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TRAJETÓRIA POLÍTICA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: REFLEXÕES DO

ONTEM AOS DIAS ATUAIS

Cintiara Souza Maia1


Profª Drª Laura Isabel Marques Vasconcelos de Almeida1
Profª Drª Gladys Denise Wielewsky1

Resumo: O trabalho docente é instrumento fundamental no entendimento da construção da


sociedade, construído a partir das transformações globais que afetam a educação e seu
processo de escolarização. Do período colonial a atualidade, o processo político da formação
de professores no Brasil possui uma rica historicidade . Ao estudarmos esse processo, é
importante mencionarmos os autores norteadores que contribuíram para a construção e
desenvolvimento da formação docente no país. Autores como Saviani, Anísio Teixeira, Nóvoa e
Gatti refletem sobre a temática da formação inicial e continuada no país e defendem uma
reforma educacional. De um modo geral, a formação continuada tem conduzido o professor a
um trabalho alienado que não lhe dá prazer, expropriando-o de desenvolver sua capacidade
de pensar e planejar.

Palavras-chave: Formação de professores. LDB.

POLITICAL TRAJECTORY OF TEACHER TRAINING: REFLECTIONS FROM


YESTERDAY TO THE PRESENT DAY

Abstract: Teaching work is a fundamental instrument in understanding the construction of


society, built on the basis of global transformations that affect education and its schooling
process. From the colonial period to the present, the political process of teacher training in
Brazil has a rich historicity. When studying this process, it is important to mention the guiding
authors who contributed to the construction and development of teacher training in the
country. Authors such as Saviani, Anísio Teixeira, Nóvoa and Gatti reflect on the topic of initial
and continued training in the country and defend educational reform. In general, continuing
education has led teachers to an alienated job that does not give them pleasure, depriving
them of developing their ability to think and plan.

Keywords: Teacher training. LDB


1. INTRODUÇÃO

“A formação deveria dotar o professor de instrumentos intelectuais que


possam auxiliar o conhecimento e interpretação das situações complexas
com que se depara. Por outro lado, deveria envolver os professores em
tarefas de formação comunitária para dar à educação escolarizada a
dimensão de vínculo entre o saber intelectual e a realidade social, com a
qual deve manter estreitas relações”. (IMBERNÓN, 2011, p. 44).

A evolução da educação no Brasil é uma trama de ações que foram construídas


e implementadas ao longo do tempo. A formação dos professores tornou-se crucial na
produção do conhecimento e na construção educacional do país. Compreender essa
história nos permite entender de forma mais completa as complexidades e
peculiaridades da prática pedagógica diante das demandas da profissão.
Atualmente, vivemos na era do conhecimento, onde a informação é o foco
principal. Isso desafia as escolas a encontrarem formas inovadoras de ensinar, sem
deixar de lado suas características próprias. Diante desse cenário, os professores
precisam repensar sua prática, refletir sobre seu conhecimento e aplicá-lo no dia a dia.
Eles têm um papel fundamental na construção da sociedade e precisam se adaptar às
mudanças globais que afetam a educação.
No entanto, muitas vezes as políticas públicas de educação não levam em
consideração o papel do professor nesse processo. Elas propõem mudanças na escola
sem considerar os professores como parte fundamental do processo de transformação.
É importante entender que nenhuma reforma pode mudar a realidade se não contar
com a participação dos professores. O Estado precisa reconhecer o valor da prática
docente e focar nos problemas reais da educação, ao invés de culpar os professores
pelo fracasso escolar.
O trabalho docente é instrumento fundamental no entendimento da
construção da sociedade, construído a partir das transformações globais que afetam a
educação e seu processo de escolarização, confrontando as disposições tradicionais
adquiridas com os valores constituídos dentro de um novo paradigma educacional e
social. Compreendê-lo possibilita um entendimento mais amplo e completo sobre as
especificidades e peculiaridades que envolvem sua prática pedagógica diante da
complexidade que é ser professor.
Portanto, discutir a formação dos professores é complexo, pois envolve
diversos aspectos históricos e profissionais. É preciso considerar todos esses elementos
para entender como a formação docente está acontecendo no Brasil e como isso
influencia na identidade e profissionalização dos professores.
A formação de professores no Brasil possui uma rica historicidade, que remonta
ao período colonial e atravessa diversas transformações ao longo dos anos. Ao
estudarmos esse processo, é importante mencionarmos os autores norteadores que
contribuíram para a construção e desenvolvimento da formação docente no país.
Freire (1996), Day (1999), Nóvoa (2007; 2017) e Gatti (2017) são alguns dos
teóricos que sustentam as reflexões acerca da temática formação inicial e continuada
no Brasil. Autores norteadores como Dermeval Saviani e Anísio Teixeira contribuíram
significativamente para a formação docente, com suas teorias e propostas de reforma
educacional. Saviani, por exemplo, defendeu a importância da teoria e da prática na
formação dos professores, utilizando o conceito de "práxis", que envolve a articulação
entre teoria e prática. Já Teixeira defendia uma educação libertadora, que valorizasse a
cultura popular e fosse voltada para a formação integral dos indivíduos.
Gadotti (1999) salienta que os ideais de Anísio Teixeira convergem para o
pragmatismo de John Dewey que salienta que as ideias, as ações ou os pensamentos só
possuem valor se tiverem aplicabilidade. Uma concepção pragmática na qual o foco da
educação é preparar o indivíduo para o mundo.

2. FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A GÊNESE DO PROCESSO

Por volta do século XVI, a chegada dos jesuítas com o objetivo de educar os
índios e transmitir valores cristãos, foi iniciada a formação de professores no Brasil.
Durante o período colonial, a formação docente era restrita e voltada principalmente
para a catequese e a transmissão de valores religiosos. Os mestres eram padres e não
havia uma estrutura formal de ensino.
Com a instituição dos primeiros cursos superiores no Brasil, no século XIX, a
formação de professores recebeu maior atenção e passou a ser vinculada às
universidades. Nesse período, surgiram os primeiros cursos de formação de
professores, voltados principalmente para a educação primária. A educação era
centralizada e autoritária, com forte influência positivista.
Saviani (2009) dividiu a história da formação de professores no Brasil em seis
períodos, sendo eles: 1. Período Colonial, 2. Reforma Paulista da Escola Normal tendo
como anexo a Escola Modelo, 3. Organização dos Institutos de Educação, 4.
Organização e implantação dos cursos de Pedagogia e de Licenciatura e consolidação
das escolas normais, 5. Substituição da escola normal pela habilitação específica de
Magistério e 6. Institutos Superiores de Educação, As escolas normais superiores e o
novo perfil do curso de Pedagogia.
Período Colonial (1827-1890) – Ensaios intermitentes de formação de
professores – abrange toda a época colonial, desde os tempos dos colégios jesuítas até
a criação dos cursos superiores em 1808, durante o reinado de D. João VI.
Surpreendentemente, durante esse tempo, não havia uma preocupação clara com a
formação de professores. Essa preocupação só surgiu em 15 de outubro de 1827,
quando foi promulgada a Lei das Escolas das Primeiras Letras que, em seu artigo 4º,
determinava que os professores deveriam ser treinados no método mútuo às suas
próprias custas, nas capitais das províncias. Isso mostra que, até então, o governo não
investia na formação de professores e a educação era um privilégio, destinada a uma
elite restrita. Para Saviani (2009), está colocada aí a exigência à questão pedagógica.
Com a promulgação do Ato Institucional de 1834, a responsabilidade pela
instrução primária e formação de professores foi transferida para as províncias , que
adotaram o modelo europeu, criando escolas normais em diferentes regiões tendo uma
existência intermitente.
Esse período da história da educação no Brasil foi marcado por uma falta de
investimento do governo na formação de professores, o que refletia a exclusividad e da
educação para uma elite privilegiada. Somente mais tarde, com a promulgação de leis e
a criação das escolas normais, é que houve uma preocupação mais efetiva com a
formação dos profissionais da educação.
Estabelecendo e expandindo o padrão das escolas normais (1890-1932)- o
segundo período proposto por Saviani (2009), teve como marco inicial a reforma
paulista da escola normal, tendo como anexo, a escola – modelo. A reforma da
instrução pública do Estado de São Paulo em 1890 mudou completamente a forma
como as escolas normais eram organizadas e funcionavam. Segundo Saviani (2009) os
reformadores acreditavam que, sem professores bem preparados, com conhecimento
dos métodos pedagógicos modernos e com uma base científica sólida, o ensino não
poderia ser eficaz e transformador. A partir dessa visão, a escola passou por uma
reformulação, com a inclusão de conteúdos mais ricos e práticos de ensino. A grande
