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WBA0170_v2.

APRENDIZAGEM EM FOCO

AS AFINIDADES ELETIVAS ENTRE


CURRÍCULO E SOCIEDADE
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Paula Renata Bassan Morais
Leitura crítica: Neide Rodriguez Barea

Na disciplina As afinidades eletivas entre currículo e sociedade,


abordaremos alguns pontos fundamentais para a educação.

A disciplina foi dividida em quatro temas para elencar característica


peculiares do ensino e da aprendizagem: 1- Educação e currículo no
Brasil: dos Jesuítas à atualidade; 2- A inter-relação entre as políticas
educacionais e o currículo escolar em seus aspectos políticos,
filosóficos, culturais e sociais; 3 - As concepções do currículo real
e do currículo oculto na formação dos professores e 4 - Reflexões
sobre as Teorias: Não-Críticas, Críticas e Pós-Críticas.

Nosso objetivo nesta disciplina é dialogar sobre vários conteúdos


interessantes e compreender todo o processo histórico da
elaboração do currículo no Brasil, desde a chegada dos jesuítas até
à atualidade. Esta visão panorâmica nos revela dados importantes
sobre a educação brasileira e as afinidades entre currículo e
sociedade.

Já na perspectiva nacional, refletiremos sobre a inter-relação entre


as políticas públicas e as políticas educacionais e o currículo escolar
em seus aspectos políticos, filosóficos, culturais e sociais.

Também observaremos como é a organização de um currículo. Por


meio das normas, legislações e diretrizes, o currículo formal tem
grande relevância para o planejamento escolar. Quando o momento
pedagógico na sala de aula acontece diariamente, percebemos a
importância do currículo real. Porém, em todo este cenário nos
deparamos com o currículo oculto que revela comportamentos,
atitudes e valores. Dos professores que transmitem, de forma
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implícita e não intencional, a ideia de uma sociedade opressora,
preconceituosa e individualista. Você aprenderá como isso ocorre e
como pode ser enfrentado.

Para finalizar, refletiremos sobre as teorias da educação. Diante de


vários estudos, alguns autores identificaram algumas dimensões
destas teorias e foram intituladas de: 1 -Teorias Não-Críticas, que
abordam a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia
tecnicista; 2 - Teoria Crítica, revelando inovações para o processo
educacional; 3 - Teorias Pós-Críticas, que englobam as tendências do
mundo contemporâneo.

Você é nosso convidado para participar desta jornada educacional.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 1

Educação e currículo no Brasil: dos


jesuítas à atualidade
______________________________________________________________
Autoria: Paula Renata Bassan Morais
Leitura crítica: Neide Rodriguez Barea
DIRETO AO PONTO

Muitos documentos históricos retratam datas importantes para o


início das escolas nos Brasil. Falamos em escolas, pois a educação
sempre esteve presente mesmo antes da chegada dos jesuítas, uma
vez que os índios tinham e ainda têm todo um processo educacional
e cultural em sua essência.

Em 1549, a Companhia de Jesus chegou à Bahia e os jesuítas


iniciaram o processo de evangelização dos índios. Fundaram a
primeira escola que tinha como objetivo ensinar o canto, apresentar
os contos e estabelecer traços de leitura e escrita a primitiva.

Para os jesuítas a disciplina era rigorosa, utilizando de aplicação de


castigos, punições para os desobedientes e com premiações para os
alunos mais comportados e dedicados.

Após esta primeira fase educacional no Brasil houve muitas


modificações, e a escola se estruturou e ficou mais sistematizada,
organizada em séries e com documentos pautados pelo Ministério
da Educação.

Diante deste cenário, o currículo também se transformou, e ao longo


dos anos, o currículo foi se construindo, se adaptando, e a cada
novo ano é possível identificar novas oportunidade de melhorias
e inovações, pois o currículo educacional não se separa dos
acontecimentos históricos e sociais.

Atualmente, reorganizar o currículo seria olhar atentamente para


todo o processo educacional e de maneira sistêmica alinhar os
conteúdos de cada seriação. Identificar disciplinas de maior atenção
e importância, tais como Língua Portuguesa e Matemática, em
relação às demais disciplinas que são consideradas como segundo
plano é uma maneira errônea de ser construir um currículo. Assim,

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a aprendizagem significativa ocorre quando se unem a teoria e a
prática, a vida e os sonhos, o conhecimento e as limitações. Viabilizar
a interdisciplinaridade na organização do currículo, asseguraria o
livre acesso da conexão do conhecimento e da vida social.

Figura 1 – Aprendizagem significativa

Fonte: elaborada pela autora.

Tudo está conectado na vida, mas por que está fragmentado no


currículo escolar? É fundamental entender todo o processo histórico
ocorrido na educação brasileira em relação ao currículo.

