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FACULDADE PITÁGORAS

SOCIOLOGIA - LICENCIATURA

LUIZA FERNANDES DUTRA DE ARAUJO

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO I: ENSINO
FUNDAMENTAL II E/OU MÉDIO

BELO HORIZONTE
2023
LUIZA FERNANDES DUTRA DE ARAUJO

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO I: ENSINO
FUNDAMENTAL II E/OU MÉDIO

Relatório apresentado à Faculdade Pitágoras,


como requisito parcial para o aproveitamento
da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório
I: Ensino Fundamental II e/ou Médio do curso
de Sociologia - Licenciatura.

BELO HORIZONTE
2023
SUMÁRIO

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS 4


2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) 6
3 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA 7
4 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ABORDAGEM DOS TEMAS
CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS DA BNCC 8
5 RELATO DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR REGENTE 9
6 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS
PELO PROFESSOR 11
7 RELATO DA OBSERVAÇÃO 12
8 PLANOS DE AULA 15
9 RELATO DA APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE aula AO PROFESSOR
18
10 RELATO DA REGÊNCIA 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS 22
REFERÊNCIAS 23
3

INTRODUÇÃO

Esse relatório tem como objetivo apresentar as atividades realizadas durante


o estágio obrigatório de regência na Escola Estadual Presidente Antônio Carlos no
período de 16 de abril de 2023 a 20 de abril de 2023.
Nele apresento análise do pretenso Projeto Político Pedagógico e dos
materiais disponíveis na escola. Realizo uma análise da inexistência de propostas
de atividades e de materiais específicos para abordagem dos temas transversais
contemporâneos no ambiente escolar. Ainda, apresento entrevista com professor
regente e análise dos instrumentos avaliativos utilizados por ele; apresento as
minhas considerações sobre as aulas do professor Flávio Souza Pimenta durante as
minhas observações de suas aulas.
Em seguida, demonstro minha produção de planos de aulas e relato do
professor regente sobre a produção. Apresento brevemente como foi realizada em
sala os planos de aula expostos.
O presente trabalho foi realizado de acordo com a proposta da instituição e
com a regulamentação de estágios obrigatórios.
4

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS

No texto Mudando o rumo dos ventos: a sociologia no ensino médio, a autora


Luiza Helena Pereira inicia fazendo uma abordagem histórica de como a sociologia
tornou-se disciplina obrigatória no ensino médio no Brasil. De acordo com a autora,
a implantação da disciplina sempre esteve face ao dilema entre obrigatoriedade e
opcionalidade.
Em 1996, com a definição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, a LDB, estabeleceu-se que, ao concluir-se o ensino médio, o jovem
demonstre “domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania”. Assim, muitos sociólogos lutaram para tornar o ensino de
sociologia obrigatório no ensino médio. Porém, em 2001, o então Presidente da
República Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, vetou o projeto que
implementaria a sociologia como matéria obrigatória. Somente em 2006 a
obrigatoriedade da sociologia no ensino médio recebeu parecer favorável e em 2008
houve sanção da Lei pelo Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva (Pereira,
p. 136).
Atualmente Universidades realizam cursos de preparação e atualização de
professores, além de criarem laboratórios de ensino, com a finalidade de
proporcionar ao docente uma reflexão sobre o estado atual e uma perspectiva do
ensino da sociologia no ensino médio (Pereira, p. 137).
Em seguida, a autora aborda a construção do conhecimento teórico da
sociologia para o ensino nas escolas. Segundo ela, frente aos desafios que se
anunciavam com a LDB, as universidades decidiram implementar disciplinas, junto
aos alunos da graduação de Ciências Sociais, que desenvolvessem novas
propostas de lecionar sociologia no ensino médio que refletissem sobre a realidade
social. Nessas disciplinas se discute questões como a importância da sociologia
para o ensino médio, como selecionar temas para serem trabalhados com os jovens
e a metodologia de ensino.
A visão acadêmica sobre a importância da sociologia no ensino médio é a de
desenvolver no aluno o olhar sociológico sobre a realidade social, dando
oportunidade ao jovem de um olhar diferenciado sobre os fenômenos que cercam
sua vida cotidiana, ou seja, outra forma de entender o mundo a partir da
5

