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MÓDULO:
SIMULAÇÃO
PEDAGÓGICA FINAL
Introdução.....................................................................................................................................................................4
Capitulo I- Informações Gerais......................................................................................................................................6
1.1. Objetivos Gerais.........................................................................................................................................6
1.2. Objetivos Específicos..................................................................................................................................6
1.3. Resumo Conteúdos Programáticos............................................................................................................7
Capitulo II – Desenvolvimento.......................................................................................................................................8
2.1. A autoscopia/simulação.....................................................................................................................................8
2.1.1. Finalidades..................................................................................................................................................9
2.3.2. Desenvolvimento......................................................................................................................................15
2.3.3. Avaliação...................................................................................................................................................15
2.3.4. Visionamento............................................................................................................................................15
2.3.5. Análise......................................................................................................................................................16
Conclusão.................................................................................................................................................................... 21
Referências Bibliográficas……………………………………………………………………………………………………………………………………22
As simulações pedagógicas finais são também comumente conhecidas por “autoscopias”. A palavra
“autoscopia” é composta pelos termos “auto” e “scopia”. O primeiro significa uma ação realizada pelo
próprio sujeito e o segundo refere-se a escopo (do grego “skoppós” e do latim “scopu”) que quer dizer
objetivo, finalidade, meta, alvo ou mira. A ideia de autoscopia diz respeito a uma ação do próprio se
objectiva, na qual o “eu” se analisa em torno de uma finalidade. A autoscopia ou simulação é uma
técnica de formação, que recorre à videogravação da ações de um ou mais formandos, com posterior
visualização, análise e comentário construtivo.
No curso Formação Pedagógica Inicial de Formadores, existem dois módulos específicos e centrados na
realização de simulações/autoscopias – M2 Simulação Pedagógica Inicial; M9 Simulação Pedagógica
Final. Enquanto que a primeira tem um carácter diagnóstico, a final é sumativa e pretende-se que o
formando evolua entre a realização das mesmas de acordo com os saberes adquiridos ao longo do
curso.
As inovações tecnológicas acontecidas nas últimas três décadas, modificaram profunda e decisivamente
os nossos hábitos e a nossa vida. E, uma delas, o vídeo, revolucionou os sistemas de ensino e de
formação profissional. O filme e o diapositivo estiveram sempre ao serviço da formação profissional,
mas foi na formação de formadores que o aparecimento do vídeo provocou mudanças de vulto.
Anteriormente a formação de formadores utilizava a técnica de simulação de sessões (lições) pelo
formando perante os colegas em formação e sob a supervisão de um pedagogo-formador . A
apreciação final da intervenção assentava, então, na memória e nos “flash-back” dos participantes.
O processo tornava-se frequentemente penoso, quer para o formando que simulava a sessão, quer
para o formador. Quantas vezes as partes intervenientes sentiam uma profunda frustração causada
pela impossibilidade de rever/reviver as situações de análise. Em 1956 apareceu o videogravador,
aparelho que “armazena” ao mesmo tempo a imagem e o som, e que, um monitor/televisor permite ver
e ouvir instantaneamente ou “à posteriori”. Se, no início, pesava algumas toneladas e media 4 metros,
com o evoluir da técnica tornou-se num instrumento portátil, compacto, que podemos utilizar no
interior e no exterior. Cumpria-se o sonhos dos psicólogos: irmos à janela para nos vermos passar na
rua!
Na formação/interação de grupos:
Nos jogos de empresa, em experiência de dinâmica de grupos, no “role-playing ”.
Na formação do Saber-Fazer:
Na aprendizagem das técnicas desportivas, profissionais, gestuais.
Na formação de formadores:
Na formação de professores, de instrutores, de monitores e de animadores. Em suma, qual é hoje o
setor de actividade que não utiliza o video?
Apresentamos os objectivos e conteúdos de ambos os módulos, sendo que alguns são específicos do
M9, apenas, estando identificado como tal.
