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DE ENSINO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
METODOLOGIAS
DE ENSINO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
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meio sem a prévia autorização desta instituição.
N244
6,9 MB : PDF.
ISBN 978-85-5459-088-8
CDD – 372.21
Apresentação 6
Autor 7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
Olá, estudante!
Esta disciplina foi organizada de forma a possibilitar a reflexão sobre a relação teórico-
prática essencial para a atuação do professor em sala de aula. Dessa forma, os objetivos
da disciplina estão voltados para a construção de competências e habilidades que levem
a uma formação crítica sobre a prática pedagógica na Educação Infantil.
Será muito bom caminhar com você na construção desses conhecimentos e, desde já,
você está convidado a investigar, em quatro unidades de estudo, as possibilidades de
integração teórico-prática no universo da Educação Infantil.
Bons estudos!
6
AUTOR
7
UNIDADE 1
Metodologias de Ensino da
Educação Infantil – Descortinando
possibilidades de atuação
no diálogo com propostas
diferenciadas
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, serão abordadas as pedagogias da infância com foco nas metodologias
específicas da Educação Infantil. Em um diálogo constante com os autores, analisare-
mos a relação entre as concepções teóricas e as propostas metodológicas, de forma a
possibilitar uma ação em sala de aula cada vez mais consciente.
OBJETIVO
9
Pedagogias da infância
Para refletir
10
a uma quase esquizofrenia educativa em que se naturalizou a distância entre
as propostas e a realidade pedagógica experienciada por adultos e crianças.
(OLIVEIRA-FORMOSINHO; KISHIMOTO; PINAZZA, 2007, p. 13)
PEDAGOGIA PEDAGOGIA
DA TRANSMISSÃO DA PARTICIPAÇÃO
Tais ideias afetaram todas as esferas da sociedade: filosófica, política, econômica, social
e cultural, provocando diversas mudanças no comportamento das pessoas. Como o
objetivo principal era propiciar o alcance da razão, o povo precisava ser educado, precisava,
no mínimo, aprender a ler e a escrever, fato que não era oferecido a todos. Portanto, uma
das defesas dos iluministas era a criação de escolas, assim como pregavam a liberdade
religiosa, para que as pessoas fossem libertas dos dogmas da Igreja.
11
Saiba mais
12
No entanto, você sabe no que consistem essas duas concepções? Veja a
diferença!
Confira agora como a Educação Infantil foi abordada por dois importantes pensadores:
Jacques Rousseau e João Comênio.
Além de Rousseau, outro autor muito visitado pelos teóricos dos séculos XIX e XX foi
João Amós Comênio (1592-1670), educador e bispo protestante checo do século XVII.
13
Ele apresentava a mãe como a primeira educadora e frisava em seu plano para a escola
maternal a importância do uso de materiais audiovisuais, como imagens em livros, para
o trabalho educacional com crianças.
Muito antes de Piaget, foi Comênio quem percebeu a relação entre as sensações e a
inteligência, abordada na época como razão. O desenvolvimento desta ocorreria a partir
da exploração dos sentidos e da imaginação no ato de brincar, na manipulação do mundo
à sua volta. Para tanto, seria fundamental um trabalho bem planejado, com o uso de
recursos materiais adequados, assim como uso eficaz do tempo e do espaço escolar.
Para esse autor, ensinar seria uma arte que dependeria da criatividade do professor na
escolha dos recursos apropriados para propiciar a seu aluno experiências sensoriais
diversificadas, sugerindo, inclusive, passeios — atividade bastante frisada por Freinet já no
século XX — que levassem o aluno a desenvolver as aprendizagens abstratas. As ideias
de Comênio foram resgatadas no século XIX, inclusive a imagem de “jardim de infância”,
nome dado à instituição criada por Fröbel para atender à primeira infância. Apesar de a
criação do jardim de infância ser creditada a Fröbel, foi em Comênio que ele buscou a
metáfora que compara a criança com “arvorezinhas plantadas”.
MIDIATECA
14
Metodologias clássicas da Educação Infantil
Saiba mais
De acordo com Aranha (2006), foi um movimento que buscou superar a pe-
dagogia transmissiva pautada no acúmulo de conhecimentos, tendo como
características: educação integral (intelectual, moral e física); educação ativa;
educação prática, com obrigatoriedade de trabalhos manuais; exercício de au-
tonomia; vida no campo; internato; coeducação; ensino individualizado.
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O psicológico também entra no foco, e procuram-se formas de despertar o
interesse infantil pelas atividades oferecidas pela escola.
Elaborou sua metodologia baseando-se nas relações que a criança estabelece com
a família, a comunidade e a natureza, e valorizou a brincadeira, considerando-a, para
além da diversão, como o primeiro recurso para compreender o mundo concreto. As
artes tinham um papel importante em sua proposta, tanto a pintura como a música.