desnaturalização e do estranhamento sobre esta realidade. Dessa forma, a tarefa


que se apresenta como mais promissora no ensino da sociologia é contribuir para
que os estudantes do ensino médio desenvolvam a “imaginação sociológica”,
relacionando história, biografia e as relações entre elas na sociedade. Isso significa
proporcionar o entendimento da relação entre estruturas sociais e as ações dos
sujeitos (Pereira, p. 138).
Segundo a autora, os professores de ensino médio tendem a trabalhar a
sociologia a partir de uma das duas abordagens: de um lado, a abordagem da
realidade nacional, estudando os “problemas brasileiros” como temas em si
mesmos; por outro lado, uma abordagem teórica e conceitual. No caso da última
abordagem, os jovens não conseguem entender o significado da sociologia e pra
quê serve seu estudo, uma vez que não realizam o link com a realidade em que
vivem. Por isso, é importante que os alunos de Ciências Sociais contemplem em
suas aulas os dois níveis de abordagem, compreendendo, em primeiro lugar, a
realidade em que os jovens vivem a partir das teorias sociológicas; em seguida,
trabalhar essa realidade em sala de aula como temas de estudo.
Em 2006, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio indicam três
opções para se lecionar a sociologia: começando pelos conceitos, pelos temas ou
pelas teorias. “Os conteúdos das disciplinas que foram ministradas aos alunos da
graduação em Ciências Sociais não podem ser considerados temas (conteúdos) a
serem trabalhados com os alunos da escola secundária. Mas este conhecimento
(teoria) deverá se constituir na base sobre a qual será construída a explicação das
questões sociais” (Pereira, p. 140).
A autora afirma que a sociologia remete à diferença entre questões individuais
e questões públicas, e é importante definir quais as questões relevantes e
preocupações-chave da sociedade da nossa época. Para realizar essa tarefa, o
aluno de Ciências Sociais tem de ter intimidade com as teorias clássicas e
contemporâneas para subsidiar a análise do cotidiano em que os jovens da escola
estão inserido para não simplesmente ensinar as teorias como conteúdos em si
mesmos.
Para a qualidade do ensino de sociologia, a autora sugere a metodologia da
problematização, um método dialético em sua essência (Pereira, p.141).
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2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)

O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Presidente Antônio Carlos


encontra-se em construção. Em uma entrevista feita com Fabrício, vice-diretor da
escola, o PPP buscar conter o planejamento do que se tem intenção de fazer,
buscando o possível com base no que já se tem. Assim, procura-se antever um
futuro diferente do presente.
Segundo Fabrício, a escola adere ao Programa de Ensino Integral, por isso,
além das disciplinas tradicionais, o currículo escolar é formado por outras matérias,
projetos e atividade multidisciplinares. Assim, a organização curricular contempla o
Projeto de Vida, tutoria, eletivas, atividades experimentais e pré-iniciação científica,
com 27 disciplinas ao todo.
O calendário escolar é definido pela Secretaria de Educação de Minas Gerais,
totalizando 200 letivos, incluindo sábados e conselhos de classe. Fabrício informa
que a Secretaria de Educação também sugere metodologias a serem utilizadas e o
que deve ser abordado nos sábados letivos.
Fabrício descreve que os conselhos de classe são reuniões de professores
onde se discutem o rendimento escolar dos alunos. Nas reuniões, os professores
trocam informações sobre o desempenho de cada aluno da escola. Dessa forma, um
por um aluno é discutido comportamentos, engajamentos e avaliações por
professores de todas as matérias. Também é discutido formas de abordagem de
ensino para os alunos com baixo desempenho.
7

