida isolada.

c) Detalhamento das sapatas rígidas

C.1) Armadura mínima – Sapata

Tabela 2.3 - Taxa mínima de armadura


Valores de min(*1) (As,min./Ac) %
Forma da
fck
seção 20 25 30 35 40 45 50
min.
Retangular 0,035 0,15 0,15 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
(*1) Os valores de min. - estabelecidos nesta tabela pressupõem uso de aço CA-50, c=1,4 e
s = 1,15. Caso esses valores sejam diferentes min. deve ser calculado com base no valor de
min.= 0,035, ou seja:
min. = min.*(Ac*fcd)/fyd.
Fonte: Tabela 17.3 da NBR 6118

Tabela 2.4 - Valores mínimos para armaduras passivas


Armadura
Armaduras Armadura
positiva
positivas de positiva
Armaduras (principal) de
lajes armadas (secundária) de
negativas lajes armadas
nas duas lajes armadas
em uma
direções em uma direção
direção
Elementos
As/s  20% da
estruturais sem
armadura
armaduras ativas
s  min s  0,67*min s  min principal;
(somente
As/s  0,9 cm2/m;
armaduras
passivas) s  0,5*min
Onde:
s = As/(bw*h)
Os valores de min. constam da tabela acima
Fonte: ABNT NBR 6118 – Tabela 19.1

c.2) Espaçamento entre barras

As barras da armadura principal devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2*h ou 20


cm, prevalecendo o menor desses dois valores. A armadura secundária deve ser igual ou
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 21
superior a 20% da armadura principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre as barras de,
no máximo 33 cm ABNT: NBR 6118 (2014 – item 20.1).

c.3) Ganchos nas extremidades das barras

Quanto ao detalhamento a ABNT: NBR 6118 (2014 - item 22.6.4.1.1) recomenda que a
armadura de flexão deva ser uniformemente distribuída ao longo da largura da sapata,
estendendo-se integralmente de face a face da mesma e terminando em gancho nas duas
extremidades. Os ganchos das armaduras de tração seguem as determinações da ABNT: NBR
6118 (2014 - item 9.4.2.3).

Figura 2.25 - Ganchos

Para barras com  ≥ 20 mm devem ser usados ganchos de 135° ou 180°. Para barras com  ≥ 25
mm deve ser verificado o fendilhamento em plano horizontal, uma vez que pode ocorrer o
destacamento de toda a malha da armadura.

Tabela 2.5 - Diâmetro de dobramento dos pinos (pino)


Bitola (mm) CA-25 CA-50 CA-60
< 20 4 5 6
 20 5 8 -
Fonte: Tabela 9.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014)

c.4) Comprimento de ancoragem necessário

O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado, segundo a ABNT: NBR 6118
(2014 – item 9.4.2.5) por:
As,cal
𝑙b,nec = α𝑙b  𝑙b,min (0,3𝑙b , 10 e 100 mm) 2.13
As,ef

Onde:
 = 1,0 para barras sem gancho;
 = 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥
3 ;
 = 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118)
 = 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118) e gancho,
com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 ;

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 22


 fyd
𝑙b =
4 fbd

fbd = 1 2 3 fctd

(1=2,25; 2=1,0; 3=1,0 - ver item 9.3.2.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014)

2/3
0,7fct,m 0,21fck 2/3
fctd = = = 0,15fck
γc 1,4

Tabela 2.6 - Comprimento de ancoragem em função da bitola


Resistência característica do concreto (fck em MPa)
Comprimento
20 25 30 40
de ancoragem
s/gancho
44 38 34 28
lb= *fyd/(4*fbd)
c/ gancho
31 26 24 20
lb,nec = lb=0,7*lb

c.5) Armadura de Espera (arranque/emenda)

A sapata deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque. Nessa
ancoragem pode ser considerado o efeito favorável da compressão transversal às barras,
decorrente da flexão da sapata (NBR 6118, item 22.6.4.1.2 – ABNT, 2014).
Armadura de espera decorre da necessidade executiva, em face de necessidade de se ter uma
junta de concretagem no início do pilar.

A finalidade dessa armadura é


transmitir para a fundação os
esforços vindos através da
armadura do pilar e que morrem na
junta.

Figura 2.26 - Arranque - armadura de espera para os pilares

Portanto, acima do topo da sapata a armadura de espera deve ter um comprimento de emenda à
compressão (ou tração, no caso de pilares fletidos) que possibilite a transmissão de esforços.

Esse tipo de emenda (traspasse) não é permitido para barras de bitola maior que 32 mm,
nem para tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteiramente tracionada)
(NBR 6118, item 9.5.2 – ABNT, 2014).

Quando se tratar de armadura permanentemente comprimida ou de distribuição, todas as barras


prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 23
podem ser emendadas na mesma seção, e o comprimento de traspasse pode ser calculado por
(NBR 6118 item 9.5.2.3 – ABNT, 2014):

l0c = lb,nec ≥ l0c,min (ver equação 2.37)


Onde: l0c,min é o maior entre (0,6lb, 15, 200 mm)

O comprimento da armadura de espera dentro da sapata deve ser o necessário para permitir sua
ancoragem à compressão (loc). No caso de sapata com pilar submetido à tração, ver detalhe no
item sapata com flexão.
Caso a altura da sapata seja insuficiente para possibilitar a ancoragem das barras da armadura
de espera (h < lbc) existem alternativas para solucionar o problema sem alterar a altura da
sapata.

Figura 2.27 - Comprimento de ancoragem X altura da sapata

Alternativas para não se alterar a altura da sapata

1. Diminuir a tensão na barra, aumentando o “As” da armadura de espera, nesse caso o


comprimento de ancoragem da armadura se reduz na proporção direta das tensões.

As,pilar
𝑙bc = 
As,espera

2. Diminuir se possível o diâmetro da barra do pilar ou espera. Nesse caso, o comprimento de


ancoragem se reduz na proporção das áreas das armaduras (ver tabela 2.5) Reduzindo apenas a
bitola da armadura de espera deve-se estudar a emenda dessas barras com as do pilar, de maneira
a se obter uma disposição conveniente.

Exemplo: substituir 125 por 2 20


As220 = 2*3,142  6,3 > As125 = 4,909  5,0
cm2

Redução da ancoragem
l *A /A
Figura 2.28 - Redução de bitola X redução do bc s220 s125
= (5/6,3)lbc = 0,8*lbc
comprimento de ancoragem

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 24


Tabela 2.7 - Bitolas padronizadas pela ABNT: NBR 7480 (2007)
Bitola/Diâmetro Valores Nominais de cálculo
 (mm) Diâmetro Massa a Área da seção
Barras (polegadas) (Kg/m) (mm2)
20,0 3/4 2,466 314,2
25,0 1 3,853 490,9

3. Fazer pescoço, ou seja, aumentar a área do pilar junto à sapata, de maneira que o inicio de
transferência de carga, das barras da armadura de espera, ocorra antes de entrar na sapata.

Determina-se o acréscimo de área de


concreto necessária para absorver a
parcela de carga que não pode ser
absorvida pela sapata.

Figura 2.29 - Aumento da área do pilar com pescoço

(𝑙b𝑐 − h)
fyd ∗ As ∗ = ∆Ac ∗ fcd
𝑙bc

fyd (𝑙bc − h)
∆Ac = ∗ ∗ As
fcd 𝑙bc

Ac = acréscimo de área de concreto no pilar, no trecho (lbc – h).

Executivamente essa solução é inadequada por interromper a forma do pilar e exigir uma nova
forma para o pescoço.

c.6) Dimensões e detalhes da sapata

As sapatas isoladas ou os blocos não podem ter dimensões da base inferiores a 60 cm (ABNT:
NBR 6122–2019 – item 7.7.1).

Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assentada em rocha, a
profundidade mínima (cota de apoio da fundação) não pode ser inferior a 1,5 m. Em casos de
obras cujas sapatas ou blocos tenham, em sua maioria, dimensões inferiores a 1,0 m, essa
profundidade mínima pode ser reduzida. (ABNT: NBR 6122-2019 – item 7.7.2).

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 25


Figura 2.30 - Dimensões mínimas e detalhes da sapata

Inclinação da parte superior da sapata, para não ser necessário colocar formas não deve ser
superior a 1:3 (ângulo de inclinação tg=0,33; =18,30) a 1:4 (tg=0,25; =140). Montoya
(1973) recomenda  ≤ 300 e ho > entre h/3 e 20 cm. Dessa consideração resulta:

h1 ≤ (B − b − 2 ∗ bf) ∗ tg/2

A altura h0 da base da sapata deverá ser o maior valor entre: h/30; 20 cm e (h-h1)

Deve-se deixar um acabamento maior ou igual a 2,5 cm junto ao pilar, para se apoiar a forma
do pilar;

Todas as partes da fundação rasa (superficial ou direta) em contato com o solo devem ser
concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural (magro) de no mínimo 5 cm de
espessura, a ser lançada sobre toda a superfície de contato solo-fundação. No caso de rocha,
esse lastro dever servir para regularização da superfície e, portanto, pode ter espessura variável,
observando, no entanto, o mínimo de 5 cm. (ABNT: NBR 6122-2019 – item 7.7.3).

Exemplo 2.2 - Sapata Isolada - Rígida


Dimensionar e detalhar a sapata isolada da figura, como sapata rígida.

Dados:
Pilar 30X80 cm
Concreto: fck = 20,0 MPa (200
Kgf/cm2)
Solo:
Rd,.solo = 0,357 MPa (357 KN/m2)
adm,.solo = 0,255 MPa (255 KN/m2)
Figura 2.31 – Exemplo 1.2 - Sapata isolada Aço: fyk = 500 MPa (5.000 Kgf/cm2 =
- Rígida 50KN/cm2)
Gk = 1.320 KN; Qk = 570 KN
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 26
Cálculo da carga solicitante de cálculo

Nsk = (Gk + Qk + 0,1 ∙ Gk ) = (1.320 + 570 + 0,1x1.320) = 2.022 KN

Nsd = 1,4 ∗ (Gk + Qk + 0,1 ∙ Gk )

Nsd = 1,4 ∙ 2.022 = 2.830,8 KN

Área da sapata

γf (Nsk + 0,1 ∗ Gk ) 2.830,8


A= = = 7,93 m2
R d,solo 357

R ult⁄ R últ
R d,solo = γm = ⁄2,15

Ou
(Nsk + 0,1 ∗ Gk ) (1.320 + 570) + 0,1 x 1320
A= = = 7,93 m2
σadm,solo 255

R ult R
R adm = ⁄FS = últ⁄3,0
g
Conhecendo-se:

b1 = 0,8 m
b2 = 0,3 m
A = 7,94 m2

Calcula-se: B1 e B2

A = B1*B2
B1 − b1 = B2 − b2

(b1 − b2 ) (b1 − b2 )2 (0,8 − 0,3) (0,8 − 0,3)2


B1 = √ + A= + √ + 7,93 = 3,0,8 m  3,10 m
2 4 2 4

B2 = A/B1 = 7,94/3,10 = 2,56 m  2,60 m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 27


Detalhamento das dimensões da sapata

Figura 2.32 – Exemplo 1.1 - Dimensões preliminares da sapata

Cálculo da altura da sapata, considerando-a como sapata rígida

(B1 − b1 ) (3,10 − 0,8)


h= = = 0,76 ≅ 0,80 m
3 3

(Adota-se d = 0,75 m = 75 cm)

Quando (B1-b1) ≠ (B2–b2), toma-se o maior valor para o cálculo de “h”

Figura 2.33 – Exemplo 1.2 - Dimensões finais da sapata

Verificação do peso da sapata e solo acima dela

Gsap. = Vsap. ∗ ρc = (Vbase + Vtronco pirâmide ) ∗ ρc

Vbase = 0,50*3,1*2,6 = 4,03 m3

H 0,30
Vtp = (A + √A ∗ a + a) = (8,06 + √8,06 ∗ 0,2975 + 0,2975) = 0,99 m3
3 3
Sendo:
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 28
A = área maior = 3,10*2,60 =8,06 m2
a = área menor = 0,35*0,85 = 0,2975 m2
H = altura do tronco de pirâmide

Gsap. = (4,03+0,99)*25 =125,5 KN < 0,1*1320 = 132 KN (adotado)

No caso da existência de terra sobre a sapata, o que é comum

Gsolo = (Abase ∗ hsap. − Vsap. ) ∗ ρsolo

Gsolo = (3,1 ∗ 2,6 ∗ 0,8 − (4,03 + 0,99)) ∗ 18 = 25,7 KN

Gsap. + Gsolo = 125,5+ 25,7 = 151,2 KN > 10%*1.320 = 132 KN

Verificação – Cálculo da nova área

γf ∗ (Nsk + Gk(sap.+solo) ) 1,4 ∗ (1.320 + 570 + 151,2)


A= = = 8,00 m2
R d,solo 357
→ OK (menor que a adotada = 8,06 m2)

(Nsk + Gk(sap.+solo) ) (1.320 + 570) + 151,2


A= = = 7,97 m2
σadm,solo 256

Dessa forma será mantido B1=3,10m e B2 = 2,60 m

Cálculo da armadura

Nsd ∗ (B2 − b2 ) 2.646 ∗ (2,60 − 0,3)


R sd1 ≅ R sd2 = = = 1.014,3 KN
8∗d 8 ∗ 0,75

R sd1 1.014,3
As1 = As2 = = = 23,33 cm2
fyd 50
( )
1,15

Armadura por metro (ver tabela 1.9)

100∗As116 201,1
e= = = 22 cm   16 c/22 ( 5/8” c/22 cm)
As 8,97
ou
100 ∗ As112,5 122,7
e= = = 13 cm   12,5 c/13 ( 1/2” c/13 cm)
As 8,97

- Cálculo da armadura mínima (ver tabela 1.4)


2
As,min./m = 0,67 ∗ 0,15 ∗ 75 = 7,54 cm ⁄m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 29


As barras da armadura principal devem apresentar espaçamento no máximo igual a 2*h ou 20
cm, prevalecendo o menor desses dois valores

23,33 2
As2 = = 7,53 cm ⁄m ≅ As,min./m
3,10

100 ∗ As112,5 122,7


e= = = 16 cm   12,5 c/16 ( 1/2” c/16 cm)
As 7,53

Verificação das tensões nas Bielas (Ruptura por compressão diagonal)

- Na superfície C (pilar – sapata)


Nsd 2.646 KN
τsd = = = 1.603,64 2 = 1,604 MPa
(μ ∗ d) 2 ∗ (0,3 + 0,8) ∗ 0,75 m
v = (1-fck/250) = (1- 20/250) = 0,92
Rd2 = 0,27vfcd = 0,27*0,92*20/1,4 = 3,55 MPa > sd
sd ≤ Rd2
Detalhamento da armadura

Figura 2.34 – Exemplo 1.2 – (A) Detalhamento das armaduras / (B) Detalhamento da
armadura em planta

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 30


Detalhamento da armadura em planta

Figura 2.35 – Exemplo 1.1 - Armaduras em planta

Verificação do comprimento de ancoragem (dentro da sapata)

lb,nec = lb,min é o maior entre (0,3lb, 10, 100 mm)

ldiponível = 75 cm; fck = 20 MPa

( armadura do pilar)
A título de ilustração – cálculo da armadura do pilar curto

Nd = 2.646 KN
Concreto: fck = 20 MPa (2 KN/cm2)
Aço CA50: fyk = 500 MPa (50 KN/cm2)

Peça totalmente comprimida


Nd*n = Rcd + Rscd  n = 1 + 6/h = 1 + 6/30 = 1,2
Rcd = 0,85*fcd*Ac  Rscd = Asc * scd  scd = 355,6 Mpa = 35,6 KN/cm2

2
Nd ∗ γn − 0,85 ∗ fcd ∗ Ac 2.646 ∗ 1,2 − 0,85 ∗ (1,4) ∗ 30 ∗ 80
Asc = =
σscd 35,6
= 7,33 cm2

Obtendo 10  de 10 ou 6  12,5
Tensão aço com patamar escoamento e sem patamar de escoamento

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 31


Na compressão
2
σscd 1 σscd
εs = | | + (| | − 0,7)
Es 45 fycd

Utilizando-se de barras retas

 fyd  500
𝑙b = ∗ = ∗ = 44
4 fbd 4 1,15(0,338 ∗ 202/3 )

lb = 44 = 44*1,25 = 55 cm > lbmin.=(0,3*lb; 10; 100 mm) < 75 cm existente, portanto, OK

Comprimento de arranque ou emenda (acima da sapata)

l0c = lb,nec ≥ l0c,min


loc = lbnec = 44 = 55 cm

Onde: l0c,min é o maior entre (0,6*lb; 15; 200mm)

Armadura de espera decorre da necessidade


executiva, em face de necessidade de se ter
uma junta de concretagem no início do pilar.

Ver pag.21

Figura 2.36 – Exemplo 1.2 - Ancoragem –


Espera

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 32


ii) Sapatas Flexíveis
Embora de uso mais raro, essas sapatas são utilizadas para fundação de cargas pequenas e solos
relativamente fracos. Segundo o item 22.6.2.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014) seu comportamento
se caracteriza por:

c) Trabalho à flexão nas duas direções, não sendo possível admitir tração na flexão
uniformemente distribuída na largura correspondente da sapata. A concentração de tensão
devido à flexão junto ao pilar deve ser, em princípio, avaliada;

Seção tronco pirâmide (chanfrada) Seção constante (Bloco)

Figura 2.37 - Concentração de tensão devido à flexão

Pode-se observar que a sapata troco pirâmide tem a compressão devido à flexão aplicada
somente em uma faixa, correspondente à largura do pilar, mais, os 5 cm para apoio da forma,
enquanto, no caso de sapata corrida (B2=1m) e, no caso de bloco, a largura comprimida é
largura total da sapata (bloco), conforme indicado na figura

d) Trabalho ao cisalhamento pode ser analisado utilizando o fenômeno da punção (ABNT


NBR 6118 - 19.5 – Dimensionamento de laje à punção).

A distribuição plana de tensões no contato sapata-solo deve ser verificada.

No caso das sapatas flexíveis o caminhamento das cargas se faz de forma análoga ao esquema
da treliça clássica, com diagonais comprimidas e tracionadas (montantes inclinados) e os
banzos comprimidos (superiores) e tracionados (inferiores). Deve-se verificar o concreto
devido à Força cortante e colocar armadura para levantamento de carga, devido à cortante, caso
Vsd seja maior do que Vc.

Figura 2.38 - Sapata flexível - comportamento estrutural

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 33


a) Sapata Corrida - Flexível

Deve-se, inicialmente, acrescentar de 3


a 5% da carga atuante, para compensar
o peso próprio da sapara.

A tensão admissível no solo será


especificada por especialista em solo

Figura 2.39 - Sapata flexível corrida

a.1) Cálculo das ações de cálculo

Fsd = Nsd

a.2) Determinação de “B”

γm ∗ (Fsk + 0,05 ∗ g k )
B=
R d,solo

a.3) Cálculo dos Esforços Solicitantes (Momento e Cortante)

Figura 2.40 - Seções utilizadas no cálculo dos esforços

Seção I-I

γm ∗ Nsk
σatu,solo = ≤ R d,solo
B ∗ 1,0

R ult⁄
Rd = γm
B B Nsd b b Nsd B2 Nsd ∗ b
M(I−I)d = σsolo ∗ ∗ − ∗ ∗ = ∗ −
2 4 b 2 4 B 8 8

A tensão no solo não considera o peso próprio, pelo fato de que a carga correspondente ao peso
próprio descarrega diretamente no solo e o peso próprio não provoca momento na sapata.
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 34
(B−b) L
M(I−I)d = Nsd ∗ [unidade (F. L) (KN. m/m)
8
B Nsd b Fsd B Fsd b
V(I−I)d = σsolo ∗ − ∗ = ∗ − ∗ =0
2 b 2 B 2 b 2

Para dimensionamento da seção I-I admite-se um aumento da altura da sapata na relação de 1:


3 até o eixo da parede
1 b
dI = dII + (3) ∗ (2) = dII + b/6

Seção II-II

(B − b) (B − b) Nsd (B − b)2 m
M(II−II)d = σsolo ∗ ∗ = ∗ [(KN. )]
2 4 B 8 m
(B − b) F KN
V(II−II)d = σsolo ∗ [unidade ( ) ( )]
2 L m

Seção III – III

Verificação para se dispensar armaduras transversais de levantamento de carga devido à


força cortante

Raramente se utilizam nas sapatas


armaduras transversais para transportar e
resistir à força cortante. Deve-se, portanto,
dimensionar as sapatas de modo que os
esforços cortantes sejam resistidos apenas
pelo concreto, dispensando-se as armaduras
transversais.

