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Estruturas de Madeira

MSc.I z a b e l C a s t r o d e A b r e u N e t a
1 Introdução

2 Classificação

3 Defeitos

4 Tipologia

5 Propriedades e bases de Cálculo

6- Aplicação diversas de madeiras – Obras em estruturas de madeira

7- Madeira como material de Construção


NBR 7190 - PROJETOS DE ESTRUTURAS DE MADEIRA

A Comissão de Estudo de Estruturas de Madeiras (CE-02:126:10), do Comitê


Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02), disponibiliza para Consulta
Nacional, o projeto de revisão da norma ABNT NBR 7190 – Projetos de
estruturas de madeira.
Fonte: http://abnt.org.br/noticias/3680-revisao-da-norma-para-projetos-de-estruturas-demadeira#sthash.oP6H0Q1J.dpuf
1- Introdução
• A madeira é um dos materiais mais antigos usado na construção
civil devido algumas características como:
• Ser encontrada em abundância na natureza;
• Facilidade na fabricação;
• Facilidade no manuseio;
• Isolante térmico;
• Excelente Relação resistência por peso.

• A madeira também apresenta algumas desvantagens como:


• Sujeição a degradação devido ações biológicas como fungos
• Sujeição de fragilidade perante fogo
• Defeitos em seu estado natura,com necessidade de passar por um processo
de beneficiamento para ser usada.– ex:nós, fendas,
Principais vantagens das estruturas de madeira: Tabela 1.1 Propriedades de alguns materiais de construção
Material ρ (t/m³) f(Mpa) f/ ρ
• É o material de construção mais antigo dada a sua Madeira a tração 0,5-1,2 30-110 60-90
disponibilidade na natureza e sua relativa facilidade Madeira a compressão 0,5-1,2 30-60 50-60
de manuseio;
Aço a tração 7,85 250 32
• Comparada a outros materiais de construção
convencionais utilizados atualmente, a madeira Concreto a compressão 2,5 40 16
apresenta uma excelente relação resistência/peso. Nota: ρ = massa específica; f= resistência característica
Fonte: (PFEIL, 2013)

Principais desvantagens das estruturas de madeira:

• A madeira está sujeita à degradação biológica e


também à ação do fogo;
• Apresenta inúmeros defeitos, como nós e fendas que
interferem em suas propriedades mecânicas.
2-Classificação

• Madeiras Duras

• Madeiras Macias
2 CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS

• Madeiras Duras – Provenientes de árvores frondosas (dicotiledôneas,


da classe Angiosperma, com folhas achatadas e largas), de
crescimento lento, como peroba, ipê, aroeira, carvalho etc.; As
madeiras duras de melhor qualidade são também chamadas
madeiras de lei;

• Madeiras Macias – provenientes e geral das árvores coníferas (da


classe Gimnosperma, com folhas em forma de agulhas ou escamas, e
sementes agrupadas em forma de cones), de crescimento rápido,
como pinheiro-do-paraná e pinheiro-bravo, ou pinheirinho etc.
2.1 - Anatomia
Elementos identificados na Madeira natural
Características da Madeira
A madeira é um material anisotrópico, ou seja, possui diferentes propriedades em
relação aos diversos planos ou direções perpendiculares entre si. Não há simetria
de propriedades em torno de qualquer eixo.

Eixos relacionados com as direções de fibras da madeira. Arranjo esquemático da estrutura interna da madeira
Fonte: (PFEIL, 2013) Fonte: (ALMEIDA, P. A. O, 1990)
Defeitos da Madeira
DEFEITOS DAS MADEIRAS

• As peças de madeira utilizadas nas construções


apresentam uma série de defeitos que prejudicam a
resistência, o aspecto ou a durabilidade;

• Os defeitos podem provir da constituição do tronco


ou do processo de preparação das peças.
DEFEITOS DAS MADEIRAS
NÓS

Imperfeição da madeira nos pontos dos troncos onde existiam galhos.


