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Disciplina: Psicologia e Educação

Professor: João Milton Walter Tavares


Alunos: Ana Paula Fernandes Prudente (30332800),
Lidiane Enizia de Souza Macedo (28298349), Sheyla Nunes
Roriz da Silva (26673339), Shirlei Berto Pessoa (27108805)

OBSERVAÇÃO DE CAMPO

O campo de observação escolhido para este trabalho foi o Colégio Dromos, de


ensino Fundamental e Médio, localizado na EQSW 303/304 do Sudoeste.
A visita foi feita no dia 25/10/23 pela manhã, dia em que os alunos estavam
em apresentação de Feira de Ciências. Os alunos de ensino médio organizaram suas
apresentações nas salas de aula, os alunos de robótica (disciplina extra-curricular),
apresentaram sua criação- um carrinho de controle remoto- no pátio da escola e os
alunos especiais apresentaram no corredor.
Os alunos do ensino infantil também estavam na escola, em atividades de
contra-turno. No momento da visita, eles estavam a caminho do refeitório.
A visão da instituição é “ser uma escola acolhedora que inspira os estudantes a
criar seu futuro único(…) academicamente, socialmente e ecologicamente, se tornam
cidadãos autônomos em um mundo culturalmente diverso” onde não somente têm a
oportunidade de alcançar um caminho educacional que os ajude a realizar suas ambições
acadêmicas, mas também são providos com habilidades para a vida.
O modelo pedagógico é de escola tradicional, com salas de aula, divisão por
turmas, séries, idade e tem o professor como detentor do conhecimento. No entanto, o
projeto da Feira de Ciências, tem um caráter mais construtivista. O professor define os
temas e os alunos pesquisam e montam sua apresentação e apresentam ao público- ou
seja, participam mais ativamente na construção do conhecimento. Nesse método, o
professor assume um papel de mediar as atividades e direcionar os alunos.

O construtivismo inspirado nas teorias do suíço Jean Piaget (1896- 1980), o método
instiga a curiosidade, onde o aluno é levado a buscar as respostas a partir de seus
conhecimentos e de sua interação com a realidade. O construtivismo sugere que o aluno
participe do próprio aprendizado, por meio da experimentação, da pesquisa individual ou em
grupos, desenvolvendo o raciocínio, a curiosidade. Percepção como proporção, quantidade,

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causalidade, entre outras, surgem da própria interação da criança com o meio em que vive.
Vão sendo elaborados esquemas que lhe permitem atuar sobre a realidade de uma forma
muito mais complexa do que fazia com seus reflexos iniciais, enriquecendo sua conduta.

O método destaca o erro não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da
aprendizagem. A rigidez e as avaliações padronizadas são condenadas no método de ensino, e
as disciplinas propõem a reflexão e auto-avaliação. Atualmente várias escolas utilizam este
método. O construtivismo se torna uma teoria psicológica que busca explicar como se alteram
as estratégias de conhecimento do indivíduo no decorrer de sua vida.

“O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-
problemas”.
Jean Piaget

A escola se propõe a acolher todos os alunos como um indivíduo único e dar a


direção, conselho e suporte que cada indivíduo precisa para desenvolver seu
potencial. Observamos que a escola conta com uma sala de recursos, um modelo de
“educação inclusiva” onde os alunos têm convívio, interação, estímulo promovendo
maior autonomia e independência na vida adulta. Estes alunos participam das aulas
regulares, mas algumas atividades são adaptadas para eles, neste espaço.
No caso da Feira de Ciências, os alunos especiais desenvolveram, com a ajuda
dos profissionais alocados na sala de recursos, um trabalho sobre a evolução do
telefone. Eles construíram, com materiais recicláveis, réplicas de aparelhos fixos e
celulares dos mais antigos até versões mais atuais e apresentaram, conforme sua
habilidade. Trata-se do “Modelo Compensatório”, termo criado durante a Revolução
Industrial para dar oportunidade aos menos favorecidos de se desenvolver e entrar no
mercado de trabalho.
A turma regular apresentou trabalhos com temas mais complexos, como
epidemia e vírus. Nas salas de aula, os grupos se apresentavam aos pais ou visitantes,
conforme demandados. E cada grupo apresentava aos professores, que faziam
anotações referentes à avaliação do trabalho.
A educação inclusiva no Brasil é amparada pela Constituição Federal de 1988,
que estabelece a “igualdade de direitos” e a proibição da discriminação, incluindo a
discriminação baseada em deficiência, gênero, etnia e religião. Outro marco
importante é a Lei Brasileira de Inclusão – 13146-2015, também conhecida como
Estatuto da Pessoa com Deficiência, que estabelece diretrizes especificas para a

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inclusão de pessoas com deficiência em todos os aspectos da sociedade, incluindo a
educação.
Além disso, o Plano Nacional de Educação (PNE) sancionado em 2014,
estabelece metas e estratégias para o desenvolvimento da educação inclusiva. Entre as
metas está a universalização do atendimento escolar para alunos com deficiência,
transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4
a 17 anos, assegurando a oferta de educação inclusiva em todas as etapas e
modalidades de ensino.
Contudo mesmo com base jurídica, existem desafios práticos na
implementação desses princípios fundamentais, incluem: infraestrutura inadequada
nas escolas, formação insuficiente de professores, adaptação curricular, atendimento a
diversidade, recursos financeiros limitados, entre outros.
O método tradicional permite a transmissão de informações em um menor
espaço de tempo e não exige o envolvimento ativo dos alunos, o que facilita a clareza.
Por outro lado, a falta de engajamento dos alunos pode facilitar a desatenção e o
conteúdo transmitido tende a ser esquecido mais facilmente. Além disso, este método
pouco incentiva o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico e
resolução de problemas.

De acordo com Saviani (2012), às críticas ao modelo de educação da Pedagogia


Tradicional contribuíram para a origem de uma nova teoria da educação com um cunho de
renovação: o “Escolanovismo”. Este movimento propôs mudanças no sistema de ensino,
colocando o aluno no centro do processo de construção do conhecimento.
È de fundamental importância para os educadores repensar a metodologia na sala de
aula buscando entender como o aluno está aprendendo o conteúdo no dia a dia e
utilizar métodos que insiram os alunos numa sociedade ativa e que compreenda seu
papel social através de diálogos abertos.
Muitas vezes o professor, sugado pelo sistema tradicional de ensino, expõe o
assunto de forma teórica sem relacionar com a prática e cotidiano dos discentes- o que
dificulta o aprendizado.
Frente a esses empecilhos e considerando que as novas gerações possuem
grande acesso à internet- o que promove conhecimentos diversos, mas por outro lado,
reduz a socialização- é necessário repensar a educação tradicional no Brasil e as
metodologias aplicadas para formar cidadãos com maior senso crítico.

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