PARA SABER MAIS

Para intensificar seus estudos, sugerimos uma leitura complementar


que fará toda a diferença em sua visão sobre o tema currículo.

A dica é a leitura da revista on-line Currículo sem Fronteiras, que


objetiva um olhar global sobre o tema currículo. Muitos artigos e
autores refletem sobre este tema na atualidade.

Esta revista on-line foi criada em 2014 pelos editores Hypólito,


Paraskeva e Gandin e tem como meta conhecer e entender todas as
atualizações sobre o tema currículo em vários países, como Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Saint Tome
e Príncipe e Timor-Lorosae, que buscam expressar unidade na
diversidade.

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Esta revista pretende ser um exemplo dessas ações, tentando, em
uma perspectiva crítica, analisar as políticas sociais e educativas que
são implementadas nestes países.

O campo do currículo assume uma preponderância incontornável


dado que nele se atravessam as problemáticas inerentes às políticas
sociais relacionadas com a educação, além das reformas, inovações
e reestruturações nos sistemas educativos.

Nesta perspectiva, a discussão em torno do campo do currículo, não


só convida ao uso de várias áreas do conhecimento – Sociologia,
Psicologia, Filosofia, estudos culturais, Antropologia –, como implica
que o debate se registre tanto na sua vertente teórica, quanto na
sua prática.

A revista on-line Currículo sem Fronteiras é uma publicação


quadrimestral que reforça o diálogo entre os países de Língua
Portuguesa.

TEORIA EM PRÁTICA

Reflita sobre a seguinte situação: você se tornou um professor na


educação básica neste ano, e está no processo de conhecer a escola,
os alunos e a infraestrutura do local.

Por uma emergência, logo após assinar o contrato com a escola


a diretora suplicou a sua ajuda para começar com uma turma
no dia seguinte, pois a professora da turma informou sobre um
afastamento médico, e a diretora não sabe que conteúdo a turma
está aprendendo.

À noite, em sua casa, você preparou um material emergencial e um


plano de aula baseado em seus conhecimentos e habilidades sobre

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aquela série escolar e na correria do dia a dia seguiu neste formato
até hoje, por três meses.

Neste contexto, o que está faltando para o professor que realiza a


substituição? Como a gestão pode auxiliar este professor? Se você
fosse um colega de trabalho deste professor, o que faria?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

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Indicação 1

Diante de nossos estudos sobre o currículo como construção social


e cultural, precisamos refletir sobre alguns conceitos que aparecem
nos livros brasileiros como Multiculturalismo, interculturalismo e
igualitarismo. O capítulo 2 do livro Currículo: questões atuais traz
justamente estas reflexões.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual


(Pearson / Biblioteca Virtual 3.0) e busque pelo título da obra.

MOREIRA, A. F. (org.). Currículo: questões atuais. 17. ed. Campinas:


Papirus, 1997. cap. 2, p. 29-38.

Indicação 2

O capítulo abaixo aponta as relevantes tendências pedagógicas para


subsidiar nossa compreensão em relação as teorias de currículo.
Aproveite para refletir sobre como foi construído o pensamento
pedagógico brasileiro.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual


(Pearson / Biblioteca Virtual 3.0) e busque pelo título da obra.

SANTOS, A. R. de J. Currículo, conhecimento e cultura escolar.


Instituição Anhanguera Unopar, 2013. cap. 2. p. 45-57.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber

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Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Atualmente, reorganizar o currículo seria olhar atentamente para


todo o processo educacional e de maneira sistêmica alinhar os
conteúdos de cada seriação para assegurar:

a. Que a aprendizagem significativa ocorra quando se une a


teoria e a prática, a vida e os sonhos, o conhecimento e as
limitações. Viabilizar a interdisciplinaridade na organização
do currículo, asseguraria o livre acesso da conexão do
conhecimento e da vida social.
b. Que a aprendizagem ocorra por meio de metodologias e
estratégias didático-pedagógicas impositivas.
c. Que a aprendizagem ocorra por meio de disciplinas separadas
evitando a interdisciplinaridade.
d. E manter processos por módulos de aprendizagem sobre a
gestão governamental.
e. E conceber os procedimentos e estratégias das normativas
educacionais.

