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OS DESAFIOS E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ENSINO DA DISCIPLINA


DE SOCIOLOGIA
Sidnei Luis Silveira1

RESUMO
O presente artigo tem por objetivo mostrar através de reflexões e referências bibliográficas,
os desafios que o ensino da disciplina de Sociologia enfrentou e enfrenta. Sendo uma
disciplina inserida no ensino básico e tendo a sua presença fixada no currículo, não poderia
ser desafiada do jeito que é em nosso cotidiano. Consegue-se perceber a importância da
disciplina de Sociologia para a formação do pensamento crítico dos alunos, pois o senso
crítico é desenvolvido através das novas percepções que a disciplina traz em seu
conhecimento. Ensinar não é uma atividade qualquer, é uma arte e, é uma das mais belas
que existe. Ensinar e aprender se constituem como elementos imprescindíveis que estará
presente na vida do sujeito por anos, ou seja, será uma condição que caminhará com a sua
vida, pois o ato de ensinar não ocorre apenas dentro das paredes da sala de aula, mas sim
nos diversos ambientes e situações que o contexto traz. Sendo assim, a temática deste
artigo traz em suas linhas reflexões e pontos relevantes sobre os desafios encontrados no
ensino da disciplina de Sociologia e na luta para seu reconhecimento e permanência no
currículo base da educação.

Palavras-Chave: Sociologia; Desafios; Ensino.

INTRODUÇÃO

O ato de ensinar sempre foi um desafio para todos os docentes em geral. Todas as
disciplinas têm seus desafios sobre o incentivo para o ensino e mostrar a sua real
importância para a sociedade. A disciplina de Sociologia não fica atrás de nenhuma outra,
pois também tem suas dificuldades diárias experimentadas desdes os primórdios de sua
aplicação.

1
Professor de Sociologia na Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. Contato:
sidaoelbueno@gmail.com

Edição Nº. 11, Vol. 2, jan./dez. 2021. ISSN 2317-9961. Inserida em: http://www.uel.br/revistas/lenpes-pibid/
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Sendo uma disciplina inserida no ensino básico e tendo a sua presença fixada no
currículo, não poderia ser desafiada do jeito que é em nosso cotidiano. Nesse sentido,
desde a formação docente há obstáculos a serem enfrentados, pois muitos profissionais
precisam lecionar outras disciplinas para conseguir sua estabilidade profissional e ainda há
poucos nos recursos didáticos para o auxílio desse labor.
Quando a disciplina de Sociologia foi inserida no currículo da educação básica no
Brasil trouxe algumas questões que nos fazem pensar, pois o contexto intermitente
prejudica o trabalho dos docentes. Umas dessas questões é o currículo escolar da disciplina
que é retirado e inserido o tempo todo. Dessa forma, as discussões sobre o ensino de
Sociologia na educação básica ganha olhares e notoriedade sobre a sua essência no
ensino e aprendizagem no sentido de sua necessidade ou não em pemanecer como
disciplina no meio escolar.
Em 1980, surgiu a iniciativa de incluir a Sociologia como disciplina obrigatória nas
escolas brasileiras. Segundo Carvalho e Paz (2017), com a Reforma Educacional de
Benjamin Constant, que na época era ministro de Guerra do Governo Provisório ou
República da Espada , O ensino primário não deveria ser apenas preparatório, mas uma
ponte para a ascensão ao ensino superior, além de proposra montagem de uma diretriz
educacional que abrangia todos os níveis de ensino e buscou por um conjunto mais amplo
de ensinamentos, com a inclusão de disciplinas científicas, rompendo drasticamente com
a tradição do currículo clássico jesuítico. Assim, a tentativa de obrigatoriedade do ensino
de sociologia na educação formal no Brasil foi inspirada nos ideais positivistas do francês
Augusto Comte.

Auguste Comte (1798-1857) foi fundador da Sociologia e da corrente filosófica do


positivismo. Comte foi fundamental na emergência da Sociologia uma vez que
contribuiu como base teórica ao homem para desenvolver a organização social e
política de acordo com critérios de natureza das ciências exatas sendo, portanto,
produto das luzes da razão. Um dos temas básicos do sistema comteano estruturou-
se em torno da filosofia de história em que objetiva revelar as razões pelas quais
certas maneiras de pensar devem imperar entre os homens. (GIANNOT, 1978,
p.48).