Os galhos ainda vivos na época do abate da árvore produzem nós firmes,
enquanto os galhos mortos originam nós soltos. Os nós soltos podem cair
durante o corte com a serra, produzindo orifícios na madeira. Nos nós, as fibras
longitudinais sofrem desvio de direção, ocasionando redução na resistência à
tração.

(a) nó, provocando inclinação das fibras


DEFEITOS DAS MADEIRAS
Fendas

Aberturas nas extremidades das peças, produzidas pela secagem mais


rápida da superfície; ficam situadas em planos longitudinais radiais,
atravessando os anéis de crescimento. O aparecimento de fendas pode ser
evitado mediante a secagem lenta e uniforme da madeira.
DEFEITOS DAS MADEIRAS
Gretas ou ventas
Separação entre os anéis anuais, provocada por tensões internas
devidas ao crescimento lateral da árvore, ou por ações externas, como flexão
devida ao vento.

(c) gretas 1- greta parcial 2 -greta completa

Abaulamento
Encurvamento na direção da largura da peça.

(d) Abaulamento
3 DEFEITOS DAS MADEIRAS
Arqueadura
Encurvamento na direção do comprimento da peça.

(e) Arqueamento

Fibras reversas

Fibras não paralelas ao eixo da peça. As fibras reversas podem ser


provocadas por causas naturais ou por serragem. As causas naturais devem-se à
proximidade de nós ou ao crescimento das fibras em forma de espiral. A
serragem da peça em plano inadequado pode produzir peças com fibras
inclinadas em relação ao eixo. As fibras reversas reduzem a resistências da
madeira.
3. DEFEITOS DAS MADEIRAS

Esmoada ou quina morta


Canto arredondado, formado pela curvatura natural do tronco. A quina morta
significa elevada proporção de madeira branca(alburno).

(f) fibras reversas (g) esmoado (h) empenamento


Fonte: (Pfeil, 2013)
4. Tipologia

1. - Tiposde madeira consideradas pela


NBR7190

- Madeira bruta

Utilizada na forma de troncos sem a casca, é


comumente usada em escoramentos de
fôrmas, postes e colunas.

Os tipos mais comuns no Brasil são o


eucalipto e o pinho-do-paraná
Madeira bruta ouroliça

Madeira roliça
A madeira roliça é o
produto com menor grau de
processamento da madeira.

Consiste de um segmento do
fuste da árvore, obtido por cortes
transversais (traçamento) ou mesmo
sem esses cortes (varas: peças longas de
pequeno diâmetro). Na maior parte dos
casos, sequer a cascaé retirada.
4. Tipologia

1. - Tiposde madeira consideradas pela NBR7190

- Madeira Serrada
Os troncos são serrados por meio de serras especiais
e divididos em diversas lâminas ou pranchas, de
acordo com a espessura desejada.

A madeira deve passar por processo de secagem


adequado para evitar danos na estrutura, como
empenamentos e fendilhamentos. Muito utilizada
em treliças de cobertura, incluindo terças, ripas e
caibros
Madeira serrada
MADEIRA SERRADA
A madeira serrada é produzida em
unidades industriais - serrarias - onde as toras são
processadas mecanicamente, transformando a peça
originalmente cilíndrica em peças quadrangulares
ou retangulares, de menor dimensão.

Serrada polida
4. Tipologia

1. - Tiposde madeira consideradas pela NBR7190

- Madeira compensada
Bastante utilizada em portas, armários e
divisórias. É formada por meio da colagem de
três ou mais camadas ou lâminas, alternando a
direção das fibras em ângulo de 90°.

Vale mencionar que num compensado o


número de lâminas será ímpar (3, 5 ou mais
lâminas).
Madeira compensada
O painel compensado é composto de várias lâminas desenroladas, unidas cada
uma, perpendicularmente à outra, através de adesivo ou cola, sempre em número ímpar,
de forma que uma compense a outra, fornecendo maior estabilidade e possibilitando
que algumas propriedades físicas e mecânicassejam superiores àsda madeira original.
A espessura do compensado
pode variar de 3 a 35 mm, com dimensões
planas de 2,10 m x 1,60 m, 2,75 m x 1,22 m
e 2,20 m x 1,10 m, sendo esta a mais
comum.