Diagramas Usualmente, a verificação da força cortante é


feita numa seção de referência III-III,
conforme Figura 2.41. O valor dessa força
cortante é dado pela expressão:

VIII−III = σsolo ∗
(B−b−dII ) F KN
[unidade ( ) ( )]
2 L m

(B−b−dII ) (B−b−dII )
M(III−III)d = σsolo ∗ ∗
2 4

Fsd (B−b−dII )2 m
M(III−III)d = ∗ [(KN. m)]
B 8

Figura 2.41 - Diagramas de fletor e cortante

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 35


II I
O cálculo dos momentos nas seções I, II considerando
a linearização da carga, ou seja, multiplicando a tensão b1
do solo, pelo lado B2, pode ser adotado com razoável
B2 b2
precisão, todavia, quando se lineariza a carga (nas
duas direções), observa-se uma superposição de
cargas e isso leva a valores muito acima do real.
II I
B1

Dessa forma será considerado, para o


cálculo da cortante, o quinhão de carga
correspondente a área delimitada conforme
indicada na Erro! Fonte de referência não e
ncontrada..

Figura 2.42 - Quinhão de carga para cálculo da


cortante

Portanto, a cortante nas seções II-II e III-III serão calculadas multiplicando a tensão no solo
pela carga distribuída na área de influência do pilar, em cada direção, conforme figuras
apresentadas acima.

VII,k = σsolo ∗ Ainfl,II

VIII,k = σsolo ∗ Ainfl,III

Dimensionamento à flexão

O dimensionamento será efetuado nas duas direções, e observa-se na Figura 2.43, que as regiões
compridas a serem utilizadas no cálculo, são diferentes e, a favor da segurança, acompanham
as dimensões dos pilares, nas respectivas direções.

Figura 2.43 - Áreas comprimidas

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 36


Com o uso da tabela de Kx, Kz, Kc e Ks, conforme equações também apresentadas em 1.4.
Calculando-se

b∗d2
Kc = → tabela e se obtem Ks; b = 100 cm
Md

De acordo com o item 14.6.4.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014) para proporcionar uma adequada
ductilidade em vigas e lajes, a posição da Linha neutra (Kx = x/d) no ELU deve o menor ou
igual a 0,45, para concretos com fck ≤ 50 MPa.

Em seguida calcula-se

Md
As = K s ∗
d

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 37


- Armaduras mínimas

Taxa mínima de armadura


Valores de min(*1) (As,min./Ac) % - Concreto: Classe até C50
Forma da
fck
seção 20 25 30 35 40 45 50
min.
Retangular 0,035 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208
(*1) Os valores de min.. Estabelecidos nesta tabela pressupõem uso de aço CA-50, c=1,4 e
s = 1,15, b/h = 0,8. Caso esses valores sejam diferentes min. deve ser calculado com base no
valor de min.= 0,035, ou seja: min. = min.*(Ac*fcd)/fyd.
Fonte: Tabela 17.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014)

A armadura mínima de tração, em elementos estruturais armados ou protendidos deve ser


determinada pelo dimensionamento da seção a um momento fletor mínimo dado pela expressão
a seguir, respeitada a taxa mínima absoluta de 0,15 % (NBR 6118 item 17.3.5.2.1 – ABNT,
2014):

Sendo:
W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra mais
tracionada;

fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração (fck até 50 MPa)


2⁄ 2⁄
fctk,sup = 1,3 ∗ 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3 = 0,39𝑓𝑐𝑘 3

a.5) Dimensionamento à força cortante

Na prática procura-se evitar o uso de armadura de cortante (cisalhamento) em sapatas, em


consequência das limitações das tensões devido à força cortante, ou melhor, da capacidade do
concreto devido à força cortante.

Em consequência aumenta-se a seção para não armar à cortante e, na maioria das vezes, recai-
se em alturas que estão dentro das condições de sapatas rígidas.

- Verificação da ruptura por compressão diagonal

Verifica-se de forma idêntica à sapata rígida, visto que se consideram as bielas inclinadas de
450 e a cortante de cálculo dada pela expressão:

Vsd ≤ VRd2 = 0,27 ∗ αv2 ∗ fcd ∗ bw ∗ d

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 38


- Dispensa de armaduras transversais para força cortante

As sapatas podem prescindir de armadura transversal para resistir aos esforços de tração,
oriundos da força cortante, quando a força cortante de cálculo obedecer à expressão (NBR 6118
item 19.4.1 – ABNT, 2014):
Vsd ≤ VRd1

Vsd é a força cortante solicitante de cálculo, na seção III – III (Vsk*f). O motivo de se fazer esta
verificação na seção III-III é pelo fato de que a cortante, a partir dessa seção, não mais precisa
ser levantada, pois, a força de compressão já está entrando diretamente no pilar.

- Largura efetiva, na seção III-III

Figura 2.44 - Largura efetiva para a verificação de tensão devido ao corte


B2 −b2
c2 c′2 dII
= dII⁄ ∴ c2′ = 2
B1 −b1 ∗ 2.14
c1 2
2 2

bw2,III = b2 + 2 ∗ c2′ 2.15


(B −b )
bw2,III = b2 + (B2 −b2) ∗ dII 2.16
1 1

(B −b )
bw1,III = b1 + (B1 −b1) ∗ dII 2.17
2 2

Valor da força cortante.

Poderá ser calculado das seguintes maneiras:

a) Como uma viga em balanço, nas duas direções

Figura 2.45 - Seção III-III

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 39


Seção III – III
(B1 − b1 − dII ) Ns (B1 − b1 − dII )
VIII,k = σsolo ∗ = ∗
2 B1 ∗ B2 2

Quando a sapata for corrida, faz-se B2 igual à unidade.

b) Pela carga distribuída na área de influência do pilar, em cada direção.

VIII,k = σsolo ∗ Ainfl.

A força cortante, neste caso, é igual à componente normal das forças aplicadas na área de
influência do pilar, hachurada na figura abaixo, ou seja, é a área hachurada, multiplicada pela
tensão no solo, existente naquela respectiva área. É a somatória de forças naquela área.

Figura 2.46 – Área de Influência da Cortante

- A resistência de projeto ao cisalhamento é dada por:

VRd1 = [τRd ∗ K ∗ 1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ] ∗ bw d

Onde:
Rd = 0,25*fctd (tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento)
2⁄
f f 3
fctd = ctk,inf⁄γc = 0,21 ∗ γck
c

As1
ρ1 = ⁄(b ∗ d) , não maior do 0,02 (2%)
w

bw é a menor largura da seção, compreendida ao longo da altura útil “d” (NBR 6118 item
17.4.2.2 – ABNT, 2014), no caso bw = bwIII
N
σcp = sd⁄A
c
Nsd é a força longitudinal na seção devida a protensão ou carregamento (compressão positiva)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 40


Quadro 2.4 - Parâmetros para o cálculo de Nsd - Devido á Protensão
Nsd = Rsd,p (Força devido à protensão)

Figura 2.47 - Ac na Sapata Isolada Figura 2.48 - Ac no Bloco Isolado

K é um coeficiente que tem os seguintes valores:

Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0
Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros.

No caso de não se aumentar a altura da peça e, optar por armar ao cisalhamento, essa armadura
será calculada conforme especifica a ABNT: NBR 6118 (2014 – item 17.4.2.2 ou 17.4.2.3):

a.5.3) Cálculo da armadura para levantamento da cortante.

Vsd ≤ VRd3 = Vc + Vsw 2.18

Sendo:
VSd é a força cortante solicitante de cálculo, na seção;

VRd3 = Vc + Vsw, é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal.

A ABNT: NBR 6118 (2014 – item 17.4.2) define as condições de verificação no ELU para os
elementos lineares solicitados à força cortante, estabelecendo dois critérios:

- No Modelo de cálculo I: admite-se diagonais de compressão inclinadas de θ = 45° em relação


ao eixo longitudinal do elemento estrutural considerando que a parcela complementar Vc tenha
valor constante, independente de VSd.

Sendo Vc a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao de treliça


e igual Vc0, na flexão simples, com a linha neutra cortando a seção.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 41


Figura 2.49 Mecanismo Internos resistentes à cortante

Vc = Vco = 0,6 ∗ fctd ∗ bw ∗ d


2/3
f 0,7∗fct,m 0,21∗fck
fctd = ctk,inf⁄ = =
c  c γc
Vsw é a parcela resistida pela armadura transversal (ABNT: NBR 6118 – 2014 – 17.4.2.2)

A
Vsw = ( sw⁄s) ∗ 0,9 ∗ d ∗ fywd ∗ (sin α + cos α)
Sendo  o ângulo de inclinação da armadura transversal em relação ao eixo longitudinal do
elemento estrutural, podendo-se tomar valores entre 450 e 900.

Vsd
Asw − 0,6 ∗ fctd
(bw ∗ d)
( ) ( ) ∗ bw = ρw ∗ bw
s ∗ sin α 0,9 ∗ fywd ∗ sin α (sin α + cos α)

Sendo w a taxa de armadura transversal

- Armadura vertical (estribo:  = 900);  = 450


2⁄ Vsd 2⁄
Asw Vsd −0,09fck3 ∗bw ∗d −0,09fck3
bw d
( s
)= 0,9∗fywd ∗d
=
0,9fywd
∗ bw = ρw bw
Sendo w a taxa de armadura transversal

Vsd 2⁄
− 0,09fck 3
b d
ρw = w
0,9fywd

Armadura mínima

Asw
≥ ρsw ∗ bw  ρsw,min ∗ bw
s ∗ senα
2/3
fct,m 0,6 ∗ fck
ρsw  ρsw,min = 0,2 =
fywk fywk

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 42


- Armadura vertical (estribo:  = 900);  = 450
Vsd
Asw − 0,6 ∗ fctd
(bw ∗ d)
( ) ( ) ∗ bw = ρw ∗ bw
s ∗ sen α 0,9 ∗ fywd ∗ sen α (sen α + cos α)

Asw 𝐴𝑠𝑤
= ρw ∗ bw ≥ ( )𝑚𝑖𝑛. = ρw,min ∗ bw
s 𝑠

A resistência dos estribos pode ser considerada com os seguintes valores máximos, sendo
permitida interpolação linear (ABNT: NBR 6118 – 2014 – item 19.4.2):

- 250 MPa, para lajes com espessura até 15 cm;


- 435 MPa (fywd), para lajes com espessura maior que 35 cm.

- Detalhamento do estribo

Figura 2.50 - Detalhamento do estribo

b) Sapata Flexível Isolada

Fsd
σsolo =
B1 ∗ B2

- Cálculo da área da sapata

Procedimento idêntico ao realizado para sapata rígida

- Cálculo da armadura utilizando as expressões de Momento Fletor

Figura 2.51 - Sapata Flexível isolada

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 43


O cálculo do momento fletor nas seções I-I e II-II é feito considerando-se todas as cargas que
ficam a esquerda da seção.

(B1 /2)2 Fsd ∗b2 (b1 /2)2


MI = σsolo ∗ B2 ∗ − ∗ =
2 b1 ∗b2 2
Fsd ∗B2 B21 Fsd b21 Fsd
MI = ∗ − ∗ = ∗ (B1 − b1 )
B1 ∗B2 8 b1 8 8
B −b
( 1 1 )2 Fsd (B1 −b1 )2
2
MII = σsolo ∗ B2 ∗ = ∗
2 B1 8

Conhecendo-se ; b; d e Md, calcula-se a posição da LN → X. Em seguida determina-se o valor


de Z e, dessa forma, o valor de As

Md
R sd =
Z
R sd Md
As = =
fyd z ∗ fyd

c) Detalhamento

c.1) Armaduras mínimas


Tabela 2.8 – Taxas de Armaduras
Armadura
Armaduras Armadura positiva
positiva
Armaduras positivas de lajes (secundária) de lajes
Armaduras (principal) e lajes
Negativas armadas nas duas armadas em uma
armadas em uma
direções direção
direção
s  0,5min
Elementos
As/s  20% da
estruturais sem s  min s  0,67min s  min
armadura principal;
armaduras ativas
As/s  0,9 cm2/m
Sendo:
s= As/(bwh)
Os valores de min. constam da tabela
Fonte: Tabela 19.1 NBR 6118 – Valores mínimos para armaduras passivas aderentes

Tabela 2.9 - Taxa mínima de armadura á flexão


Valores de min.(*1) (As,min./Ac)
Forma da
fck
seção 20 25 30 35 40 45 50
min.
Retangular 0,035 0,15 0,15 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
(*1) Os valores de min. apresentados nesta tabela referem-se ao aço CA-50, c = 1,4 e s =
1,15. Caso esse valores sejam diferentes s,min. será calculado utilizando min.. Dessa forma
As,min. = min.*Ac*fcd/fyd
Fonte: Tabela 17.3 da NBR 6118 – taxas mínimas de armaduras à flexão

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 44


Figura 2.52 - Distribuição das armaduras principais – sapatas isoladas

Elementos estruturais armados com estribos (NBR 6118 item 18.3.3.2 – ABNT, 2014)

O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento


estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom
adensamento da massa. O espaçamento máximo deve atender às seguintes condições:
- se Vd ≤ 0,67 VRd2 , então smáx = 0,6 d ≤ 300 mm;
- se Vd > 0,67 VRd2 , então smáx = 0,3 d ≤ 200 mm.

O espaçamento transversal entre ramos sucessivos da armadura constituída por estribos não
deve exceder os seguintes valores:

− se Vd ≤ 0,20 VRd2 , então st,máx = d ≤ 800 mm;


− se Vd > 0,20 VRd2 , então st,máx = 0,6 d ≤ 350 mm.

A necessidade de se levar a armadura de flexão, da sapata, até as extremidades se deve ao efeito


de arco que se desenvolve quando a peça está próxima da ruptura. Colocando-se as armaduras
até as extremidades proporciona-se o aparecimento de efeito de arco, aumentando-se a
capacidade resistente da peça.

Recomenda a ABNT NBR 6118, em seu item 20 que: a) qualquer armadura de flexão, nas lajes
(será adotado o mesmo procedimento para as sapatas) que o diâmetro máximo seja no máximo
igual a h/8; b) as barras da armadura principal devem apresentar espaçamento máximo de 2h
ou 20 cm, prevalecendo o menor, na região do maior momento fletor; c) que armadura
secundária seja superior a 20% da armadura principal e seu espaçamento, no máximo de 33 cm.

d) Sapata isolada com pilar alongado


No caso de sapata isolada com pilar alongado recomenda-se o cálculo dos esforços solicitantes
na seção 0,15*b1, sendo b1 o lado alongado. Outro critério seria o de se calcular o momento
considerando o alívio que a carga aplicada ao longo de b1 proporciona ao momento fletor, ou
seja, o arredondamento do diagrama, conforme indicado na figura.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 45


Figura 2.53 - Arredondamento do diagrama em pilar alongado

Exemplo 2.3 - Sapata corrida flexível


Dimensionar e detalhar a sapata corrida da figura, cujos dados estão a seguir:
Dados:
Carga da Parede: pd = 600 KN/m
Solo: Argila Rija – Rd,solo = 0,28 MPa (280 KN/m2) (Tensão resistente de cálculo do solo)
Largura da parede: b = 20 cm
Concreto: C20 - fck = 20 MPa; Aço CA50: fyk = 500 MPa

Figura 2.54 – Exemplo 2.3 - Sapata Corrida Flexível

a) Cálculo da dimensão “B” da sapata

Asapata = B ∗ 1m (área da sapata por metro)

γf ∗ (pk + ppsap )
B= ; γf = 1,4
R d,solo

Como de antemão não se consegue determinar o peso próprio da sapata será admitido como 5%
da carga da parede.

Portanto,

1,4 ∗ (pk + 0,05 ∗ pk ) 1,4 ∗ 1,05 ∗ pk 600


B = = = 1,4 ∗ 1,05 ∗ = 3,15 m
R d,solo R d,solo 280

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 46


b) Cálculo dos Esforços Solicitantes (Momento e Cortante), nas seções I, II e III

Seção I-I

(B − b) (3,15 − 0,20)
MI,k = p ∗ = 600 ∗
8 8
= 221,25 KN. m/m

VI,k = 0

Seção II-II

p (B − b)2 600 (3,15 − 0,2)2


MII,k = ∗ = ∗
B 8 3,15 8
= 207,86 KN. m/m

p (B − b) 600 (3,15 − 0,2)


VII,k = ∗ = ∗
Figura 2.55 - Exemplo 1.3 - Seções para B 2 3,15 2
= 280,95 KN/m
cálculo dos momentos e cortantes

Cálculo de Md, min


2⁄ 2⁄ 3
fctk,sup = 1,3 ∗ 0,3 ∗ fck 3 = 0,39fck 3 = 0,39 √(20)2 = 2,87 MPa = 0,287 KN/cm2

100 x 402 cm
Md,min = 0,8W0 ∗ fctk,sup = 0,8 0,287 = 6.122,66 KN. = 61,2 KN. m/m
6 m

Seção III – III – Serão calculados oportunamente

p (B − b − dII )
VIII,k = ∗ =
B 2

p (B − b − dII )2
MIII,k = ∗
B 8

c) Cálculo da altura da sapata


Concreto: fck = 20 MPa; Aço CA50: fyk = 500 MPa

c.1) Seção II-II

MII,k = 207,86 KN.m/m  MII,d = 207,86*1,4 = 291,0 KN.m/m

Adotando um Kc econômico (limite entre subdomínio 2b e domínio 3)


Kc = 4,43 (cm2/KN.cm) – ver tabela

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 47


100 ∗ d2 4,43 ∗ 291,0 ∗ 100 (KN. cm)
Kc =  d2 =
Md 100

d2 = 1.289,13  d = 35,9  36 cm

c.2) Detalhamento da seção transversal da sapata

Considerando o cobrimento mínimo nominal


Cnom.= 40 mm   barra (20 a 50 mm)

h = d + 4 cm = 36 + 4 = 40 cm

Adota-se, normalmente, para h0 valores entre h/3 a 30 cm

Para o exercício em questão, será considerado: h0 = 40/3 = 13,3 cm – Adotado h0= 20 cm

tg = h/[(B-b)/2,0] = 40*2/(315-20) = 0,27 ( = 15,20 < 33,70 – Flexível)

Para não ser necessário colocar formas, a inclinação da face superior da sapata deve ficar entre
1:3 (0,33) a 1:4 (0,25)

No caso a inclinação é de 20/145 = 0,14 < 0,33 (Ok)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 48


Figura 2.56 – Exemplo 2.3 - Dimensões para cálculo do peso próprio

c.3) Verificação do peso próprio da sapata e do solo sobre ela

Figura 2.57 - Serções para o cálculo peso próprio da sapata

Gsap. = Vsap. ∗ ρc = (Vbase + Vtriângulo + Vretângulo ) ∗ ρc

Vsap. = (0,20*3,15) + 2*(0,20*1,45)/2 + (0,2+0,05)*0,20 = 0, 97 m3/m


Gsap. = 0,97 m3/m*25 KN/m3 = 24,25 KN/m
Gsolo = (B ∗ 1,0 ∗ h − Vsap. ) ∗ ρsolo = (3,15 ∗ 1,0 ∗ 0,4 − 0,97) ∗ 18 = 5,22 KN/m
Gsap. + Gsolo = 24,25 + 5,22 = 29,47 < 5%*P = 0,05*600 = 30 KN/m

d) Dimensionamento à flexão – cálculo das armaduras

- Seção II-II

MII,k = 207,86 KN.m/m  MII,d = 207,86*1,4 = 291,0 KN.m/m

100 ∗ d2 100 ∗ 362


Kc = = = 4,45 → Tabela → K s = 0,0257
Md 29100

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 49


Md 29100 2 2
As = K s ∗ = 0,0257 ∗ = 20,77 cm ⁄ m > As, min = 0,15% bw ∗ h = 5,4 cm ⁄m
d 36

