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MATERIAL DO CURSO
METODOLOGIAS DE ENSINO PARA
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO
ESPECIAL

APOSTILA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA:
ARTICULAÇÃO E COMPROMISSO DE
TODOS
INTRODUÇÃO

Veremos nesse estudo:

• Educação Inclusiva: articulação e compromisso de todos;


• Inclusão escolar das pessoas com deficiências;
• Educação Especial – LDB;
• Educação Inclusiva:
o Princípios fundamentais da Educação Inclusiva;
o Perspectivas - Educação Especial e Inclusiva;
o Desafios - Educação Especial e Inclusiva..

Boa Leitura!
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ARTICULAÇÃO E COMPROMISSO DE TODOS

Quanto mais conscientização, mais se ‘des-vela’ a realidade, mais se


penetra na essência fenomênica do objeto, frente ao qual nos encontramos
para analisá-lo. Por essa mesma razão, a conscientização não consiste em
‘estar frente à realidade’ assumindo uma posição falsamente intelectual.
(FREIRE, 1979)1

A conscientização não pode existir fora das ‘práxis’, ou melhor, sem o ato de ação –
reflexão. Essa unidade dialética constitui, de maneira permanente, o modo de ser ou
de transformar o mundo que caracteriza os homens. (FREIRE, 1979, p.26).

INCLUSÃO ESCOLAR DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

No contexto educacional a inclusão de pessoas com deficiências (PCD)


passou por controvérsias e amplas discussões, levando a reflexão sobre
novas possibilidades dentro do processo de ensino e aprendizagem. A nova
proposta de educação inclusiva surgiu na Conferência Mundial sobre
Educação para Todos, realizada na Tailândia em 1990 e que tinha como
objetivo principal garantir a democratização da educação, independente das
particularidades dos alunos (Osório, 1999). Assim, as ações pedagógicas
passaram a ser fundamentadas na superação da diversidade, buscando a
democratização da educação. (BATTISTI e HECK, 2015)

Já em 1994 foi assinada a famosa Declaração de Salamanca, um marco histórico na


reafirmação do fortalecimento da inclusão dos alunos com deficiência. Esse
documento enfatizava que, além das características democráticas, a inclusão
deveria ser pluralista, garantindo a permanência do aluno e respeitando sua
identidade social, promovendo as adaptações necessárias que atendam às
necessidades de aprendizagem de cada indivíduo (Declaração de Salamanca, 1994,
apud BATTISTI e HECK, 2015)
Independente da época, a terminologia utilizada para descrever as PCD’s (Pessoa
com Deficiência),

sempre esteve atrelada ao conceito social do indivíduo. Somente no terceiro


milênio verificou-se a necessidade de adequar a educação de forma a
diferenciar as crianças com necessidades educativas especiais, tratando-as
com dignidade, respeito e uma convivência harmoniosa. Um desafio central

1
FREIRE, Paulo. (1921) Conscientização: teoria e prática da libertação - uma introdução ao pensamento de Paulo Freire /
Paulo Freire; [tradução de Kátia de Mello e silva; revisão técnica de Benedito Eliseu Leite Cintra]. – São Paulo: Cortez &
Moraes, 1979.
para os professores que desejam desenvolver uma prática inclusiva é
considerar a maneira como eles pensam sobre o problema da inclusão. O
desafio não é para defender a necessidade de ajustar as diferenças dos
alunos- como tem sido o caso até agora-, mas para desafiar nossa
complacência coletiva sobre qual seria a outra forma possível de educá-los.
(BATTISTI e HECK, 2015)2

No âmbito nacional, a luta da aceitação da educação inclusiva, tanto no âmbito da


educação pública quanto privada, se manifesta através da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), Lei nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL,
1996), que define no capítulo V, a garantia de educação para alunos com deficiência
que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando
aos mesmos, currículo, métodos, técnicas, recursos educativos específicos para
atender às suas necessidades, dentre outros.
Sendo assim, verifica-se que mesmo estando no século XXI ainda se discute acerca
de resistência da inclusão de indivíduos com deficiência em âmbito escolar ou
social.
Assim de acordo com Bosa (2006)3,

o planejamento do atendimento à criança com autismo deve ser estruturado


de acordo com o desenvolvimento dela. Por exemplo, em crianças
pequenas as prioridades devem ser a fala, a interação social/linguagem e a
educação, entre outros, que podem ser considerados ferramentas
importantes para promoção da inclusão da criança com autismo.