2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais podem ser utilizados


com objetivos diferentes, de acordo com a necessidade
de cada realidade e de cada momento. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais auxiliam o professor na tarefa de
reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática

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pedagógica juntamente com a reflexão sobre o currículo e
sobre a proposta político pedagógica da escola. Algumas
possibilidades para a sua utilização são:

a. Refletir sobre a prática pedagógica, tendo em vista que todo


o material necessário para os dias atuais são os mesmos
materiais que utilizava em sala de aula desde o início de sua
formação como professor.
b. Reconhecer que o olhar do professor é para o repasse
de conhecimento, e os alunos menos capazes devem ser
reprovados.
c. Identificar, produzir ou solicitar novos materiais que
possibilitem contextos mais significativos de aprendizagem.
d. Repassar aos alunos todo o conhecimento obtido pela
humanidade, de uma forma mecânica e generalizadora.
e. Refletir sobre a prática do professor que é o dono do saber
e do conhecimento, deixando, assim, sua posição de sujeito
ativo e o aluno como sujeito passivo.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A

Resolução: Atualmente, reorganizar o currículo seria olhar


atentamente para todo o processo educacional, e de maneira
sistêmica alinhar os conteúdos de cada seriação para assegurar
que a aprendizagem significativa ocorra quando se une a teoria
e a prática, a vida e os sonhos, o conhecimento e as limitações.
Viabilizar a interdisciplinaridade na organização do currículo
asseguraria o livre acesso da conexão do conhecimento e da
vida social.
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Questão 2 - Resposta C
Resolução: O objetivo do PCN é colaborar para que profundas
e imprescindíveis transformações, aconteça no panorama
educacional do Brasil, e posicionar você, professor, como o
principal agente nessa grande missão.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 2

A inter-relação entre as políticas


educacionais e o currículo escolar
em seus aspectos políticos,
filosóficos, culturais e sociais
______________________________________________________________
Autoria: Paula Renata Bassan Morais
Leitura crítica: Neide Rodriguez Barea
DIRETO AO PONTO

Para aprimorar nossos conhecimentos sobre as políticas educacionais


e construção do currículo escolar salientamos que durante muitos
momentos históricos da educação brasileira, um sistema nacional de
avaliação foi pensado, adaptado e reestruturado por várias vezes.

As tentativas de mudanças curriculares presentes nas políticas


educacionais como as leis, decretos, programas e projetos, nas
últimas décadas, estão vinculadas, em sua grande maioria, em
propostas de inovações. São propostas políticas, por exemplo:
evidencia o ensino médio apoiado em compreensões de sociedade;
enaltece a influência das novas tecnologias; fortalece a relação entre
globalização e a localização; incentiva o olhar para as necessidades
do mundo do trabalho. Enfim, retrata uma compreensão filosófica
de mundo. Percebemos que todas estas propostas de reforma
curricular são ações políticas de intervenção na sociedade.

Na década de 1980, com forte influência da Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do

Banco Mundial, tais instituições implementaram um sistema de


avaliação escolar devido ao reconhecimento da inexistência de
estudos que mostrassem claramente a eficiência do ensino escolar
era evidente.

Figura 1 – Criação do sistema de avaliação brasileiro

Fonte: elaborada pela autora.

14
Desta maneira a avaliação do desempenho dos alunos inseridos
no sistema de ensino brasileiro foi intensificada. As primeiras
experiências de avaliação aconteceram com os alunos do primeiro
grau, que equivale, atualmente, ao ensino fundamental.

Na década de 1990, o sistema de avaliação da educação básica já


estava fortemente consolidada e apresentava inúmeras estatísticas
para o governo, que era incumbido de fiscalizar e propor uma série
de adaptações. Relatamos que foi um momento mercadológico, pois
as escolas eram analisadas de acordo com um ranking educacional.

Uma série de reestruturações e reformas curriculares surgiu nesta


fase marcante da história do ensino no Brasil. Neste cenário, surgiu
o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo (Saresp), criado em 1996, por meio da Resolução SE n. 27, de
29 de março, que relata seus objetivos:

• Subsidiar a Secretaria de Educação na tomada de decisão quanto à


política educacional;

• Verificar o desempenho dos alunos da educação básica para


fornecer informações a todas as instâncias do sistema de
ensino que subsidiem a capacitação dos recursos humanos do
magistério; a reorientação da proposta pedagógica das escolas, de
modo a aprimorá-la; a viabilização da articulação dos resultados
da avaliação com o planejamento escolar, capacitação e o
estabelecimento de metas para o projeto de cada escola. (SÃO
PAULO, 1996)

O Saresp é aplicado pela Secretaria da Educação do Estado de São


Paulo com a finalidade de produzir um diagnóstico da situação da
escolaridade básica paulista, com o intuito de fomentar uma “cultura
de avaliação”, na qual a avaliação deixasse de ser encarada como
um instrumento de classificação de alunos.

15
Para conhecer mais sobre o Saresp basta acessar a revista eletrônica
Saresp em Revista que desde 2019 demonstra, por meio de dados
estatísticos, resultados e análises de índices das escolas do estado
de São Paulo.

Referências bibliográficas
SÃO PAULO. Resolução SE nº 27, de 29 de março de 1996. Diário Oficial: São
Paulo, 1996.

PARA SABER MAIS

As escolas brasileiras não participam de um único sistema de


ensino. Os conteúdos, as avaliações e o currículo escolar não são
padronizados, porém, existem tentativas históricas de oportunizar
metas e objetivos comuns para a educação no território nacional.