3 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA

A Escola Estadual Presidente Antônio Carlos é uma escola de pequeno porte,


que conta com recursos limitados de espaço e materiais. Na estrutura predial da
escola tem-se salas de aula, sala dos professores, secretaria, diretoria, cantina,
quadras, biblioteca e sala multimídia. Por toda a escola encontramos murais com
recados, cartazes e produções dos alunos para diferentes disciplinas.
Os recursos didáticos encontram-se principalmente na biblioteca e na sala
multimídia. A biblioteca contempla vários tipos de livros e revistas, apesar de não
contar com vários exemplares de um mesmo material. Na biblioteca também
encontramos mapas e filmes utilizados em sala de aula ou na sala multimídia. Além
desses materiais, a escola também possui na biblioteca recursos didáticos
adaptados para alunos com necessidades especiais, como livros, CDs e outros. Os
professores e os alunos não recebem livros didáticos, sendo necessário retirá-los na
biblioteca caso o professor queira utilizá-los para alguma atividade.
A sala multimídia é composta por quadro branco, computador e projetor, além
de carteiras para os estudantes. Nela os professores podem exibir slides ou vídeos
com o objetivo de tornar as aulas mais interessantes e dinâmicas, basta o professor
reservar a sala para sua aula. Como esses recurso só a sala multimídia possui,
muitos professores deixam de utilizar essas ferramentas por falta de praticidade.
Os recursos didáticos, na maioria das vezes, são administrados pelas
pessoas responsáveis pela biblioteca, uma vez que a maioria desses recursos se
encontram lá. Essas pessoas administram inclusive o acesso à sala multimídia.
Durante o estágio, o professor Flávio Pimenta não utilizou de nenhum recurso
didático adicional para ministrar suas aulas, somente o quadro branco. Segundo ele,
o conteúdo base de suas aulas é retirado de um livro didático próprio de origem do
Plano Nacional do Livro Didático, que ele recebeu da escola em que trabalhava
anteriormente.
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4 PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ABORDAGEM DOS TEMAS


CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS DA BNCC

Os Temas Contemporâneos Transversais são tópicos naturalmente


abordados pelas Ciências Sociais, uma vez que fazem parte da organização da
sociedade. Por isso, as aulas de Sociologia já costuma abordar esses temas.
Não foi encontrado na Escola Estadual Presidente Antônio Carlos materiais
específicos para a abordagem desses temas ou uma equipe especializada para dar
suporte aos docentes. Entretanto podemos encontrar textos e atividades
relacionados a eles em livros didáticos de Sociologia ou de Ciências Humanas.
De qualquer forma, existem dias, geralmente sábados letivos, específicos
para a abordagem multidisciplinar desses temas, ou seja, os professores de todas
as disciplinas realizam atividades que abordam estes tópicos.
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5 RELATO DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR REGENTE

O professor regente da disciplina de sociologia da Escola Estadual Professor


Antônio Carlos é o Flávio Santos Pimenta. Flávio é formado na graduação em
Ciências Sociais pela UFMG, o bacharelado no ano de 2004 e licenciatura no ano
2006. Realizou um mestrado em Medicina Social na Faculdade de Medicina na
UFMG para trabalhar com prevenção a violência e promoção da saúde, porém não
fez nenhuma especialização na área da educação.
Flávio iniciou seu trabalho no magistério antes de sua formatura, quando deu
aulas na educação básica, como contratado temporário, com o Certificado de
Autorização de Trabalho (CAT). Sua primeira vez em sala de aula foi em 2000, até
hoje são 23 anos em sala de aula, porém não de forma contínua, pois atuou como
sociólogo e professor do ensino superior. Segundo ele, há 7 anos de dedicação
exclusiva como professor de sociologia no ensino médio.
O Estado conta uma plataforma de formação de professores de forma
continuada e Flávio tem participado desses cursos oferecidos, entre eles tecnologia
da informação, psicologia da educação e outros relacionados à didática de ensino.
A visão de Flávio em relação ao ensino de sociologia nas escolas é que o
Estado tem a disciplina como obrigatória há pouco tempo. O objetivo de se ensinar
sociologia no ensino médio vem da necessidade de ensinar aos alunos novas
formas de pensar e conhecer o mondo em que vivemos. Além de auxiliar o
conhecimento de outras disciplinas anteriores, como história e geografia. Dessa
forma, a sociologia chegou para complementar e implementar novos conhecimentos
na educação básica.
A rotina de Flávio nas aulas é o conhecimento da pedagogia em si, da
transferência de conhecimento muitas vezes adaptada a realidade dos alunos. A
questão pedagógica e educacional de primeiro analisar a situação dos alunos e os
conhecimentos que eles tem e diversificar as aulas com as ferramentas como
vídeos, áudios, cópia no quadro, utilização de textos. Em suas aulas, Flávio utiliza
além do material didático promovido pela PNLD, vídeos, áudios e outros recursos
disponíveis na plataforma do Estado, o Estude em Casa, criada durante a pandemia.
Outro recurso que Flávio utiliza muito em sala de aula são os debates, pois a
construção do conhecimento se dá de forma coletiva entre aluno e professor.
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Os temas específicos como “cultura afrobrasileira e africana” e “cultura


