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Curso
Gestão da Educação
Infantil
Carga horária: 40hs
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Dicas importantes
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Conteúdo
Introdução
A Trajetória da Educação Infantil no Brasil
Os pensadores que influenciaram na concepção da
educação infantil
Fundamentos Legais para a Educação Infantil
Gestão da Educação Infantil
Do assistencialismo ao pedagógico
Rotina versus educativo
Atribuições e competências do profissional de Educação
Infantil
O que contempla a proposta pedagógica no contexto
atual
Breve relato de uma experiência
Bibliografia/Links Recomendados
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Introdução
Este curso pretende mostrar alguns princípios teóricos para o
entendimento de crianças de 0-6 anos na instituição de Educação
Infantil(1), acerca de uma educação de qualidade, realmente
preocupada com a formação integral da criança enquanto
protagonista dos processos de ensino e aprendizagem. Sob esta
perspectiva, focalizamos uma proposta que sugere o não
artificialismo educativo ou uma mera transmissão de atividades
sem contextualização pedagógica. Para que isto ocorra faz-se
necessário buscar uma aprendizagem mais significativa e que
supere este artificialismo educativo no trabalho com crianças
visando apenas a assistência aos cuidados e deixando o educar
para responsabilidade do ensino fundamental; acreditando que a
criança precisa ter maturidade para começar aprender.
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1 A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e
destina-se à criança de zero a seis anos de idade, não sendo
obrigatória, mas um direito a que o Estado tem o dever de
atender (cf. LDB, artigo 29).
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forma isolada – a saúde, “bem estar” da família, a educação
(resultado: Ninguém é realmente responsável, uma área de
atuação responsabiliza a outra).
- A intensificação da urbanização.
- A participação da mulher no mercado de trabalho.
- As modificações na organização e estrutura familiar.
- O processo de redemocratização.
A história da educação infantil em nosso país tem, de certa
forma, acompanhado a história dessa área no mundo, havendo, é
claro, características que lhe são próprias. Até meados do século
XIX, o atendimento de crianças pequenas infantis praticamente
não existia no Brasil. No meio rural, onde residia a maior parte da
população do país na época, famílias de fazendeiros assumiam o
cuidado das inúmeras crianças órfãs ou abandonadas,
geralmente frutos da exploração sexual da mulher negra e índia
pelo senhor branco. Já na zona urbana, bebês abandonados
pelas mães, por vezes filhos ilegítimos de moças pertencentes a
famílias com prestígio social, eram recolhidos nas “rodas de
expostos” existentes em algumas cidades desde o início do
século XVIII.
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Entre outros pontos então discutidos nesse período de renovação
do pensamento educacional estava a educação pré-escolar,
instituída como a base do sistema escolar.
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preocupação de certos grupos sociais com a organização de
instituições para evitar a marginalidade e a criminalidade de
vastos contingentes de crianças e jovens da população mais
carente. Em 1953, com a divisão daquele ministério, o
Departamento Nacional da Criança passou a integrar o Ministério
da Saúde, sendo substituído em 1970 pela Coordenação de
Proteção Materno-Infantil.
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realizassem aquela tarefa por meio de convênios. O poder
público, contudo, não cumpriu o papel de fiscal da oferta de
berçários pelas empresas. Assim, poucas creches e berçários
foram nelas organizados.
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O governo federal também se utilizou da Fundação Mobral para
competir com LBA pela mesma clientela infantil. Tal fundação
coordenou programas de atividades para a formação de hábitos,
habilidades e atitudes que eram supervisionados por monitoras
com pouca escolaridade. Iniciativas como essas, no contexto da
época, serviram para amenizar desigualdades e assistir
necessidades básicas, e não para promover aprendizagem.
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Lutas pela democratização da escola pública, somadas a
pressões de movimentos feministas e de movimentos sociais de
lutas por creches, possibilitaram a conquista, na Constituição de
1988, do reconhecimento da educação em creches e pré-escolas
como um direito da criança e um dever do Estado a ser cumprido
nos sistemas de ensino.