Assim, a criação de uma Escola Inclusiva veio depositar na educação geral enormes
responsabilidades que até pouco tempo era da educação especial. Necessita-se
acreditar que não será uma ilusão, mas é necessário que toda a sociedade como um
todo, pais, profissionais, governantes, ou seja, que toda a sociedade confie que a
Escola Inclusiva seja algo que vale a pena investir, que ninguém permita qualquer
forma de discriminação.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
(Freire4, p.35,1994).

2
BATTISTI, Aline Vasconcelo; HECK, Giomar Maria Poletto. A inclusão escolar de crianças com autismo na educação
básica: teoria e prática. TCC, Chapecó: Universidade Federal da Fronteira Sul, 2015.
3
BOSA, C. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, n. 1, p. 47-53, 2006.
4
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra,
1996. – (Coleção Leitura)
EDUCAÇÃO ESPECIAL - LDB

Educação Especial, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei


9394/965,

é a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede


regular de ensino para educandos que por possuírem necessidades
próprias e diferente dos demais alunos no domínio das aprendizagens
curriculares correspondentes a sua idade, requer recursos pedagógicos e
metodologias educacionais específicas e adaptadas para que possam
apropriar-se dos conhecimentos oferecidos pela escola. As diferenças
ocorrem em função de altas habilidades, condutas típicas, deficiência física
motora, visual, auditiva, mental, bem como condições de vida material
precária. (BRASIL, 1996)

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A partir da Declaração de Salamanca em 19946, que passamos a abordar a questão


da inclusão com maior ênfase, tomando rumos claros e com tentativas práticas
assertivas.
Os fundamentos teóricos e metodológicos para a educação inclusiva estão
centrados na educação de qualidade para todos e no respeito à diversidade.
Frisando os princípios da escola inclusiva e voltando às falas da Unesco
(SALAMANCA, 1994):

O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que as crianças


deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou
diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e
responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto
estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma
educação de qualidade a todos por meio de currículo apropriado,
modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e
parcerias com a comunidade. (SALAMANCA, 1994)

5
BRASIL. LDB 9394/96. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases Da Educação Nacional.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso: 12/01/2023.
6
SALAMANCA. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas
Especiais (1994) UNESCO: Salamanca-Espanha. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Acesso: 12/01/2023.
PRINCÍOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Os princípios fundamentais da Educação Inclusiva, baseados na promoção e na


garantia dos seus direitos dizem respeito:

1. À dignidade humana, observando o direito de cada aluno de realizar


seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social;
2. A busca da identidade própria de cada educando, reconhecendo e
valorizando suas diferenças e potencialidades, bem como de suas
necessidades educacionais especiais no processo de ensino e
aprendizagem, como base para a constituição e ampliação de valores,
atitudes, conhecimentos, habilidades e competências e, por fim,
3. O princípio que se baseia no desenvolvimento para o exercício da
cidadania, da capacidade de participação social, política e econômica e
sua ampliação, mediante o cumprimento de seus deveres e o usufruto
de seus direitos.

Segundo Fragelli7 (2005),

A escola Inclusiva deveria se adaptar para que todas as crianças,


deficientes ou não, tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem.
Incluir é respeitar e aceitar a individualidade, as diferenças de cada um e
aprender com elas. Porém, aceitar e respeitar não é suficiente, é necessário
criar condições para que a inclusão aconteça para todos (FRAGELLI, 2005).

PERSPECTIVAS - EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

De acordo com Bueno (2001) o Brasil,

apesar de não ser signatário da Declaração de Salamanca, vem procurando


colocá-la em prática. Assumiu o compromisso político de atribuir alta
prioridade política e financeira ao aprimoramento do sistema educacional,
tendo como meta deixá-lo apto a incluir todas as crianças,
independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais. Não
obstante, em face das dificuldades enfrentadas pelas escolas públicas
brasileiras, torna-se evidente que há pouco investimento, não apenas no
que diz respeito ao processo inclusivo, mas ao sistema educacional como
um todo. (BUENO8, 2001 apud LEONARDO9 et. al, 2009)