Neste cenário, surgiu um projeto de lei em 1962, elaborado na


vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
a Lei nº 4.024, de 1961, chamado Plano Nacional de Educação (PNE).
Ele propõe as metas para todas as escolas brasileiras para estimular
investimentos nacionais e internacionais.

O novo PNE só foi produzido muito depois do encerramento do


Regime Militar. Em 9 de janeiro de 2001, foi sancionada a Lei nº
10172, responsável pela aprovação do Plano Nacional de Educação
(PNE), elaborado a partir de 1996, o PNE do decênio de 2001 a 2010.

No total são 20 metas, como universalização da educação, ensino


em tempo integral na educação básica, ampliação do ensino técnico
e superior e valorização dos professores.

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Em 15 de dezembro de 2010, foi enviado pelo Governo Federal ao
Congresso, o PNE do decênio de 2011 a 2020. O PNE determina
diretrizes, metas e estratégias para a política educacional no período
de 2014 a 2024.

Este documento é mais resumido e simplificado, com dados


estatísticos que facilitam a execução e fiscalização. Também é mais
democrático e fortalece as chances de as metas serem alcançadas,
pois foi aberto para a comunidade escolar.

Relata metas importantes para educação infantil, ensino


fundamental, médio, profissionalizante e superior, objetivando a
alfabetização, infraestrutura das escolas e criação de garantias para
melhores condições de trabalho para os professores.

Algumas metas como as 7, 8 e 9 lidam com a melhoria da qualidade


e desempenho escolar. As metas 10 e 11 reforçam a importância
do ensino profissionalizante e ofertas da Educação para Jovens e
Adultos (EJA). Em relação ao ensino superior, mestrado e doutorado
de qualidade e elevação das oportunidades de matrícula, são
tratadas nas metas 12, 13 e 14.

A meta 20 revela o ponto crucial para a educação brasileira que é


o financiamento, sugerindo a elevação do investimento público do
patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do
país para 10% (dez por cento).

Gestores, profissionais da escola, alunos, pais e a sociedade em


geral devem se preparar para a tarefa de elaboração dos planos
de educação. A cada decênio a população, de maneira geral, é
convidada para participar da elaboração do Plano Nacional de
Educação (PNE), visando a garantia do direito à educação para todos
os cidadãos.

17
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministérios da Educação. Plano Nacional de Educação. [s.d.].

TEORIA EM PRÁTICA

A escola X está iniciando o planejamento do ano letivo. Você


é um professor do ensino fundamental 1, com alunos do 3º
ano. Trabalha nesta escola há três anos e conhece todas as
particularidades locais e perfil dos alunos. Já estão na terceira
reunião pedagógica deste planejamento para o próximo ano.
Na primeira reunião, todos os professores, juntamente com a
coordenadora e diretora conversaram sobre o Projeto Político
Pedagógico da escola e, também, sobre a proposta pedagógica.
Na segunda reunião pedagógica, os professores adaptaram
alguns conteúdos à realidade social da localidade onde a escola
está inserida. Na reunião pedagógica de hoje, a reflexão será
sobre os temas transversais.

1. O que é um tema transversal?


2. Quais documentos educacionais são disponibilizados pelo
governo para o professor sobre os temas transversais?
3. Quais são os temas transversais que oportunizam um diálogo
com os alunos do 3º ano do ensino fundamental 1, orientado
pelos documentos educacionais ofertados pelo governo?
4. Como os temas transversais, propostos em uma política
educacional anterior à atual, se relaciona com a BNCC?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Diante de nossos estudos sobre políticas públicas e o currículo


escolar, este livro reforça importantes marcos históricos e, também,
sobre a importância de ser um professor que conheça e entenda
sobre os conceitos e os fundamentos do sistema educacional
brasileiro.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra.

NICESIO, G. L. N. (org.). Políticas Públicas na educação básica.


Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2015. cap. 1, p.
27-36.

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Indicação 2

Para compreender como a educação se encontra hoje, seus


impasses e desafios, é fundamental ter um olhar mais abrangente
para a história da educação brasileira, e como as diversas políticas
educacionais se estruturaram.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra:

CICONE, R. B. História da educação. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S. A. cap. 4. p. 183-227.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. As escolas brasileiras não se originam de um único sistema de


ensino. Os conteúdos, as avaliações e o currículo escolar não são
padronizados. Neste cenário, surge um projeto de lei em 1962,
intitulado de Plano Nacional de Educação (PNE), que tem como
objetivos:

20
a. A criação de 20 metas para todas as escolas brasileiras a fim
de estimular uma educação de qualidade e incentivar maiores
investimentos nacionais e internacionais para a educação
brasileira.
b. Fortalecer os estudos de mestrado e doutorado sobre a
educação básica no Brasil por meio de dados estatísticos.
c. Selecionar e aplicar metodologias e estratégias diversificadas
por meio de 20 metas preestabelecidas.
d. Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos
componentes curriculares e fortalecer a competência
pedagógica das equipes escolares.
e. Refletir sobre a prática pedagógica e a gestão escolar
apresentando 20 materiais básicos para o ensino
fundamental.