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Segundo o MEC (1993), “A Educação Infantil, primeira etapa da
educação básica, embora tenha mais de um século de história,
como cuidado e educação extradomiciliar, somente nos últimos
anos foi reconhecida como direito da criança, das mães e dos
pais trabalhadores e como dever do
Estado.(...)Tradicionalmente, na educação de crianças de 0 a 3
anos predominam os cuidados em relação à saúde, higiene e
alimentação, enquanto a educação das crianças de 4 a 6 anos
tem sido concebida e tratada como antecipadora/preparatória
para o Ensino Fundamental.
Esses fatos explicam, em parte, algumas das dificuldades
atuais de lidar com a Educação Infantil na perspectiva da
integração de cuidados e educação em creches e pré-escolas
e também na continuidade com as primeiras séries do Ensino
Fundamental. Na Constituição Federal de 1988, a educação
das crianças de 0 a 6 anos, concebida, muitas vezes, como
amparo e assistência, passou a figurar como direito do cidadão
e dever do Estado, numa perspectiva educacional, em resposta
aos movimentos sociais em defesa dos direitos das crianças.
Nesse contexto, a proteção integral às crianças deve ser
assegurada, com absoluta prioridade, pela família, pela
sociedade e pelo poder público. A Lei afirma, portanto, o dever
do Estado com a educação das crianças de 0 a 6 anos de
idade. A inclusão da creche no capítulo da Educação explicita a
função eminentemente educativa desta, da qual é parte
intrínseca a função de cuidar. Essa inclusão constituiu um
ganho, sem precedentes, na história da Educação Infantil em
nosso país. A década de 1990 iniciou-se sob a égide do dever
do Estado perante o direito da criança à educação, explicitando
as conquistas da Constituição de 1988. Assim, em 1990, no
Estatuto da Criança e do Adolescente foram reafirmados esses
direitos, ao mesmo tempo em que foram estabelecidos
mecanismos de participação e controle social na formulação e
na implementação de políticas para a infância. Em 1994, o
Ministério da Educação coordenou a elaboração do documento
de Política Nacional de Educação Infantil, no qual se definem
como principais objetivos para a área a expansão da oferta de
vagas para a criança de 0 a 6 anos, o fortalecimento, nas
instâncias competentes, da concepção de educação e cuidado
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como aspectos indissociáveis das ações dirigidas às crianças e
a promoção da melhoria da qualidade.
Nos documentos oficiais, percebemos o empenho e boas
intenções nas propostas para a educação infantil, mas é preciso
ter uma postura transdisciplinar e ir além das teorias, colocando
em prática os princípios fundamentais para garantir e oportunizar
a criança no seu ambiente de aprendizagem o crescimento sadio:
físico, emocional e intelectual.
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de crianças abandonadas em lares substitutos, já na Idade
Média e Moderna”.
Nos séculos XV e XVI, novos modelos educacionais foram
criados para responder aos desafios estabelecidos pela maneira
como a sociedade européia então se desenvolvia. Autores como
Erasmo (1465-1530) e Montaigne (1483-1553) sustentavam que
a educação deveria respeitar a natureza infantil, estimular a
atividade da criança e associar o jogo à aprendizagem.
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natureza, contrariando os dogmas religiosos da época, que
preconizavam o controle dos infantes pelos adultos.
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conversas e poesias e o cultivo da horta pelas crianças. Os
recursos pedagógicos, básicos neste modelo, eram divididos em
dois grupos: as prendas ou dons e as ocupações.
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poder classificá-los e distribuí-los em turmas homogêneas. O
nome da médica psiquiatra italiana Maria MONTESSORI (1879-
1952) inclui-se também nas lista dos principais construtores de
propostas sistematizadas para a educação infantil no século XX.
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afetividade na diferenciação que cada criança aprende a fazer
entre si mesma e os outros.
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para todas e abrindo espaços para as crianças nas mais
diferentes instituições já existentes.
Por outro lado, no campo das políticas direcionadas à infância
temos tido historicamente avanços, retrocessos e impasses,
ganhando muitas vezes no discurso, perdendo, contudo, nas
ações concretas”.