Ele antecipou algumas propostas da Escola Nova, como o conceito de autoatividade
(capacidade de realizar ações de forma espontânea a partir do estímulo dos próprios
materiais disponibilizados).
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Metodologia de trabalho:
• Conversações (rodinhas).
• Hora dos contos.
• Estudo dos seres vivos.
• Passeios ao ar livre.
• Contato com a natureza (jardins e hortas).
• Valorização da brincadeira.
• Diversos tipos de jogos (construção, movimentação física e sensorial, atenção,
memória, linguagem, movimentos corporais, expressão rítmica e dramática, trabalhos
manuais e desenho).
As ideias de John Dewey (1859-1952), que se iniciaram nos EUA, não são específicas
para a Educação Infantil, mas sua abordagem nos permite construir uma metodologia
baseada na experimentação, pois considera que o pensar reflexivo seja a melhor forma de
aprendizagem. Para esse autor, a criança se assemelha ao cientista em suas investigações:
Curiosidade
Imaginação
Investigação
experimental
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br.
17
em programas previamente estabelecidos, que definem um
verdadeiro abismo entre as experiências trazidas pelas crianças
de suas práticas sociais e os conteúdos mais elaborados,
selecionados, classificados, ordenados e divididos, segundo
uma lógica diferente daquela que se opera no processo infantil.
(OLIVEIRA-FORMOSINHO; KISHIMOTO; PINAZZA, 2007, p. 74)
Saiba mais
Pensar reflexivamente
LIBERDADE INDIVIDUALIDADE
18
Para refletir
Observe o esquema a seguir que resume como o aluno deve ser estimulado de acordo
com a proposta metodológica de Dewey.
Projetar
Elaborar
julgamentos
Ordenar
Buscar
soluções
Fonte: ikmr.com.br.
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Desde sua formação médica, no trabalho com crianças com deficiência mental,
iniciou suas investigações pedagógicas munida de estudos nas áreas antropológica e
matemática. “Montessori desenvolve um método que pressupõe um ambiente favorecedor
da expressão do potencial da criança” (OLIVEIRA-FORMOSINHO; KISHIMOTO; PINAZZA,
2007, p. 126).
20
Fonte: f7city.pl.
MIDIATECA
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Celestin Freinet (1896-1966), francês, propôs uma
pedagogia crítica voltada para a criança do proletariado.
Defendeu o estímulo à criatividade e à descoberta, mas
não se identificava com os autores da Escola Nova, pois
os considerava muito intelectualizados, precisando de
materiais e espaços específicos. Como pensava uma
escola para o povo, trabalhou com toda a falta de recurso
característica da atuação com esse público.
Fonte: escolacurumim.com.br.
CANTOS OU OFICINAS
EXPERIMENTAÇÃO LEITURA
MÚSICA CRIAÇÃO
EXPRESSÃO E COMUNICAÇÃO
GRÁFICA E/OU ARTÍSTICA
Fonte: labroma.org
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O esquema mostra que a proposta pedagógica de Freinet tinha o foco no trabalho: as
crianças deveriam estar sempre produzindo. E a construção da imprensa foi um de seus
diferenciais.
Momentos coletivos:
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Técnicas do método Freinet:
• Texto impresso.
• Correspondência escolar.
• Texto livre.
• Livre-expressão.
• Aula-passeio.
• O livro da vida.
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O construtivismo e a pedagogia de projetos
nas propostas de atuação com a infância
Saiba mais
Inatismo pode ser entendido como a concepção para a qual a carga genética
determina as capacidades de aprendizagem do sujeito e a função do educador é
propiciar um ambiente adequado, com estímulos, para que esse potencial aflore.
Fonte: darwin.com.br.
Construtivismo
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O construtivismo é uma teoria do desenvolvimento cognitivo criada por Jean Piaget
(1896-1980). O autor estudou os processos de formação do conhecimento no homem
por meio da epistemologia genética. Algumas de suas reflexões, por exemplo, giravam
em torno dos seguintes questionamentos:
Racionalistas Empiristas
Conhecimento contido
Conhecimento inato.
no mundo externo.
Maturação desencadeia
Sujeito como receptor passivo.
o desenvolvimento.
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do sujeito acontecem a partir da interação entre ele e o objeto do conhecimento. Piaget
estabeleceu fases para esse desenvolvimento, conforme mostra o quadro a seguir.
Desenvolvimento Cognitivo
Para refletir
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Para Piaget, o desenvolvimento vai se desenrolando, e a aprendizagem acontece à
medida que o sujeito se desenvolve:
DESENVOLVIMENTO APRENDIZAGEM
Fonte: novaescola.org.