Chapasde fibra: chapa dura


As chapas duras, cujas
marcas mais conhecidas são
Duratex e Eucatex, são chapas
obtidas peloprocessamento da
madeira de eucalipto, de cor natural
marrom, apresentando a face superior lisa
e a inferior corrugada.
4. Tipologia

1. - Tiposde madeira consideradas pela NBR7190

- Madeira Laminada e colada (MLC)

Fabricada por meio da colagem, com adesivos e


alta pressão, de lâminas de madeira com fibras em
direção paralela.

Trata-se de um produto mais homogêneo que a


madeira serrada, pois não há a presença de nós
indesejáveis, o que permite formar peças de
grande comprimento, dentre elas, vigas de seção
retangular. Seu preço, entretanto, é mais elevado.
Madeira laminada colada
As lâminas de madeira são obtidas por
um processo de fabricação que se inicia com o
cozimento das toras de madeira e seu posterior
corte em lâminas.
Existem dois métodos para a produção
de lâminas: o torneamento e o faqueamento.

Madeira densificada ou laminada


4. Tipologia

1. - Tiposde madeira consideradas pela NBR7190

- Madeira Recomposta

É um produto geralmente encontrado na forma de placas,


fabricado por meio de serragem e resíduos de madeira
compensada, convertidos em flocos e colados sob pressão.

No caso dos famosos painéis OSB (Oriented Strand Board),


utilizam-se pequenas lascas de madeira com as fibras orientadas e
coladas sob alta temperatura.

Tendo sua utilização voltada para revestimentos de piso e


cobertura
MADEIRITE
Os madeirites são chapas muitos usados na
construção civil, existem três tipos com finalidades diferentes:
O madeirite resinado é o mais usado e barato, normalmente em
construção residenciais.
Os fenólicossãousados nas Construções de prédios e
indústrias por serem mais resistentes.
O plastificado geralmente para fazer concreto aparente e trabalhos que
precisam ser resistente à água.
Chapa de fibra: MDF – Chapa de densidade
média
As chapas MDF – medium density
fiberboard - com densidade de massa
entre 500 e 800 kg/m³, são produzidas com
fibras de madeira aglutinadas com resina
sintética termofixa, que se consolidam sob ação
conjunta de temperatura e pressão, resultando
numa chapa maciça de composição homogênea
de alta
qualidade.
Estas chapas apresentam superfície
plana e lisa, adequada a diferentes
acabamentos, como pintura, envernizamento,
impressão, revestimento e outros.
Estes painéis possuem bordas densas
e de textura fina, apropriados para trabalhos de
usinagem e acabamento.
5 - Propriedades e basesde cálculo.

Propriedades de interesse para o cálculo, determinadas por ensaios:


a) Resistências á compressãoparalela àsfibras fc, e normal àsfibras fcn;
b) Resistênciaà tração paralela àsfibras ft e normal àsfibras ftn;
c) Resistênciaao cisalhamento paralelo àsfibras: fv;
d) Resistênciaao embutimento: fe (pressão de apoio em ligações);
e) Densidade básica ρbas,que é a massaespecífica definida pela razão entre a massa
secae o volume saturado;
f) Densidade aparente ρ aparente, calculada com a massado C.P.a12%de umidade;
g) Propriedades de interesse para caracterização das madeiras:
h) Estabilidade dimensional (determinação dasdeformações específicasde retração e
inchamento);
j) Flexãocom choque – determina a resistência ao impacto na flexão;
k) Fendilhamento – determina a resistência ao fendilhamento por perda de umidade (
é parâmetro de qualidade da madeira);
l) Dureza– esforço necessário para penetração de uma esfera na direção das fibras.
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

