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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO

ISRAELA MÍRIAM DE MELO

UMA DICOTOMIA EM DEBATE: INDIVÍDUO E SOCIEDADE


(EIXO TEMÁTICO INDIVÍDUO E SOCIEDADE – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO)

NATAL-RN
FEV /2017
ISRAELA MÍRIAM DE MELO

UMA DICOTOMIA EM DEBATE: INDIVÍDUO E SOCIEDADE


(EIXO TEMÁTICO INDIVÍDUO E SOCIEDADE – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO)

Plano de Ensino Anual para a disciplina Sociologia no


Ensino Médio apresentado à Coordenação do Curso de
Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
como requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Ensino de Sociologia no Ensino Médio.

Orientador(a): Dra. Francisca Luciana de Aquino

NATAL/RN
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
2 JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO DO EIXO TEMÁTICO INDIVÍDUO E
SOCIEDADE ................................................................................................................................... 9
3 METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENSINO ANUAL PARA A
DISCIPLINA SOCIOLOGIA NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO ................................................11
4 OBJETIVOS GERAIS DO PLANO ANUAL DE ENSINO...................................................14
5 DETALHAMENTO DO PLANO ANUAL DE ENSINO .......................................................15
5.1 Identificação ......................................................................................................................15
5.2 Detalhamento das Unidades Didáticas .....................................................................................15
5.2.1 Unidade I (1° Bimestre) ..................................................................................................15
5.2.2 Unidade II (2° Bimestre).................................................................................................23
5.2.3 Unidade III (3° Bimestre) ...............................................................................................31
5.2.4 Unidade IV (4° Bimestre) ...............................................................................................41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................49
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................51
ANEXOS .........................................................................................................................................54
RESUMO
A disciplina de Sociologia apresenta uma trajetória histórica e social marcada por constantes e
profundas intermitências no processo de sua inserção na grade curricular do Ensino Médio
Brasileiro. A exclusão dessa disciplina durante anos no currículo escolar e o seu retorno
gradativo, refletem consequências desafiadoras no contexto educacional de ensino, sobretudo
com relação à construção de sua identidade, no seu contexto epistemológico e no campo das
questões didático-pedagógicas. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo contribuir
com as práticas didático-pedagógicas no ensino da sociologia no nível médio, através da
elaboração de um plano anual de ensino para alunos do 1º ano do ensino médio, cujos
conteúdos foram trabalhados a partir de conceitos, temas e teorias em consonância com o eixo
temático “Indivíduo e Sociedade”, conforme disposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais
do Ensino Médio (PCNEM). Incluiu-se nos conteúdos a desnaturalização dos fatos sociais,
permitindo ao aluno uma visão sociológica diferenciada do senso comum, possibilitando o
estranhamento e a desnaturalização do mundo social. Espera-se que a elaboração do plano
anual de ensino na área da sociologia possa contribuir para o processo de ensino e
aprendizagem de professores de sociologia e alunos através de um trabalho dinâmico e
efetivo, promovendo a formação humanística dos alunos, a construção de um pensamento
crítico e analítico sobre a sociedade, além de possibilitar uma formação de cidadãos atuantes e
transformadores de sua realidade social.
Palavras-Chave: Ensino. Imaginação sociológica. Indivíduo. Sociedade.
5

1 INTRODUÇÃO

A consolidação da Sociologia como disciplina obrigatória na grade curricular do


Ensino Médio Brasileiro apresenta uma trajetória histórica e social marcada por constantes e
profundas intermitências na sua inserção no espaço escolar. Além disso, a sua trajetória é
caracterizada por um processo de implementação recente que culminou, segundo Moraes
(2013), com a aprovação da lei nº 11. 684/08, datada em 02 junho de 2008, que incluía a
filosofia e a sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
No entanto, como dito anteriormente, esse percurso foi caracterizado por passagens
efêmeras e irregulares de sua inserção no contexto educacional, dentre as quais, pode-se
destacar, ainda que brevemente, alguns avanços e retrocessos que caracterizaram esse cenário:
De acordo com o PCN (1999, p. 04) “desde 1996, iniciaram os estudos e a discussão de
documentos preliminares que embasaram as reflexões sobre o papel da sociologia no novo
currículo do ensino médio”. Segundo Vargas (2010), o projeto de Lei 09/2000 aprovado pelo
Congresso Nacional no ano 2001, que incluía a obrigatoriedade das disciplinas de sociologia e
filosofia no ensino médio foi vetado pelo presidente da época Fernando Henrique Cardoso.
Dois anos após do veto presidencial, segundo Moraes (2013, p. 49)

foi alterada a proposta do art. 36. da lei de Diretrizes e Bases (LDB) que
incluía as disciplinas de filosofia e sociologia no ensino médio nacional, no
entanto, apesar da aprovação da proposta houve impedimento por parte dos
deputados com relação a sua ida para o senado.

Em 2006, a luta pela implementação da Sociologia continuou, dessa vez, segundo


Vargas (2010, p. 01) com:

o parecer nº 38 do Conselho Nacional de Educação, com base em uma nova


interpretação da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabeleceu
as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, consagrou novamente essa
obrigatoriedade [...]

No entanto, a presença da sociologia como componente curricular foi adotada apenas


em algumas escolas do Estado do país, pois a sua estrutura curricular era flexível e ficava a
critério da instituição a sua inclusão.
Diante disso, percebe-se que a exclusão dessa disciplina durante anos no currículo
escolar e o seu retorno gradativo refletem consequências desafiadoras no contexto
educacional de ensino, sobretudo com relação à construção de sua identidade, no âmbito
epistemológico e no campo das questões didático-pedagógicas.
6

Nesse contexto, compreende-se que um dos principais norteadores que ocasionou as


inúmeras dificuldades que fragilizaram e, ainda fragilizam a identidade curricular da
Sociologia, está centrada nas raízes históricas de sua descontinuidade no processo de sua
implementação. Dentre essas dificuldades, podemos destacar questões de hierarquização, no
qual a sociologia parece ocupar a ordem inferior desse patamar em relação às disciplinas das
ciências naturais e exatas, as quais parecem estar sempre no topo dessa hierarquia. Esse
desprestígio hierarquizado construído em torno da disciplina de Sociologia reflete em outros
empecilhos, como: uma carga horária reduzida, isto é, mínima, em relação às disciplinas do
currículo escolar, professores com formação em sociologia são obrigados a preencher sua
carga horária ensinando outras disciplinas, vemos profissionais de outras áreas do
conhecimento que ensinam a disciplina sem formação e qualificação na área e um restrito
número de pesquisas sobre sua prática de ensino e seus materiais didáticos.
Conforme mencionadas algumas dificuldades como consequências desse processo
histórico, percebe-se que a disciplina de sociologia apresenta pouca tradição no contexto do
ensino médio. Nesse sentindo, este plano anual de ensino tem como objetivo principal
contribuir com as práticas didático-pedagógicas no ensino da sociologia no nível médio.
No âmbito do ensino, vale enfatizar ainda, que a disciplina de sociologia merece
atenção especial na grade curricular do ensino médio brasileiro uma vez que reflete diversos
assuntos relacionados à vida do indivíduo em sociedade, englobando, além do aspecto social,
os âmbitos político e cultural.
Nesse contexto, a grande contribuição que a disciplina de sociologia tem a oferecer é a
formação humanística de seus educandos, proporcionando a estes, a construção de um
pensamento crítico e analítico sobre a sociedade, além de possibilitar uma formação de
cidadãos atuantes e transformadores de sua realidade social. Podemos citar aqui, alguns dos
objetivos gerais delineados para o ensino médio brasileiro, conforme descrito nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN, 2000, p. 17-18) nos artigos 35 e 36, respectivamente:

O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de


três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a
cidadania do educando, como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; III – a
compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
(artigo 35).
7

Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados


de tal forma que, ao final do ensino médio, o educando demonstre: I -
domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna; II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; III -
domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania. (artigo 36).

A elaboração de um planejamento didático-pedagógico que inclua em seus objetivos o


desenvolvimento cognitivo dos estudantes por meio de estratégias interativas é fundamental
para professores de qualquer área do conhecimento no ensino médio, pelo fato de promover
uma melhoria no processo de aprendizagem de modo mais efetivo e dinâmico.
No ensino de sociologia, em particular, é importante pensar em conteúdos didáticos
capazes de promover a desnaturalização dos fatos sociais, permitindo ao aluno uma visão
sociológica diferenciada do senso comum, possibilitando aos alunos o estranhamento e a
desnaturalização do mundo social.
No entanto, é válido salientar que trata-se de uma tarefa que exige um trabalho
contínuo por parte do professor, bem como da escola, na busca da formação de seus
educandos e de novas habilidades para o trabalho didático, capazes de promover, de fato,
melhor aprofundamento das abordagens sociológicas discutidas em sala de aula.
Nesse sentido, buscar estratégias metodológicas para o trabalho didático da disciplina
de sociologia e abordar tanto conteúdos quanto recursos didáticos inovadores subsidiam em
aulas mais interativas, especialmente quando elaboradas em consonância com a realidade do
aluno.
Diante disso, torna-se pertinente destacar a relevância do curso de Especialização em
Ensino de Sociologia para o Ensino Médio nesse processo de formação docente como forma
de enfrentar os desafios vivenciados no campo do ensino da sociologia para (re)pensar num
novo modelo de ensino na parte prática. Esse curso permitiu aprender novas práticas
pedagógicas, com conteúdos e estratégias atuais para serem trabalhadas em sala de aula, seja
enquanto professor(a) com formação em sociologia e/ou professores de outras áreas do saber
– que também compõe esse curso – ou ainda, enquanto profissionais que estejam, de forma
direta ou indireta, ligados ao contexto educacional de ensino.
As atividades realizadas durante o Curso de Especialização e o material didático usado
ajudaram a pensar em novas didáticas de ensino, dentre as quais é possível destacar:
seminários, júri simulado, exercícios de fixação, pesquisa de campo, textos literários, leituras
de jornais, revistas e livros, charges, filmes, documentários, fotografias, cinema, teatro (entre
outros meios visuais e de mídia), dança etc.
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Todas essas práticas pedagógicas vistas durante o curso apresentaram possibilidades


de intervenção e auxílio na construção do conhecimento do cursista, objetivando melhorar e
(re)pensar suas práticas de ensino, com o objetivo de oportunizar aos alunos do ensino médio
momentos de ensino e de aprendizagem através dos quais possam perceber os fenômenos com
os quais se deparam na vida em sociedade como produtos que os indivíduos estabelecem ao
longo da história.
No âmbito da dimensão cognitiva, conforme contextualizada nas Orientações
Curriculares Nacionais de Sociologia – OCNs – a proposta de trabalhar com Teorias,
Conceitos e Temas contemplam os objetivos presentes no ensino da sociologia como
estratégia para atingir os objetivos centrais propostos por esta disciplina: a desnaturalização, o
estranhamento e a imaginação sociológica.
Desse modo, seguindo as propostas acima sugeridas pelas OCNs, buscamos trabalhar
na elaboração desse plano de ensino com as três propostas, embora tenham predominado as
teorias e os conceitos em todas as unidades didáticas deste plano de ensino. Vale frisar que se
buscou fazer a articulação entre teorias, conceitos e temas conforme é sugerido nas
Orientações Curriculares Nacionais. É importante também enfatizar que os conteúdos
elaborados a partir dessas três dimensões cognitivas foram imprescindíveis na formação do
aluno, especialmente na construção do saber e na compreensão sociológica da realidade social
na qual está inserido.
Dessa forma, o plano anual de ensino está estruturado da seguinte forma: justificativa
para o estudo do eixo temático “indivíduo e sociedade”, metodologia da construção do plano
de ensino anual para a disciplina de Sociologia no 1º ano do ensino médio, objetivos gerais do
plano anual de ensino e o detalhamento das quatro unidades didáticas deste plano anual de
ensino.
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2 JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO DO EIXO TEMÁTICO INDIVÍDUO E