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Saiba mais
DR ZDP DP
MEDIAÇÃO
APRENDIZAGEM DESENVOLVIMENTO
Pedagogia de projetos
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Loris Malaguzzi (1920-1994) construiu uma proposta
pedagógica que conjugava o trabalho com projetos de trabalho
e a concepção construtivista histórico-social. Considerava que
a criança possuía cem linguagens e que estas precisariam ser
exploradas no espaço da Educação Infantil.
A criança Dizem-lhe:
é feita de cem. de pensar sem as mãos
A criança tem cem mãos de fazer sem a cabeça
cem pensamentos de escutar e de não falar
cem modos de pensar de compreender sem alegrias
de jogar e de falar. de amar e maravilhar-se
Cem, sempre cem só na Páscoa e no Natal.
modos de escutar Dizem-lhe:
as maravilhas de amar. de descobrir o mundo que já existe
Cem alegrias e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
para cantar e compreender. Dizem-lhe:
Cem mundos que o jogo e o trabalho
para descobrir. a realidade e a fantasia
Cem mundos a ciência e a imaginação
para inventar. o céu e a terra
Cem mundos a razão e o sonho
para sonhar. são coisas
A criança tem que não estão juntas.
cem linguagens Dizem-lhe enfim:
(e depois cem, cem, cem) que as cem não existem
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura A criança diz:
lhe separam a cabeça do corpo. ao contrário, as cem existem.
(Fonte: EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio
Emilia na educação da primeira infância. Tradução de Dayse Batista. Vol. 1. São Paulo: Penso, 2016.)
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A proposta de Malaguzzi continua sendo aplicada na cidade italiana de Reggio Emilia:
Uma pedagogia construída a partir dos direitos dos pais, dos educadores e das crianças,
em conjunto, em uma construção coletiva, não se trata de um modelo; seguindo seus
princípios, cada cidade, cada instituição vai construir sua própria proposta. A pedagogia
malaguzziana é complexa, demanda várias interpretações, transgride a hegemonia
pedagógica e psicológica, e dialoga com elas transcendendo-as:
31
MIDIATECA
NA PRÁTICA
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Analisando essa situação, podemos entender que a proposta da coordenadora
é adequada. Os ambientes e os materiais devem ter flexibilidade suficiente para
serem modificados pelos professores e pelos alunos em atividades variadas.
Rotinas imobilizadoras, repetitivas em ambientes pouco flexíveis não geram
desafios que possam estimular o desenvolvimento integral e as aprendizagens.
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Resumo da Unidade 1
CONCEITO
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Referências
BARBOSA, M. C. S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
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UNIDADE 2
OBJETIVO
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Os eixos estruturantes do trabalho com a
infância
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Na contramão dessa “correria”, os estudos sobre a infância apontam para a importância
de a criança brincar e explorar o meio no qual está inserida. Ser criança! Em toda a sua
plenitude, convivendo com os demais e descobrindo o mundo físico e social nas relações
que estabelece a partir da brincadeira.
Figura 2: Brincadeiras de criança, s/d, óleo sobre tela, 120 x 190 cm, obra de Ricardo Ferrari
(Brasil, MG, 1951).
Muito já foi conquistado em termos de políticas públicas para a infância e muito ainda
precisa ser feito para colocar em prática o que dizem as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil, que definem a criança como:
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Saiba mais
Dessa forma, de acordo com as DCNEI (2010), definimos que as Práticas Pedagógicas
na Educação Infantil têm como eixos norteadores:
• Brincadeiras;
• Interações.
Brincadeiras Interações
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Para finalizar, é importante que você saiba “que a criança não aprende a brincar natural-
mente. Ela está inserida em um contexto social e cultural e seus comportamentos estão
impregnados por essa imersão inevitável [...]. A brincadeira é um processo de relações
interindividuais, portanto, de cultura” (BROUGÈRE, 2010, p. 104).
MIDIATECA
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Brincadeira: a principal linguagem da criança
Para a teoria histórico-cultural, a brincadeira libera a criança das leis sociais ao mesmo
tempo que permite compreendê-las e internalizá-las. É na liberdade de ação caracte-
rística da brincadeira que a criança experimenta, inclusive, conflitos e sensações não
tão agradáveis.
Exemplo
Na hora da brincadeira nem tudo é dito de forma tão clara como estamos
expondo aqui para análise, pois as crianças simplesmente brincam e nem
sempre têm consciência de que trazem para a brincadeira tudo o que vivenciam
na vida real.
Até os três anos, a predominância das brincadeiras tem a ver com as sensações e os
movimentos.