2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais podem ser utilizados


com objetivos diferentes, de acordo com a necessidade de
cada realidade e de cada momento. Os temas transversais
estão inseridos nos PCNs do ensino fundamental 1, do 1º
ao 5º ano. Quais são os temas transversais para o ensino
fundamental 1, orientados pelo MEC?

a. Ética, desigualdade social, pluralidade cultural, saúde e


orientação sexual.
b. Ética, meio ambiente, pluralidade cultural, equilíbrio
emocional e orientação sexual.
c. Ética, meio ambiente, pluralidade cultural, saúde e orientação
sexual.
d. Ética, meio ambiente, gênero, saúde e orientação sexual.
e. Ética, meio ambiente, pluralidade cultural, saúde e
religiosidade.

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GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: As escolas brasileiras não se originam de um único
sistema de ensino. Os conteúdos, as avaliações e o currículo
escolar não são padronizados. Neste cenário, surge um projeto
de lei em 1962, intitulado de Plano Nacional de Educação (PNE),
que tem como objetivos, por meio das 20 metas propostas para
todas as escolas brasileiras, o incentivo para uma educação de
qualidade e aquisição de maiores investimentos nacionais e
internacionais para a educação brasileira.
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Os temas transversais do PCN do ensino
fundamental 1 são: ética, meio ambiente, pluralidade cultural,
saúde e orientação sexual. Estes temas foram sugeridos pelo
MEC para uma reflexão ética sobre assuntos importantes para
o desenvolvimento integral do aluno.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 3

As concepções do currículo real e


do currículo oculto na formação dos
professores
______________________________________________________________
Autoria: Paula Renata Bassan Morais
Leitura crítica: Neide Rodriguez Barea
DIRETO AO PONTO

A escola é um ambiente social e constituído por várias pessoas


e grupos. Quando um professor se depara com uma nova turma
de alunos, inconscientemente ou não, os classifica. O ato de
classificar e nomear os alunos é peculiar no âmbito educacional.
A classificação pode ser tanto para situações positivas, como
aluno acelerado, prestativo, interessado e motivado; ou pode ser
com adjetivos negativos como aluno desestimulado, preguiçoso,
atrasado, entre outros, induzindo um descrédito com relação à
capacidade de aprendizagem e desenvolvimento.

Rist (1977) denomina isto como a “teoria da rotulação”,


explicitando como se constituem rótulos na sala de aula e
como os professores reagem diante dos alunos. Em um de seus
experimentos, o autor revela que em uma escola, depois de oito
dias no jardim de infância, a professora organizou os lugares da
sala, de acordo com a presumível capacidade intelectual. Também
observou que esta divisão se baseou na origem social dos
alunos e na diferenciação de estímulos como elogios, controle e
autonomia na sala de aula. Continuando seu experimento com a
mesma turma de alunos, no primeiro e segundo ano do ensino
fundamental, observou que os padrões iniciados no jardim de
infância foram mantidos nos anos posteriores.

24
Figura 1 – Análise da teoria da rotulação

Fonte: elaborada pela autora.

Este experimento não se baseou no currículo formal ou real. Sua


análise revela o currículo oculto.

A intenção não é generalizar determinadas evidências, apenas


provocar a reflexão sobre este assunto que é polêmico e muito
importante e acontece cotidianamente no ambiente escolar.

Um enorme desafio é conceber um currículo no qual haja espaço


para a resistência, para diferenças, para a inclusão, para a empatia,
para as contradições e tornar, assim, o espaço escolar um espaço de
vivência real e com significados baseados na justiça social.

Referências bibliográficas
RIST, R. On Understanding the process of schooling: the contribuitions of
labeling theory. Power and Ideology in education. New York: Oxford University
Press, 1977. p. 292-305.

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PARA SABER MAIS

No cenário atual, a educação contemporânea reflete inúmeras


mudanças diante da transformação da realidade social e das
demandas do mercado de trabalho. Os avanços tecnológicos
revelam uma revolução em todos os setores e também no segmento
educacional.

Inúmeros são os desafios para a educação que constituem


vários temas que podem ser abordados por diversas vertentes. A
educação está marcada pelos conflitos, e a violência nas escolas
públicas precisam ser discutidos. Outros temas importantes são
o aumento dos casos de transtornos de ansiedade nos alunos e o
uso de medicamentos que se tornam um dos grandes problemas
enfrentados na história da educação contemporânea.