SOCIEDADE

O eixo temático escolhido “Indivíduo e Sociedade” de acordo com o documento


PCN+ de Sociologia aborda os seguintes temais gerais: interação social, papéis sociais,
organizações sociais, instituições sociais e o processo de socialização, mudança social,
enfatiza também a importância da cidadania e da participação social, dentre outros temas.
Trabalhar com esse eixo temático no ensino médio permite ao aluno conhecer durante
todo o ano letivo a importância da sociologia como o estudo da vida do homem em sociedade,
das mudanças sociais, das ações dos indivíduos e do nosso cotidiano.
Além disso, possibilidades de trabalhos que atendem aos objetivos centrais da
sociologia como a desnaturalização, o estranhamento e a imaginação sociológica podem ser
abordados nesse eixo a partir de teorias, conceitos e temas em consonância com os objetivos
propostos, como forma de promover um olhar sociológico nos alunos a respeito da realidade
social que estes fazem parte. De modo geral, a importância de se trabalhar com esse eixo
temático é construir uma consciência crítica nos alunos e proporcionar uma formação de
cidadãos mais atuantes na sociedade.
As competências e habilidades presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais do
Ensino Médio (PCNEM) subsidiaram a construção dos conteúdos concernentes ao eixo
temático “Indivíduo e Sociedade”. As competências e habilidades 1 incluídas nesse plano são:
1) Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade: as explicações das
Ciências Sociais, amparadas nos vários paradigmas teóricos, e as do senso comum. 2)
Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das observações e
reflexões realizadas. 3) Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida
cotidiana, ampliando a “visão de mundo” e o “horizonte de expectativas” nas relações
interpessoais com os vários grupos sociais. 4) Construir uma visão mais crítica da indústria
cultural e dos meios de comunicação de massa, avaliando o papel ideológico do “marketing”,
como estratégia de persuasão do consumidor e do próprio eleitor. 5) Compreender as
transformações no mundo do trabalho e o novo perfil de qualificação exigida, gerados por
mudanças na ordem econômica. 6) Construir a identidade social e política de modo a
viabilizar o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que
1
A especificação das habilidades e competências apresentadas conforme a numeração de 1 a 6 tem por
referência os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM).
10

haja, efetivamente, uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão
e, também, entre os diferentes grupos.
O ensino da sociologia integra também possibilidades de trabalho com outras áreas do
conhecimento como história, literatura, geografia, matemática, entre outras, dinamizando
conhecimentos distintos em objetivos comuns, desenvolvendo assim, estratégias cognitivas
que permitam ao aluno enfrentar problemas e tomar decisões em situações cotidianas. A
história, por exemplo, pode auxiliar no processo de abordar as transformações sociais que
culminaram no surgimento da sociologia, a literatura pode ser útil para explicar determinada
realidade social a partir de textos literários, a matemática pode ser útil para trabalhos
estatísticos de sociologia, a geografia no trabalho com mapas, examinado o processo das
revoluções sociais de determinado fenômeno da realidade, entre outras possibilidades de
diálogos interdisciplinares. Enfim, um trabalho interdisciplinar, proposto também nesse plano,
possibilita estratégias didáticas que facilitam a caminhada do aluno por uma rede de
conhecimento que se constrói mutuamente.
Diante disso, busca-se construir a partir dos processos de ensino e aprendizagem desse
eixo uma formação crítica e reflexiva do aluno em torno da realidade social, possibilitando-o
olhar os fenômenos sociais pela lente da desnaturalização e da imaginação sociológica.
Busca-se também que os alunos possam se tornar cidadãos ativos, exercendo a democracia de
forma consciente, participando da mudança social e, ao mesmo tempo, estarem atentos a tais
mudanças, questionando, analisando e buscando percebê-las e compreendê-las.
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3 METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENSINO ANUAL PARA A


DISCIPLINA SOCIOLOGIA NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

O processo metodológico para construção desse plano de ensino se deu a partir das
seguintes etapas: foram realizadas consultas ao documento “Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Médio” (PCNEM) buscando atender as exigências das competências e
habilidades nele presentes para construção de nossas aulas. As leituras realizadas do PCN+ foi
critério essencial para a seleção dos conteúdos a serem estudados a partir do eixo temático
“Indivíduo e Sociedade”, bem como para a escolha do mesmo.
Também foram realizadas consultas e leituras de materiais didáticos de sociologia,
dentre os quais são possíveis citar: “Sociologia hoje” de Igor José de Renó Machado,
Hernrique Amorim e Celso Rocha de Barros, “Sociologia para o Ensino Médio” de Nelson
Darcio Tomazi, “Sociologia para o Século XXI” de Luiz Fernandes Oliveira e Ricardo Cesar
Rocha da Costa e o livro de “Sociologia” de Amaury César Moraes, os quais serviram de
base para fundamentação teórica e para abordagens dos conteúdos a serem trabalhados com os
alunos.
Por mais que tenhamos pouca tradição de ensino de sociologia, o livro didático é um
dos norteadores do currículo de sociologia no ensino médio e um dos principais recursos
didáticos. Aqui, os livros didáticos utilizados serviram para auxiliar na aprendizagem
sociológica, partindo, sobretudo, da criatividade do(a) professor(a) para elaboração das
atividades propostas a partir de conteúdos dessa área do conhecimento.
Os livros trabalhados durante esse Curso de Especialização, cujo título é: Curso de
Especialização em Ensino de Sociologia para o Ensino Médio, referentes aos módulos 01, 02
e 03, foram também imprescindíveis para a elaboração desse plano anual de ensino, os quais
apresentaram-se como materiais importantes para a formação do ensino de sociologia,
sobretudo na formação do processo de ensino e aprendizagem tanto dos alunos cursistas,
potencializando suas práticas de ensino na área de sociologia, orientação teórico-
metodológica para o desenvolvimento desde Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), quanto
por parte da formação dos alunos do ensino médio em que as propostas de atividades
contidas, especialmente, no módulo 02, são a estes direcionados.
Além dos livros didáticos voltados para o ensino médio, foram utilizados outros livros
específicos da área, a saber: “O que é etnocentrismo” de Everardo Rocha, a partir do qual
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foram extraídos alguns trechos do livro e entregues aos alunos como material didático.
Também foram utilizadas algumas ideias do livro “Microfísica do poder” de Michel Foucault
para elaboração de uma das aulas da unidade IV, o qual foi enfatizado, especialmente, a
concepção de que o poder está presente nas diferentes instituições sociais, não se
concentrando apenas em um lugar.
Para a elaboração de uma das aulas da unidade II foram realizadas leituras do livro “A
representação do eu na vida cotidiana” de Erving Goffman e consultado como leitura
complementar o “Dicionário de Sociologia (Guia Prático da Linguagem sociológica)” de
Allan G. Johnson, no qual foi abordado o método da perspectiva teatral desde autor. Desse
modo, foi possível trabalhar a representação de papéis que indivíduos desempenham na
sociedade e a interação social de acordo com a abordagem de Goffman.
O dicionário de Sociologia serviu ainda para fundamentar outros conceitos, como o
conceito de classe social, estratificação e outros, trabalhados em uma das aulas da unidade I.
Do ponto de vista teórico, foram utilizados alguns materiais bibliográficos que
abordaram os clássicos da sociologia, Comte, Marx, Durkheim e Weber, como: “Saber para
Prover: a sociologia Comteana para o Ensino Médio” de Adriana Monferrari Amorim2, “As
regras do método sociológico” de Émile Durkheim e “Um toque de clássicos: Durkheim,
Marx e Weber” de Tania Quintaneiro. Estas referências bibliográficas fundamentaram o
conhecimento sociológico acerca desses teóricos e auxiliaram na compreensão da
complexidade do mundo atual, conforme abordadas em algumas aulas da unidade I e da
Unidade III a partir de categorias funcionalistas, weberianas e marxistas, além das noções de
classe social, fato social e ação social.
É importante enfatizar que alguns recursos tecnológicos, como consultas à internet
foram essenciais na elaboração desse plano de ensino a partir de consultas a sites para
obtenção de material digital de alguns livros aqui trabalhados, vídeo-aulas, filmes, charges e
outros vídeos que serviram como conteúdo de algumas aulas, bem como consultas ao blog
“Café com sociologia” que auxiliou em algumas ideais e temas atuais para serem trabalhadas.
Nesse sentido, as unidades de ensino para o eixo temático “indivíduo e sociedade”
estão estruturadas da seguinte forma:
A unidade I, “as ciências sociais e o cotidiano”, aborda os diferentes momentos
históricos que propiciaram o surgimento da sociologia como ciência da sociedade,
relacionando-os aos processos de transformações históricas, políticas, econômicas e culturais

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O Texto referenciado segue a sugestão do livro do Curso de Sociologia para o Ensino Médio, módulo 02,
página 25, para a elaboração da aula 03, cujo tema é “O pensamento de Auguste Comte”, da Unidade I.
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pelos quais passa a sociedade a partir das concepções teóricas de Auguste Comte, Karl Marx,
Émile Durkheim e Max Weber.
A unidade II aborda a sociologia como ciência da sociedade a partir de aulas que
debateram o etnocentrismo, o estranhamento, a desnaturalização e a imaginação sociológica,
no intuito de trabalhar as noções de ciência e de senso comum. Também foi trabalhado como
conteúdo desta unidade o papel da sociologia na construção da cidadania.
A unidade III, “as instituições sociais e o processo de socialização”, aborda o processo
de funcionamento das instituições sociais a partir da teoria funcionalista de Durkheim, do
materialismo histórico dialético de Marx e da sociologia compreensiva de Weber, do método
da perspectiva teatral de Goffman e da definição sobre o poder na perspectiva de Michel
Foucault.
A unidade IV, “mudança social e cidadania”, aborda o processo de mudanças sociais a
partir dos movimentos sociais no Brasil, a importância do voto como forma de reivindicação
de direitos e deveres e de transformação social e assuntos relacionados à indústria cultural,
aos meios de comunicação de massa e o papel ideológico do marketing como estratégia de
persuasão na vida dos consumidores.
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4 OBJETIVOS GERAIS DO PLANO ANUAL DE ENSINO

A intencionalidade de ensino da Unidade I é proporcionar aos alunos um


conhecimento sobre as transformações históricas que culminaram no surgimento da
sociologia como ciência. Busca também levar o aluno a conhecer os clássicos da sociologia a
partir de suas teorias e conceitos, como: o positivismo de Comte, a interpretação de Marx
sobre as classes sociais, a noção de fato social de Durkheim e o conceito de ação social de
Weber.
A intenção de ensino da Unidade II consiste em mostrar os diferentes discursos da
realidade social a partir das explicações sobre etnocentrismo, estranhamento, desnaturalização
e imaginação sociológica como forma de ampliar a visão de mundo do aluno sobre as
diversidades culturais e desmistificar ideias formadas pelo senso comum. Aborda também
uma reflexão acerca do papel da sociologia na construção da cidadania.
A intenção de ensino da Unidade III consiste em proporcionar aos alunos uma
compreensão do processo de socialização presentes nas instituições sociais a partir da
construção dos papéis sociais que os indivíduos nelas desempenham. Para tanto, aborda como
Marx, Durkheim e Weber compreendem a sociedade a partir das suas divergentes concepções,
respectivamente, materialismo histórico, perspectiva funcionalista e sociologia compreensiva.
Essa unidade também mostra a dinâmica das interações sociais presentes nas instituições a
partir da perspectiva teatral de Goffman, bem como as relações de poder a partir das ideias
gerais de Michel Foucault.
Já a intenção de ensino da Unidade IV é construir uma visão crítica da indústria
cultural e dos meios de comunicação de massa, ao avaliar o papel ideológico do marketing
como estratégia de persuasão na vida dos consumidores. A intencionalidade desta última
unidade didática consiste ainda em proporcionar aos alunos um conhecimento da organização
dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da
realidade social. Por fim, esta unidade de ensino visa levar aos alunos a importância do
protagonismo juvenil na participação do processo eleitoral no intuito de construir uma postura
política nos alunos diante das questões sociais da atualidade.
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5 DETALHAMENTO DO PLANO ANUAL DE ENSINO

5.1 Identificação

Escola Estadual Sebastião Gurgel


Ano do Ensino Médio 1º
Carga horária total 32 horas
Período letivo 2016
Professor(a) Israela Míriam de Melo

5.2 Detalhamento das Unidades Didáticas


5.2.1 Unidade I (1° Bimestre)

A) Descrição da Unidade
A proposta da unidade I é refletir sobre os aspectos históricos que contribuíram para o
surgimento da sociologia, relacionando-os aos processos de transformações históricas,
políticas, econômicas e culturais pelos quais passa a sociedade. Além de abordar sobre a
história da sociologia, enquanto ciência da sociedade, este bimestre aborda concepções
teóricas dos clássicos da sociologia, como: o positivismo de Auguste Comte, a noção de fato
social de Émile Durkheim, ação social na leitura de Max Weber e a perspectiva teórica de
Karl Marx sobre trabalho e classes sociais.

B) Cronograma Geral dos Conteúdos e seus respectivos objetivos de aprendizagem

Aula(s) Conteúdos Objetivos de Aprendizagem


Pressupostos históricos da Listar os diferentes momentos históricos que
01 e 02 origem da Sociologia propiciaram o surgimento da sociologia.
O pensamento de Auguste Conhecer alguns aspectos básicos do
03 Comte pensamento de Auguste Comte e a sua
contribuição para a sociologia.
Émile Durkheim (fatos Definir o que são fatos sociais segundo o
04 e 05 sociais) pensamento de Durkheim e como estes estão
relacionados à vida social;
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Descrever as três características dos fatos


sociais.
Max Weber (ação social) Explicar a teoria de ação social desenvolvida
06 e 07 por Weber;

Classificar e comparar os tipos de ações


sociais;
Relacionar a teoria das ações sociais com o
nosso cotidiano.
Karl Marx (trabalho e Explicar aspectos básicos da perspectiva
08 classes sociais) teórica de Marx;
Comparar as primeiras divisões de classes
sociais constituídas na sociedade com as
novas lutas de classes da sociedade
contemporânea;
Reconhecer a formas de trabalho e as
desigualdades na sociedade capitalista.