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Porém, em uma criança com mais de três anos, emergem tendências
específicas e contraditórias, de um modo diferente; por um lado, surge
uma série de necessidades e de desejos não realizáveis, mas que, ao
mesmo tempo, não se extinguem como desejos; por outro, conserva-se,
quase por completo, a tendência para a realização imediata dos desejos.
É disso que surge a brincadeira, que deve ser sempre entendida como
uma realização imaginária e ilusória de desejos irrealizáveis, diante da
pergunta por que a criança brinca? A imaginação é o novo que está
ausente na consciência da criança na primeira infância, absolutamente
ausente nos animais, e representa uma forma especificamente humana
de atividade da consciência; e, como todas as funções da consciência,
forma-se originalmente na ação (VIGOTSKI, 2008, p. 25 apud PRESTES,
2016, p. 31).
Brinquedos.
Tecidos.
Caixas.
Papéis.
Sucata.
Massinha.
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A maneira como a criança irá brincar indica a forma como está se apropriando do conteúdo
social e cultural contido naquele objeto. O brinquedo, portanto, se faz na brincadeira.
MIDIATECA
Brinquedo Brincadeira
A brincadeira que mais faz sentido para a criança é aquela escolhida por ela própria.
Entretanto, nas escolas, quando o espaço do brincar é oferecido, costuma ser para a
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criança “relaxar” das atividades escolares ou em uma brincadeira dirigida pela professora.
As duas formas não estão erradas, porém demonstram uma não inclusão da brincadeira
como eixo condutor do trabalho pedagógico com as crianças.
[...] Para que haja brincadeira, é necessária uma decisão dos que brincam:
‘decisão de entrar na brincadeira, mas também de construí-la segundo
modalidades particulares’. Sem a livre escolha, não existe brincadeira,
‘mas uma sucessão de comportamentos que têm origem fora daquele
que brinca’ (ibidem, p. 100). A brincadeira aparece como um sistema
de sucessão de decisões que se exprime por meio de um conjunto de
regras. (PORTO, 2003, p. 181)
Importante
45
A construção do currículo para a Educação
Infantil
Por isso, o currículo na Educação Infantil tem especificidades muito peculiares que não
permitem simplesmente trabalhar os conteúdos, o cognitivo, a mente, como ainda vemos
acontecer no Ensino Fundamental. As próprias características desse nível de ensino
obrigam a escola a se repensar como tal, reconstruindo a sua função social.
Fonte: portalmec.gov.br
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Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação
de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem
movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos
ritmos e desejos da criança;
Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão:
gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação
e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes
suportes e gêneros textuais orais e escritos;
Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações
quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;
A Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
individuais e coletivas;
Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração
da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-
organização, saúde e bem-estar;
Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos
culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no
diálogo e conhecimento da diversidade;
Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o
questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação
ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;
Promovam o relacionamento e a interação das crianças com
diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas,
cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura;
Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento
da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como
o não desperdício dos recursos naturais; Propiciem a interação e o
conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais
brasileiras;
Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.
(BRASIL/DCNEI, 2010, p. 25)
As Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação Infantil (2010) são bem claras quanto
ao tipo de atividade que deve ser proposta na Educação Infantil. A experimentação das
diferentes linguagens expressivas, fugindo do padrão da educação bancária, como dizia
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Paulo Freire, característico do ensino fundamental, é a principal característica — sempre
fazendo uso da brincadeira e explorando a relação com os colegas.
Procurando apresentar uma proposta coerente com as DCNEI (2010), a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC, 2017) foi construída de forma a proporcionar para as crianças
a experimentação dos conteúdos a partir de cinco campos de experiências, que ainda
dialogam entre si.
A identificação do sujeito como ser individual e social surge na medida em que as inte-
rações com os outros acontece. É na relação com o outro que a criança se descobre
única e ao mesmo tempo percebe-se parte de um grupo. Nessas relações, a diversi-
dade é percebida sem teoria, em situações cotidianas, nas quais cada um precisa lidar
com as diferenças.
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3) Traços, sons, cores e formas
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imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo, a leitura de
histórias, contos, fábulas, poemas e cordéis, entre outros, realizada pelo
professor, o mediador entre os textos e as crianças, propicia a familiaridade
com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre
ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas
corretas de manipulação de livros. (BNCC, 2017, p. 37)
A curiosidade sobre o mundo e as relações que existem entre seus aspectos é um impulso
próprio da criança. Compreender os fenômenos naturais, as relações entre espaço e
tempo, as relações socioculturais, assim como os conhecimentos matemáticos presentes
no mundo como a relação número/quantidade; comparações; as formas geométricas;
ordenações — são descobertas incríveis.