indígena”, de acordo com Flávio já são temas tratados na própria sociologia, ou seja,
esses conteúdos já fazem parte do currículo das Ciências Sociais na graduação e da
sociologia na educação básica. Dessa forma, a sociologia em si não necessitou de
nenhuma metodologia especial pois já são temas corriqueiros da disciplina.
Segundo Flávio, os professores recebem material de apoio da Secretaria de
Educação de Minas Gerais. Esses materiais são os vídeos ofertados no Se Liga na
Educação, que é transmitido pela Rede Minas, e no Estude em Casa, disponibilizado
pelo site. Nessas plataformas contem indicações de conteúdos a serem abordados,
planos de aulas e orientações das aulas, muito voltadas para o ensino remoto.
Os Temas Transversais Contemporâneos presentes na BNCC é uma coisa
nova para outras disciplinas. Falar de ética, diversidade, consumo e meio ambiente
é uma coisa que a sociologia sempre fez. Dessa forma, assim como os temas
específicos, os Temas Transversais Contemporâneos para a sociologia é apenas
um lugar comum.
Flávio afirma que possui três alunos oficialmente com necessidades especiais
e todos possuem professores de apoio. Segundo ele, há um estudante que não
possui laudo nem professor de apoio e é tratada como laudista tendo necessidade
de adaptação em algumas atividades. Para ele, muitos alunos não tem condições de
acompanhar suas aulas, então a solução que encontrou foi disponibilizar o conteúdo
da matéria em forma de cruzadinhas, nas quais tem-se os conceitos e os
respectivos nomes.
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6 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS


PELO PROFESSOR

O professor Flávio Souza Pimenta utiliza dois dos principais modelos de


avaliação. São eles a avaliação formativa e a avaliação somativa. Nesse primeiro
modelo, o professor avalia com base na observação diária dos estudantes, no outro,
ele avalia mensurando o quanto os estudantes aprenderam nas diversas atividades.
Dessa forma, Flávio utiliza dos instrumentos de avaliação tradicionais. Avalia-se
comportamento em sala de aula e, em alguns casos, presença; avalia-se o caderno
do aluno, a participação em seminários e a prova.
São distribuídos vinte e cinco pontos por bimestre, sendo que Flávio distribui
da seguinte maneira:
 Cinco pontos de avaliação de comportamento e de presença;
 Cinco pontos de avaliação das anotações realizadas no caderno;
 Cinco pontos de avaliação de participação em seminários;
 Dez pontos de prova.
Os critérios utilizados pelo professor incluem se o aluno está no celular,
dormindo ou prestando atenção na aula; se o aluno copia a matéria no quadro
durante a aula; se o aluno tem participação ativa durante os debates envolvendo as
aulas e os seminários; e a quantidade de acertos nas questões da prova.
As provas na Escola Estadual Presidente Antônio Carlos abarcam os
conteúdos separados por área. Na área de Ciências Humanas contem conteúdos
das disciplinas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia. Dessa forma, antes de
os professores serem informados da nota dos alunos, a coordenação pedagógica
fica ciente desses dados.
Ao final das avaliações, o professor é encarregado de lançar no sistema do
Diário Escolar Digital, da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, as
informações necessárias para o resultado do desempenho dos alunos na matéria.
Essas informações são: frequência e notas das avaliações realizadas pelo professor.
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7 RELATO DA OBSERVAÇÃO