C) Procedimentos Metodológicos/Detalhamento das Sequências Didáticas

Aula nº 01: Pressupostos históricos do surgimento da Sociologia


Duração: 50min
Foco: Conhecer os principais pressupostos históricos que propicia o surgimento da sociologia.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 01.

A primeira aula será dividida em dois momentos: o primeiro terá duração de 20min e
será dada uma explanação teórica sobre os pressupostos históricos que propiciaram o
surgimento da sociologia. A explanação será mediada através do uso de slides organizados a
partir de imagens e parte descritiva sobre o assunto da aula.
É importante acentuar, que nesse momento inicial, as imagens contidas nos slides
corresponderão a alguns contextos históricos anteriores à consolidação da sociologia,
iniciadas a partir do século XV, como a transformação da sociedade feudal, a expansão
marítima, reformas protestantes e as transformações do século XVIII, no qual será
evidenciada a imagem da máquina a vapor, além disso, será evidenciada uma imagem que
possa contemplar aspectos importantes da Revolução Industrial, cujo período propiciou a
emergência da sociologia como ciência, com o intuito de compreender as mudanças vigentes
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da época e suas consequências refletidas no âmbito social, político, cultural e econômico da


sociedade atual.
O segundo momento da aula terá duração de 30min, onde os alunos se dividirão em
três grandes grupos e farão uma revisão histórica através do uso da internet ou do próprio
livro didático de sociologia e com base nas abordagens elencadas na explanação teórica,
apontando os principais elementos que são pressupostos para o surgimento da sociologia,
partindo do século XV até o século XIX3.
Após a revisão e discussão, cada grupo irá escolher, um ou dois pontos, para
apresentação de seminários na aula seguinte. É importante ressaltar que os alunos deverão
escolher diferentes momentos históricos que culminaram no desenvolvimento da sociologia,
de modo que comtemplem aspectos relacionados as explicações do(a) professor(a), além das
discussões e revisão vistas na sala de aula.
A forma de apresentação deverá seguir os seguintes critérios: confecção de cartazes
sobre o assunto proposto e textos informativos sobre o período histórico que cada grupo irá
escolher.
Espera-se que ao final da aula os alunos conheçam a partir dos principais pressupostos
históricos explanados pelo(a) professor(a) e discutido em sala de aula, que a sociologia surge
como uma ciência capaz de compreender as transformações sociais nos diferentes momentos
históricos que culminaram o seu desenvolvimento.

Aula nº 02: Pressupostos históricos do surgimento da Sociologia


Duração: 50min
Foco: Promover uma discussão acerca das apresentações sobre as circunstâncias históricas
que propiciaram o surgimento da sociologia.
Tipo de aula: Seminários

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 02.

Essa aula consiste na apresentação dos seminários a partir da explanação teórica da


aula anterior. As apresentações devem abordar os aspectos históricos que configuram o
cenário de desenvolvimento da sociologia. Para execução da própria atividade na sala de aula
os alunos deverão trazer cola e tesoura.

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Essa atividade segue a sugestão do livro do Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para o Ensino
Médio, na página 24.
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As apresentações de cada grupo deverão obedecer a uma ordem sequencial de acordo


com a ordem cronológica do desenvolvimento da sociologia, ou seja, o período do século XV
até o século XIX, no qual cada grupo apresentará um ou dois acontecimentos históricos
diferentes.
Espera-se que ao final das apresentações os alunos compreendam que em todos os
momentos históricos, vistos e discutidos durante as aulas, foram importantes para o
desenvolvimento da sociologia, especialmente quando essa ciência social se ocupa em
compreender os aspectos sociais dessas transformações, como, aspectos políticos, econômicos
e culturais em seus mais amplos e diferentes contextos históricos.

Aula nº 03: O pensamento de Auguste Comte


Duração: 50min
Foco: Conhecer alguns aspectos básicos do pensamento de Auguste Comte e sua contribuição
para a Sociologia.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada e interativa a partir de colagens de charges e imagens
sobre o pensamento positivista comteano.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 03.

Essa aula contemplará alguns aspectos básicos do pensamento de Auguste Comte com
a intenção de transmitir o legado deixado por este pensador, como o positivismo, incluindo o
lema sobre “Ordem e Progresso”, entre outras questões referentes a esse pensamento, e
também sua contribuição para o conhecimento sociológico, do qual foi considerado precursor
e, portanto, criador do termo “sociologia”. A explanação teórica dessa aula terá duração de
10min e será mediada através do uso de slides organizados a partir de imagens (como foto do
autor) com o intuito de mostrar um pouco de sua biografia, e parte descritiva sobre o seu
pensamento.
No segundo momento, e para concluir esse conteúdo, serão propostas duas atividades:
na primeira os alunos irão pesquisar através do livro didático de sociologia ou na internet
informações que elucidam o lema “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso
por fim” frase do positivismo comteano. As informações podem ser evidenciadas em forma
de charges e/ou imagens da internet, por exemplo, desde sejam disponibilizados também os
links dos quais foram extraídas. Essa atividade será realizada em grupo de três pessoas, e o
grupo que optar por trabalhar com charges, poderá utilizar a sala de informática da escola,
facilitando a impressão das mesmas. As charges e/ou imagens devem ser coladas no caderno
19

e, em seguida, interpretadas de forma escrita pelo grupo, relacionando-as com o lema “Ordem
e Progresso” desenvolvido pelo positivismo comteano.
A segunda atividade consiste numa tarefa para casa, no qual os alunos irão produzir,
individualmente, uma redação discursiva de no máximo duas páginas sobre a seguinte
questão: Qual a contribuição da sociologia para a formação dos indivíduos em
sociedade? A atividade deverá ser entregue na aula seguinte.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam alguns aspectos básicos do
pensamento de Comte, como sua contribuição para o processo de construção da sociologia,
além do seu positivismo, visto como uma maneira de pensar e observar a vida social baseado
em princípios das ciências naturais. Espera-se que os alunos também saibam que o lema
“Ordem e Progresso”, presente em nossa bandeira Nacional Brasileira, foram extraídos do
pensamento de Comte ao observar e afirmar que as transformações que vinham ocorrendo na
sociedade na sua época visavam o progresso, no entanto, tal progresso estava subordinado a
uma ordem.
Para execução da próxima atividade na sala de aula o(a) professor(a) deverá solicitar
aos alunos que tragam os seguintes materiais: cola, tesoura, cartolina, revistas, livros e jornais.

Aula nº 04: Noção de fato social na perspectiva de Durkheim


Duração: 50min
Foco: Entender o conceito de fato social.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada; Interativa a partir da produção de cartazes sobre fatos
sociais.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 04.

O primeiro momento da aula terá duração de 15min e consistirá numa explicação


sobre o conceito de fato social através do uso de slides, organizados a partir de imagens como,
foto do pensador, exemplos de fatos sociais representados a partir de imagens como: dança,
educação, religião, futebol e parte descritiva. Nesse momento, é importante que os alunos
compreendam que um fenômeno social só pode ser considerado como fato social, quando
apresenta generalidade (o fenômeno social é notório por todos da sociedade); externalidade
(exterior às consciências individuais, independendo da vontade dos indivíduos); e
coercitividade (quando exerce influência sobre os indivíduos).
20

O uso de imagens para a explanação sobre o assunto proporcionará uma aula mais
dinâmica, de modo que os alunos sejam capazes de perceber o quanto os fenômenos sociais
estão próximos de nossa realidade cotidiana.
O segundo momento da aula, com duração de 35min, será reservado para os alunos
confeccionar cartazes com um ou dois exemplos de fatos sociais a partir de pinturas, charges,
trechos de música, textos escritos, poesia, recortes de jornais e/ou revistas.
O intuito da didática será fazer com que os alunos possam usar a imaginação
sociológica para elaboração dessa atividade. As produções dos cartazes serão realizadas
individualmente e apresentados na próxima aula.
Ao final da aula espera-se que os alunos reconheçam que os fatos sociais presentes em
nosso cotidiano podem estar relacionados com outros fatos sociais. A dança, por exemplo, é
um fato social porque existe em todas as sociedades e o que pode diferenciar um estilo de
dança do outro é exatamente a maneira como ela é manifestada em cada cultura, por isso a
dança exerce um caráter geral. Além disso, a dança pode também exercer influência sobre a
vida dos indivíduos, no seu comportamento, apresentando assim uma força coercitiva.
Contudo, para a dança ser considerada como um fato social, além de apresentar as
características de generalidade e coercitividade, deve também apresentar caráter de
exterioridade ao indivíduo, pois, independe da vontade individual. Portanto, são a partir de
exemplos como esse que representam exemplos de fatos sociais que os alunos serão
instigados durante a aula à percepção de que para um fenômeno social ser considerado um
fato social, deverá apresentar as três características de “generalidade, exterioridade e
coercitividade”, conforme fundamentado por Émile Durkheim.

Aula nº 05: Noção de fato social na perspectiva de Durkheim


Duração: 50min
Foco: Entender o conceito de fato social.
Tipo de aula: Interativa a partir das apresentações dos cartazes informativos sobre fatos
sociais.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 05.

Apresentação dos alunos a partir das produções dos cartazes sobre o conceito de fato
social segundo o pensamento de Émile Durkheim.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam a influência que os fatos sociais
exercem sobre nossas vidas. A partir dos exemplos confeccionados nos cartazes pelos
21

próprios alunos, espera-se um olhar mais analítico com relação à força coercitiva, ao caráter
geral e exterior dos fatos sociais.

Aula nº 06: Ação social na teoria de Max Weber


Duração: 50min
Foco: Entender a teoria da ação social na leitura sociológica de Weber.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 06.

Inicialmente haverá uma explanação teórica que terá duração de 15min sobre o
conceito de ação social desenvolvida por Max Weber. Além disso, o(a) professor(a)
relacionará o conceito de ação social com as ações sociais de nosso cotidiano, a fim de
esclarecer a definição dada por Weber de que “ação social é um comportamento intencional
baseado na ideia de como outras pessoas o interpretarão e a ele reagirão”. (JOHNSON, 1997,
p. 131).
Na sequência, com duração de 25min, serão apresentadas através do uso de slides,
imagem (como foto do autor) e outras imagens que exemplifiquem alguns tipos de ações
sociais no nosso cotidiano para facilitar o aprendizado sobre o assunto. As imagens
evidenciarão ações comuns presentes em nosso cotidiano, como por exemplo, uma pessoa ao
votar e escolher um candidato, uma pessoa comprando artigo em uma loja, uma pessoa que
evidencia uma emoção pelo simples fato de dizer que gostou de um filme, interação entre
aluno e professor na sala de aula, entre outros, significando, pois, que nossas ações são
orientadas subjetivamente pela ação de outros indivíduos com os quais interagimos.
Ao final da aula, após a explanação dos conceitos e apresentação das imagens, será
solicitada aos alunos como atividade para próxima aula a produção de vídeos, com duração de
no mínimo 04min e, no máximo 07min, apontando exemplos de ações sociais presentes em
seu cotidiano. Os vídeos deverão ser produzidos a partir do uso de filmagens (pode ser do
próprio aparelho celular do aluno), abordando entre dois a três exemplos de ações sociais, de
acordo com o conceito desenvolvido por Max Weber.
É importante ressaltar que o(a) professor(a) deverá orientar os alunos para que peçam
autorização das pessoas para fazer o vídeo e digam que o objetivo da produção do vídeo é
desenvolver uma atividade da disciplina de sociologia. Essa atividade será realizada em grupo
e a apresentação dos vídeos ocorrerá na aula seguinte. Esta explicação sobre a atividade
solicitada pelo(a) professor(a) terá a duração de 10min.
22

Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam que nossas ações sociais
refletem de maneira recíproca com as ações de outros indivíduos em diversas situações da
vida cotidiana.
Aula nº 07: Ação social na teoria de Max Weber
Duração: 50min
Foco: Compreender que nossas ações sociais, conforme abordadas por Weber, orientam-se
subjetivamente pela ação dos outros com os quais interagimos.
Tipo de aula: Interativa a partir de vídeos apresentados pelos alunos.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 07.

Apresentação de seminários a partir dos vídeos produzidos pelos alunos para


explicação da teoria da ação social de Max Weber. Cada grupo exibirá o vídeo e em seguida
classificará as ações sociais de acordo com a tipologia construída pelo pensador alemão. Por
conseguinte, o professor mediará o debate que surgir ao longo das apresentações dos vídeos e,
no final da aula, fará as considerações finais sobre os trabalhos apresentados e sobre a
temática abordada.

Aula nº 08: Karl Marx e a teoria de classes sociais


Duração: 50min
Foco: Entender a teoria de Marx sobre as classes sociais.
Tipo de aula: Interativa a partir de debates sobre o filme

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 08.