Dessa forma, você pode perceber que construir o currículo para a Educação Infantil está
muito distante de apenas listar conteúdos e pensar em temas geradores. É necessária uma
integração entre os conceitos de mundo fundamentais para a infância, experimentados
nas diversas possibilidades de experiências.
MIDIATECA
50
NA PRÁTICA
A situação descrita acima por Maria Carmem Barbosa é bem comum nas
creches. A preocupação costuma ser com a alimentação em si, a criança pre-
cisa comer bem, é isso que os pais querem. Muitas vezes esquecemo-nos de
que a refeição na escola, além de ter um viés de cuidado, essencial no trato
com crianças pequenas, tem um caráter educativo que precisa ser levado em
conta, visando o desenvolvimento integral das crianças.
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Resumo da Unidade 2
CONCEITO
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Referências
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BARBOSA, M. C. S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
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UNIDADE 3
Desenvolvimento e
aprendizagem infantil
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
55
Desenvolvimento infantil
Henri Wallon (1879-1962) é um autor que precisamos destacar para pensarmos sobre o
assunto tendo em vista que ele olha para o desenvolvimento infantil de forma integrada,
considerando os diferentes aspectos do progresso da criança que dialogam entre si.
Wallon afirma que a criança é organicamente social, portanto precisa do outro para
aprender e se desenvolver. Isolar a criança, considerando-a fora de sua realidade social,
não é suficiente para conhecer seu desenvolvimento.
MOTRICIDADE
COGNIÇÃO AFETIVIDADE
56
De acordo com a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Nova LDB Lei nº 9.394/1996),
o desenvolvimento integral é a finalidade da Educação Infantil:
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando
a ação da família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013)
Para Wallon, a afetividade é um importante aspecto que precisa ser levado em conta ao
olharmos a criança. Ele defende a afetividade sob um ponto de vista mais amplo do que o
carinho. Para esse autor, precisamos estar atentos à forma como eu afeto o outro e sou
afetado por ele. Por isso, valoriza a ação do sujeito, já que é por meio da ação que ele irá
lidar com o mundo à sua volta.
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0 a 3 meses
Ele ainda tem a sensação de ser um só com a mãe, sentindo-se mal quando está distante
dela. Aos poucos, vai descobrindo que existem outras pessoas, começa a fazer contato
visual, e as músicas o excitam ou acalmam. Todas a situações de muita mudança geram
estresse, assim a rotina é um recurso importante para a organização interna do bebê.
4 a 7 meses
58
8 a 10 meses
1 a 2 anos
Sua relação com o mundo ainda está baseada no contato com a boca, e as mordidas
podem surgir tanto como experimentação do outro enquanto objeto como reação rela-
cionada a defesa ou conquista do que deseja. A mordida é uma forma de comunicação.
59
3 a 4 anos
Aos três anos, a criança realiza atividades com
maior destreza, que vão sendo refinadas tanto
na movimentação ampla como nas atividades
manuais. Gosta de atividades plásticas, pois
exigem essa habilidade, tendo a oportunidade
de exercitá-la. Está construindo sua relação
com os outros, e as disputas ainda existem,
mas começa a aprender a lidar com elas por
meio da linguagem verbal, logo as mordidas
tendem a diminuir.
5 anos
Sua relação com o grupo já está diferenciada,
e é capaz de brincar e resolver seus conflitos
sozinha, solicitando o auxílio do adulto quando
necessário. Expressa-se verbalmente e apreen-
de os conteúdos escolares com facilidade.
Aprecia ouvir histórias e recontá-las, e sua ca-
pacidade de atenção fica cada vez maior.
MIDIATECA
60
Desenvolvimento e aprendizagem na Educa-
ção Infantil
Exemplo
Ao posicionar-se diante da
criança com recompensas pe-
las boas ações e punições pe-
las más ações está trazendo
uma concepção de educação
behaviorista — uma das cor-
rentes do empirismo sobre a
qual falaremos mais à frente
—, que considera o condicionamento como o principal fator que impulsiona a
aprendizagem.
O reforço positivo de uma conquista não é ruim — ao contrário, deve ser incenti-
vado. O que é questionado é o uso do reforço como condição para aprender, ou
seja, a criança fica condicionada a só fazer determinada tarefa porque receberá
uma recompensa..
61
Para pensar a aprendizagem, temos três correntes:
1. Inatismo.
2. Empirismo.
3. Interacionismo.
Empirismo
62
Interacionismo
Piaget e Vygotsky
Piaget Vigotsky
Com suas teorias, Piaget e Vygotsky marcam o campo da educação por frisarem
a interação entre o sujeito e o meio como vital para o processo de aprendizagem e
desenvolvimento. Entretanto, apesar de parecerem complementares, suas teorias
se distinguem principalmente na forma como cada um concebe a relação entre
desenvolvimento e aprendizagem, concepção que afetará todas as conclusões posteriores
a que cada um chegará.