Em meu primeiro dia de campo, o Professor Flávio me alertou que também


era seu primeiro dia de aula na escola. Tinha acabado de ser contratado na escola,
pelo processo do Estado. Na semana em que fui me apresentar à escola, houve um
evento em relação ao Marco Zero da escola e, na semana anterior, uma
confraternização de Acolhimento dos Estudantes. Por isso, ele ainda não conhecia
bem os alunos, os professores e outros funcionários da escola.

Aula 1: 1º ano:
Matéria no quadro: o que é sociologia e o que ela estuda, quando surgiu a sociologia
e contexto histórico, quem foram os fundadores da sociologia e o que defendiam,
temas da sociologia, métodos científicos e a importância da sociologia.
Conversa com os alunos sobre o cronograma das aulas.

Aula 2: 2º ano:
Matéria no quadro: Max Weber como autor trabalhado. Temas abordados pelo autor,
o que é ação social e quais tipos, o que é e como se dá a burocracia, o que é a ética
protestante e como se relaciona ao capitalismo.
Conversa com os alunos sobre o cronograma das aulas.

Aula 3: 3º ano
Os alunos não compareceram, portanto não houve aula.

Aula 4: 1º ano
Matéria no quadro: tipos de conhecimento. Senso comum e conhecimento científico,
olhar sociológico (distanciamento).

Aula 5: 2º ano
Matéria no quadro: conceito de ação social em Weber. Processo comunicativo
(signo, significado, sentido), tipos de ação social (racionais e irracionais).

Aula 6: 3º ano
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O Professor decidiu que, devido a pandemia, a matéria do terceiro ano seria igual à
do primeiro ano, uma vez que os alunos “não tiveram” o conteúdo. Assim, eles não
ficariam prejudicados.
Matéria no quadro: o que é sociologia e o que ela estuda, olhar sociológico e tipos
de conhecimento.

Aula 7: 1º ano
Matéria no quadro: continuação dos tipos de conhecimento. O conhecimento
sociológico, método e temas.

Aula 8: 2º ano
Matéria no quadro: conceitos weberianos. Axioma e neutralidade axiológica.

Aula 9: 3º ano
Revisão dos conceitos de sociologia, os abjetivos da sociologia e conhecimento do
senso comum. Matéria no quadro: continuação dos tipos de conhecimento, o
conhecimento científico. O contexto histórico do surgimento da sociologia.

Aula 10, 11 e 12: 1º, 2º e 3º anos


Aplicação da prova bimestral

Dentro da sala de aula, a relação de Flávio com os alunos me pareceu jocosa. A


relação que ele estabelece é uma relação de hierarquia, em que ele deixa claro sua
autoridade. Ele é o detentor do saber e os alunos são meros receptáculos
desinteressados de saber. Além disso, ele tem poderes e pode usá-los contra os
meninos. Ele constantemente ameaça a tomar os celulares dos jovens
fundamentado na lei 14.826, que estabelece que o professor pode tomar celular de
aluno em sala de aula, para disciplinar o aluno. Ao verificar a lei, pude constatar que
ela não existe. Entre outros exemplos de seu comportamento com os alunos está
também o sarcasmo e a ironia.
A meu ver, o relacionamento jocoso que Flávio estabelece com seus alunos dificulta
na relação de ensino-aprendizagem de sua turma. Dessa forma, muitos alunos,
principalmente do 3º ano, não comparecem e não participam de suas aulas. O que é
uma pena, pois Flávio é uma pessoa com muito conhecimento e de facilidade
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acesso.
Flávio tem uma visão muita pessimista em relação à educação pública. Ele diz que o
os alunos das escolas públicas não compreendem a importância da educação para
a melhoria da condição social e, por isso, não têm interesse nos estudos, ao
contrário das escolas particulares, em que os alunos têm o comportamento quase
oposto.
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8 PLANOS DE AULA