Executar a simulação pedagógica inicial, avaliar e comentar a mesma, tanto a própria como a
dos colegas;
Executar a simulação pedagógica final, com base nos saberes adquiridos ao longo do curso,
avaliar e comentar a mesma, tanto a própria como a dos colegas;
2.1. A Autoscopia/Simulação
No contexto da Formação Profissional, a autoscopia realizada para formação dos formadores baseia-se,
em geral, ma simulação de sessões. Assim, cada “formador -em- formação” simula uma sessão,
desempenhando os colegas do grupo o “papel” de formandos. A sequência dos trabalhos, as regras
estabelecidas, os critérios de análise resultam de um diálogo entre o animador e o grupo de
“formadores em formação”. Variando por vezes na ordem das operações, o esquema seguido para a
autoscopia assenta, globalmente, nas seguintes fases:
Na simulação pedagógica inicial a ideia base é proporcionar ao formando a realização de uma sessão de
formação registada em vídeo. O seu desempenho é depois analisado pelo próprio e pelos restantes
formandos que analisam e criticam e conjunto o seu desempenho.
A auto-observação, juntamento com as avaliações do grupo permitem ao próprio formando uma auto-
avaliação mais consistente e a consciencialização dos aspectos a melhorar.
A simulação inicial não pressupõe grandes estruturação. No entanto, para avaliar objectivamente o
desempenho, é necessário que:
Definir o tema da sessão, que deve ser simples para que o trabalho se centre,
preferencialmente, na forma de condução da sessão, relegando para segundo plano o
conteúdo.
Definir a duração da sessão que deve ser curta (5 a 8 minutos). A sessão deve, no entanto,
compreender todas as etapas necessárias para a consecução dos objetivos visados, isto é, deve
permitir a aprendizagem do tema por formandos com perfil previamente estabelecido.
Promover interacção com os formandos, através da comunicação verbal e não verbal (gesto,
olhar, postura, deslocação pela sala);
Nesta etapa é necessário rever as gravações das simulações promovendo um debate de grupo onde a
análise e autoanálise dos comportamentos pedagógicos observados sirva de base para o formador, em
conjunto com o formando, e as opiniões do restante grupo, criem quadros das competências
demonstradas e das competências a adquirir. O formador tem como suporte as fichas de avaliação das
aprendizagens e deverá ainda, com este debate, elaborar projetos de melhoria individuais para cada
formando que servirão para acompanhamento da progressão das aprendizagens e para contraponto na
Simulação Pedagógica Final.
NOME
N.º DE
IDENTIFICAÇÃO DA
AÇÃO DE FORMAÇÃO
DATA
11
FORMADOR
DOMÍNIO DO ASSUNTO
FACILITAÇÃO DA ESTRUTURAÇÃO DO
CONTEÚDO
RECURSOS DIDÁTICOS
GESTÃO DO TEMPO
CRIATIVIDADE PEDAGÓGICA
A simulação pedagógica final ocorre no final do curso Formação Pedagógica Inicial de Formadores, e
portanto, pretende-se que o formando demonstre os seus saberes pedagógicos adquiridos ao longo do
curso. Deve nesta fase ter também presente a simulação inicial de modo a que promova a correcção de 12
desempenhos menos favoráveis em termos pedagógicos.
Esta simulação deverá ter uma duração entre 10 a 15 minutos e deverá ser um excerto do Projeto de
Intervenção Pedagógica, planeado e desenvolvido ao longo do curso. O tema da simulação deve
obrigatoriamente ser de acordo com a área de intervenção do futuro formador.
A simulação pedagógica final deve ser cuidadosamente preparada, de modo a que atinja um bom
desempenho.