A aula consiste na apresentação do filme de curta metragem “Ilha das Flores” do


cineasta Jorge Furtado, apresentado pela Casa do Cinema de Porto Alegre. O filme tem
duração de aproximadamente 10 à 12min e retrata a realidade de um lugar chamado ilha das
flores, onde a má distribuição de renda resulta na miséria extrema de pessoas que, para
sobreviverem, alimentam-se dos restos de comida dos porcos de um dono de fazenda rico.
Desse modo, a partir do que será exposto do filme, o(a) professor(a) irá propor uma
reflexão acerca das desigualdades sociais de modo geral, mostrando como a má distribuição
de renda, a partir do sistema de trocas de capital, pode alterar a condição social de
determinados grupos que não possuem a mesma condição financeira do outro.
Em seguida, o(a) professor(a) abordará a teoria sobre classe social segundo o
pensamento de Marx, com destaque para os conceitos de estratificação social e força de
23

trabalho. As explicações sobre esse assunto será dialogada com os alunos a partir de algumas
cenas do filme, de modo a promover um debate sobre as seguintes questões: Mesmo diante de
tanta riqueza produzida pelo sistema capitalista, por que a maioria dos trabalhadores que dele
participam, continuam em situação de pobreza? Porque o homem moderno se torna cada vez
mais prisioneiro do trabalho? Diante disso, o que acontece com os indivíduos que não
possuem o capital? Como explicar a situação de desigualdade no Brasil? E na sua cidade?
Essa aula, portanto, consistirá num debate acerca dessas questões, de modo que todos
os alunos juntamente com o professor, possam discutir e refletir na construção desse diálogo.
O ambiente para esse debate será organizado a partir de um círculo na sala de aula, como
forma de facilitar a ordem que cada aluno irá falar.
Espera-se que ao final da aula o aluno compreenda a partir da teoria sobre classe social
de Marx e do diálogo estabelecido com o filme que o sistema de trocas é essencial na
construção do sistema capitalista, no entanto, pessoas que não possuem o capital são excluídas
desse sistema, resultando assim, nas desigualdades sociais e conflitos entre os grupos. Espera-
se que os alunos também percebam que os conceitos de estratificação (divisão social que
resulta da distribuição desigual de vantagens e recursos, como riqueza, poder e prestígio) e
força de trabalho (trabalhadores satisfazem suas necessidades através de salários, que lhes
são pagos em troca da venda de seu tempo, e que do ponto de vista marxista esses salários
representam apenas uma parte do valor da riqueza que eles produzem 4) estão fortemente
ligados à teoria de classe social.

Sistemática de Avaliação para a Unidade I


Os alunos serão avaliados a partir de um processo contínuo que levará em
consideração o interesse, envolvimento e participação de todos os membros nas tarefas
grupais, tais como, seminários, confecções de cartazes e produção de vídeos. Será também
avaliada a criatividade inventiva de cada grupo nas atividades propostas.
As atividades individuais, tais como, elaboração de texto e participação oral nas
discussões, serão também avaliadas a partir da escrita do aluno e de sua capacidade
argumentativa relacionada ao assunto proposto e envolvimento nas discussões orais.

5.2.2 Unidade II (2° Bimestre)


A) Descrição da Unidade

4
Os conceitos de estratificação e força de trabalho foram desenvolvidos de acordo com os significados contidos
no Dicionário de Sociologia de Allan G. Johnson (1997) nas páginas 37-38.
24

A unidade II busca refletir acerca da importância da sociologia como ciência da


sociedade ao identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade social,
expressas a partir das explicações do âmbito sociológico e do senso comum. Para tanto, são
trabalhados os conceitos de etnocentrismo, estranhamento, desnaturalização e imaginação
sociológica como forma de desmistificar a visão limitada que fazemos do mundo quando
enxergamos somente nossas verdades como universais. Além disso, faz uma reflexão sobre o
papel da Sociologia na construção da cidadania, enfatizando a questão de direitos e deveres
dos cidadãos.

B) Cronograma Geral dos Conteúdos e seus respectivos objetivos

Aula(s) Conteúdos Objetivos de Aprendizagem


Estranhamento e Explicar como ocorre o processo de
01 e 02 etnocentrismo estranhamento;

Conceituar etnocentrismo.
Desnaturalização e Descrever como se dá o processo de
Imaginação Sociológica desnaturalização e imaginação sociológica.
03 e 04
04, 05, Cidadania Definir cidadania;
06, 07 e Perceber a cidadania como sendo importante
08. na construção social do indivíduo.

C) Procedimentos Metodológicos/Detalhamento das Sequências Didáticas

Aula nº 01: Estranhamento e Etnocentrismo


Duração: 50min
Foco: Entender o que é etnocentrismo.
Tipo de aula: Expositivo-Dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 01.

O primeiro momento da aula terá duração de 14min e consistirá numa explicação oral
sobre a ideia de etnocentrismo.
Para tanto, serão abordadas algumas concepções básicas sobre esse conceito a partir da
obra de Everardo P. Guimarães Rocha intitulada de “O que é etnocentrismo”, e no que se
refere à ideia de estranhamento será utilizado o livro didático de Amaury César Morais
25

“Coleção explorando o ensino”, mais especificamente, o capítulo 02, que traz como título
“Metodologia de Ensino de Ciências Sociais: relendo as OCEM-Sociologia”, na página 45.
É importante ressaltar que, na abordagem sobre a ideia de etnocentrismo, serão
entregues aos alunos alguns trechos do livro de Guimarães Rocha (ver anexo I desta unidade)
enquanto material didático, para facilitar o acompanhamento das leituras e explicações. Esse
momento será importante para que as leituras sejam realizadas coletivamente, além disso,
perguntas e dúvidas que venham a surgir sobre o assunto deverão ser respondidas e
esclarecidas pelo(a) professor(a) nesse momento.
Em seguida, nos próximos 10min restantes da aula, será explicada pelo(a) professor(a)
a seguinte atividade: com base nas explicações e discussões em sala de aula sobre o conceito
de etnocentrismo, os alunos irão produzir, individualmente, uma redação argumentativa que
abordará o seguinte tema geral: Como o grupo do “eu” conversa com o grupo do “outro”.
Os alunos deverão escolher um dos grupos citados do segundo trecho (negros, mulheres,
índios, gays, etc) e redigir a redação mostrando os desafios enfrentados por um desses grupos
em relação ao preconceito; relacionar o grupo do “eu”, ou seja, a realidade e/ou grupo no qual
o aluno considera estar inserido com um dos grupos escolhidos, mostrando além das
diferenças, as semelhanças percebidas pelos alunos em ambos os grupos. A redação deverá
atender esses critérios para facilitar a organização e entendimento do texto, não devendo
exceder o limite de duas páginas.
Para a produção do texto, será sugerido que os alunos recorram a outras fontes para se
aprofundar sobre os grupos que tenham interesse. Podem pesquisar o próprio livro didático de
sociologia ou livro didático de história, internet, dicionários de sociologia, revistas e jornais.
A redação deverá ser entregue na aula seguinte e os alunos também deverão apresentar
os grupos que serão abordados em suas propostas de redações. Nas apresentações, cada aluno
irá expor a principal mensagem que aprenderam sobre o etnocentrismo e estranhamento a
partir de suas abordagens e, além disso, poderão contar suas experiências sobre o assunto que
mais lhes suscitaram interesse, dúvidas e/ou que lhes chamaram mais a atenção.
Espera-se que ao final da aula, os alunos compreendam que o conceito de
etnocentrismo e a ideia de estranhamento, conforme vistos, discutidos e exemplificados na
aula, estão relacionados e podem ser trabalhados reciprocamente, na medida em que o
primeiro trata-se de uma cegueira às diferenças do outro, resultando em juízos de valor que o
grupo do “eu” tende a considerar sua cultura e/ou seus estilos de vida como universais,
desconsiderando a cultura e os estilos de vida de outro grupo (ROCHA, 1988) e que a ação de
estranhar, nos ajuda a pensar criticamente sobre determinadas fatos que nos parecem comum
26

ou natural, nos fazendo melhor compreender e querer saber mais sobre a realidade do outro
e/ou de algum fenômeno social.
Será proposto como atividade extraclasse o filme Entre os muros da escola 5” a fim de
instigar a sensibilidade necessária aos alunos que chegam à escola com seus problemas, sua
história, e suas diferentes culturas e como trabalhar com essa realidade.
“O filme Entre os muros da escola do diretor Laurent Cantet conta a história de
Fraçois e seus colegas professores que preparam o novo ano letivo de uma escola da periferia
parisiense. Munidos de boas intenções, eles se apoiam para tentar manter vivo o estímulo de
dar a melhor educação a seus alunos. Na sala de aula, um microcosmo da França
contemporânea, choque entre as diferentes culturas dos jovens que por mais inspiradores e
divertidos que sejam, desanimam seus professores e os desestimulam com seus projetos de
melhorias que beneficiariam os adolescentes” (SINOPSE6).
O filme tem duração de uma hora e dezessete minutos e, devido o tempo para
exibição ser superior aos cinquenta minutos de aula, será proposta como atividade extraclasse
para que os alunos possam refletir acerca das diferenças entre as culturas e a questão do
etnocentrismo e estranhamento.

Aula nº 02: Estranhamento e Etnocentrismo


Duração: 50min
Foco: Discutir sobre o etnocentrismo.
Tipo de aula: Interativa a partir de apresentações e discussões

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 02.

Essa aula consiste nas apresentações individuais sobre o que os alunos expuseram em
suas propostas de redações (conforme enunciado na aula anterior). Os alunos deverão abordar
e falar sobre os grupos que escolheram, bem como, falar sobre o que mais lhes chamaram a
atenção nessa conversação.
Ao final da aula espera-se que os alunos possam olhar para a cultura do outro com
mais respeito às diferenças, percebendo que existem outros estilos de vidas diferentes dos
seus que podem ser convividos sem etnocentrismos. Assim, os alunos poderão perceber que
alguns grupos, ainda que apresentem diferenças culturais, podem igualmente apresentar
5
O filme segue a sugestão de atividade contida no livro “Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para
o Ensino Médio”, na página 146.
6
A sinopse do filme Entre os muros da escola está disponível no link
<https://www.youtube.com/watch?v=rICBmbf5Pak>.
27

algumas semelhanças que, talvez, não fossem possíveis percebê-las, sem antes terem se
permitido conhecê-las.

Aula nº 03: Desnaturalização e Imaginação Sociológica


Duração: 50min
Foco: Desenvolver a imaginação sociológica e a desnaturalização nos alunos com relação aos
fenômenos sociais.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 03.

O primeiro momento da aula terá duração de 40min e consistirá em uma explicação


oral sobre alguns aspectos básicos da obra “a imaginação sociológica” de Wrigtht Mills,
trazendo discussões pertinentes sobre o conceito de imaginação sociológica como uma prática
inventiva de poder visualizar a sociedade com certo sentido de distanciamento, em vez de
fazê-lo apenas da perspectiva das experiências geradas pelas histórias pessoais ou por meio
dos (pré)conceitos culturais.
Em seguida, serão abordadas através do uso de slides, imagens que representem
exemplos do nosso cotidiano a fim de provocar os seguintes questionamentos: 1. Por que as
pessoas se casam? 2. Por que as pessoas comungam de uma determinada religião? 3. Por que
nossos avós costumam dizer que leite com manga faz mal? 4. Por que as pessoas atualmente
se divorciam7 com mais frequência do que os casamentos de antigamente, em que as relações
eram mais duráveis?
A explanação dada pelo(a) professor(a) a partir dessas imagens e dos questionamentos
que elas refletem, proporcionará aos alunos maior clareza e entendimento sobre o processo de
desnaturalização, permitindo assim, um novo olhar sociológico, apresentando-se como
objetivos centrais dessa aula.
Será importante que o(a) professor(a) venha deixar claro que o processo de
desnaturalização acontece a partir do momento que nos permitimos a olhar sociologicamente,
conforme mostrado por Wrigtht Mills, para as estruturas sociais que regem determinados
modos de comportamentos, e para as histórias que existem sobre as diferentes crenças.

7
Esse exemplo segue a sugestão do livro de Sociologia do Século XXI de Oliveira e Costa (2013, p.15-16),
especialmente na parte que aborda sobre a imaginação sociológica, Wrigtht Mills dá o exemplo de que a
recorrência de muitos divórcios pode estar relacionada à estrutura da família enquanto instituição, além disso,
cita também outros exemplos comuns, como o desemprego, que pode estar relacionado aos aspectos das
estruturas sociais do capitalismo.
28

Serão exatamente a partir desses questionamentos que o(a) professor(a) deverá instigar
nos alunos um olhar sociológico, ou pelo menos, nessa aula, fazer com que conheçam um
pouco sobre o que é pensar sociologicamente e como acontece o processo de desnaturalização
a partir desse pensar.
Restando 10min para o término da aula será solicitado pelo(a) professor(a) a seguinte
atividade: os alunos se dividirão em aproximadamente 05 grupos e irão trazer na aula
seguinte, exemplos que representem alguma situação de desnaturalização. As formas de
apresentação obedecerão a dois critérios, podendo o aluno escolher um dos dois: confecção de
cartazes, podendo utilizar imagens, tiras e charges, de modo que exemplifiquem fenômenos
sociais que reflitam em processos/situações de desnaturalização, e/ou encenações em que os
próprios personagens sejam os alunos, retratando alguma situação de desnaturalização. Para
facilitar a realização desse trabalho, o professor(a) deverá sugerir que os alunos busquem
outras fontes como, jornais, livros didáticos de sociologia, internet, dicionários de sociologia e
revistas, sobre os pré(conceitos) considerados inquestionáveis na sociedade.
Ao final da aula espera-se que os alunos compreendam que a imaginação sociológica
está fortemente implicada ao processo de desnaturalização e que também possam ser
instigados a partir das explicações, exemplos e discussões dessa aula um olhar mais crítico e
analítico sobre os fenômenos sociais observados em seu cotidiano.

Aula nº 04: Desnaturalização e Imaginação Sociológica


Duração: 50min
Foco: Desenvolver a imaginação sociológica e a desnaturalização nos alunos com relação aos
fenômenos sociais.
Tipo de aula: Interativa a partir de seminários

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 04.

Essa aula consiste na apresentação de seminários conforme solicitado na aula anterior.


As apresentações para cada grupo terá duração de aproximadamente 10min.
Ao final da aula espera-se que os alunos percebam como determinados fenômenos
sociais, presentes em nosso cotidiano, podem ser desnaturalizados a partir do momento que
nos permitimos olhar sociologicamente para eles. O intuito da aula é também fazer com que
percebam a relação que as lógicas das instituições influenciam nossas crenças, culturas e
modos de enxergar o mundo.
29

Aula nº 05: O que é cidadania?


Duração: 50min
Foco: Entender o conceito de cidadania.
Tipo de aula: Interativa a partir de vídeo e debate

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 05.

Essa aula consiste numa discussão em torno da seguinte pergunta: O que é cidadania?
Os alunos deverão expor seu conhecimento sobre o que entendem sobre o assunto.
A discussão acontecerá em três etapas: na primeira, os alunos irão definir em uma
palavra o que entendem por cidadania. Posteriormente, os alunos irão se dividir em grupos,
buscando correlacionar cada palavra dita individualmente sobre cidadania com a palavra dos
demais colegas do grupo. Essa atividade deve ser descritiva, no qual cada aluno do grupo irá
escrever em seu caderno o conceito de cidadania fazendo uma ligação entre as palavras e
formando conceitos.
Na terceira etapa, os alunos irão assistir a uma vídeo-aula de sociologia para o ensino
médio que apresenta como título “Cidadania: o que eu tenho a ver com isso? 8”, com duração
de 13min. O vídeo aborda, de modo geral, o tema cidadania, retratando fatos cotidianos que
envolvem os direitos e os deveres dos cidadãos, por exemplo, exercendo diretos como o
exercício do voto e deveres como o simples fatos de não jogar lixo da rua.
Após a exibição da tele-aula de sociologia sobre cidadania, o(a) professor(a) passará
uma atividade para casa em que cada grupo irá gravar um vídeo, de aproximadamente 04 a
07min de duração, retratando fatos observados na vida cotidiana que representem uma ação
de cidadania. É importante ressaltar que será orientado aos alunos para que peçam autorização
as pessoas que irão filmar ou fotografar suas atividades habituais. Os vídeos podem conter,
por exemplo, depoimentos dos funcionários da escola (professores de outras disciplinas,
diretor(a), secretário(a), alunos(as) de outras séries, sobre o que entendem por cidadania.
Além de produzirem filmes, os alunos poderão confeccionar cartazes com fotografias que
representem ações de cidadania. As fotografias podem ser registradas com pessoas que
residem na rua, no mesmo bairro ou na mesma cidade que os alunos.
A proposta da aula é fazer com que os alunos compreendam que cidadania envolve
práticas dos indivíduos exercidas a partir dos seus direitos e deveres.

Aula nº 06: Qual o papel da sociologia na construção da cidadania?

8
A vídeo-aula está disponível no link <https://www.youtube.com/watch?v=JAvnKzqDsc4>, acesso em 25 de set
de 2016.
30

Duração: 50min
Foco: Compreender que cidadania diz respeito à construção social, histórica e política do
indivíduo.
Tipo de aula: Interativa a partir de apresentação de vídeos e cartazes com fotografias

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 06.

A aula será iniciada com a apresentação dos vídeos e cartazes confeccionados pelos
grupos sobre o tema cidadania. Em seguida, haverá discussões sobre os trabalhos
apresentados pelos alunos que serão mediadas pelo(a) professor(a).
Ao final da aula espera-se que os alunos compreendam que as ações sociais e políticas
dos indivíduos caracterizam um comportamento cidadão. Nesse sentido, é importante que os
alunos reconheçam a importância da sociologia nesse processo de construção da cidadania,
uma vez que essa ciência nos ajuda a (re)pensar de forma crítica e analítica sobre nossos
direitos de cidadãos e tem o poder de formar alunos ativos e atuantes na sociedade.

Aula nº 07: Qual o papel da sociologia na construção da cidadania?


Duração: 50min
Foco: Desenvolver o senso crítico e analítico sobre direitos e deveres dos cidadãos.
Tipo de aula: Elaboração de redação

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 07.

Nesta aula os alunos irão desenvolver uma redação, cuja contextualização seguirá a
seguinte forma descrita: O exercício da cidadania expressa diferentes formas de manifestações
sociais e políticas referentes aos direitos e deveres dos cidadãos. Incluem-se como ações de
cidadania questões relacionadas à participação política, como o exercício do voto; ações
sociais em prol de alguma defesa, ações de respeito ao próximo ou que reflitam em alguma
atitude como não jogar lixo na rua, entre outros exemplos vistos de discutidos nas aulas
anteriores. Nesse contexto, percebe-se que qualquer atividade social possui graus diferentes
de participação política e exercício da cidadania.
Desse modo, os alunos irão desenvolver uma dissertação argumentativa apontando
ações de cidadania que mais se destacam no seu bairro, na sua comunidade e/ou na sua
cidade.
Proposta geral da temática: Ações cidadãs: Quais suas pertinências no contexto social?

Aula nº 08: Qual o papel da sociologia na construção da cidadania?


31

Duração: 50min
Foco: Avaliação final
Tipo de aula: Aplicação de prova

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 08.

Essa aula consiste em uma avaliação final com 12 questões relacionadas aos assuntos
abordados durante essa unidade (etnocentrismo, estranhamento, desnaturalização, imaginação
sociológica e cidadania) sendo 02 questões subjetivas e 10 questões objetivas com 04
alternativas e uma resposta correta.

Sistemática de Avaliação para a Unidade II


Os alunos serão avaliados a partir de um processo contínuo que levará em
consideração o interesse, envolvimento e participação de todos os membros nas tarefas
grupais, tais como, apresentações dos seminários, confecções de cartazes e produção de
vídeos. Será também avaliada a criatividade inventiva de cada grupo nas atividades propostas.
As atividades individuais, tais como elaboração de redação e prova escrita, os alunos
serão avaliados pelo domínio do conteúdo e pela escrita; a participação oral nas discussões
serão avaliadas a partir da capacidade argumentativa relacionada ao assunto proposto e pelo
envolvimento nas discussões orais.

5.2.3 Unidade III (3° Bimestre)

A) Descrição da Unidade
A proposta da terceira unidade consiste em refletir sobre o processo de socialização
presentes nas instituições sociais a partir da construção dos papéis sociais que os indivíduos
nelas desempenham. Nessa perspectiva, busca-se, pois, compreender os papeis sociais
desempenhados nessas instituições a partir das teorias do funcionalismo de Durkheim, do
materialismo histórico dialético de Marx e da sociologia compreensiva de Weber.
Concomitantemente, também se busca compreender a dinâmica das interações sociais
presentes nas instituições a partir do método da perspectiva teatral de Goffman, bem como as
relações de poder nelas estabelecidas a partir de ideias gerais de Foucault.

B) Cronograma Geral dos Conteúdos e seus respectivos objetivos


Aula(s) Conteúdos Objetivos de Aprendizagem
32

Classes sociais na leitura do Explicar a partir do materialismo dialético de


01 materialismo histórico Marx por que vivemos uma luta de classes
dialético de Marx. sociais.
Identificar as novas lutas de classes a partir
da perspectiva do materialismo dialético de
Marx.
As instituições sociais a Explicar a partir da concepção teórica
02 partir da interpretação funcionalista como as normas, regras e
funcionalista de Durkheim. valores influenciam nossos comportamentos.

03 e 04 As instituições sociais a Explicar a partir da perspectiva


partir da sociologia compreensiva de Weber que as relações
compreensiva de Max sociais nas instituições são movidas por
Weber. interações sociais entre indivíduos.

Representações sociais a Analisar as representações de nossos papeis


05 e 06 partir da perspectiva teatral sociais a partir de nossas interações com o
de Goffman. outro.

Relações de poder no Explicar a partir da perspectiva de Foucault


07 e 08 interior das instituições que o poder está presente nas diferentes
sociais. instituições sociais.
Descrever como as relações de poder
marcam as nossas experiências cotidianas.

C) Procedimentos Metodológicos/Detalhamento das Sequências Didáticas

Aula nº 01: Lutas de classes em Marx


Duração: 50min
Foco: Entender o materialismo histórico evidenciando as novas lutas de classes atualmente
existentes.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 01.

No primeiro momento da aula será explicada a perspectiva teórica do materialismo


dialético de Karl Marx a partir do livro didático de Nelson Tomazi, na página 23-24. De modo
33

geral, será explicado que Marx compreende a sociedade a partir do conflito entre as diferentes
classes sociais resultando na desigualdade entre indivíduos na sociedade.
Desse modo, o(a) professor(a) explicará a partir de alguns exemplos básicos, situações
históricas relacionadas à luta de classes. Para facilitar a compreensão do aluno, as sequências
dessas explicações serão abordadas a partir das seguintes etapas9:
1ª Na época do feudalismo, os indivíduos que possuíam propriedades, os donos de
terra/senhores feudais, pertenciam às classes dominantes, já aqueles que nada possuíam, a não
ser a força de trabalho, constituíam as classes dominadas;
2ª Marx observou as diferenças entre as classes burguesa e operária, na qual a primeira
detinha poder, riqueza e prestígio e a segunda era por ela dominada;
3ª Marx observou que existiam relações entre ambas as classes, no entanto, as relações
eram movidas pela força de trabalho do empregado por troca de salário pagos pela classe
dominante;
4ª Quando a classe subordinada começa a reivindicar por melhores condições de
trabalho e pagamento, acontece uma nova mudança nas estruturas sociais, ou seja, as relações
de classes baseiam-se a partir de então, em tensão e luta sobre interesses conflitantes;
5ª Portanto, o materialismo histórico dialético, segundo Marx, compreende que os
processos de mudanças de uma sociedade são movidos pela realidade material dos indivíduos,
ou seja, pela situação econômica que este possui, significando, pois, que as diferentes
situações materiais de determinados grupos (por exemplo, o grupo A que detém situação
econômica mais favorável que o grupo B) geram lutas opostas e conflitantes.
6ª Atualmente vivemos em um sistema de classes, subdividas em média, alta e baixa e
novas manifestações vêm ocorrendo nas estruturas sociais sobre novas lutas.
Todos esses exemplos, além de outros que possam surgir durante as explicações e
discussões sobre o assunto serão importantes para que os alunos compreendam que o conflito
e tensão entre as classes existiram em diferentes momentos históricos e predominam até os
dias de hoje, no qual o indivíduo, segundo Marx, é protagonista histórico dessas lutas.

9
O roteiro dessas etapas foram elaboradas pelo(a) professor(a) a partir da leitura do livro didático de sociologia
para o ensino médio de Nelson Tomazi (2000, p. 23-24). Também foi consultado o dicionário de Sociologia de
Allan G. Johnson sobre o conceito de materialismo dialético na concepção de Marx, no qual “associa o
materialismo ao conceito de uma dialética, ou seja, a luta entre ideias opostas sobre forças sociais resultando
numa nova síntese” (JOHNSON, 2010, p. 139-140).
34

Como atividade extraclasse será proposta um exercício de fixação para os alunos,


contendo 10 questões objetivas com quatro alternativas e uma resposta correta. O exercício
contemplará aspectos do assunto proposto; será elaborado a partir do uso de charges, trechos
de música e gravuras e deverá ser entregue na aula seguinte.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam que o materialismo histórico
segundo a perspectiva marxista compreende que as mudanças ocorridas na sociedade são
movidas pela realidade material dos indivíduos, ou seja, pela situação econômica que este
possui, e que a partir do momento que um grupo detém mais material (capital) que outro
grupo, são gerados conflitos e tensões entre ambos. Espera-se assim, que os educandos
percebam as novas tensões e conflitos das lutas de classes atualmente existentes.

Aula nº 02: Como as instituições sociais influenciam o comportamento dos indivíduos na


leitura de Durkheim
Duração: 50min
Foco: Entender como as instituições sociais influenciam na formação de nossos valores
culturais.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 02.

O primeiro momento da aula terá duração de 40min e consistirá em uma explicação


oral sobre a teoria funcionalista de Émile Durkheim e sobre a noção de coerção social. A
intenção principal da aula será esclarecer para os alunos que a coerção social, presentes nas
mais diversas instituições sociais, físicas/virtuais (igreja, escola, internet etc) exercem
influência significativa sobre os nossos comportamentos.
No decorrer da explanação será abordado pelo(a) professor(a) alguns exemplos para
facilitar a compreensão do aluno sobre o assunto. Quando nascemos recebemos coerção social
da nossa primeira instituição social, a família, depois nos socializamos e passamos a conhecer
e fazer parte de outras instituições, tais como, escola, igreja, universidade etc, e, em cada
experiência vivida nessas instituições as forças coercitivas vão moldando nossos
comportamentos e culturas conforme nos ensinou Durkheim. Será também explicado o poder
coercitivo que as mídias sociais, por exemplo, a internet, influencia em nossas condutas
culturais.
Desse modo, a perspectiva funcionalista será abordada a partir do conceito de coerção
social fazendo com que os alunos percebam que, segundo Durkheim, para compreender
35

determinados fenômenos sociais será preciso, antes, compreender o sistema social em que
eles ocorrem, compreendendo a coerção social como um tipo de controle representado por
regras e normas que moldam a vida dos indivíduos e que estabelecem, portanto, a ordem
social.
Para tanto, será utilizado para explicação do assunto proposto, consultas ao livro
didático de Sociologia para o ensino médio de Nelson Tomazi que aborda de modo mais
explícito a teoria funcionalista e a noção sobre coerção social de Durkheim.
Em seguida, como proposta de atividade extraclasse, os alunos deverão escolher uma
instituição social (família, escola, igreja, etc) e escrever quais as ações coercitivas percebidas
por este, que lhe influenciou ou influencia até hoje, na construção dos seus valores culturais.
A atividade deve ser escrita no caderno do aluno. Os 10min restantes da aula serão destinados
para orientar os alunos nessa atividade e também para informar aos mesmos que na próxima
aula deverão trazer cola, tesoura, revistas, jornais e cartolina para execução da atividade sobre
Weber.
A partir do desenvolvimento desta aula, o objetivo é fazer com que os alunos
percebam que as forças coercitivas presentes nas instituições sociais, conforme no ensinou
Durkheim, influenciam os nossos comportamentos e, consequentemente, a formação dos
nossos valores culturais. Nesse contexto, os alunos deverão compreender também que a
perspectiva funcionalista de Durkheim está relacionada ao conceito de coerção social, em que
os fenômenos sociais são explicados a partir dos sistemas sociais e do poder repressivo que
eles impõem sobre a vida dos indivíduos que fazem parte de tais sistemas. Ou seja, será
importante que os alunos compreendam que, para Durkheim, compreender e explicar
determinado fenômeno social em uma sociedade (por exemplo, uma determinada instituição
social, suas mudanças e as consequências que produzem) será necessário estudar o sistema
social como um todo, e não partir apenas do indivíduo.

Aula nº 03: Teoria da ação social de Weber


Duração: 50min
Foco: Entender a sociologia compreensiva de Weber para pensar as relações sociais como
ações recíprocas entre os indivíduos.
Tipo de aula: Interativa a partir pesquisa em sala de aula.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 03.


36

O primeiro momento da aula terá duração de 20min e consistirá em uma explicação


oral sobre a sociologia compreensiva de Weber a partir do desenvolvimento da teoria da ação
social, de modo a evidenciar aspectos experienciados em nosso dia a dia articulados à ideia de
que toda ação social é, na forma desenvolvida por Weber, um processo de interação recíproca,
em que o nosso comportamento interage com a ação do outro. É importante lembrar que a
aula proposta dessa unidade retoma o conteúdo do 1º bimestre sobre a ação social em Weber,
no entanto, será visto de modo mais aprofundado a relação entre ação social e instituições
sociais.
Em seguida, será formada uma roda de conversa na sala, onde os alunos, juntamente
com o professor, possam identificar experiências de ações sociais vividas nas instituições.
É importante que o(a) professor(a) explique que a sociologia compreensiva de Weber,
diferentemente do pensamento de Durkheim, busca explicar os fenômenos sociais a partir da
compreensão das ações individuais e das motivações dos sujeitos.
Desse modo, para facilitar a compreensão dos alunos sobre a sociologia compreensiva
weberiana, o(a) professor(a) deverá listar e explicar exemplos que estejam relacionados à
questão pretendida nessa aula, por exemplo, a questão suicídio 10: não seria possível explicar
o aumento do número de suicídios pela crise econômica em um determinado país apenas
observando a crise econômica como um fator, mas que, ao contrário, segundo a sociologia
compreensiva de Weber seria necessário partir da análise empírica das ações individuais que
motivaram esse aumento de suicídio. Ou seja, na concepção weberiana o objeto central de
estudo é o indivíduo e as motivações que o levam a agir.
Após a discussão será proposta a seguinte atividade: os alunos irão pesquisar através
do uso de revistas, jornais e internet, imagens que representem características da ação social
experienciadas nas instituições sociais das quais participaram e/ou participam. Os alunos
deverão escolher entre duas a três imagens que representem aspectos de suas atividades
habituais nessas instituições (por exemplo, na escola, observando a interação entre aluno e
professor durante a explicação de um determinado assunto, no intervalo, quando conversam
com seus amigos e/ou na própria instituição familiar, observando a interação social na mesa
de jantar etc). É importante que os alunos tenham essa percepção e busquem imagens em
jornais e revistas, que correspondam as suas realidades em consonância com a teoria da ação

10
Exemplo contido no livro didático de sociologia para o ensino médio “Sociologia Hoje” dos autores Renó
Machado, Henrrique Amorim e Rocha de Barros (1988) em que aborda uma passagem sobre a ação social em
Weber, no capítulo 06, página 125.
37

social de Weber. Os alunos deverão criar uma charge ou tira a partir das imagens selecionadas
e em seguida deverão recortar e fazer a colagem na cartolina.
A atividade será iniciada em sala de aula, mas, devido o curto período de tempo para o
término da atividade, 30min, os alunos deverão terminar em casa e a mesma deverá ser
realizada em dupla e apresentada na aula seguinte.
O propósito dessa aula será fazer com que os alunos compreendam que a sociologia
compreensiva de Weber busca explicar os fenômenos a partir das ações motivacionais dos
indivíduos, e que essas ações sociais produzem consequências, positivas e negativas, a partir
de suas interações sociais com os outros. É importante que os alunos tenham em mente que
toda ação é orientada pela ação do outro e vice-versa, e que essas ações são manifestadas nas
instituições sociais que participamos.

Aula nº 04: Teoria da ação social de Weber


Duração: 50min
Foco: Entender a sociologia compreensiva de Weber para pensar as relações sociais como
ações recíprocas entre os indivíduos.
Tipo de aula: Interativa a partir de apresentação das charges e tiras.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 04.

Serão disponibilizados para cada dupla 10min para apresentações.


Com base nesta aula, os alunos compreenderão que nossas ações individuais são
movidas por motivos e intenções em interação recíproca com os outros, e que todas essas
ações sociais estão presentes nos mais diversos ambientes sociais que participamos.

Aula nº 05: Representações sociais na perspectiva do método teatral de Goffman


Duração: 50min
Foco: Compreender as representações de nossos papeis sociais a partir de nossas interações
com o outro.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 05.

A aula consistirá em uma explanação sobre a perspectiva teatral do sociólogo


canadense Erving Goffman, baseado em algumas concepções básicas do livro “A
representação do eu na vida cotidiana”, como por exemplo, a noção de Fachada, cenário e
38

ator social como elementos que compõem uma situação que ele chama de encenação, entre
outros. Será trabalhada, especificamente, a representação dos papeis que estabelecemos na
sociedade e que queremos transmitir para o outro por meio de interações que, segundo sua
perspectiva teatral11 os indivíduos a quem chama de atores, assumem personagens que
interagem com outros como em uma peça de teatro e protagonizam representações que
querem transmitir para sua plateia (a plateia se refere aos outros). Ou seja, o conteúdo dessa
aula é a concepção das representações de Goffman que desenvolve uma abordagem sobre a
interação como uma encenação. Para tanto, o(a) professor(a) deverá explicar a perspectiva
teatral através de exemplos envolvendo situações da vida diária dos indivíduos, em que estes
desempenham situações de representações através de suas interações com os outros. Este
momento terá duração de 40min.
Como atividade didática, os alunos deverão produzir, em dupla, uma vídeo-carta, cuja
intenção principal consiste em direcionar uma carta em forma de vídeo para o colega, nesse
caso, para outra dupla, sobre alguma dúvida ou discussão sobre o assunto abordado na aula.
Esse momento será destinado à explicação da tarefa proposta e será apresentada na aula
seguinte, pois para a produção do vídeo requer um tempo superior aos cinquenta minutos da
aula. O critério dessa avaliação será testar a criatividade do aluno na produção da vídeo-carta,
sobretudo no que se refere à percepção dos processos de interações sociais a partir das
representações de seus papeis numa dada situação, seja na família, por exemplo, identificando
o papel de um pai como chefe de família e/ou da mãe; na escola, por exemplo, quando o aluno
vai apresentar um seminário observa-se a representação que este cumpre como mediador de
uma determinada explicação em que o aluno age a partir de uma interação com o professor e
com os demais colegas da sala, ou ao contrário, quando o professor cumpre o papel de mediar
explicação para o aluno; situação de comercial, por exemplo, observando as representações de
papeis desempenhados por vendedor e comprador na compra de algum produto, entre outros.
Diante disso, os alunos deverão trazer exemplos que fazem parte do seu cotidiano, observando
as representações de seus papeis a partir de suas interações.
Para a produção das vídeo-cartas os alunos poderão utilizar fotografias e pequenos
vídeos da realidade social que será observada, desde que tenham relação com o assunto

11
A abordagem da perspectiva teatral de Goffman foi baseada na formulação do conceito do dicionário de
sociologia de Allan G. Johnson (1997), da página 174, em que aborda que todas as pessoas são ao mesmo tempo
atores em relação à outras como plateia, e plateia em relação à outras como atores, ou seja, as expectativas que se
aplicam a cada situação constituem um roteiro social que os atores usam mais para orientar-se do que para ditar
seu desempenho. O método utiliza metáforas como palco, atores e plateias para observar e analisar as
complexidades da interação social.
39

proposto e contenha sempre no final da carta uma pergunta que deverá ser endereçada para
outro grupo e será respondida pelo mesmo na aula seguinte.
Os alunos deverão ser orientados pelo(a) professor(a) que, se for o caso de alguns
fazerem a opção por fotografia e vídeos dos sujeitos, deverão pedir autorização aos mesmos e
explicar que é uma atividade da disciplina de sociologia solicitada pelo(a) professor(a). Após
a explicação da atividade, os alunos escolherão as duplas para quais irão direcionar suas
vídeo-cartas.
As vídeo-cartas serão produzidas pelas duplas durante a semana, e postadas numa
página privada do facebook, criada pelo(a) professor(a), para uso de atividades dessa natureza
ou mesmo, de dúvidas que venham surgir durante a execução do vídeo. O professor deverá
também disponibilizará nesse espaço, exemplos de outras vídeo-cartas para ajudar ao aluno no
processo de sua invenção.
É importante enfatizar que todas as vídeo-cartas deverão ser postadas,
impreterivelmente, um dia antes da aula seguinte, para continuação da atividade.
Sendo assim, espera-se que os alunos compreendam que o método da perspectiva
teatral de Goffman nos ajuda a pensarmos nas representações sociais que tendemos a
estabelecer na sociedade a partir das nossas interações sociais. Representações essas,
protagonizadas pelos papeis que desempenhamos em diferentes situações sociais da nossa
vida cotidiana.

Aula nº 06: Representações sociais na perspectiva do método teatral de Goffman


Duração: 50min
Foco: Compreender as representações de nossos papeis sociais a partir de nossas interações
com o outro.
Tipo de aula: Interativa a partir de vídeo-carta

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 06.

Como treino da capacidade de argumentação, as duplas irão responder as vídeo-cartas


que lhes foram endereçadas, através de um texto de uma página.

Aula nº 07: Onde está o poder, Foucault?


Duração: 50min
Foco: Compreender que o poder está presente em diversas instituições sociais e nas relações
sociais que estabelecemos.
Tipo de aula: Interativa a partir de roda de conversa
40

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 07.

O primeiro momento da aula terá duração de 15min e consistirá numa explicação geral
sobre o poder presente no interior das instituições sociais a partir das ideias do filósofo
francês Michel Foucault 12. O(A) professor(a) explicará que, segundo o filósofo, o poder está
presente nas mais diferentes instituições sociais (como na escola, família, igreja, etc) e se
manifesta a partir de nossas relações. Enfim, o importante será os alunos compreenderem que
o poder, como muitas pessoas pensam, não está somente no Estado, mas está em todos os
ambientes sociais que frequentamos, produzindo verdades e saberes que influenciam na
construção de nossa subjetividade.
Em seguida, será formada uma roda de conversa na sala entre o(a) professor(a) e os
alunos para refletir de forma crítica e analítica sobre como as relações de poder
experienciadas nas mais diferentes instituições sociais influenciam na construção de nossa
subjetividade.
Para iniciar a discussão, os alunos deverão desenhar no caderno algumas instituições
sociais que consideram significativas para o seu processo de formação, pelas quais passaram e
passam ao longo de sua trajetória, desde crianças até o presente momento. Ao final da
atividade, irão explicar, brevemente, sobre as influências marcantes que foram experienciadas
ao longo desse tempo.
Ao final da aula espera-se que os alunos reconheçam que as instituições sociais
(família, escola, igreja, por exemplo) cumprem papeis importantes na construção de nossa
subjetividade e que elas são marcadas pelas relações de poder.

Aula nº 08: O poder está aqui, ali e acolá!


Duração: 50min
Foco: Compreender que o poder pode está presente nos mais diversos ambientes sociais.
Tipo de aula: Interativa a partir de um jogo de perguntas e respostas.

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 08.

Essa aula será dividida em três momentos: no primeiro, os alunos irão se dividir em
três grupos (A, B e C) e o professor irá sortear três temas diferentes: “O poder que as redes

12
A concepção de poder em Foucault foi trabalhada a partir de algumas concepções de sua obra “Microfísica do
poder”.
41

sociais exercem sobre a vida das pessoas”, “o poder da família sobre os indivíduos” e “o
poder da igreja sobre a vida de seus fiéis”.
No segundo momento, cada grupo irá elaborar 05 questões subjetivas relacionadas ao
tema sorteado. As perguntas serão direcionadas da seguinte forma: o grupo A vai elaborar
questões para o grupo B, este último vai elaborar questões para o grupo C, e este para o A.
No terceiro momento, as questões devem ser respondidas por cada componente do
grupo e, em seguida, formando uma roda de discussões, os alunos irão analisar e discutir
sobre as respostas coletivamente no intuito de refletir sobre o poder na concepção de
Foucault. A intenção é fazer com que os alunos entendam que o poder não está localizado em
apenas um lugar, pois deve ser entendido como um conjunto de redes interligadas, tanto redes
virtuais/invisíveis quanto institucionais/físicas. O poder se faz presente a partir de nossas
experiências dentro desses espaços.
Ao final da aula espera-se que os alunos possam desenvolver um olhar analítico sobre
o poder, compreendendo a maneira como ele se interioriza nas instituições sociais que
participamos, manifestando-se através de nossas relações sociais.

Sistemática de Avaliação para a Unidade III.


Os alunos serão avaliados a partir de um processo contínuo que levará em
consideração o interesse, o envolvimento, a participação e a criatividade inventiva de cada
grupo nas seguintes atividades propostas: produção da vídeo-carta, participação nas
discussões nas rodas de conversas, participação no jogo de perguntas e respostas.
As atividades individuais, tais como, elaboração de redação e participação nas
discussões serão avaliadas a partir da escrita do aluno e de sua capacidade argumentativa
relacionada ao assunto proposto e envolvimento nas discussões orais. E, com relação ao
exercício de fixação, será atribuído como critério avaliativo a quantidade de acertos que o
aluno responder.

5.2.4 Unidade IV (4° Bimestre)


A) Descrição da Unidade

A proposta desta unidade de ensino é desenvolver uma visão crítica nos alunos sobre a
indústria cultural e os meios de comunicação de massa, bem como sobre o caráter ideológico
do marketing como estratégia de persuasão sobre os consumidores. Visa propiciar ao aluno
um conhecimento sobre a dinâmica e organização dos movimentos sociais e a importância da
42

participação da coletividade do movimento na transformação da realidade social. Além disso,


a proposta também é despertar a vontade de participação política no aluno através de uma
reflexão sociológica sobre o protagonismo juvenil através da participação no processo
eleitoral brasileiro, estabelecendo, a partir do voto, uma forma de reivindicação de mudanças
sociais.

B) Cronograma geral dos conteúdos e seus respectivos objetivos

Aula(s) Conteúdos Objetivos de Aprendizagem

01 e 02 Indústria cultural e consumo Definir o que é ideologia e indústria cultural.

Identificar o papel ideológico do marketing


como forma de persuasão na vida dos
consumidores.

03, 04 e Movimentos sociais no Brasil Conhecer a dinâmica e forma de organização dos


05 movimentos sociais e perceber a importância da
participação da coletividade na transformação da
realidade social;

Listar e diferenciar os tipos de movimentos


sociais no Brasil.

06, 07 e Voto e participação juvenil Identificar as formas de protagonismo juvenil na


08 luta por seus direitos.

Refletir sobre o exercício do voto como forma


de participação política e mudança social.

C) Procedimentos Metodológicos/Detalhamento das Sequências Didáticas

Aula nº 01: Ideologia, indústria cultural e consumo.


Duração: 50min
Foco: Construir uma visão crítica sobre a indústria cultural e os meios de comunicação de
massa que agem de forma persuasiva na vida dos consumidores.
Tipo de aula: Expositivo-Dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 01.


43

A aula será iniciada com uma explanação teórica sobre indústria cultural e ideologia a
partir das ideias de Theodor Adorno. Para tanto, será abordado para explicação o capítulo 16
“Na telinha da sua casa você é cidadão: o papel da mídia no capitalismo globalizado” do
livro didático “Sociologia para jovens do século XXI” dos autores Luiz Fernando de Oliveira
e Ricardo Cesar Rocha da Costa. Este livro é importante para o desenvolvimento da aula
porque fornece exemplos sobre a relação entre ideologia, indústria cultural e consumismo 13.
Serão apresentados, através do uso de slides, três exemplos de charges a fim de abordar e
refletir sobre o assunto proposto: a primeira (ANEXO I) representa uma crítica à televisão
considerada por um dos personagens da charge como um veículo de cultura; a segunda
(ANEXO II) faz uma crítica à mídia de massa como meio de comunicação que manipula a
vida das pessoas; e a terceira (ANEXO III) faz uma crítica ao papel ideológico do marketing
como estratégia de persuasão para o consumismo.
Após a explicação, será formada uma roda de discussão acerca das ideias expostas
sobre indústria cultural, ideologia e consumismo, de modo que os alunos possam identificar e
refletir sobre as mudanças provocadas pelos meios de comunicação como forma de persuasão
sobre a vida dos consumidores. Para explanação teórica e roda de discussão serão destinados
40min.
Os 10min restantes dessa aula serão reservados à explicação da atividade que deverá
ser apresentada na aula seguinte.
Descrição da atividade: Propõe-se uma pesquisa de campo (atividade extraclasse) em
que os alunos possam identificar e analisar as interferências dos meios de comunicação de
massa (rádio, televisão, jornais, internet, marketing, etc), na vida dos consumidores. O
objetivo do trabalho proposto pelo professor tem como tema: “A construção de um olhar
crítico e reflexivo da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa nas mudanças
de comportamentos dos consumidores”.
A escolha do tema geral permitirá ao aluno uma compreensão do recorte da pesquisa
de campo. É importante orientar que os alunos busquem a construção desses contextos a partir
de cenas e fatos do seu cotidiano (cidade, seu bairro, pontos comerciais) realizando, por
exemplo, entrevistas com os donos desses estabelecimentos. Algumas perguntas podem servir
de roteiro no momento da entrevista: Quais as estratégias de marketing são utilizadas para
vender seus produtos? O marketing influencia no aumento da economia do seu
estabelecimento comercial? Do mesmo modo, algumas perguntas também podem servir de

13
A ideia de abordar sobre o consumismo nesta aula parte de uma litura feita do livro Vida para o consumo: a
transformação das pessoas em mercadoria do sociólogo e escritor Zygmunt Bauman.
44

roteiro para entrevistar os consumidores: Um anúncio promocional de determinado produto


influencia na sua compra? Isso já aconteceu com você? O que você mais consome
ultimamente? O que te impulsiona a comprar algo? Necessidade ou o simples fato de ter um
anúncio promocional sobre o mesmo? A propaganda que passa na televisão sobre
determinado produto influencia na sua escolha em querer comprar? Outras perguntas também
poderão ser feitas pelos próprios alunos no momento da entrevista, lembrando que é preciso
estar de acordo com as leituras do capítulo proposto.
Podem ser considerados como objeto de estudo pessoas da vizinhança ou do próprio
ambiente escolar. A abordagem do trabalho ficará a critério do grupo, podendo utilizar
fotografias dos sujeitos em situação de compra, desde que peçam autorização dos mesmos e
expliquem que trata-se de um trabalho de sociologia solicitado(a) pelo(a) professor(a). Além
do mais, os alunos poderão utilizar charges, recortes de jornais, entrevistas, entre outros
recursos que venham caracterizar fatos ou acontecimentos da realidade social observada e que
tenham relação com o assunto proposto.
Para realização da pesquisa de campo serão divididos 04 grupos na sala. No entanto, a
atividade escrita será realizada individualmente, e entregue na aula seguinte, após a
apresentação dos seminários.
Os alunos também irão produzir um texto argumentativo, relacionando com a ideia de
Adorno discutido na aula anterior. A intenção é fazer com que os alunos consigam refletir a
partir da pesquisa de campo sobre o papel ideológico do marketing como estratégia de
persuasão na vida dos consumidores, identificando quais as mudanças de comportamento
decorrentes dele.
A partir do desenvolvimento desta aula, espera-se que os alunos construam uma visão
crítica e reflexiva da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa a partir da
análise do papel ideológico que o marketing exerce sobre a vida das pessoas, sobretudo,
através das estratégias de persuasão que esse utiliza para fins de consumo.

Aula nº 02: Ideologia, indústria cultural e consumo.


Duração: 50min
Foco: Construir uma visão crítica sobre a indústria cultural e os meios de comunicação de
massa que agem de forma persuasiva na vida dos consumidores.
Tipo de aula: Interativa a partir de apresentações de seminários

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 02.


45

Durante a aula, os alunos irão apresentar os seminários e, ao final, entregar o texto


argumentativo com base nas experiências de pesquisa e nas discussões da aula anterior.
Ao final da aula espera-se que os alunos construam um novo olhar sobre o poder
manipulador que os meios de comunicação de massa tem ao influenciar o comportamento das
pessoas. A ideia da aula é fazer com que os alunos percebam que o papel ideológico do
marketing, da indústria cultural e do consumismo estão intimamente relacionados, tendo
assim fins capitalistas.

Aula nº 03: Movimentos sociais no Brasil e suas diferentes manifestações


Duração: 50min
Foco: Entender como surgiram os movimentos sociais, seus objetivos e seu poder de
transformação.
Tipo de aula: Expositivo-dialogada

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 03.