Tabela 2.10 - Especificações das barras


Área da Área da
Barras Perímetro Barras Perímetro
seção seção
( - mm) (mm) ( - mm) (mm)
(mm2) (mm2)
10,0 78,5 31,4 20,0 314,2 62,8
12,5 122,7 39,3 22,0 380,1 69,1
16,0 201,1 50,3 25,0 490,9 78,5
Fonte: ABNT NBR 7840 (2007)

Escolhendo  16 mm (ver Tabela 2.10)

100 ∗ As1 100 ∗ 2,0


e= = = 9,6 ~  16 c/9,5
As 20,77

Escolhendo  20 mm

100 ∗ As1 100 ∗ 3,142


e= = = 15,1 ~  20 c/15
As 20,77

Obs: espaçamento máximo 20 cm ou 2h (o menor)

- Seção I-I

MI,K = 221,25 KN.m/m  MI,d = 221,25*1,4 = 309,75 KN.m/m

Para dimensionamento da seção I-I pode-se admitir um aumento da altura da sapata na relação
de 1: 3 até o eixo da parede

dI = dII+b/6 = 36 + 20/6 = 39 cm

b ∗ d2I 100 ∗ 392


Kc = = = 4,91 → Tabela → Ks = 0,0257
MI,d 30975

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 50


Md 30975 cm2
As,I = K s ∗ = 0,0257 ∗ = 20,41 < As,II
d 39 m

d) Dimensionamento ao cisalhamento

d.1) Verificação das tensões nas Bielas – Ruptura por compressão diagonal

d.1.1) Na superfície C (pilar – sapata) - punção


Fsd 1,4 ∗ 600 972,22 KN/m2⁄
τsd = = = m
(u ∗ d) [2 ∗ (0,2 + 1,0) ∗ 0,36]

τsd = 0,972 MPa/m

fck
αv = (1 − ) = (1 − 20⁄250) = 0,92
250

τRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 20⁄1,4 = 3,55 MPa > τsd

τsd < τRd2  OK

- Na seção II-II

Vsd ≤ VRd2 = 0,27 ∗ αv2 ∗ fcd ∗ bw ∗ d

p (B − b) 600 (3,15 − 0,2)


VII,k = ∗ = ∗ = 280,95 KN/m
B 2 3,15 2
Vsd = VII,d = 1,4 ∗ 280,95 = 393,33 KN/m
20 ∗ 103
VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw ∗ d = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 1,0 ∗ 0,36
1,4
VRd2 = 1.277 KN/m > Vsd

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 51


d.1.2) Verificação para se dispensar a armadura a cortante

A verificação deverá ser feita na seção III, visto que daquele ponto em diante a carga caminha
diretamente para o pilar

Seção III-III
Utilizando-se da semelhança de triângulo

20 yIII
= → yIII = 17,86 cm
145 (145 − 15,5)

dIII = 16 + yIII = 16 + 17,86 = 33,86 cm


Figura 2.58 – Altura dIII
(dII = 36 cm, dIII = 33,86 cm)

p (B − b − dII )2
𝐌𝐈𝐈𝐈,𝐤 = ∗
B 8
600 (3,15 − 0,2 − 0,36)2
= ∗
3,15 8
= 159,72 KN. m/m

p (B − b − dII )
𝐕𝐈𝐈𝐈,𝐤 = ∗
B 2
600 ∗ (3,15 − 0,2 − 0,36)
Figura 2.59 - Diagramas de Fletor e =
cortante 3,15 ∗ 2
= 246,67 KN/m

Vsd = f*VIII,k = 1,4*246,67 = 345,33 KN/m


Para não armar à cortante: Vsd deve ser ≤ VRd1

A resistência de projeto ao cisalhamento vale:

VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ]bw d

Onde:
fctk,inf.
τRd = 0,25fctd → fctd =
γc

De acordo com o item 8.2.5 da NBR 6118 (ABNT, 2014) a resistência característica à tração
inferior será igual a 0,7 da resistência caraterística média, à tração:
2⁄
fctk,inf. = 0,7 ∗ fct,m → fct,m = 0,3 ∗ fck 3

2/3
fck 2/3
τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ = 0,0375 ∗ fck = 0,2763 MPa (fck = 20 MPa)
1,4

As1 20,77
ρ1 = < 0,02  ρ1 = = 0,0058 < 0,02
(bw ∗ d) (100 ∗ 36)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 52


Nsd
σcp = = o
Ac

cp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão positiva)

Valores de K

− Como 100% das armaduras chegam até o apoio:

K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com “d” em metros.

K = (1,6 − 0,3386) = 1,2614 > 1,0


VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ] ∗ bw d
VRd1 = [276,3 ∗ 1,2614 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0058) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,3386 =
VRd1 = 168,99 ≅ 169,00 KN/m < Vsd = 345,33 KN/m

No caso de seção variável pode-se reduzir a cortante a ser levantada de (M/d)*tg, quando a
seção cresce e o momento cresce.

Quando acontecer o inverso, essa parcela é somada. Isso se explica pela analogia da treliça,
onde parte da cortante desce diretamente pela biela de compressão.

Figura 2.60 - Exemplo 2.3 - Força cortante na seção II

MIII,K
VIII,K,Reduzido = VIII,k − ∗ tgα = cortante reudzida
dIII
159,72 20
VIII,K,Red = 246,67 − ∗ = 181,61 KN/m
0,3386 145

Vsd = 1,4*181,61 = 254,25 KN/m > VRd1 = 169,00 KN/m

Diante dos valores calculados, existem 03 alternativas:

1.º - Aumentar a altura


2.º - Dimensionar como sapata rígida
3.º - Calcular a armadura para levantamento da carga (armadura para cortante)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 53


d.1.3) Cálculo da nova altura, para se dispensar a armadura a cortante

Cálculo do novo valor de “dIII”, impondo VRd1 = 254,25 KN/m

Para valores de “d” acima de 0,60, K=1,0

254,25 = [276,3 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0058) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ d

dIII = 254,25/395,66 = 0,64

dIII  0,64 m  65 cm, consequentemente, dII =70; h = 75 cm (tem-se uma melhora em todas as
condições), porém, aumento de peso da sapata, o que exige uma nova verificação da tensão no
solo.

Portanto,

Adota-se, normalmente, para h0 valores maiores que h/3, (h-h1) e 20 cm

h1 = 145/3 = 48,33  50 cm (utilizando a inclinação de 1:3, para não se colocar forma)

Logo, para o exercício em questão h0 será o maior entre: 75/3 = 25 cm; h-h1 = 75 -145/3  30;
ou 20 cm

Figura 2.61 – Exemplo 2.3 - Dimensões para cálculo do peso próprio

tg = h/[(B-b)/2,0] = 75*2/(315-20) = 0,508 ( = 26,950 < 33,70 – Flexível)

(315 − 20)
h= = 98  100 cm
3

- Verificação do peso próprio da sapata

Vsap. = (0,25*3,15) + 2*(0,5*1,45)/2 + (0,2+0,05)*0,50 = 1,64 m3/m

Gsap. = 1,64 m3/m*25 KN/m3 = 40,94 KN/m

Gsolo = (B*1,0*h - Vsap.)*solo = (3,15*1,0*0,75-1,64)*18 = 13,0 KN /m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 54


Gsap. + Gsolo = 40,94 + 13 = 53,94 KN/m > 5%*P = 0,05*600 = 30 KN/m

Necessário recalcular alguns parâmetros

- Cálculo de um novo B

(pd + pp) 600 + 53,94 653,94


B = = = = 3,25 m (3,2% de acréscimo)
R d,solo R d,solo 200

Observa-se que, com o aumento da dimensão será necessário recalcular momentos e


cortantes e, recalcular as armaduras, todavia, como o acréscimo foi pequeno, próximo de
3,2%, e houve um acréscimo considerável de altura, as armaduras serão inferiores às
calculadas anteriormente:

- Verificações:

- à flexão:

p (B − b)2 600 (3,25 − 0,2)2


MII,k = ∗ = ∗ = 214,67 KN. m/m
B 8 3,25 8
b ∗ d2II 100 ∗ 702
Kc = = = 16 → Tabela → Ks = 0,0238
MII,d 1,4 ∗ 21467
(ver tabela de Kc e Ks no anexo)

MII,d 1,4 ∗ 21467 cm2


As,II = K s ∗ = 0,0238 ∗ = 10,22
dII 70 m
As, min = 0,15% ∗ bw ∗ h = 0,15 ∗ 70 = 10,5 cm2 /m
Escolhendo  12,5 mm (ver tabela 2.1)
100 ∗ As1 100 ∗ 1,227
e= = = 12,0 ~  12,5 c/11
As 10,22
Escolhendo  16 mm
100 ∗ As1 100 ∗ 2,01
e= = = 19,7 ~  16 c/19
As 10,22
Obs: espaçamento máximo 20 cm ou 2h (o menor)

Armadura de distribuição (1/5*As = 2,1 cm2/m - 8)


100 ∗ As1 100 ∗ 0,5027
e= = = 24 ~  8 c/24
As 2,1
Obs: espaçamento máximo 33 cm

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 55


- à cortante (seção III)

p (B − b − dII ) 600 (3,25 − 0,2 − 0,7)


VIII,k = ∗ = ∗ = 216,92 KN/m
B 2 3,25 2
p (B − b − dII )2 600 (3,25 − 0,2 − 0,70)2
MIII,k = ∗ = ∗ = 127,44 KN. m/m
B 8 3,25 8
MIII,K
VIII,K,Reduzido = VIII,k − ∗ tgα = cortante reudzida
dIII
127,44 50
VK,II,Red = 216,92 − ∗ = 151,56 KN/m
0,65 150
Vsd = 1,4*151,56 = 212,18 KN/m
A resistência de projeto ao cisalhamento vale:
VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ]bw d
Onde:
2/3
fck 2/3
τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ = 0,0375 ∗ fck = 0,2763 MPa (fck = 20 MPa)
1,4

As1 10,5
ρ1 = < 0,02  ρ1 = = 0,0016 < 0,02
(bw ∗ dIII ) (100 ∗ 65)
Nsd
σcp = = o
Ac
cp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão
positiva)
Valores de K
Como 100% das armaduras chegam até o apoio:
K = 1,6 - dIII , não menor que 1,0, com “d” em metros.
K = (1,6 − 0,65) = 0,95 < 1,0
VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ] ∗ bw d
VRd1 = [276,3 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0016) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,65 =
KN KN
VRd1 = 227,01 > Vsd = 212,18 OK (não armar)
m m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 56


a) Detalhamento

Figura 2.62 – Exemplo 2.3 - Detalhamento

b) Mantendo-se a altura anterior de dII = 36 e cálculo da armadura de levantamento (3.ª


hipótese) a verificação é a seguinte:

(36 − 16) (dIII − 16)


=
145 (145 − 15,5)

dIII = 33,86 cm

Figura 2.63 - Exemplo 2.3 - altura dIII

- Cálculo da armadura do esforço cortante (seção III):

Seção III-III (dII = 36 cm, dIII = 33,86 cm )


p (B − b − dII )2 600 (3,15 − 0,2 − 0,36)2
MIII,k = ∗ = ∗ = 159,72 KN. m/m
B 8 3,15 8
p (B − b − dII ) 600 ∗ (3,15 − 0,2 − 0,36)
VIII,k = ∗ = = 246,67 KN/m
B 2 3,15 ∗ 2
A cortante ainda pode ser reduzida em função da inclinação da face superior da sapata.
MIII,K
VIII,K,Reduzido = VIII,k − ∗ tgα = cortante reudzida
dIII
159,72 20
VK,III,Red = 246,67 − ∗ = 181,61 KN/m
0,3386 145
Vsd = 1,4*181,61 = 254,25 KN/m > VRd1 = 176,62 KN

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 57


Vsd ≤ VRd3 = Vc + Vsw
Sendo:
VSd é a força cortante solicitante de cálculo, na seção;
VRd3 = Vc + Vsw, é a força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal.
Onde:
Vc é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao de treliça
e Vsw a parcela resistida pela armadura transversal.
Vsd ≤ VRd3 = Vc + Vsw
Vc = 0,6 ∗ fctd ∗ bw ∗ d
2/3
f 0,7 ∗ fct,m 0,7 ∗ 0,3 ∗ fck
fctd = ctk,inf⁄γc = =
γc 1,4
3 3
fctd = 0,15 ∗ √fck 2 = 0,15 ∗ √202 = 1,10 MPa

Vc = 0,6 ∗ 1,1 ∗ 103 ∗ 1,0 ∗ 0,33 = 217,8 KN


Modelo de cálculo I Modelo de cálculo II

ρsw
ρsw 254,25⁄ 3
254,25⁄ 1 ∗ 0,3386) − 0,6 ∗ 1,1 ∗ 10
3 =( )
(1 ∗ 0,3386) − 0,6 ∗ 1,1 ∗ 10 0,9 ∗ 435 ∗ 103 ∗ 1,732
=( )
0,9 ∗ 435 ∗ 103 ∗ 1
ρsw = 1,34 ∗ 10−4 → 0,0134%
ρsw = 2,32 ∗ 10−4 → 0,023%

Observa-se que, ao se utilizar a inclinação das bielas em torno de 300, as armaduras reduzem
quase que pela metade. Utiliza-se, portanto, o modelo de cálculo II, quando as peças têm
pequenas alturas, casos típicos de lajes.
2
3 3
0,06 ∗ fck 0,06 ∗ √202
ρw,min = =
fywk 500
ρw,min = 0,00088→ 0,088% > ρsw
Logo:
Asw
≥ ρw,min ∗ bw = 0,088% ∗ bw = 0,088 ∗ 100
s
Asw 2
≥ 8,8 cm ⁄m
s
Para 4R (4 ramos ao longo de 1 m)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 58


Asw 8,8 = 2,2cm2
≥ ⁄m →  6,3 c⁄ 4R
s 4 14

Figura 2.64 - Exemplo 2.3 - Detalhe da armadura transversal

iii) Sapatas retangulares para pilares com seções não


retangulares
Nesses casos deve-se ter a preocupação, ao utilizar sapatas isoladas, de se manter o centro de
massa da sapata (ou centro de gravidade da sapata), coincidindo como centro de aplicação de
carga do pilar, que também, nesses casos, é o centro de gravidade do pilar. As seções
transversais dos pilares, não retangulares, podem ser, por exemplo: seções em “L”, “U” “T” ou
quaisquer.

Figura 2.65 - Pilares com seções L, U, quaisquer

Recomenda-se criar uma plataforma, de base b1 x b2, para apoio do pilar, cujo centro de
gravidade também coincide com o CG do pilar e da sapata. Além disso, para que se tenham
áreas de armaduras, iguais, nas duas direções, é conveniente, dentro do possível, fazer também:

(B1 − b1 ) = (B2 − b2 )

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 59


iv) Sapata submetida à aplicação de Momento (carga excêntrica)

a) Flexão composta (N, M)


Quando a sapata está solicitada por um momento e uma força normal, tem-se o caso de uma
sapata solicitada à flexão composta.

Figura 2.66 - Distribuição de tensões no solo

É importante observar que o formulário da Resistência dos Materiais só pode ser aplicado
quando 1 e 2 são tensões de compressão. Caso uma delas seja de tração, não se pode utilizar
a expressão de tensões da Resistência dos Materiais, uma vez que o solo não absorve tração.
Nesse caso deve-se analisar o problema como material não resistente à tração, ou deslocar a
sapata para o Centro de aplicação da carga evitando o aparecimento de variação de tensão.

Nem sempre é possível fazer coincidir o CG da sapata com o ponto de aplicação da carga,
portanto, é necessário o cálculo da sapata submetida à flexão composta.

a.1) Sapata Isolada submetida à aplicação de momento

- Cálculo das tensões no solo

No caso da excentricidade dentro do núcleo central de inércia, as tensões podem ser calculadas
pelas equações da resistência dos materiais, logo:

Nk + G(sap.+solo) M Nk + G(sap.+solo) M∗6


σatu.,solo =  =  2.19
A W B1 ∗ B2 B2 ∗ B12

W1 B1
K1 = = ( para sapatas retangulares) 2.20
A 6

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 60


Características Geométricas
A = área de contato da sapata com o solo
(B1*B2);
N = carga normal atuante (P = G+Q)
Gsap. = peso próprio da sapata
Gsolo = peso do solo (terra) sobre a sapata;
M = N*e
e = excentricidade decorrente da carga normal
(Nk) aplicada, em relação ao CG da área de
contato da sapata com o solo.
Momento de Inércia:
b∗h3 B2 ∗B31
I= =
12 12

W1 = módulo de resistência da área de contato


da sapata com o solo
I B2 ∗B31 𝐵2 ∙𝐵12
W1 = = B =
Figura 2.67 - - Núcleo central de inércia y/2 12∗ 1⁄2 6

Além da condição de estabilidade, deve-se verificar que a tensão máxima de borda não supere:

a) Quando a solicitação for obtida através de combinações de ações nas quais o vento é a ação
variável principal (item 6.3.2 da NBR 6122 (ABNT, 2019) a máxima tensão atuante na
borda das sapatas ou tubulões não supere 15%:

σatu. = σmax.,borda ≤ 1,15 σadm. 2.21


e
σúlt.
σadm. = ⁄F ; FSG ≤ 1,6 2.22
SG

em que:

 atu. é a máxima tensão atuante na borda, calculada pela eq. 2.19;


 ult. é a tensão última do solo;
 adm. é a tensão admissível do solo;
 FSG é o fator de segurança global.

No caso de galpões industriais, torres de linhas de transmissão, reservatórios elevados, silos


graneleiros, torres eólicas, torres de telecomunicações e tanques de produtos químicos, a
máxima tesão na borda das sapatas ou tubulão não supere 30%:

σatu. = σmax.,borda ≤ 1,30 σadm. 2.23

Além da verificação da tensão máxima na borda, a tensão constante decorrente da carga


permanente deve obedecer:

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 61


G
σmax. = ≤ σadm. 2.24
Asapata

b) Quando a solicitação for obtida através de combinações de ações nas quais o vento é a ação
variável principal, os valores de tensão resistente de cálculo (item 6.3.3 da NBR 6122
(ABNT, 2019) das sapatas ou tubulões não supere 10%:

1,1 ∙ R k⁄ 2.25
Rd = γm , S d = S k ∗ γf 𝑒 e Sd ≤ R d

Em que:

Rd é a tensão resistente de cálculo para sapatas e tubulões ou força resistente de cálculo para as
estacas;
Rk é a tensão última característica do solo;
Sd representa as solicitações cálculo;

Em qualquer situação apresentada recomenda-se a verificação do elemento estrutural.

a.2) Sapata Corrida submetida à aplicação de momento

NK +G(sap.+solo) 6∗M
σ= 
B B2

b∗h3 1∗B3
I= =
12 12

I B3 B2
W= = =
y/2 12∗B/2 6

Figura 2.68 - - Sapata corrida submetida a aplicação de momento

- Cálculo considerando o solo como material não resistente à tração

No instante em que se encontra tensão de tração e, como o solo não resiste à tração, para que
haja equilíbrio é necessário que a resultante “R” do solo comprimido esteja no mesmo
alinhamento de “N” ou seja, de igual valor.

R=N

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 62


Fazendo momento em relação ao ponto “O”:

X B
R ∗ 3 = N ∗ ( 2 − e)

X = 3*(B/2 – e)

Figura 2.69 - Tensão somente na região comprimida

- Tensão de borda
2∗R
σb ∗ X⁄2 = R  σb =
X
2 N
σb = ∗
3 (B⁄ − e)
2

- Condição de Estabilidade – Verificação ao Tombamento

De uma maneira geral o coeficiente de segurança ao tombamento (f,t) deve ser ≥ 1,5, isto é, o
ponto de tensão nula não pode ultrapassar o centro da sapata.

Como se verá essa condição equivale ao


coeficiente de segurança ao tombamento,
de 1,5.

Mres.  γf,t ∗ Mtomb.

Figura 2.70 - Condição de equilíbrio

Fazendo momento em relação ao ponto “O” tem-se:

M resistente = N*B/2

M tombamento = M = N*e = N*(2*B/6) = N*B/3

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 63


Onde:

N = Patuante + G(sap.+solo)

Considerar, preferencialmente, no lugar de Patu., somente Gatu., visto que:

Patu. = Gatu. + Qatu.