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No decorrer das atividades propostas na educação infantil,
coletivamente os profissionais atuantes em creches ou pré-
escolas criam pressupostos, acordos e regras básicas que são
assumidos e transmitidos por seus integrantes como modos
corretos de observar, pensar e sentir em relação ao trabalho
desenvolvido e aos problemas criados. A proposta nesta
modalidade precisa ser entendida num todo coletivo e não como
um plano individual predeterminado. Planejar o currículo implica
ouvir os profissionais em suas concepções e decisões,
problematizar a visão deles sobre a creche e a pré-escola,
evitando perspectivas fragmentadas e contraditórias, que refletem
a influência das várias concepções educacionais que vivenciaram
ou com que tiveram contato. Implica, reconhecer as famílias
como interlocutoras e parceiras privilegiadas e garantir a
participação delas e da comunidade no processo, tarefas que
exigem a superação de muitos obstáculos.
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Do assistencialismo ao pedagógico
Sabe-se que a discussão entre assistência e educação vem
ocorrendo em momento de precisão conceitual, ou de
transformação de “termos” em conceitos. A Constituição de 1988
e a LDB consagraram os termos creche e pré-escola, não os
eliminando ou os substituindo por outros, como ocorreu na
história da educação infantil norte-americana ou sueca
(Rosemberg, 1989). Porém, nenhum dos documentos conceitua o
que sejam tais termos, isto é, em que se aproximam e em que se
diferenciam.
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criança. Neste sentido, estabelece-se a indissociabilidade entre
educação e cuidado.
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“1- Planejar, executar e avaliar o trabalho desenvolvido
diretamente com a criança, sob orientação do coordenador
pedagógico.
2- Acompanhar e registrar o desenvolvimento da criança, a fim
de subsidiar a reflexão e o aperfeiçoamento de seu trabalho.
3- Receber e acompanhar a criança diretamente na sua
entrada e saída da unidade.
4- Manter contato diário com os pais e/ ou responsável para
troca de informações sobre a criança.
5-Participar das reuniões e entrevistas com os pais quando
convocado pela direção da unidade.
6- Acompanhar , orientar e cuidar da higiene pessoal da
criança, de acordo com as orientações da instituição
creche/pré-escola.
7-Encaminhar ao técnico de enfermagem da unidade as
crianças que apresentarem alguma alteração em seu estado
geral de saúde.
8-Oferecer, acompanhar e cuidar da alimentação da criança,
de acordo com as orientações da instituição.
9- Registrar a freqüência diária da criança e encaminhar para o
encarregado administrativo.
10-Acompanhar as crianças em atividades externas à unidade.
11- Prever, organizar e controlar material necessário para o
desenvolvimento das atividades com as crianças.
12-Conservar as condições ambientais adequadas às
atividades educacionais: limpeza, iluminação, ventilação da
sala ...
13-Organizar, orientar e zelar pelo uso adequado do espaço,
dos materiais e dos brinquedos.
14-Manter o coordenador pedagógico informado de todo o
trabalho em desenvolvimento no grupo de crianças sob sua
responsabilidade”.
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científicos gerais e específicos; a capacidade de observação,
reflexão, articulação teórica – prática; a construção do ambiente
propício a autonomia; a capacidade de trabalho de equipe; a
Indissociável à profissionalização integrando estratégias que
contemplem avanços na escolaridade e progressão na carreira; a
formação regular sólida e interdisciplinar – tendo como norte o
nível universitário – formação em serviço do professor –
pesquisador e reflexivo; tudo isso faz parte da construção da
identidade do educador no cotidiano da instituição infantil.
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públicas, municipalização, processo de transição das creches
para os sistemas de ensino, fundamentos e pedagogia da
educação infantil, psicologia do desenvolvimento humano,
currículo e projeto pedagógico, organização espacial, formação
dos profissionais, inclusão.
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comuns e conteúdos significativos para a formação integral do
cidadão.
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Os princípios da ação educativa da creche / pré-escola da
Secretaria do Menor era orientada pelas seguintes diretrizes na
década de 90:
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as instalações físicas em sua gênese; mas sua proposta
pedagógica é citada e lembrada nos diversos trabalhos
acadêmicos, inclusive na referência bibliográfica do documento
produzido pelo Ministério da Educação - MEC (RCNEI, 1998.)
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1- A faixa etária era dividida por cores: berçário (0-2); amarelo (2-
3 anos); laranja(3-4 anos); vermelho (4-5anos);
verde(5-6anos) e azul (6-7anos)
Bibliografia/Links Recomendados
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1996.
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______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria
de Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação
Infantil. Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de
Instituições de Educação Infantil. Vols. I e II.
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