Analisando a história da disciplina de Sociologia como área de conhecimento, esta


assume diferentes contornos, pois se percebe a progressão no sentido ser uma
disciplina que possibilita o estudo da vida social humana e assim promove o
engradecimento da visão humana e a regressão na parte de nem sempre se confirmar com
a institucionalização dentro do currículo básico.

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Para Carvalho e Paz (2017), com idas e vindas, a Sociologia em 2008 foi legitimada
disciplina obrigatória nas três séries do ensino médio brasileiro. Atualmente, quase dez
anos depois, a Sociologia continua como disciplina obrigatória nas três séries do ensino
médio, porém, permanece marginalizada no ambiente escolar.
A Resolução n° 111/2009, veio implementar a disciplina Sociologia como
obrigatória no ensino médio permitindo a formação ética, desenvolvimento de uma
autonomia intelectual e concretização de pensamento crítico.
Com isso consegue-se perceber a importância da disciplina de Sociologia para a
formação do pensamento crítico dos alunos, pois o senso crítico através das novas
percepções que a disciplina traz em seu conhecimento.
Sendo assim, a temática desse artigo traz em suas linhas reflexões e pontos
relevantes sobre os desafios encontradas no ensino da disciplina de Sociologia e luta para
seu reconhecimento e permanência no currículo base da educação.
A pesquisa feita nesse artigo está relacionada e embasada referencial bibliográfico
e traz fundamentação teórica baseada em autores que defendem e que comprovam em
seus textos e artigos, a importância da disciplina de Sociologia, assim como, a perspectiva
inserida nesse artigo e que defendem o mesmo ponto de vista já exposto.

A DOCÊNCIA E A DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

Ensinar não é uma atividade qualquer, é uma arte e, é uma das mais belas que
existe. Ensinar . Ensinar e aprender se constituem como elementos imprescindíveis que
estará presente na vida do sujeito por anos, ou seja, será uma condição que caminhará
com a sua vida, pois o ato de ensinar não ocorre apenas dentro das paredes da sala de
aula, mas sim nos diversos ambientes e situações que o contexto traz.
Como tudo que existe na história, a institucionalização do ensino também teve o
seu início, e aqui no Brasil essa história da educação começou em 1549 com a chegada
dos primeiros padres jesuítas que inseriram na cultura inicial de nosso país o cenário
educacional.
Pierro & Haddad relatam que:

Os religiosos exerciam sua ação educativa missionária em grande parte com


adultos. Além de difundir o evangelho, tais educadores transmitiam normas de
comportamento e ensinavam os ofícios necessários ao funcionamento da economia
colonial, inicialmente aos indígenas e posteriormente, aos escravos negros
(PIERRO; HADDAD, 2000, p. 108).

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A história da educação e da formação docente no Brasil desde o início até o nosso


atual contexto sempre nos remetem às mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais.
E, disso tudo estão os professores, com o dever de ensinar desses diversos contextos
existentes, pois cada um deles altera a maneira de ensinar.
Toda a história até aqui nos faz refletir sobre como o docente é preparado para
desempenhar o seu papel de educador. Como que os docentes estão sendo formados e se
essa formação tem os pareceres necessários para que a demanda educacional realmente
aconteça.
Para Gatti (2000), a proposta para a formação de professores para o ensino das
chamadas primeiras letras aconteceu no final do século XIX e teve continuidade para as
séries da educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental até a metade do século
XX. Damis, relata que:

Esse antecedente de atraso na formação do professor em nível superior acabou


contribuindo para que o exercício do magistério no Brasil, por longo tempo, fosse
tratado em um contexto eminentemente prático, cuja exigência primeira era de
possuir ampla cultura erudita e o domínio prático de conhecimentos para serem
transmitidos (DAMIS, 2010, p. 102).