Rememorando a trajetória do currículo escolar, a filósofa e psicóloga


Viviane Mosé (2018) faz uma reflexão sobre os desafios da educação
no mundo contemporâneo. Em um debate sobre a educação,
Mosé afirma que “Todos os desafios da educação contemporânea
atravessam o espaço escolar. Não existe a escola e o mundo. O
mundo atravessa a escola.” Este debate é muito interessante, e
convidamos você a assisti-lo, pois a palestrante elucida várias
discussões acerca da educação no Ocidente, onde os alunos eram
educados para pensar num sentido filosófico, descobrir e construir
conhecimentos.

Retrata, ainda, que com a chegada da Revolução Industrial,


a educação se baseou no trabalho fabril, e as escolas foram
construídas no formato arquitetônico de fábricas, com grandes
blocos e toque de alarmes parecidos com as fábricas, direcionando
o conhecimento para a produção.

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Diante deste fato, os currículos foram estruturados com preceitos
tradicionais e quantitativos, revela a palestrante Viviane Mosé. O
conhecimento foi fundamentado na memorização de conteúdos e
quantificados por meio de provas escritas com menção de notas
classificatórias que conduziam a aprendizagem para reprovação ou
aprovação. Vale a pena assistir esta palestra.

Referências bibliográficas
CAFÉ FILOSÓFICO CPFL. O contemporâneo e a educação | Viviane Mosé.
2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hyVBULSDimI. Acesso
em: 28 abr. 2021.

TEORIA EM PRÁTICA

Para entendermos as representações que os professores têm em


relação aos seus alunos em termos de currículo oculto, Silva (2003)
aponta que:

Vamos verificar que muitos professores, logo de saída, já formam


uma opinião dos seus alunos. Ou ele é “bom” ou é “mau”. E raramente
esta opinião muda ao longo do tempo. Assim, as crianças que são
mais valorizadas pela escola tendem a melhor se adaptar e alcançar
relativo sucesso, ao passo que aquelas outras, que, aliás, são a
maioria, acabam sendo eliminadas brutalmente desta escola, nela
nada conseguindo. […] Assim é que este estigma do fracasso se
interioriza de tal forma na maioria dessas crianças, que elas passam
a se comportar de acordo com a expectativa que a instituição tem em
relação a elas, ou seja, a de crianças inadequadas, mal resolvidas, de
péssimo rendimento, em uma palavra, incapazes. O que vai fazer com
que se reforce para essas pessoas o mito de que são culpadas pelo
seu próprio fracasso e, na medida em que esses futuros trabalhadores
ingressem no exército de mão-de-obra disponível à exploração
capitalista, serão cada vez mais acomodados, achando que receberam

27
na escola o que deviam receber mesmo, pois são “inferiores” e
“incapazes”. (SILVA, 2003, p. 3)

Agora, descreva uma situação vivenciada por você ao longo do seu


período de escolarização relacionada ao currículo oculto.

Referências bibliográficas
SILVA, Tomaz T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do
currículo. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

28
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Para a formação dos professores é fundamental ter o conhecimento


sobre a organização da educação infantil e do ensino fundamental.
Neste livro a reflexão sobre o currículo e os processos pedagógicos
auxiliam no desenvolvimento da prática pedagógica.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra:

ESTACHESKI, J. Fundamentos e organização da educação infantil


e do ensino fundamental. Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S. A., 2018. cap. 3. p. 119-135.

Indicação 2

Este trabalho de conclusão de curso tem como propósito discutir


e contribuir com a formação docente observando as metodologias
utilizadas pelo educador e filósofo Paulo Freire.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da


Kroton e busque pelo título da obra:

SOARES, T. A. Formação Docente: as contribuições de Paulo


Freire para o processo educativo. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Pedagogia) – Faculdade Anhanguera de Limeira,
Limeira, 2016.

29
QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. O currículo oculto encontra-se presente em todo o


trabalho pedagógico realizado nas escolas. Conhecer suas
características e influências sobre a aprendizagem do aluno
é um fator crucial para os professores. Para organizar os
conteúdos de um plano de aula, o professor, pensando no
currículo oculto, precisa refletir sobre:

a. Os comportamentos, atitudes e valores dos alunos de sua


turma de acordo com seus conhecimentos prévios sobre eles.
b. A oralidade dos alunos que estão se desenvolvendo diante dos
novos conteúdos apresentados para a turma.
c. A escrita e a interpretação de textos, pois é fundamental para
o desenvolvimento do aluno.
d. A ciência, a matemática e a arte. Todos os alunos precisam
conhecer estes conteúdos programáticos que determinam os
PCNs.
e. A leitura e a oralidade. Todos os alunos precisam adquirir esta
competência para seguir para o próximo ano letivo.

