Você está na página 1de 57

Unidade IV

Unidade IV
7 ELEMENTOS DE CENOGRAFIA: ABORDAGEM CONSTRUTIVA

7.1 Cenógrafo ou cenotécnico?

O cenógrafo e o cenotécnico são profissionais com formações diferentes, mas complementares.


O cenógrafo, em geral, não tem formação para executar a parte construtiva de um grande cenário.
Mesmo que ele esteja capacitado tecnicamente no manejo de ferramentas pesadas, quem está
habilitado é o cenotécnico.

O cenógrafo é o profissional que cria, conceitua, projeta e coordena a construção do cenário de


teatro, show, teledramaturgia, eventos e entretenimento em geral. É função do cenógrafo depois da
criação fornecer ao cenotécnico todas as informações necessárias para a construção e montagem
do cenário.

O cenógrafo pode fornecer ao cenotécnico informações através de maquetes e desenhos em escala,


desenhos técnicos de detalhes construtivos, estudos de cores e de materiais etc. O cenógrafo deve ter
o domínio sobre a estética do espetáculo como um todo: figurino, adereços, maquiagem, peruquerias,
iluminação, efeitos especiais, audiovisual, cenografia etc.

Todo cenógrafo deve estabelecer uma sólida relação com sua equipe, construindo e ativando a
comunicação entre todas as pessoas envolvidas na realização do espetáculo ou evento, informando‑as
sobre o andamento das etapas, atualizando cronogramas, distribuindo tarefas e coordenando as equipes.
O cenógrafo não faz nada sozinho, ele depende de todos os técnicos para que a cenografia aconteça
no prazo, de acordo com as aprovações dos responsáveis. Um bom cenógrafo mantém um bom clima
de trabalho com as equipes, reconhecendo e valorizando as melhores habilidades de seus contratados.

Um dos profissionais que trabalham mais próximos do cenógrafo é o cenotécnico, eles são
os profissionais responsáveis pela construção material dos ambientes cênicos, concebidos pelo
cenógrafo. Entendem tudo de montagem, conhecem palcos, docas de carga e descarga, medidas
e melhores formas de executar um cenário. Muitas vezes entregamos ao cenotécnico um projeto
completo, com todos os detalhes executivos e quando chegamos na marcenaria para acompanhar
a execução, nos deparamos com uma realização mais prática e simplificada. Em outros casos a
surpresa pode não ser nada agradável.

O grau de liberdade na execução dos cenários por parte do cenotécnico vai depender da afinação
que ele tem com o cenógrafo e se as instruções foram corretamente repassadas a ele. Os cenotécnicos
devem saber ler e interpretar o projeto cenográfico (os desenhos e as maquetes) em algo material,
construído na escala real.
142
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Observação

Os cenotécnicos têm conhecimentos específicos de marcenaria e


serralheria muito diferentes dos profissionais convencionais. A efemeridade,
a necessidade de montagem e desmontagem são diretrizes que norteiam a
execução dos cenários.

O cenógrafo monta sua equipe de trabalho pautado na pontualidade de entrega e compreensão


das especificidades construtivas da cenografia. Muitas vezes um bom marceneiro de mobiliário não é
eficiente em cenografia em que os detalhes têm muito mais uma função visual do que de acabamento
real e funcional. Portanto, estabeleça uma relação duradoura com sua equipe, especialmente com o
cenotécnico, pois ele será seu aliado.

7.2 O saber técnico teatral

Antes dos anos 1990 os grandes teatros públicos tinham equipes fixas de cenotécnicos, maquinistas,
costureiras, peruquerias etc. Essas equipes eram contratadas através de concursos públicos e os
conhecimentos eram passados dos mais velhos para os mais novos. O aprendizado era baseado
na experiência, mas o que observamos a partir dos anos 1990, em todas as esferas públicas, foi o
direcionamento dos recursos financeiros para as áreas culturais concedidos através dos incentivos
indiretos. Deu-se início ao processo, que atualmente é um dos poucos meios possíveis para financiar
espetáculos, às leis de incentivo fiscais, que financiam o espetáculo pela iniciativa privada, que recebe
isenção fiscal quando apoia projetos culturais.

Para levantar financeiramente um espetáculo é necessário buscar incentivos captando recursos


em empresas públicas e privadas, essas empresas privadas são autorizadas a transferir partes dos
impostos pagos ao Estado para projetos culturais. Os governos passam a analisar e a julgar a
pertinência dos projetos, se aprovados, os gestores culturais podem captar os valores nas empresas.
Há também os editais com recursos proporcionados pelas instâncias federal, estadual e municipal,
que disponibilizam recursos para eixos temáticos. Conforme a iniciativa privada, passa a ser
decisória na aceitação ou não dos projetos, a lógica do livre mercado que concorre com as políticas
públicas no âmbito da gestão da cultura.

O Theatro Municipal de São Paulo, em 1981, aumentou seu quadro técnico, porém retirou a
estabilidade de emprego desses cargos através da Lei Municipal no 9.320, de 15 de setembro de 1981, a
qual determinava que as novas contratações de cargos técnicos na área de apoio aos espetáculos seriam
efetivadas através de cargos comissionados e não mais concursados. Os novos contratados têm vínculo
de trabalho temporário e permanecem em temporadas artísticas específicas, quando o trabalho acaba,
são dispensados.

A equipe, entretanto, envelhece e se aposenta, mas essas vagas não são preenchidas através de novos
concursos e muitos saberes se perdem. Em consequência disso, a profissão técnica ficou progressivamente

143
Unidade IV

precária. Os conhecimentos técnicos sempre foram transmitidos na prática. Com o desaparecimento dos
maquinistas contratados pelos teatros, os conhecimentos não estão sendo repassados às novas gerações
de técnicos. É importante investir e sistematizar esses conhecimentos em espaços de aprendizagem de
formação profissional e muitas vezes os cenógrafos são aqueles que estão em condições de reunir esses
conhecimentos através de suas equipes, de encontros, seminários e cursos.

Algumas dicas para quem está começando

No início de carreira é importante tentar estagiar com bons profissionais. Fazendo assistência a um
diretor de arte ou cenógrafo, você poderá aprender a dominar as etapas de produção de um cenário,
das construções de palco, dos materiais e dos jargões da cenografia (termos específicos). Há também
produtoras de eventos e festas, grandes montadoras de cenário que aceitam estagiários, especialmente
com habilidades em desenho no computador.

Portfólio

Por isso é importante ao longo do curso montar um portfólio com bons desenhos, tanto aqueles
realizados no computador, como também à mão livre. Capriche nas maquetes e nas fotos, organize tudo,
um bom portfólio de estudante deve abranger suas habilidades expressivas, ser organizado com legendas
e uma diagramação que favoreça a leitura e o entendimento de seu desenvolvimento. Organize um
pequeno fragmento de abertura, com sua formação, trabalhos realizados e aspirações. Escreva textos
curtos, enxutos, mostrando suas motivações para seguir nessa profissão

Frequente o meio profissional

O teatro é um manancial de conhecimento para o cenógrafo. Mesmo que ele se torne um profissional
voltado para televisão ou para eventos corporativos, conhecer as técnicas teatrais sempre será um
diferencial no seu currículo. Mesmo porque muitos programas de televisão são gravados com plateia em
teatros, além das premiações em eventos que não raro são comemoradas em palcos teatrais também.

Busque informações e conhecimentos através de visitas guiadas a bons teatros (principalmente


aqueles que possuam caixa cênica completa). Visite o teatro com olhar profissional e você poderá
conhecer a função dos elementos cênicos e estruturais: cortinas, bambolinas, varas, cicloramas, rotunda,
alçapão, elevadores, urdimento, passarelas, varas etc.

Assista a espetáculos observando as mudanças de luz, sonoplastia, tipos e movimentação de cenário,


trocas de roupa etc. Volte mais de uma vez para assistir ao mesmo espetáculo, afinando o olhar para
todos os detalhes técnicos. Procure ensaios abertos, leituras de textos, montagens de cenografia, ensaios
de luz; o cenógrafo deve aprender com os maquinistas dos teatros a manipular as peças de palco.

Imagine que um diretor solicita ao cenógrafo uma mudança rápida de cenário em uma determinada
cena ou se é necessário que durante uma premiação haja troca de cenografia sem que os apresentadores
saiam do palco. Como resolver?

144
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Figura 56

Em primeiro lugar, cheque se o espaço dispõe de cortina de boca de cena maquinada e cortina de
manobra. As cortinas de boca de cena são aquelas que abrem e fecham o espetáculo ou grandes atos
e se movem lateral ou verticalmente. São vários modelos de mecanismo para subir ou abrir os panos,
entre elas estão a romana, a veneziana, a wagneriana, a americana e a francesa. Cada teatro opta por
um deles e a abertura dos panos já contém parte de energia do local, é o momento no qual a mágica
se inicia.

Além da cortina de boca, verifique se há cortina de manobra (consulte o glossário anexo), essa é uma
cortina mais leve e simples, arranjada logo atrás da cortina de boca e serve justamente para descidas
rápidas para trocas de cenário sem que seja necessário interromper a atuação. Nesses casos, os atores
passam a representar no proscênio (figura a seguir), ele é um espaço estreito longitudinal ao palco,
logo à frente da boca de cena, portanto, o conhecimento dos elementos técnicos de palco norteia as
melhores escolhas técnicas de execução do seu projeto.

Figura 57 – Tipos de cortinas e suas aberturas

145
Unidade IV

Curiosidade

Um cenógrafo iniciante deve ser muito curioso e também deve aceitar, com humildade, as colocações
de um profissional com experiência prática, a escuta acelera em muito seu processo de aprendizado.
Assimile tudo que ouve e vê sobre montagem, pois os problemas que surgem em uma montagem são
geralmente novos, mas a experiência anterior sempre cria atalhos na busca de soluções; você reflete que
já resolveu algo parecido antes.