Assim como toda a formação docente veio caminhando, a disciplina de Sociologia


também teve um caminho árduo para percorrer em todos os contextos educacionais.
Não é de hoje que a discussão sobre a efetivação da disciplina de Sociologia no
Ensino Médio transcorre. Esse impasse ocorre desde 1870, quando aconteceu a primeira
tentativa de implementar a disciplina no currículo escolar. Houve outras experiências no
século XIX em que o disciplina de Sociologia entrou em debate.
Nesse sentido, Guelfi comenta:

Apesar de não ter havido êxito a introdução da Sociologia nos currículos escolares
no final do século XIX por meio de uma Reforma Nacional, reconhecidos aqui os
limites dela messe período, devemos destacar um fato que tem escapado daqueles
a preocupação em historicizar a presença da Sociologia na escola brasileira: Em
1892 temos a introdução da disciplina ‘sociologia, moral, noções de economia
político e direito pátrio’ no Atheneu Sergipense, em Aracaju, cujo currículo poderia
ser considerado ‘pouco sociológico’ (ALVES; COSTA, 2006), contudo, mesmo no
caso do Colégio Pedro II em 1925 também temos, inicialmente, um currículo
bastante ligado a outros campos disciplinares, em especial ao da história (GUELFI,
2001, p.120).

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A reflexão que o autor faz é que a habilidade da disciplina de Sociologia dentro do


currículo da educação básica deve ser repensada, pois a disciplina traz em suas linhas o
caráter crítico e ao mesmo tempo o conservadorismo.
Na Reforma Rocha Vaz (1925-1942), o vestibular passou a ser discriminatório e
classificatório e havia limites de vagas. Segundo os textos das OCNEM de 2006
(Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio), a Sociologia passou a ser
exigida nos vestibulares e foi inserida no currículo da escola secundária. Já em 1940 e 1980
a publicação da Reforma Capanema (1942), no contexto da ditadura militar brasileira, a
disicplina de Sociologia foi excluida dos curriculos.
Segundo Moraes:

Entendemos que a exclusão da Sociologia do currículo prende-se menos a


preconceitos ideológicos e mais á indefinição do papel dessa disciplina no contexto
de uma formação que se definia mais oragnica, resultado do estabelecimento de
uma burocracia mais tecnica e mais exigente ou convicta em relação à concepção
de educação. De certa forma, pode-se dizer que os defensores da Sociologia não
conseguiram convencer essa burocracia educacional quanto à necessidade de sua
presença nos currículos (MORAIS, 2011, p.365)

Sobre essa instabilidade na disciplina de Sociologia, Guelfi transcreve que:

A presença da Sociologia no ensino secundário - agora denominado


especificamente colegial - começa a se tornar intermitente. Permanece no curso
normal, às vezes como Sociologia Geral e quase sempre como Sociologia
Educacional, mas no curso “clássico” ou no “científico” praticamente desaparece,
visto que aí predominam disciplinas mais voltadas para a natureza dos cursos:
Letras ou Ciências Naturais. (...) Assim, quando aparece, a Sociologia está também
marcada por uma expectativa técnica. Nos cursos de magistério com que aparece
o curso normal - , a Sociologia da Educação cumpre aquele objetivo original – dar
um sentido científico às discussões sobre a foramção social e os fundamentos
sociológicos da educação. (Guelfi, 2001,p. 102).

Em 2001, no Rio Grande do Norte, a deputada Fátima Bezerra pelo Partido dos
Trbalhadores (PT) apresentou o Projeto de Lei nº 0461/01, que trazia em suas linhas a
obrigatoriedade do ensino de Sociologia e Filosofia no estado. Quando aprovado no
legislativo, o projeto foi vetado pela governadora Vilma de Faria, pelo Partido Socialista
Brasileiro (PSB) no ano de 2003. (OLIVEIRA, apud FIGUEIREDO, 2015).
O veto do ensino de Sociologia durou até a aprovação da Lei nº 11.684, de 02 de
junho de 2008 que alterou o artigo 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, onde
incluiu a Sociologia e a Filosofia como disciplinas obrigatórias no currículo do ensino médio.
Mas a luta não acabou por ali, no texto da LDB 9.9394/96 havia uma interpretação
que deixava a disciplina de Sociologia ser distribuídas nas outras disciplinas, o referido
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artigo explicita que ao final do ensino médio o educando deve obter o “domínio dos
conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania” (LDB,
1996, p.14). Ou seja, o conhecimento da disciplina seria facultativo, pois ficou escondido
em sua completude nas demais disciplinas.
Com esse tipos de atitudes, percebe-se que o professor de Sociologia parece
ocupar um espaço pouco privilegiado no âmbito da educação, pois suas atividades não são
devidamente valorizadas pela escola e sociedade. Em muitos casos, outros docentes
lecionam a disciplina, pois a fragilidade chegou a afetar a formação de novos docentes.