Plano de Aula
Identificação Escola Caixa Escolar Presidente
Antônio Carlos
Professor regente Flávio Souza Pimenta
Professor estagiário Luiza Fernandes Dutra de Araujo
Disciplina Sociologia
Série 1º ano
Turma 101 e 102
Período Matutino
Conteúdo  Desigualdades sociais
Objetivos Objetivo geral
 Compreender o conceito de
desigualdade sociais e de que
formas ela se apresenta para a
sociedade.

Objetivos específicos
 Identificar as variáveis presentes
nas relações de desigualdade.
 Entender, de acordo com essas
variáveis, como a sociedade se
organiza.
 Reconhecer desigualdades
presentes na sociedade brasileira.

Metodologia
Apresentação da música “Hey João” do
cantor Fábio Brazza, estabelecendo um
diálogo sobre as desigualdades sociais
observáveis na sociedade brasileira. A
partir disso, em uma aula expositiva,
relacionar as desigualdades sociais e a
forma de organização da nossa sociedade.

Recursos
 Celular com aplicativo de música
 Caixa de som
 Impressão da letra da música “Hey
João”
 Quadro branco, pincel de quadro
branco e apagador

Avaliação Será avaliado a participação dos alunos nos


diálogos com a turma sobre o tema
16

proposto e cópia das anotações do quadro


no caderno.

Plano de Aula
Identificação Escola Caixa Escolar Presidente
Antônio Carlos
Professor regente Flávio Souza Pimenta
Professor estagiário Luiza Fernandes Dutra de Araujo
Disciplina Sociologia
Série 1º ano
Turma 101 e 102
Período Matutino
Conteúdo  Estratificação social, Max Weber e
Karl Marx.
Objetivos Objetivo geral
 Compreender o conceito de
estratificação social e seus tipos, de
acordo com a teoria analítica e a
teoria do conflito social.

Objetivos específicos
 Identificar as diversas formas de
estratificação social.
 Entender como é a organização da
sociedade brasileira em estratos.

Metodologia
Aula expositiva sobre o conceito de
estratificação social. Após, apresentar a
teoria do conflito social e discutir como a
sociedade se organiza a partir do trabalho
que o indivíduo exerce. Por fim, apresentar
os modelos de organização social presentes
na teoria analítica de Max Weber. Dialogar
com os estudantes como, a partir do
estudo das desigualdades sociais, a
sociedade brasileira se organiza em
estratos.

Recursos  Quadro branco, pincel de quadro


branco e apagador

Avaliação Será avaliado a participação dos alunos nos


diálogos com a turma sobre o tema
proposto e cópia das anotações do quadro
no caderno.
17

Plano de Aula
Identificação Escola Caixa Escolar Presidente
Antônio Carlos
Professor regente Flávio Souza Pimenta
Professor estagiário Luiza Fernandes Dutra de Araujo
Disciplina Sociologia
Série 1º ano
Turma 101 e 102
Período Matutino
Conteúdo  Mobilidade social
Objetivos Objetivo geral
 Compreender o conceito de
mobilidade social e as diferentes
formas que o indivíduo pode se
movimentar na estrutura da
estratificação social brasileira.

Objetivos específicos
 Compreender as diversas formas
movimentação em uma estrutura
social estratificada.
 Compreender quais são e como
atuam os fatores que influenciam
na mobilidade social da sociedade
brasileira.