Pesquise materiais e ouse em suas aplicações, o acerto vem do olhar aberto às possibilidades de
materiais de outras origens aplicados no palco. Pergunte, não tenha medo, olhe, desenhe e anote tudo
que julgar importante.

8 METODOLOGIA DE PROJETO DE CENÁRIO TEATRAL

Sugerimos um passo a passo para quem está fazendo um projeto de cenário para teatro pela primeira
vez. Claro que não é a única forma de se começar um trabalho, mas apenas uma sugestão para que
todas as etapas mais importantes sejam contempladas. Aos poucos, você terá desenvolvido sua própria
forma de trabalhar.

Passo a passo:

• A visita ao espaço: visite o espaço munido de câmera fotográfica, trena e material de desenho,
gaste um bom tempo, mova‑se por todos os cantos da plateia e sente‑se em todas fileiras. Fotografe
explorando todos os ângulos possíveis, suba no palco, mexa‑se do fundo para frente, ao contrário,
de costas e de um lado para o outro. Explore cada ângulo visto desde a plateia, veja o que fazer para
deixar os atores bem visíveis, observe o ponto de vista do ator, coloque cadeiras em várias posições
no palco, suba nelas e olhe em volta. Se houver uma escada faça o mesmo, subindo cada vez mais
alto, fotografe tudo, meça tudo, sem pressa; pois será necessário voltar mais vezes.

• Croquis: desenhe bastante, os croquis esquentam sua relação com o espaço, redesenhe sobre as
fotos que você tirou, desenhe com papel croqui sobre a planta baixa e explore graficamente esse
espaço. Decerto ele não é neutro, assim, quando você for começar a esboçar as propostas cênicas,
o espaço já estará na ponta dos seus dedos.

• Inspiração: busque alimentar os sentidos na hora de projetar, uma forma interessante é alterar o
espaço de trabalho, seja ele uma mesa ou um atelier. Crie uma playlist de músicas afinadas com
a ambiência que você pretende com o cenário para ouvir enquanto trabalha, outra estratégia
é montar painéis semânticos com fotos de objetos, lugares e referências visuais que fiquem ao
alcance da visão. Vale também criar painéis com materiais e cores referentes à pesquisa cenográfica.

• Parceria: muitos palcos são tecnicamente deficientes e para contornar problemas, discuta com os
cenotécnicos ou os funcionários da casa quais as possíveis maneiras de superar essas deficiências
com manobras de execução. Certamente outros profissionais já se depararam com as mesmas
questões e encontraram soluções que acabaram sendo incorporadas pelos funcionários.
146
CENOGRAFIA E VITRINISMO

• Maquetes teatrais: as maquetes arquitetônicas, tão elegantes e limpas, não servem ao teatro,
elas representam espaços ainda inabitados. Já as maquetes dos cenógrafos reconstroem um
espaço existente e usado, com cantos escuros, tubulações aparentes, paredes desgastadas, pisos
arranhados. São essas marcas de uso que alimentam o espaço teatral de carga simbólica, logo, a
maquete teatral deve traduzir, em uma escala adequada, a força expressiva das marcas que fazem
desse espaço um lugar específico.

• Materiais: todo objeto ou elemento de cena que for adicionado à maquete também deverá
conter a força do material que será usado. Se a parede projetada for de madeira, não adianta
representá‑la com acrílico, a madeira usada na maquete provavelmente não será a mesma do
cenário, mas a expressividade tem que estar lá.

8.1 Colocar as ideias em prática: desenhos e maquetes

Figura 58 – Prancha contendo partes do processo de criação do cenário da peça Piolim:


das pesquisas formais, passando pelos croquis e desenhos em escala

147
Unidade IV

Saiba mais

Para conhecer mais sobre a profissão do cenógrafo, assista o documentário:

ABSTRACT: The Art of Design. Tremolo Productions; RadicalMedia.


Episódio 3: Es Devlin. Netflix, 2017. 43 minutos.

Escalas apropriadas para representar suas ideias

Após cumprir os estudos preliminares, a sequência é desenhar a planta baixa na escala certa,
localizando os elementos principais em suas dimensões corretas:

• 1:100: planta geral do cenário;

• 1:50: elementos, como biombos, praticáveis;

• 1:20 ou 1:25: detalhes construtivos;

• Se houver algum detalhe muito importante, desenhe‑o na escala 1:10;

• Execute perspectivas de diversos pontos de vista.

Maquete

A maquete é um dado à parte, em primeiro lugar ela é uma ferramenta de estudo, exploração,
soluções formais e técnicas. Construindo a caixa cênica do teatro em escala, é possível pensar
tridimensionalmente, uma maquete bem‑feita ajuda inclusive no orçamento dos materiais a serem
utilizados, pois dela podemos tirar estimativas de quantidades de materiais, como tintas, tecidos e
acabamentos.

Sua função está relacionada ao diálogo entre o cenógrafo e o diretor de teatro. A maquete física
ainda é o caminho mais curto para o cliente entender seu conceito. Não economize nos materiais, nem
use nada pronto, construa todas as partes do cenário, evite a todo custo usar objetos e miniaturas
compradas, o fazer teatral inclui o trabalho manual. Não se esqueça de que um cenário deve ser
conceituado a partir da proposta dramatúrgica.

148
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Figura 59 – Maquete de J. C. Serroni : quadrienal de cenografia de Praga, 1999

Figura 60 – Maquete de J. C. Serroni – Quadrienal de Cenografia de Praga, 1999

Lembrete

A tecnologia de palco deve favorecer sempre o desenrolar do


espetáculo: as traquitanas nunca devem obstruir a ação, pois o mais
importante é o ator.

8.2 Importância do conhecimento técnico

Para realizar um bom projeto de cenografia, é necessário não apenas ter boas ideias, mas também
conhecer bem os materiais com os quais podemos contar para a sua execução. O que há de novo no
mercado? Quais espessuras de compensado existem disponíveis?

149
Unidade IV

A melhor forma de executar uma tapadeira, por exemplo, está relacionada com a as medidas
dos painéis de madeira que serão utilizadas para revestir a estrutura, para que, ao final, o painel
tenha o menor número possível de emendas. Por mais que elas sejam retocáveis com massas e
pintura, um eventual transporte do material e a movimentação das peças, acaba por fazer as
trincas e emendas ressurgirem. A partir disso, um painel com uma emenda aparente precisa
ser todo pintado de novo, agora imagine se a pintura for de arte e com efeitos marmorizados.
Retocar trabalho artístico é muito complicado e exige mão de obra especializada e cara, o melhor
é planejar as emendas do que remediá‑las.

Saiba mais

Para entender mais dos bastidores do palco e de cenário para dança,


assista o filme:

CISNE Negro. Dir. Darren Aronofski, EUA: Cross Creek Pictures; Phoenix
Pictures; Protozoa Pictures; Dune Entertainment, 2011. 108 minutos.

Algumas medidas acabam sendo absorvidas pelo cenógrafo e sua aplicação no desenho das peças
torna‑se automática, é sempre bom consultar as lojas de sua região e verificar se há um catálogo
disponível. Outra alternativa é montar uma tabela a partir das consultas presenciais ou por meio da
internet, aos poucos as medidas vão sendo memorizadas e a menos que surja um novo material, você
acaba sabendo exatamente o que pedir na loja de materiais de construção.

Seguem algumas medidas básicas de madeiras:

Figura 61 – Tipos de madeira

150
CENOGRAFIA E VITRINISMO

• Compensado naval

— Medidas: 160 cm x 220 cm – espessura: 10 mm, 15 mm, 20 mm e 25 mm

— 160 cm x 250 cm – espessura: 25 mm

• Compensado de virolinha

— Medidas: 122 cm x 250 cm – espessura: 4 mm

— 160 cm x 220 cm – espessura: 10 mm, 15 mm, 18 mm, 20 mm e 25 mm

• MDF – Laminado de branco uma ou duas faces

— Medidas: 184 cm x 275 cm – espessura: 9 mm, 15 mm e 18 mm

• OSB

— Medida: 120 cm x 225 cm – espessura: 9 mm, 18 mm e 30 mm

• MDF cru

— Medidas: 184 cm x 244 cm – espessura: 3 mm

— 184 cm x 275 cm – espessura: 9 mm, 15 mm, 18 mm e 25 mm

• Sarrafos

— 7 cm x 300 cm – espessura 25 mm

— 5 cm x 300 cm – espessura 25 mm

• Madeira para deque

— 10 cm x 200 a 300 cm – espessura 2,3 cm

8.2.1 Montagem: alguns detalhes construtivos e seus elementos

Tipos de painéis cenográficos

As paredes, as divisórias e os biombos são feitas de painéis estruturados com quadros de sarrafo e
revestidas de madeira ou tecido para depois receberem os acabamentos e ornamentos.

151
Unidade IV

Figura 62 – Revestimento de trainel

Trainéis

Se os painéis forem de tecido, os chamados trainéis (trainel, no singular), são mais baratos e leves
do que os de madeira, seu uso é ideal para grandes planos com pintura de arte. Os cenários para balé
clássico, por exemplo, costumam usar um grande painel no fundo do palco, para manter o espaço livre
de obstáculos para coreografias, por isso, cenógrafos lançam mão desse tipo de painel. A superfície de
um trainel é uma tela de tecido que é grampeada em um chassi de madeira.

Lembrete

Os trainéis são painéis leves, revestidos de tecidos ou telas; as tapadeiras


são painéis também, mas revestidos com folhas de compensado.

Quem executa a pintura são os chamados pintores de arte, sua técnica de pintura de paisagens é
conhecida como Trompe L’oleil, que significa enganar a visão. O objetivo dessa pintura é retratar com
fidelidade alguma paisagem que ambienta o balé, essa arte teatral está se perdendo (somente os mais
idosos a dominam) o que ocorre atualmente é a substituição da pintura por uma mescla de técnicas.
As impressões digitais em tecido estão cada vez mais baratas e a projeção de imagens na cenografia se
encontra corriqueira.