inovação foi a criação de uma escola-modelo anexa à escola normal, que se tornou o
padrão a ser seguido em todo o país. Com isso, garantia-se que os novos professores
estivessem realmente preparados, com uma formação curricular completa e uma sólida
base didático-pedagógica.
Para Gatti (2010), a história da formação de professores no Brasil começa com a
formação de docentes para o ensino das “primeiras letras” em cursos específicos, que
foi proposta no final do século XIX, com a criação das escolas normais, que
correspondiam, ná época ao nível secundário e, posteriormente, ao Ensino Médio, a
partir dos meados de século XX.
A organização dos institutos de educação no período de 1930-1939 marcou o
terceiro período proposto por Saviani (2009). Os destaques deste período são as
reformas de Anízio Teixeira no Distrito Federal e de Fernando de Azevedo em São
Paulo.
Anísio Teixeira através do Decreto nº 3.810, de 19 de março de 1931
reorganizou as escolas normais de modo que contemplasse tanto a cultura geral quanto
a formação profissional. Dessa forma, os institutos de educação se tornaram um espaço
para incorporar as exigências da Pedagogia, que buscava se firmar como um
conhecimento científico, através de um modelo pedagógico-didático de formação
docente mais sólido e primoroso.
O quarto período os institutos de educação do Distrito Federal e São Paulo
tornaram-se a base dos estudos superiores de Educação, quando foram elevados a nível
universitário. Em 1934 instituto paulista foi incorporado a Universidade de São Paulo e
em 1935, o carioca foi à Universidade do Distrito Federal. Esses institutos foram
idealizados com base no pensamento da Escola Nova, onde a ideia de dos cursos
oferecidos pelas escolas normais foi abandonado, dando a oportunidade para a Escola
de Professores. Disciplinas voltadas para a prática docente foram inseridas no currículo
com vistas a dar suporte ao caráter prático do processo formativo.
No quinto período, a escola normal foi substituída pela habilitação específica de
Magistério, desencadeado pelas mudanças na legislação de ensino ocorridas com o
golpe militar de 1964. A Lei nº 5.692/71 modificou os ensinos primário e médio, criando
o 1º e 2º graus, e nessa nova estrutura, as escolas normais desapareceram e foi
instituída a habilitação específica de 2º grau para o magistério de primeiro grau. O
Parecer nº 349/72 organizou a habilitação do magistério de modo que o currículo tinha
uma parte obrigatória em todo o país e uma parte diversificada para a formação
especializada. O antigo curso normal se transformou em uma habilitação de 2º grau,
reduzindo a formação de professores para o ensino primário.
Nos período de 1996 -2006 marcou o sexto período onde a Lei nº 5.692/71
também previa a formação de professores para as últimas séries do 1º grau e para o 2º
grau em cursos de licenciatura curta ou plena. Além disso, o curso de Pedagogia passou
a formar especialistas em educação, como diretores de escola, orientadores
educacionais, supervisores escolares e inspetores de ensino. Com o fim do regime
militar, esperava-se que a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) resolvesse o
problema da formação docente no Brasil. No entanto, a LDB não atendeu às
expectativas, pois introduziu institutos de nível superior de segunda categoria como
alternativa aos cursos de Pedagogia e licenciatura. Esses institutos ofereciam uma
formação mais rápida e barata por meio de cursos de curta duração.