A madeira é um material não homogêneo com muitas


variações. Além disto, existem diversas espécies com diferentes
propriedades. Sendo assim, necessário o conhecimento de suas
propriedades físicas características para um melhor aproveitamento
do material.
Os procedimentos para caracterização destas espécies de
madeira e a definição destes parâmetros são apresentados nos
anexos da Norma Brasileira para Projeto de Estruturas de Madeira,
NBR 7190:1997.
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA
5.1 ANISOTROPIA DA MADEIRA

Devido à orientação das células, a madeira é um material anisotrópico, apresenta três direções
principais. A diferença de propriedades entre as direções radial e tangencial raramente tem
importância prática, bastando diferencias as propriedades na direção das fibras principais
(direção longitudinal) e na direção perpendicular às mesmas fibras.

Fig. Anisotropia da madeira. São indicadas as direções longitudinal (L),


Radial (R) e tangencial (T).
Fonte: (Pfeil, 2013)
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA
5.2 UMIDADE

A umidade da madeira tem grande importância sobre as propriedades. O grau de umidade U


é o peso de água contido na madeira expresso como uma porcentagem do peso da madeira
seca em estufa Ps(até a estabilização do peso); Pi peso inicial da madeira.

Em face do efeito da umidade nas outras propriedades da madeira, é comum referirem-se


estas propriedades a um grau de umidade-padrão. No Brasil e nos Estados Unidos, adotam-
se 12% como umidade-padrão de referência.
Devido à natureza higroscópica da madeira, o grau de umidade de uma peça de serviço varia
Continuamente, podendo haver variações diárias ou de estação.
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA
5.3 RETRAÇÃO DA MADEIRA

• As madeiras sofrem retração ou inchamento com a variação da umidade entre 0% e o


ponto de saturação das fibras(30%);
• O fenômeno é mais importante na direção tangencial;
• Para redução da umidade de 30% até 0%, a retração tangencial varia de 5% a 10% da
dimensão verde, conforme as espécies.

(a) Vista Isométrica da madeira, mostrando as três


direções principais;
(b) Diagrama de retração ou inchamento linear,
em função do teor de umidade da madeira.

1 – Carvalho Brasileiro;
2 – Eucalipto;
3 – Pinho Brasileiro;
(a (b Fonte: (Pfeil, 2013)
) )
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

3.4 DILATAÇÃO LINEAR

• O coeficiente de dilatação linear das madeiras, na direção longitudinal, varia de


0,3 x 10−5 a 0,45 x 10−5 por °C, sendo, pois, da ordem de 1/3 do coeficiente de
dilatação linear do aço;
• Na direção tangencial ou radial, o coeficiente de dilatação varia com o peso
específico da madeira, sendo da ordem de 4,5 x 10−5 °𝐶 −1 para madeiras duras
e 8,0x 10−5 °𝐶 −1 para madeiras macias;
• Vê-se, assim, que o coeficiente de dilatação linear na direção perpendicular às
fibras varia de 4 a 7 vezes o coeficiente de dilatação do aço.
5 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA

5.5 DETERIORAÇÃO DA
MADEIRA

• Ataque biológico (fungos,


cupis, moluscos, crustáceos
marinhos e etc.)
• Ação do fogo.

Peça de madeira que sofreu ataque de moluscos marinhos;


5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA

5.5 PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA


• Estas propriedades descrevem as resistências últimas de um material
quando solicitado por uma força.
• As propriedades de resistência da madeira diferem segundo os três eixos
principais, embora com valores muito próximos nas direções tangencial e
radial. Por isso, as propriedades de resistência são analisadas segundo duas
direções: paralela e normal às fibras
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 COMPRESSÃO
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 COMPRESSÃO
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 TRAÇÃO
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 CISALHAMENTO
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 FLEXÃO SIMPLES
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 TORÇÃO
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 RESISTÊNCIA AO CHOQUE
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 CLASSES DA RESISTÊNCIA

As classes de resistência das madeiras têm por objetivo o emprego


de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha
do material para elaboração de projetos estruturais.

O enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência


estão especificadas nas tabelas 8 e 9 da NBR 7190.
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 CLASSES DA RESISTÊNCIA

As classes de resistência das madeiras têm por objetivo o emprego


de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha
do material para elaboração de projetos estruturais.

O enquadramento de peças de madeira nas classes de resistência


estão especificadas nas tabelas 8 e 9 da NBR 7190.
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5.5 CLASSES DA RESISTÊNCIA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
5 PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA
4- Propriedades

• - Densidade - Densidade Básica e DensidadeAparente


• - Resistência - ruptura ou de deformação específica excessiva
• - Rigidez - Ew0 e Ew90. Permite-se adotar: Ew0=Ew90/20
• - NBR7190/1997 - umidade de equilíbrio 12%
5- APLICAÇÃO

Na construção civil,a madeira é utilizada de diversas formas:


a) Usos temporários: b) Em uso definitivo: 9) assoalho(piso)
1) escoramentos 1) Coberturas 10) lambri(forro e paredes)
2) andaimes 2) pontes 11) alisares
3) tapumes 3) estacas de fundação 12) móveis
4) barracões 4) torres 13) rodapés
5) vasilhames diversos 5) casas 14) barras de proteção
6) proteções de segurança 6) esquadrias b.15) elementos estruturais
7) dormentes ferroviários fôrmas para concreto, andaimes
8) esculturas e escoramentos.
5- APLICAÇÃO

Para atender a esses usos na construção civil, os principais centros demandantes


de madeira serrada, localizados nas Regiões Sul e Sudeste, se abasteceram durante
décadas com o pinho-do-paraná (Araucaria angustifolia) e a peroba-rosa
(Aspidosperma polyneuron),explorados nas florestas nativas dessas regiões.
Com a exaustão dessas florestas, o suprimento de madeiras nativas passou a ser
realizado, em parte, a partir de países limítrofes, como o Paraguai, porém de
forma mais significativa a partir da Região Amazônica.
As madeiras de pinus (Pinus spp.) e eucalipto (Eucalyptus spp.), geradas nos
reflorestamentos implantados nas Regiões Sul e Sudeste, também passaram a
suprir a construção habitacional.
O gráfico 1 mostra uma realidade já consolidada no setor da construção civil: a da
substituição da madeira nativa por madeira de reflorestamento. Mais barata, com frete
menor e aparentemente com menos problemas de legalidade, a madeira de
reflorestamento tem sido a alternativa encontrada pelas construtoras para suprir a
demanda crescente por madeira, principalmente, nas primeiras fases da obra as fases de
fundações e formas para estruturas em concreto armado.
No Gráfico 2 uma análise do tipo de madeira utilizado indica que cerca de 54% da madeira
utilizada é sólida na forma de caibros, ripas, sarrafos, vigas, entre outros.
Compensados (resinados, plastificados etc.) representaram em torno de 45% do total
utilizado. Com isso, pode-se dizer que grande parte do consumo está concentrada nos
produtos de menor valor agregado, sendo que produtos como pisos, decking, portas,
janelas, batentes e móveis/playgrounds representaram aproximadamente 1% em volume
do total de madeira consumido pelas construtoras.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
SEDE DO INPI
Local: Courbevoie, França

Fonte: http://www.cleantechrepublic.com/2011/11/23/structure-bois-futur-siege-social-energie-positive-inpi/
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Centro Pompidou
País/Cidade: França/ Metz
Construção: 2010
Área: 8.800 m²
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
WOODEN
STRUCTURES IN
BRAZIL: PRESENT
SITUATION AND
PERSPECTIVES
Hélio Olga de Souza Junior
Daniel Salvatore Fernandes
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Madeira utilizada : Lariço –pinheiro europeu –
Local: periferia de Paris (Eco-Sustainable House)
Área: 257 m²

Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/casa-sustentavel-de-madeira-e-montada-em-apenas-duas-
semanas?utm_source=redesabril_casas&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_revistaaec
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Metropol Parasol de la Encarnación
País/Cidade: Espanha / Sevilha
Construção: 2005 a 2011
Altura: 28m
Área: 11.000 m²
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.archiexpo.fr/prod/neue-holzbau/product-67237-453047.html#product-item_1000063
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Tabuleiro convencional de ponte de madeira em viga


simples.
Ponte de madeira na Transamazônica

Fonte: FERNÁNDEZ, B. O. (2010). Sistemas de treliças modulares para pontes de madeira: uma boa alternativa para o Estado do Pará. São Carlos, 2010. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Figura: Estrutura de madeira em arco em treliça, Setor de compras das lojas Marisa, São Paulo, SP, construída há
mais de 50 anos atrás.

Fonte: ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. Vol. 2 - 2ª Ed.
São Paulo: IBRACON, 2010.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Madeira Serrada e Laminada Colada

Ponte de madeira em viga reta com alma em treliça múltipla, vão livre de 30 m, Iperó, São Paulo,
construída em 1988. a) vista lateral. B) vista inferior.

Fonte: ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. Vol. 2 - 2ª
Ed. São Paulo: IBRACON, 2010.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Madeira Serrada e Laminada Colada

Passarela de pedestres, com 12 m de vão livre, em madeira laminada protendida. Cidade


Universitária, São Paulo, construída em 2005. c) pavimentação rígida; d) detalhe da montagem do
tabuleiro sem a armação.

Fonte: ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. Vol. 2 - 2ª Ed.
São Paulo: IBRACON, 2010.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Madeira Serrada e Laminada Colada

Estrutura em madeira laminada colada. A) vista lateral; b) detalhe da estrutura de cobertura com vigas
laminadas.

Fonte: ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. Vol. 2 - 2ª Ed.
São Paulo: IBRACON, 2010.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
Madeira compensada e reconstituída

Estruturas mistas metálicas e madeira, construção habitacional São Francisco, USA, fotos do autor, junho 2007. a)
vista lateral da estrutura; b) detalhe do pórtico misto.

Fonte: ISAIA, G. C. (Editor). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. Vol. 2 - 2ª Ed. São
Paulo: IBRACON, 2010.
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA
I G U AT E M I S H O P P I N G - F o r t a l e z a – C E
2015 - Inauguração da sexta expansão
A área de convivência da sexta expansão
do Iguatemi terá a maior cobertura de madeira do
Brasil, que totaliza 4,5 mil metros quadrados. Mais de
mil metros cúbicos de madeira laminada colada (MLC)
de abeto (espécie de pinheiro) foram transportados por
contêineres do porto de Gênova, Itália, onde as
estruturas foram pré-fabricadas, até a capital cearense.

Provenientes de áreas de reflorestamento


da Áustria, os painéis de MLC formam uma cobertura
curvilínea, com um vão livre de 48 metros. Em certos
pontos, a cobertura apresenta curvas voltadas para
duas direções opostas, o que forma arcos de
sustentação e passagem, além de conferir um efeito de
fluidez ao seu topo treliçado. A nova fachada é feita de
vidro verde fixado em estrutura metálica branca.

Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/03/expansao-do-shopping-iguatemi-no-ce-sera-inaugurada-nesta-quinta-feira.html
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.carpinteria.com.br/?page_id=95
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.carpinteria.com.br/?page_id=95
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.carpinteria.com.br/?page_id=95
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.carpinteria.com.br/?page_id=95
OBRAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

Fonte: http://www.carpinteria.com.br/?page_id=95
M A D E I R A C O M O M AT E R I A L D E C O N S T RU Ç Ã O ( 2 )

SUMÁRIO
7 MODELO DE SEGURANÇA DA NORMA BRASILEIRA
7.1 Segurança de uma estrutura
7.2 Situações de projeto

8 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS PARA PROJETO DE


CONSTRUÇÕES EM MADEIRA
8.1 Durabilidade da madeira
8.2 Execução das estruturas
8.3 Dimensões mínimas
7 MODELO DE SEGURANÇA DA NORMA BRASILEIRA