Embora a pintura de telões seja uma arte em processo de desaparecimento, é sempre muito valorizada
no meio profissional. Há momentos em que a materialidade da pintura dá a dramaticidade que o diretor
imagina e que não pode ser substituída por outra técnica.

Os trainéis também são utilizados em casos de que os painéis não necessitem janelas ou portas
realistas, podem ser simplesmente planos de cor. Eles podem ser pendurados nas varas, são leves e de
manipulação mais simples que os painéis de madeira.

152
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Tapadeiras

Se os painéis forem de madeira (são as chamadas tapadeiras) normalmente cenários feitos com madeira
serão montados no piso do palco, necessitando de estruturação para se manterem de pé e em segurança.

Figura 63 – Tipos de tapadeira

Apesar de seus chassis serem executados com sarrafos de madeira, também há a opção da construção
de chassis em tubos quadrados de metalon, que são mais leves e seguros. O problema em diversificar
demais os materiais na execução de um cenário é a necessidade de mão de obra diversificada, a
153
Unidade IV

consequência é que a realização do cenário acaba demandando mais etapas, pois nem toda marcenaria
cenográfica possui instrumental e pessoal para realizar os chassis de metal. A partir disso, o material
precisará ser deslocado de um atelier a outro, o que aumentará os custos, mas essas decisões dependem
do projeto; o conselho é concentrar tudo na marcenaria se o cenário for de pequeno porte.

Observe que algumas tapadeiras com aberturas do tipo janela ou porta devem ser estruturadas para
se manterem rígidas, principalmente quando o cenário for montado sobre o palco.

Figura 64 – Esquema de montagem de um fundo de palco composto por painéis (tapadeiras ou trainéis)

Figura 65 – Esquema de montagem de uma tapadeira com porta

154
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Observação

Muito cuidado com a estrutura dos praticáveis, a segurança dos atores


deve ser priorizada. É melhor superestimar as medidas de peças estruturais
que suportarão peso caso esteja em dúvida.

O esquema de montagem de cenários com biombos é dos mais simples possíveis e pode ser
experimentado em peças de teatro infantil ou amador. A cenografia ilustrada nas fotografias a seguir
foi feita com esquadros de madeira revestidos de papelão e posteriormente encapados com tecidos,
simulando papéis de parede. Foi uma produção para um grupo de teatro amador e feito com poucos
recursos financeiros, mas com muita criatividade na elaboração dos adereços.

Figura 66 – Teatro infanto‑juvenil, Clube Monte Líbano, 1996

Figura 67 – Teatro infanto‑juvenil, Clube Monte Líbano, 1996

Depois de tiradas as medidas do palco, foram iniciados os estudos, sempre com medidas na escala.
A extensão do palco foi dividida em um número de biombos que fosse confortável de manipular no
espaço do atelier, pois não havia recursos para contratação de uma marcenaria especializada. Os sarrafos
foram cortados nas medidas do projeto e montados no atelier com auxílio de um cenotécnico.
155
Unidade IV

Enquanto a estrutura era montada, a produção buscou fabricantes de placas de papelão e optou‑se pelo
fornecedor com produtos mais resistentes e com maiores dimensões de placas. As placas foram grampeadas
com reforço de cola branca nos chassis de sarrafo, depois de montados, os painéis foram encapados com
tecidos e demais acabamentos. Cada biombo foi embalado com muito cuidado, pois no transporte o
material poderia amassar por sua fragilidade. Para unir um biombo a outro usamos “sargentos”, o que
dispensou a ajuda de cenotécnicos na montagem, bastando dois ajudantes orientados pelas cenógrafas.

As portas retratadas na foto anterior são painéis planos pintados sobre algodão cru e colados sobre
o mesmo papelão dos biombos. Os desenhos representam a perspectiva das portas abertas, sugerindo
tridimensionalidade.

O próximo exemplo de montagem teve como ponto de partida deixar a estrutura das tapadeiras
aparentes, transformando‑as em estantes nas quais os atores armazenavam e retiravam seus objetos de
cena necessários para cada momento. Este partido formal se deu por motivações financeiras a princípio,
mas foi um processo interessante: por se tratar de um trabalho de conclusão do curso de Dramaturgia,
apenas foi entregue o projeto de cenografia para que os próprios alunos do curso a construíssem em grupo.

O importante é perceber como o material bruto (simples sarrafos) pode ter uma estética própria a
ser explorada e que a iluminação é fundamental na dramaticidade do espaço.

Lembrete

Nunca se esqueça de medir as portas de acesso ao teatro. Meça as


aberturas desde a área de descarga até chegar ao palco.

Figura 68 – Curso de teatro Tuca PUC-SP, 2002

As tapadeiras, como mencionamos anteriormente, devem ser pensadas a partir das medidas dos
materiais para evitar excesso de emendas.

156
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Figura 69 – Cenografia estruturada sobre palco

Quando os painéis são pendurados no urdimento, a estrutura pode ser mais leve, já que estará
suspensa nas varas.

Figura 70 – Cenografia suspensa no urdimento

157
Unidade IV

Observação

Os cenários podem ser montados mesclando as duas soluções,


coexistindo painéis suspensos no urdimento e painéis montados sobre
o palco.

Praticáveis

Os praticáveis são plataformas de diversos formatos e dimensões que servem para elevar partes
do cenário. Para dar um exemplo, quando o baterista de uma banda fica sobre uma base mais alta, ele
está em um praticável, podemos formar uma passarela com os praticáveis. Quando forem redondos,
chamamo-nos de queijo, se forem bem baixos, de pizza; os praticáveis também servem para aumentar
tamanhos de palco.

Figura 71 – Ilustração de tipos de praticáveis

Rodízios

Os rodízios são opções simples para movimentação de cenografia no palco, mas atenção para a
escolha das rodas, rodas “loucas” possuem um eixo que lhes permite virar 360º. Normalmente quando
montamos um carrinho com quatro rodízios, dois são loucos e dois fixos, não se esqueça de escolher
pelo menos dois com travas, dispostos entre eles na diagonal.

158
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Figura 72

O exemplo a seguir mostra um cenário para uma peça sobre Nelson Rodrigues (1912‑1980), um
importante dramaturgo brasileiro. Para esta encenação de Rodrigues, ser jornalista foi o mote da
ambientação. Apesar de ser todo estruturado em madeira, o cenário era composto por inúmeras
pilhas de jornal. Esse material é barato, mas não é fácil de trabalhar, pois torna‑se pesado e instável
a partir de uma certa altura. Para manter a estabilidade e formas que desejávamos, foi necessário
amarrar e estruturar.

Figura 73 – Teatro Jovem, Clube Monte Líbano, 1997

O detalhe da foto mostra os atores sentados sobre cubos de amarrados de jornal montados sobre
base de madeira encapada e rodízios. Esses cubos tinham múltiplas funções em cena, em um momento
eram usados como cadeiras, em outro, viravam sofás, mesas e até palanques. Por isso, a movimentação
tinha que ser facilitada, os rodízios utilizados suportavam o peso do jornal e do ator. Optamos por dois
rodízios com trava colocados na diagonal para garantir a segurança dos atores. As dimensões do cubo
também foram testadas para garantir que não tombassem.
159
Unidade IV

Iluminação

O cenógrafo não tem obrigação de saber montar e instalar equipamentos de iluminação cênica, no
entanto, é importante conhecer os equipamentos básicos e quais os efeitos que cada refletor consegue
obter. A cenografia depende imensamente da luz que incidirá sobre ela. Luz e cenografia são inseparáveis.

A iluminação no teatro tem a intenção de aumentar a dramaticidade e criar ambiência, mas não
deve nada ao realismo, como já abordamos anteriormente. A plateia estará assistindo ao espetáculo ao
vivo e toda a iluminação visa à percepção da retina, já na televisão, a visão é mediada pelas lentes das
câmeras e o resultado tende a ser achatado. Por isso, a iluminação em TV é tão importante e específica,
para dar relevo e profundidade, além de naturalidade e realismo.

Em televisão, temos três tipos de iluminação básica:

• Luz-chave: esta é a principal fonte de iluminação da cena, criando sombras sob os objetos.

• Luz de preenchimento: preenche de luz as sombras da luz primária para que possamos enxergar
detalhes nas sombras.

• Luz de cenário ou de ciclorama: luz de preenchimento do fundo do cenário. É feita através de encaixe
gelatinas, material transparente colorido resistente ao calor dos refletores que corrige ou dá cor.

Como o que vemos na telinha da TV não é o mesmo que vemos com nossos olhos no estúdio, a
melhor forma de verificar se a luz está bem montada no cenário é através de um monitor de TV preto e
branco ligado às câmeras. Se o resultado for bem contrastado estará tudo certo, se a imagem aparecer
“lavada”, é porque algo não saiu bem na combinação de cores.

Tipos de refletores e suas qualidades técnicas

Figura 74 – Tipos de refletores: A) Ciclorama; B) Geladeira; C) Set‑Light; D) Minibrute; E) Scoop

160
CENOGRAFIA E VITRINISMO

• Ciclorama: esse refletor tem grande abertura angular e, por isso, serve para iluminar e colorir
fundos de estúdio e de cenário que tenham a forma de ciclorama ou fundo infinito. Esse é um
tipo de equipamento em que o LED ganhou muito espaço

• Geladeira: são indicadas para preencher de luz fundos que não precisam de profundidade.

• Set Light: gera um tipo de luz de foco difuso e largo, possui aletas para colocação de gelatinas.

• Mini Brute: equipamento que fornece uma grande quantidade de luz, por isso pode ser usado
para preencher grandes áreas.

Figura 75 – Tipos de refletores : F) Moving Heads; G) Canhão Seguidor; H) Plano‑Convexo ou PC; I) PAR; J) Elypso

• E. Scoop: esse refletor produz uma luz suavizada que preenche bem os espaços, por isso pode
ser utilizado para iluminar plateias que não precisam de efeitos e focos definidos. Seu custo de
locação é baixo, por isso está sempre presente nos estúdios e teatros. Movem-se em torno de
um eixo em todas as direções, projetando grafismos e cores em movimento. Alguns possuem
movimentação complexa e opções de sobreposição e trocas de lentes.

