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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMOUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

ELBER MACIEL, GEVANILDO SILVA, LAYSE MENDES, SUSANNA MIRANDA

PROJETO DE ENSINO

ABAETETUBA
2023
ELBER MACIEL, GEVANILDO SILVA, LAYSE MENDES, SUSANNA MIRANDA

PROJETO DE ENSINO

Projeto de Ensino apresentado como requisito parcial


para obtenção do conceito da disciplina Fundamentos
Teóricos e Metodológicos do Ensino de Geografia, da
Universidade Federal do Pará, ministrada pela
professora Dr.ª Ivana de Oliveira Gomes da Silva

ABAETETUBA
2023
RESUMO

Com base nos conhecimentos adquiridos na disciplina FTM do ensino de Geografia, e


os materiais de estudo proporcionados até os dias atuais, bem como as aulas passeio com a
exploração do Campus da Universidade Federal, ida ao Lastro, visita ao museu e por fim
nossa experiencia quanto ouvintes do evento 1º seminário do meio ambiente. Farei um breve
relato descrevendo o quanto a disciplina nos impactou em ver o ensino da geografia de modo
crítico, e que a partir desses conhecimentos adquiridos que nos foi proporcionado, elaboramos
um plano de aula, que foi pensado e desenvolvido colocando em prática tudo que
conseguimos absorver no decorrer da disciplina.

Palavras-chave: Geografia crítica; Plano de aula; Disciplina.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......…............................................................................................... 5

2. DESENVOLVIMENTO ......….................................................................................. 6

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......…........................................................................... 9

4. ANEXOS......…............................................................................................................ 9

5. REFERÊNCIAS ......….............................................................................................. 12
1. INTRODUÇÃO

O ensino de Geografia passou por diversas transformações no decorrer da história,


os primeiros sinais da geografia como uma disciplina foi por volta de 1599, como plano
da companhia de Jesus, onde estudavam geografia clássica, nem se quer havia sistema de
ensino ou uma rede minimamente organizada no país. No Brasil império, mas
especificamente em 1987, a geografia passa a ser uma disciplina obrigatória, apenas para
servir como capacitação política, mas quando passamos para o período Republicano a
geografia já passa a se consolidar em todas as escolas, mas o ensino visava construir um
sentimento de patriotismo aos alunos.
Quando o ensino da geografia chega à universidade, em 1934, o ensino é
tradicional, a partir deste momento vai se popularizando mais e surgindo mais materiais.
No final da década de 70, em 1978, é um momento histórico muito significativo, pois o
maior geógrafo brasileiro, Milton Santos, lançou uma obra intitulada “Por uma Geografia
Nova”. Este trabalho despertava a importância da realização de estudos direcionados às
relações sociais e seus problemas. Uma obra riquíssima e que provoca uma reviravolta a
respeito da perspectiva do ensino-aprendizagem da geografia.
Assim, adentramos onde queríamos, falar da importância de se desprender do
ensino da geografia tradicional e abraçar a forma crítica do ensino-aprendizagem de
geografia, na qual os educandos conheçam e compreendam as relações entre a sociedade e
a dinâmica da natureza e suas paisagens. Com uma perspectiva crítica e política, esta
ciência favoreceu a compreensão da “realidade que se esconde por trás da aparência,
sobretudo porque possui forte carga ideológica. Cabe torná-la revelada” (MOREIRA,
2008, p. 74).
Desta forma, a Geografia além de explicar o mundo passou a ser compreendida
como a ciência que contribui para transformá-lo. Nas escolas, com muitas resistências
iniciais, houve necessidade de rearranjos do ponto de vista dos conteúdos, dos métodos e
dos objetivos de ensino. Esta forma de ensinar, foi a que tivemos a oportunidade de
vivenciar na disciplina FTM do ensino de Geografia, uma nova concepção de ciência
implicou numa forma diferente de ensinar.
2. DESENVOLVIMENTO

O ensino de geografia, na educação básica, possui grande importância para a


construção de mentes críticas frente ao contexto sociopolítico e econômico do nosso país. No
entanto, a geografia não recebe a importância que lhe é devida. A principal razão, é que, a
geografia crítica, quando trabalhada na sala de aula, cria sujeitos pensantes, críticos, que se
tornarão agentes na sociedade.
Por isso, aqueles que detêm o poder da tomada de decisão, se esforçam ao máximo
para apaziguar essa ciência, que muito pode mostrar. É nesse sentido, que Girotto (2017)
discute como a construção da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), contribui para que
concepções presentes em determinados discursos ideológicos, se perpetuem.
Segundo ele, existe muita coisa que não está explícita nos documentos curriculares
nacionais.