3. FORMAÇÃO DOCENTE: ENSAIOS DA LDB

Apesar dos esforços de diversos autores para destacar a importância da


formação pedagógica para os professores universitários, esta questão permanece quase
sem alterações até os dias de hoje. Ribeiro Junior (2001) relata que Rui Barbosa, em seu
parecer de 1882, já criticava a situação do ensino superior no Brasil, especialmente no
campo do Direito, afirmando a necessidade de uma reforma completa dos métodos e
dos professores. Já nos anos 1930 eram feitas referências à necessidade de formação
em nível de pós-graduação, mas somente a partir dos anos 1950 esses programas
começaram a ser oferecidos de forma mais sistemática e rigorosa.
Borges et al. (2011) cita a preocupação explícita da abertura e organização da
instrução popular após a independência. Já nos anos 1930 eram feitas referências à
necessidade de formação em nível de pós-graduação, mas somente a partir dos anos
1950 esses programas começaram a ser oferecidos de forma mais sistemática e
rigorosa. Na segunda metade do século XX, ocorreram importantes transformações na
formação de professores no Brasil. Tais transformações foram influenciadas pelas
teorias pedagógicas da época, como o construtivismo e a pedagogia de Paulo Freire. A
partir deste momento a formação docente passou a valorizar mais a prática, a reflexão
e a participação ativa dos estudantes.
Após o golpe militar em 1964, houve reformas na educação através da Lei
5.540/1968 que trata da Reforma Universitária, a Lei 5.692/1971 que regulamenta o
então chamado 1º e 2º graus e a Lei 9.394/96 vigente até os dias atuais. O início da
década de 70 foi marcado por uma formação de professores tecnicista, onde
predominava aspectos funcionais e operacionais. (Candau, p.97, 1987). No início da
década de 80 o debate em torno da formação de professores é fortalecido e embasado
em dois aspectos, de acordo com Santos (1992): 1- O caráter político da prática
pedagógica; 2- O compromisso do educador com as classes populares.
O sistema educacional brasileiro sofreu um processo de deterioração com a
redução de recursos financeiros e a consequente desvalorização do professor durante o
cerceamento da liberdade de expressão. Gadoti (1987,p.12) ressalta que a
deteriorização da educação é consequência da transformação da “educação em
mercadoria”, orientada pela tecnoburocracia que serve o estado burguês, que prefere
investir no lucro advindo da quantidade em detrimento da qualidade .
A preocupação com a formação dos professores universitários esteve presente
desde o I Plano Nacional de Pós-Graduação, elaborado em 1974, mas só foi no XII
Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras, em 1999,
que o Plano Nacional de Graduação expressou a necessidade de uma formação de
qualidade.
As mudanças ocorridas a partir da década de 90, Weber (2000) constata que as
políticas educacionais foram priorizadas e o processo de formação de professores teve
uma maior atenção por parte do poder público. Em contrapartida, houve uma
desvalorização da carreira profissional docente com poucos investimentos na formação
inicial e continuada, pois poucos foram os investimentos nessa área.