- Coeficiente de Segurança
Mresitente
γf,t = =
Mtomb.

N∗B 1
γf,t = ∗ = 1,5
2 N ∗ B⁄3

Figura 2.71 - Segurança ao tombamento

Conhecido as ações permanentes, variáveis e os momentos que atuam na sapata:


G = ações permanentes (cargas permanentes)
Q = ações variáveis (cargas acidentais)
Mq = Momento devido à carga variável (acidental)
adm.solo
adm.de borda = 1,3 adm.solo

Providenciar o equilíbrio

R - Resultante do solo para que


haja equilíbrio

Figura 2.72 - Sistema de equilíbrio de cargas

1. Transformar o carregamento obtido pela carga e momento fletor (N, M) em carregamento


dado pela resultante “R”

R = N(g+q)

e = M/N posição da resultante

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 64


2. Calcular a dimensão mínima da sapata (para a condição de estabilidade)

Fazendo: B = Bmin.

e = (2/6)*Bmin. 2.26

Bmin. = 3*e 2.27

Figura 2.73 - Sapata comprime parcialmente o solo

Alem da condição de estabilidade deve-se verificar se a tensão máxima e a tensão constante


não superam 1,3 adm.,solo e adm, respectivamente.

σmáx. ≤ 1,3 ∗ σadm. 2.28

G
σmax. = ≤ σadm.
Asapata

(obtido das análises das sondagens do solo)

3. Cálculo da dimensão mínima da sapata caso ela esteja toda comprimida

Fazendo B=Bmin.

2⁄ ∗ B 1
3 min. − ⁄2 ∗ Bmin. = e

B = 6*e

Figura 2.74 - Sapata comprime totalmente o solo

Esse valor de “B” define a largura mínima para que se possam determinar as tensões no solo
pela fórmula da Resistência dos Materiais;
N M
σsolo = A
W

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 65


- No caso da existência de força horizontal

Figura 2.75 - Sapata solicitada a momento e Força horizontal

Mtomb. = M + H ∗ h; sendo H = Fh

- Condição de equilíbrio:
B
(M + H ∗ h) ∙ γf,t ≤ N ∙
2

- Condição de Estabilidade – Verificação ao Escorregamento

Figura 2.76 - Escorregamento

Segundo Vesic, apud Velloso e Lopes (2010)

H ≤ N ∗ tgφ + A′ ∗ Ca

A’ = B1’*B2’ (área efetivamente em contato com o solo)

Utilizando-se desse conceito pode-se escrever:


Força horizontal atuante = Fh,atu. = H
Força horizontal resistente = μ ∗ (N + A′ ∗ Ca )
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 66
- Condição de equilíbrio

γf,e ∗ H ≤ μ ∗ (N + A′ ∗ Ca )
μ = tgφ1 ∗ d
1 = ângulo de atrito entre a terra e o elemento de concreto ou alvenaria, também conhecido
como ângulo de rugosidade do paramento estrutural.
Tabela 2.11 - Ângulo de atrito entre o solo e a sapata
1 = 0 → Paramento liso
1 – ângulo de atrito entre a terra e a
1 = 0,5 → Paramento parcialmente rugoso
sapata
1 =  → Paramento rugoso

Tabela 2.12 - Ângulo de atrito interno do solo


Massa específica
Coeficiente de atrito
Tipo de Solo do solo
s (KN/m3) interno do solo - 
Terra de jardim, naturalmente úmido 17 250
Areia e saibro c/ umidade natural 18 300
Areia e saibro natural 20 270
Cascalho e pedra britada 18 a 19 400 a 300
Barro e argila 21 170 a 300

Ca é aderência entre o solo e a fundação, adotado:


− Igual a zero, no caso de solos arenosos
− Igual ao coeficiente de forma para carga permanente S, para solos argilosos saturados

Sendo S  igual a

− 1,0 para sapata corrida


− (1-0,3*B2’/B1’), para sapata retangular, onde B1’ é o maior lado < 0,9
− 0,6 para sapata quadrada ou circular

d é fator de profundidade devido a carga permanente, com valor igual a 1,0

Diante dos parâmetros apresentados acima tem sido comum adotar, para o valor de
 (coeficiente de atrito - alvenaria ou concreto / solo), os seguintes valores:

− Solo seco ....  = 0,55 a 0,5


− Solo Saturado .......  = 0,3

Quando a carga vertical é pequena deve-se observar se nas proximidades do pilar existe alguma
outra estrutura que, com sua carga vertical, auxilie na resistência. A figura abaixo ilustra este
caso:

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 67


Figura 2.77 - Ilustração da ação do esforço horizontal

Neste exemplo, o esforço horizontal (H) devido ao empuxo de terra é grande e o pilar P1 tem
pouca carga vertical. Dessa forma o esforço vertical de P1 é insuficiente para absorver H. Como
o pilar P2 tem muita carga vertical optou-se por travar P1 em P2 conseguindo-se a carga vertical
necessária para estabilização.

4. Cálculo da Armadura

Caso a excentricidade fique dentro do núcleo central de inércia (toda seção comprimida), pode-
se, de forma simplificada, calcular como sapata submetida à carga centrada, fazendo:

Nsk = σatu. x Asap

O cálculo da armadura pode ser feito como se


a sapata fosse rígida ou flexível.

No caso da excentricidade estiver fora do núcleo central de inércia, com a sapata levantado um
pequeno trecho (menor do que B/2), o cálculo da armadura se faz pelo método das bielas ou de
flexão. O cálculo considerando o diagrama trapezoidal real não apresenta, entretanto,
dificuldades.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 68


Figura 2.78 - Diagrama trapezoidal para cálculo dos momentos na sapata - simplificações

O cálculo considerando um diagrama retangular com ordenada igual a máx.solo pode, conforme
o caso, ser bastante antieconômico.

B B
MI = σmax ∗ ∗
2 4

Recomenda-se, portanto, utilizar o diagrama trapezoidal.

Assim o momento na seção I-I será:

B B B 1 2∗B B2 2 ∗ ∆σ
MI = σI−I ∗ ∗ + ∆σ ∗ ∗ ∗ = ∗ (σI−I + )
2 4 2 2 3 8 3

No caso de sapata corrida, MI é momento por metro.

Sendo sapata isolada, multiplica-se o MI pela outra


dimensão da sapata, obtendo-se o momento total.

B2 ∗ B12 2 ∗ ∆σ
MI = ∗ (σI−I + )
8 3

Figura 2.79 - Sapata isolada solicitada por momento

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 69


5. Detalhamento

A Figura 2.80, ao lado indica o


esquema de treliça que se forma
evidenciando a necessidade da
emenda da armação do pilar com a
armadura da sapata de maneira a
possibilitar a configuração do nó “A”.

Figura 2.80 - Detalhe da armadura para absorver tração

Observa-se na Figura 2.81, ao lado a


colocação de armadura negativa, que,
eventualmente, pode ser necessária
para absorver os momentos fletores
desenvolvidos na parte superior e no
lado da sapata que se destaca do solo.

Figura 2.81 - Detalhe das armaduras positivas e negativas

Esses momentos são devidos ao peso próprio da sapata mais a terra e, eventualmente
sobrecargas.

Nesse caso é necessário fazer a emenda da armadura tracionada (quando houver) do pilar com
a armadura de flexão da sapata.

Caso o pilar esteja submetido somente à compressão, basta ancorar as barras comprimidas na
sapata conforme se indica na figura 1.74

Figura 2.82 - Ancoragem comprimida

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 70


A armadura colocada na face superior da sapata (ver Figura 2.83) é necessária naqueles casos
em que a sapata pode se destacar do solo. A armadura deverá ser dimensionada para absorver
o peso da sapata e do aterro que estiver sobre ela. De uma maneira geral os momentos fletores
que atuam nas fundações são acidentais e caso atuem nos dois sentidos, o detalhamento da
sapata é o seguinte:

Figura 2.83 – Detalhamento completo da sapata

Sendo sapata isolada o detalhamento se repete nas duas direções

Exemplo 2.4 - Dimensionamento de sapata isolada, com momento


aplicado
Dimensionar a sapata isoladas que serve de apoio para a estrutura de um galpão industrial,
indicadas nas plantas e cortes

adm = 150 KN/m2


Rd,solo = 210 KN/m2
borda = 1,3*adm = 195 KN/m2
Rd,borda = 1,3*Rd,solo = 275 KN/m2

Figura 2.84 – Exemplo 2.5 - Esforços na sapata

b.1) Área da Sapata:


Para o cálculo da área da sapata a carga vertical será majorada em 30% a 40% para se levar em
conta o peso próprio (10%), peso da terra acima da sapata e o restante para considerar o efeito
do aumento de tensão devido ao momento fletor aplicado. Uma estimativa é fazer (M*100/N)%.
No caso: (325*100/750=43%). Serão adotados 40%.

750 + 0,40 ∗ 750


A= = 7,0 m2
150
7,0
B= = 3,5 m
2,0

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 71


b.2) Verificação da Tensão de borda

- Excentricidade devido ao carregamento

325
e= = 0,43 m
750

- Núcleo central de inércia da sapata

B 3,5
y= = = 0,58 m > 0,43
6 6

toda a sapata está comprimida, logo:

N M 750 ∗ 1,10 325


σ= − ± = − ± = −117,86 ± 79,59 =
A W 2,0 ∗ 3,5 2,0 ∗ 3,52
6
KN
σ = −197,45 2 > 𝜎borda = − 195 KN⁄m2
m

A sapata necessita ser aumentada. Impor a tensão máxima de compressão igual a tensão de
borda, ou seja, igual a 195 KN/m2.

750 ∗ 1,10 325 ∗ 6


σborda = −195 = − − =
2∗B 2 ∗ B2
−195 ∗ B2 = −412,5 ∗ B − 975
195B2 − 412,5 ∗ B − 975 = 0 → B2 − 2,12B − 5 = 0
2,12 ± √2,122 − 4 ∗ 1 ∗ (−5) 2,12 ± 4,95
B= = = 3,54  3,55 m
2 2
b.2) Calculando a altura da sapata como rígida,
B−b 3,55 − 0,70
h > = = 0,95 m
3 3
Será adotado, para se trabalhar como sapata à flexão, h = 0,90 m e altura útil de 0,85 m
b.3) Cálculo do peso próprio, mais solo acima da sapata
- Dimensões da sapata
(3,55 − 0,7)
[ − 0,025]
2
h1 = = 0,467 (arredondando para baixo)
3
h1 = 45 m
h 90
= 3 = 30cm
3
h0 > {20 cm → h0 = 45 cm
h − h1 = 90 − 45 = 45 cm

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 72


(3,55 + 0,75)
Vsap. = (3,55 ∗ 0,45 + ∗ 0,45) ∗ 2,0 = 5,13 m3
2
Vsolo = 3,55 ∗ 2 ∗ 0,90 − 5,13 = 1,26 m3
G = Gsap. + Gsolo = Vsap.∙ ρconc. + Vsolo ∙ ρsolo = 5,13 𝑥 25 + 1,26 ∗ 18 = 150,93
G(Sap.+solo) = 150,93 KN > 0,1*750 = 75 KN

b.4) Verificação de tensões com B = 3,55 m


750 + 150,93 325 ∗ 6
σ= − − = −126,89 − 77,37 = −204,26 KN⁄m2
2 ∗ 3,55 2 ∗ 3,552
σ = 204,26 > 195 KN⁄m2

- Aumentando a base da sapata para 2,0 X 3,70 m, mantendo h=90 cm


(3,70 + 0,75)
Vsap. = (3,70 x 0,45 + 0,45) 2,0 = 5,33 m3
2
Vsolo = 3,7 x 2 x 0,90 − 5,33 = 1,33 m3
G = 5,33 x 25 + 1,33 x 18 = 157,19 KN
750 + 157,19 325 ∗ 6
σ= − − = −122,59 − 71,22 = −193,81 KN⁄m2
2 ∗ 3,70 2 ∗ 3,702
σ = 193,81 < 195 KN⁄m2

b.5) Verificação da estabilidade e segurança ao tombamento da sapata:

Mtomb. = M + H ∗ h; sendo H = Fh

Mtomb. = 325 KN. m

(situação mais desfavorável, visto que H provoca momento contrário). No caso de H


provocar momento no mesmo sentido de M, fazer a consideração do acréscimo do
momento.
B 3,70
MRes. = (N + G(sap.+solo) ) ∙ 2 = (750 + 157,19) ∗ = 1.678,30 KN. m
2

- Condição de equilíbrio:

Mtomb. ∙ γf,t ≤ MRes. ∴ 325 ∗ 1,5 < 1.678,30 OK.

b.6) Verificação da estabilidade e segurança ao deslizamento da sapata:


Força horizontal resistente = HRes. = μ ∗ (N + G(sap.+solo) + A′ ∗ Ca )

Força horizontal atuante = H = 175 KN

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 73


A’ = B*2,0 = 3,7*2 = 7,4 m2 (toda sapata em contato com o solo)

Ca é aderência entre o solo e a fundação, adotado (a favor da segurança):


− Igual a zero, no caso de solos arenosos
 (coeficiente de atrito - alvenaria ou concreto / solo): será considerado o seguinte valor:
− Solo seco ....  = 0,55

- Condição de equilíbrio

γf,e ∗ H ≤ μ ∗ (N + G(sap.+solo) ) ∴
1,5 ∗ 175 < (750 + 157,19) ∙ 0,55  262,5 < 498,95 OK.

b.7) Esforços solicitantes na sapata


Para o cálculo dos esforços solicitantes não serão considerados as cargas devido ao peso próprio
da sapata, nem tampouco do solo acima dela, visto que essas cargas não provocam momento,
pois, caminham direto para o solo, conforme visto anteriormente. Logo:

750 325 ∗ 6
σ= − − = −101,35 − 71,22 = −172,57 KN⁄m2
2 ∗ 3,70 2 ∗ 3,702
750 325 ∗ 6
σ= − + = −101,35 + 71,22 = −30,13 KN⁄m2
2 ∗ 3,70 2 ∗ 3,702

Figura 2.85 – Exemplo 2.5 – Tensões na sapata

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 74


- Seção I-I
3,70 3,70 3,70 1 3,7 2
MIesq. = 2 ∗ 101,35 ∗ ∗ + 2 ∗ 71,22 ∗ ∗ ∗ ∗ = 509,37 KN. m
2 4 2 2 2 3
3,70 2 1 3,70 2 1 1
MIdir. = 2 ∗ 30,13 ∗ ( ) ∗ + 2 ∗ (101,35 − 30,13) ∗ ( ) ∗ ∗
2 2 2 2 3
= 184,37 KN. m

- Verificação do equilíbrio do nó

Figura 2.86 - Equilíbrio do Nó

- Seção II-II

Figura 2.87 - Seção II

1,5 1,5 2 ∗ 1,5


MIIesq. = 2,0 ∗ (114,82 ∗ 1,5) ∗ + 2,0 ∗ (57,75 ∗ )∗ = 344,97 KN. m
2 2 3
1,5
VIIesq. = 2,0 ∗ (114,82 ∗ 1,5) + 2,0 ∗ (57,75 ∗ ) = 431,08 KN
2
1,5 1,5 1 ∗ 1,5
MIIdir. = 2,0 ∗ (30,13 ∗ 1,5) ∗ + 2,0 ∗ (57,75 ∗ )∗ = 111,10 KN. m
2 2 3
1,5
VIIdir. = 2,0 ∗ (30,13 ∗ 1,5) + 2,0 ∗ (57,75 ∗ ) = 177,02 KN
2

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 75


b.8) Cálculo da armadura de flexão (M em KN.cm e dimensões em cm)

- Na seção I-I

200 ∗ (85 + 70/6)2


Kc = = 26,21
50937 ∗ 1,4

(ver tabela completa de Kc e Ks no anexo)

50937 ∗ 1,4
As,I = 0,0234 ∗ = 17,26 cm2
70
(85 + 6 )
As,I 17,26 2
= = 8,65 cm ⁄m
m 2,0

Tabela 2.13 - Área de aço


Área
Barras Massa
da
( - Nominal
seção
mm) (Kg/m)(*)
(mm2)
8,0 0,395 50,3
10,0 0,617 78,5
12,5 0,963 122,7
16,0 1,578 201,1

As,min = 0,67 ∙ ρmin ∙ bw ∙ h = 0,67 ∙ 0,15% ∙ 200 ∙ 90 = 18,09 cm2

As,min 18,09 2 As,I


= = 9,05 cm ⁄m >
2,0 2,0 m
As1 ∗100 201,1
s= = = 21 → ∅16c/20
As 9,4

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 76


- Na seção II-II

200 ∗ (85)2
Kc = = 29,92 → tabela: Ks = 0,0234
34497 ∗ 1,4

34497 ∗ 1,4
As,II = 0,0234 ∗ = 13,30 cm2
85
As,II 13,30 2 As,I
= = 6,65 cm ⁄m <
m 2,0 m

- No sentido transversal

Considerar: borda = 172,57 KN/m2 constante

Altura útil d= 85 cm e largura de 75 cm (largura do pilar mais 2,5 cm de cada lado)

M = 172,57*1,02/2 = 86,27KN.m/m

Mtotal = 86,27*3,70 = 319,20 KN.m

75 ∗ 852
Kc = = 12,12 → tabela: Ks = 0,0240
31920 ∗ 1,4
31920 ∗ 1,4
As,B2 = 0,0240 ∗ = 12,62 cm2
85
As,B2 12,62 2
= = 3,41 cm ⁄m
m 3,70
As,min = 0,67 ∙ ρmin ∙ bw ∙ h = 0,67 ∙ 0,15% ∙ 75 ∙ 85 = 6,41 cm2

As,min 6,41 2 As,B2


= = 1,73 cm ⁄m <
3,7 3,7 m
As1 ∗ 100 78,5
s= = = 23 → ∅10c/20
As,B2 3,41

b.9) Verificação à cortante

- seção II-II: VK = VII,esq. = 431,08 KN

- Verificação das tensões nas bielas de compressão (Punção):


μ = 2 ∗ (b1 + b2 ) = 2 ∗ (0,7 + 0,5) = 2,4 m = 240 cm
FSd γf ∗ N 1,4 ∗ 750
τSd = = = = 0,0514 kN/cm2 = 0,514 MPa
μ ∙ dII μ ∙ dII 240 ∗ 85
fck 20
αv = 1 − = 1− = 0,92
250 250
fck 20
fcd = = = 14,29 MPa
γc 1,4

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 77


ΤRd2 = 0,27 ∙ αv ∙ fcd = 0,27 ∙ 0,92 ∙ 14,29 = 3,55 Mpa > τsd -- OK

- Verificação das tensões nas bielas de compressão (Cortante):

Vsd ≤ VRd2

Vsd = 431,08 ∗ 1,4 = 603,51 KN


20 ∗ 103
VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw ∗ d = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 2,0 ∗ 0,85 = 6.032,57 KN
1,4

Portanto, não se tem possibilidade de ruptura à compressão nas bielas, devido à cortante.