OS CONHECIMENTOS DE SOCIOLOGIA NO PCNEM DE 1999

Ao realizar as pesquisas em livros, sites e artigos de revistas eletrônicas sobre o


tema exposto nesse artigo, muitos autores fazem suas reflexões e críticas sobre a
importância do ensino da disciplina de Sociologia.
Entre essas pesquisas destaca-se o artigo da revista Mediações com o título:
“Pensando a Sociologia no Ensino Médio através dos PCNEM e das OCNEM” das autoras
Carolina Dias Cunha Casão e Cristiane Thaís Quinteiro, que em suas linhas e reflexões
trazem pontos importantes para acrescentar a este artigo. Segue abaixo trechos do artigo.
O parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), aprovado em 1° de julho de 1998
e as diretrizes estabelecidas no Parecer 15/98 e confirmadas pela Resolução 03/98
trouxeram profundas alterações na estrutura curricular do Ensino Médio, dentre as quais se
destacam a instituição de:

I – uma base nacional comum, antigo núcleo comum, organizada não por
organizada não por disciplinas, mas sim por áreas de conhecimento: disciplinas,
mas sim por áreas de conhecimento: disciplinas, mas sim por áreas de
conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. (grifo
nosso) II – um currículo, não mais voltado para a aquisição de conteúdos
específicos, não mais voltado para a aquisição de conteúdos específicos, mas
somente a preparação para o trabalho, habilidades e tecnologias mas somente a
preparação para o trabalho, habilidades e tecnologias referentes as três áreas de
conhecimento (SANTOS, 2004, p.153) (grifo nosso).

Nesta mudança está implícito um projeto pedagógico pautado nos princípios de


flexibilidade, interdisciplinaridade e autonomia. A orientação é para as escolas dirigirem

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seus programas, atividades, projetos e currículos para a preparação básica para o trabalho
e para o exercício da cidadania (SARANDY, 2004, p. 118).
Tais princípios são norteados pelos quatro pilares da educação, como propõe a
Unesco: o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a
ser. Seguindo a mesma lógica, os PCNEM: “Ciências Humanas e suas Tecnologias”
afirmam que:

ao desenvolvermos textos específicos voltados para os conhecimentos de História,


Geografia, Sociologia e Filosofia, habitualmente formalizados em disciplinas
escolares, incluímos diversas alusões – explícitas ou não – a outros conhecimentos
das Ciências Humanas que consideramos fundamentais para o Ensino Médio.
Trata-se de referências a conhecimentos de Antropologia, Política, Direito,
Economia e Psicologia. Tais indicações não visam a propor à escola que explicite
denominação e carga horária para esses conteúdos na forma de disciplinas. O
objetivo foi afirmar que conhecimentos dessas cinco disciplinas são indispensáveis
à formação básica do cidadão, seja no que diz respeito a situações concretas do
cotidiano social, tais como o pagamento de impostos ou o reconhecimento dos
direitos expressos em disposições legais. Na perspectiva do exercício da cidadania,
importa em muito o desenvolvimento das competências envolvidas na leitura e
decodificação do ‘economês’ e do ‘legalês’”. (BRASIL, 1999).