30
2. O currículo é um processo para a ação humana e está em
movimento. Não é produto acabado. Na escola, isso se torna
mais evidente, pois cada aluno leva para a sala de aula a sua
bagagem cultural, e ela poderá ser utilizada pelo professor
para acrescentar conteúdos para a sua aula. A realidade da
turma ajuda no desenvolvimento da aula. O professor não
pode ignorar este currículo, que é conhecido por:

a. Currículo formal.
b. Currículo real.
c. Currículo oculto.
d. Organização curricular.
e. Currículo interdisciplinar.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A

Resolução: O currículo oculto encontra-se presente em todo


o trabalho pedagógico realizado nas escolas. Conhecer suas
características e influências sobre a aprendizagem do aluno
é um fator crucial para os professores. Para organizar os
conteúdos de um plano de aula, o professor pensando no
currículo oculto, precisa refletir sobre os comportamentos,
atitudes e valores dos alunos de sua turma de acordo com seus
conhecimentos prévios sobre eles.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: O currículo é um processo para a ação humana que
está em movimento. Não é produto acabado. Na escola, isso se
torna mais evidente, pois cada aluno leva para a sala de aula a
sua bagagem cultural, e ela poderá ser utilizada pelo professor

31
para acrescentar conteúdos para a sua aula. A realidade da
turma ajuda no desenvolvimento da aula. O professor não pode
ignorar este currículo que é conhecido por currículo real.

32
INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3 TEMA 4

TEMA 4

Reflexões sobre as teorias: não


críticas, críticas e pós-críticas
______________________________________________________________
Autoria: Paula Renata Bassan Morais
Leitura crítica: Neide Rodriguez Barea
DIRETO AO PONTO

As teorias da educação propiciam um desenvolvimento de métodos


e técnicas que auxiliam no processo de ensino aprendizagem
dos alunos. Existem vários momentos na educação que refletem
diferentes teorias. As diferenças entre as teorias são principalmente
aspectos que se relacionam com a fase histórica, política e social em
que se encontram.

Não podemos afirmar que uma teoria é mais importante que


a outra, mas sim, que elas se complementam ou se encaixam
na mediada em que a evolução e transformação da educação
acontecem.

Algumas teorias foram mais pesquisadas e difundidas, como é


o caso das teorias não-críticas, críticas e pós-críticas, fortemente
difundidas no Brasil que marcam inúmeras fases históricas desde o
início do século XX até a atualidade.

Nas teorias não-críticas temos algumas pedagogias que consolidam


práticas educacionais que são a base para o sistema de ensino
brasileiro.

A pedagogia tradicional representa uma sistematização e


organização do ensino, seriação, disciplinas essenciais, memorização
e assimilação de conhecimentos. Assim, o professor como o
detentor do saber e o aluno o receptor do saber.

A pedagogia nova revela um olhar mais filosófico e social. O ser


humano no centro da aprendizagem. Professor e aluno aprendem
juntos por meio de diálogos, troca de experiências e socialização.

A pedagogia tecnicista retrata o viés produtivo e mecanizado.


Momento de competição, competência no fazer e reproduzir
34
conhecimentos na era da Revolução Industrial foram fundamentais
para esta base educacional.

As pedagogias tradicional, nova e tecnicista foram a base para um


novo período que emergiu intitulado de teorias críticas. A teoria
crítica incorporou a reflexão do que estava dando certo e poderia
continuar. Constatou-se que a conexão de todas as pedagogias e a
extração do que foram experiências positivas de cada uma delas,
seria o grande avanço para a educação brasileira. E, por um longo
período, foi a base da educacional.

Porém, as tecnologias tomaram conta do mundo. A globalização


dominou o sistema de ensino, e a teoria pós-crítica emerge trazendo
subsídios de transformação social com uma forte influência da
chamada filosofia da diferença, do pós-estruturalismo, do pós-
modernismo, do pós-colonialismo, da teoria dos estudos de gênero
e feministas, ecológicos, dos estudos multiculturalistas, étnicos,
entre outros.

Figura 1 – Teoria da educação

Fonte: elaborada pela autora.

35
Estamos vivenciando este momento da teoria pós-crítica, e sabemos
que brevemente podemos entrar em uma outra era educacional.

PARA SABER MAIS

Quando pensamos em pesquisas educacionais, remetemos à


educadora Isabel Alarcão, doutora em educação e membro do
Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de
Formadores (CIDTFF), da Universidade de Aveiro em Portugal. Seus
estudos revelam a importância do professor reflexivo, que tem
uma consciência assertiva de que não é somente um reprodutor do
conhecimento.

Para a autora, ser um professor reflexivo é ter uma capacidade de


pensamento e de reflexão criativa e não copiar ou apenas reproduzir
o que lhe é proposto. Sabemos que a escola tradicional, mesmo
com todas as transformações atuais como globalização e novas
tendências tecnológicas, se baseia em fragmentação e seriação que
não se conecta com a realidade e complexidade da sociedade.