[...] Importa-nos menos os conteúdos, objetivos e habilidades


apontados para o ensino de geografia no documento, tanto em sua
primeira versão, quanto no texto resultante das diferentes sugestões
feitas, do que os silêncios da proposta. Aquilo que não está sendo dito,
dos sujeitos ocultos que estão na base da construção do documento,
têm, em nossa perspectiva, uma importância maior, uma vez que
representam interesses que buscam definir uma concepção de
educação que, no limite, visa à difusão de um projeto de
desenvolvimento econômico e social para o país. (GIROTTO, 2017, p.
420).

A tomada de decisão quanto aos documentos curriculares nacionais, é totalmente


centralizada, muitas vezes servindo de receita pronta para o educador. Eximindo até a
autonomia na criação dos procedimentos metodológicos que devem ser utilizados em sala de
aula. O que resulta em um ensino mecanizado e reprodutor de ideologias e interesses
contrários ao interesse popular.
Pode-se afirmar que tal situação, não é nova, e sim um resultado da construção
histórica brasileira. Desde a chegada dos portugueses em 1500, passando pelo período
imperial, e culminando na república. A ideia de uma educação repressora (me refiro aqui a
educação como um todo, não somente ao ensino de geografia); se propagou muito,
principalmente, no período do militarismo.
A concepção de que devemos servir a pátria, sem questionar, foi e ainda é difundida. O
que resulta em um ensino tradicional, promovendo a memorização de conceitos e um
patriotismo defeituoso. Defeituoso no sentido, que tende a valorizar uma pátria “desenha”,
idealizada e inexistente.
O que contribui para que o indivíduo aceite as coisas do jeito que estão, sem criticar
ou questionar; contribuindo para a manutenção de um sistema preestabelecido e totalmente
prejudicial à maior parcela da sociedade _ a classe pobre.
Diante disso, o ensino da geografia crítica, se faz totalmente relevante, principalmente
nas escolas públicas. Entretanto, os meios pelos quais ele chegará aos educandos das mais
diversas escolas, não é tão simples.
Sabe-se que o sistema governamental, contribui para que as coisas permaneçam como
estão. Logo, cabe aos professores contornarem e construírem uma proposta de ensino que
contribua para o crescimento da criticidade em seus educandos. Porém, a coisa não é tão
simples quanto se pressupõe. Pois, na construção dos parâmetros curriculares nacionais, as
opiniões e o ponto de vista dos professores, não são levados em consideração. É o que Girotto
expõe:

Esta lógica de construção centralizada do documento reforça


uma perspectiva de organização da educação que visa legitimar um
amplo processo de racionalidade técnico-burocrática, colocando no
centro das decisões os conhecimentos vinculados aos especialistas
competentes, vistos, portanto, como os únicos capazes de definir os
princípios teóricos e metodológicos que devem reger o sistema
educacional brasileiro. Em certa medida, tais especialistas interditam,
com suas ações, os discursos e práticas de todos os outros sujeitos que
lidam cotidianamente com a prática educativa. (GIROTTO, 2017, p.
428).