O conceito de segurança de uma estrutura é a


capacidade que ela apresenta de suportar as diversas
ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida útil,
continuando a satisfazer as condições funcionais a que se
destinava por ocasião de sua construção. Este conceito de
segurança é qualitativo.
Para que seja quantificada a segurança
estrutural, utilizam-se processos analíticos, numéricos,
gráficos ou experimentais, que determinam os esforços
internos, as deformações e os deslocamentos nas
estruturas, permitindo a comparação destes valores aos
critérios de resistência dos materiais estruturais.
A atual edição da NBR 7190:1997, Projeto de estruturas de madeira, adota
o Método dos Estados Limites.
Quando uma estrutura deixa de preencher qualquer uma das finalidades
de sua construção, diz-se que ela atingiu um estado limite, ou, que ela atingiu a
ruína. De acordo com o conceito de segurança, esta é a capacidade que a estrutura
apresenta de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida
útil, sem atingir qualquer estado limite.

Os estados limites últimos são Os estados limites de utilização são


aqueles correspondentes ao aqueles correspondentes a exigências
esgotamento da capacidade portante funcionais e de durabilidade da estrutura.
da estrutura.
O Método dos Estados Limites introduz a segurança estrutural através dessas
verificações relativamente aos estados limites. Para os estados limites últimos, a
condição de segurança a ser satisfeita segundo a NBR 7190:1997 é:

𝑅𝑘
𝑆𝑑 ≤ 𝑅𝑑 𝑅𝑑 = 𝐾𝑚𝑜𝑑
𝛾𝑤
sendo Sd as tensões máximas que aparecem por ocasião da utilização de coeficientes
de segurança externos, relativamente aos estados limites últimos. Rd é a resistência
de cálculo, Rk é a resistência característica, 𝛾𝑤 é o coeficiente de ponderação
(minoração) das propriedades da madeira, conforme o tipo de solicitação em análise
e kmod é o coeficiente de modificação que leva em conta características da madeira.
7.2 Situações de projeto

A NBR 7190 :1997 estabelece que toda estrutura deve ser projetada e construída de
modo a satisfazer os requisitos básicos de segurança, permanecendo adequada ao
uso previsto e suportando todas as ações e outras influências que podem agir durante
a construção e durante a sua utilização. Para cada estrutura devem ser especificadas
as situações de projeto a considerar.

A NBR 7190:1997 define basicamente tr


situação de projeto
a serem consideradas:
situações duradouras;
situações transitórias;
situações excepcionais.
CONSIDERAÇÕES BÁSICAS PARA PROJETO DE CONSTRUÇÕES EM MADEIRA

A norma brasileira NBR 7190:1997 aborda alguns tópicos relacionados


à durabilidade da madeira, cuidados na execução das estruturas, dimensões
mínimas de elementos estruturais e dos conectores, e características do
próprio projeto estrutural.
DURABILIDADE DA MADEIRA

Segundo a norma brasileira NBR 7190:1997, o projeto de estruturas de


madeira deve garantir a durabilidade da madeira, facilitando o escoamento das
águas, prevendo a ventilação das faces vizinhas e paralelas às peças em madeira
e utilizando madeira com tratamento preservativo adequado. Além disso, o projeto
deve ser desenvolvido visando permitir a inspeção e os trabalhos de conservação.
EXECUÇÃO DAS ESTRUTURAS

De acordo com NBR 7190:1997, todo trabalho de carpintaria deve ser


desenvolvido por profissional qualificado, capaz de executar as sambladuras,
encaixes, ligações de juntas e articulações perfeitamente ajustadas em todas as
superfícies. Todas as perfurações, escareações, ranhuras e fresagens para meios
de ligações devem ser feitos à máquina e perfeitamente ajustados. Por ventura, as
peças que, na montagem, não se adaptarem perfeitamente às ligações ou que se
tenham empenado prejudicialmente devem ser substituídas.
DIMENSÕES MÍNIMAS