• Canhão seguidor: utilizado para seguir o movimento do ator com um foco de luz. Geralmente é
operado manualmente e permite troca e mistura de cores.

• Refletor PAR (canhão): seu foco é bem definido, com a forma oval e luz muito brilhante.

• Plano convexo ou PC: muito usado no teatro, é um tipo de refletor muito versátil, pois com ele é
possível conseguir vários efeitos – desde focos bem marcados até os indefinidos, além de banhos
de cores e contraluz (luz vinda de trás).

161
Unidade IV

• Elipsoidal: equipamento que consegue um foco muito definido, proporcionando luz dura (sem
nuances ou efeitos, de grande contraste). O elipso é usado para projetar recortes de imagens em
fundos de estúdios e teatros. As projeções são feitas através de gobos, são discos de metal que se
encaixam em frente à lente do refletor com desenhos e grafismos vazados.

• Fresnel: o nome do equipamento deve‑se à particularidade de sua lente, que foi inventada por
um físico francês, Jean‑Augustin Fresnel, para ser colocada em faróis de sinalização marítima
no século XIX. Seu desenho foi adaptado para equipamentos de televisão, pois a forma da lente
consegue diluir a iluminação do centro à periferia, gerando reflexos menos marcados e sombras
menos definidas. Encontramos esse tipo de equipamento em utilização nos teatros, estúdios de
vídeo e filmagens para cinema.

Veja a simulação de uma cena com e sem a utilização da lente:

Figura 76 – Características da lente Fresnel

162
CENOGRAFIA E VITRINISMO

Figura 77 – Correção do reflexo com a lente Fresnel

Resumo

Através de desenhos, esquemas básicos de montagem de elementos


cênicos, como tapadeiras, trainéis e praticáveis, vimos que o cenógrafo
não faz nada sozinho, que ele depende de todos os técnicos para que
a cenografia aconteça no prazo e de acordo com as aprovações dos
responsáveis. Por isso, um bom cenógrafo mantém o clima de trabalho com
bom astral, reconhecendo e valorizando as melhores habilidades dos que
estão à sua volta, é importante estabelecer uma relação duradoura com
sua equipe.

Os cenotécnicos são os maiores aliados do cenógrafo, pois são eles os


responsáveis pela construção material dos ambientes cênicos concebidos
pelo cenógrafo. Ficou explicitado que um cenotécnico não é marceneiro
comum, do tipo que faz móveis, monta e desmonta a cenografia, exige
acabamentos e estruturas diversas de um móvel funcional.

É importante tentar estagiar com bons profissionais, fazendo assistência


a um diretor de arte ou cenógrafo, você poderá aprender a dominar as
etapas de produção de um cenário, das construções de palco, dos materiais
e dos jargões da cenografia. O iniciante deve montar um portfólio com
163
Unidade IV

bons desenhos, tanto aqueles realizados no computador, como também


à mão livre, capriche nas maquetes e nas fotos, organize tudo. Um bom
portfólio deve abranger suas habilidades expressivas.

Lembre‑se de que o teatro é um manancial de conhecimento para o


cenógrafo, mesmo que ele se torne um profissional voltado para a televisão
ou para eventos corporativos, conhecer as técnicas teatrais sempre será um
diferencial no seu currículo.

Para realizar um bom projeto de cenografia é necessário, além de boas


ideias, conhecer bem os materiais com os quais podemos contar para a
execução. Seja curioso, pesquise o que há de novo no mercado e suas
especificações. Quais espessuras de compensado existem disponíveis? Será
que esse plástico pode servir como revestimento? Ele estica? Enruga? Esteja
aberto a experimentações.

Um cenógrafo iniciante deve ser muito curioso sim, mas também deve
aceitar, com humildade, as colocações de um profissional com experiência
prática, a escuta acelera em muito seu processo de aprendizado.

Exercícios

Questão 1. Leia o trecho do texto Pensando Elementos do Cenário, de Sílvia Dotta, e as afirmativas
a seguir:

A primeira coisa ao pronunciarmos a palavra cenário é pensarmos em cena. Porém, vamos alterar
brevemente este fluxo natural e pensar na palavra perspectiva. Todo filme, cenas de novela, vídeos
educativos, de alguma maneira, baseiam‑se no conceito de perspectiva, o qual é rico de significações.
Segundo Gadotti (2000) perspectiva vem do latim tardio perspectivus e é derivada de dois verbos:
perspecto (olhar até o fim, examinar atentamente) e perspício (olhar através, ver bem, olhar atentamente,
examinar com cuidado, reconhecer claramente). Em uma cena, portanto, o conceito de perspectiva
auxilia que o vídeo ganhe maior apreensão, que as ideias vinculadas sejam mais bem assimiladas.
Adotamos aqui o conceito não pela ótica física, mas pela filosófica, entendendo perspectiva como uma
antecipação qualquer do futuro (Abbagnano, 1998). Pensar em cenário é, enfim, pensar em antecipar
e aprimorar um olhar sobre uma cena futura, a qual não se faz apenas por um texto escrito ou por um
áudio, mas por imagens.

O cenário neste ponto de vista não é meramente um adendo, ao contrário, ele será responsável por
fazer com que as ideias do seu vídeo sejam potencializadas, já que as imagens, vinculadas a um escopo
artístico, afastam‑se de uma racionalidade comum e permitem a apreensão da realidade por outras
formas que não as impostas por um pensamento lógico formal. Cabe ressaltar que as “imagens não
reproduzem o real, elas representam ou o reapresentam” (Novaes, 2008, p. 456). É importante que você
pense nisso ao planejar o cenário para seu vídeo, todos os elementos devem estar em perfeito arranjo
164
CENOGRAFIA E VITRINISMO

para construir um contexto favorável à percepção da ideia vinculada. Muitas vezes, uma mensagem é
veiculada apenas com uma imagem ou por um conjunto delas, o que aumenta a responsabilidade pela
escolha dos elementos do cenário. Outro dado que reforça este argumento é o fato de que as imagens
têm um caráter paradoxal: por um lado estão eternamente ligadas ao seu referente concreto, por outro,
são passíveis de inúmeras leituras, dependendo de quem é o receptor (Novaes, 2008, p. 457).

Disponível em: <http://proec.ufabc.edu.br/uab/index.php/aulaslpt/47‑


rpv/aulas‑producao‑de‑video/modulo‑1/288‑texto‑8>. Acesso em 26 nov. 2018.

I – De acordo com a autora, a palavra cenário não deve ser relacionada à palavra cena, mas à
palavra perspectiva.

II – Perspectiva, em uma visão filosófica – segundo o texto –, significa antecipação do futuro.

III – Filosoficamente falando, a ideia de cenário está ligada à antecipação e ao aprimoramento do


olhar sobre uma cena futura.

Está correto o que se afirma apenas em:

A) I, II e III.

B) I e II.

C) II e III.

D) I e III.

E) III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: a palavra cenário está ligada à palavra cena e à palavra perspectiva; segundo
a autora, mais a esta do que àquela. Não diz, no entanto, que o termo cenário não deva ser
relacionado ao termo cena.

II – Afirmativa correta.

Justificativa: perspectiva, em uma abordagem filosófica, representa uma antecipação do olhar.

165
Unidade IV

III – Afirmativa correta.

Justificativa: cenário é a concretização dessa antecipação.

Questão 2. Leia o conceito a seguir.

Técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre outra através da anulação de
uma cor padrão, como, por exemplo, o verde ou o azul. É uma técnica de processamento de imagens
cujo objetivo é eliminar o fundo de uma imagem para isolar as personagens ou objetos de interesse que,
posteriormente, são combinados com outra imagem de fundo.

Disponível em <http://proec.ufabc.edu.br/uab/index.php/aulaslpt/47‑r
pv/aulas‑producao‑de‑video/modulo‑1/288‑texto‑8>. Acesso em 26 nov. 2018 (com adaptações).

O conceito diz respeito a:

A) Iluminação.

B) Grafismo.

C) Áudio.

D) Chroma Key.

E) Posicionamento de câmera.

Resolução desta questão na plataforma.

166
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 7

ARGAN, G. C. Clássico, Anticlássico: o Renascimento de Brunelleschi a Brueguel. São Paulo: Companhia


das Letras, 1999. p. 288.

Figura 9

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 190.

Figura 10

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 51.

Figura 12

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 212.

Figura 13

RATTO, G. Antitratado de cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Editora Senac, 1999. p.87.

Figura 14

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 219.

Figura 16

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Edições Sesc – Senac, 2009. p. 257.

Figura 17

NEUMANN, D. org. Film Architecture: sets design from Metropolis t Blade Runner: Munich‑New Yorl:
Prestel, 1996. p. 50.

Figura 18

DROSTE, M. Bauhaus archiv: 1919‑1933. Berlin: Taschen. 1993. p. 102.


167
Figura 19

ARGAN, G. Walter Gropius e a Bauhaus. Lisboa: Editorial Presença, 1984. p. 103 e 105.

Figura 20

URSIC, G. U. Josef Svoboda: Scenographer. Union of the Theatres of Europe: Paris, [s.d.]. p.50.

Figura 21

URSIC, G. U. Josef Svoboda: Scenographer. Union of the Theatres of Europe: Paris, [s.d.]. p.95.

Figura 24

ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 599.

Figura 25

BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 588.

Figura 26

JODIDIO, P. Serpentine Gallery Pavillions. Germany: Taschen. [s.d.]. 2001. p. III. 9.

Figura 27

JODIDIO, Phipip. Serpentine Gallery Pavillions. Germany: Taschen. [s.d.]. 2001. p. X. 11.

Figura 36

GOUDET, Rafael, 2018.

Figura 37

GOUDET, Rafael, 2018.

Figura 41

GOUDET, Rafael, 2018.