O trecho diz que ficaria a cargo da escola incluir conhecimentos de Sociologia, de


acordo com suas disponibilidades, mas a sugestão é de que apareçam em projetos,
programas e conteúdos presentes em outras disciplinas, como História, Geografia, etc. Está
presente aqui o princípio da autonomia escolar, o que acaba favorecendo a
desregulamentação da disciplina de Sociologia.
O trecho dos PCN acima citado reforça uma das interpretações do artigo 36 da LDB
de que não seria necessária a implementação da Sociologia e Filosofia como disciplinas
específicas e obrigatórias do Ensino Médio apesar de serem consideradas “indispensáveis
para a formação básica de cidadão” (BRASIL, 1996).
O último tópico dos PCN é “Competências e habilidades a serem desenvolvidas em
Sociologia, Antropologia, Política”, ficam evidentes os pressupostos da
transdisciplinariedade da pedagogia das competências; sua justificativa não se dá;
enquanto disciplina, mas enquanto área. No tópico “O que e como ensinar em Ciências
Sociais”, dado seu título, supõe-se que os autores informariam quais conteúdos e a maneira
de passar esses conteúdos.
Dentro deste discurso flexível da pedagogia das competências, podemos perceber
também a diminuição de importância atribuída ao professor e mais especificamente ao
professor de Sociologia formado em Ciências Sociais.

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Qual seria, então, a finalidade do ensino de sociologia, segundo os PCN?


Pautando-se na LDB/96 que estabelece que a finalidade central do Ensino Médio é a
construção da cidadania do educando, a finalidade da sociologia não se encerra em adquirir
uma postura mais reflexiva e crítica, mas também, a partir disso o aluno poder intervir na
realidade em que vive, pois:

poderá perceber-se como elemento ativo, dotado de força política e capacidade de


transformar e, até mesmo, viabilizar, através do exercício pleno da cidadania,
mudanças estruturais que apontem para um modelo de sociedade mais justo e
solidário (BRASIL, 1999, p. 37).

A análise das OCN de Sociologia nos permitiu compreender que este documento
possui uma idéia de política educacional diferente dos PCN. Numa leitura desatenta, parece
que ambos conferem grande importância à Sociologia, mas uma leitura embasada nos
permite enxergar que nos PCN, com sua ambiguidade, com o que diz e com o que não diz,
não existe a intenção de regulamentar a Sociologia como disciplina obrigatória da grade
curricular do Ensino Médio. O próprio título das OCN: “Sociologia”, se comparado ao título
do PCN – “Conhecimentos de Sociologia, Antropologia e Política”, nos demonstra esta
intenção do documento de 2006 regulamenta a Sociologia em nível nacional.
Ao contrário dos PCN, as OCN já começam defendendo a especificidade e a
identidade da Sociologia com base no panorama histórico da constituição da disciplina nos
currículos do Ensino Médio. Mostram-se as intermitências na constituição de uma tradição
da disciplina no país, ora entrando, ora ficando fora dos currículos. Assim, o currículo é
pensado sociologicamente nas suas vinculações com os movimentos de lutas nos
diferentes campos que compõem a sociedade.
Com este mesmo intuito de consolidação da Sociologia como disciplina específica,
as OCN empreendem uma forte crítica ao discurso pedagógico das competências que
enfatiza a interdisciplinariedade, utilizado pela reforma educacional durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Como parte do currículo, a Sociologia pode ocupar um papel importante de


interlocução com as outras disciplinas ou com o próprio currículo como um todo,
senão com a própria instituição escolar. [...]. Por isso, muitas vezes – e
particularmente nas DCNEM – se pensa que os “conhecimentos” da Sociologia
possam ser tratados pelas outras disciplinas de modo “interdisciplinar·”. (BRASIL,
1996)

A implementação das OCN se dá durante o governo Luiz Inácio da Silva (2003-


2006), quando se consegue finalmente a vitória de uma lei que contempla a obrigatoriedade
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das disciplinas de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio, aprovada no dia 7 de julho de


2006.
Com os trechos inseridos acima se percebe que a disciplina de Sociologia sempre
teve pedras em seus caminhos, mas graças a várias pessoas que enxergavam a sua
importância para o conhecimento do ensino, a luta não ficou derrotada.