7
FRAGELLI, Patrícia Maria. A proposta política de um município para a inclusão escolar: um tema, vários olhares. (Tese
de Doutorado em Educação) São Carlos: UFSCar, 2005.
8
BUENO, J. G. A inclusão de alunos diferentes nas classes comuns do ensino regular. In: Temas sobre Desenvolvimento
São Paulo, v. 9, n. 54, p. 21-27, 2001.
9
LEONARDO, Nilza Sanches Tessaro; BRAY, Cristiane Toller; ROSSATO, Solange Pereira Marques. Inclusão escolar: um
estudo acerca da implantação da proposta em escolas de ensino básico. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2009, vol.15, n.2, pp.
289-306.
Diante disto, defende-se que discutir a inclusão escolar implica em trazer à tona
questões muito amplas, como:

• Pouco investimento no sistema educacional brasileiro;


• Falta de infraestrutura no tocante a recursos físicos para atender a
todos os alunos, sejam eles especiais ou não; o preconceito;
• Discriminação;
• Falta de credibilidade que ainda impera em relação às pessoas
diferentes, principalmente as que possuem algum tipo de deficiência.
Essas pessoas são desrespeitadas e não são compreendidas como seres
humanos com potencialidades e capazes de produzir como os demais
cidadãos. (LEONARDO et. al, 2009)

Vygotsky10 (1997), por outro lado, vê potencialidade e capacidade nas pessoas com
deficiência, mas entende que, para estas poderem desenvolvê-las, devem ser-lhes
oferecidas condições materiais e instrumentais adequadas.
Para o autor, não é a deficiência em si, no que tange ao seu aspecto biológico, que
atua por si mesma, e sim, o conjunto de relações que o indivíduo estabelece com o
outro e com a sociedade, por conta de tal deficiência.
Com isso, deve-se oferecer a tais pessoas uma educação que lhes oportunize a
apropriação da cultura histórica e socialmente construída, para melhores
possibilidades de desenvolvimento.

Reforçar aqui as diferenças existentes entre os conceitos de integração e


inclusão é importante, pois observa-se muitas vezes que o conceito de
inclusão é confundido com o de integração física, ou seja, a redução da
distância física entre as pessoas com e sem deficiência. (INE-EAD, 202111)

Nesse sentido, Gimenez12 (2006) analisa que o conceito de integração societal


proposto por Carvalho (1991 apud Gimenez, 2006), ou seja, igualdade de
possibilidades legais e administrativas no acesso aos recursos sociais, de influir em
sua própria situação pessoal, de realizar trabalho produtivo, de fazer parte da
comunidade seria um primeiro passo para o entendimento e para tomadas de
atitudes que sejam condizentes com a efetiva inclusão social.

10
VYGOTSKY. L. S. Obras escogidas. V. Madrid: Centro de Publicaciones Del MEC y Visor Distribuciones, 1997.
11
INE-EAD. Fundamentos da Educação Inclusiva e Especial. (2021) INE-EAD – Instituto Nacional de Ensino Fundamentos
da Educação Inclusiva e Especial Disponível em:
https://www.institutoine.com.br/imagessistema/resumo_do_livro_608bf27d29f74.pdf Acesso: 12/01/2023.
12
GIMENEZ, Roberto. A inclusão de indivíduos portadores de necessidades especiais nas aulas regulares de educação
física: repensando sobre a prática. Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11 - n° 98 - Julho de 2006. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/> Acesso: 12/01/2023.
DESAFIOS - EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Ao longo da história o segmento populacional constituído por pessoas


consideradas diferentes, sofreram importantes transformações. Atualmente,
compreendesse que cada pessoa, deve ter acesso à educação, para
garantir suas necessidades básicas de aprendizagem. (FARIAS; CRUZ 13,
2019)

A perspectiva inclusiva, considerada um novo paradigma educacional, tem como


pressuposto a crença de uma escola para todos, com igualdade de
oportunidades de aprendizagem. Como política educacional, a inclusão busca
resgatar uma dívida com uma população que historicamente, tem ficado à margem
da sociedade.

A trajetória da escolarização de pessoas com deficiência, passou por


diferentes paradigmas, como: institucionalização, normalização, integração
e suporte. O paradigma da institucionalização, teve suas raízes fundantes
na segregação das pessoas com deficiência. Buscava-se afastar estes
indivíduos da sociedade, geralmente segregados em instituições
especializadas, tendo como justificativa que, fora da sociedade, teriam
proteção e cuidados melhores. (FARIAS; CRUZ, 2019)

A promessa deste paradigma era que segregadas as pessoas com deficiência,


seriam preparadas para a vida, o que poucas vezes acontecia. Este paradigma
perdurou até o fim da década de 1960.