Antes da sessão:
Preparar todo o material necessário
Seleccionar os métodos, técnicas, recursos/equipamentos
Durante a sessão:
Lembrar os pontos-chave e sua sequência
Após a sessão
Comparar o que estava planeado com o que foi concretizado
Reflectir sobre eventuais melhorias/medidas corretivas para futuras sessões
Na preparação da simulação pedagógica final há aspectos fundamentais que não deve descurar:
A escolha do tema;
A definição de objectivos gerais e específicos – os objectivos devem ser
definidos de forma precisa em termos de comportamentos observáveis;
A definição de pré-requisitos – é fundamental analisar os
conhecimentos anteriores dos formandos (ou defini-los em termos
de competências de entrada) para ser possível alcançar, com
êxito, os objectivos previstos para a sessão;
A definição de estratégia pedagógica – depois de definidos os
objectivos é fundamental em como fará para que os mesmos sejam cumpridos, ou seja, que
metodologias e técnicas pedagógicas irá utilizar e que melhor se adaptem aos conteúdos,
características do público-alvo e aos próprios objectivos que definiu. É igualmente fundamental
13
que pense na motivação do grupo. Para tal deve clarificar os objectivos, realçar a sua aplicação
futura, estruturar o ensino/aprendizagem nos conhecimentos anteriores do grupo e
proporcionar aos formandos momentos de auto-aprendizagem;
A definição de actividades pedagógicas – não deve esquecer a descrição das actividades
pedagógicas que levarão o formando a atingir os objectivos;
A seleção dos recursos – no plano de sessão deverão estar referidos todos os recursos sejam
materiais, documentos e/ou equipamentos a utilizar em sala e a fornecer ao grupo. Os recursos
devem ser concebidos/preparados e testados antes da sessão, de modo a garantir que os
mesmos funcionam, garantindo a eficácia da sessão;
A planificação do tempo – não se esqueça de planificar em termos temporais todas as
actividades e se puder, teste antes;
A definição do sistema de avaliação – é necessário prever como avaliar a concretização dos
objectivos. Lembre-se que o controlo oral/visual pode não ser suficiente e que a avaliação
deverá assentar em exercícios como testes, trabalhos, execuções práticas (ou outros meios),
que permitam tirar conclusões individuais sobre o progresso dos formandos.
Ao desenvolver a sua simulação, não se esqueça que a mesma deverá começar com uma saudação e
comunicação aos formandos dos principais objectivos da mesma. Quando tal for possível, os objectivos
devem estar relacionados com matéria dada anteriormente. Este controlo dos conhecimentos prévios
pode ser feito através de um teste ou de um modo mais informal, como pergunta-resposta. Não se
esqueça também, da estratégia de motivação do grupo, criando nos formandos a necessidade e gosto
pela aprendizagem. No desenvolvimento deve cumprir o plano de sessão elaborado previamente. No
entanto, é muito importante prever estratégias alternativas (“plano B”) para uma alteração provocada
pelos formandos, pelo ambiente, recursos, etc..
2.3.3. Avaliação 14
A avaliação tem como finalidade medir se os objectivos foram ou não alcançados, se as competências
forma ou não adquiridos em função dos objectivos fixados. A avaliação não em que ser feita apenas no
final, pode ser feita ao longo de todo o processo de ensino/aprendizagem. Todavia, deverá no final de
cada unidade existir um momento de avaliação formal (testes por exemplo) de modo a aferir as
aprendizagens bem como o próprio processo formativo. Os instrumentos de avaliação devem ser
preparados para o fim a que se destinam.
2.3.4. Visionamento
Tal como na simulação pedagógica inicial, as sessões gravadas em vídeo que são
posteriormente visionadas. Ao visionar cada formando vai confrontar-se com
a sua imagem, enquanto animador de uma sessão, após a evolução ao
longo do curso, devendo observar-se uma melhoria em comportamentos
menos positivos ocorridos na simulação pedagógica inicial. Esta é uma
oportunidade de rever os seus comportamento e de registar os aspectos
mais e menos positivos. Os outros formandos e formador devem, através do
visionamento, corrigir as impressões recolhidas durante o desenvolvimento.