- Verificação para se dispensar a armadura do esforço cortante (seção III):


dII − h0 dIII − h0
= ∴ dIII = 0,737 m = 73,7 cm
(B − b)/2 B − b dII
2 − 2

Figura 2.88 - Exemplo 2.5 - Esforços Solicitantes na Seção III


(1,5−0,425)
VIII,esq = 2,0 ∗ 131,18 ∗ (1,5 − 0,425) + 2,0 ∗ 41,39 ∗ = 326,53 kN
2

VSd = γf ∙ VIII = 1,4 ∗ 326,53 = 457,14 kN


Para se dispensar o uso de armadura de levantamento de carga devido à cortante

Vsd ≤ VRd1
VRd1 = (τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40 ∗ ρ1 ) + 0,15 ∗ σcp ) ∗ B2 ∗ dIII

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 78


Onde:
2
3 2
fck 3
KN
τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ = 0,0375 ∗ fck = 0,2763 MPa = 0,02763 2
1,4 cm
(fck = 20 MPa)
As1 17,41
ρ1 = < 0,02  ρ1 = = 0,0012 < 0,02
(bw ∗ dIII ) (200 ∗ 73,7)
Nsd
σcp = = o
Ac
K = |1,6 − dIII | = |1,6 − 0,737| = 0,863 < 1; adotar 1,0
VRd1 = (0,02763 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,0012) + 0,15 ∗ 0) ∗ 200 ∗ 73,7 = 508,27 kN
VSIII,d < VRd1 ⇒ 457,14 kN < 508,27 kN → OK.
c) Detalhamento

Figura 2.89 - Detalhamento das armaduras

Como a excentricidade está dentro do núcleo central de inércia a sapata pode ser dimensionada,
de forma mais simplista, com sapata isolada e rígida, utilizando-se do seguinte recurso:

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 79


Cálculo da carga vertical atuante

Nsk = σmax.solo ∗ Asapata = 172,57 ∗ 3,7 ∗ 2,0 = 1.277,02 KN

Cálculo da armadura

Como sapata rígida Como sapata flexível

Nsd ∗ (B2 − b2 )
R sd1 = 50937 ∗ 1,4
8∗d As,I = 0,0234 ∗ = 17,26 cm2
1,4 ∗ 1.277,02 ∗ (3,70 − 0,7) 70
= (85 + 6 )
8 ∗ 0,85
R sd1 = 788,75 KN As,I 17,26 2
R sd1 788,75 = = 8,65 cm ⁄m
As1 = = m 2,0
fyd 50
( )
1,15
As1 = 18,14 cm2

As1 18,14 2
= = 8,57 cm ⁄m
m 2,0

As,min = 0,67 ∙ ρmin ∙ bw ∙ h = 0,67 ∙ 0,15% ∙ 200 ∙ 90 = 18,09 cm2

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 80


v) Sapatas retangulares submetidas à flexão composta oblíqua
Para se dimensionar uma sapata submetida á flexão composta oblíqua, necessário conhecer as
tensões máximas em suas bordas

Figura 2.90 - Tensões máximas nas bordas

a) Verificação da tensão máxima

Cálculo de tensão máxima no solo para o caso de flexão oblíqua, inclusive para material não
resistente à tração, utilizando-se de tabelas apresentas no Anuário do Concreto - Beton Kalender
(74)

São fornecidos valores de  tais que


máx. = N/A
Onde A = a*b (área da sapata) e N = carga
vertical

Mx e My são, respectivamente, os
momentos nas direções de x e y.

Figura 2.91 - Sapata submetida à flexão composta oblíqua

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 81


Valores de entrada na tabela:
eX ey
= 0 a 0,34; = 0 a 0,34
B1 B2

Sendo:
ex e ey as excentricidades da carga em
relação ao CG da sapata.

Figura 2.92 - Indicação da carga excêntrica na sapata

Valores de  tabelados

Figura 2.93 - Indica as excentricidades na tabela

Zona 1 – toda seção está comprimida


Zona 3 – A Linha Neutra (LN) atinge no máximo o centro da sapata (condição de estabilidade).
Isto é, no mínimo a metade da área da sapata colabora na resistência (está comprimida).

Tabela 2.14 - Valores de m, para cálculo da tensão máxima


0,34 4,17 4,42 4,69 4,98 5,28 5,62 5,97
0,32 3,70 3,93 4,17 4,43 4,70 4,99 5,31 5,66 6,04 6,46
0,30
0,28
0,26
0,24
3,33
3,03
2,78
2,56
3,54
3,22
2,95
2,72
3,75
3,41
3,13
2,88
3,98
3,62
3,32
3,06
4,23
3,84
3,52
3,25
4,49
4,08
3,74
3,46
4,78
4,35
3,98
3,68
5,09
4,63
4,24
3,92
5,43
4,94
4,53
4,18
5,81
5,28
4,84
4,47
6,23
5,66
5,19
4,79
6,69
6,08
5,57
5,15
6,56
6,01
5,55
6,51
6,01 6,56
2
0,22 2,38 2,53 2,68 2,84 3,02 3,20 3,41 3,64 3,88 4,15 4,44 4,77 5,15 5,57 6,08 6,69
0,20 2,22 2,36 2,50 2,66 2,82 2,99 3,18 3,39 3,62 3,86 4,14 4,44 4,79 5,19 5,66 6,23
Valores ey/ B2

0,18 2,08 2,21 2,34 2,49 2,64 2,80 2,98 3,17 3,38 3,61 3,86 4,15 4,47 4,84 5,28 5,81 6,46
0,16 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,80 2,97 3,17 3,38 3,62 3,88 4,18 4,53 4,94 5,43 6,04
0,14 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,79 2,97 3,17 3,39 3,64 3,92 4,24 4,63 5,09 5,66
0,12 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,80 2,98 3,18 3,41 3,68 3,98 4,35 4,78 5,31 5,97
0,10 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,20 2,34 2,48 2,63 2,80 2,99 3,20 3,46 3,74 4,08 4,49 4,99 5,62
0,08 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,64 2,82 3,02 3,25 3,52 3,84 4,23 4,70 5,28
0,06 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,49 2,66 2,84 3,06 3,32 3,62 3,98 4,43 4,98
0,04 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,35 2,50 2,68 2,88 3,13 3,41 3,75 4,17 4,69
0,02 1,12 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,36 2,53 2,72 2,95 3,22 3,54 3,93 4,42
0,00 1,00 1,12 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,22 2,38 2,56 2,78 3,03 3,33 3,70 4,17
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30 0,32 0,34
Valores de ex/B1
Fonte: adaptado da tabela do BK74 pg 263 – vol.II

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 82


Zona 2 – Zona inadmissível, uma vez que não apresenta a segurança necessária ( = 1,5) ao
tombamento. Mesmo que a tensão de borda máx seja inferior à admissível. Portanto, não se
pode trabalhar nessa zona, pois, trata-se de problema de estabilidade da sapata.

b) Verificação de tensão máxima e posição da LN

Figura 2.94 - Posições de LN em função dos carregamentos

De acordo com a posição da carga, encontrada em cada uma das zonas indicadas na Figura 2.95,
pode-se calcular a tensão máxima atuante, a posição da Lina neutra e, em seguida as tensões,
supondo variação linear, em cada posição do perímetro da sapata (Klöckner e Schmidt, 1974).

Figura 2.95 - Divisão de área de atuação da normal excêntrica


Fonte: BK 74 vol.II

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 83


Figura 2.96 - Indicação da posição da L.N - Região comprimida da sapata

Zona 1 – (núcleo central de Inércia) – Quando “N estiver aplicado nessa zona, toda seção estará
comprimida. Calculo pela equação da Resistência dos Materiais.

N Mx My
σ=  
A Wx Wy

Zona 2 – Zona inadmissível, uma vez que menos da metade da seção colabora (coeficiente de
tombamento é insuficiente). Não existe problema de resistência, mas sim de estabilidade.

Zona 3 – A zona de compressão é um quadrilátero conforme indica a Figura 2.96 “a” acima.

B2 B2 B22
s= [ + √( 2 − 12)]
12 ey ey

3 (B2 − 2ex )
tanα = ∗
2 (s + ey )

12N B2 + 2s
σmax = ∗ 2
B2 tan α B2 + 12s 2

Zona 4 – A zona de compressão é um quadrilátero do tipo indicado na Figura 2.96 “b” acima.

B1 B1 B12
t= [ + √( 2 − 12)]
12 ex ex

3 B1 − 2ey
tanβ = ∗
2 t + ex

12N B1 + 2t
σmax. = ∗ 2
B1 tan β B1 + 12t 2

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 84


Zona 5 – Nesse caso o cálculo correto é complicado, podendo-se aplicar a fórmula aproximada.
N
σmax. = B ∗ k[12 − 3,9(6k − 1)(1 − 2k)(2,3 − 2k)]
1 B2

Sendo:

ex ey
k= +
B1 B2

O erro que se comete com essa fórmula é de  0,5%.

A zona comprimida corresponde ao pentágono da Figura 2.96 “c”. As curvas que delimitam as
várias áreas podem ser adotadas com boa aproximação para parábolas do 2.º grau. Os valores
de “e” devem ser sempre colocados positivos.

c) Dimensionamento da sapata

O cálculo geralmente é feito a favor da segurança tomando-se para cada direção um diagrama
envolvente.

Figura 2.97 - Tensões na sapata retangular, sujeita à flexão composta oblíqua

Para o cálculo na direção do corte II-II, tomar-se-á o diagrama 1-2

Figura 2.98 - Corte na sapata retangular submetida à flexão composta oblíqua

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 85


Procede-se ao cálculo como se a sapata estivesse submetida à flexão composta.

d) Detalhamento

A armadura do pilar, no caso de estar tracionada, deve ser emendada com a armadura da sapata.

Figura 2.99 - Detalhamento das armaduras na sapata submetida à flexão composta oblíqua – nas
duas direções

Exemplo 2.5
Dimensionar a sapata submetida à Flexão composta obliqua
Dados:
b1 = 70 cm (Dimensão maior do pilar)
b2 = 20 cm (Dimensão menor do pilar)
N = 700 kN (Ação normal concentrada do pilar)
Mx = 300 kN.m (Ação momento do pilar na direção x)
My = 250 kN.m (Ação momento do pilar na direção y)
adm,solo = 0,15 MPa = 150 kN/m2 (Tensão normal admissível do solo)
INCL = 1:4 (Inclinação da borda superior da sapata)
Aço CA-50: fyk = 50 kN/cm2 = 500 MPa (Tensão de escoamento do aço)
Concreto C20: fck = 20 MPa = 2 kN/cm2 Resistência característica do concreto)
 = 0,55 (Coeficiente de atrito solo/concreto)
γFS = 1,5 (Fator de segurança para deslizamento e tombamento)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 86


Figura 2.100 - Dados de cargas e da sapata

Figura 2.101 - Exemplo 1.6 - Ações atuantes

a) Cálculo das dimensões da base da sapata

Para o cálculo da área da sapata a carga vertical será majorada em 30% a 40% para se levar em
conta o peso próprio (5%), peso da terra acima da sapata (5%) e o restante para considerar o
efeito do aumento de tensão devido ao momento fletor aplicado.

(N + G(sap.+solo) ) (1 + 0,30) ∗ 700


A= = = 6,07 m2
σadm,solo 150

(b1 − b2 ) (b1 − b2 )2
B1 = +√ +A
2 4

(0,7 − 0,2) (0,7 − 0,2)2


B1 = +√ + 6,07 = 2,73 m ≅ 2,75 m = 275 cm > 60 cm (OK)
2 4
A 6,07
B2 = = = 2,21 m ≅ 2,25 m = 225 cm > 60 cm (OK)
B1 2,75
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 87
b) Cálculo das dimensões da sapata isolada:

(B1 − b1 ) (2,75 − 0,7)


h= = = 0,68 m (limite para sapata flexivel)
3 3
Será adotado h = 65 cm
d = h − 5 cm = 65 − 5 = 60 cm
(B1 − b1 )⁄2 − 2,5 (275 − 70)⁄2 − 2,5
h1 = = = 25 cm
Inclinação da sapata (1: 4) 4
(B1 − b1 )⁄2 − 2,5 (275 − 70)⁄2 − 2,5
h1 = = = 33,33 ≅ 30 cm
Inclinação da sapata (1: 3) 3
Será adotado para h1 = 30 cm (valor entre 25 e 33 cm)
h0 = h − h1 = 65 − 30 = 35 cm
(B1 −b1 ) (2,75−0,7)
c1 = = = 1,025 m = 102,5 cm
2 2
(B2 −b2 ) (2,25−0,2)
c2 = = = 1,025 m = 102,5 cm
2 2

Figura 2.102 - Dimensões da sapata

c) Verificação do peso da sapata

h1
Gsapata = ρconc. ∗ (B1 ∗ B2 ∗ h0 + ∗ (B1 ∗ B2 + √B1 ∗ B2 ∗ b1 ∗ b2 + b1 ∗ b2 ))
3

0,30
Gsap. = 25 ∗ (2,75 ∗ 2,25 ∗ 0,35 + ∗ (2,75 ∗ 2,25 +
3

√2,75 ∗ 2,25 ∗ 0,75 ∗ 0,25 + 0,75 ∗ 0,25)) = 25 ∗ 2,91 = 72,77 kN

Gsolo = ρsolo ∗ (B1 ∗ B2 ∗ h − Vconc. ) = 18 ∗ (2,75 ∗ 2,25 ∗ 0,65 − 2,91) = 20,01 KN

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 88


Ptotal = N + G(sap.+solo) = 700 + 72,77 + 20,01 = 792,78 kN
Para o cálculo da área foi adotado
Padotado = (1 + 0,3) ∗ N = (1 + 0,30) ∗ 700 = 910 kN → OK

d) Verificação da tensão de borda

σadm,borda = 1,3 ∙ σadm,solo = 1,3 ∙ 150 = 195 kN/m2


Mx 300
ex = = (700+72,77+20,01) ≅ 0,378 m
N
My 250
ey = = (700+72,77+20,01) ≅ 0,315 m
N
B1 2,75
K1 = = = 0,458 m (núcleo central de inércia da sapata)
6 6
B2 2,25
K2 = = ≅ 0,375 m (núcleo central de inércia da sapata)
6 6

Figura 2.103 - Carga excêntrica

ex < K 1 ; ey < K 2

Observa-se que mesmo as excentricidades, e cada direção, sendo menores que K1 e K2,
respectivamente, a excentricidade obliqua resulta fora do núcleo central de inércia, provocando
levantamento da sapata em relação ao solo.

Diante disso será necessário calcular a tensão máxima utilizando-se da tabela 2.25. Inicialmente
se calculam:
ex 0,378
= = 0,137 ≅ 0,14
B1 2,75
ey 0,315
B2
= 2,25
= 0,14

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 89


Tabela 2.15 - Valores de ey/B2 e ex/B1
0,34 4,17 4,42 4,69 4,98 5,28 5,62 5,97
0,32 3,70 3,93 4,17 4,43 4,70 4,99 5,31 5,66 6,04 6,46
0,30
0,28
0,26
0,24
3,33
3,03
2,78
2,56
3,54
3,22
2,95
2,72
3,75
3,41
3,13
2,88
3,98
3,62
3,32
3,06
4,23
3,84
3,52
3,25
4,49
4,08
3,74
3,46
4,78
4,35
3,98
3,68
5,09
4,63
4,24
3,92
5,43
4,94
4,53
4,18
5,81
5,28
4,84
4,47
6,23
5,66
5,19
4,79
6,69
6,08
5,57
5,15
6,56
6,01
5,55
6,51
6,01 6,56
2
0,22 2,38 2,53 2,68 2,84 3,02 3,20 3,41 3,64 3,88 4,15 4,44 4,77 5,15 5,57 6,08 6,69
0,20 2,22 2,36 2,50 2,66 2,82 2,99 3,18 3,39 3,62 3,86 4,14 4,44 4,79 5,19 5,66 6,23
Valores ey/ B2

0,18 2,08 2,21 2,34 2,49 2,64 2,80 2,98 3,17 3,38 3,61 3,86 4,15 4,47 4,84 5,28 5,81 6,46
0,16 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,80 2,97 3,17 3,38 3,62 3,88 4,18 4,53 4,94 5,43 6,04
0,14 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,79 2,97 3,17 3,39 3,64 3,92 4,24 4,63 5,09 5,66
0,12 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,63 2,80 2,98 3,18 3,41 3,68 3,98 4,35 4,78 5,31 5,97
0,10 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,20 2,34 2,48 2,63 2,80 2,99 3,20 3,46 3,74 4,08 4,49 4,99 5,62
0,08 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,48 2,64 2,82 3,02 3,25 3,52 3,84 4,23 4,70 5,28
0,06 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,34 2,49 2,66 2,84 3,06 3,32 3,62 3,98 4,43 4,98
0,04 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,35 2,50 2,68 2,88 3,13 3,41 3,75 4,17 4,69
0,02 1,12 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,21 2,36 2,53 2,72 2,95 3,22 3,54 3,93 4,42
0,00 1,00 1,12 1,24 1,36 1,48 1,60 1,72 1,84 1,96 2,08 2,22 2,38 2,56 2,78 3,03 3,33 3,70 4,17
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30 0,32 0,34
Valores de ex/B1

(N+Gsap.solo) ) (700+72,77+20,01)
e) μ = 2,79 ⇒ σmáx = μ ∗ = 2,79 ∗
A 2,75∗ 2,25

σmáx = 357,47 KN⁄m2 > σadm,borda = 1,3 ∗ σadm,solo = 1,3 ∗ 150 = 195 kN/m2

f) Necessário aumentar as dimensões da sapata, para isso, impor:

σmáx ≤ σadm,borda ⇒ utilizar μ < 3,0 (dentro da região 3)

Impondo  = 3,0 e max. = 1,3*150 = 195 KN/m2, será calculado uma determinada área. Em
seguida se refaz todas as dimensões da sapata e, novamente verifica a tensão. Como esse
processo é iterativo, foram consideradas diversas alternativas, conforme Tabela 2.16.
(N + Gsap.solo ) (700 + 72,77 + 20,01)
σmáx = μ ∗ = 3,0 ∗ = 195 KN⁄m2
A A
A = 12,20 m2
Tabela 2.16 - Parâmetros da sapata
 3,0
A (m2) 12,16 11,50 10,18 7,50 9,86 9,86 9,86 9,86
B1 (m) 3,8 3,65 3,45 3,0 3,40 3,40 3,40 3,4
B2 (m) 3,2 3,15 2,95 2,5 2,90 2,90 2,90 2,90
h ≤ (m) 1,03 0,98
0,90 0,75 0,9 0,8 0,7 0,6
(0,95) (0,95)
h1 (cm) 0,50 0,50 0,50 0,40 0,45 0,40 0,40 0,40
h0 (cm) 0,45 0,45 0,40 0,35 0,45 0,35 0,30 0,20
Vsap.(m3) 7,78 7,37 6,029 3,808 6,148 5,162 4,479 3,493

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 90


Gsap (KN) 194,54 184,15 150,72 95,20 153,70 129,05 111,97 87,33
Gsolo (KN) 67,87 64,02 56,36 32,70 49,07 49,07 43,61 43,61
N+G(sap.+solo) 962,41 948,17 907,08 827,90 902,77 878,12 855,59 830,94
ex=Mx/(N+G) 0,312 0,316 0,331 0,362 0,332 0,342 0,351 0,361
ey=My/(N+G) 0,260 0,264 0,276 0,302 0,277 0,285 0,292 0,301
ex/B1 0,082 0,0087 0,096 0,098 0,098 0,100 0,103 0,106
ey/B2 0,081 0,084 0,093 0,095 0,096 0,0982 0,101 0,104
 1,96 1,99 2,42 2,11 2,11 2,2 2,2 2,2
max 155,13 164,11 215,68 193,19 193,19 195,93 190,90 185,40

Será utilizado, portanto, B1 = 3,4 m; B2 = 2,9 m; max. = 190,9 KN/m2

g) Verificação da estabilidade e segurança ao tombamento da sapata


B1
(Mx + Hx ∗ h) ∙ γf ≤ (N + G(sap.+solo) ) ∗
2
3,40
(300 + 0 ∗ 0,95) ∗ 1,5 ≤ (700 + 111,97 + 43,61) ∗ ⟹ 450 kN. m <
2

1.454,49 kN. m → (OK)


Na outra direção
B2
(My + Hy ∗ h) ∗ γf ≤ (N + G(sap.+solo) ) ∗ 2
2,90
(250 + 0 ∙ 0,95) ∗ 1,5 ≤ (700 + 111,97 + 43,61) ∗ ⟹ 375 kN. m <
2

1.240,59 kN. m → (OK)

h) Verificação da tensão máxima


Mx 300
ex = = 855,59 ≅ 0,350 m
N
My 250
ey = = 855,59 ≅ 0,292 m
N

K1 = B1/6 = 56,67 cm
K2 = B2/6 = 48,33 cm

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 91


Figura 2.104 – Exemplo 2.6 - Posição da carga excêntrica N na zona 5

Como a carga excêntrica N está posicionada na zona 5, para se obter a tensão máxima, pode-se
aplicar a fórmula:
N
σmáx = ∗ α ∗ [12 − 3,9 ∗ (6 ∗ α − 1) ∗ (1 − 2 ∗ α) ∗ (2,3 − 2 ∗ α)]
A

ex ey 0,350 0,292
α= + = + = 0,2036
B1 B2 3,40 2,90

855,59
σmáx = ∗ 0,2036
3,40 ∗ 2,90
∗ [12 − 3,9 ∗ (6 ∗ 0,2036 − 1) ∗ (1 − 2 ∗ 0,2036) ∗ (2,3 − 2 ∗ 0,2036)]

kN
σmáx = 194,87 m2
 195 KN⁄m2

O erro que se comete utilizando esta fórmula é de ≅ 0,5%.


i) Posição da linha neutra e Cálculo das tensões nos cantos da sapata, para
dimensionamento (cálculo dos momentos)

Como o peso próprio e a terra sobre a sapata não desenvolvem esforços solicitantes, as tensões
poderão ser reduzidas:
Mx 300
ex = N
= 700 ≅ 0,428 m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 92


My 250
ey = = 700 ≅ 0,357 m
N
N
σmáx = ∗ α ∗ [12 − 3,9 ∗ (6 ∗ α − 1) ∗ (1 − 2 ∗ α) ∗ (2,3 − 2 ∗ α)]
A

ex ey 0,428 0,357
α= + = + = 0,249
B1 B2 3,40 2,90

700
σmáx = ∗ 0,249 ∗ [12 − 3,9 ∗ (6 ∗ 0,249 − 1) ∗ (1 − 2 ∗ 0,249) ∗ (2,3 − 2 ∗ 0,249)]
3,40 ∗ 2,90

σ1 = 181,32 KN⁄m2

- Posição da LN
B1 B B 2 3,40 3,40 3,40 2
t= ∗ [ e 1 + √( e 1 ) − 12 ] = ∗ [0,428 + √(0,428) − 12 ] = 4,28
12 x x 12

2
B2 B B 2,90 2,90 2,90 2
s= ∗ [ e 2 + √( e 2 ) − 12 ] = ∗ [0,357 + √(0,357) − 12 ] = 3,74
12 y y 12

Figura 2.105 - Posição da LN

- Determinação das tensões 1, 2, e 3.