Sendo assim, o trabalho do professor torna-se mais árduo. Porém, não é impossível. A
partir do momento em que se entende que a geografia contribui para a construção de
pensamentos críticos. Tem-se o anseio de transmitir esse conhecimento para os outros.
Durante o período da disciplina fundamentos teóricos e metodológicos de geografia,
tivemos a oportunidade de estudar como realmente deveríamos essa disciplina, podemos
compreender sua necessidade e sua importância, que até então tinha passado de forma
despercebida na nossa formação, pois durante todo o ensino fundamental estudamos de forma
superficial e sem dar a devida importância, pois até mesmo a escola que nos assistia não nos
ensinava que essa matéria era importante, pois era dedicado pouco tempo pra ele.
Entretanto essa disciplina nos instigou a sermos críticos a buscar sempre nos
aperfeiçoar, estamos tendo uma oportunidade que poucos tiveram de adentrar em uma
universidade e de aprender e ter ensinamentos que muitas pessoas não tem, porém devemos
nos esforçar e lutar pela nossa sociedade e defender nosso território, é nosso dever levar
adiante o que aprendermos aqui.
Durante as aulas tivemos uma aula passeio que nos possibilitou conhecer uma parte do
campus, fizemos uma caminhada até a mata do campus e exploramos para ver tudo que
estava ao nosso redor e fotografar, tivemos também uma visita ao museu do baixo Tocantins
da Universidade, foram aulas extraordinárias, pois essas aulas passeios nós mostrou o
quanto a geografia pode ser interessante, o quanto a geografia pode nos ensinar e quanto
podemos fazer em sala de aula enquanto professores, compreendemos que a geografia é um
componente curricular que nos abre diversas portas e que há muito a se fazer pelos nossos
alunos para que as aulas se tornem didáticas e que dessa maneira eles possam compreender e
fixar melhor o conteúdo.
Nos dias atuais a geografia tem passado por um momento de desvalorização intensa
pois surgiu a "necessidade" de diminuir a sua carga horária. Para uma disciplina que já possui
apenas duas aulas semanais com um tempo de aproximadamente 45 minutos cada, diminuir
esse tempo que já é pequeno tornaria o ensino de geografia ainda mais sucinto. Portanto
podemos entender que tal decisão vem sido tomada pelo sistema do governo sem ao menos
ouvir os professores que realmente entendem a importância de tal matéria.
Então, diante dessa situação, os professores de Geografia estão em um campo de luta,
pois o currículo não é estático, permitindo que a possibilidade seja construída com fluidos
inerentes a qualquer política curricular como a que está em causa. É com base nestes
pressupostos que procuraremos refletir sobre os caminhos que podemos seguir para não
reduzir a carga horária do ensino da geografia, e para que possamos continuar a dar sentido ao
ensino da geografia pautado pelos princípios fundamentais de uma perspectiva pedagógica
crítica e emancipatória. Portanto, devemos pensar estratégias para que não fiquemos presos
nas perspectivas tradicionais de ensino de geografia.
Desta maneira, concluímos que o ensino de geografia é importante para a construção
da criticidade, desde que abordada da maneira correta irá “possibilitar a emergência de uma
consciência ambiental, promover comportamento de justiça social e enfrentamento das
desigualdades socioespaciais e considerar os movimentos geopolíticos nas suas diversas
escalas como demarcadores de espacialidades/ territorialidades.” (SILVA et al., 2021, p. 228).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o exposto, concluímos que o ensino de Geografia é de fundamental importância


para o ensino de fundamental nos seus anos inicias, que se desprenda de velhas práticas
engessada na estrutura de decorar textos e responder provas sobre temas que passam muito
longe da realidade dos alunos.
É nesse sentido que novas práticas educadoras se fazem presente necessárias, para um
ensino de Geografia significativo, que instigue o aluno a sair da bolha dos livros didáticos
feito pela burguesia que tenta desvencilhar os alunos das suas raízes, do seu espaço geográfico
que possui tantas riquezas, estas que o professor usando a Geografia através das aulas passeio,
ensino por investigação e usando o próprio espaço do aluno para alfabetização crítica, capaz
de contribuir para que o aluno construa seu próprio conhecimento.
Assim sendo, apesar dos cortes na carga horária, da tentativa de desvalorização do
ensino de Geografia, ele é essencial no processo de escolarização do indivíduo, e que ela nos
permite a entender a nossa função dentro do nosso espaço geográfico, para que possamos
construir conhecimento significativo que transforme alunos em indivíduos críticos
contribuindo com o processo de ensino aprendizagem.

ANEXOS
Imagem 1. Aula passeio.
Fonte: Arquivo pessoal, 2023.

Imagem 2. Maquete da Região Nordeste.

Fonte: Arquivo pessoal, 2023.

Imagem 3. Espelho.
Fonte: Arquivo pessoal, 2023.

Imagem 4. Visita ao museu do Baixo Tocantins.

Fonte: Arquivo pessoal 2023.

Imagem 5. Banner do Primeiro Seminário de Meio Ambiente.


Fonte: Arquivo pessoal 2023.

REFERÊNCIAS

SILVA, Matheus Gomes da et al. A BNCC, a redução da carga horária de geografia e o


dilema da seleção dos conteúdos: um debate necessário. Revista Ensino de Geografia,
Recife, v. 4, n. 3, p. 213-230. 2021. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/ensinodegeografia/article/download/250603/39918. Acesso
em: 28 jun. 2023.

GIROTTO, Eduardo Donizeti. Dos PCNS a BNCC: O ensino de geografia sob o domínio
neoliberal. Geo. UERJ, Rio de Janeiro, n. 30, p. 419-439, 2017.

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