Figura 46

VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 121.

168
Figura 48

VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 92.

Figura 51

GOUDET, Rafael, 2018.

Figura 52

VM+SD MAGAZINE. Visual Merchandising. ST Publications: Ohio, 1997. p. 42.

Figura 53

MAGRITTE, R. A sala de audição. 1952. Tinta a óleo. 45 cm x 54 cm.

Figura 54

CÉZANNE, P. O cesto de maçãs. 1895. Tinta a óleo. 65 cm x 80 cm.

Figura 55

VAN GOGH, V. Doze girassóis numa jarra. 1888. Óleo sobre tela. 91 x 72.

REFERÊNCIAS

Audiovisuais

ABSTRACT: The Art of Design. Tremolo Productions; RadicalMedia. Episódio 3: Es Devlin. Netflix, 2017.
43 minutos.

A CAVERNA dos sonhos esquecidos. Dir. Werner Herzog. EUA: IFC Films, 2013. 90 minutos.

CISNE Negro. Dir. Darren Aronofski, EUA: Cross Creek Pictures; Phoenix Pictures; Protozoa Pictures;
Dune Entertainment, 2011. 108 minutos.

ELEKTRA. Dir. Rob Bownan. Canadá; EUA: 20th Century Fox, 2005. 97 minutos.

O GLADIADOR. Dir. Ridley Scott. EUA: Scott Free Productions; Red Wagon Entertainment, 2000. 154 min.

A INVENÇÃO de Hugo Cabret. Dir. Martin Scorcese. EUA: GK Films, 2012. 126 minutos.

SEM destino. Dir. Dennis Hopper. EUA: 1969. 94 minutos.

169
O SHOW de Truman. Dir. Peter Weir. EUA: Paramount Pictures, 1998. 103 minutos.

VIAGEM à Lua. Dir. Georges Méliès; França. 1902.16 minutos.

VIAGEM à Lua. Dir. Georges Méliès; França. 1902.16 minutos.

Textuais

ARGAN, G. C. Walter Gropius e a Bauhaus. Lisboa: Editorial Presença, 1984.

___. Clássico, Anticlássico: o Renascimento de Brunelleschi a Brueguel. São Paulo: Companhia das
Letras, 1999.

___. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

BECKS‑MALORNY, U. Cézanne. Colônia: Taschen, 2001.

BENEVOLO, L. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2014.

BERTHOLD, M. História mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2001.

BLUR Building. Dsrny, [s.d.]. Disponível em: <https://dsrny.com/project/blur‑building?index=false&tags


=installation&section=projects>. Acesso em: 29 nov. 2018.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.503, de 23
de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Capítulo XIX – Dos crimes de trânsito.
Brasília, 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm>. Acesso em: 21
dez. 2018.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 12.546, de 14 de
dezembro de 2011. Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas
Exportadoras (Reintegra)... Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2011‑2014/2011/Lei/L12546.htm>. Acesso em: 21 dez. 2018.

CALVINO, I. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras,1990.

CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Tradução de Alexandre Salvaterra. 3.


ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

COHEN, D. R. Cenografia para além do teatro. 2007. 124 p. Dissertação (Mestrado em Estética e
História da Arte) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://livros01.
livrosgratis.com.br/cp026916.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.

170
CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DA BAHIA (CAU-BA). Bahia é destaque nacional em
arquitetura efêmera. [s.d.]. Disponível em: <http://www.cauba.gov.br/bahia‑e‑destaque‑nacional‑
em‑arquitetura‑efemera/>. Acesso em: 21 dez. 2018.

DEL NERO, C. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São
Paulo: Sesc; Senac, 2009.

DEMETRESCO, S. Vitrina: construção de encenações. São Paulo: Educ, 2001.

___. Vitrina e exposições: arte e técnica do visual merchansiding. São Paulo: Érica, 2014.

___. Vitrinas entre vistas: merchandising visual. São Paulo: Senac, 2004.

DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas e designers
de interiores. 2. ed. Tradução de Renate Schinke. São Paulo: Bookman, 2007.

DROSTE, M. Bauhaus archiv: 1919‑1933. Berlin: Taschen, 1993.

EBSTER, C. Design de loja e merchandising visual: criando um ambiente que convida a comprar. São
Paulo: Saraiva, 2013.

ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (ECAD). [s.d.]. Disponível em: <https://www.


abramus.org.br/musica/ecad/>. Acesso em: 18 dez. 2018.

FENTI, D. Sobe a cortina: J. C. Serroni fala sobre a arte e a vida. Diário da Região, 8 jun. 2014.
Disponível em: <https://www.diariodaregiao.com.br/cultura/j‑c‑serroni‑fala‑sobre‑a‑arte‑e‑a‑vi
da‑1.72963>. Acesso em: 18 dez. 2018.

GUIMARAENS, S. Leis da Gestalt ajudam na melhoria dos projetos de vitrinismo. MM da Moda, 24 ago.
2015. Disponível em: <http://www.mmdamoda.com.br/leis‑gestalt‑melhoram‑projetos‑vitrines/>.
Acesso em: 28 dez. 2018.

HAMBURGUER, V. I. O desenho do espaço cênico: da experiência vivencial à forma. 2014. Dissertação


(Mestrado em Artes) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde‑04022015‑161258/pt‑br.php>. Acesso em: 21 dez. 2018.

___. Arte em cena: direção de arte no cinema brasileiro. São Paulo: Sesc; Senac, 2014.

HARMONIA das cores ou esquemas de cores: círculo cromático. Amo Pintar, 2019. Disponível em:
<https://www.amopintar.com/harmonia‑das‑cores/>. Acesso em: 28 dez. 2018.

HOWARD, P. O que é cenografia? Tradução de Carlos Szlak. São Paulo: Sesc, 2009.

JODIDIO, P. Serpentine Gallery Pavillions. Germany: Taschen, 2011.


171
LODUCCA, C. Grandes criativos. Campinas: Papirus; 7 Mares, 2015.

MARTINS, J. C. et al. 100 termos básicos da cenografia: caixa cênica italiana. Rio de Janeiro: Funarte, 2009.

MEURIS, J. Magritte. Colônia: Taschen, 2007.

MONTANER, J. M. La modernidad superada: arquitectura, arte y pensamiento del siglo XX. Barcelona:
Editorial Gustavo Gilli, 1997.

MORGAN, T. Visual merchandising: vitrines e interiores comerciais. São Paulo: Gustavo Gili, 2011.

NEUMANN, D. (Org.). Film architecture: sets design from Metropolis and Blade Runner: Munich‑New
Yorl: Prestel, 1996.

NETTO, C. C. Desenho arquitetônico e design de interiores. São Paulo: Érica, 2014.

PAVIS, P. Dicionário de teatro. Tradução de Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 2008.

PERKONS. Capítulo XIX – dos crimes de trânsito. CTB digital, 2017. Disponível em: <http://www.
ctbdigital.com.br/artigo/art306>. Acesso em: 15 jan. 2019.

RAMOS, T. Desenhos que revolucionaram a cena teatral. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 180,
Vitruvius, maio 2015. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.180/
5548>. Acesso em: 21 dez. 2018.

RATTO, G. Antitratado de cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Senac, 1999.

RAYMUNDO, J. R. S. Teatro e software: entre processos de criação. 2010. Dissertação (Mestrado em


Artes Cênicas) – Unirio, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.repositorio‑bc.unirio.
br:8080/xmlui/bitstream/handle/unirio/11467/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20‑%20Jaqueline%20
Raymundo.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 21 dez. 2018.

SALOVAARA, S. The “One‑Point Perspective” in Stanley Kubrick’s work. 2019. Disponível em: <https://
filmmakermagazine.com/85083‑the‑one‑point‑perspective‑in‑stanley‑kubricks‑work/#.XCZTa1VKjIV>.
Acesso em: 28 dez. 2018.

SÃO PAULO (Estado). Desenho universal: habitação de interesse social. São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual‑desenho‑universal.pdf>. Acesso em: 21
dez. 2018>.

SCHIMIDT, F. Ronaldo Fraga transpõe sertão de Guimarães Rosa para passarela. Uol, 16 jul. 2006.
Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2006/07/16/ult26u21943.jhtm>. Acesso em:
28 dez. 2018

172
SÉRGIO, R. O espaço cênico das dionisíacas. Recanto das Letras, 2006. Disponível em: <https://www.
recantodasletras.com.br/teorialiteraria/183027>. Acesso em: 28 dez. 2018.

SERRONI, J. C. Glossário de cenografia. 2018. Disponível em: <https://www.tevepro.com/glossario‑de‑


cenografia>. Acesso em: 28 dez. 2018.

___. Cenografia brasileira: notas de um cenógrafo. São Paulo: Sesc, 2013.

SILVA, R. J. G. 100 termos básicos da cenografia: caixa cênica italiana. Rio de Janeiro: Funarte, 2009.

THOMAS, D. As artes da cena: um caminho (entrevista com Daniela Thomas). Sala Preta, v. 4, p.
173‑182, 28 nov. 2004. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2238‑3867.v4i0p173‑182>.
Acesso em: 21 dez. 2018.

URSSI, N. J. A linguagem cenográfica. 2006. 122 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade


de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/C%EAnica/
Pesquisa/a_linguagem_cenografica.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.

URSIC, G. U. Josef Svoboda: Scenographer. Paris: Union of the Theatres of Europe, [s.d.].

VM+SD MAGAZINE. Visual merchandising. Ohio: ST Publications, 1997.

WAGNER, R. Parsifal. 2013. Disponível em: <http://www.agrandeopera.com.br/wp-content/


uploads/2013/10/parsifal.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2019.

WALTHER, I. Vincent Van Gogh: 1853‑1890 – visão e realidade. Colônia: Taschen, 1990.

WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Tradução de Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2011.

ZOGBI, E. Para melhorar o produto loja e o vitrinismo. São Paulo: Atlas, 2013.

Site

<https://www.archigram.net/index.html>.