σ1 σ3 181,32 σ3
=  = ⇒ σ3 = 78,23 kN/m2
(4,28 + 1,70) (4,28 − 1,7) 5,98 2,58
σ1 σ2 181,32 σ2
= ⇒ = ⇒ σ2 = 80,00 kN/m2
(3,74 + 1,45) (3,74 − 1,45) 5,19 2,29

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 93


Figura 2.106 - Exemplo 2.6 - Distribuição das tensões

j) Esforço solicitante na sapata

O cálculo dos esforços solicitantes (momentos e cortantes) nas seções I, II e III, nas duas
direções, será desenvolvido de forma semelhante, ao desenvolvido no exemplo 2.5.

- Tensões na direção de B1 - Tensões na direção de B2


(σ1 − σ3 ) (B1 − b1 ) (σ1 − σ2 ) (B2 − b2 )
σII(B1) = ∗( + b2 ) + σ3 σII(B2) = ∗( + b1 ) + σ2
B1 2 B2 2
(181,32 − 78,23) (3,4 − 0,7) (181,32 − 80) (2,9 − 0,2)
σII(B1) = ∗( + 0,2) σII(B2) = ∗( + 0,7)
3,4 2 2,9 2
+ 78,23 = 125,23 KN/m2 + 80,0 = 151,62 KN/m2
(σ1 − σ3 ) (B1 − b1 ) dII (σ1 − σ2 ) (B2 − b2 ) dII
σIII(B1) = ∗( + b2 + ) + σ3 σIII(B2) = ∗( + b1 + ) + σ2
B1 2 2 B2 2 2
(181,32 − 78,23) (181,32 − 80,0)
σIII(B1) = σIII(B2) =
3,4 2,9
(2,9 − 0,2) 0,65
(3,4 − 0,7) 0,65 ∗( + 0,7 + )
∗( + 0,2 + ) 2 2
2 2 + 80,0 = 195,80 KN/m 2

+ 78,23 = 135,08 KN/m2


- Solicitantes na direção de B1 - Solicitantes na direção de B2
σII(B1) ∗ (B1 − b1 )2 σII(B2) ∗ (B2 − b2 )2
MII(B1) = B2 ∗ [ MII(B2) = B1 ∗ [
8 8
(σ1 − σII(B1) ) ∗ (B1 − b1 )2 (σ1 − σII(B2) ) ∗ (B2 − b2 )2
+ ] + ]
12 12

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 94


MII(B1) MII(B2)
= 2,9 = 2,9
2
125,23 ∗ (3,4 − 0,7) 151,62 ∗ (2,9 − 0,2)2
∗[ ∗[
8 8
(181,32 − 125,23) ∗ (3,4 − 0,7)2 (181,32 − 151,62) ∗ (2,9 − 0,2)2
+ ] + ]
12 12
= 429,75 KN. m = 453,00 KN. m
VII(B1) = Ainf.II ∗ σ1 = 2,0925 ∗ 181,32 VII(B2) = Ainf.II ∗ σ1 = 2,7675 ∗ 181,32
= 379,41 KN = 501,80 KN
VIII(B1) = Ainf.III ∗ σ1 = 1,922 ∗ 181,32 VIII(B2) = Ainf.III ∗ σ1 = 2,434 ∗ 181,32
= 348,47 KN = 441,40 KN

L) Dimensionamento e Verificações
- Flexão seção II

- Na direção de B1 - Na direção de B2
b ∗ d2II 25 ∗ 652 b ∗ d2II 75 ∗ 752
Kc = = = 1,76 Kc = = = 6,65
MII(B1),d 1,4 ∗ 42975 MII(B2),d 1,4 ∗ 45300
→ (Domínio 4) → (Domínio 2a)

Necessário aumentar a altura da sapata → - Cálculo da armadura


Impor Kc,limite = 2,19 Md 1,4 ∗ 45300
As(B2) = K s ∗ = 0,0246 ∗
d 75
b ∗ d2 K c,lim. ∗ Md = 20,80 cm2
K c,lim. = →d=√
Md b
As(B2) 20,80 2
⁄B = = 6,12 cm ⁄m
1 3,4
2,19 ∗ 1,4 ∗ 42975
= √ = 73  75 cm
25

- Cálculo da armadura
Md 1,4 ∗ 42975
As(B1) = K s ∗ = 0,0307 ∗
d 75
= 24,63 cm2

As(B1) 24,63 2
⁄B = = 8,49 cm ⁄m
2 2,9

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 95


Tabela 2.17 - Valores de Kc e Ks
Kc= bd2/Md (b,d em cm; Md em KN.cm) Ks (Aço CA)
Digrama Retangular
fck (Mpa) fyk (MPa)
Kx= Kz=Z/d
Limite 15 20 25 30 35 40 45 50 25 50
X/d
0,150 0,9400 9,73 7,30 5,84 4,87 4,17 3,65 3,24 2,92 0,0489 0,0245
2a 0,167 0,9332 8,81 6,61 5,28 4,40 3,77 3,30 2,94 2,64 0,0493 0,0246
0,200 0,9200 7,46 5,59 4,48 3,73 3,20 2,80 2,49 2,24 0,0500 0,0250
0,2400 0,9040 6,33 4,74 3,80 3,16 2,71 2,37 2,11 1,90 0,0513 0,0257
2b 0,259 0,8964 5,91 4,43 3,55 2,96 2,53 2,22 1,97 1,77 0,0513 0,0257
0,560 0,7760 3,16 2,37 1,90 1,58 1,35 1,18 1,05 0,95 0,0593 0,0296
CA50 0,600 0,7600 3,01 2,26 1,81 1,50 1,29 1,13 1,00 0,90 0,0605 0,0303
3 0,628 0,7487 2,92 2,19 1,75 1,46 1,25 1,09 0,97 0,88 0,0614 0,0307

- Verificação das tensões nas bielas de compressão (Punção):


μ = 2 ∗ (b1 + b2 ) = 2 ∗ (0,7 + 0,2) = 1,8 m = 180 cm
FSd γf ∗ N 1,4 ∗ 700
τSd = = = = 0,073 kN/cm2 = 0,73 MPa
μ ∙ dII μ ∙ dII 2 ∗ (70 + 20) ∗ 75
fck 20
αv = 1 − =1− = 0,92
250 250
fck 20
fcd = = = 14,29 MPa
γc 1,4
ΤRd2 = 0,27 ∙ αv ∙ fcd = 0,27 ∙ 0,92 ∙ 14,29 = 3,55 Mpa > τsd -- OK
- Verificação das tensões nas bielas de compressão (Cortante):
Vsd ≤ VRd2 Vsd ≤ VRd2

Vsd = 379,41 ∗ 1,4 = 531,17 KN Vsd = 501,80 ∗ 1,4 = 702,52 KN


VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw,2 ∗ d VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw,2 ∗ d

20 ∗ 103 20 ∗ 103
= 0,27 ∗ 0,92 ∗ 0,25 ∗ 0,75 = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 0,75 ∗ 0,75
1,4 1,4
= 665,36KN = 1996,07

bw é a menor largura, ao longo da altura útil. bw é a menor largura, ao longo da altura útil.

Portanto: Portanto:
Vsd ≤ VRd2 → OK Vsd ≤ VRd2 → OK

- Verificação da necessidade de se armas à cortante – Seção III


Vsd ≤ VRd1 Vsd ≤ VRd1

VRd1 = (τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40 ∗ ρ1 ) + VRd1 = (τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40 ∗


0,15 ∗ σcp ) ∗ bw2,III ∗ dIII ρ1 ) + 0,15 ∗ σcp ) ∗ bw2,III ∗ dIII

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 96


Onde: Onde:
2 2
3 3
fck 2 fck 2
τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ = 0,0375 ∗ 20 ⁄3 τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ = 0,0375 ∗ 20 ⁄3
1,4 1,4
KN KN
τRd = 0,2763 MPa = 0,02763 τRd = 0,2763 MPa = 0,02763
cm2 cm2
(fck = 20 MPa) dIII  68,21 cm (fck = 20 MPa) dIII  68,21 cm
AsII AsII
ρ1 = < 0,02 ρ1 = < 0,02
(bw ∗ dIII ) (bw ∗ dIII )
24,63 20,8
ρ1 = = 0,0042 < 0,02 ρ1 = = 0,0023 < 0,02
(85 ∗ 68,21) (135 ∗ 68,21)
Nsd
σcp = = o Nsd
Ac σcp = = o
Ac
K = |1,6 − dIII | = |1,6 − 0,6821| =
K = |1,6 − dIII | = |1,6 −
0,918 < 1; adotar 1,0
0,6821| = 0,918 < 1; adotar 1,0
VRd1 = (τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40 ∗ ρ1 ) + 0,15
VRd1 = (τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40 ∗ ρ1 ) + 0,15
∗ σcp ) ∗ B2 ∗ dIII
∗ σcp ) ∗ B2 ∗ dIII
VRd1 = (0,02763 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗
VRd1 = (0,02763 ∗ 1,0 ∗ (1,2 +
0,0042) + 0,15 ∗ 0) ∗ 85 ∗ 68,21 =
40 ∗ 0,0023) + 0,15 ∗ 0) ∗ 135 ∗ 68,21 =
219,15 kN
328,72 kN
b é a largura mínima da seção ao longo da
bw é a largura mínima da seção ao longo da w
altura útil d (NBR 6118 item 19.4.1 – ABNT,
altura útil d (NBR 6118 item 19.4.1 – ABNT,
2014)
2014)
VS,III,d = 441,40 KN > VRd1 ⇒
VS,III,d = 348,47 KN > VRd1 ⇒
Necessário armar ou aumentar a seção
Necessário armar ou aumentar a seção

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 97


vi) Sapatas Associadas

Esse tipo de sapata existe quando ocorre interferência entre duas sapatas isoladas, e o espaço
disponível não permite a solução como sapata isolada.

Figura 2.107 – Superposição de Sapatas

Figura 2.108 - Solução com sapatas isoladas

Figura 2.109 - Solulção com sapata associada e viga de rigidez

Segundo a NBR 6122 (2019 – item 3.39) denomina-se associada quando a mesma é comum a
dois ou mais do que dois pilares, quando alinhados e desde que representem menos de 70% das
cargas da estrutura (mesoestrutura ou superestrutura).

A viga que une os pilares (dois ou mais) é conhecida como Viga de Rigidez, e tem a finalidade
de distribuir as cargas verticais para o solo, de modo a permitir que a sapata trabalhe com tensão
constante.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 98


Figura 2.110 – Sapara associada - Viga de rigidez – caminhamento das cargas

a) Dimensionamento da sapata

- Cálculo do CG da sapata - Sistema Estrutural – Sistema de equilíbrio

- Inicialmente deve se ter em mente que o CG da sapata deve coincidir com CG das cargas dos
pilares, buscando dessa forma a distribuição uniforme de tensões no solo.

Figura 2.111 - Centro de carga coincidindo com o CG da sapata

Figura 2.112 - Sistema de equilíbrio estático

Faz- se M=0, em relação a um dos pilares (ex: ao P1)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 99


P2 ∗a
XCG = a1 = ; a2 = a − a1
(P1 +P2 )

- Determinação do lmín - O comprimento l é determinado pela condição de se ter o pilar mais


distante do CG de cargas (que coincide com o CG da sapata), dentro da sapata. Dessa forma:

1
𝑙𝑚𝑖𝑛 ≥ 2 ∗ (a2 + ∗ b2,P2 )
2

Figura 2.113 – Dimensões mínimas da sapata associada

- O comprimento l deve, sempre que possível, ser maior que lmin para possibilitar uma
ancoragem conveniente das barras de flexão da viga de rigidez.

- Cálculo da área da sapata

(1,05 a 1,10)∗∑ Pi
Asap = 2.29
σadm,solo

- Cálculo da largura da sapata “B”

Asap.
B= 2.30
𝑙

- Determinação da altura útil da sapata (como sapata rígida)

h ≥ (B-b) / 3 (NBR 6118 item 22.6.1 – ABNT, 2014)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 100


Caso os “b’s” dos pilares sejam diferentes, adota-se o “b” maior.

b) Dimensionamento da sapata – cálculo das armaduras

Será dimensionada e detalhada conforme exemplos anteriores

c) Dimensionamento e detalhamento da viga de rigidez

- Carregamento da viga de rigidez (como sapara corrida)

Figura 2.114 - Carregamento da viga de rigidez

O carregamento na viga de rigidez se obtém linearizando a carga

p viga = σsolo ∗ B 2.31

- Cálculo dos esforços solicitantes na viga

O cálculo dos esforços solicitantes (V e M) se obtém pelo método equilíbrio estático

Figura 2.115 - Modelo para cálculo dos solicitantes

Como P1 e P2 já são conhecidos, não há necessidade de se obter as reações, portanto, pode-se


escrever diretamente as respectivas equações de cortante e momento:
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 101
V(x) = −pv ∗ X + P1 < 𝑋 − X1 >0 + P2 < X − X2 >0 2.32
X2
M(x) = −pv ∗ + P1 < 𝑋 − X1 >1 + P2 < X − X2 >1 2.33
2

Com as equações acima se obtém os diagramas de V e M

Figura 2.116 - Diagramas da viga de rigidez

- Determinação da altura da viga de rigidez – impor uma altura para que não se tenha problema
de cisalhamento

A largura “b” já está definida no item anterior (o maior “b” dentre os pilares)

Vsd,max ≤ VRd2 → dessa condição se obtém d

Impor ainda, a condição para que se tenha um dimensionamento à flexão, econômica.

- Dimensionar e detalhar a viga de rigidez (atenção com os esforços de flexão - viga invertida)

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 102


e) Fretagem na Viga de rigidez junto a entrada de cargas dos pilares – como bloco
parcialmente carregado

Quando: hviga − hsapata ≥ 0,8 ∗ bviga, deve-se fretar esse trecho da viga, junto à entrada de
carga dos pilares.

P bpilar
Rs = ∗ (1,0 − ) 2.34
3 bviga

Leonhardt (1977) recomenda ainda que,


para o cálculo da armadura, a tensão no
aço deve ficar entre 180 a 200 MPa, ou
seja:
fyk
σsd = ≤ 180 a 200 MPa
γs
Figura 2.117 – Tensões devido a abertura de carga

Logo:
R
As = 1,25 ∗ σsd 2.35
sd

Deve-se majorar a armadura de fretagem em 25%, ou seja, 1,25*As e distribuir a armadura na


altura “a”. O fator 1,25 leva em conta que a armadura deveria ser distribuída, na realidade, na
altura 0,8 de “a” e não na altura “a”, todavia a distribuição ao longo de “a” facilita a execução.

Figura 2.118 - Detalhamento da fretagem

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 103


Exemplo 2.6- Sapata Associada
Para os três pilares da figura abaixo dimensionar e detalhar a sapata e a viga de rigidez

Dados:
adm.solo = 0,15 MPa (1,5 Kgf/cm2 = 15 tf/m2 = 150 KN/m2- argila média)
fck = 15MPa
Aço: CA-50
Cargas nos pilares: P1= 1.000 KN; P2 = 1.000 KN; e P3 = 2.200 KN

Figura 2.119 - Exemplo 2.7 – Planta de Carga e Locação dos pilares

a) Cálculo da Sapata

a.1) Cálculo da posição do Centro de Gravidade da sapata (CGsap. = CGcargas)

- Sistema de equilíbrio

Figura 2.120 - Exemplo 2.7 - Sistema de equilíbrio

Fazendo momento do sistema acima, em relação ao P1 se obtém:

∑ MP1 = 4.200 ∗ X CG − 1.000 ∗ 3 − 2.200 ∗ 6 = 0

XCG = 3,86 m

a.2) Dimensões da sapata

- Cálculo do lmin > 2*a1 (a1 maior)

𝑙𝑚𝑖𝑛 = (3,86 + 0,10) ∗ 2 = 7,92 m (10 cm é a metade da dimensão do P1 )

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 104


1,05 ∗ Ptot 1,05 ∗ 4.200
Asap = = = 29,4 m2
σadm,solo 150

- Cálculo da largura da sapata “B”

Adota-se para l o valor de lmin. + 1,0 m (50 cm de cada lado)

𝑙 = 𝑙min + 1,0 (50 cm de cada lado) = 7,92 + 1,0 = 8,92 m

𝑙  9,0 m

Asap 29,4
B= = = 3,27  3,25 m
𝑙 9,0

Ajustando l = 9,20, pode-se reduzir a largura B para 3,2 m

Figura 2.121 – Exemplo 2.7 - Dimensões da sapata

- Determinação da altura útil da sapata (como sapata rígida)

Caso os “b’s” dos pilares sejam diferentes, deve-se adotar o “b” maior.

- Como sapata rígida: h ≥ (B-b)/3  h ≥ (3,20-0,65)/3 = 0,85 m

Figura 2.122 - Exemplo 2.7 - Altura da sapata

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 105


- Como sapata flexível:

Adotar inicialmente dII = 50 cm

Necessário linearizar a carga:

∑ Pi ∗ B 4.200
p= = = 456,52 KN/m
B ∗ 𝑙1 9,20
p (B − b − dII ) 456,52 (3,20 − 0,65 − 0,50)
VIII = ∗ = ∗ = 146,23 KN/m
B 2 3,20 2
VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ]bw d

Onde:
2/3
f
= 0,25 ∗ 0,21 ∗ ck = 0,0375 ∗ fck = 0,2228 MPa = 222,8 KN⁄m2
2/3
τRd
1,4
As1
ρ1 = < 0,02  adotar ρ1 = 0,005 < 0,02
(bw ∗ d)
Nsd
σcp = = o
Ac

cp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão


positiva)

Valores de K

Para elementos aonde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0
Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com d em metros.