Metodologia
Aula expositiva sobre o conceito de
mobilidade social, apresentando os
movimentos possíveis dos indivíduos se
moverem dentro de uma estrutura de
estraficação social. Após, propor um
diálogo a respeito de como se relacionam
renda, emprego e estudo formal na
mobilidade social brasileira.

Recursos  Quadro branco, pincel de quadro


branco e apagador
 Folha em branco de acordo com o
número de alunos

Avaliação Será avaliado a participação dos alunos nos


diálogos com a turma sobre o tema
proposto, cópia das anotações passadas no
quadro e entrega de um resumo do que foi
discutido nas últimas aulas.
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9 RELATO DA APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE AULA AO PROFESSOR

No dia 12 de abril de 2023, apresentei ao professor regente das aulas de


Sociologia, Flávio Souza Pimenta, da Escola Estadual Presidente Antônio Carlos, os
planos de aula listados acima. Os conteúdos abordados nos planos de aula foram
sugestão do próprio professor.
Nesse dia, expliquei os conteúdos de desigualdade social, estratos sociais e
mobilidade social, passando pela teoria analítica de Max Weber e pela teoria do
conflito social de Karl Marx. Expliquei ainda o passo a passo da metodologia que
usaria em sala de aula e como seria a abordagem desses temas.
Ates desse encontro, quando Flávio me sugeriu esses temas para serem
abordados, ele me disse que usaria a minha regência como forma de avaliação dos
alunos. Por isso, além da avaliação da participação e cópia no caderno dos
conteúdos passados no quadro, instrumentos já utilizados pelo professor, sugeri nos
planos de aula que os estudantes fizessem um resumo sobre o conteúdo ao final
das aulas dadas.
Quando apresentado ao professor Flávio os planos de aula e como seriam
aplicados, ele não fez nenhuma inferência ou consideração. Por isso, os planos de
aula iniciais foram os planos de aula dados aos alunos das duas turmas do 1º ano
do ensino médio da escola.
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10 RELATO DA REGÊNCIA