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS: O ENSINO DE SOCIOLOGIA

Com a continuidade em realizar as pesquisas em livros, sites e artigos de revistas


eletrônicas sobre o tema exposto nesse artigo, muitos autores fazem suas reflexões e
críticas sobre a importância do ensino da disciplina de Sociologia.
Destaca-se nesse momento o artigo da revista: “O Ensino de Sociologia nos termos
dos Parâmetros Curriculares Nacionais: Uma Crítica Ontológica”, das autoras Isadora
Barreto Paiva e Susana Vasconcelos Jimenez que em suas linhas e reflexões trazem
pontos importantes para acrescentar ainda mais esse artigo. Segue abaixo trechos do
artigo.
Analisaremos, aqui, sob a ótica da crítica marxista, documentos que se propõem a
dar aos professores e às escolas brasileiras direcionamentos de quais conteúdos e como
ensinar aos alunos do Ensino Médio, com enfoque para os documentos que expõem, com
maiores especificidades, direcionamentos relacionados ao ensino da Sociologia, quais
sejam: os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) e as Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+).
Os PCNEM abordam a Sociologia a partir da generalidade das Ciências Sociais,
que englobam Sociologia, Antropologia e Política, enquanto que as PCN+ discorrem acerca
do ensino da Sociologia, lidando com sua proximidade com outras ciências humanas,
principalmente a Antropologia, a Política, o Direito, a Economia e a Psicologia, sendo
freqüente, também, a menção à Filosofia como uma ciência próxima da Sociologia.
Ambos os documentos (os PCNEM e as PCN+) apontam “competências e
habilidades” a serem desenvolvidas a partir do ensino da Sociologia, que podem ser
interpretados como objetivos a serem atingidos pelos alunos com base nos estudos da
referida ciência. São eles, em seus campos:

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Representação e comunicação • Identificar, analisar e comparar os diferentes


discursos sobre a realidade: as explicações das Ciências Sociais, amparadas nos
vários paradigmas teóricos, e as do senso comum. • Produzir novos discursos sobre
as diferentes realidades sociais, a partir das observações e reflexões realizadas.
Investigação e compreensão • Construir instrumentos para uma melhor
compreensão da vida cotidiana, ampliando a “visão de mundo” e o “horizonte de
expectativas”, nas relações interpessoais com os vários grupos sociais. • Construir
uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa,
avaliando o papel ideológico do “marketing” enquanto estratégia de persuasão do
consumidor e do próprio eleitor. • Compreender e valorizar as diferentes
manifestações culturais de etnias e segmentos sociais, agindo de modo a preservar
o direito à diversidade, enquanto princípio estético, político e ético que supera
conflitos e tensões do mundo atual. Contextualização sócio-cultural • Compreender
as transformações no mundo do trabalho e o novo perfil de qualificação exigida,
gerados por mudanças na ordem econômica. • Construir a identidade social e
política, de modo a viabilizar o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado
de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma reciprocidade de direitos e
deveres entre o poder público e o cidadão e também entre os diferentes grupos
(PCNEM, 2000, parte IV, p. 43 e PCN+, 2002, p. 89-91).