K = (1,6 − dIII ) ≥ 1,0

VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ] ∗ bw dIII

VRd1 = [222,8 ∗ (1,6 − dIII ) ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,005) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ dIII =

Logo, para não armar necessita-se impor:

VRd1 ≥ Vsd = 146,23 ∗ 1,4 = 204,72 KN/m

204,72 = [222,8 ∗ (1,6 − dIII ) ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,005) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ dIII

204,72 = 499,07 ∗ dIII − 311,92 ∗ d2III

d2III − 1,6 ∗ dIII + 0,656 = 0 → ∆< 0, 𝑎𝑠 𝑟𝑎𝑖𝑧𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑠ã𝑜 𝑟eais

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 106


Isso acontece pelo fato de que dIII deve ser maior do que 60 cm, acarretando K=1. Dessa forma:

204,72 ≤ [222,8 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,005) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ dIII

dIII  0,65 m, consequentemente:

dII⁄
2 dII dII 6
dII = dIII + = dIII + ∴ dII − = dIII ∴ dII = ∗ dIII
3 6 6 5

dII = (6/5)*65 = 78 cm  80 cm (h = 85 cm, praticamente o mesmo valor calculado como


sapata rígida.

a.3) Dimensionamento e cálculo das armaduras (sapata corrida)

Necessário linearizar a carga:

∑ Pi ∗ B 4.200
p= = = 456,52 KN/m
B ∗ 𝑙1 9,20

a.3.1 ) Cálculo como sapata rígida

p (B − b) 456,52 (3,20 − 0,65)


R sk = ∗ = ∗ = 181,89 KN/m
d 8 0,80 8

R sd 181,89 ∗ 1,4 2
As1 = = = 5,86 cm ⁄m
fyd 50⁄
1,15
0,15 2
As,min. = 0,15% ∗ Ac = ∗ 100 ∗ 80 = 12 cm ⁄m
100

Tabela 2.18 - tabela de aço


Área da
Barras Massa Nominal Perímetro
seção
( - mm) (Kg/m)(*) (mm)
(mm2)
5,0 (*1) 0,154 19,6 15,7
6,3 0,245 31,2 19,8
8,0 0,395 50,3 25,1
10,0 0,617 78,5 31,4
12,5 0,963 122,7 39,3
16,0 1,578 201,1 50,3
20,0 2,466 314,2 62,8

Escolhendo  de 12,5 mm o espaçamento será:

As1∅ ∗ 100 1,227 ∗ 100


e= = = 10 → (∅12,5 c⁄10)
As 12

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 107


1⁄ ∗ A 5,86 cm2⁄
5 sprinc = = 1,17 m
5
As,dist → o maior entre 2
0,9 cm ⁄m
2
{0,5 ∗ 12 = 6 cm ⁄m
As1∅ ∗ 100 0,8 ∗ 100
e= = = 13,33 → (∅10 c⁄13)
As 6,0

a.3.2) Cálculo com sapata flexível

- Seção II-II

p (B − b)2 456,52 (3,20 − 0,65)2


MII = ∗ = ∗ = 115,96 KN. m/m
B 8 3,20 8

p (B − b) 456,52 (3,20 − 0,65)


VII = ∗ = ∗ = 181,89 KN/m
B 2 3,20 2

(ver tabela de Kc e Ks no anexo)

100 ∗ 802
Kc = = 39,42 → tabela → domínio 2a → K s = 0,0234
11596 ∗ 1,4
MII,d
As = K s ∗ = 0,0234 ∗ 11596 ∗ 1,4⁄80 = 4,75 cm2 /m
d
As1∅ ∗ 100 1,227 ∗ 100
e= = = 25,8 → (∅12,5 c⁄20)
As 4,75
As1∅ ∗ 100 0,8 ∗ 100
e= = = 16,8 → (∅10 c⁄16)
As 4,75
- Verificação à cortante

Vsd ≤ VRd2
VII,d = 1,4 ∗ 181,89 = 254,65 KN/m
20 ∗ 103
VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw ∗ d = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 1,0 ∗ 0,80
1,4

KN
VRd2 = 2.838,86 > Vsd → OK.
m

Seção I-I

(B − b) (3,20 − 0,65) m
MI = p ∗ = 456,52 ∗ = 145,52 KN.
8 8 m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 108


VI = 0

Para dimensionamento da seção I-I pode-se admitir um aumento da altura da sapata na relação
de 1: 3 até o eixo da parede

dI = dII+b/6 = 80 + 65/6 = 90,83 cm


b ∗ d2I 100 ∗ 90,832
Kc = = = 40 → Tabela → Ks = 0,0245
MI,d 14552 ∗ 1,4
Md 14552 ∗ 1,4 cm2
As,I = K s ∗ = 0,0245 ∗ = 5,50 > As,II < As,min
d 90,83 m
- Verificação à cortante na seção III (necessidade de se armar ou não)

p (B − b − dII )2 456,52 (3,20 − 0,65− 0,80)2


MIII = ∗ = ∗ = 54,62 KN. m/m
B 8 3,20 8
p (B − b − dII ) 456,52 (3,20 − 0,65 − 0,80)
VIII = ∗ = ∗ = 124,83 KN/m
B 2 3,20 2

Cortante admissível para não armar, segundo o item 19.4.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014)

Vsd = 1,4 ∗ 124,83 = 174,76 ≤ VRd1

A resistência de projeto ao cisalhamento é dada por:

VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ]bw d

Onde:
2/3
f 2/3
τRd = 0,25 ∗ 0,21 ∗ ck = 0,0375 ∗ fck = 0,2228 MPa
1,4
As1 12,0
ρ1 = < 0,02  ρ1 = = 0,00184 < 0,02
(bw ∗ dIII ) (100 ∗ 65)

Nsd
σcp = = o
Ac
cp = 0 (força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (compressão positiva)

Valores de K

Para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: K = 1,0
Para os demais casos: K = 1,6 - dIII , não menor que 1,0, com d em metros.

K = (1,6 − 0,65) = 0,95 → K = 1,0

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 109


VRd1 = [τRd ∗ K ∗ (1,2 + 40ρ1 ) + 0,15σcp ] ∗ bw dIII

VRd1 = [222,8 ∗ 1,0 ∗ (1,2 + 40 ∗ 0,00184) + 0,15 ∗ 0] ∗ 1,00 ∗ 0,65 =

VRd1 = 184,44 KN⁄m > Vsd = 174,76 KN⁄m → OK

- Detalhamento

Escolhendo  de 12,5 mm o espaçamento será:

As1∅ ∗ 100 1,227 ∗ 100


e= = = 10 → (∅12,5 c⁄10)
As 12
5,86 2
1⁄ ∗ A
5 sprinc = = 1,17 cm ⁄m
5
As,dist → o maior entre cm2
⁄m
0,9
2
{ 0,5 ∗ 12 = 6 cm ⁄m
As1∅ ∗ 100 0,8 ∗ 100
e= = = 13,33 → (∅10 c⁄13)
As 6,0

Figura 2.123 - Exemplo 2.7 - Detalhamento da sapata - Planta

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 110


Figura 2.124 - Exemplo 2.7 - Detalhamento corte

b) Cálculo da viga de Rigidez

b.1) Sistema de cálculo

Figura 2.125 - Exemplo 1.7 - Sistema de cálculo da viga de rigidez

b2) Equações dos esforços solicitantes (V e M):

V(x) = p ∗ x − P1 < 𝑥 − 0,74 >0 − P2 < 𝑥 − 3,74 >0 − P3 < 𝑥 − 6,74 >0
V(x) = 456,52 ∗ x − 1.000 < 𝑥 − 0,74 >0 − 1.000 < 𝑥 − 3,74 >0 − 2.200
< 𝑥 − 6,74 >0
p ∗ x2
M(x) = − P1 < 𝑥 − 0,74 >1 − P2 < 𝑥 − 3,74 >1 − P3 < 𝑥 − 6,74 >1
2
456,52 ∗ x 2
M(x) = − 1.000 < 𝑥 − 0,74 >1 − 1.000 < 𝑥 − 3,74 >1 − 2.200
2
< 𝑥 − 6,74 >1

Nos pontos onde há a existência de pilares, o momento fletor e a força cortante podem ser
diminuídos, devido às forças em sentido contrário, proveniente dos respectivos pilares.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 111


Figura 2.126 - Exemplo 2.7

Figura 2.127 - Exemplo 2.7 – Cargas internas nos pilares

Tabela 2.19 - Esforços solicitantes na viga de rigidez


V(x) M(x) M(x) -
Seção X V(x)
(KN) (KN.m) Reduzido
0 0,0 0,00 0,00
1e 0,64 292,17 93,50
1 0,74 337,82/(-662,18) 125,00 -162,18 100,00
1d 0,84 -616,52 61,06
2’ 2,19 0,00 -355,24
2 2,24 22,60 -354,68
3e 3,54 616,08 60,46
3 3,74 707,38/(-292,62) 192,81 207,38 142,81
3d 3,94 -201,31 143,42
4’ 4,381 0,00 99,03
4 5,24 392,16 267,47
5e 6,49 962,81 1.114,33
5 6,74 1.076,94/(-1.123,06) 1.369,30 -23,06 1.231,80
5d 6,99 -1.008,93 1.102,81
6 0,0 0,0 0,00 0,00

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 112


Figura 2.128 – Exemplo 2.7 - Diagramas de Cortante e Momento Fletor

b3) Determinação da altura da viga de rigidez

– impor uma altura para que não se tenha problema de cisalhamento. A largura “b” já está
definida no item anterior (o maior “b” dentre os pilares, mais 5 cm)

Para a máxima cortante (Seção 5d): Vsk = 1.008,93 KN

Vsd ≤ VRd2
Vsd = 1,4 ∗ 1.008,93 = 1.412,50 KN
20 ∗ 103
VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw ∗ d = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 0,65 ∗ d
1,4

1.412,50 ≤ VRd2 = 2306,57 ∗ d ∴ d ≥ 0,62 m

Manter altura da Viga de Rigidez maior ou igual a altura da sapata (No caso, sapata: d = 80 cm
e h = 85 cm; VR: d = 90 e h = 95 cm).

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 113


b4) Dimensionamento e detalhamento

b4.1) Flexão

- Seção 5: Mk,max: 1.231,80 KN.m

b ∗ d2 65 ∗ 902
Kc = = = 3,05 → domínio 3 → K s = 0,0276
Md 1,4 ∗ 123180

(ver tabela de Kc e Ks no anexo)

Md 1,4 ∗ 123.180
As = K s ∗ = 0,0276 ∗ = 52,88 cm2
d 90
0,15
As,min. = 0,15% ∗ bw ∗ d = ∗ 65 ∗ 80 = 7,8 cm2
100
Tabela 2.20 - Área de aço (Tabela parcial)
Área da
Barras Massa Nominal Perímetro
seção
( - mm) (Kg/m)(*) (mm)
(mm2)
8,0 0,395 50,3 25,1
10,0 0,617 78,5 31,4
12,5 0,963 122,7 39,3
16,0 1,578 201,1 50,3
20,0 2,466 314,2 62,8
22,0 2,984 380,1 69,1
25,0 3,853 490,9 78,5

52,88
25 → = 11 25
4,909
52,88
N. º de barras: 22 → = 1422
3,801
52,88
20 → = 1720
{ 3,142

- Seção 2’: Mk = -355,24 KN.m

b ∗ d2 65 ∗ 902
Kc = = = 10,59 → domínio 2a → K s = 0,0242
Md 1,4 ∗ 35524
Md 1,4 ∗ 35524
As = K s ∗ = 0,0242 ∗ = 13,37 cm2 > As,min
d 90

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 114


13,37
16 → = 7 16
2,011
13,37
N. º de barras: 12,5 → = 1112,5
1,227
13,37
10 → = 1810
{ 0,785

- Seção 4: Mk = 267,47 KN.m

b ∗ d2 65 ∗ 902
Kc = = = 14,06 → domínio 2a → K s = 0,0238
Md 1,4 ∗ 26747
Md 1,4 ∗ 26747
As = K s ∗ = 0,0238 ∗ = 9,90 cm2 > As,min
d 90
9,90
22 → = 3 22
3,801
9,90
N. º de barras: 12,5 → = 812,5
1,227
9,90
10 → = 1310
{ 0,785

- Seção 3: Mk = 142,81 KN.m

b ∗ d2 65 ∗ 902
Kc = = = 26,33 → domínio 2a → K s = 0,0234
Md 1,4 ∗ 14281
Md 1,4 ∗ 14281
As = K s ∗ = 0,0234 ∗ = 5,20 cm2 < As,min = 7,8 cm2
d 90
7,8
22 → = 3 22
3,801
7,8
N. º de barras: 12,5 → = 712,5
1,227
7,8
10 → = 1010
{ 0,785

b4.2) Cortante

Como foi imposta a tensão limite para se calcular a altura não será necessária a verificação da
tensão.

- seção 5d: Vk,max = 1.008,93 KN

Vsd ≤ VRd3 = Vc + Vsw


Vc = 0,6 ∗ fctd ∗ bw ∗ d

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 115


2/3
f 0,7 ∗ fct,m 0,7 ∗ 0,3 ∗ fck
fctd = ctk,inf⁄γc = =
γc 1,4
3
fctd = 0,15 ∗ √fck 2 = 0,15 ∗ √202 = 1,10 MPa = 1,1 ∗ 103 KN⁄m2
3

Asw⁄
Vsw = ( s) ∗ 0,9 ∗ d ∗ fywd ∗ (sin α + cos α)
Para o caso de armadura transversal somente com estribos: =900
Asw⁄
Vsd ≤ Vc + ( s) ∗ 0,9 ∗ d ∗ fywd
Asw⁄
Vsd − Vc ≤ ( s) ∗ 0,9 ∗ d ∗ fywd
Vc = 0,6 ∗ fctd ∗ bw ∗ d = 0,6 ∗ 1,1 ∗ 103 ∗ 0,65 ∗ 0,90 = 386,10 KN

A resistência dos estribos pode ser considerada com os seguintes valores máximos, sendo
permitida interpolação linear (ABNT, 2014 - NBR 6118 item 19.4.2):

- 250 MPa, para lajes com espessura até 15 cm;


- 435 MPa (fywd ), para lajes com espessura maior que 35 cm.

Asw Vsd − Vc 1,4 ∗ 1.008,93 − 386,10 (KN) 2


( ) = ρw ∗ bw = = 29,13 cm ⁄m
s 0,9 ∗ d ∗ fywd KN
0,9 ∗ 0,9(m) ∗ 43,5( 2 )
cm
Asw 29,13 2
( ) = = 7,28 cm ⁄m
s (4R) 4
- Espaçamento entre os estribos de 4 ramos

As1 ∗ 100 12,5 → E12,5 c/16 (4R)


s= →{
As 10 → E8 c/10 (4R)

Figura 2.129 – Exemplo 2.7 - Estribo 4R


34,14
Sendo w a taxa de armadura transversal: ρw = = 0,525 cm⁄100 cm → 0,00525%
65

2 3
2
fct,m 0,2 ∗ 0,3 ∗ 3
fck 0,06 ∗ √fck
ρw,min = 0,2 = =
fywk fywk fywk

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 116


3
0,06 ∗ √202
ρw,min = = 0,000884 → 0,088%
500

Asw 2
( ) = ρw,min ∗ bw = 0,088 ∗ 65 = 5,72 cm ⁄m
s min.
Asw 5,72 2
( ) = = 1,43 cm ⁄m (4 Ramos)
s min.(4R) 4

- Espaçamento entre os estribos de 4 ramos

Espaçamento máximo

Vsd = 1,4 ∗ 1.008,93 = 1412,50 KN


20 ∗ 103
VRd2 = 0,27 ∗ αV ∗ fcd ∗ bw ∗ d = 0,27 ∗ 0,92 ∗ 0,65 ∗ 0,9 = 2.075,91 KN
1,4
Vsd > 0,6 ∗ 2.075,91 = 1.245,55 KN → logo:
0,3 ∗ d = 0,3 ∗ 90 = 27 cm
smax. o menor entre {
30 cm
As1 ∗ 100 10 → E10 c/27 (4R)
s= →{
As 8 → E8 c/27 (4R)

- Cálculo da cortante correspondente à armadura mínima

1,4 ∗ Vskmin − 386,10 KN 2


= 5,72 cm ⁄m → Vskmin = 419,751 KN
KN
0,9 ∗ 0,9(m) ∗ 43,5( 2 )
cm

- seção 5e: Vk,max = 962,81 KN

Asw Vsd − Vc 1,4 ∗ 962,81(KN) − 386,10 (KN) 2


( ) = ρw ∗ bw = = 27,30 cm ⁄m
s 0,9 ∗ d ∗ fywd KN
0,9 ∗ 0,9(m) ∗ 43,5( 2 )
cm
Asw 27,30 2 Asw
( ) = = 6,82 cm ⁄m > ( )
s (4R) 4 s min(4R)
- Espaçamento entre os estribos de 4 ramos

As1 ∗ 100 12,5 → E12,5 c/18 (4R)


s= →{
As 10 → E10 c/12 (4R)

- seção 1d  3e: Vk,max = 616,52 KN

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 117


Asw Vsd − Vc 1,4 ∗ 616,52(KN) − 386,10 (KN) 2
( ) = ρw ∗ bw = = 13,54 cm ⁄m
s 0,9 ∗ d ∗ fywd KN
0,9 ∗ 0,9(m) ∗ 43,5( 2 )
cm
Asw 13,54 2 Asw
( ) = = 3,38 cm ⁄m > ( )
s (4R) 4 s min(4R)
- Espaçamento entre os estribos de 4 ramos

As1 ∗ 100 12,5 → E12,5 c/27 (4R)


s= →{
As 10 → E10 c/14 (4R)

b4.3) Armadura de pele ou armadura lateral (de costela)

As,lateral
face  0,10%Ac,alma → com espaçamentos inferior a 20 cm

12,5 c/19
As,lateral 95 6,18 cm 2
⁄ 2 ⁄m { 10 c/11
face ≥ 0,10 ∗ 65 ∗ 100 = 6,18 cm → 0,9 = 6,87
8 c/7

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 118


Figura 2.130 - Exemplo 2.7 - Detalhamento longitudinal da viga de Rigidez

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 119


Figura 2.131 - Exemplo 2.7 - Detalhamento transversal da viga de rigidez

Distribuir a armadura de flexão da viga de rigidez em uma largura de:


bw,viga + 2 ∗ hsap. ∗ tg300 = 65 + 2 ∗ 85 ∗ 0,577 = 163 ≅ 165 cm

vii) Sapatas Associadas para pilares de divisa


Em virtude das sapatas dos pilares de divisa, não poderem invadir o terreno vizinho, duas
soluções são possíveis para para se resolver esse problema:

1º. Quando a carga do P1 (Pilar de divisa) < P2 → Pode-se utilizar da sapata retangular,
conforme visto anteriormente, pelo fato de que o pilar P2 desloca o CGcargas
consequentemente o CGsapata em sua direção;

Figura 2.132 - Sapata associada para pilar de divisa

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 120


2º. Quando a carga P1 (Pilar de divisa) > P2 → Utiliza-se da sapata trapezoidal, conforme
segue

Figura 2.133 - Sapata Associada Trapezoidal

a) Dimensionamento da sapata

- Cálculo do CG da sapata - Sistema Estrutural – Sistema de equilíbrio

- Da mesma forma que feito para sapata retangular, inicialmente deve-se buscar coincidir o
Centro de Cargas com o CG da sapata.

Faz- se M=0, em relação a um dos pilares (ex: ao P1)


P2 ∗a
XCGCargas = a1 = (P ; a 2 = a − a1 2.36
1 +P2 )

- Cálculo do CGSap. Trapezoidal

𝑙 (B1 +2∗B2 )
XCGSap = ∗ 2.37
3 (B1 +B2 )

- Determinação do lmín e do comprimento l da sapata

1
XCGSap. = XCGCargas + 2 ∗ b2,P1 + 2,5 cm 2.38

1
𝑙𝑚𝑖𝑛 ≥ 2 ∗ (a1 + 2 ∗ b2,P1 + 2,5 cm) 2.39

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 121


- Cálculo da área da sapata trapezoidal

(1,05 a 1,10)∗∑ P𝑖
ASap. = 2.40
σadm,solo

𝑙 2∗ASap.
ASap. = (B1 + B2 ) ∗ 2 ∴ (B1 + B2 ) = 2.41
𝑙

Utilizando das equações 2.161. e 2.164, pode-se escrever:

𝑙 (B1 +2∗B2 ) 2∗Asap.


(B1 + B2 ) = ∗ = 2.42
3 XCGSap. 𝑙

𝑙2 (B1 +2∗B2 ) 6∗ASap. ∗XCGSap.