As aulas de Sociologia no ensino médio contam com apenas um horário por semana
em cada turma do ensino médio, ou seja, cinquenta minutos por semana para cada ano. Como a
proposta de trabalho do estágio é a regência de 4 aulas, o professor Flávio sugeriu utilizar dois
horários da disciplina de tutoria, ministrada por ele, para que cumprisse a carga horária prevista no
plano de trabalho. Como há duas turmas de primeiro ano do ensino médio, fiquei com a
responsabilidade de regência dessas duas turmas. Por isso, realizei seis horas/aula de regência,
pelo fato de que seria três horas/aulas em cada turma e, assim, realizei três planos de aula. Além
disso, por se tratar de uma escola adepta ao ensino integral, a regência foi realizada nos períodos
da manhã e da tarde. No dia 14 de abril de 2023, sexta-feira, ficou acordado que daria todas as
aulas de regência nesse dia, uma vez que corresponde ao horário de aulas do professor.
As primeiras aulas foram ministradas para 1ª turma do 1º ano do ensino médio. O
professor Flávio e eu chegamos à sala juntos. Ele deu uma breve explicação aos alunos sobre como
se daria as próximas aulas comigo ministrando-as. Após essa explicação, entreguei a letra da
música “Hey João”, de Fábio Brazza e Arnaldo Antunes, e a coloquei para tocar. Muitos alunos se
interessaram pela aula somente pelo fato de ser algo diferente, fora da rotina, porém os
desinteressados continuaram desinteressados. Depois da escuta da música, provoquei os alunos a
encontrarem nela frases, palavras ou conceitos que explicitassem fenômenos de desigualdades
sociais. Alguns se arriscaram a responder, porém a maioria não se manifestou. Sem dar muitas
explicações do que estava correto ou não, fui para o quadro explicar o conceito de desigualdade
social. Depois da explicação, retornei a provocar os alunos com a mesma pergunta. Alguns se
sentiram mais seguros para responder e os que já haviam respondido reiteraram ou ratificaram suas
respostas.
A partir da primeira aula, realizei algumas conexões com o conceito de desigualdade
social para explicar o conceito de estratificação social. Uma vez que desigualdade social se
relaciona à diferença existente entre os indivíduos baseadas em fatores econômicos, educacionais e
culturais, parti para relação existente entre essas desigualdades e a posição do indivíduo na
sociedade. A partir disso, os alunos puderam enxergar a organização da sociedade brasileira em
camadas.
Logo, apresentei a eles dois pensadores clássicos da sociologia para conceituar
essas informações. O primeiro foi Karl Marx que, apesar de não constar em suas obras o termo de
estratificação social, trata na sua teoria do conflito social a divisão da sociedade em duas classes
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sociais: a burguesia e o proletariado. Assim, realizei uma breve explicação do que se trata a
representação dessas duas classes pensadas por Marx no século XIX.
Outro pensador que apresentei foi Max Weber. Esse já tem uma ligação mais
profunda com o tema quando, em sua teoria analítica, que se difere da sua sociologia compreensiva,
abarca 2 grandes modelos de estratificação social: a estratificação aberta e a estratificação fechada.
Dei exemplos históricos desses tipos de estratificação: a sociedade de classes do próprio Karl Marx
e a sociedade europeia antes da revolução industrial. A partir disso, abordei os critérios de
estratificação propostos por Weber: o social, o político e as classes sociais.
Já na terceira aula, fiz um gancho dessas teorias com a mobilidade social, ou seja,
com a possibilidade de mudança da posição de um indivíduo dentro de uma estrutura social.
Apresentei aos estudantes três fatores que influenciam na mobilidade social na sociedade brasileira
que se relacionam entre si, sendo eles a renda, o emprego e a educação formal.
Por fim, dei abertura para que os alunos explicitassem suas dúvidas, seus
questionamentos e suas considerações. Alguns minutos antes do final da aula, Flávio revisou o
caderno dos alunos. O processo se repetiu na outra turma do 1º ano da escola, somando as seis
aulas de regência dadas.
Ao meu ver, os alunos se interessaram pelas aulas e pelo conteúdo, não só por ser
algo diferente da rotina deles, mas pela maneira e o tratamento que tive com eles. Pude observar
que, diferente das aulas ministradas por Flávio, os estudantes se manteram atentos e
comunicativos. Aqueles que já não se interessavam pelas aulas, continuaram sem se interessar,
mas pelo menos não atrapalharam.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade docente é extremamente romantizada, porém se apresenta como uma tarefa


árdua. Encantar corações de estudantes adolescentes, fase crítica do desenvolvimento humano, se
apresenta como um desafio à profissão. Acredito que as teorias estudadas na faculdade ajudam
muito ao exercer a função, mas nada nos prepara para estar diante desses seres sozinhos em sala
de aula.
Nesse ponto de vista, a atividade de estágio se apresenta necessária à formação de um
jovem professor. Um primeiro contato supervisionado com jovens alunos nos traz confiança para no
futuro enfrentarmos esses desafios postos na escola, dentro e fora de sala de aula. Pra mim, foi uma
experiência muito enriquecedora que, por mais que já tenha estado dentro de sala de aula,
ministrando para jovens de área rural, me possibilitou estar diante de estudantes com uma realidade
mais próxima da minha. Assim, pude experimentar conteúdos mais confortáveis a mim e mais
acessíveis aos alunos.
Entretanto, não me parece que o estágio para a escola se apresenta como algo vantajoso,
uma vez que receber estagiários muda muito sua rotina. Durante a realização deste trabalho, muitas
vezes me senti incomodando os professores, coordenadores, gestores e outros agentes escolares
com a exigência de detalhes que, para eles, muitas vezes passam batido devido a dinâmica escolar.
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REFERÊNCIAS

PEREIRA, Luiza Helena. Org: OLIVEIRA, Luiz Fernandes. Mudando os rumos dos ventos: a
sociologia no ensino médio. In: Ensino de Sociologia: desafios teóricos e pedagógicos para as
ciências sociais.

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