Saindo da análise das competências e habilidades, apregoadas pelas PCN+ e


pelos PCNEM, e partindo para tópicos mais gerais abordados pelos documentos acerca do
ensino da Sociologia na escola básica, constatamos a repetitividade das afirmações
contidas nos documentos. Novamente, as PCN+ afirmam a importância de uma
“investigação social a partir das questões do cotidiano” e completam que “os temas dessa
investigação, que devem ser de interesse do educando, receberão a orientação e o
encaminhamento teórico e metodológico do professor” (BRASIL, PCN+, 2002, p. 91, grifos
nossos).
Novamente com relação à cidadania, de acordo com as PCN+, “um dos conceitos
estruturadores da Sociologia atual é o de cidadania” (BRASIL, PCN+, 2002, p. 88) e,
segundo os PCNEM, “a Lei 9394/96 estabelece como uma das finalidades centrais do
Ensino Médio a construção da cidadania do educando, evidenciando, assim, a importância
do ensino da Sociologia no Ensino Médio” (BRASIL, PCNEM, 2000, parte IV, p. 37), e,
ainda, conforme as DCNEM, “as propostas pedagógicas das escolas deverão assegurar
tratamento interdisciplinar e contextualizado para conhecimentos de filosofia e sociologia
necessários ao exercício da cidadania” (BRASIL, DCNEM, 1998, p. 7). Além de associar o
termo “cidadania”, à Sociologia, as PCN+ associam a Sociologia à “procura de uma
sociedade mais justa e solidária” (BRASIL,PCN+, 2002, p. 88).
As DCNEM apontam para que o ensino da Sociologia no Ensino Médio forneça
instrumentais teóricos para o entendimento, pelo aluno, do “processo de mundialização do
capital, em correspondência com as sucessivas revoluções tecnológicas” (BRASIL,
PCNEM, 2000, parte IV, p. 37), antecipado pelo reforço de que cabe à Sociologia dotar o
aluno de capacidade para decodificar a complexidade da realidade social.
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Com relação aos outros autores clássicos da Sociologia (Max Weber e Émile
Durkheim), além do próprio Karl Marx, importantes para o entendimento das relações
sociais, processo tão aclamado pelos discursos dos documentos, e importantes para a
compreensão do processo histórico de surgimento da Sociologia, o único documento a
mencioná-los são os PCNEM, embora muito superficialmente.
No que concerne à prática escolar propriamente dita, as PCN+ elegem quatro eixos
temáticos que devem ser abordados durante as aulas de Sociologia do Ensino Médio:
“indivíduo e sociedade”, “cultura e sociedade”, “trabalho e sociedade” e “política e
sociedade” e descrevem procedimentos a serem realizados em sala de aula com respeito
a cada um.
Podemos resumir, outrossim, os encaminhamentos da disciplina Sociologia a
serem trabalhados com os alunos de Ensino Médio, a partir das determinações dos
documentos estudados, da seguinte maneira:

no atual estágio de desenvolvimento da sociedade globalizada, é no tempo e no


espaço da Educação Básica que valores universais como cidadania, consciência
ecológica, direitos humanos, democracia e solidariedade, por exemplo, devem ser
analisados e vivenciados pelo aluno. São princípios que vão romper com os círculos
de desigualdade e de preconceitos que ainda dividem e denigrem a humanidade e,
em particular, a sociedade brasileira (BRASIL, PCN+, 2002, p. 89).

Com esse segundo artigo citado se percebe ainda mais a luta dos estudiosos e dos
professores da disciplina de Sociologia para deixar a disciplina fixada no currículo do ensino
básico como componente importante no conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse artigo e cunho reflexivo e bibliográfico foi trazer olhares de


diversos autores sobre os desafios e que a disciplina de Sociologia enfrentou e enfrenta,
pois, os desafios são constantes.

A organização escolar na qual o trabalho é desenvolvido tampouco é um mundo


fechado; ela não é autônoma, mas participa de um contexto social mais global no
qual está inscrita. Esse contexto social não é uma abstração sociológica, nem um
horizonte longínquo ou situado ‘fora’ da escola. Pelo contrário, tal contexto social
está tanto ‘dentro’ quanto ‘fora’ da escola, é ao mesmo tempo individual e coletivo
(TARDIF; LESSARD, 2013, p. 44).

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Percebeu-se que a trajetória dessa disciplina foi árdua, pois sempre foi vista uma
real importância no contexto da sociedade como formadora de opinião. E, como a sua
importância é real e não fictícia, as lutas e batalhas foram válidas para que hoje essa
disciplina ainda esteja no currículo educacional básico. Sabe- se que essa luta ainda não
teve fim, pois ainda há falares para a sua exclusão.
A disciplina de Sociologia merece e deve ter toda a importância que as outras
disciplinas que compõem o currículo básico da nossa educação. Claro que, não se está
aqui menosprezando nenhuma das disciplinas componentes, mas sim, que se tenha um
olhar para a real importância da disciplina de Sociologia que veio ao longo de todos esses
anos lutando para a sua sobrevivência.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: Conselho


Nacional de Educação. 1998.

BRASIL. Lei 9.394/96, de 20/12/1996: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 1996.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Secretaria de


Educação Média e Tecnológica. 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares Nacionais. Brasília, 2006.

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