63
Questão que é oposta
Para Piaget, ao se para Vygotsky, que
desenvolver, a criança considera que a
aprende. aprendizagem impulsiona
o desenvolvimento.
A partir desses dois autores, ratifica-se de uma vez por todas que a função do professor
está além da função de transmissor de conteúdos. Entretanto, muitos educadores e
espaços escolares ainda tratam o aluno a partir das concepções inatistas e empiristas.
Importante
64
A função do professor, então, é única a mediar a relação do sujeito com o objeto de
conhecimento. O professor deixa de ser aquele que irá controlar o que o aluno aprendeu
para observar como cada um aprende e intervir no momento adequado para propiciar
seu desenvolvimento.
MIDIATECA
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Educação Infantil - O sujeito em foco
Neste tópico, refletiremos sobre a proposta atual para a Educação infantil, presente nos
documentos oficiais brasileiros, que contempla o que foi discutido até o momento sobre
desenvolvimento e aprendizagem.
Dentro da perspectiva proposta pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017):
PARTICIPAR
CONVIVER EXPRESSAR-SE
ATIVAMENTE
66
Uma intenção educacional preside as práticas de orientação da criança
para o alimentar-se, vestir-se, higienizar-se, brincar, desenhar, pintar,
recortar, conviver com livros e escutar histórias, realizar experiências,
resolver conflitos e trabalhar com outros. A construção de novos
conhecimentos implica, por parte do educador, selecionar, organizar,
refletir, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações.
(BNCC, 2017, p. 35)
67
“O eu, o outro e o nós”
68
“Corpo, gestos e movimentos”
Adequação do próprio
Neste campo de expe-
A apropriação cultural de movimento ao ambiente
riência, o movimento e a
gestos e movimentos no em que está em situa-
expressão de necessida-
cuidado de si é uma con- ções de cuidado e de
des, emoções e desejos,
quista desta faixa etária. brincadeiras e atividades,
ampliando as possibi-
O deslocamento espacial como escuta de histórias
lidades de atuação no
será ampliado com a ex- e propostas. Ela passa a
espaço, serão o foco do
ploração de movimentos explorar os movimentos
trabalho. Nesse contexto,
como pular, saltar e dan- não apenas pela imitação,
a criança experimentará
çar não apenas isolada- mas criando possibilida-
as possibilidades de seu
mente, mas associando des corporais por meio de
próprio corpo em situa-
esses movimentos entre gestos, mímicas e sons
ções diferenciadas, que
si, além de posiciona- em situações artísticas di-
provoquem desafios, po-
mentos em relação a seu versas, como dança, tea-
rém sempre dentro de um
próprio corpo no espaço, tro e reconto de histórias.
ambiente de acolhimento,
como: em cima/embaixo, Essa exploração também
fundamental para essa
em frente/atrás, dentro/ se dá com relação à ex-
faixa etária. O manuseio
fora. A criança conquista pressão de sentimentos,
de objetos explorando os
a independência no cuida- sensações e emoções.
movimentos de preensão,
do com o corpo, e as ha- A valorização das ca-
encaixe e lançamento
bilidades manuais serão racterísticas específicas
também serão prioriza-
mais exploradas agora, de seu próprio corpo e a
dos. A imitação de ges-
buscando um maior con- coordenação precisa nas
tos, sons e movimentos é
trole ao rasgar, pintar, de- representações gráficas
o principal recurso utiliza-
senhar e folhear. também são conquistas
do pela criança.
dessa faixa etária.
69
“Traços, sons, cores e formas”
É a fase de integrar as
explorações de sons e
Neste campo de expe-
Além da exploração li- músicas às brincadeiras,
riência, a criança explo-
vre de sons, a criança encenações e festas. A
rará os sons de seu pró-
agora irá criá-los com expressão livre deve ser
prio corpo e dos objetos,
materiais, objetos e ins- bastante explorada em
e deixará suas marcas
trumentos musicais, produções bidimensio-
gráficas em suportes di-
acompanhando ritmos nais e tridimensionais por
versificados, utilizando
diferenciados. Ela passa meio de desenhos, pintu-
instrumentos também
a se expressar por dife- ras, colagens, dobraduras
diferenciados. A manipu-
rentes linguagens: gráfi- e esculturas, assim como
lação de materiais varia-
cas (desenho), corporais, em possibilidades expres-
dos como argila e mas-
música e teatro, imitando sivas por meio da dança.
sa de modelar também
e criando movimentos A criança passa a apreciar
fará parte da proposta.
próprios. Nas expressões manifestações artísticas
Os brinquedos cantados
gráficas, utiliza suportes e a participar delas. A mú-
devem ser bem explora-
e materiais variados, ex- sica deve ser trabalhada
dos nessa fase, pois, ao
perimentando cores, tex- de forma mais minuciosa
acompanhar melodias, a
turas, superfícies, planos, a partir do reconhecimen-
criança explora diferen-
formas e volumes. to das qualidades do som
tes fontes sonoras.