<http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/leiantifumo/index.html>.

173
ANEXO

TERMOS, EQUIPAMENTOS E ELEMENTOS DA CENOGRAFIA

Não pretendemos, obviamente, esgotar os termos da cenografia e da cenotécnica, no entanto,


muitos jargões e termos são usados exclusivamente nesse meio e alguns, ainda em uso, remontam
à Grécia Antiga e a suas tecnologias navais. É importante que essas tradições sejam registradas, pois
são patrimônios imateriais da cultura técnica da profissão. As ilustrações têm o objetivo de ajudar a
entender certos mecanismos e especificidades da cenografia, cenotécnica e da arquitetura teatral.

ABRAÇADEIRA: peça de metal de vários tamanhos, tipos e formas, servindo para conectar, fixar
elementos ou peças de equipamentos cenográficos.

ACÚSTICA: qualidade da propagação de som em uma sala de espetáculo.

ADERECISTA: profissional encarregado da organização dos adereços cênicos do espetáculo.


Confecciona bonecos e trabalhos em metal, isopor, tecidos, arames, gesso, entalhes em madeiras.

ADEREÇOS: indumentária, objetos que participam na composição de cenários.

AFINAÇÃO: ajuste da posição das varas ou peças da vestimenta cênica, nivelando alturas e distâncias.
Usa cordas ou cabos.

ALÇAPÃO: abertura escondida no chão do palco, por onde entram e saem os atores.

Figura 1 - Esquema de alçapão sob palco com sistema manual de corda vai‑e‑vem

174
AMARRAÇÃO: para fixar o cenário usa‑se pedaços de sarrafo, esquadros, mãos francesas, evitando
que balance.

Figura 2 - Ilustração de americana de cortina com carrinho (MARTINS, 2009, p. 16)

AMERICANA: treliça de madeira onde se apoiam cenários ou cortinas. Geralmente com largura em
torno de 30 cm e comprimento de uma vara, reforçada para suportar peças de maior peso.

APONTAR: colocação de um prego deixando aproximadamente 5 cm para fora para maior facilidade
no desmonte. Dizemos “deixar o prego apontado”.

ARARA: peça feita em madeira ou estrutura tubular com pés para suportar figurino no camarim.

ARENA: área circular central, onde se exibem os artistas. Palco no teatro grego. Picadeiro no circo,
onde se dá o espetáculo.

ARQUIBANCADA: assentos colocados sobre estrutura geralmente metálica em espaços de usos diversos.

175
ARQUIBANCADA RETRÁTIL: assentos e encostos dobráveis, fixados em estruturas telescópicas.
Utilizada em teatro black‑box ou salas multiusos.

ARQUITETURA CÊNICA: é toda arquitetura que se relaciona mais diretamente com o espetáculo,
sua estruturação e organização espacial, iluminação palco e plateia.

ASSOALHO: o piso do palco. Deve ser em madeira pela facilidade de implantação do cenário, som e
ter boa estabilidade para os atores. A madeira deve ter encaixe macho‑fêmea.

AUDITÓRIO: local projetado para atender a realização de conferência ou eventos que não envolvam
equipamentos cênicos. Contém equipamentos de som e luz para necessidades específicas.

BALCÕES: locais com assentos para o público localizados acima da plateia. São geralmente dispostos
no fundo da sala, podem avançar pelas paredes laterais até a boca de cena, fazem‑se necessários em
teatros tipo ferradura.

BAMBOLINA: faixa de pano, normalmente preta, que serve para dar o acabamento no entorno
e/ou parte superior do palco, tornando invisíveis para a plateia as varas de luz e outros equipamentos.
A bambolina pode ser confeccionada em tecido ou ainda em forma de trainel.

Figura 3 - Ilustração de uma bambolina de tecido

BANDEIRA: conjunto de quatro placas metálicas com inclinações reguláveis fixadas em alguns tipos
de refletores para direcionamento e foco variável da luz.

BIFE: gíria teatral que significa uma fala importante, mais longa dentro de um diálogo em cena. Um
bife é uma boa oportunidade de atuação para o ator.

176
BLACK‑OUT: completo escurecimento do palco, para troca de cena, de atmosfera ou de atores.

BASTIDOR: armação de madeira, forrada de tecido, geralmente situada nas partes laterais do palco
para junto com as bambolinas formar um conjunto que define as coxias. Pode compor o fundo ou as
paredes de cenários.

BILHETERIA: local do teatro onde se vendem ou reservam ingressos para o espetáculo.

BOCA DE CENA: espaço visual da cena. É o recorte da parede frontal do palco, pode ser controlada
por reguladores horizontais e verticais.

BIOMBO: dois ou mais painéis unidos de forma angulada para esconder ou guardar objetos de cena
ou atores.

BONECO: figura usada em teatro como adereço cênico. Confeccionado em madeira, louça,
trapo ou, papel machê para imitar uma pessoa. Termo usado também para modelo gráfico de um
programa ou cartaz.

CABINE DE CONTROLE: sala onde são instalados os equipamentos para controle dos sistemas
de iluminação cênica e sonorização, geralmente situadas nos fundos das salas.

CAIXA CÊNICA: a caixa onde se situam as estruturas do palco e os maquinismos cênicos de


forma volumétrica.

CAMAREIRA: pessoa encarregada de cuidar das peças de roupas dos atores, providenciando sua
limpeza e lavagem. Auxilia tanto atores como figurantes a vestirem‑nas, organiza o guarda‑roupa e
cuida da sua embalagem em caso de viagem.

CAMARIM: local da caixa dos teatros onde os atores descansam, vestem os figurinos e se maquiam.

CANHÃO: refletor potente; se for do tipo seguidor, é utilizado para acompanhar o movimento dos
atores e bailarinos.

CARPINTEIRO TEATRAL: profissional que produz peças cenográficas de madeira: portas, janelas,
mobílias etc., projetados pelo cenógrafo.

CENÁRIO: espaço onde decorre a ação dramática, cena e dispositivos cênicos.

CENÁRIO DE GABINETE: são cenários realistas e reproduzem, por exemplo, um interior de casa
ou apartamento.

CENOGRAFIA: estudo, criação, projeto e execução de cenários para espetáculos de teatro, de cinema,
de televisão, de shows etc.

177
CENÓGRAFO: aquele que cria, projeta e orienta a montagem do projeto cenográfico.

CENOTÉCNICO: técnico que executa e faz funcionar cenários e dispositivos cênicos.

CICLORAMA: grande tela semicircular, geralmente em cor clara, situada no fundo da cena para
simular fundo infinito.

“COMER GATO”: termo usado para apontar que o pintor esqueceu de pintar algumas partes do cenário.

CONTRAPESO: no teatro, utilizado para aliviar o peso e facilitar subidas e descidas das varas que
sustentam cenários, cortinas, pernas ou bambolinas.

Figura 4 - Dois esquemas de contrapeso para varas

CONTRA‑REGRA: pessoa que tem como função cuidar dos cenários e objetos de cena, apontar as
entradas e saídas dos atores, dirigir as movimentações dos maquinários cênicos, distribuir horários e
informações.

CORDA VAI‑E‑VEM: corda ligada ao sistema de polias que permite abrir/fechar, subir/descer
elementos de cena.

178
Figura 5 - Esquema de cordas e polias da corda vai‑e‑vem

CORTINA: peça feita em tecido ou material sintético, que ampara o palco. Chamada de pano de
boca, pode subir e descer ou abrir e fechar lateralmente.

CORTINA ALEMÃ: cortina inteiriça, fixada na parte superior a uma barra horizontal e que sobe para
abrir a cena.

CORTINA A POLICHILENO: cortina teatral, inteiriça, com um tubo inferior e que se abre ao ser içada
por duas cordas que a enrolam de baixo para cima.

CORTINA CORTA-FOGO: cortina produzida em tecido antichamas para proteção contra incêndios,
podendo também ser, em alguns casos, uma porta corta-fogo, produzida em material rígido para o
mesmo fim.

CORTINA DE BOCA: cortina usada na boca de cena que se movimenta nos sentidos laterais, fechando
ou abrindo nas mudanças de atos, encerramentos ou aberturas das sessões.

CORTINA DE MANOBRA e CORTINA RÁPIDA: cortinas leves, situadas atrás do pano de boca e que
são usadas para fechamentos rápidos para troca de cena.

179
Figura 6 - Cortina de manobra e Lambrequim

CORTINA VENEZIANA: possui plissado (pregas) no sentido vertical; seu pano inteiriço fica suspenso,
criando gomos de acordo com o plissado.

COXIA: espaços de serviço e circulação localizados nas laterais e fundo do palco, não visíveis ao público.
Na coxia, os atores aguardam para entrar em cena e a cenografia é posicionada para mudanças de cena.

CHROMA KEY: essa técnica consiste em selecionar nos frames gravados uma única cor sólida para
que seja anulada e recortada da imagem gravada. Após o recorte, é possível preencher o espaço com
outra imagem estática ou animada. As cores recomendadas são as do sistema RGB, ou seja, o azul, o
verde ou o vermelho.

CUTELO: um sarrafo de cutelo é estruturado de pé, no sentido da sua grossura. O sarrafo pode ser
utilizado deitado ou de cutelo. Dizemos também que o sarrafo foi colocado “de topo”.

DIGITAL BACKLOTS: técnica para efeitos audiovisuais que permite a inclusão de qualquer elemento
em cena, virtualmente. É montado um estúdio equipado com um conjunto de câmeras de alta resolução,
fundos infinitos e um parque de iluminação capaz de emular a mesma qualidade de luz do cenário
virtual ao cenário físico. A aposta está no acervo de imagens em altíssima resolução e no parque de
equipamentos utilizados.

DIMMERS: equipamento de iluminação cênica que possibilita o controle da intensidade de


funcionamento dos refletores e seu acender e apagar, comandados por uma mesa de iluminação cênica.