A educadora também afirma que a escola precisa ser reflexiva, com


uma perspectiva de uma nova racionalidade, convidando os leitores
para modificarem urgentemente as escolas, os currículos e toda a
sua organização pedagógica.

Todos estes estudos revelam o quanto é importante ser flexível às


novas mudanças. Se o mundo está em transformação, a escola e o
professor também precisam acompanhar estas transformações e se
modificarem.

Vale a pena conhecer as obras desta educadora e fomentar ainda


mais esta reflexão sobre a teoria pós-crítica da educação.

36
Referências bibliográficas

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo:


Cortez, 2010.

TEORIA EM PRÁTICA

Ao observarmos as pedagogias desde o início do século XX até


a atualidade, entendemos algumas fases. Podemos relembrar
da pedagogia tradicional, da pedagogia nova e da pedagogia
tecnicista.

Como um exercício de conectar estas pedagogias com a sua


lembrança de aluno, tente trazer a memória de uma vivência e
experiência. Relate algo marcante e que você ainda se lembre que
tem traços de cada pedagogia citada.

Exemplo: quando eu era aluno, já senti a régua da professora


batendo em minhas mãos. Em outra ocasião, me lembro de
agradecer a professora inúmeras vezes, das muitas repetições
diárias de escrita em um caderno de caligrafia, pois hoje tenho
uma letra muito bonita e legível e isto me agrada muito. (Pedagogia
tradicional).

Conte detalhes de sua lembrança como aluno. Tente encontrar algo


positivo e algo negativo em cada pedagogia.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O autor José Manuel Moran (2013) traça um panorama entre a


educação que temos e a educação que desejamos para nossos
alunos, analisando as mudanças que as tecnologias trouxeram para
a educação presencial e a distância na teoria pós-crítica.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


procure no parceiro Pearson/Biblioteca Virtual 3.0 pelo título da
obra:

MORAN, José M. A educação que desejamos: Novos desafios e


como chegar lá. Campinas: Papirus, 2013. cap. 1. p. 13- 39.

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Indicação 2

A autora Maria Montessori (2014) relata neste livro sua análise


sobre a importância da educação para a paz. Todos os professores
precisam possibilitar o desenvolvimento do que há de melhor em
cada indivíduo, abandonando a priorização da posse material, de
modo que, ao estar bem consigo mesmo, o indivíduo possa conviver
melhor com os demais, respeitando as diferenças.

Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual e


procure no parceiro Pearson/Biblioteca Virtual 3.0 pelo título da
obra:

MONTESSORI, Maria. A educação e a paz. Campinas: Papirus, 2014.


cap. 1. p. 49- 57.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. As teorias da educação propiciam um desenvolvimento de


métodos e técnicas que auxiliam no processo de ensino
aprendizagem dos alunos. Existem vários momentos na

39
educação que refletem diferentes teorias. Algumas delas
foram mais pesquisadas e difundidas, como é o caso das
teorias não-críticas. Nesta teoria, temos três pedagogias
relevantes que são:

a. Pedagogia tradicional, pedagogia nova e pedagogia tecnicista.


b. Pedagogia tradicional, pedagogia nova e pedagogia
libertadora.
c. Pedagogia tradicional, pedagogia reflexiva e pedagogia
libertadora.
d. Pedagogia tradicional, pedagogia nova e pedagogia pós-
moderna.
e. Pedagogia não crítica, pedagogia nova e pedagogia
libertadora.

2. Para a educadora Isabel Alarcão o professor precisa ser


reflexivo quando:

a. Baseia-se na consciência da capacidade de memorização e


reprodução de ideias e práticas que lhes são exteriores.
b. Baseia-se na consciência da capacidade de interlocução com o
meio e com práticas que lhes são exteriores.
c. Baseia-se na consciência da capacidade de realizações
internas e práticas que lhes são exteriores.
d. Baseia-se na consciência da capacidade de pensamento
dialógico e na reprodução de ideias e práticas que lhes são
exteriores.
e. Baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e
reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não
como mero reprodutor de ideias e práticas que lhes são
exteriores.

40
GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: Na teoria não crítica temos três pedagogias
relevantes que são: pedagogia tradicional, pedagogia nova e
pedagogia tecnicista. As demais alternativas estão incorretas,
pois não são consideradas da teoria não crítica, como a
pedagogia libertadora, pedagogia pós-moderna e pedagogia
reflexiva.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Para a educadora Isabel Alarcão “a noção de
professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de
pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como
criativo e não como mero reprodutor de ideias e práticas
que lhes são exteriores. É central, nessa conceptualização, a
noção do profissional como uma pessoa que, nas situações
profissionais, tantas vezes incertas e imprevistas, atua de forma
inteligente e flexível, situada e reativa” (ALARCÃO, 2010, p. 23).

41
BONS ESTUDOS!

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