XCGSap. = ∗ ∴ (B1 + 2 ∗ B2 ) = 2.43
6 Asap. 𝑙2

6 ∗ ASap. ∗ XCGSap.
(B1 + 2 ∗ B2 ) =
{ 𝑙2
2 ∗ ASap.
−(B1 + B2 ) = −
𝑙

Das equações acima se escreve:


6∗ASap. ∗XCGSap. 2∗ASap. 2∗ASap. 3∗XCGSap.
B2 = − = ∗( − 1) 2.44
𝑙2 𝑙 𝑙 𝑙

2∗ASap.
B1 = − B2 2.45
𝑙

Adotando-se l convenientemente, determinam-se as dimensões da sapata trapezoidal.

- Determinação da altura útil da sapata (como sapata rígida)

h ≥ (B-b) / 3 (NBR 6118 item 22.6.1 – ABNT, 2014)

Figura 2.134 – Altura variável da sapata

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 122


- Cálculo dos esforços solicitantes

Para se calcular os esforços solicitantes na sapata, de altura e largura variáveis, delimitam-se


inicialmente, faixas, preferencialmente de um metro cada; lineariza-se a carga nessa faixa e, em
seguida, calculam-se os solicitantes (V e M). Os procedimentos, tanto para ao cálculo dos
esforços solicitantes, como para o dimensionamento e detalhamento da sapata, seguem os
desenvolvidos anteriormente, para sapatas isoladas, rígidas ou flexíveis. Com esse
procedimento, aumentam-se os solicitantes (Mcál. > Mreal; Vcál. > Vreal), a favor da segurança..

Figura 2.135 - Faixas para cálculos dos solicitantes

- Dimensionamento e detalhamento da viga de rigidez

Utiliza-se dos mesmos procedimentos desenvolvidos anteriormente, para o caso de sapata


associada retangular, modificando somente, o carregamento da viga, que passa a ser variável
linearmente e não constante.

pv1 − pv2
pv(x) = ∗ (𝑙 − X)
𝑙

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 123


Figura 2.136 - Carregamento da viga de rigidez

X
V(x) = −pv2 ∗ X − pv(x) ∗ X − [(pv1 − pv2 ) − pv(x) ] ∗ 2 + P1 < 𝑋 − X1 >0 + P2 < 𝑋 −

X 2 >0
X2 X2 X2
M(x) = −pv2 ∗ − pv(x) ∗ − [(pv1 − pv2 ) − pv(x) ] ∗ + P1 < 𝑋 − X1 >1 + P2 < 𝑋 −
2 2 6

X2 >1

viii) Sapatas Vazadas ou aliviadas


A utilização de sapata vazada é feita quando a sapata assume dimensões muito grandes. Embora
esses elementos estruturais sejam denominados de sapatas o seu sistema estrutural é
completamente diferente, pois, os elementos que a compõem são lajes (estruturas laminares) e
vigas (estruturas lineares) ou paredes.

Figura 2.137 - Sapata isolada vazada ou aliviada

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 124


São sapatas que se se utilizam de uma estrutura constituída de lajes, vigas ou nervurada no lugar
de uma estrutura maciça objetivando economizar concreto. Todavia se faz necessário analisar
o custo do maior consumo de forma e aço.

Figura 2.138 - Sapata vazada

Figura 2.139 – Vista B-B - Caminhamento de carga na sapata vazada

O conceito que se utiliza nesse caso é o mesmo usado no caso de laje nervurada, quando
substitui a laje maciça. O princípio consiste em retirar material de certas áreas e os coloca em
outros, de maneira a se ter elementos de alturas maiores, porém discretas. No caso das sapatas
vazadas, retira-se material da base da sapata e os utiliza na criação das vigas V1 (vigas de borda),
V2 (vigas transversais) e V3 (viga central - de grande altura). Com esse procedimento, nada
mais se faz do que mudar a forma da seção. Esse procedimento ajuda a peça à flexão e
praticamente em nada altera em relação ao cisalhamento.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 125


Figura 2.140 - Nervura da sapata

b ∗ d2
Kc = → aumentando "d" melhora − se à flexão
Md

Vd
τ= → mentendo − se a área, nada altera, com relação à cortante
b∗d

É interessante observar que apesar de existir uma analogia entre sapata maciça e vazada e a laje
maciça e laje nervurada, a utilização de laje nervurada se justifica muito mais do que do que a
sapata vazada. Essa justificativa se baseia no fato de que na laje ao se diminuir seu peso próprio
se diminui os esforços solicitantes devido ao peso retirado, proporcionando, portanto, uma
estrutura mais econômica.

Na sapata vazada essa grande vantagem não existe uma vez que pouco do seu peso próprio é
devidamente equilibrada pela reação do solo, não havendo praticamente movimentação de
carga horizontal dessa carga, portanto, não existindo momentos fletores decorrentes do peso
próprio.

Essas considerações fazem com que no caso de superestruturas, a transformação de uma laje
maciça de grandes dimensões em grelhas ou sistemas de lajes e vigas seja de grande importância
até mesmo para viabilizar a estrutura.

Quadro 2.5 - Resumo das considerações


Vantagens Desvantagens
Forma simples Grande peso
Laje Maciça
Armação simples Maior consumo de concreto
Economia de concreto
Maior consumo de forma
Economia de peso
Laje Nervurada Maior consumo e complicação da
Melhor eficiência de forma da
armadura
seção
Sapata Maciça Idem Laje maciça Maior consumo de concreto
Economia de concreto
Sapata
Melhor eficiência de forma da Idem Laje nervurada
Nervurada
seção

- Esquema de Cálculo dos elementos que compõem a estrutura da Figura 2.138 e as respectivas
disposições das armaduras estão representadas a seguir:

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 126


• Lajes

Figura 2.141 - Esquemas de cálculo e armaduras das lajes

• Viga V1 – Viga de Borda (Calculada como viga contínua)

Carregamento da viga (ps,v1):


Reação do solo transportada
pelas lajes + carga do solo
aplicada diretamente sobre a
largura da viga

Figura 2.142 - Viga de borda

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 127


• Viga V2 – Viga transversal (Calculada como Viga em balanço - Mísula)

ps,v2 é reação do solo transportado


pela Laje + reação do solo aplicado
sobre a largura da viga

Figura 2.143 – Esforços solicitantes na V2

• Viga V3 – Viga central (Calculada como Viga contínua, cujas reações são
conhecidas)

Caso a carga atuante dobre a viga central V3 seja uma carga linear o sistema de cálculo é o
seguinte:

ps,v3 é a reação do solo


transportada pela laje + reação
do solo aplicada diretamente sob
a viga.

Figura 2.144 – Sistema estrutural da viga V3

Esse sistema pode ser decomposto em dois outros, conforme apresentado na figura abaixo

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 128


Neste 1.º sistema, as cargas são
auto equilibradas e,
consequentemente, não
provocam solicitantes, pois, não
existe transporte de carga
horizontalmente, pela V3.

Neste 2.º sistema, como as


reações Rv2, são conhecidas,
trata-se de um sistema isostático,
que se equilibra com a carga (p-
pv3), aqui sim, provocando
esforços solicitantes, pelo
transporte da carga.

Figura 2.145 - Esforços solicitantes na V3

• Detalhamento

Figura 2.146 - Detalhamento - Corte A - A

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 129


Figura 2.147 - Detalhamento - Corte C-C

Figura 2.148 - Detalhamento - Corte D-D

- No caso de Viga V3 ser uma parede, o comportamento será o seguinte:

Figura 2.149 - Sapata vazada com carga de parede

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 130


Figura 2.150 - Viga Central - Parede

ix) Sapatas alavancadas

Em casos de pilares de divisa, as sapatas, por não poderem avançar nos terrenos vizinhos,
necessitam, de forma semelhante ao estudado com as sapatas associadas, de um elemento que
transporte a carga vertical, horizontalmente, para o centro de carga da sapata. Duas soluções
são possíveis para resolver esse problema:

1.º caso: A sapata está integrada à viga alavanca, denominada também de viga de equilíbrio,
cuja finalidade é a de alavancar a carga, levantando-a para que desça para a fundação através
da sapata.

Figura 2.151 - Sapata alavancada

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 131


2.º caso: A sapata não está integrada à viga alavanca aqui podendo ser também denominada
viga de transição, cuja finalidade também é a de alavancar a carga, transportando-a para que
desça para a fundação através de uma sapata isolada, com carga centrada.

Por sua vez a viga será calculada e dimensionada como viga em com balanço, necessitando de
altura e rigidez suficientes para absorver o momento e tensões tangenciais e reduzir as
deformações no balaço, respectivamente.

A solução é bastante simples, todavia deve-se observar a necessidade de uma maior escavação
para aprofundar a sapata. Que deixa de ser uma sapata de divisa.

a) Sapata integrada à viga alavanca

Figura 2.152 - Sapata Alavancada

A viga alavanca ou viga de equilíbrio, segundo a NBR 6122(2019 – item 3.52), é um elemento
estrutural que recebe carga de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de
modo a transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas
nas fundações diferentes das cargas recebidas dos pilares.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 132


- Sistema de cálculo – Alavanca – Equilíbrio estático

Figura 2.153 - Sistema de cálculo da viga alavanca

Do equilíbrio externo determina-se P2

∑ MCG,sap. = 0 ∴ P1 ∗ e − ∆P2 ∗ (𝑙pilares − e) = 0


P1 ∗e
∆P2 = (𝑙pilares −e)

De uma maneira geral, para o dimensionamento da sapata do P2 utiliza-se a carga (P2 – P2/2)
a favor da segurança. A ABNT NBR 6122 (2019 - item 5.7) recomenda que quando ocorre uma
redução de carga devido a utilização de viga alavanca, a fundação aliviada dever ser
dimensionada considerando-se apenas 50% dessa redução.

Essa hipótese se justifica no fato de que a distribuição de tensões no solo (na sapata do P1)
dependendo da rigidez da viga alavanca e do solo podem não ser uniforme. Nesse caso carga
da P2, com alívio total (P2 – P2) está contra a segurança, uma vez que P2 real é menor que
P2 que se admitiu.

Cabe, todavia observar que, quando:

(G1 +Q1 ) G1 ∗e
> G1 → ∆P2 =
2 (𝑙pilares −e)

O alívio será total de P2

No caso da alavanca não ser ligada a um pilar interno, mas, a um contrapeso, ou a um outro
elemento de fundação trabalhando à tração (estacas ou tubulão), a NBR 6122 (2019 – item 5.7)
recomenda que o alívio, em função da combinação de cargas, resultar em tração no elemento
de fundação, esse alívio deverá ser considerado integralmente. Esse elemento ainda deverá ser
calculado, para a carga de 50% de sua carga a compressão (sem alívio).

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 133


Pode-se oberservar que tanto para o cálculo e dimensionamento da sapata P1, quanto da sapata
P2, será necessário o cáclulo da carga P2 e este, depende da execentricidade,
conseqüentemente, o problema somente se resolve através de um processo iterativo.

- Sequência de procedimentos:

- Calcula-se a área da sapata, considerando

(1,2 a 1.3) ∗ P1 γf ∗ (1,2 a 1,3) ∗ P1


Asap = =
σadm,solo R adm,solo

O coeficiente 1,2 a 1,3 - acréscimo de 20%, multiplicador da carga P1 resulta de duas parcelas:

1.ª parcela: 0,15 a 0,2 (15% a 20%) correspondem ao acréscimo de carga na fundação do P1
devido à excentricidade de P1 em relação ao CG da sapata. É a parcela correspondente ao P2.
Como o valor de P2 é função da excentricidade “e” e esta, por sua vez, é função da dimensão
“Área” da sapata, o valor de 0,15 a 0,20 é um valor estimado.

2.ª parcela: 0,05 a 0,10 (5% a 10%) correspondem ao acréscimo de carga na fundação devido
ao peso próprio da sapata mais a viga.

Esses valores, estimados, deve, posteriormente serem verificados.

- Cálculo de B2 (dimensão da sapata perpendicular a viga alavanca)

Considerar-se-á uma forma de sapata em que B2 = (2 a 2,5)*B1. Essa relação se justifica ao se


recordar que quanto maior o “B1”, maior será a excentricidade “e” e, portanto, mais solicitada
será a viga alavanca. Por outro lado, “B1” não pode ser excessivamente grande para não
encarecer a sapata.

Figura 2.154 - Dimensões de B1 e B2

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 134


lpilar é a distância entre eixos de pilares

Asap.
B2 = (2 a2,5) ∗ B1  Asap. = B1 ∗ B2 ∴ B12 = 2.46
2

- Cálculo da altura da sapata (como sapata rígida)

B2 −b2
h = 2.47
3

- Cálculo da reação excentricidade da viga (P2)

B1 b1 1
e= − = (B1 − b1 ) 2.48
2 2 2

Sendo:

B1 – largura da sapata, na direção da viga alavanca


b1 – largura do pilar na direção de B1

- Cálculo de P2

- Esquema estático de cálculo – Esquema de equilíbrio da alavanca

Figura 2.155 - Sistema de equilíbrio da alavanca

P1 ∗𝑙pilar
R sap. = (𝑙pilar −e)
 ∆P2 = R sap. − P1

5º. ) Verificação das dimensões da sapata

(P1 +Gsap. +Gsolo +∆P2 )


Asap. = δadm.solo

- Em seguida determinam-se as dimensões definitivas de B1, B2 e h

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 135


Caso a relação entre B2/B1 estiver próximo de 2, as dimensões são aceitáveis. Em seguida
dimensiona-se a sapata para o pilar 2, com as considerações feitas anteriormente.

Exemplo 2.7 - Sapata Alavancada


Dimensionar e detalhar a sapata alavancada, bem como a viga de rigidez

Dados:
P1 = 1.500 KN (20 X 70) cm
P2 = 2.00 KN (40 X 40) cm
Tensão admissível do solo = 300 KN/m2 = 0,3 MPa (30 tf/m2)

Figura 2.156 – Exemplo 2.8 - Sapata alavancada

A primeira aproximação para cálculo das dimensões B1 e B2

1,2 ∗ P1 1,2 ∗ 1.500


Asap = = = 6,0 m2
σadm,solo 300

O coeficiente 1,2 (acréscimo de 20%) multiplicador da carga P1 resulta de duas parcelas:

Acréscimo de carga

1.ª parcela: 0,15 (15%) corresponde ao acréscimo de carga na fundação do P 1 devido à


excentricidade de P1 em relação ao CG da sapata. É a parcela indicada como P2. Como o valor
de P2 é função da excentricidade “e” e esta por sua vez é função da dimensão “A” da sapata,
o valor de 0,15 é um valor estimado.

2.ª parcela: 0,05 (5%) correspondem ao acréscimo de carga na fundação devido ao peso próprio
da sapata mais a viga.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 136


O valor de 0,2 (20%) é estimado e deve posteriormente ser verificado.

Considerar-se-á uma forma de sapata em que B2 = 2*B1 a B2 = 2,5*B1. Essa relação se justifica
quando lembramos que quanto maior o “B1”, maior será a excentricidade “e” e, portanto, mais
solicitada será a viga alavanca. Por outro lado, “B1” não pode ser excessivamente grande para
não encarecer a sapata.

6,0
B2 = 2 ∗ B1  B12 = = 3,0  B1 = 1,73 m
2
6,0
B2 = 2,5 ∗ B1  B12 = = 2,4  B1 = 1,55 m
2,5

Será adotado B1 = 1,6 m

Cálculo da reação da viga (P2)

B1 0,2
e= −
2 2

Esquema estático de cálculo

Figura 2.157 – Exemplo 2.8 - Sistema de Equilíbrio

1.500 ∗ 4,88
R= = 1.750 KN  ∆P2 = 1.750 − 1.500 = 250 KN
4,18

- Verificação das dimensões da sapata SP1


1,05∗P1 1.500
Anec. = + ∆P2 = 1,05 ∗ + 250 = 6,08 m2
300 300

6,08
B1 = = 3,85 (sempre de 5 em5 cm)
1,6

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 137


Dimensões definitivas da sapata SP1

B1 = 1,6 m; B2 = 3,85 m

- Cálculo das dimensões da sapata SP2

∆P2
P = P2 − = P2 − 125 = 2.000 − 125 = 1.875 KN
2
2
P
Anec. = 1,05 ∗ = 6,6 m2 (1,05 corresponde ao peso próprio)
300

Adotar sapata de 2,6 X 2,6 m

Figura 2.158 – Exemplo 2.8 - Fluxo de carga

Devido a presença da viga alavanca, que possui maior rigidez do que a sapata, na fundação do
P1, se tem caracterizada duas direções de caminhamento de carga, conforme mostra a figura
que segue.

Figura 2.159 – Exemplo 2.8 - Fluxo de carga


prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 138
- Dimensionamento da Viga Alavanca

Cálculo dos Esforços Solicitantes

(P1 +∆P2 ) (1.500+250)


- Pressão no solo  ps = ∗ B2 = ∗ 3,85 = 1.093,75 KN/m
B1 ∗B2 1,60∗3,85

- Equações da Cortante e do Momento fletor ao longo da Viga Alavanca

V(x) = ps ∗ X − P1 < 𝑋 − 0,1 >0 − ps < 𝑋 − 1,6 >1

X2 ps
M(x) = ps ∗ − P1 < 𝑋 − 0,1 >1 − < 𝑋 − 1,6 >2
2 2

Esforços solicitantes
X (m) V(x) (KN) M(x) (KN.m)
0,00 0,00 0,00
0,10 (E) 109,38
5,47
0,10 (D) - 1.390,62
1,3714 0 -878,57
1,60 250 -850,00
4,98 250 0

Figura 2.160 - Exemplo 2.8 - Solicitantes

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 139


O dimensionamento e detalhamento da viga alavanca seguem os procedimentos normais de
uma viga, com a atenção devida, para os esforços solicitantes que são invertidos e,
consequentemente as armaduras posicionadas onde a viga está tracionada.

No caso de edifícios com limitação de divisa, nas duas direções, evitar a colocação de pilares
no canto. Geralmente aumenta a dificuldade de detalhamento e execução. A solução mais
recomendada é a de se deixar o canto em balanço utilizando pilares na face da divisa.

Figura 2.161 - Pilar de canto

2.3 Fundações rasas em Blocos de concreto


A ABNT: NBR 6122 (2019 – item 3.3) define bloco como elemento de fundação rasa de
concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo
concreto, sem necessidade de armadura.

Os tipos mais utilizados são os


blocos escalonados e/ou cúbicos,
pelo fato de facilitarem a execução,
pois, dispensam o uso de formas.
Os blocos em forma de tronco
cônico, semelhante às sapatas, são
utilizados nas bases alargadas dos
tubulões.

Figura 2.162 - Blocos apoiados diretamente no solo

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 140


Os diagramas de tensões devem ser semelhantes aos de sapatas, todavia, os blocos devem ser
dimensionados de tal maneira que o ângulo  mostrado Figura 2.162, seja maior ou igual a 600
ABNT NBR 6122 (2019 – item 7.8.2):

Normalmente os blocos acabam tendo maior altura do que as sapatas e, necessariamente devem
trabalhar somente a compressão.

Importante, como também o foi no dimensionamento das sapatas, a verificação da altura do


bloco, para ancoragem das armaduras dos pilares.

Exemplo 2.8 - Dimensionamento de Bloco de Concreto


Dimensionar o bloco de fundação, em concreto não armado, com base quadrada, para
suportar a carda de 800 KN de um pilar de 25X40 cm.
Considerar:
Tensão admissível do solo: adm: 0,35 MPa = 350 KN/m2
Concreto: fck = 20 MPa

a) Cálculo das dimensões da base do bloco

1,1 ∗ Nsk 1,1 ∗ 800


AB𝑙 = = = 2,51 m2
σadm,solo 350

Como a base deverá ser quadrada

B = √AB𝑙 = √2,51 = 1,6 m

b) Cálculo da altura do bloco

B−b 1,6 − 0,25


hB𝑙 = tgβ = tg600 = 1,17 m  1,20 m
2 2
c) Verificação da altura do bloco para ancoragem das armaduras do pilar
 ∗ fyd
h ≥ lb = = 44 (ver tabela 2.4)
4 ∗ fbd
1120
1120 mm ≥ 44 ∗   ≤ = 25,5 mm
44

Concluir que, para hBl = 1,12 m, pode-se ancorar bitolas de até 25 mm. Para bitolas
maiores devem-se estudar os diversos casos apresentados em 2.1.2 - c.5.

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 141


d) Detalhamento

Figura 2.163 - Bloco de concreto não armado

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 142

Você também pode gostar