A analise das simulações tem em conta os 16 critérios definidos e apresentados em grelha própria. A
análise da simulação final obedecerá ao seguinte esquema:
Seja realista: defina passos pequenos e concentre-se num objetivo de cada vez. Faça uma auto
avaliação periódica do seu desempenho como formador e reformule os seus objetivos de melhoria
e planos de ação.
NOME
N.º DE IDENTIFICAÇÃO
DA AÇÃO DE FORMAÇÃO
DATA
FORMADOR
Observações:
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No decorrer e no final de uma ação, um formador consciente, dispõe-se sempre a analisar criticamente
a sua atuação pedagógica. Eis algumas das interrogações que poderá pôr a si próprio:
Em que medida é que este curso foi mesmo um tempo e um espaço de aprendizagem
para todos.
Nas simulações iniciais e finais são avaliadas 3 dimensões: o desenvolvimento da simulação, o plano de
sessão elaborado para a sessão, os recurso didácticos utilizado na sessão. A seguir listam-se os
parâmetros e critérios de cada, de modo a que melhor possa preparar as simulações.
2.5.1. Desenvolvimento
1 2
3 4 5
Aproveitamento Aproveitamento
Aproveitamento Bom Aproveitamento Relevante Aproveitamento Excelente
Insuficiente Satisfatório
1 - DOMÍNIO DO ASSUNTO
5- MOTIVAÇÃO
8 - RECURSOS DIDÁTICOS
ESTRUTURA Define os objetivos da sessão ou do módulo e determina uma estratégia pedagógica estabelecendo as
relações com as fases/etapas principais a desenvolver
Descreve os critérios e as formas de avaliação dos formandos e da sessão, indicando os instrumentos a aplicar
Sistematiza a planificação da sessão ou módulo e os materiais de apoio, segundo uma organização lógica e
coerente
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RIGOR TÉCNICO
Elabora os recursos de forma criteriosa e rigorosa, em consonância com o conteúdo da formação e
adequados à estratégia pedagógica definida e aos públicos-alvo
QUALIDADE
ESTRUTURAÇÃO
DOS
Concebe os recursos aplicando os princípios pedagógicos e técnicos, específicos dos diferentes suportes
RECURSOS
CRIATIVIDADE
Concebe ou seleciona recursos com inovação, originalidade e aproximação a modelos reais
A Simulação Pedagógica é uma técnica, frequentemente usada na formação dos formadores, que visa
proporcionar aos participantes os meios para uma análise da sua própria atuação, através do
diagnóstico dos aspetos a melhorar. A descoberta destes aspetos resulta,
geralmente do feedback proveniente de uma ou mais fontes: a
observação do registo em vídeo da sessão (simulada), a integração
das críticas dos outros participantes, a análise comparativa dos
comportamentos registados com atitudes standart (classificados em
níveis) em grelhas. Este trabalho implica, para além do
empenhamento pessoal, todo o envolvimento de um grupo de
participantes, a gestão de todas estas interações e a síntese de todos os
saberes anteriormente adquiridos, em função de uma atuação concreta. Por estas razões, a autoscopia,
quando bem orientada, permite a integração das diversas capacidades desenvolvidas, conduzindo a uma
efetiva progressão individual. A orientação destes trabalhos passa pela escolha dos modelos, dos
métodos, dos meios e dos instrumentos mais adequados para um determinado grupo. É importante
que, em cada momento, o grupo se sinta co-responsável pela sua própria progressão e que a
autoscopia constitua, em última análise, um fator decisivo que favoreça, no grupo, o
desenvolvimento da sua autonomia, do espírito de entre ajuda e da capacidade de gerir a sua própria
aprendizagem. 20
SADALLA, Ana Maria F. A.; LAROCCA, Priscila (2004). Autoscopia: Um procedimento de pesquisa 21
e formação. In Educação e Pesquisa. V. 30, nº 3, pp. 419-433. São Paulo;