DISCO GIRATÓRIO: trecho de piso em forma de disco apoiado sobre o palco ou embutido nele
(quando então é chamado de palco giratório). Pode constituir‑se de um único, grande, ou de dois ou
três menores, próprio para espetáculos com várias mudanças de cena.
180
DOCUDRAMA: termo para designar um gênero televisivo situado entre a ficção e o documentário,
utilizando o recurso da atuação dramática para reconstituir uma história verídica.

ELEVADORES: divisões do piso do palco para cima e para baixo. Podem ocupar todo o palco ou
apenas parte dele. O controle pode ser manual, elétrico, hidráulico etc. Existem elevadores que, além de
subir e descer, possibilitam inclinação e montagem de rampas. Próprio dos palcos dos grandes teatros.

ENSAIO CORRIDO: ensaio completo, com técnica e atores, no qual a peça é repassada integralmente
para conferência final de todos os detalhes técnicos.

ENSAIO TÉCNICO: ensaio para marcação da luz, som e cenografia, computando os tempos de trocas
de cena e corrigindo possíveis discrepâncias.

ESPAÇO CÊNICO: espaço onde se dá a cena. Coincide com o palco, em espaços alternativos pode
chegar a abranger toda a sala.

ESQUADRO: igual à mão francesa; artefato em madeira ou metal que serve para estabilizar
tapadeiras, em forma de L, parafusado ou colado.

FIGURINISTA: pessoa que cria e orienta confecção dos trajes para um espetáculo em geral.

FIGURINO: vestimenta pela qual os atores caracterizam seus personagens de acordo com sua
natureza, a época e o local da ação. Traje de cena.

FORRO ACÚSTICO: nos teatros, os forros devem ser feitos de material próprio para absorção e
reflexão de sons, calculados para um bom rendimento acústico.

FOSSO DE PALCO: espaço localizado sob o palco, dando acesso por meio de alçapões, ali são
instalados elevadores, escadas e outros equipamentos para efeitos de saída ou aparição em cena.

FOSSO DE ORQUESTRA: espaço onde se instala a orquestra, abaixo e à frente do palco.

FOYER: saguão adjacente à sala de espetáculos, para a reunião do público antes, depois ou nos
intervalos do espetáculo.

FRAME: é um termo utilizado no audiovisual, de origem inglesa, que significa quadro ou fotograma.
É uma unidade de medida que contabiliza o número de imagens por segundo que um dispositivo
eletrônico capta.

FRESNEL: são lentes finas de grande abertura e curta distância focal, que permitem, por seu desenho,
a passagem de mais luz que outras lentes.

FUGA: local destinado às saídas de cena dos atores, muitas vezes através de rampas e escadas não
visíveis pelo público.
181
FUMAÇA: utiliza‑se fumaça produzida a partir de produtos químicos inodoros, não tóxicos ou
prejudiciais às pessoas. Geralmente é produzida por máquinas específicas para esse fim, chamadas de
máquinas de fumaça.

FUNDINHO: tela pintada para cobrir lacunas de janelas, portas e fundos de balcões e balaustradas.
Geralmente retratam paisagens.

FUNDO INFINITO: é um plano de fundo que serve para cenas nas quais o horizonte não aparece.
Muito usado em estúdios de fotografia, cinematográficos e de televisão.

FUNDO NEUTRO: sinônimo de ciclorama, muito comum em estúdios de televisão e de fotografia.


Normalmente possui uma cor única: branca, cinza ou, eventualmente, preta.

GALERIA: assentos contínuos para os espectadores localizados acima dos balcões. Acompanha as
paredes laterais e o fundo da sala de espetáculos.

GALHARUFA: espécie de trote ou brincadeira comum no meio teatral, na qual os atores fazem troça
dos iniciantes.

GAMBIARRA: termo utilizado para designar instalações improvisadas de cenotécnica ou iluminação


cênica. Também pode ser um termo referente à arrumação de luzes em calha, colocada sobre a ribalta
ou sobre a plateia.

Figura 7 - Ilustração de gambiarra (eletricidade/iluminação cênica)

GANCHOS: usados nos cenários para pendurarem elementos cênicos, cordas, roupas etc.
182
GARRA: peças de formato variados para fixação de refletores e outros equipamentos às varas de
cenografia e iluminação cênica.

GELATINA: lâmina de material transparente, poliéster ou policarbonato, colocada em frente aos


refletores para colorir, corrigir ou filtrar luzes. É feita de material resistente ao calor dos refletores.
Antigamente, quando não havia tecnologia, era feita de gelatina de tutano de animais.

GOBO: disco em metal ou vidro utilizado para a projeção de efeitos luminosos, de logomarcas ou
grafismos, utilizados para mascaramento do feixe de luz. Os gobos de vidro podem ser coloridos.

GRAMPO: utilizado em teatro para fixação de tecidos, papéis e emborrachados em painéis, sarrafos
e tapadeiras. Utiliza‑se para isso um grampeador especial.

GUINCHO: máquina que contém um ou mais tambores presos a um eixo horizontal. Pode
se movimentar manualmente ou através de energia elétrica, servindo para movimentar varas e
outros equipamentos.

ILHÓS: orifícios geralmente guarnecidos de aro metálico por onde se passa uma fita ou cordão.
Utilizados na confecção de figurinos e, em cenotécnica, para a passagem dos cadarços de amarração de
telões, cortinas e outras peças de vestimenta cênica.

ILUMINADOR: o iluminador cria efeitos de luz, próprios e necessários à atmosfera do espetáculo,


determina as cores, intensidades, afinação e sequência de acendimento dos refletores, além de geralmente
programar a mesa de controle. O iluminador cria, o eletricista, diferentemente, é quem monta.

ILUMINAÇÃO CÊNICA: conjunto de equipamentos e técnicas que compõem o sistema de iluminação


de uma sala de espetáculos, composta por varas, tomadas, refletores, equipamentos de comando etc.

LAMBREQUIM: uma espécie de acabamento na cortina da boca‑de‑cena. Geralmente franzida e


colocada na parte superior à frente do pano de boca. Pode ser trabalhada ou lisa.

LEVADIÇO: elemento cênico que pode ser levantado e baixado em cena por meio das manobras.

LINÓLEO: tapete de borracha especial colocado como forração do piso do palco, com função de
proteção e/ou acabamento acústico, também utilizado para amortecer o impacto dos movimentos,
geralmente utilizado em espetáculos de dança.

LUZ ALTA: iluminação proveniente de refletores instalados sobre a cena. Geralmente o efeito é de
uma luz mais geral, sem recortes ou diferentes intensidades.

LUZ ATENUANTE: tipo de iluminação que auxilia no design luminotécnico da cena por eliminar e
corrigir sombras indesejáveis geradas pela luz‑chave (descrita a seguir).

LUZ A PINO: a iluminação a pino emula a luz do sol em seu ponto mais alto, do meio‑dia.
183
LUZ BÁSICA: luz difusa e uniforme, ajustada de maneira a não produzir sombras.

LUZ-CHAVE: luz que incide diretamente sobre pessoa ou objeto, produzindo sombra e evidenciando
a posição das fontes de luz e dos refletores.

LUZ DE CHÃO: iluminação resultante de refletores posicionados em média e baixa altura nas laterais
do palco, em direção ao chão. É um efeito muito usado em espetáculos de dança por valorizar os pés.

LUZ CRUZADA ou CROSS‑LIGHT: feixes de luz posicionados em diagonal e à frente da pessoa


ou objeto.

LUZ ESTROBOSCÓPICA: essa luz especial acende e apaga em vibração constante e rápida, produzindo
um efeito especial de movimento.

LUZ LATERAL: luz proveniente das coxias.

LUZ ZENITAL: luz resultante de refletores posicionados no alto do palco, iluminando do alto para
baixo. Também chamada top‑light.

LUZ DE SERVIÇO: iluminação usada quando se está montando um cenário ou trabalhando no palco
fora do horário de espetáculo.

MACACO DE ROSCA: elemento usado para sustentar plataformas e o piso do palco, utilizado para
regulagem de altura das quarteladas e para permitir a abertura do fosso.

MACHO E FÊMEA: tipo de união de peças de madeira. Os pisos de palco devem ser construídos
utilizando esse sistema.

MALAGUETA: pequenas varas de madeira ou de ferro chanfrado nas pontas, dispostas em série
contínua nas traves da varanda, nas quais se amarram as cordas que sustentam os cenários do urdimento.

MANOBRA: conjunto de no mínimo três cordas ou cabos de aço, que pendem do urdimento, onde
se fixam as varas de cenário.

MÃO FRANCESA: peça triangular, de madeira ou metal, usada para sustentação de elementos
cenográficos ou cenotécnicos.

184
Figura 8 - Ilustração de mão francesa de madeira

MAQUETE: em teatro, é um modelo de cenário em uma escala reduzida. Muito útil para a visualização
do projeto e para as marcações que serão feitas pelo diretor.

MAQUIADOR: pessoa que faz o trabalho de caracterização na maioria das vezes facial dos
personagens de um espetáculo teatral.

MAQUINARIA: maquinismos e suas estruturas cênicas de palco de teatro. Varas manuais, elétricas,
elevadores, alçapões, quarteladas, manobras, pontes etc.

MAQUINISTA: profissional encarregado da manipulação dos maquinários de um teatro, monta cenários.

MAQUINISTA DE VARANDA: pessoa encarregada do controle das manobras e demais equipamentos


do urdimento.

MÁSCARAS: estilizadas ou não, emulam o rosto humano ou animal; são esculpidas em argila,
cortiça, isopor, massas diversas etc., guarnecidas de texturas, cores. São a expressão fisionômica do ator,
refletindo o estado emocional do personagem que ele interpreta.

MOITÃO: equipamento de metal dentro da qual há uma roldana e uma catraca, por onde passam
cordas ou correntes. Servem para elevar e baixar peças pesadas com menor esforço através do trabalho
de polias.