(intensidade, duração, al-
tura e timbre).
70
“Escuta, fala, pensamento e imaginação”
Passa-se a estabelecer
diálogos expressando A partir dos 4 anos, a
sentimentos, desejos e expressão escrita come-
necessidades, e brincar ça a ser mais explorada
com rimas e cantigas, (escrita espontânea),
Desde cedo, a criança
identificando e criando assim como a expres-
deve ser trabalhada em
sons e rimas. Aprofun- são oral de vivências. A
oralidade e escrita, e o
da-se o hábito de ouvir invenção de brincadeiras
hábito de ouvir histórias
histórias, acompanhando cantadas, ritmos, melo-
permite a construção de
as imagens, quando há, dias, aliterações e rimas
diversas competências.
e começando a acompa- deve ser estimulada, as-
Nesse momento, os pe-
nhar a escrita na direção sim como folhear livros
quenos reconhecerão
correta (de cima para procurando identificar
oralmente seu próprio e
baixo, da esquerda para a história pelas figuras
os nomes das pessoas
a direita). É preciso inter- e palavras conhecidas.
que convivem com eles.
pretá-las, identificando A participação em re-
Ao ouvir histórias, imita-
personagens e cenários. contação de histórias e
rão os adultos contando
O relato de situações construções de roteiros
histórias ou cantando. O
vividas ou observadas, para vídeos e apresenta-
contato com diferentes
como filmes e peças, or- ções estimula a inserção
gêneros textuais e a ex-
ganiza o pensamento. no mundo da escrita, as-
ploração de traços colo-
Manusear diferentes por- sim como a produção de
cam o bebê mais perto
tadores textuais e criar histórias escritas e orais,
da escrita.
histórias oralmente tam- experimentando diver-
bém são uma exploração sos gêneros textuais e
importante. Passa-se a construindo hipóteses
experimentar a escrita sobre a escrita.
com seus sinais gráficos.
71
“Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”
72
MIDIATECA
NA PRÁTICA
Essa é uma situação extremamente comum nos berçários, pois a mordida faz
parte da rotina de turmas dentro dessa faixa etária. Apesar de sempre esperar por
episódios assim, é comum os professores ficarem melindrados para conversar
com os pais da criança que recebeu a mordida. Além da preocupação com a
reação dos pais, os educadores precisam estar atentos ao desenvolvimento da
criança e a seu processo de aprendizagem para compreender os motivos que a
levaram a morder. No caso relatado acima, ficou claro que José esgotou suas
possibilidades de comunicação e apelou para a mordida para resolver a situação.
De acordo com os objetivos de desenvolvimento e aprendizagem traçados pela
BNCC (2017), perceber o efeito de suas ações e comunicar-se com os colegas
de forma a expressar seus desejos são construções fundamentais a serem feitas
pelas crianças, e o ato da mordida faz parte desse processo de descoberta da
interação com o outro.
73
Resumo da Unidade 3
CONCEITO
74
Referências
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UNIDADE 4
Alfabetização e letramento na
Educação Infantil — A relação da
criança com a sociedade letrada
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você irá refletir sobre o lugar da leitura e da escrita na Educação Infantil,
diferenciando a alfabetização do letramento, buscando conceituar a construção da
aprendizagem da leitura e da escrita.
OBJETIVO
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Infância e sociedade letrada
Nesta primeira parte da unidade, você irá refletir sobre o lugar da infância na sociedade
ocidental contemporânea, que é letrada, fato que exige interação constante com o
material escrito. Nas grandes cidades — onde se vive cercado por placas, outdoors, mídias
impressas e digitais —, a internet faz parte da vida de uma grande parcela da população;
por meio do celular, o acesso às redes sociais é constante, independentemente da
condição socioeconômica do sujeito.
E as crianças?
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A tirinha da Mafalda demonstra de forma explícita como as crianças estão expostas às
informações na sociedade atual:
Apesar de ter acesso a diversos tipos de informações, as crianças lidam com elas con-
forme suas experiências. Emilia Ferreiro (2001) ratifica essa informação:
De acordo com a autora, a criança integra seu meio ambiente e age nele, construindo
constantemente hipóteses sobre as informações com as quais se depara. A cada dia o
acesso a informações visuais é ampliado. Nesse contexto, principalmente crianças de
classes média e alta costumam ter o acesso digital de forma antecipada, manuseando
ainda bem pequenas tablets e celulares, sem falar no acesso a jogos on-line por Smart
TVs ou videogames.