Explanação oral, com duração de 45min, sobre os movimentos sociais através do


capítulo 15 “Você tem fome de quê” Movimentos sociais ontem e hoje do livro didático
“Sociologia para jovens do século XXI” dos autores Luiz Fernando de Oliveira e Ricardo
Cesar Rocha, na página 232 até 237. O capítulo contempla alguns aspectos relevantes que
caracterizam as primeiras formas de movimentos sociais no Brasil até os movimentos sociais
mais recentes.
Após a explicação, será apresentada aos alunos a proposta de atividade de uma peça
teatral com o seguinte objetivo: analisar e encenar as lutas de movimentos sociais no contexto
das conquistas sociais e das transformações democratizantes ocorridas na legislação em
âmbito político, civil e social, em diferentes períodos históricos. Os alunos irão se organizar
em 05 grupos de aproximadamente 08 pessoas. Após a formação dos grupos, irão pesquisar
sobre qual movimento social e seu respectivo contexto histórico irão encenar.
O(A) professor(a) apresentará uma lista de vários temas gerais sobre movimentos
sociais: movimento dos trabalhadores sem terra (MST), movimentos em defesa dos índios,
dos negros e das mulheres, movimentos estudantis dos anos 60 ou nos dias atuais,
movimentos sociais de grupos de jovens, movimentos de grupos LGBT, movimentos sociais
de pessoas com deficiência, entre outros que, podem ser analisados e encenados, em seus mais
diversos contextos históricos no âmbito civil, político e social. Sugere-se também que o grupo
que for abordar sobre movimentos sociais na atualidade, pode contextualizar em suas
46

apresentações o uso da internet, por exemplo, como ferramenta importante de mobilização


dos movimentos sociais.
Os alunos deverão, nesse momento, saber qual movimento social irão representar,
para que nenhuma apresentação torne-se repetitiva. Nesse momento permite-se a escolha de
uma pessoa do grupo para ser o diretor do teatro, no qual caberá a tarefa de supervisionar e
dirigir a montagem da peça, além de marcar os encontros dos ensaios. Também será escolhido
um dramaturgo, responsável pela elaboração do texto da peça. Escolha dos atores que irão
interpretar e apresentar a ação dramatúrgica. E por último, a escolha dos cenógrafos, no qual
irão cumprir a tarefa de caracterizar o espaço na sala de aula onde a peça será apresentada.
Os encontros, ensaios, e todos os demais procedimentos para a elaboração da peça de
teatro, serão registrados como atividades extracurriculares e, portanto, contará como critério
de avaliação as participações de todos os membros do grupo, a serem supervisionadas pelo
aluno diretor do teatro no qual manterá contato com o professor e, na sua ausência, pelo
professor.
Os alunos deverão também entregar, individualmente, um texto de até duas laudas
sobre o movimento social escolhido.
As apresentações teatrais serão apresentadas nas duas próximas aulas, não sendo
possíveis, portanto, as apresentações em apenas uma aula, devido o curto período de tempo.
Espera-se que ao final da aula os alunos conheçam a importância dos movimentos
sociais como forma de mudança social de uma dada realidade e que os diferentes grupos que
participam desses movimentos, embora tenham ideais diferentes em cada forma de
reivindicação e luta, anseiam pelo mesmo objetivo: mudança social ou transformação da
realidade da qual desejam mudança.

Aulas nº 04 e 05: Movimentos sociais no Brasil e suas diferentes manifestações


Duração: 50min
Foco: Compreender a dinâmica da organização dos movimentos sociais em seus diferentes
contextos históricos e a importância da participação coletiva na transformação da realidade
social.
Tipo de aula: Interativa a partir de peça de teatro

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para as Aulas nº 04 e 05.

Entrega do texto e apresentação teatral dos grupos, com duração de aproximadamente


15min para cada peça de teatro.
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Espera-se que, ao final das apresentações, os alunos percebam a importância dos


movimentos sociais e as suas mais diferentes formas de manifestações para promover
mudanças da realidade social de grupos que lutam e reivindicam por direitos e deveres.

Aula nº 06: Voto e mudança social


Duração: 50min
Foco: Discutir sobre a representatividade do voto no Brasil e do voto aos 16 anos de idade.
Tipo de aula: Interativa a partir de vídeo

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 06.

O primeiro momento da aula consistirá em uma análise sobre a história do voto no


Brasil a partir de uma sequência de 08 vídeos (cada um com aproximadamente 2min de
duração), em especial, o vídeo 06, que apresenta de forma sintética, a história do voto aos 16
anos de idade.
Esse primeiro momento da aula, permitirá que os alunos conheçam, de modo geral,
sobre a história do voto, especialmente, o protagonismo juvenil na luta por seus direitos.
Após a apresentação dos vídeos será formada uma roda de conversa para discutir
sobre a importância do protagonismo juvenil na política atual, e, como os alunos percebem a
participação dos jovens da sua cidade na política.
Ao final da aula espera-se que os alunos percebam e reflitam a importância do voto
como exercício de cidadania e como forma de mudança social, além disso, percebam a
pertinência da participação política dos jovens para o desenvolvimento da sociedade.
O tempo restante da aula será disponibilizado para os seguintes avisos: Como
proposta de atividade das próximas duas aulas serão organizadas a partir da realização de
júri/fórum simulado 14, com defesa, acusação e júri, objetivando a seguinte questão: os alunos
mobilizarão conceitos em seus respectivos discursos em defesa de uma perspectiva favorável
e/ou contrária com relação ao voto aos 16 anos.
Nessa etapa, também será escolhida o lugar da apresentação (auditório, sala de vídeo,
ou quadra esportiva) de acordo com os espaços disponíveis na escola e, de acordo com o
número de participantes que, direta ou indiretamente, estejam envolvidos. Serão escolhidos os
grupos que representarão a defesa, a acusação, o juiz e os jurados.

14
A proposta dessa didática segue a sugestão do livro “Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para o
ensino médio”, módulo 02, da página 210.
48

Aula nº 07: Participação juvenil a partir do voto


Duração: 50min
Foco: Compreender a importância do voto e do protagonismo juvenil como formas de
reivindicação de direitos e de ação democrática.
Tipo de aula: Interativa a partir de ensaios do júri simulado

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 07.

Nesta aula serão produzidos os textos do júri simulado e ocorrerá o ensaio do mesmo
para a apresentação na aula seguinte.

Aula nº 08: Participação juvenil a partir do voto


Duração: 50min
Foco: Compreender a importância do voto e do protagonismo juvenil como formas de
reivindicação de direitos e de ação democrática.
Tipo de aula: Interativa a partir da apresentação do júri simulado

Detalhamento dos procedimentos metodológicos para a Aula nº 08.

Nesta aula será realizado o júri simulado para os alunos, diretor(a) e demais
professores(as) no auditório da escola.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam que a participação do jovem no
mundo da política pode resultar em avanços na sociedade, fortalecendo a democracia a partir
do exercício do voto.

Sistemática de Avaliação para a Unidade IV


Os critérios de avaliação serão realizados separadamente em cada unidade e de acordo
as atividades solicitadas em cada conteúdo:
Conteúdo I: Participação nas aulas, sendo avaliadas as atividades realizadas a partir da
produção oral e descritiva dos alunos.
Conteúdo II: Participação dos alunos com relação à peça de teatro: organização do
grupo e da peça, criatividade, figurino, abordagem da peça articulada ao assunto proposto e às
discussões sobre o assunto na sala de aula.
Conteúdo III: Participação nas discussões em sala de aula, envolvimento e organização
do júri simulado quanto ao texto escrito do júri e a participação na apresentação do júri
simulado para a escola.
49

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração do plano de ensino proposto pelo Curso de Especialização de Sociologia


para o Ensino Médio como trabalho final permitiu um novo olhar acerca das práticas
pedagógicas, elaboração e planejamento das aulas de sociologia para o ensino médio,
sobretudo, na formação docente e na formação do aluno, pois ambos são beneficiados nesse
processo de ensino e aprendizagem.

Nesse sentido, os conteúdos que foram aqui elencados buscaram subsidiar a formação
do aluno com o intuito de provocar a imaginação sociológica, o senso crítico e analítico sobre
os fenômenos sociais a partir de aulas dialógicas e dinâmicas para a construção de um ensino
de qualidade, permitindo ainda, entender a pertinência da disciplina de sociologia e suas
contribuições para suas vidas individuais e coletivas, bem como, buscando compreender as
transformações no mundo contemporâneo, como os processos de reprodução e transformação
sociais nele existentes e sua complexidade.

As potencialidades do eixo temático “Indivíduo e Sociedade” em face da construção


de competências e habilidades que foram trabalhadas nesse plano de ensino serviram de base
para dimensionar um conhecimento amplo, dinamizador e transformador na formação do
aluno, sobretudo, buscando desenvolver uma sensibilidade sociológica a partir da elaboração
de um planejamento pedagógico que estejam ligados ao contexto social dos alunos, de modo
que assumam posturas de cidadãos pensantes e responsáveis por ações que reflitam,
positivamente, em mudanças na sociedade.

Desse modo, a elaboração desse plano de ensino buscou fundamentar em sua base
teórica e metodológica a elaboração de conteúdos relacionados, especialmente, ao cotidiano
dos alunos, para que estes compreendam as condições sociais, culturais e intelectuais das suas
produções conforme as propostas de atividades que aqui foram solicitadas. A execução de
atividades que reflitam em trabalhos extraclasse, como trabalhos realizados em campo, filmes,
pesquisa na internet, entre outras, ajudam o aluno identificar problematizações ligadas às
realidades nos âmbitos social, político e cultural. Assim, a elaboração de um planejamento
anual de ensino que trabalhe estes aspectos, exige por parte do professor e da escola:

a capacidade de construir projetos pedagógicos que coloquem o aluno numa


posição de protagonismo no processo de aprendizagem, o que significa que a
pesquisa e a ação a partir de objetivos construídos coletivamente por
50

professores, alunos e toda comunidade escolar constituem um caminho mais


seguro no processo de recuperação do espaço escolar como um espaço
significativo, democrático e indutor da busca de novos conhecimentos.
(VARGAS, 2010, p. 10).

Assumir, portanto, o compromisso com a tarefa do ensino da sociologia exige do(a)


professor(a) – reforçando o que com o que já foi introduzido neste trabalho– um esforço
contínuo de propor práticas pedagógicas que sejam criativas e inovadoras e que, ao mesmo
tempo, provoquem a desnaturalização dos fenômenos sociais e a imaginação sociológica na
formação cidadã e humanística dos alunos do Ensino Médio Brasileiro.
51

REFERÊNCIAS

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Acesso em: 01 nov. 2016.

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2000.

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Trad. José Gradel. RJ: Jorge Zahar, 2008.

BERGER, Peter; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia


do conhecimento. Trad. Floriano de Souza Fernandes. 7. Ed. Petrópolis, RJ: vozes, 1983.

BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura.


Aparecida Joly Gouveia (trad.). In: M. Nogueira e A. Catani (org.). Escritos de educação.
Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1998.

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Nacionais. Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília, DF, 2008.

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Nacionais para o Ensino Médio, Ciências Humanas e suas Tecnologias. v. 4. Brasília, DF,
2000.

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Cidadania: o que eu tenho a ver com isso? Sociologia - Ensino Médio – Telecurso.
Direção: Jailson de Almeida e Amilcar Claro.13 mim. Disponível em:
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DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. Trad. Pietro Nassetti. 3. Ed. São Paulo:
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Entre os muros da escola (Entre les murs). Direção: Laurent Cantet. Interpretação: François
Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaidja Rachedi, Juliette Demaille,
Dalla Doucoure, Wei Huang, Franck Keita, Justine Wu, Rachel Régulier, Esméralda Ouertani,
Boubacar Touré. Canal + e outros. 128 min. (França 2008). Disponível em:
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52

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Ilha das Flores. Direção: Jorge Furtado. Produção Executiva: Monica Schmiedt, Giba Assis
Brasil e Nora. Roteiro: Jorge Furtado. Goulart. Direção de Fotografia: Roberto Henkin e
Sérgio Amon. Direção de Arte: Fiapo Barth. Música: Geraldo Flach. Direção de Produção:
Nora Goulart. Montagem: Giba Assis Brasil. Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo.
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QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Maria Gardência de.
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ROCHA, Everardo P. G. O que é etnocentrismo? 5 ed. São Paulo: Editora brasiliense, 1988.

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TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

TOMAZI, Nelson D. Curso de especialização de sociologia para o ensino médio. Módulo


03. Cuiabá: Central de Texto, 2013.
53

VARGAS, Francisco E.B., O ensino de sociologia: dilemas de uma disciplina em busca de


reconhecimento. Artigo PIBID do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais do IFISP/
UFPel, [2010]. Disponível em:
<http://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2011/10/ARTIGO-O-Ensino-da-
Sociologia.pdf>. Acesso: 18 de set. 2016.
54

ANEXOS

(2º BIMESTRE)
ANEXO I
Aula de Sociologia
O que é etnocentrismo?

“o etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é


tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos
através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que
é a existência”. (ROCHA, grifo do autor, 1988, p. 05).

[...] conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual,


veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo
tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo,
distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em
comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente.[...] nos
deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem
sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que
não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro”
também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo
e, ainda que diferente, também existe. (ROCHA, Grifo do autor, 1988,
p.05).

As ideias etnocêntricas que temos sobre as “mulheres”, os “negros”,


os “empregados”, os “paraíbas de obra”, os “colunáveis”, os
“doidões”, os “surfistas”, as “dondocas”, os “velhos”, os “caretas”, os
“vagabundos”, os gays e todos os demais “outros” com os quais temos
familiaridade, são uma espécie de “conhecimento” um “saber”,
baseado em formulações ideológicas, que no fundo transforma a
diferença pura e simples num juízo de valor perigosamente
etnocêntrico (ROCHA, grifo do autor, 1988, p. 10).
55

(4º BIMESTRE)
ANEXO I

Fonte: Disponível em: <http://flaviaonline.blogspot.com.br/2014/11/industria-cultural-e-cultura-de-massa.htm>


Acesso em: 27 set. 2016.

ANEXO II

Fonte: Café com sociologia. Disponível em: <http://questoessociologicas.blogspot.com.br/2013/08/charge-


kelvin-e-midia.html> Acesso em: 27 set. 2016.
56

ANEXO III

Fonte: Grooeland.blogspot.com. Disponível em <http://grooeland.blogspot.com.br/2013/12/o-vazio-do-


consumismo.html> Acesso em: 27 set. 2016.

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