185
Figura 9 - Ilustração de moitão

MOLINETE: peça de uso manual com caixa, base, gorne, eixo e manivela. Utilizado para movimentar
varas de luz, cortinas, palcos, elementos giratórios etc.

MONTA‑CARGAS: tipo de elevador usado na construção civil, grande e aberto. Serve para levar
cenário e grandes máquinas do subsolo ao palco.

MOODBOARD: o mesmo que painel semântico, é uma ferramenta gráfica muito usada por designers
de todas as áreas de atuação para organizar e traduzir visualmente uma ideia, definir um estilo.

NÓ: no teatro há nós fixos e nós que saem com apenas um puxão.

PALCO: é o espaço destinado às representações, em geral são tablados de madeira fixos, giratórios
ou transportáveis. Os palcos assumem as mais variadas formas e localizações em função da plateia, que
pode situar‑se à frente dele ou circundá‑lo por dois ou mais lados.

PALCO ELISABETANO: feito de madeira, com aproximadamente 12 m de largura e 8 m de


profundidade, com duas colunas frontais e duas portas laterais. Poderia haver uma galeria para músicos
e portas nos fundos.

186
Figura 10 - Palco elisabetano baseado na forma do Globe Theater, em Londres, construído para a companhia de Shakespeare

PALCO GIRATÓRIO: palco dotado de piso giratório promovendo mudanças rápidas de cenários.

PALCO ITALIANO: possui formato retangular com a caixa aberta na parte anterior, situado
frontalmente em relação à plateia, provido de moldura (boca‑de‑cena) e, geralmente, de bastidores
laterais, bambolinas e cortina ou pano‑de‑boca. É o mais utilizado no Brasil.

PANO‑DE‑BOCA: tecido movimentado no sentido vertical, logo atrás da boca‑de‑cena, usado entre
os atos de uma peça.

PANO‑DE‑FUNDO: diversos telões ou cortinas que encerram o fundo o cenário.

PASSARELA: em teatro, são pontes de estrutura metálica posicionadas próximas do forro da plateia,
para acesso de equipamentos e varas de iluminação (manutenção e afinação de refletores).

PASSARELA DE SERVIÇO: situada na parede de fundo do palco, entre as coxias, serve à circulação
de maquinistas na função.

PERNA: bastidor que não é estruturado. Trata‑se de um pano solto, desde acima da boca de cena até
o chão, serve de demarcação lateral do espaço cênico, evita vazamentos de cena. Serve também para
regular a abertura de boca do palco.
187
PERSPECTIVA: técnica de representação tridimensional, utilizada em locais planos, para dar ilusão
de forma, profundidade e espessura próximos da visão real.

PESO: objeto feito de vários materiais como ferro, pedra ou areia, usado para fazer fixação ou
contrapeso dos cenários ou parte deles quando amarrado na ponta da corda que sobe para a roldana no
urdimento, também no pé do esquadro, para firmá‑lo.

PINTURA: cobertura com tinta dos cenários ou elementos de cena nas mais variadas cores e texturas,
também chamada pintura de liso.

PINTURA DE ARTE: é o tratamento da superfície, serve para criar a atmosfera do cenário, também
é produção de quadros, filetes. O pintor de telão é considerado um pintor de arte.

PLANTA DO PALCO: planta onde o diretor e o cenógrafo marcam o movimento dos atores e simulam
a linha de visão dos expectadores e possíveis posições que seriam prejudicadas.

PLATEIA: local reservado para os espectadores, a partir do palco, de preferência inclinados para dar
boa visibilidade.

POLIA: tipo de roldana utilizada para guiar os cabos de suspensão de uma vara (de luz ou cenografia)
e outros equipamentos cenotécnicos. Existem vários tipos de polias, como polia de base, polia de cabeça,
polia de urdimento etc.

Figura 11 - Ilustração de polias de acordo com o sentido do deslocamento: vertical ou horizontal

PONTE: passarela localizada no interior do palco, dividindo a caixa cênica no sentido paralelo à boca
de cena.

PORÃO: espaço situado abaixo do palco, com um ou mais níveis, para movimentação de maquinaria
cênica ou como recurso cenográfico.
188
PRATICÁVEL: estrutura usualmente em madeira revestida ou pintada com tampo firme, usada nas
composições dos níveis dos cenários onde se faz uma apresentação. É construído em diversas dimensões
e formatos, normalmente modulado, para facilitar as composições, e pode conter pequenas rodas.

PROSCÊNIO: parte do palco que avança além da boca de cena, normalmente em curva, que se
projeta para a plateia, delimitando o fosso da orquestra ou cobrindo‑o.

QUARTELADA: pranchões que formam piso do palco e podem ser removidos manual ou
mecanicamente. Em geral, medem 2 m x 1 m e sua colocação no palco é feita com a face maior paralela
à boca‑de‑cena.

QUEIJO: qualquer praticável de forma circular.

RAMPA: praticável em desnível.

REFLETORES: equipamento que reflete facho de luz com abertura regulável promovido pelo
deslocamento anteroposterior da lâmpada.

REGULADOR HORIZONTAL: reguladores rígidos para boca de cena no sentido de sua altura. O
movimento de subir e descer é feito através de cabos de aço, definindo a altura da boca de cena.

REGULADORES VERTICAIS: são dois bastidores móveis, geralmente correndo em trilhos, logo atrás
da boca de cena. A movimentação lateral dos bastidores define a largura da boca de cena.

RIBALTA: renque de lâmpadas instaladas no chão do proscênio, dispostas em rebaixo oculto para o
público por meio de anteparo. As luzes da ribalta devem ser corrigidas pela iluminação cênica, pois só
iluminam os atores por baixo.

RODA LOUCA ou MALUCA: rodízio que gira em torno do seu eixo. Utilizada em praticáveis e
elementos cênicos, permitindo mudança de direção para quaisquer lados.

ROLDANA: polia de metal para deslize de cabos de aço.

ROTUNDA: peça usada no fundo de palco, geralmente em flanela veludo ou feltro com caimento
reto para delimitar a profundidade do espaço cênico.

SACO DE AREIA OU PEDRA: bolsa de tecido recheada de areia, concreto ou pedra servindo
como contrapeso.

SAIA: arremate de algumas cortinas, carros ou praticáveis em tecido. Às vezes utiliza‑se tecido grampeado.

SAPATA: suporte de base para instalação de elementos verticais.

189
SARGENTO: ferramentas usadas para fixar peças de forma rígida e segura durante a colagem,
montagem e marcação da madeira. Na cenografia, os sargentos são usados para fixar cenários e
refletores. Seus grampos impedem que biombos, por exemplo, se separem ou se movimentem.

Figura 12 - Ilustração de sargento tipo C

SARRAFO: pedaço de madeira comprido de seção retangular, muito utilizado pelos cenotécnicos na
construção de vários elementos cênicos, como mão francesa, tapadeiras, painéis, praticáveis, escoras e
emendas de madeiras.

SERRALHERIA: oficina para trabalhos em ferro, primordial na execução de projetos cenográficos.

SITCOM: abreviatura da expressão anglicana situation comedy. Esse formato televisivo e cômico
é geralmente gravado com plateia ao vivo. Trata de personagens tipo comum encenando histórias
corriqueiras, como reuniões de amigos ou o dia a dia no ambiente de trabalho.

TABLADO: chapas de compensado muito utilizadas em espécie de palco improvisado, criando uma
estrutura de apoio.

TAPADEIRA: painéis rígidos, usados para composições de cenografia.

TAPETE: colocado sobre o piso para absorver ruídos no palco cenográfico.

TELÃO: grande painel de tecido pintado, com pintura realista, ou não, utilizado no fundo do palco.

TRAINEL: uma espécie de tapadeira, sempre armado com tecido ou lona esticada e pintada. Há
trainel liso, trainel fixo, trainel com rodinhas, trainéis de proteção etc.

TRAMBOLHO: lastro preso à ponta de uma manobra (conjunto de três cordas) sustentando vara ou
cenário que não esteja em uso, de modo que propicie sua descida rapidamente.

TRAQUITANA: refere‑se aos truques feitos e idealizados por cenógrafos e aderecistas.

TRANSPARÊNCIA: tela transparente usada no palco para cobrir, total ou parcialmente, um plano vertical.
190
TRAVAMENTO: maneira de que os cenotécnicos lançam mão para fixar e tornar rígidos os cenários,
impossibilitando sua movimentação.

TRAVE: pedaço de madeira utilizado na sustentação ou reforço de uma estrutura de cenografia.

TRAVESSÃO: sarrafo de madeira utilizado para unir painéis entre si.

TRÊS TABELAS: caixas de madeira bastante resistentes compostas por três medidas diferentes, podendo
ser utilizadas como apoio para câmeras e outros equipamentos, bem como bancos ou escadas baixas.

Figura 13

TRILHO: tipo de perfil em forma de U, no qual correm rodízios ou carrinhos, os trilhos são muito
utilizados no deslocamento das vestimentas cênicas.

Figura 14 - Ilustração de dois tipos de trilho com carrinho

URDIMENTO: esqueleto em forma de grelha, de madeira ou ferro, situado no teto do palco, para
permitir o funcionamento de máquinas e dispositivos cênicos.

191
Figura 15

VARA: de madeira ou cano longitudinal suspenso no urdimento, servindo para fixação de elementos
cenográficos, equipamentos de luz e vestimentas cênicas. Sua movimentação pode ser manual ou
elétrica em conjunto com contrapesos.

VARANDA: uma passarela, que contorna todo o urdimento, por onde circulam os cenotécnicos. Na
varanda, amarram‑se as cordas, controlam‑se os contrapesos, os efeitos cênicos etc.

VARANDA DE MANOBRA: lugar onde se situam os freios, a barra de afinação e a barra de malaguetas.
A varanda é utilizada pelos maquinista para operação das varas.

Figura 16 - Barra de afinação, localizada nas varandas de manobra

VÉU: tecido de filó ou gaze utilizada para dar efeito leve, de sonho e irrealidade ao cenário.

192
193
194
195
196
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar