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NATAL-RN
FEV /2017
ISRAELA MÍRIAM DE MELO
NATAL/RN
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
2 JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO DO EIXO TEMÁTICO INDIVÍDUO E
SOCIEDADE ................................................................................................................................... 9
3 METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENSINO ANUAL PARA A
DISCIPLINA SOCIOLOGIA NO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO ................................................11
4 OBJETIVOS GERAIS DO PLANO ANUAL DE ENSINO...................................................14
5 DETALHAMENTO DO PLANO ANUAL DE ENSINO .......................................................15
5.1 Identificação ......................................................................................................................15
5.2 Detalhamento das Unidades Didáticas .....................................................................................15
5.2.1 Unidade I (1° Bimestre) ..................................................................................................15
5.2.2 Unidade II (2° Bimestre).................................................................................................23
5.2.3 Unidade III (3° Bimestre) ...............................................................................................31
5.2.4 Unidade IV (4° Bimestre) ...............................................................................................41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................49
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................51
ANEXOS .........................................................................................................................................54
RESUMO
A disciplina de Sociologia apresenta uma trajetória histórica e social marcada por constantes e
profundas intermitências no processo de sua inserção na grade curricular do Ensino Médio
Brasileiro. A exclusão dessa disciplina durante anos no currículo escolar e o seu retorno
gradativo, refletem consequências desafiadoras no contexto educacional de ensino, sobretudo
com relação à construção de sua identidade, no seu contexto epistemológico e no campo das
questões didático-pedagógicas. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo contribuir
com as práticas didático-pedagógicas no ensino da sociologia no nível médio, através da
elaboração de um plano anual de ensino para alunos do 1º ano do ensino médio, cujos
conteúdos foram trabalhados a partir de conceitos, temas e teorias em consonância com o eixo
temático “Indivíduo e Sociedade”, conforme disposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais
do Ensino Médio (PCNEM). Incluiu-se nos conteúdos a desnaturalização dos fatos sociais,
permitindo ao aluno uma visão sociológica diferenciada do senso comum, possibilitando o
estranhamento e a desnaturalização do mundo social. Espera-se que a elaboração do plano
anual de ensino na área da sociologia possa contribuir para o processo de ensino e
aprendizagem de professores de sociologia e alunos através de um trabalho dinâmico e
efetivo, promovendo a formação humanística dos alunos, a construção de um pensamento
crítico e analítico sobre a sociedade, além de possibilitar uma formação de cidadãos atuantes e
transformadores de sua realidade social.
Palavras-Chave: Ensino. Imaginação sociológica. Indivíduo. Sociedade.
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1 INTRODUÇÃO
foi alterada a proposta do art. 36. da lei de Diretrizes e Bases (LDB) que
incluía as disciplinas de filosofia e sociologia no ensino médio nacional, no
entanto, apesar da aprovação da proposta houve impedimento por parte dos
deputados com relação a sua ida para o senado.
haja, efetivamente, uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão
e, também, entre os diferentes grupos.
O ensino da sociologia integra também possibilidades de trabalho com outras áreas do
conhecimento como história, literatura, geografia, matemática, entre outras, dinamizando
conhecimentos distintos em objetivos comuns, desenvolvendo assim, estratégias cognitivas
que permitam ao aluno enfrentar problemas e tomar decisões em situações cotidianas. A
história, por exemplo, pode auxiliar no processo de abordar as transformações sociais que
culminaram no surgimento da sociologia, a literatura pode ser útil para explicar determinada
realidade social a partir de textos literários, a matemática pode ser útil para trabalhos
estatísticos de sociologia, a geografia no trabalho com mapas, examinado o processo das
revoluções sociais de determinado fenômeno da realidade, entre outras possibilidades de
diálogos interdisciplinares. Enfim, um trabalho interdisciplinar, proposto também nesse plano,
possibilita estratégias didáticas que facilitam a caminhada do aluno por uma rede de
conhecimento que se constrói mutuamente.
Diante disso, busca-se construir a partir dos processos de ensino e aprendizagem desse
eixo uma formação crítica e reflexiva do aluno em torno da realidade social, possibilitando-o
olhar os fenômenos sociais pela lente da desnaturalização e da imaginação sociológica.
Busca-se também que os alunos possam se tornar cidadãos ativos, exercendo a democracia de
forma consciente, participando da mudança social e, ao mesmo tempo, estarem atentos a tais
mudanças, questionando, analisando e buscando percebê-las e compreendê-las.
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O processo metodológico para construção desse plano de ensino se deu a partir das
seguintes etapas: foram realizadas consultas ao documento “Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Médio” (PCNEM) buscando atender as exigências das competências e
habilidades nele presentes para construção de nossas aulas. As leituras realizadas do PCN+ foi
critério essencial para a seleção dos conteúdos a serem estudados a partir do eixo temático
“Indivíduo e Sociedade”, bem como para a escolha do mesmo.
Também foram realizadas consultas e leituras de materiais didáticos de sociologia,
dentre os quais são possíveis citar: “Sociologia hoje” de Igor José de Renó Machado,
Hernrique Amorim e Celso Rocha de Barros, “Sociologia para o Ensino Médio” de Nelson
Darcio Tomazi, “Sociologia para o Século XXI” de Luiz Fernandes Oliveira e Ricardo Cesar
Rocha da Costa e o livro de “Sociologia” de Amaury César Moraes, os quais serviram de
base para fundamentação teórica e para abordagens dos conteúdos a serem trabalhados com os
alunos.
Por mais que tenhamos pouca tradição de ensino de sociologia, o livro didático é um
dos norteadores do currículo de sociologia no ensino médio e um dos principais recursos
didáticos. Aqui, os livros didáticos utilizados serviram para auxiliar na aprendizagem
sociológica, partindo, sobretudo, da criatividade do(a) professor(a) para elaboração das
atividades propostas a partir de conteúdos dessa área do conhecimento.
Os livros trabalhados durante esse Curso de Especialização, cujo título é: Curso de
Especialização em Ensino de Sociologia para o Ensino Médio, referentes aos módulos 01, 02
e 03, foram também imprescindíveis para a elaboração desse plano anual de ensino, os quais
apresentaram-se como materiais importantes para a formação do ensino de sociologia,
sobretudo na formação do processo de ensino e aprendizagem tanto dos alunos cursistas,
potencializando suas práticas de ensino na área de sociologia, orientação teórico-
metodológica para o desenvolvimento desde Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), quanto
por parte da formação dos alunos do ensino médio em que as propostas de atividades
contidas, especialmente, no módulo 02, são a estes direcionados.
Além dos livros didáticos voltados para o ensino médio, foram utilizados outros livros
específicos da área, a saber: “O que é etnocentrismo” de Everardo Rocha, a partir do qual
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foram extraídos alguns trechos do livro e entregues aos alunos como material didático.
Também foram utilizadas algumas ideias do livro “Microfísica do poder” de Michel Foucault
para elaboração de uma das aulas da unidade IV, o qual foi enfatizado, especialmente, a
concepção de que o poder está presente nas diferentes instituições sociais, não se
concentrando apenas em um lugar.
Para a elaboração de uma das aulas da unidade II foram realizadas leituras do livro “A
representação do eu na vida cotidiana” de Erving Goffman e consultado como leitura
complementar o “Dicionário de Sociologia (Guia Prático da Linguagem sociológica)” de
Allan G. Johnson, no qual foi abordado o método da perspectiva teatral desde autor. Desse
modo, foi possível trabalhar a representação de papéis que indivíduos desempenham na
sociedade e a interação social de acordo com a abordagem de Goffman.
O dicionário de Sociologia serviu ainda para fundamentar outros conceitos, como o
conceito de classe social, estratificação e outros, trabalhados em uma das aulas da unidade I.
Do ponto de vista teórico, foram utilizados alguns materiais bibliográficos que
abordaram os clássicos da sociologia, Comte, Marx, Durkheim e Weber, como: “Saber para
Prover: a sociologia Comteana para o Ensino Médio” de Adriana Monferrari Amorim2, “As
regras do método sociológico” de Émile Durkheim e “Um toque de clássicos: Durkheim,
Marx e Weber” de Tania Quintaneiro. Estas referências bibliográficas fundamentaram o
conhecimento sociológico acerca desses teóricos e auxiliaram na compreensão da
complexidade do mundo atual, conforme abordadas em algumas aulas da unidade I e da
Unidade III a partir de categorias funcionalistas, weberianas e marxistas, além das noções de
classe social, fato social e ação social.
É importante enfatizar que alguns recursos tecnológicos, como consultas à internet
foram essenciais na elaboração desse plano de ensino a partir de consultas a sites para
obtenção de material digital de alguns livros aqui trabalhados, vídeo-aulas, filmes, charges e
outros vídeos que serviram como conteúdo de algumas aulas, bem como consultas ao blog
“Café com sociologia” que auxiliou em algumas ideais e temas atuais para serem trabalhadas.
Nesse sentido, as unidades de ensino para o eixo temático “indivíduo e sociedade”
estão estruturadas da seguinte forma:
A unidade I, “as ciências sociais e o cotidiano”, aborda os diferentes momentos
históricos que propiciaram o surgimento da sociologia como ciência da sociedade,
relacionando-os aos processos de transformações históricas, políticas, econômicas e culturais
2
O Texto referenciado segue a sugestão do livro do Curso de Sociologia para o Ensino Médio, módulo 02,
página 25, para a elaboração da aula 03, cujo tema é “O pensamento de Auguste Comte”, da Unidade I.
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pelos quais passa a sociedade a partir das concepções teóricas de Auguste Comte, Karl Marx,
Émile Durkheim e Max Weber.
A unidade II aborda a sociologia como ciência da sociedade a partir de aulas que
debateram o etnocentrismo, o estranhamento, a desnaturalização e a imaginação sociológica,
no intuito de trabalhar as noções de ciência e de senso comum. Também foi trabalhado como
conteúdo desta unidade o papel da sociologia na construção da cidadania.
A unidade III, “as instituições sociais e o processo de socialização”, aborda o processo
de funcionamento das instituições sociais a partir da teoria funcionalista de Durkheim, do
materialismo histórico dialético de Marx e da sociologia compreensiva de Weber, do método
da perspectiva teatral de Goffman e da definição sobre o poder na perspectiva de Michel
Foucault.
A unidade IV, “mudança social e cidadania”, aborda o processo de mudanças sociais a
partir dos movimentos sociais no Brasil, a importância do voto como forma de reivindicação
de direitos e deveres e de transformação social e assuntos relacionados à indústria cultural,
aos meios de comunicação de massa e o papel ideológico do marketing como estratégia de
persuasão na vida dos consumidores.
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5.1 Identificação
A) Descrição da Unidade
A proposta da unidade I é refletir sobre os aspectos históricos que contribuíram para o
surgimento da sociologia, relacionando-os aos processos de transformações históricas,
políticas, econômicas e culturais pelos quais passa a sociedade. Além de abordar sobre a
história da sociologia, enquanto ciência da sociedade, este bimestre aborda concepções
teóricas dos clássicos da sociologia, como: o positivismo de Auguste Comte, a noção de fato
social de Émile Durkheim, ação social na leitura de Max Weber e a perspectiva teórica de
Karl Marx sobre trabalho e classes sociais.
A primeira aula será dividida em dois momentos: o primeiro terá duração de 20min e
será dada uma explanação teórica sobre os pressupostos históricos que propiciaram o
surgimento da sociologia. A explanação será mediada através do uso de slides organizados a
partir de imagens e parte descritiva sobre o assunto da aula.
É importante acentuar, que nesse momento inicial, as imagens contidas nos slides
corresponderão a alguns contextos históricos anteriores à consolidação da sociologia,
iniciadas a partir do século XV, como a transformação da sociedade feudal, a expansão
marítima, reformas protestantes e as transformações do século XVIII, no qual será
evidenciada a imagem da máquina a vapor, além disso, será evidenciada uma imagem que
possa contemplar aspectos importantes da Revolução Industrial, cujo período propiciou a
emergência da sociologia como ciência, com o intuito de compreender as mudanças vigentes
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3
Essa atividade segue a sugestão do livro do Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para o Ensino
Médio, na página 24.
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Essa aula contemplará alguns aspectos básicos do pensamento de Auguste Comte com
a intenção de transmitir o legado deixado por este pensador, como o positivismo, incluindo o
lema sobre “Ordem e Progresso”, entre outras questões referentes a esse pensamento, e
também sua contribuição para o conhecimento sociológico, do qual foi considerado precursor
e, portanto, criador do termo “sociologia”. A explanação teórica dessa aula terá duração de
10min e será mediada através do uso de slides organizados a partir de imagens (como foto do
autor) com o intuito de mostrar um pouco de sua biografia, e parte descritiva sobre o seu
pensamento.
No segundo momento, e para concluir esse conteúdo, serão propostas duas atividades:
na primeira os alunos irão pesquisar através do livro didático de sociologia ou na internet
informações que elucidam o lema “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso
por fim” frase do positivismo comteano. As informações podem ser evidenciadas em forma
de charges e/ou imagens da internet, por exemplo, desde sejam disponibilizados também os
links dos quais foram extraídas. Essa atividade será realizada em grupo de três pessoas, e o
grupo que optar por trabalhar com charges, poderá utilizar a sala de informática da escola,
facilitando a impressão das mesmas. As charges e/ou imagens devem ser coladas no caderno
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e, em seguida, interpretadas de forma escrita pelo grupo, relacionando-as com o lema “Ordem
e Progresso” desenvolvido pelo positivismo comteano.
A segunda atividade consiste numa tarefa para casa, no qual os alunos irão produzir,
individualmente, uma redação discursiva de no máximo duas páginas sobre a seguinte
questão: Qual a contribuição da sociologia para a formação dos indivíduos em
sociedade? A atividade deverá ser entregue na aula seguinte.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam alguns aspectos básicos do
pensamento de Comte, como sua contribuição para o processo de construção da sociologia,
além do seu positivismo, visto como uma maneira de pensar e observar a vida social baseado
em princípios das ciências naturais. Espera-se que os alunos também saibam que o lema
“Ordem e Progresso”, presente em nossa bandeira Nacional Brasileira, foram extraídos do
pensamento de Comte ao observar e afirmar que as transformações que vinham ocorrendo na
sociedade na sua época visavam o progresso, no entanto, tal progresso estava subordinado a
uma ordem.
Para execução da próxima atividade na sala de aula o(a) professor(a) deverá solicitar
aos alunos que tragam os seguintes materiais: cola, tesoura, cartolina, revistas, livros e jornais.
O uso de imagens para a explanação sobre o assunto proporcionará uma aula mais
dinâmica, de modo que os alunos sejam capazes de perceber o quanto os fenômenos sociais
estão próximos de nossa realidade cotidiana.
O segundo momento da aula, com duração de 35min, será reservado para os alunos
confeccionar cartazes com um ou dois exemplos de fatos sociais a partir de pinturas, charges,
trechos de música, textos escritos, poesia, recortes de jornais e/ou revistas.
O intuito da didática será fazer com que os alunos possam usar a imaginação
sociológica para elaboração dessa atividade. As produções dos cartazes serão realizadas
individualmente e apresentados na próxima aula.
Ao final da aula espera-se que os alunos reconheçam que os fatos sociais presentes em
nosso cotidiano podem estar relacionados com outros fatos sociais. A dança, por exemplo, é
um fato social porque existe em todas as sociedades e o que pode diferenciar um estilo de
dança do outro é exatamente a maneira como ela é manifestada em cada cultura, por isso a
dança exerce um caráter geral. Além disso, a dança pode também exercer influência sobre a
vida dos indivíduos, no seu comportamento, apresentando assim uma força coercitiva.
Contudo, para a dança ser considerada como um fato social, além de apresentar as
características de generalidade e coercitividade, deve também apresentar caráter de
exterioridade ao indivíduo, pois, independe da vontade individual. Portanto, são a partir de
exemplos como esse que representam exemplos de fatos sociais que os alunos serão
instigados durante a aula à percepção de que para um fenômeno social ser considerado um
fato social, deverá apresentar as três características de “generalidade, exterioridade e
coercitividade”, conforme fundamentado por Émile Durkheim.
Apresentação dos alunos a partir das produções dos cartazes sobre o conceito de fato
social segundo o pensamento de Émile Durkheim.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam a influência que os fatos sociais
exercem sobre nossas vidas. A partir dos exemplos confeccionados nos cartazes pelos
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próprios alunos, espera-se um olhar mais analítico com relação à força coercitiva, ao caráter
geral e exterior dos fatos sociais.
Inicialmente haverá uma explanação teórica que terá duração de 15min sobre o
conceito de ação social desenvolvida por Max Weber. Além disso, o(a) professor(a)
relacionará o conceito de ação social com as ações sociais de nosso cotidiano, a fim de
esclarecer a definição dada por Weber de que “ação social é um comportamento intencional
baseado na ideia de como outras pessoas o interpretarão e a ele reagirão”. (JOHNSON, 1997,
p. 131).
Na sequência, com duração de 25min, serão apresentadas através do uso de slides,
imagem (como foto do autor) e outras imagens que exemplifiquem alguns tipos de ações
sociais no nosso cotidiano para facilitar o aprendizado sobre o assunto. As imagens
evidenciarão ações comuns presentes em nosso cotidiano, como por exemplo, uma pessoa ao
votar e escolher um candidato, uma pessoa comprando artigo em uma loja, uma pessoa que
evidencia uma emoção pelo simples fato de dizer que gostou de um filme, interação entre
aluno e professor na sala de aula, entre outros, significando, pois, que nossas ações são
orientadas subjetivamente pela ação de outros indivíduos com os quais interagimos.
Ao final da aula, após a explanação dos conceitos e apresentação das imagens, será
solicitada aos alunos como atividade para próxima aula a produção de vídeos, com duração de
no mínimo 04min e, no máximo 07min, apontando exemplos de ações sociais presentes em
seu cotidiano. Os vídeos deverão ser produzidos a partir do uso de filmagens (pode ser do
próprio aparelho celular do aluno), abordando entre dois a três exemplos de ações sociais, de
acordo com o conceito desenvolvido por Max Weber.
É importante ressaltar que o(a) professor(a) deverá orientar os alunos para que peçam
autorização das pessoas para fazer o vídeo e digam que o objetivo da produção do vídeo é
desenvolver uma atividade da disciplina de sociologia. Essa atividade será realizada em grupo
e a apresentação dos vídeos ocorrerá na aula seguinte. Esta explicação sobre a atividade
solicitada pelo(a) professor(a) terá a duração de 10min.
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Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam que nossas ações sociais
refletem de maneira recíproca com as ações de outros indivíduos em diversas situações da
vida cotidiana.
Aula nº 07: Ação social na teoria de Max Weber
Duração: 50min
Foco: Compreender que nossas ações sociais, conforme abordadas por Weber, orientam-se
subjetivamente pela ação dos outros com os quais interagimos.
Tipo de aula: Interativa a partir de vídeos apresentados pelos alunos.
trabalho. As explicações sobre esse assunto será dialogada com os alunos a partir de algumas
cenas do filme, de modo a promover um debate sobre as seguintes questões: Mesmo diante de
tanta riqueza produzida pelo sistema capitalista, por que a maioria dos trabalhadores que dele
participam, continuam em situação de pobreza? Porque o homem moderno se torna cada vez
mais prisioneiro do trabalho? Diante disso, o que acontece com os indivíduos que não
possuem o capital? Como explicar a situação de desigualdade no Brasil? E na sua cidade?
Essa aula, portanto, consistirá num debate acerca dessas questões, de modo que todos
os alunos juntamente com o professor, possam discutir e refletir na construção desse diálogo.
O ambiente para esse debate será organizado a partir de um círculo na sala de aula, como
forma de facilitar a ordem que cada aluno irá falar.
Espera-se que ao final da aula o aluno compreenda a partir da teoria sobre classe social
de Marx e do diálogo estabelecido com o filme que o sistema de trocas é essencial na
construção do sistema capitalista, no entanto, pessoas que não possuem o capital são excluídas
desse sistema, resultando assim, nas desigualdades sociais e conflitos entre os grupos. Espera-
se que os alunos também percebam que os conceitos de estratificação (divisão social que
resulta da distribuição desigual de vantagens e recursos, como riqueza, poder e prestígio) e
força de trabalho (trabalhadores satisfazem suas necessidades através de salários, que lhes
são pagos em troca da venda de seu tempo, e que do ponto de vista marxista esses salários
representam apenas uma parte do valor da riqueza que eles produzem 4) estão fortemente
ligados à teoria de classe social.
4
Os conceitos de estratificação e força de trabalho foram desenvolvidos de acordo com os significados contidos
no Dicionário de Sociologia de Allan G. Johnson (1997) nas páginas 37-38.
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Conceituar etnocentrismo.
Desnaturalização e Descrever como se dá o processo de
Imaginação Sociológica desnaturalização e imaginação sociológica.
03 e 04
04, 05, Cidadania Definir cidadania;
06, 07 e Perceber a cidadania como sendo importante
08. na construção social do indivíduo.
O primeiro momento da aula terá duração de 14min e consistirá numa explicação oral
sobre a ideia de etnocentrismo.
Para tanto, serão abordadas algumas concepções básicas sobre esse conceito a partir da
obra de Everardo P. Guimarães Rocha intitulada de “O que é etnocentrismo”, e no que se
refere à ideia de estranhamento será utilizado o livro didático de Amaury César Morais
25
“Coleção explorando o ensino”, mais especificamente, o capítulo 02, que traz como título
“Metodologia de Ensino de Ciências Sociais: relendo as OCEM-Sociologia”, na página 45.
É importante ressaltar que, na abordagem sobre a ideia de etnocentrismo, serão
entregues aos alunos alguns trechos do livro de Guimarães Rocha (ver anexo I desta unidade)
enquanto material didático, para facilitar o acompanhamento das leituras e explicações. Esse
momento será importante para que as leituras sejam realizadas coletivamente, além disso,
perguntas e dúvidas que venham a surgir sobre o assunto deverão ser respondidas e
esclarecidas pelo(a) professor(a) nesse momento.
Em seguida, nos próximos 10min restantes da aula, será explicada pelo(a) professor(a)
a seguinte atividade: com base nas explicações e discussões em sala de aula sobre o conceito
de etnocentrismo, os alunos irão produzir, individualmente, uma redação argumentativa que
abordará o seguinte tema geral: Como o grupo do “eu” conversa com o grupo do “outro”.
Os alunos deverão escolher um dos grupos citados do segundo trecho (negros, mulheres,
índios, gays, etc) e redigir a redação mostrando os desafios enfrentados por um desses grupos
em relação ao preconceito; relacionar o grupo do “eu”, ou seja, a realidade e/ou grupo no qual
o aluno considera estar inserido com um dos grupos escolhidos, mostrando além das
diferenças, as semelhanças percebidas pelos alunos em ambos os grupos. A redação deverá
atender esses critérios para facilitar a organização e entendimento do texto, não devendo
exceder o limite de duas páginas.
Para a produção do texto, será sugerido que os alunos recorram a outras fontes para se
aprofundar sobre os grupos que tenham interesse. Podem pesquisar o próprio livro didático de
sociologia ou livro didático de história, internet, dicionários de sociologia, revistas e jornais.
A redação deverá ser entregue na aula seguinte e os alunos também deverão apresentar
os grupos que serão abordados em suas propostas de redações. Nas apresentações, cada aluno
irá expor a principal mensagem que aprenderam sobre o etnocentrismo e estranhamento a
partir de suas abordagens e, além disso, poderão contar suas experiências sobre o assunto que
mais lhes suscitaram interesse, dúvidas e/ou que lhes chamaram mais a atenção.
Espera-se que ao final da aula, os alunos compreendam que o conceito de
etnocentrismo e a ideia de estranhamento, conforme vistos, discutidos e exemplificados na
aula, estão relacionados e podem ser trabalhados reciprocamente, na medida em que o
primeiro trata-se de uma cegueira às diferenças do outro, resultando em juízos de valor que o
grupo do “eu” tende a considerar sua cultura e/ou seus estilos de vida como universais,
desconsiderando a cultura e os estilos de vida de outro grupo (ROCHA, 1988) e que a ação de
estranhar, nos ajuda a pensar criticamente sobre determinadas fatos que nos parecem comum
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ou natural, nos fazendo melhor compreender e querer saber mais sobre a realidade do outro
e/ou de algum fenômeno social.
Será proposto como atividade extraclasse o filme Entre os muros da escola 5” a fim de
instigar a sensibilidade necessária aos alunos que chegam à escola com seus problemas, sua
história, e suas diferentes culturas e como trabalhar com essa realidade.
“O filme Entre os muros da escola do diretor Laurent Cantet conta a história de
Fraçois e seus colegas professores que preparam o novo ano letivo de uma escola da periferia
parisiense. Munidos de boas intenções, eles se apoiam para tentar manter vivo o estímulo de
dar a melhor educação a seus alunos. Na sala de aula, um microcosmo da França
contemporânea, choque entre as diferentes culturas dos jovens que por mais inspiradores e
divertidos que sejam, desanimam seus professores e os desestimulam com seus projetos de
melhorias que beneficiariam os adolescentes” (SINOPSE6).
O filme tem duração de uma hora e dezessete minutos e, devido o tempo para
exibição ser superior aos cinquenta minutos de aula, será proposta como atividade extraclasse
para que os alunos possam refletir acerca das diferenças entre as culturas e a questão do
etnocentrismo e estranhamento.
Essa aula consiste nas apresentações individuais sobre o que os alunos expuseram em
suas propostas de redações (conforme enunciado na aula anterior). Os alunos deverão abordar
e falar sobre os grupos que escolheram, bem como, falar sobre o que mais lhes chamaram a
atenção nessa conversação.
Ao final da aula espera-se que os alunos possam olhar para a cultura do outro com
mais respeito às diferenças, percebendo que existem outros estilos de vidas diferentes dos
seus que podem ser convividos sem etnocentrismos. Assim, os alunos poderão perceber que
alguns grupos, ainda que apresentem diferenças culturais, podem igualmente apresentar
5
O filme segue a sugestão de atividade contida no livro “Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para
o Ensino Médio”, na página 146.
6
A sinopse do filme Entre os muros da escola está disponível no link
<https://www.youtube.com/watch?v=rICBmbf5Pak>.
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algumas semelhanças que, talvez, não fossem possíveis percebê-las, sem antes terem se
permitido conhecê-las.
7
Esse exemplo segue a sugestão do livro de Sociologia do Século XXI de Oliveira e Costa (2013, p.15-16),
especialmente na parte que aborda sobre a imaginação sociológica, Wrigtht Mills dá o exemplo de que a
recorrência de muitos divórcios pode estar relacionada à estrutura da família enquanto instituição, além disso,
cita também outros exemplos comuns, como o desemprego, que pode estar relacionado aos aspectos das
estruturas sociais do capitalismo.
28
Serão exatamente a partir desses questionamentos que o(a) professor(a) deverá instigar
nos alunos um olhar sociológico, ou pelo menos, nessa aula, fazer com que conheçam um
pouco sobre o que é pensar sociologicamente e como acontece o processo de desnaturalização
a partir desse pensar.
Restando 10min para o término da aula será solicitado pelo(a) professor(a) a seguinte
atividade: os alunos se dividirão em aproximadamente 05 grupos e irão trazer na aula
seguinte, exemplos que representem alguma situação de desnaturalização. As formas de
apresentação obedecerão a dois critérios, podendo o aluno escolher um dos dois: confecção de
cartazes, podendo utilizar imagens, tiras e charges, de modo que exemplifiquem fenômenos
sociais que reflitam em processos/situações de desnaturalização, e/ou encenações em que os
próprios personagens sejam os alunos, retratando alguma situação de desnaturalização. Para
facilitar a realização desse trabalho, o professor(a) deverá sugerir que os alunos busquem
outras fontes como, jornais, livros didáticos de sociologia, internet, dicionários de sociologia e
revistas, sobre os pré(conceitos) considerados inquestionáveis na sociedade.
Ao final da aula espera-se que os alunos compreendam que a imaginação sociológica
está fortemente implicada ao processo de desnaturalização e que também possam ser
instigados a partir das explicações, exemplos e discussões dessa aula um olhar mais crítico e
analítico sobre os fenômenos sociais observados em seu cotidiano.
Essa aula consiste numa discussão em torno da seguinte pergunta: O que é cidadania?
Os alunos deverão expor seu conhecimento sobre o que entendem sobre o assunto.
A discussão acontecerá em três etapas: na primeira, os alunos irão definir em uma
palavra o que entendem por cidadania. Posteriormente, os alunos irão se dividir em grupos,
buscando correlacionar cada palavra dita individualmente sobre cidadania com a palavra dos
demais colegas do grupo. Essa atividade deve ser descritiva, no qual cada aluno do grupo irá
escrever em seu caderno o conceito de cidadania fazendo uma ligação entre as palavras e
formando conceitos.
Na terceira etapa, os alunos irão assistir a uma vídeo-aula de sociologia para o ensino
médio que apresenta como título “Cidadania: o que eu tenho a ver com isso? 8”, com duração
de 13min. O vídeo aborda, de modo geral, o tema cidadania, retratando fatos cotidianos que
envolvem os direitos e os deveres dos cidadãos, por exemplo, exercendo diretos como o
exercício do voto e deveres como o simples fatos de não jogar lixo da rua.
Após a exibição da tele-aula de sociologia sobre cidadania, o(a) professor(a) passará
uma atividade para casa em que cada grupo irá gravar um vídeo, de aproximadamente 04 a
07min de duração, retratando fatos observados na vida cotidiana que representem uma ação
de cidadania. É importante ressaltar que será orientado aos alunos para que peçam autorização
as pessoas que irão filmar ou fotografar suas atividades habituais. Os vídeos podem conter,
por exemplo, depoimentos dos funcionários da escola (professores de outras disciplinas,
diretor(a), secretário(a), alunos(as) de outras séries, sobre o que entendem por cidadania.
Além de produzirem filmes, os alunos poderão confeccionar cartazes com fotografias que
representem ações de cidadania. As fotografias podem ser registradas com pessoas que
residem na rua, no mesmo bairro ou na mesma cidade que os alunos.
A proposta da aula é fazer com que os alunos compreendam que cidadania envolve
práticas dos indivíduos exercidas a partir dos seus direitos e deveres.
8
A vídeo-aula está disponível no link <https://www.youtube.com/watch?v=JAvnKzqDsc4>, acesso em 25 de set
de 2016.
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Duração: 50min
Foco: Compreender que cidadania diz respeito à construção social, histórica e política do
indivíduo.
Tipo de aula: Interativa a partir de apresentação de vídeos e cartazes com fotografias
A aula será iniciada com a apresentação dos vídeos e cartazes confeccionados pelos
grupos sobre o tema cidadania. Em seguida, haverá discussões sobre os trabalhos
apresentados pelos alunos que serão mediadas pelo(a) professor(a).
Ao final da aula espera-se que os alunos compreendam que as ações sociais e políticas
dos indivíduos caracterizam um comportamento cidadão. Nesse sentido, é importante que os
alunos reconheçam a importância da sociologia nesse processo de construção da cidadania,
uma vez que essa ciência nos ajuda a (re)pensar de forma crítica e analítica sobre nossos
direitos de cidadãos e tem o poder de formar alunos ativos e atuantes na sociedade.
Nesta aula os alunos irão desenvolver uma redação, cuja contextualização seguirá a
seguinte forma descrita: O exercício da cidadania expressa diferentes formas de manifestações
sociais e políticas referentes aos direitos e deveres dos cidadãos. Incluem-se como ações de
cidadania questões relacionadas à participação política, como o exercício do voto; ações
sociais em prol de alguma defesa, ações de respeito ao próximo ou que reflitam em alguma
atitude como não jogar lixo na rua, entre outros exemplos vistos de discutidos nas aulas
anteriores. Nesse contexto, percebe-se que qualquer atividade social possui graus diferentes
de participação política e exercício da cidadania.
Desse modo, os alunos irão desenvolver uma dissertação argumentativa apontando
ações de cidadania que mais se destacam no seu bairro, na sua comunidade e/ou na sua
cidade.
Proposta geral da temática: Ações cidadãs: Quais suas pertinências no contexto social?
Duração: 50min
Foco: Avaliação final
Tipo de aula: Aplicação de prova
Essa aula consiste em uma avaliação final com 12 questões relacionadas aos assuntos
abordados durante essa unidade (etnocentrismo, estranhamento, desnaturalização, imaginação
sociológica e cidadania) sendo 02 questões subjetivas e 10 questões objetivas com 04
alternativas e uma resposta correta.
A) Descrição da Unidade
A proposta da terceira unidade consiste em refletir sobre o processo de socialização
presentes nas instituições sociais a partir da construção dos papéis sociais que os indivíduos
nelas desempenham. Nessa perspectiva, busca-se, pois, compreender os papeis sociais
desempenhados nessas instituições a partir das teorias do funcionalismo de Durkheim, do
materialismo histórico dialético de Marx e da sociologia compreensiva de Weber.
Concomitantemente, também se busca compreender a dinâmica das interações sociais
presentes nas instituições a partir do método da perspectiva teatral de Goffman, bem como as
relações de poder nelas estabelecidas a partir de ideias gerais de Foucault.
geral, será explicado que Marx compreende a sociedade a partir do conflito entre as diferentes
classes sociais resultando na desigualdade entre indivíduos na sociedade.
Desse modo, o(a) professor(a) explicará a partir de alguns exemplos básicos, situações
históricas relacionadas à luta de classes. Para facilitar a compreensão do aluno, as sequências
dessas explicações serão abordadas a partir das seguintes etapas9:
1ª Na época do feudalismo, os indivíduos que possuíam propriedades, os donos de
terra/senhores feudais, pertenciam às classes dominantes, já aqueles que nada possuíam, a não
ser a força de trabalho, constituíam as classes dominadas;
2ª Marx observou as diferenças entre as classes burguesa e operária, na qual a primeira
detinha poder, riqueza e prestígio e a segunda era por ela dominada;
3ª Marx observou que existiam relações entre ambas as classes, no entanto, as relações
eram movidas pela força de trabalho do empregado por troca de salário pagos pela classe
dominante;
4ª Quando a classe subordinada começa a reivindicar por melhores condições de
trabalho e pagamento, acontece uma nova mudança nas estruturas sociais, ou seja, as relações
de classes baseiam-se a partir de então, em tensão e luta sobre interesses conflitantes;
5ª Portanto, o materialismo histórico dialético, segundo Marx, compreende que os
processos de mudanças de uma sociedade são movidos pela realidade material dos indivíduos,
ou seja, pela situação econômica que este possui, significando, pois, que as diferentes
situações materiais de determinados grupos (por exemplo, o grupo A que detém situação
econômica mais favorável que o grupo B) geram lutas opostas e conflitantes.
6ª Atualmente vivemos em um sistema de classes, subdividas em média, alta e baixa e
novas manifestações vêm ocorrendo nas estruturas sociais sobre novas lutas.
Todos esses exemplos, além de outros que possam surgir durante as explicações e
discussões sobre o assunto serão importantes para que os alunos compreendam que o conflito
e tensão entre as classes existiram em diferentes momentos históricos e predominam até os
dias de hoje, no qual o indivíduo, segundo Marx, é protagonista histórico dessas lutas.
9
O roteiro dessas etapas foram elaboradas pelo(a) professor(a) a partir da leitura do livro didático de sociologia
para o ensino médio de Nelson Tomazi (2000, p. 23-24). Também foi consultado o dicionário de Sociologia de
Allan G. Johnson sobre o conceito de materialismo dialético na concepção de Marx, no qual “associa o
materialismo ao conceito de uma dialética, ou seja, a luta entre ideias opostas sobre forças sociais resultando
numa nova síntese” (JOHNSON, 2010, p. 139-140).
34
determinados fenômenos sociais será preciso, antes, compreender o sistema social em que
eles ocorrem, compreendendo a coerção social como um tipo de controle representado por
regras e normas que moldam a vida dos indivíduos e que estabelecem, portanto, a ordem
social.
Para tanto, será utilizado para explicação do assunto proposto, consultas ao livro
didático de Sociologia para o ensino médio de Nelson Tomazi que aborda de modo mais
explícito a teoria funcionalista e a noção sobre coerção social de Durkheim.
Em seguida, como proposta de atividade extraclasse, os alunos deverão escolher uma
instituição social (família, escola, igreja, etc) e escrever quais as ações coercitivas percebidas
por este, que lhe influenciou ou influencia até hoje, na construção dos seus valores culturais.
A atividade deve ser escrita no caderno do aluno. Os 10min restantes da aula serão destinados
para orientar os alunos nessa atividade e também para informar aos mesmos que na próxima
aula deverão trazer cola, tesoura, revistas, jornais e cartolina para execução da atividade sobre
Weber.
A partir do desenvolvimento desta aula, o objetivo é fazer com que os alunos
percebam que as forças coercitivas presentes nas instituições sociais, conforme no ensinou
Durkheim, influenciam os nossos comportamentos e, consequentemente, a formação dos
nossos valores culturais. Nesse contexto, os alunos deverão compreender também que a
perspectiva funcionalista de Durkheim está relacionada ao conceito de coerção social, em que
os fenômenos sociais são explicados a partir dos sistemas sociais e do poder repressivo que
eles impõem sobre a vida dos indivíduos que fazem parte de tais sistemas. Ou seja, será
importante que os alunos compreendam que, para Durkheim, compreender e explicar
determinado fenômeno social em uma sociedade (por exemplo, uma determinada instituição
social, suas mudanças e as consequências que produzem) será necessário estudar o sistema
social como um todo, e não partir apenas do indivíduo.
10
Exemplo contido no livro didático de sociologia para o ensino médio “Sociologia Hoje” dos autores Renó
Machado, Henrrique Amorim e Rocha de Barros (1988) em que aborda uma passagem sobre a ação social em
Weber, no capítulo 06, página 125.
37
social de Weber. Os alunos deverão criar uma charge ou tira a partir das imagens selecionadas
e em seguida deverão recortar e fazer a colagem na cartolina.
A atividade será iniciada em sala de aula, mas, devido o curto período de tempo para o
término da atividade, 30min, os alunos deverão terminar em casa e a mesma deverá ser
realizada em dupla e apresentada na aula seguinte.
O propósito dessa aula será fazer com que os alunos compreendam que a sociologia
compreensiva de Weber busca explicar os fenômenos a partir das ações motivacionais dos
indivíduos, e que essas ações sociais produzem consequências, positivas e negativas, a partir
de suas interações sociais com os outros. É importante que os alunos tenham em mente que
toda ação é orientada pela ação do outro e vice-versa, e que essas ações são manifestadas nas
instituições sociais que participamos.
ator social como elementos que compõem uma situação que ele chama de encenação, entre
outros. Será trabalhada, especificamente, a representação dos papeis que estabelecemos na
sociedade e que queremos transmitir para o outro por meio de interações que, segundo sua
perspectiva teatral11 os indivíduos a quem chama de atores, assumem personagens que
interagem com outros como em uma peça de teatro e protagonizam representações que
querem transmitir para sua plateia (a plateia se refere aos outros). Ou seja, o conteúdo dessa
aula é a concepção das representações de Goffman que desenvolve uma abordagem sobre a
interação como uma encenação. Para tanto, o(a) professor(a) deverá explicar a perspectiva
teatral através de exemplos envolvendo situações da vida diária dos indivíduos, em que estes
desempenham situações de representações através de suas interações com os outros. Este
momento terá duração de 40min.
Como atividade didática, os alunos deverão produzir, em dupla, uma vídeo-carta, cuja
intenção principal consiste em direcionar uma carta em forma de vídeo para o colega, nesse
caso, para outra dupla, sobre alguma dúvida ou discussão sobre o assunto abordado na aula.
Esse momento será destinado à explicação da tarefa proposta e será apresentada na aula
seguinte, pois para a produção do vídeo requer um tempo superior aos cinquenta minutos da
aula. O critério dessa avaliação será testar a criatividade do aluno na produção da vídeo-carta,
sobretudo no que se refere à percepção dos processos de interações sociais a partir das
representações de seus papeis numa dada situação, seja na família, por exemplo, identificando
o papel de um pai como chefe de família e/ou da mãe; na escola, por exemplo, quando o aluno
vai apresentar um seminário observa-se a representação que este cumpre como mediador de
uma determinada explicação em que o aluno age a partir de uma interação com o professor e
com os demais colegas da sala, ou ao contrário, quando o professor cumpre o papel de mediar
explicação para o aluno; situação de comercial, por exemplo, observando as representações de
papeis desempenhados por vendedor e comprador na compra de algum produto, entre outros.
Diante disso, os alunos deverão trazer exemplos que fazem parte do seu cotidiano, observando
as representações de seus papeis a partir de suas interações.
Para a produção das vídeo-cartas os alunos poderão utilizar fotografias e pequenos
vídeos da realidade social que será observada, desde que tenham relação com o assunto
11
A abordagem da perspectiva teatral de Goffman foi baseada na formulação do conceito do dicionário de
sociologia de Allan G. Johnson (1997), da página 174, em que aborda que todas as pessoas são ao mesmo tempo
atores em relação à outras como plateia, e plateia em relação à outras como atores, ou seja, as expectativas que se
aplicam a cada situação constituem um roteiro social que os atores usam mais para orientar-se do que para ditar
seu desempenho. O método utiliza metáforas como palco, atores e plateias para observar e analisar as
complexidades da interação social.
39
proposto e contenha sempre no final da carta uma pergunta que deverá ser endereçada para
outro grupo e será respondida pelo mesmo na aula seguinte.
Os alunos deverão ser orientados pelo(a) professor(a) que, se for o caso de alguns
fazerem a opção por fotografia e vídeos dos sujeitos, deverão pedir autorização aos mesmos e
explicar que é uma atividade da disciplina de sociologia solicitada pelo(a) professor(a). Após
a explicação da atividade, os alunos escolherão as duplas para quais irão direcionar suas
vídeo-cartas.
As vídeo-cartas serão produzidas pelas duplas durante a semana, e postadas numa
página privada do facebook, criada pelo(a) professor(a), para uso de atividades dessa natureza
ou mesmo, de dúvidas que venham surgir durante a execução do vídeo. O professor deverá
também disponibilizará nesse espaço, exemplos de outras vídeo-cartas para ajudar ao aluno no
processo de sua invenção.
É importante enfatizar que todas as vídeo-cartas deverão ser postadas,
impreterivelmente, um dia antes da aula seguinte, para continuação da atividade.
Sendo assim, espera-se que os alunos compreendam que o método da perspectiva
teatral de Goffman nos ajuda a pensarmos nas representações sociais que tendemos a
estabelecer na sociedade a partir das nossas interações sociais. Representações essas,
protagonizadas pelos papeis que desempenhamos em diferentes situações sociais da nossa
vida cotidiana.
O primeiro momento da aula terá duração de 15min e consistirá numa explicação geral
sobre o poder presente no interior das instituições sociais a partir das ideias do filósofo
francês Michel Foucault 12. O(A) professor(a) explicará que, segundo o filósofo, o poder está
presente nas mais diferentes instituições sociais (como na escola, família, igreja, etc) e se
manifesta a partir de nossas relações. Enfim, o importante será os alunos compreenderem que
o poder, como muitas pessoas pensam, não está somente no Estado, mas está em todos os
ambientes sociais que frequentamos, produzindo verdades e saberes que influenciam na
construção de nossa subjetividade.
Em seguida, será formada uma roda de conversa na sala entre o(a) professor(a) e os
alunos para refletir de forma crítica e analítica sobre como as relações de poder
experienciadas nas mais diferentes instituições sociais influenciam na construção de nossa
subjetividade.
Para iniciar a discussão, os alunos deverão desenhar no caderno algumas instituições
sociais que consideram significativas para o seu processo de formação, pelas quais passaram e
passam ao longo de sua trajetória, desde crianças até o presente momento. Ao final da
atividade, irão explicar, brevemente, sobre as influências marcantes que foram experienciadas
ao longo desse tempo.
Ao final da aula espera-se que os alunos reconheçam que as instituições sociais
(família, escola, igreja, por exemplo) cumprem papeis importantes na construção de nossa
subjetividade e que elas são marcadas pelas relações de poder.
Essa aula será dividida em três momentos: no primeiro, os alunos irão se dividir em
três grupos (A, B e C) e o professor irá sortear três temas diferentes: “O poder que as redes
12
A concepção de poder em Foucault foi trabalhada a partir de algumas concepções de sua obra “Microfísica do
poder”.
41
sociais exercem sobre a vida das pessoas”, “o poder da família sobre os indivíduos” e “o
poder da igreja sobre a vida de seus fiéis”.
No segundo momento, cada grupo irá elaborar 05 questões subjetivas relacionadas ao
tema sorteado. As perguntas serão direcionadas da seguinte forma: o grupo A vai elaborar
questões para o grupo B, este último vai elaborar questões para o grupo C, e este para o A.
No terceiro momento, as questões devem ser respondidas por cada componente do
grupo e, em seguida, formando uma roda de discussões, os alunos irão analisar e discutir
sobre as respostas coletivamente no intuito de refletir sobre o poder na concepção de
Foucault. A intenção é fazer com que os alunos entendam que o poder não está localizado em
apenas um lugar, pois deve ser entendido como um conjunto de redes interligadas, tanto redes
virtuais/invisíveis quanto institucionais/físicas. O poder se faz presente a partir de nossas
experiências dentro desses espaços.
Ao final da aula espera-se que os alunos possam desenvolver um olhar analítico sobre
o poder, compreendendo a maneira como ele se interioriza nas instituições sociais que
participamos, manifestando-se através de nossas relações sociais.
A proposta desta unidade de ensino é desenvolver uma visão crítica nos alunos sobre a
indústria cultural e os meios de comunicação de massa, bem como sobre o caráter ideológico
do marketing como estratégia de persuasão sobre os consumidores. Visa propiciar ao aluno
um conhecimento sobre a dinâmica e organização dos movimentos sociais e a importância da
42
A aula será iniciada com uma explanação teórica sobre indústria cultural e ideologia a
partir das ideias de Theodor Adorno. Para tanto, será abordado para explicação o capítulo 16
“Na telinha da sua casa você é cidadão: o papel da mídia no capitalismo globalizado” do
livro didático “Sociologia para jovens do século XXI” dos autores Luiz Fernando de Oliveira
e Ricardo Cesar Rocha da Costa. Este livro é importante para o desenvolvimento da aula
porque fornece exemplos sobre a relação entre ideologia, indústria cultural e consumismo 13.
Serão apresentados, através do uso de slides, três exemplos de charges a fim de abordar e
refletir sobre o assunto proposto: a primeira (ANEXO I) representa uma crítica à televisão
considerada por um dos personagens da charge como um veículo de cultura; a segunda
(ANEXO II) faz uma crítica à mídia de massa como meio de comunicação que manipula a
vida das pessoas; e a terceira (ANEXO III) faz uma crítica ao papel ideológico do marketing
como estratégia de persuasão para o consumismo.
Após a explicação, será formada uma roda de discussão acerca das ideias expostas
sobre indústria cultural, ideologia e consumismo, de modo que os alunos possam identificar e
refletir sobre as mudanças provocadas pelos meios de comunicação como forma de persuasão
sobre a vida dos consumidores. Para explanação teórica e roda de discussão serão destinados
40min.
Os 10min restantes dessa aula serão reservados à explicação da atividade que deverá
ser apresentada na aula seguinte.
Descrição da atividade: Propõe-se uma pesquisa de campo (atividade extraclasse) em
que os alunos possam identificar e analisar as interferências dos meios de comunicação de
massa (rádio, televisão, jornais, internet, marketing, etc), na vida dos consumidores. O
objetivo do trabalho proposto pelo professor tem como tema: “A construção de um olhar
crítico e reflexivo da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa nas mudanças
de comportamentos dos consumidores”.
A escolha do tema geral permitirá ao aluno uma compreensão do recorte da pesquisa
de campo. É importante orientar que os alunos busquem a construção desses contextos a partir
de cenas e fatos do seu cotidiano (cidade, seu bairro, pontos comerciais) realizando, por
exemplo, entrevistas com os donos desses estabelecimentos. Algumas perguntas podem servir
de roteiro no momento da entrevista: Quais as estratégias de marketing são utilizadas para
vender seus produtos? O marketing influencia no aumento da economia do seu
estabelecimento comercial? Do mesmo modo, algumas perguntas também podem servir de
13
A ideia de abordar sobre o consumismo nesta aula parte de uma litura feita do livro Vida para o consumo: a
transformação das pessoas em mercadoria do sociólogo e escritor Zygmunt Bauman.
44
14
A proposta dessa didática segue a sugestão do livro “Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para o
ensino médio”, módulo 02, da página 210.
48
Nesta aula serão produzidos os textos do júri simulado e ocorrerá o ensaio do mesmo
para a apresentação na aula seguinte.
Nesta aula será realizado o júri simulado para os alunos, diretor(a) e demais
professores(as) no auditório da escola.
Espera-se que ao final da aula os alunos compreendam que a participação do jovem no
mundo da política pode resultar em avanços na sociedade, fortalecendo a democracia a partir
do exercício do voto.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, os conteúdos que foram aqui elencados buscaram subsidiar a formação
do aluno com o intuito de provocar a imaginação sociológica, o senso crítico e analítico sobre
os fenômenos sociais a partir de aulas dialógicas e dinâmicas para a construção de um ensino
de qualidade, permitindo ainda, entender a pertinência da disciplina de sociologia e suas
contribuições para suas vidas individuais e coletivas, bem como, buscando compreender as
transformações no mundo contemporâneo, como os processos de reprodução e transformação
sociais nele existentes e sua complexidade.
Desse modo, a elaboração desse plano de ensino buscou fundamentar em sua base
teórica e metodológica a elaboração de conteúdos relacionados, especialmente, ao cotidiano
dos alunos, para que estes compreendam as condições sociais, culturais e intelectuais das suas
produções conforme as propostas de atividades que aqui foram solicitadas. A execução de
atividades que reflitam em trabalhos extraclasse, como trabalhos realizados em campo, filmes,
pesquisa na internet, entre outras, ajudam o aluno identificar problematizações ligadas às
realidades nos âmbitos social, político e cultural. Assim, a elaboração de um planejamento
anual de ensino que trabalhe estes aspectos, exige por parte do professor e da escola:
REFERÊNCIAS
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2000.
Cidadania: o que eu tenho a ver com isso? Sociologia - Ensino Médio – Telecurso.
Direção: Jailson de Almeida e Amilcar Claro.13 mim. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JAvnKzqDsc4>. Acesso em: 14 set. 2016.
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. Trad. Pietro Nassetti. 3. Ed. São Paulo:
Martin Claret, 2001.
Entre os muros da escola (Entre les murs). Direção: Laurent Cantet. Interpretação: François
Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaidja Rachedi, Juliette Demaille,
Dalla Doucoure, Wei Huang, Franck Keita, Justine Wu, Rachel Régulier, Esméralda Ouertani,
Boubacar Touré. Canal + e outros. 128 min. (França 2008). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=rICBmbf5Pak> Acesso em: 14 set. 2016.
Ilha das Flores. Direção: Jorge Furtado. Produção Executiva: Monica Schmiedt, Giba Assis
Brasil e Nora. Roteiro: Jorge Furtado. Goulart. Direção de Fotografia: Roberto Henkin e
Sérgio Amon. Direção de Arte: Fiapo Barth. Música: Geraldo Flach. Direção de Produção:
Nora Goulart. Montagem: Giba Assis Brasil. Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo.
Porto Alegre, 1989. 12 min. Son., Color.,. Formato: 35 mm. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=af8ofapKxlE> Acesso em: 14 set. 2016.
LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. 2. Ed. São Paulo: Alfa- ômega, 1995.
MARSHALL, T. H. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1997.
MORAES. AMAURY C.; RÊSES, Erlando da S.; SANTOS, Mário B.; SARANDY, Flávio
M. S.; TOMAZI, Nelson D.; Curso de Especialização em Ensino de Sociologia para o
Ensino Médio. Módulo 01. Cuiabá: Central de texto, 2013.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; COSTA, Ricardo César Rocha. Sociologia para jovens do
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QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Maria Gardência de.
Um toque de clássicos. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: EdUFMG, 1995.
ROCHA, Everardo P. G. O que é etnocentrismo? 5 ed. São Paulo: Editora brasiliense, 1988.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
ANEXOS
(2º BIMESTRE)
ANEXO I
Aula de Sociologia
O que é etnocentrismo?
(4º BIMESTRE)
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III