79
Dessa forma, as crianças chegam à escola repletas de informações, cercadas de desenhos
animados que trazem uma série de conceitos que somente a escola costumava trabalhar.
Show da Luna, Doki, Sid: o cientista são bons exemplos desse tipo de desenho animado.
Importante
MIDIATECA
80
Alfabetização e letramento: conceitos dife-
renciados
Nesta segunda parte da unidade, você irá diferenciar dois conceitos: alfabetização e
letramento e, ao mesmo tempo, identificará como eles precisam caminhar juntos no
processo de aprendizagem da língua escrita. Refletir sobre a alfabetização na Educação
Infantil permaneceu durante muito tempo como um tabu, devido à especificidade dessa
etapa e ao seu uso errôneo durante um bom tempo.
Como você acompanhou na primeira parte desta unidade, a criança dos centros urbanos
está em contato com a escrita desde muito pequena e quando chega à escola traz con-
sigo uma série de hipóteses sobre ela.
Importante
81
A clareza quanto à função da Educação Infantil é fundamental para uma atuação precisa
do professor. Em termos históricos, essa atual etapa da Educação Básica surgiu em
assistência às mães que precisavam trabalhar e não tinham com quem deixar seus filhos.
Devido ao caráter assistencial da Educação infantil, as crianças de 0 a 6 anos não recebiam
um atendimento pedagógico específico. Essa construção foi feita gradualmente.
Devido à diversidade de realidades no Brasil, a C.A não era obrigatória, fato que acabou
gerando uma enorme discrepância. Em alguns lugares, a alfabetização concentrou-se
apenas na C.A, antecipando a finalização dessa aprendizagem, que passou a iniciar aos
seis anos. Com a implementação dos nove anos no ensino fundamental, a C.A foi inserida
obrigatoriamente como 1º ano.
Entretanto, a língua escrita é uma descoberta que vai sendo construída pela criança
desde muito cedo, e cabe à escola sistematizar esse conhecimento, respeitando o
desenvolvimento infantil e seu processo de aprendizagem.
82
Letramento Aquisição
Importante
Uma criança inserida em uma família que tem o hábito de contar histórias, terá uma
relação diferenciada com a escrita em relação a uma criança que vive em uma família
que não valoriza esse tipo de ação. Vale lembrar que a contação de histórias acontece
apenas via oral. Muitos pais analfabetos conseguem significar a leitura para seus filhos
devido à valorização que dão para a língua escrita.
83
MIDIATECA
84
Práticas de letramento na Educação Infantil
Nesta terceira parte da unidade, você irá se deparar com possibilidades de ações efetivas
de letramento na Educação Infantil que vão incluir alguns trabalhos com a aquisição do
código escrito, alfabetização, sem se restringirem a eles. Tais ações acontecerão de
acordo com os limites dessa etapa de ensino, sem a preocupação de antecipação ou
preparação para as aprendizagens do ensino fundamental.
85
É preciso diminuir as expectativas em relação às famílias e procurar formas de inseri-las
no processo de aprendizagem de seus filhos, pois a parceria com a família é de extrema
importância. Dependendo da realidade, a escola precisará investir mais intensamente nas
atividades de letramento, já que precisará suprir o pouco contato com material escrito
que as crianças tenham em casa.
Importante
86
Curiosidade
Todas as atividades que explorem a escrita são extremamente importantes e devem ser
trabalhadas com as crianças de acordo com o desenvolvimento delas:
Saiba mais
MIDIATECA
87
NA PRÁTICA
88
Resumo da Unidade 4
Nesta unidade, você estudou sobre o lugar da leitura e da escrita na Educação Infantil.
Na primeira parte, você verificou como a criança de centros urbanos lida com a escrita
que está disposta no mundo à volta dela. Na segunda parte, você diferenciou letramento
de alfabetização, compreendendo a integração que existe entre esses dois conceitos. Na
terceira parte, você pôde identificar possibilidades de ações educativas voltadas para o
letramento na Educação Infantil, destacando a contação de histórias como uma ação
extremamente efetiva.
CONCEITO
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Referências
______. Reflexões sobre alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
TIRIBA, L. O tato. In: CORSINO, P. (Org.). Linguagens e sentidos. Salto para o futuro,
boletim linguagens e sentidos – O corpo silenciado, agosto, 2001. Disponível em:
<http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/ VMSResources/contents/document/
publicationsSeries/181924Corponaescola.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2018.
VYGOTSKY, L. S. Imaginação e criação na infância. [Livro digital]. São Paulo: Ática, 2009
(Coleção Ensaios Comentados).
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