Nas peças principais isoladas, como vigas e barras longitudinais de treliças,


a área mínima das seções transversais será de 50 cm² e a espessura mínima de 5
cm. Nas peças secundárias esses limites reduzem-se respectivamente a 18 cm² e
2,5 cm.
Nas peças principais múltiplas, a área mínima da seção transversal de cada
elemento componente será de 35 cm² e a espessura mínima de 2,5 cm. Nas peças
secundárias múltiplas esses limites reduzem-se respectivamente a 18 cm² e 1,8 cm.
Espessura mínima das chapas

A espessura mínima das chapas de aço das ligações será de 9 mm nas


pontes e de 6 mm em outros casos.

Dimensões mínimas das arruelas

A NBR 7190:1997 estabelece, que na fixação dos parafusos, devem ser usadas
arruelas com diâmetro ou comprimento do lado de pelo menos 3d (d é o diâmetro do
parafuso) sob a cabeça e a porca. As arruelas devem estar em contato total com as peças
de madeira. A espessura mínima das arruelas de aço será de 9 mm nas pontes, de 6 mm
em outras estruturas, não devendo em caso algum ser inferior a 1/8 do lado, no caso de
arruelas quadradas, ou do diâmetro, no caso de arruelas circulares. A área útil mínima
das arruelas deve ser tal que permita utilizar todo o esforço de tração
admissível no parafuso, sem exceder a resistência à compressão normal da madeira.
Pinos e cavilhas

As cavilhas também são chamadas de pinos estriados, pinos


entalhados, pinos ranhurados ou, ainda, rebite entalhado.

A diferenciação entre pinos e cavilhas:

Pinos - são usados para junções de peças que se articulam entre si


(Fabricados geralmente em Aço).

Cavilhas - são utilizadas em conjuntos sem articulações, pois a mesma


possui pinos com entalhes externos na sua superfície, que fazem com
que o conjunto não se movimente. (Fabricados geralmente em Aço)
Diâmetros mínimos de pinos e cavilhas

O diâmetro dos pregos estruturais deve ser de 3 mm, respeitando


a resistência característica de escoamento fyk = 600 MPa, enquanto que o
dos parafusos estruturais deve ser de 10 mm, respeitando a resistência
característica de escoamento fyk = 240 MPa. As cavilhas estruturais
são admitidas somente com diâmetros de 16, 18 e 20 mm.
Pinos e cavilhas
A resistência da madeira é identificada pela letra f
acompanhada de índices que identificam a solicitação à qual se
aplica a propriedade. Em casos onde é evidente que o material
ao qual se refere à resistência é a madeira, é dispensável o
primeiro índice w (wood). O índice seguinte indica a solicitação:
c (compressão), t (tração), v (cisalhamento), M (flexão) e e
(embutimento). Os índices após a vírgula indicam o ângulo
entre a solicitação e as fibras: 0 (paralela), 90 (normal) ou q
(inclinada). Por exemplo, a resistência fwc,90 identifica a
resistência da madeira à compressão normal às fibras. Podem
ainda ser usados índices para identificar se o valor de
referência é médio (m) ou característico (k).

Assim, a resistência média da madeira à compressão normal


às fibras pode ser representada pelo símbolo fwcm,90, ou fcm,90.
SOFTWARES DE ESTRUTURAS DE MADEIRA
EDUCACIONAL

Criado a partir do pré-requisito da obtenção


do grau de Engenheiro Civil do aluno Juliano Lima da
Silva, sob orientação do Prof. Dr. Zacarias Martin
Chamberlain Pravia (UPF)
Elaborado com o intuito de agilizar e
simplificar a resolução de cálculos relacionados ao
dimensionamento de peças estruturais e promover um
melhor entendimento das disciplinas do ramo estrutural;
Buscou-se criar um aplicativo para
computadores que auxilie o usuário tanto na tomada de
decisões quanto no dimensionamento dos elementos de
madeira, utilizando como base a norma renovada de
Projetos de Estrutura de Madeira.

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