Tendo como princípio a normalização, desponta o paradigma de serviços,


que considerava o indivíduo com deficiência, como sujeito de direito à
convivência com os demais indivíduos, porém este convívio estava atrelado
a modificação do sujeito, que o tornassem com características, que se
aproximassem aos demais integrantes da sociedade. (FARIAS; CRUZ,
2019)

Nesta perspectiva, acreditava-se que os indivíduos só poderiam ser integrados na


sociedade, se participassem de serviços de diferentes áreas de atendimento clinico.
Esta oferta de serviços organizava-se em três etapas.

13
FARIAS, Elizabeth Regina Streisky; CRUZ, Gilmar de Carvalho. A Inclusão de Pessoas com Deficiência e Necessidades
Educativas Especiais no Ensino Regular: vozes e significados. RIAEE–Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,
Araraquara, v. 14, n. 3, p. 1139-1151, jul./set., 2019. e-ISSN: 1982-5587. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11777/8249. Acesso: 12/01/2023.
• A primeira que identificava a condição do indivíduo e tudo o que
deveria ser modificado nele, para torná-lo o mais normal possível;
• A segunda, a intervenção, que se dava por meio de atendimento
formal e sistemático;
• A terceira, que encaminhava a pessoa com deficiência aos serviços
da comunidade (BRASIL14, 1994).

Segundo Mantoan15 (2005),

O paradigma da integração, tem como pressuposto a transferência da


responsabilidade de mudança para a pessoa com deficiência. Esta
integração, condicionada à mudança do indivíduo, teve como resultado uma
exclusão automática desse grupo, tendo em vista que os indivíduos sem
deficiência, com reais perspectivas de sucesso, sempre foram priorizados
pela escola (MANTOAN, 2005).

Poder Público e as Políticas de Inclusão Do ponto de vista legal, político,


educacional e filosófico, o direito à educação inclusiva está assegurado por lei.
Gimenez (2006) enumera as políticas governamentais adotadas, sobretudo nos
últimos dez anos, para incentivar esse processo que tem sido adotada tanto no nível
municipal, como estadual e federal:

1. A contratação de profissionais especializados para atuação nos


segmentos de educação especial e educação inclusiva;
2. A reserva de assentos preferenciais em meios de transporte público e
atendimentos preferenciais em instituições tais como bancos e
estabelecimentos públicos;
3. A implantação de semáforos com sonorização para indivíduos
portadores de deficiência visual e de telefones especiais para indivíduos
portadores de deficiência auditiva e disponibilização de cadeiras de
rodas em estabelecimentos públicos;
4. O treinamento de cães guia por meio de projetos especiais da polícia
militar;
5. A concessão de escolha prioritária de imóveis em conjuntos
habitacionais para indivíduos portadores de deficiência;
6. A concessão de linhas de crédito para a aquisição da casa própria e
para a compra de veículos adaptados;
7. A criação de Centros de Equoterapia;
8. O desenvolvimento e implementação de programas de prevenção e de
programas de treinamento específico para profissionais relacionados ao
segmento educacional. (Gimenez, 2006)

Como se observa, existem as políticas, mas novamente, é preciso lembrar, elas nem
sempre são efetivadas e isso é claramente visível na grande maioria dos municípios
14
BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: SEESP, 1994. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf Acesso: 12/01/2023.
15
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Revista Nova Escola, Ed.182,
maio de 2005.
brasileiros, nem mesmo a integração física e funcional são vistas no dia-a-dia.
Voltando a questão da inclusão para o espaço escolar, também são muitas as
barreiras para que se concretizem as propostas de inclusão.
Entre elas encontramos:

1. A desinformação por parte da comunidade em geral;


2. A insuficiência de informações atualizadas relativas à pessoa portadora
de deficiência;
3. As atitudes de muitos portadores de deficiência que querem conviver
apenas com seus pares;
4. As reações de negação à deficiência, ou mesmo de superproteção por
parte das famílias dos indivíduos portadores de deficiência;
5. As características de muitas organizações de atendimento às pessoas
portadoras de deficiência que apelam para o assistencialismo
protecionista;
6. A falta de uma análise crítica em relação à ideia de integração e
ambiguidades nos textos e documentos legais em relação tema;
7. A carência de recursos financeiros, humanos e materiais destinados ao
atendimento nas áreas da saúde, educação, esporte e preparação para
o trabalho. (GIMENEZ, 2006)