4. FORMAÇÃO DOCENTE: À LUZ DA LDB

Ao longo dos anos, a formação de professores no Brasil passou por diversas


reformas e transformações, buscando adequar-se às demandas da sociedade e às
mudanças no campo educacional. Atualmente, a formação docente é regulamentada
por leis e diretrizes específicas, que estabelecem critérios e competências necessárias
para o exercício da profissão.
A década de 90 motivou grandes mudanças em todo o mundo. No Brasil, no
que diz respeito à área educacional, a atenção governamental se deu quanto à
formação de professores, promulgando políticas educacionais. A LDB (BRASIL, 1996)
fixou num prazo de dez anos a formação de todos os professores para a educação
básica em nível superior.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) – Lei 9.934/96, em seu
artigo 61 pontua a questão da formação de professores, no atendimento aos objetivos
dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do
desenvolvimento do educando. De acordo com o artigo supracitado, a formação de
professores implica na associação da teoria e prática, capacitação em serviço ou
formação continuada, e aproveitamento de experiências. Em 2013 a LDB readmite a
formação de professores para a educação infantil e primeiros anos do ensino
fundamental na modalidade normal em nível médio através da Lei nº 12.796/2013
(BRASIL, 2013) corroborado pela Lei nº 13.415/2017 (BRASIL, 2017).
O Conselho Nacional de Educação (CNE) orientou que os Institutos Superiores
de Educação atuassem, dentro ou fora das universidades, na formação de professores
para a educação básica e abrigassem todas as licenciaturas e outras modalidades de
formação de professores em nível superior, incluindo pós-graduação e formação
continuada docente. As Escolas Normais Superiores poderiam estar dentro das
universidades, entretanto se dedicariam exclusivamente a formação de professores
para os primeiros anos da educação básica.
Com o advento das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de
licenciatura em Pedagogia em 2006, as Escolas Normais Superiores criadas foram
transformadas no formato dessa licenciatura. O Parecer CNE/CP 115/1999 (BRASIL,
1999) conceitua os Institutos Superiores de Educação como “centros formadores,
disseminadores, sistematizadores e produtores de conhecimento referente ao processo
de ensino e de aprendizagem e à educação escolar como um todo, destinados a
promover a formação geral do futuro professor da educação básica” (BRASIL, 1999, p.3)
deveriam superar as deficiências e a desarticulação quanto à formação de professores
em todas as áreas, além da desagregação entre teoria e prática.
A LDB trata da formação de professores em capítulo específico, cujos artigos
vêm sofrendo alteração em sua redação ao longo dos anos. No entanto, apesar da
Formação de Professores ter passado a ser o foco das políticas educacionais, na
realidade, a efetivação dessa formação foi e ainda continua sendo incipiente,
ocasionada pelos parcos recursos financeiros liberados pelas políticas públicas para as
universidades e demais Instituições educacionais. O que se observa é que se tem
produzido mais conhecimento do que a existência de programas que formem
professores para atender a demanda de mercado, e, mais notadamente, para assegurar
um ensino de maior qualidade.
Nessa trajetória descrita, observa-se a dificuldade de se estabelecer um
equilíbrio curricular entre conhecimentos de áreas específicas da docência e os
conhecimentos pedagógicos relacionados à prática educativa na educação básica,
claramente elucidadas pelas políticas educacionais voltadas para a formação de
professores desenvolvidas no Brasil, foram insipientes, fragmentárias e imediatistas
advindas de alguma função de poder ou influências momentâneas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação de professores é um tema de relevância nacional e internacional, já


que a qualidade da educação está diretamente relacionada à formação dos docentes. É
preciso investir em políticas públicas que valorizem a formação inicial e continuada dos
professores, garantindo que eles tenham conhecimentos teóricos e práticos necessários
para atuarem de forma eficiente e ética.
Em suma, a formação de professores no Brasil possui uma trajetória histórica
rica e complexa, influenciada por diversos autores norteadores. É fundamental que as
discussões sobre formação docente estejam presentes nos debates educacionais atuais,
visando aprimorar o processo de formação, tornando-o cada vez mais qualificado e
adequado às necessidades da sociedade acadêmica e científica.
A LDB permitiu que a formação de professores passasse por uma revisão
importante e permitiu a reflexão do papel do docente na sociedade e nas diversas
situações que ocorrem dentro das instituições de ensino. Na era do conhecimento,
onde o foco na informação é exacerbado, as escolas enfrentam o desafio de agregar
novas formas de dinamizar a aprendizagem, mas não perder de vista a necessidade da
formação e da capacitação dos professores em serviço.
Repensar a formação de professores considerando os aspectos técnicos,
políticos e pedagógicos são essenciais para a construção da identidade profissional
docente. Este cenário exige uma reavaliação da práxis do professor, do repensar o ato
de educar, mas não exime as políticas públicas voltadas para a educação a elaboração
de propostas que levem em consideração o papel central do professor no processo.
Para reformar a formação de professores tem de se levar em consideração os
protagonistas do processo.
Assim, é importante discutir a formação dos professore s sob a perspectiva de
autores que investigam a temática a fim de compreender as múltiplas faces que
envolvem a formação de professores em seu contexto histórico no Brasil.
Em resumo, apesar de algumas medidas terem sido tomadas ao longo dos anos,
a formação pedagógica dos docentes universitários ainda precisa de melhorias
significativas para atender às demandas da atualidade.

4.REFERÊNCIAS

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Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a 11.494/2007 que Regulamenta o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação, dá outras providências, e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas
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