Além da participação de docentes e gestores no contexto da inserção dos alunos


com deficiência na rede regular de ensino, outros fatores, como os relacionados à
estrutura do sistema educacional, precisam ser considerados na análise e nas
discussões sobre as possibilidades de implementação de projetos nessa área.
(SANT’ANA16, 2005).
Podemos pontuar que cabe ao gestor escolar:

• Proporcionar meios através dos quais o professor possa aprender


novas práticas educacionais;
• Encontrar maneiras de estabelecer relações pessoais entre todos os
alunos da escola;
• Desenvolver com os professores uma concepção de disciplina, que
vigore em toda a escola;
• Ajudar a escola a tornar-se acolhedora e manter-se como uma
comunidade;
• Promover uma filosofia baseada em princípios de igualdade, justiça e
imparcialidade para todos. (SANT’ANA, 2005)

16
SANT’ANA, Izabella Mendes. Educação inclusiva: concepções de professores e diretores. Psicologia em Estudo, Maringá,
v. 10, n. 2, p. 227-234, mai./ago. 2005.
CONCLUINDO

Vimos nesse estudo:

• Educação Inclusiva: articulação e compromisso de todos;


• Inclusão escolar das pessoas com deficiências;
• Educação Especial – LDB;
• Educação Inclusiva:
o Princípios fundamentais da Educação Inclusiva;
o Perspectivas - Educação Especial e Inclusiva;
o Desafios - Educação Especial e Inclusiva.

Bons estudos!
REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. (1921) Conscientização: teoria e prática da libertação - uma


introdução ao pensamento de Paulo Freire / Paulo Freire; [tradução de Kátia de
Mello e silva; revisão técnica de Benedito Eliseu Leite Cintra]. – São Paulo: Cortez &
Moraes, 1979.

BATTISTI, Aline Vasconcelo; HECK, Giomar Maria Poletto. A inclusão escolar de


crianças com autismo na educação básica: teoria e prática. TCC, Chapecó:
Universidade Federal da Fronteira Sul, 2015.

BOSA, C. Autismo: intervenções psicoeducacionais. Revista Brasileira de


Psiquiatria, v. 28, n. 1, p. 47-53, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa


/ Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)

BRASIL. LDB 9394/96. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


Diretrizes e Bases Da Educação Nacional. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso: 12/01/2023.

SALAMANCA. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas


na Área das Necessidades Educativas Especiais (1994) UNESCO: Salamanca-
Espanha. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Acesso: 12/01/2023.

FRAGELLI, Patrícia Maria. A proposta política de um município para a inclusão


escolar: um tema, vários olhares. (Tese de Doutorado em Educação) São Carlos:
UFSCar, 2005.

BUENO, J. G. A inclusão de alunos diferentes nas classes comuns do ensino


regular. In: Temas sobre Desenvolvimento São Paulo, v. 9, n. 54, p. 21-27, 2001.
LEONARDO, Nilza Sanches Tessaro; BRAY, Cristiane Toller; ROSSATO, Solange
Pereira Marques. Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da proposta
em escolas de ensino básico. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2009, vol.15, n.2, pp.
289-306.

VYGOTSKY. L. S. Obras escogidas. V. Madrid: Centro de Publicaciones Del MEC y


Visor Distribuciones, 1997.

INE-EAD. Fundamentos da Educação Inclusiva e Especial. (2021) INE-EAD –


Instituto Nacional de Ensino Fundamentos da Educação Inclusiva e Especial
Disponível em:
https://www.institutoine.com.br/imagessistema/resumo_do_livro_608bf27d29f74.pdf
Acesso: 12/01/2023.

GIMENEZ, Roberto. A inclusão de indivíduos portadores de necessidades


especiais nas aulas regulares de educação física: repensando sobre a prática.
Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11 - n° 98 - Julho de 2006. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/> Acesso: 12/01/2023.

FARIAS, Elizabeth Regina Streisky; CRUZ, Gilmar de Carvalho. A Inclusão de


Pessoas com Deficiência e Necessidades Educativas Especiais no Ensino
Regular: vozes e significados. RIAEE–Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 14, n. 3, p. 1139-1151, jul./set., 2019. e-ISSN: 1982-5587.
Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11777/8249. Acesso:
12/01/2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial.


Brasília: SEESP, 1994. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf Acesso: 12/01/2023.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão é o privilégio de conviver com as


diferenças. Revista Nova Escola, Ed.182, maio de 2005.

SANT’ANA, Izabella Mendes. Educação inclusiva: concepções de professores e


diretores. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 2, p. 227-234, mai./ago. 2005.
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